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DIREITO PROCESSUAL DO
TRABALHO
MÓDULO III
FASE PROBATÓRIA.
Prof. Antero Arantes MartinsAULAS “13” a “19”
Fase probatória. Teoria Geral.
• Encerrada a fase postulatória, existe a
possibilidade de não haver fase probatória,
passando-se direto para a fase decisória.
• Não se confunde com a tutela antecipada do art.
303 e 304 do CPC/2015.
• O Julgamento antecipado da lide ocorre quando a
produção de provas é desnecessária.
– Contestação de mera interpretação de direito.
– Contestação de mérito cuja prova seja exclusivamente
documental
Fase probatória. Teoria Geral.
O QUE É PROVA?
• Prova é a soma dos fatores de convicção capazes de
convencer o Julgador da existência de um fato.
• No Direito Brasileiro não existe hierarquia entre as
provas, cabendo ao juiz sua livre convicção. Assim, por
exemplo, não se pode dizer que um documento tenha
maior valor do que o depoimento de uma testemunha.
Fase probatória. Teoria Geral.
O QUE PROVAR?
• Regra geral:
– Fato: Acontecimento do mundo físico;
– Controvertido: Alegado por uma parte e não aceito por outro;
– Não confessado;
– Não seja público e notório;
• Exceção:
– Hipótese do art. 376 do Código de Processo Civil de 2015.Direito Municipal, Estadual ou Estrangeiro, à qual somamosdireito decorrente de norma coletiva.
Fase probatória. Teoria Geral.
• Há que se ter em mente que, em regra geral, a prova tempor finalidade demonstrar um fato ao juiz. De regra nãose faz prova do direito. (“Da mihi factum dabo tibi ius”).
• Exceção se faz apenas à hipótese do art. 376 do Códigode Processo Civil.
• a parte que invocar direito municipal, estadual,estrangeiro ou de norma coletiva (convenção coletiva,acordo coletivo ou sentença normativa), deve provar aojuiz a existência deste direito, juntando aos autos cópiaautenticada da norma que invoca.
• O juiz tem obrigação de conhecer apenas o ordenamentojurídico federal
Fase probatória. Teoria Geral.
FATO CONTROVERTIDO
• Fato controvertido é aquele fato alegado por
uma das partes que não é aceito pela parte
contrária.
• Para o estudo do ônus da prova é fundamental
saber identificar o fato controvertido.
• Vejamos dois exemplos:
Fase probatória. Teoria Geral.
EXEMPLO 1
• O empregado afirma que fazia horas extras e não as recebia.O empregador contesta afirmando que as horas extras forampagas.
– Não resta mais dúvidas que as horas extras foramrealizadas. A dúvida reside no pagamento das mesmas.
EXEMPLO 2
• O empregado afirma que nem todas as horas extras forampagas. O empregador contesta afirmando que todas as horasextras foram pagas.
– Não resta dúvida que houve pagamento. A dúvida residena existência de horas extras além das pagas.
• A Temática probatória é norteada porprincípios. São eles:
Contraditório e da
ampla defesa
Necessidade
da Prova
Unidade
da Prova
Proibição da Prova
Obtida Ilicitamente
Livre Convencimento
do Juiz
Persuasão
Racional
Oralidade
Imediação
Aquisição
In Dubio Pro Operario
Próximo
Fase probatória. Princípios.
• Princípio do contraditório e ampla defesa.
• Como em todos os atos processuais, estes princípios são
igualmente aplicáveis às provas. Consistem na garantia
conferida às partes de acompanhar todas as provas dos
autos (contraditório) e sobre estas apresentar
manifestação (ampla defesa).
• Ex: Realizar perícia de insalubridade sem permitir a
entrada do empregado nas dependências da empresa
viola o princípio do contraditório.
• Juntada de documento nos autos sem vista da parte
contrária viola o princípio da ampla defesa.
Voltar
Fase probatória. Princípios.
Fase probatória. Princípios.
• Princípio do contraditório e ampla defesa.
• Como em todos os atos processuais, estes princípios são
igualmente aplicáveis às provas. Consistem na garantia
conferida às partes de acompanhar todas as provas dos
autos (contraditório) e sobre estas apresentar
manifestação (ampla defesa).
• Ex: Realizar perícia de insalubridade sem permitir a
entrada do empregado nas dependências da empresa
viola o princípio do contraditório.
• Juntada de documento nos autos sem vista da parte
contrária viola o princípio da ampla defesa.
Voltar
• Princípio da necessidade da prova.
• É preciso que: a) o fato seja relevante para o
deslinde da lide e; b) o fato não tenha sido
confessado, não seja incontroverso e nem
notório.
– Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento
da parte, determinar as provas necessárias ao
julgamento do mérito.
– Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão
fundamentada, as diligências inúteis ou meramente
protelatórias.
Voltar
Fase probatória. Princípios.
• Princípio da unidade da prova.
• A prova deve ser analisada em seu conjunto, ou
seja, é a soma dos fatores probantes colhidos
nos autos. Não deve ser interpretada
isoladamente.
Voltar
Fase probatória. Princípios.
• Princípio da Proibição da prova obtida ilicitamente.
• Art. 5º, LVI, CF: “são inadmissíveis, no processo, as
provas obtidas por meios ilícitos”.
• Tem aplicabilidade mitigada pelos Princípios Gerais
da razoabilidade e proporcionalidade, a ponto de não
se invalidar totalmente a prova. Ex: Gravação
clandestina feita pela empregada que se destina a
provar assédio sexual.
Voltar
Fase probatória. Princípios.
• Princípio do livre convencimento do Juiz.
• As provas não tem valor tarifado e sim aquele
que é conferido a elas pelo Juiz quando do
julgamento. (Art. 131, CPC).
VoltarArts. 371 e 372 do CPC/2015
Fase probatória. Princípios.
• Princípio da Persuasão racional.
• Tem sido confundido com o Princípio do Livre
convencimento do Juiz. Não é correto.
• Livre convencimento é a capacidade que o Juiz tem de
atribuir mais valor a uma prova do que a outra,
independentemente de sua natureza (oral, documental,
pericial).
• Art. 489, 3º do CPC/2015:
– § 3o A decisão judicial deve ser interpretada a partir
da conjugação de todos os seus elementos e em
conformidade com o princípio da boa-fé.
Voltar
Fase probatória. Princípios.
• Princípio da Persuasão racional.
• Persuasão racional é a demonstração lógica do
convencimento do Juiz no julgamento da causa.
Está mais ligado ao Princípio da Motivação das
decisões judiciais.
• Sempre existiu no ordenamento jurídico
brasileiro, mas, o CPC de 2015, no art. 489,
estabeleceu rigorosos critérios para tal
demonstração, o que será estudado na aula
própria.
Voltar
Fase probatória. Princípios.
• Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
• II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;
• § 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória,
sentença ou acórdão, que:
• I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua
relação com a causa ou a questão decidida;
• II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua
incidência no caso;
• III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
• IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese,
infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
• V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus
fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta
àqueles fundamentos;
• VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela
parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação
do entendimento.
Voltar
Fase probatória. Princípios.
• Princípio da Oralidade.
• Trata-se de Princípio Geral do Direito
Processual do Trabalho.
• Art. 845 - O reclamante e o reclamado
comparecerão à audiência acompanhados das
suas testemunhas, apresentando, nessa ocasião,
as demais provas.
Voltar
Fase probatória. Princípios.
• Princípio da Imediação
• O Juiz, como diretor do processo, colhe direta e
imediatamente as provas dos autos, sendo-lhe
facultado interrogar os litigantes e determinar a
produção de provas.
Voltar
Fase probatória. Princípios.
• Princípio da Aquisição.
• Uma vez produzida, a prova é adquirida pelo
processo, sendo irrelevante a parte que a
produziu.
– Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos
autos, independentemente do sujeito que a tiver
promovido, e indicará na decisão as razões da
formação de seu convencimento.
Voltar
Fase probatória. Princípios.
• Princípio “in dubio pro operario”
• Grande divergência jurisprudencial e doutrinária:
• 1ª corrente: É Princípio de Direito Processual que mitiga
a teoria do ônus da prova de sorte que havendo prova
inconclusiva há que se reconhecer o fato alegado pelo
trabalhador.
• 2ª corrente: É Princípio de Direito Material que orienta a
interpretação do direito, restando inabalável a teoria do
ônus da prova.
Voltar
Fase probatória. Princípios.
ÔNUS DA PROVA.
• Sabendo então a finalidade da prova e seus
princípios, resta saber
– A quem cabe a incumbência de prová-lo ao juízo?
– Qual a conseqüência de não conseguir realizar tal
prova?
• A segunda pergunta é mais fácil de ser respondida. Se a
parte deveria provar um fato e não o faz, terá uma
decisão desfavorável naquele ponto. A primeira pergunta
está ligada à teoria do ônus da prova, e é respondida com
a análise do art. 818 da CLT combinado com o art. 373
do Código de Processo Civil de 2015.
• Se o fato controvertido for o constitutivo do direito, o
ônus da prova é do reclamante;
• Se o fato controvertido for o modificativo, extintivo ou
impeditivo do direito, o ônus da prova é da reclamada.
