desenvolvimento regional brasileiro recente - tânia bacelar
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Tania Bacelar de Araújo - UFPE Porto Alegre, 22 de abril de 2013
40 Anos da FEE / RS
Desenvolvimento regional brasileiro recente
Roteiro
DESENVOLVIMENTO REGIONAL: heranças históricas e tendências recentes
POLITICAS PUBLICAS E DESENVOLVIMENTO REGIONAL: tendências recentes
PERSPECTIVAS do desenvolvimento regional
brasileiro
BRASILOCUPAÇÃO do
TERRITORIO: principais heranças
AMBIENTE NATURAL: 6 BIOMAS
BR: HERANÇA DA DIVERSIDADE ambiental, sócio-econômica, cultural
Africanos
Africanos
Europeus
Índios
FONTE DOS DADOS BÁSICOS: IBGE, CENSO 2000ORGANIZADO POR CLAUDIO A. G. EGLER
ÁREA URBANIZADA>100 HAB/KM² POPULAÇÃO RURAL 1PONTO=800
BRASIL ÁREA URBANIZADA E POPULAÇÃO RURAL2000
BRASIL no final do século XX: herança da concentração litorânea
BR: herança da concentração no Sudeste/Sul e desigualdade RENDA
PER CAPITA
BR: herança da desigualdade IDH
BR: Herança da desigualdade BAIXA ESCOLARIDADE
BRASIL: herança da desigualdade
alta escolaridade
BR: Herança da DESIGUALDADE Rural x Urbana ABANDONO DE
TERRITORIOS RURAIS
Fonte: MDA – Os Territórios da Cidadania
AREAS de Concentração INDUSTRIAL
BRASIL: herança da concentração urbana - A DESIGUAL REDE DE CIDADES e a concentração nas
METRÓPOLES
BR: herança da concentração da infra
A DESIGUAL MALHA RODOVIARIA
SINTESE
A concentração “ domou” a diversidade
RESULTADO:
Temos tendência a nos ver nas médias ( que são enganadoras)
Temos dificuldade de valorizar as potencialidades locais, de lidar com a rica heterogeneidade do país
DESENVOLVIMENTO REGIONAL NO BRASILTendências Recentes
BRASIL RECENTE
MUDANÇAS NA OCUPAÇÃO HUMANA DO TERRITORIO
• Mudanças nas migrações internas ( menos para SE, mais para SUL urbano, CO e NO . NE retém mais)
• Dinamismo das cidades médias : cidades de 100mil a 2 milhões têm elevadas taxas de crescimento da população e do PIB VER TABELA
Dinamismo das cidades médias
1/3
40,3%
BRASIL RECENTE: ocupação do interior com cidades crescendo longe do litoral
Source: ESTUDO DO CEDEPLA/UFMG para CGGE/ MPOG, 2007
A concentração industrial “batera no teto” nos anos 70 tende a modesta
desconcentração VTI EMPREGO
INDUSTRIALREGIÕES/ESTADOS 1970 2005 1986 2005
NORTE 0,8 4,8 2,6 3,7NORDESTE 5,7 9,2 10,7 12,7SUDESTE 80,7 61,8 75,3 53,2 - SÃO PAULO 58,1 44,0 45,5 35,9 - RMSP 43,5 22,0 28,4 11,5 - INTERIOR DE SP 14,6 22,0 17,0 24,4SUL 12,0 20,5 19,4 25,6CENTRO-OESTE 0,8 3,7 2,1 4,8BRASIL 100,0 100,0 100,0 100,0
Fonte: CAMPOLINA DINIZ com base no FIBGE, Censos Industriais 1970. / MTE/RAIS, 2005 / IBGE. Sistema de Contas Regionais, 2007
Territórios de concentração do emprego formal na industria de transformação se
ampliam
Fonte : OLIVEIRA CRUZ, Bruno e SOARES DOS SANTOS, Iury Roberto. Dinâmica do Emprego Industrial no Brasil entre 1990 e 2007: Uma Visão Regional da “Desindustrialização”. IPEA/ Boletim DIRUR n. 02, jul/09
1990 2007
As 10 MRH mais industrializadas caem de 46,8% para 32,2% o peso no emprego industrial total do país
Brasil rural se afirma em novos territórios
REGIÕES
NORTE NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO-OESTE BRASIL VOLUME
FÍSICO*
VALOR PROD.
AGROP.
