descentralismo 3.0 - pscicanálise como ferramenta de descentralização

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Descentralismo 3.0

A psicanálise como ferramenta de descentralização

Carlos Nepomuceno08/09/15V 1.2.0

• Vídeo original:https://www.youtube.com/watch?v=hDhtnXt3TeM

• Meus comentários em vídeo:http://youtu.be/Hjxosext7r4

“A frase “quem sabe de mim sou eu” seria assim uma espécie de ódio do próprio inconsciente”. (Ricardo Goldenberg)

“A frase “quem sabe de mim sou eu” denota de que não há inconsciente e eu sou dono das minhas próprias determinações”. (Ricardo Goldenberg)

Comentário

• O que ele chama de inconsciente – dentro da minha concepção – é um espaço interno em que eu olho para mim mesmo e desconfio das minhas próprias ideias.

• Seria o espaço da filosofia dentro de cada um, que permite perceber a própria percepção.

“O autoconhecimento se baseia no mito da autotransparência de mim para mim próprio”. (Ricardo Goldenberg)

Comentário

• A autotransparência é a certeza de que eu me conheço 100% e as minhas certezas são absolutas.

“Eu oporia a essa ideia “quem sabe de mim sou eu” àquela de que para saber de mim preciso passar pelo outro”. (Ricardo Goldenberg)

“Do modo de como eu não me fizer entender, eu vou saber o que eu estou pensando”. (Ricardo Goldenberg)

Comentário

• Este conceito da dependência do outro para obter a minha percepção, nos leva a uma impossibilidade do que Hayek chamou de fatal arrogância.

• E também bate com o conceito de Hayek de ordem espontânea. O conhecimento não está num centro, ou em alguém, que seria o conceito messiânico, mas espalhado por toda a sociedade.

Comentário

• Uma pessoa saudável, assim, ou uma sociedade menos neurótica seria aquela que admite que é nas trocas de percepções (e isso vale na economia) que teremos menos chance de cometer equívocos.

• Que um indivíduo é interdependente da percepção do outro para poder aumentar a taxa da sua própria percepção.

“Na dificuldade que a pessoa tem de explicar o que é psicanálise para alguém, temos as perguntas que ela tem que desenvolver em um estudo”. (Ricardo Goldenberg)

“Uma pergunta de alguém não vem dela própria, mas da própria interação com outro”. (Ricardo Goldenberg)

“A dificuldade de se fazer entender é onde está a própria pergunta da pessoa”. (Ricardo Goldenberg)

Comentário

• Esse conceito é interessante, pois aqui está um pouco a base do que chamo de certezas provisórias.

• O conhecimento se dá na troca e você, ao se confrontar com a percepção do outro, vê as suas deficiências e aquilo que é o seu legado cultural, incluindo temperamentos.

Comentário

• Quando ele diz que a dificuldade da compreensão do outro é o que deve definir aquilo que você tem que conhecer, há um sentido de que o conhecimento não é algo para você, isoladamente, que é um dos grandes problemas da ciência moderna, mas de que só se conhece para se fazer entender por quem está do lado de fora, uma passagem de um centro conhecedor corporativo para as pontas.

“A etiqueta da conversa (na atualidade) é eu não te ouço e você não me ouve é um pacto de bandidos, um pacto mafioso”. (Ricardo Goldenberg)

“Na conversa com o outro, tudo que não encaixa, nós jogamos fora, editamos e não escutamos”. (Ricardo Goldenberg)

Comentário

• Vejo isso muito em sala de aula, mas considero que há um elemento importante para explicar esse fenômeno como algo social e maior.

• Quando temos limitações de mídia, um movimento pendular na Antropologia Cognitiva de contração, temos um aumento da sensação de autossuficiência individual.

Comentário

• No movimento pendular de Contração Cognitiva há uma redução do espaço filosófico, ou que ele chama de inconsciente.

• Da dúvida, todos passamos a achar que somos elementos autônomos, pois imitamos um centro super poderoso, que nos passa a sua autonomia diante dos outros.

Comentário

• Há uma forte redução do espaço de dúvida na sociedade, onde todos reduzem o espaço da percepção da percepção.

• Não preciso do outro para conhecer, pois eu tenho a verdade em mim, eu me conheço e, por sua vez, conheço a realidade.

• Todos somos donos da verdade e quando alguém me contradiz, o chamo de maluco.

“Nós entramos na conversa e saímos dela sem nenhuma mudança”. (Ricardo Goldenberg)

Comentário

• Esse transtorno social, que é justamente em função da concentração de mídia é um fenômeno macro-cognitivo, fruto de décadas de mídia concentrada.

• A minha percepção do que é a realidade não é construída na interação com os demais, mas vem de um centro que eu passo a achar que é de mim mesmo.

Comentário

• Eu passo a reproduzir esse modelo, sendo eu um representante daquele centro, que reproduz o mesmo modelo.

• Com a descentralização de mídia é necessário um esforço para a volta da comunicação horizontal e da interdependência das percepções.

