diálogos possíveis teresa cristina silva kurimoto 2014

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Diálogos possíveis

Teresa Cristina Silva Kurimoto2014

Escola – Família – Comunidade: fatos

“A relação escola-família é uma realidade existente em todas as escolas, ainda que a sua efectivação em termos de envolvimento ou colaboração só se verifique numa pequena percentagem das mesmas” (Sarmento e Marques, 2006: p.61).

“...de uma maneira ou de outra, onipresente ou discreta, agradável ou ameaçadora, a escola faz parte da vida cotidiana de cada família” (Montandon e Perrenoud, 1987:p.7).

(Laurent, 2007)

Que Família/Comunidade? Que Escola?

Família/comunidade – um retrato recente

Modificações: número de filhos, papel da mulher e do homem na sociedade, maternidade/paternidade precoce ou adiada.

Família agregada (Toffler, 1993). Família possível x família nuclear (Nunes e Vilarinho,

2001). Novas formações familiares. Precariedade do trabalho: pais cada vez mais

distante (tempo e espaço) de seus filhos = televisão, games, computadores, gadgets (Laurent, 2007).

Rede de relações precárias: lugares pouco definidos.

Comunidade: mais organizadas / reivindicações.

Alguns efeitos desse retrato... Hipnóticos (TV, games): pouco se articulam as

funções da família (permissão/ autorização; regras familiares) (Laurent, 2007).

Ofuscamento da função familiar de transmitir um desejo, apontar um lugar (Santos, 2007).

A reviravolta: sociedade com tolerância zero numa tentativa de impor normas cada vez mais rígidas = toda rigidez convoca a transgressão.

Estado: tendências a ser mais interventor. Famílias/Comunidades e suas crianças:

carência de direção...

Escola

Escola – um retrato atual Segundo espaço social frequentado pela

criança, sendo que o primeiro é o ambiente familiar (Couto e Santiago,2007).

Um modelo universal de educação generalizado para todas as crianças (Laurent,

2007). “A escola é, então, precisamente a que articula

esta função: os professores aparecem como representantes dos ideais e isto aguça a oposição entre as crianças e o dispositivo escolar.” (Laurent, 2007)

Família e comunidade: o imaginário

Parceiro ideal. Coesa: pontencialidades e problemas (Garcia,

Nozawa e Marques, 2010). Comunidade: dotada de força imensa

(construtiva/destrutiva) Comunidade: Só quer ser atendida em suas

demandas. Rotulada.

Exigência radical

Escola: o imaginário

Escola: lugar de saber (do alfa ao ômega).

Equilíbrio permanente.

Potência: consegue sozinha.

Direção única (projetos, processo de trabalho).

Desconfiança: estado de alerta constante.

Rotulada.

Família/Comunidade/Escola como significantes

Briguenta

Descuidada

ParceiraDesestrutura

da

Normal

Sem problemas

Acolhedora

Complicada

Articulada

ProtetoraCiumenta

Inapropriada

Simbiótica

Amorosa

Destruída

Permissiva

Competente

Organizada

Estruturada

Inovadora

Escola – Família – Comunidade

Que encontro possível?

Escola – Família – Comunidade: limites territoriais?

Ecorregião amazônica – Imagem de satélite da NASA

Escola – Família – Comunidade:

empurroterapia?

“Toma que o filho (aluno) é seuNão senhor ....”

(Lana Bittencourt – Nega Maluca)

Escola – Família – Comunidade Responsabilização X culpa.

“Responsabilizar-se é ser capaz de responder, é trazer para si a função da resposta por determinada situação ou ato” (Elia, 2004).

Explicação de fenômenos como um fim em si mesmo: vítimas (Lacan, 1958/1998).

Escola – Família – Comunidade Encontro essencialmente pragmático:

resolução ou prevenção de problemas de aprendizagem/comportamento?

Cultura de uma interlocução permanente? “se toda pessoa tem direito a educação, é

evidente que os pais também possuem o direito de serem, senão educados, ao menos informados e mesmo formados no tocante à melhor educação a ser proporcionada a seus filhos” (Piaget, 1972/2000: p.50).

Primeiro passo: profissionais?

Trocar de perguntas

O que eu (profissional) posso fazer pela criança/família/comunidade X o que eles podem fazer para assumirem seu lugar na formação dessa criança/adolescente tendo o meu (profissional) suporte.

Referências Bibliográficas Nunes DG e Vilarinho LRG. “Família possível” na

relação escola-comunidade. Psicologia Escolar e Educacional; 5(2): p. 21-29.2001.

Garcia APRF, Nozawa MR e Marques D. As práticas de saúde da família discutidas na perspectiva da psicanálise: uma proposta de cuidado. Revista Ciência e Saúde Coletiva; 15(supl.1): 2010. Disponível em: http://www.scielosp.org/pdf/csc/v15s1/060.pdf

Elia, Luciano. Responsabilidade do sujeito e responsabilidade no campo da saúde mental. Rio de janeiro: Secretaria Municipal de Saúde; 2004. Disponível em: http://www.saude.rio.rj.gov.br/saude/pubsms/media/responsabilidade_do_sujeito.pdf    

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