1970 3,1 18,3 37,3 33,8 7,5 100,0 -
2006 7,1 14,3 29,7 28,2 20,8 100,0 -
PROD. GRÃOS
1968/70 0,7 12,3 30,6 45,6 10,8 100,0 25.060
2004/06 3,3 7,9 14,6 39,4 34,8 100,0 112.817
EFET. BOVINO
1970 2,2 17,6 34,2 24,1 22,0 100,0 78.562
2006 19,9 13,5 19,0 13,2 34,3 100,0 205.886
PESSOAL OCUPADO
1970 5,3 43,0 22,5 23,8 5,3 100,0 17.582
2006 8,7 45,9 21,5 17,8 6,1 100,0 17.264
Fonte: CAMPOLINA, CLELIO, com base no FIBGE
Século XXI : crescimento com base no consumo e produção de massa
Elevação da renda
das famílias
Aumento da demanda popular
por des bens dos setores modernos
Elevação da produtividade
renda, Competitividade e exportações
Investimentos em maquinas e em inovação
Gráfico baseado em Ricardo Bielshowsky ( ADAPTADO)
POLITICAS SOCIAIS POLITICAS
ECONOMICAS
POLITICAS ECONOMICAS
CREDITO
DESAFIO ATUAL
BRASIL: Rendimento médio domiciliar cresce mais fora do Sudeste
Brasil e Grandes Regiões: Valor do rendimento nominal médio mensal dos domicílios particulares permanentes (Reais) – 2000 e 2010
O NORDESTE e o NORTE LIDERAM CRESCIMENTO DO CONSUMO
Fonte: IBGE/PMC
Índice do volume de vendas do comércio varejistaDezembro/2009 (2003 = 100)
0
50
100
150
200
250
Crescimento mais acelerado do PIB do Norte e Nordeste
100,00
105,00
110,00
115,00
120,00
125,00
130,00
2003 2004 2005 2006 2007
NorteNordesteSudesteSulCentro-OesteBrasil
Fonte: IBGE, Órgãos Estaduais de Estatística, Secretarias Estaduais de Planejamento e Superintendência da Zona Franca de Manaus – SUFRAMA
Evolução real do Produto Interno Bruto (2003 = 100) 2003-2007
Emprego formal cresce em todas as regiões, mas registram-se taxas maiores no NO, CO e NE ( por MRH,
2004-2010)
Fonte: RAIS – MTE. Elaboração: SPI/MP
Crescimento do Emprego Formal : visão por macrorregião
Brasil e Grandes Regiões: Variação Absoluta do estoque de emprego
formal – 2010/2000
Brasil e Grandes Regiões: Taxa (%) de crescimento média anual do
estoque de emprego formal 2010/2000
Informalidade e desemprego: queda em todas as regiões
Brasil e Grandes Regiões: Taxa de desocupação (%)
2000 e 2010
Brasil e Grandes Regiões: Grau de informalidade (%)
2000 e 2010
BR: redução da pobreza em todas as regiões, em especial no Nordeste
BRASIL: mortalidade infantil cai significativamente em todas as regiões
( destaque é para o Nordeste)Brasil e Grandes Regiões: Taxa (%) de mortalidade infantil
2000 e 2010
Brasil e Grandes Regiões: Taxa (%) de analfabetismo das pessoas de 10 anos ou mais de idade
2000 e 2010
Brasil e Nordeste : Taxa (%) de analfabetismo das pessoas de 10
anos ou mais de idade por situação do domicílio – 2000 e 2010
BRASIL: analfabetismo cai em todas as regiões especialmente no Nordeste, embora quadro rural ainda seja desafiador
Para além do consumo e das políticas sociais : PAC busca ampliar investimentos nas
diversas regiões
Investimentos da Copa 2014 (capitais)Habitação ( MCMV)
Infraestrutura econômica
Atividade Produtiva Refinarias , Estaleiros, Petroquímica, Siderurgias
Infraestrutura urbana
Infra viária (rodovias, ferrovias, hidrovias..) Portos, aeroportos ...
Estudo CEDEPLAR/UFMg: efeito regional desconcentrador
Síntese: há mudanças importantes em
cursoresta ver sua sustentabilidade
2. POLÍTICAS PÚBLICAS E DESENVOLVIMENTO
REGIONAL: Tendências recentes
POLÍTICAS REGIONAIS: tendências no final do século XX
Final do século XX
• Crise financeira do setor público ( endividado, estado reduz políticas)
• Avanço da visão liberal : estado se reestrutura com privatizações e retração de presença
Esvaziamento das instituições regionais e dos antigos instrumentos de políticas regionais
Na contramão:CF/88 cria Fundos Constitucionais. Sobra o crédito ao setor produtivo!!!