Art. 373 do CPC/2015 e Art. 818 da CLT
ÔNUS DA PROVA.
ÔNUS DA PROVA.
• Petição Inicial– Os fatos narrados na inicial são os que constituem o direito
pretendido no pedido. Fatos Constitutivos
• Contestação
• Negar o Fato Constitutivo. O fato constitutivo, neste caso, é o controvertido e, portanto, o ônus da prova é do reclamante. (CONTESTAÇÃO DE MÉRITO DIRETA)
• Aceitar o fato constitutivo e alegar outro, extintivo, impeditivo ou modificativo. Neste caso o fato constitutivo não é mais controvertido e, portanto, não precisa ser provado. Passa a ser do réu o ônus de provar o novo fato que alegou. (CONTESTAÇÃO DE MÉRITO INDIRETA)
ÔNUS DA PROVA.
• Exemplo de contestação de Mérito Direta:
• Inicial
– Trabalhou na Reclamada Sem Registro.
• Contestação
– Não trabalhou na Reclamada
• A contestação nega o fato constitutivo da inicial.
Portanto o ônus da prova é da Reclamante.
• Exemplos de Contestação de Mérito Indireta:
Inicial
Fez horas extras e não recebeu
Contestação
As horas extras foram pagas
A contestação apresenta uma um fato extintivo de
direito do autor. Portanto o ônus da prova é da
Reclamada
ÔNUS DA PROVA.
• Exemplos de Contestação de Mérito
Indireta:
Inicial
Trabalhou na Reclamada sem Registro
Contestação
Trabalhou na Reclamada como
autônomo
A contestação apresenta uma um fato
modificativo de direito do autor. Portanto o ônus
da prova é da Reclamada
ÔNUS DA PROVA.
• Exemplos de Contestação de Mérito
Indireta:
Inicial
Fazia as mesmas funções que o paradigma
e recebia menos Contestação
Quando o autor foi contratado o paradigma
contava com mais de dois anos de função.A contestação apresenta uma um fato impeditivo
de direito do autor. Portanto o ônus da prova é da
Reclamada
ÔNUS DA PROVA.
• A Contestação determina de quem é o ônus da
prova
• Contestação Ônus da Prova
de Mérito Direta do Reclamante
• Contestação Ônus da Prova
de Mérito Indireta da Reclamada
ÔNUS DA PROVA.
ÔNUS DA PROVA.
• Aquele que afirma a existência do fato tem que
provar.
• Isto porque obrigar à parte a provar que algo
nunca aconteceu seria imprimir um ônus
excessivo à ela.
• Por isso, via de regra, não se admite ônus da
prova negativa no processo.
ÔNUS DA PROVA.
• Deve-se tomar cuidado ao distinguir um fato negativo de
uma afirmação. Para se caracterizar fato negativo, deve-
se considerar a universalidade do fato. Ex:
• Ao negar a prestação de serviço pelo Reclamante, a
Reclamada nega a existência de qualquer relação de
trabalho com o Reclamante. Assim, o ônus da prova é do
Reclamante
• Ao contrário, quando a Reclamada nega o vínculo de
emprego, ela não alega fato negativo. Na realidade ela
faz uma afirmação: “O Reclamante prestou serviços
para mim, MAS não era de natureza empregatícia”. Por
isso o ônus da prova é da Reclamada.
ÔNUS DA PROVA.
• Algumas vezes, contudo, ocorre a inversão do ônus da
prova.
• Ou seja, o ônus da prova que normalmente seria de uma
parte, respeitando os artigos 373 do CPC/2015 e 818 da CLT,
passa a ser de outra.
• Essa hipótese é uma exceção, admitida no processo do
trabalho em dois casos, as súmulas 338, III e 212 do TST
• Tal inversão não se faz pela hipossuficiência do empregado,
nem pela aplicação do princípio do In Dubio Pro Operario,
mas sim pela existência de alguma presunção.
Súmula 212 do TST Súmula 338, III do TST
ÔNUS DA PROVA.
• Outro caso específico de inversão do ônus da prova no
Processo do Trabalho ocorre com a Súmula 443 do C.
TST, no caso de dispensa de empregado portador de
doença crônica que cause estigma ou preconceito.
• A inversão do ônus da prova ocorre quando existe uma
presunção em favor daquele que normalmente teria a
incumbência de provar a alegação.
• Assim, já se presume verdadeiro aquilo que a parte
alega, cabendo a outra parte realizar a prova.
ÔNUS DA PROVA.
• O CPC de 2015 concedeu ao Juiz, explicitamente, a
possibilidade de inverter o ônus da prova conforme as
circunstâncias do caso concreto, acolhendo o Princípio
da aptidão da prova.