• Eu preciso do outro para perceber, pois a minha percepção é frágil.

Comentário

• Obviamente, que essa perspectiva de ver diferente, acaba vindo acompanhada pela não aceitação de modelos existentes, que são reflexos da falta de comunicação horizontal.

• E isso implica um movimento de Revolução Cultural, na qual um novo ambiente de interação vai produzir inovações de todos os tipos.

“Eu proponho a ética da fala> é eu só sei de mim, através do outro”. (Ricardo Goldenberg)

“Eu proponho a ética da fala: é eu só sei de mim, através do outro”. (Ricardo Goldenberg)

“Para eu saber de mim, preciso do olhar do outro”. (Ricardo Goldenberg)

“Se a política não envolver o outro no meu discurso, não é psicanálise. É alguma outra coisa ”. (Ricardo Goldenberg)

“O percurso da análise é o de atravessar a divisão entre as minhas escolhas e as do meu coração”. (Ricardo Goldenberg)

“O percurso da análise é o de atravessar a divisão entre as minhas escolhas e as do meu coração”. (Ricardo Goldenberg)

Comentário

• Há aqui uma discussão relevante sobre a responsabilização de cada um pelas suas escolhas.

• A anulação humana se dá justamente quando acredito que há algo pré-definido, que eu não tenho escolha, e isso envolve um mundo pré-determinado por um centro forte, do qual eu tenho que apenas aceitar.

Comentário

• Quando se fala em fortalecer as pontas diante de um centro que tem que perder espaço, necessariamente temos um problema individual de cada um de ter que criar um fortalecimento tanto da percepção, quanto das escolhas.

• Não haverá descentralização de poder, se as pessoas não assumem a sua percepção e suas escolhas.

“A psicanálise não é uma reflexão sobre mim (...) mas é algo que me ajuda a descobrir as ilusões do meu eu”. (Ricardo Goldenberg)

Comentário

• Muito bom isso, pois percebo claramente nos meus alunos a dificuldade de conseguir se enxergar. Não há uma prática de se observar e ter “alguém” dentro desse mesmo “alguém” criando uma percepção da própria percepção.

• Isso nos leva a duas saídas: uma é a certeza absoluta, eu seu tudo sobre mim e a realidade.

• Ou uma dúvida absoluta, eu nada sei sobre a realidade.

Comentário

• Um ponto de equilíbrio seria justamente a certeza provisória, na qual eu assumo que a minha percepção, diante dos problemas, é temporária, a partir das interações que eu tive até esse momento.

• Eu coloco a minha percepção como se fosse um software e assumo que a versão atual é a melhor que tenho com as interações que tive até o momento, bem como com a experiência que tive em solucionar os meus problemas e o sofrimento que isso causou a mim e as outros.

“Se existe uma ética na psicanálise é a ética do analisando, que é quem faz a análise”. (Ricardo Goldenberg)

“O eu é um precipitado de identificações que são alienantes”. (Ricardo Goldenberg)

“Para que eu possa dizer eu sou eu, é necessário um movimento em que eu me aproprio destes traços que não são meus e foram importados”. (Ricardo Goldenberg)

Fiz aqui um mix interpretativo

“Para que eu possa dizer eu sou eu, é necessário um movimento de separação e constituição”. (Ricardo Goldenberg)

Comentário

• Digo sempre para meus alunos que “sair da caixa” é a capacidade de perceber que estamos numa caixa. E que olhar para essa caixa e escolher a caixa que estamos por um caminhar lógico de opções.

• No fundo, a caixa que estamos é muito mais a caixa do outro do que a nossa caixa construída.

“John Lennon diz que de tanto imitar o Elvis Presley ele se tornou John Lennon”. (Ricardo Goldenberg)

“Tanto imitei Elvis Presley que me tornei John Lennon ”. (John Lennon )

“Nos apropriamos dos traços do outro para nos constituirmos a nós mesmos uma identidade não sem o outro”. (Ricardo Goldenberg)

“Existem duas concepções de psicanálise uma eu abomino e a outra que eu adotei. A que eu abomino, infelizmente, é a mais popular”. (Ricardo Goldenberg)

“A psicanálise que eu abomino é a de que “Freud_tudo_explica””. (Ricardo Goldenberg)

“A psicanálise que eu abomino é a de que “Freud_tudo_explica””. (Ricardo Goldenberg)

“Há os psicanalistas hermeneutas que podem explicar a sua verdade escondida”. (Ricardo Goldenberg)

“Psicanalistas que vão dizer o verdadeiro sobre qualquer coisa que aconteça”. (Ricardo Goldenberg)

“Na psicanálise do “expliquismo” os pacientes vão sair com o ego confeccionado pela analista”. (Ricardo Goldenberg)

“Acredito numa psicanálise que eu estimulo que haja um questionamento dos curadores internos naquilo que os faz fazsofrer”. (Ricardo Goldenberg)

“O paciente tem que ser impaciente. Cabe ao analista ser paciente com ele”. (Ricardo Goldenberg)