Abordagem regional do final do século XX ( Governos FHC):OS
EIXOS da INSERÇÃO COMPETITIVA
Hid. Madeira-AmazonasCosteiro do SulFranja de FronteiraSão PauloCentro - OesteCosteiro NordesteTransnordestinoAraguaia - TocantinsOesteSaída para o CaribeRio São FranciscoHid. Paraguai-ParanáRodoviasRiosFerrovias
POLÍTICAS REGIONAIS no início do século XXI
PARA VALORIZAR POTENCIALIDADES
REGIONAISPARA REDUZIR DESIGUALDADES
Iniciativas recentes
Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3
Sec. XXI: retomada de políticas 1 Políticas nacionais horizontais e setoriais
consideram a dimensão regional ou têm rebatimento diferenciado
2 MI propõe Política Nacional de Desenvolvimento Regional
3 Breve busca de integração de políticas setoriais no território ( TERRITORIOS da CIDADANIA)
4 Germe de preocupação com os IMPACTOS REGIONAIS DE GRANDES PROJETOS (BR 163, Petrobrás, BNDES ...)
5 Estados adotam políticas regionais de corte sub nacional
Universidades Federais : expansão e interiorização
2002:
43 campi
2010:230
campi2002:
campi
2010:230
campi
IFET’s e Escolas Técnicas : novo mapa
Fonte: Ministério da Educação
Brasil e Grandes Regiões: Proporção (%) das pessoas de 18 a 24 anos de idade matriculadas no ensino superior – 2000 e 2010
BRASIL : Matrículas no ensino superior crescem em todas as
regiões, e NO e NE reduzem distância
POLÍTICAS REGIONAIS EXPLICITAS
Governo Federal :Novidade: A proposta da PNDR com foco nas
MESORREGIÕES de todo o país Exemplo - a FRONTEIRA SUL do RS
Problemas : Sem o FNDR e Obras Hídricas como prioridade do MI
Usando a Herança: FUNDOS CONSTITUCIONAIS ( ESCALA MACRO-REGIONAL): Bancos regionais ampliam peso do credito a atividade produtiva. Norte mantém incentivos a ZFM.
Tipo 2
Ver mapa MESO
PNDR: MAPA das MESORREGIOES
(PROMESO)
PNDR: TIPOS DE REGIÕES
POLÍTICAS REGIONAIS EXPLÍCITAS NOS ESTADOS
Os PPAs estaduais em bases regionais
( PA,BA,PI, RN, SE, PE …ao lado de experiências mais antigas como a do RS)
BA : ZEE + 6 Planos Macro regiões + Planos de Terr. de Identidade
( escala estadual + macro regional + sub regional)
POLITICAS DE VALORIZAÇÃO DAS DIVERSIDADES REGIONAIS
Nível federal Politicas de Apoio a Arranjos Produtivos Locais
- MDIC/ BNDES, MCT, SEBRAE…
BB – Desenvolvimento Regional Sustentavel ( DRS)
Tipo 3
Síntese
Há avanços em várias direções, mas uma nova PNDR não se consolidou
E a “agenda federativa” preocupa
- políticas de desoneração tributária - discussão sobre royaties do petróleo- revisão de critérios do FPE - unificação das alíquotas interregionais do ICMS- ...........
BRASIL: Perspectivas do desenvolvimento
regional
JANELAS DE OPORTUNIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO
URBANO - INDUSTRIAL
BRASIL: AS VANTAGENS HERDADAS DO SÉCULO XX
MERCADO INTERNO AMPLO e INTEGRADO BASE INDUSTRIAL GRANDE, MODERNA E
DIVERSIFICADA ( aviões, equipamentos, automotiva,produtos siderúrgicos, minérios, eletroeletrônicos, moda, ....)
SISTEMA FINANCEIRO AMPLO, SÓLIDO BOA BASE DE SERVIÇOS
ESPECIALIZADOS COMO ENFRENTAR NOVAS AMEAÇAS?
TENDÊNCIA A DESCONCENTRAR SE MANTÊM?