“É preciso abrir um espaço para nos sentirmos sem sentido para abrir um espaço de invenção e experimentação”. (Ricardo Goldenberg)

“Você não é apenas o produto do seu meio, você tem uma escolha”. (Ricardo Goldenberg)

“Você pode não saber que escolheu, mas escolheu sem saber e uma vez escolhido tem que arcar com as consequências da sua escolha”. (Ricardo Goldenberg)

“O inconsciente não é um pretexto para dizer: eu sou inocente”. (Ricardo Goldenberg)

“Eu preciso passar de estar dentro das minhas escolhas sem saber, para passar a estar nelas, a partir do outro, sabendo”. (Ricardo Goldenberg)

“Um canalha jamais assume como própria uma escolha”. (Ricardo Goldenberg)

“Um canalha diz sempre: eu fiz sim, mas foi você quem levou a fazer, o mundo, a sociedade....”. (Ricardo Goldenberg)

“Não interessa tanto o que a vida fez de você, mas aquilo que você faz com isso”(Ricardo Goldenberg, citando Sartre)

Comentário

• Um movimento descentralizador relevante é quando cada um pode assumir a sua própria escolha.

• E, a partir dela, aprender com ela e assumir a responsabilidade dela.

• O que chamo de empoderamento da escolha, que é um item fundamental para um processo de descentralização social.

Comentário

• Note que o movimento de assumir a escolha vai contra o que se chama hoje no Brasil de “vitimismo”. Que o pobre não tem escolha, por que a sociedade é injusta.

• E eu o adoto para que ele não precise fazer escolhas, pois eu as farei por ele, desde que eu passe a intermediar os seus desejos.

Comentário

• Um movimento em direção à descentralização é justamente dar poder de escolha.

• E deixar que as pessoas assumam estas escolhas e as vivam por uma escolha que foi feita.

• Vetar a escolha à população é não deixar que ela amadureça.

• Quando falo escolha, falo tanto do ponto de vista político, mas principalmente econômico, através da redução da relação imposto indireto e serviço direto para dinheiro direto para serviço direto.

“Quando alguém fala de outra pessoa está falando de si próprio”(Ricardo Goldenberg)

“Se você não souber de que modo está sendo determinado pelos outros, não há escolha”(Ricardo Goldenberg)

“Não existe autoconhecimento em hipótese alguma”(Ricardo Goldenberg)

“A decisão de se conhecer é conhecer através do outro.”(Ricardo Goldenberg)

“Qual é a tua responsabilidade naquilo que você se queixa?”(Ricardo Goldenberg)

“Estamos nos últimos 30 anos numa cultura de vitimologia”.(Ricardo Goldenberg)

“A vitimologia explora a culpa do outro para tirar todo tipo de vantagens”.(Ricardo Goldenberg)

“Se colocar como vítima é uma política extremamente esperta”.(Ricardo Goldenberg)

“Negar as minhas próprias determinações me coloca como uma postura de vítima”.(Ricardo Goldenberg)

“Se sou determinado de fora e isso me define, então, obviamente eu sou uma vítima”.(Ricardo Goldenberg)

“Na nossa cultura hoje é muito mais convidativo se colocar como vítima do que como protagonista”.(Ricardo Goldenberg)

“O que transmitimos para os nosso filhos é aquilo que queríamos ser e não fomos”.(Ricardo Goldenberg)

“Meu filho me mostra sem querer o pior de mim”.(Ricardo Goldenberg)

“Estamos divididos entre o que eu penso e o que o outro me mostra que eu penso”.(Ricardo Goldenberg)

“A incomunicação é a regra”.(Ricardo Goldenberg)

“Dentro do processo de incomunicação, eu digo 99% das vezes que o responsável por meus problemas é o outro”.(Ricardo Goldenberg)

“Discutir a relação já é o fracasso da comunicação, pois só depois do fracasso é que é preciso discutir a relação”.(Ricardo Goldenberg)

“Se desfazer das desilusões da consciência é uma tarefa cotidiana”.(Ricardo Goldenberg)

“O outro é um suplemento e não um complemento, pois não temos que complementar nada”.(Ricardo Goldenberg)

“Tudo que leva ao uno eu colocaria como suspeita, pois é comandado por um ideal de totalização”.(Ricardo Goldenberg)

“Eu sou o não outro, o que cria necessariamente o ódio da segregação”.(Ricardo Goldenberg)

SOBRE A CONSTITUIÇÃO DA INDENTIDADE A PARTIR DA NEGAÇÃO DO OUTRO

“A análise nada mais é do que vir a você as escolhas iniciais que você fez”.(Ricardo Goldenberg)

“Não nenhum sentido ao final da vida, mas você pode inventar qualquer direção”.(Ricardo Goldenberg)

“Os analistas podem adoecer as pessoas”.(Ricardo Goldenberg)

M

Mais sobre Nepomuceno:

O livro de Carlos Nepomuceno propõe interessante análise para os líderes

contemporâneos. Quem quer compreendera internet para reinventaro processo de tomada de decisão encontrará aqui as respostas. Pierre Levy.

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