AMEAÇA: Trajetória das industrias de maior valor agregado e intensidade tecnologica
( Regionalização por densidade tecnológica da base econômica:
localização em poucos locais)
Fonte : PNLT
PROPOSTA RECENTE: Visão regional
Criação da EMBRAPII
Política de financiamento à inovação revisitada:
• Com olhar que inclui as PMEs• Com articulação com Bancos Regionais• Com articulação com Sistema Estadual de
C,T&I (Fundações Estaduais de Amparo a Pesquisa)
AMEAÇA: Tendência a relitoralização e à reconcentração
da industria
PETROLEO e GAS : extração e cadeia de fornecedores muito concentrados
no SE e SUL
PAC e investimentos produtivos
PAC e investimentos produtivos
PAC e investimentos produtivos
JANELAS DE OPORTUNIDADE PARA O
DESENVOLVIMENTO RURAL
BRASIL: herança de DIFERENCIAIS como PRODUTOR de energia
MATRIZ ENERGÉTICA DIVERSIFICADA e
POTENCIAL PARA RENOVÄVEL
Ver tabela
BRASIL: MATRIZ ENERGÉTICA
Urânio e derivados 1,4% Carvão mineral e derivados 6,2% Gás Natural 9,3% Energia hidráulica e eletricidade 14,7% Biomassa (inclui carvão vegetal) 15,6% Produtos da cana-de-açúcar 16,0% Petróleo e derivados 36,7%
Fonte: EPE, 2007
46,3%
12,7% na média
mundial
ENERGIA RENOVÁVEL: LEITURA REGIONAL
Brasil rural face a pressão mundial por alimentos
FAO e Banco Mundial estimam que a demanda por alimentos aumentará fortemente, como resultado do crescimento da população, do avanço da urbanização e da transição para preferências alimentares ocidentais por uma nova e mais ampla classe média mundial.
Por outro lado, a falta de acesso ao abastecimento estável de água atingirá proporções críticas, especialmente para fins agrícolas.
BRASIL: DIFERENCIAIS para alimentos
DISPONIBILIDDE DE ÁGUA RELATIVAMENTE ALTA TERRAS FÉRTEIS (40% a mais do estoque atual) COMPETITIVO em: GRÃOS, CARNES ( bovina
e frangos),AÇUCAR, CAFÉ, FRUTAS .... APRENDE A FAZER CONVIVER MELHOR O
AGRONEGÓCIO PATRONAL E AGRICULTURA DE BASE FAMILIAR
POTENCIAL AGROINDUSTRIAL (em contexto mundial de demanda crescente)
REDISCUSSÃO DO BRASIL RURAL : COMO se ORGANIZAR e que TENDÊNCIAS REGIONAIS ?
BRASIL do agronegócio : exemplo da soja Brasil e Grandes Regiões: Produção de soja por safra – 1999/2000 e 2009/2010
OPORTUNIDADE de RETOMADA DOS INVESTIMENTOS EM INFRA
ESTRUTURA ECONÔMICA em novo marco institucional
BRASIL : investimentos na infra estrutura econômica e a importância do olhar regional
BRASIL : investimentos na infra estrutura econômica e a importância do olhar regional
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Brasil atual : nova LEITURA MACROREGIONAL?
FONTE: ESTUDO DO CGEE para o MPOG ( Módulo 2)
Brasil: ORDENAMENTO A ESCALA NACIONAL ? PROPOSTA de BRASIL POLICÊNTRICO
• 11 MACRO POLOS CONSOLIDADOS
• 7 NOVOS MACROPOLOS
• 22 SUB-POLOS
FONTE: CEDEPLAR PARA ESTUDO MPOG
Nos anos recentes crescem mais as cidades médias e as periferias das metrópoles (IPEA)
Andino
Amazonas
Peru–Brasil–Bolívia
Capricórnio
Andino do Sul
Escudo Guianês
Interoceânico Central
Mercosul – Chile
Hidrovia Paraná - Paraguai
Sul
Eixos de Integração com A. do Sul: que impactos na dinâmica regional
futura ?
Concluindo A DIMENSÃO DA DESIGUALDADE HERDADA
(leste-oeste e norte-sul ) e a FRAGILIDADE dos territórios de exclusão exigem um olhar especial na territorialidade das políticas públicas.
A DIVERSIDADE regional brasileira é um ativo importante ( importante valorizá-lo)
O Governo Federal tem uma responsabilidade especial dado seu peso na receita pública e a importância de termos políticas nacionais.
Mas os Governos Estaduais também são estratégicos ( no diálogo nacional e na ação local)
TANIA BACELARtaniabacelar@gmail.com
Obrigada
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