• Anteriormente a hipótese mais próxima era encontrada
no CDC em favor do consumidor.
• A Lei 13.467/2017 transpoôs tal previsão legal para a
CLT no parágrafo 1º do art. 818.
• Vamos verificar o dispositivo:
ÔNUS DA PROVA.
• Art. 818. O ônus da prova incumbe:
• I – ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
• II – ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou
extintivo do direito do reclamante.
• § 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa
relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o
encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova
do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo diverso,
desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte
a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
• § 2o A decisão referida no § 1o deste artigo deverá ser proferida antes da
abertura da instrução e, a requerimento da parte, implicará o adiamento da
audiência e possibilitará provar os fatos por qualquer meio em direito
admitido.
• § 3o A decisão referida no § 1o deste artigo não pode gerar situação em que
a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente
difícil.” (NR)
ÔNUS DA PROVA. Princípio da aptidão.
• Inversão do ônus da prova. Situação em que, pela regra anterior, seria deuma parte, passa à outra.– § 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à
impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos desteartigo ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juízoatribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisãofundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir doônus que lhe foi atribuído.
• De regra será aplicado em favor do trabalhador, por ter o empregadormaior facilidade na produção da prova.– § 2o A decisão referida no § 1o deste artigo deverá ser proferida antes da abertura
da instrução e, a requerimento da parte, implicará o adiamento da audiência epossibilitará provar os fatos por qualquer meio em direito admitido.
• Questão: A decisão do Juiz instrutor em não inverter o ônus da prova oJuiz julgador está vinculado a esta decisão? E o Tribunal? Caso nãoesteja, qual a solução.– § 3o A decisão referida no § 1o deste artigo não pode gerar situação em que a
desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.”(NR)
• Além das duas regras anteriores (constitutivo x
modificativo, impeditivo ou extintivo e não se admitir
ônus da prova negativo), há também uma terceira regra.
• O magistrado se utilizará de seus conhecimentos comuns
e técnicos, na ausência de regras particulares, para
determinar o que deverá ser provado, conforme diz o
artigo 375 do CPC/2015.
• É o dispositivo que traduz a máxima do direito: “o
ordinário se presume, o extraordinário se prova e o
absurdo se rejeita de plano”
Art. 375 do CPC
ÔNUS DA PROVA.
MEIOS DE PROVA ADMTIDOS EM DIREITO
• PROVA ORAL:
– Depoimento pessoal das partes
– Oitiva de testemunhas
• PROVA DOCUMENTAL:
– Juntada de documentos pelas partes.
– Exibição de documentos em posse de terceiros.
• PROVA PERICIAL:
– Perícia
– Prova técnica simplificada.
Meios de Prova.
• É o meio de prova destinado a realizar ointerrogatório das partes, no curso do processo.
• Sua finalidade é dupla: provocar a confissão eesclarecer os fatos.
• Na audiência os depoimentos serão tomados antes daoitiva das testemunhas, primeiro o autor, depois oréu.
• Por fim, considerando que o objetivo do depoimentopessoal é a obtenção da confissão, é vedado aoadvogado pedir em Juízo o depoimento pessoal dopróprio cliente como meio de prova, bem como évedado ao mesmo inquirir seu cliente quando esteestá depondo.
Prova oral. Depoimento pessoal.
• Se a parte não comparecer, ou, comparecendo, se recusar
a depor, o juiz lhe aplicará a pena de confissão que
consiste em admitir como verdadeiros os fatos alegados
pela outra parte e contrários ao interesse da parte
faltosa.
• O ônus não é apenas o de depor, mas o de responder a
todas às perguntas com clareza e lealdade. Assim, o juiz
pode, conforme as circunstancias, considerar como
recusa de depoimento, o depoimento prestado com
omissões ou evasivas. E a conseqüência será a aplicação
da pena de confesso.
Prova oral. Depoimento pessoal.
Prova oral. Oitiva de testemunhas.
PROVA TESTEMUNHAL
• É aquela que se obtém através do relato prestado, em juízo,
por terceiro não envolvido no processo, desinteressado,
que tem conhecimento do fato litigioso e sob compromisso.
• A inquirição da testemunha só não terá cabimento naqueles
casos em que o próprio Código de Processo Civil veda esse
tipo de prova (arts. 443 e 448)
• O depoimento testemunhal não é uma faculdade, mas um
dever (art.380-I do CPC/2015.) vez que é dever de todo o
cidadão colaborar com o Poder Judiciário na apuração da
verdade.
Art. 443 do CPC Art. 448 do CPC Art. 380-I do CPC
Prova oral. Oitiva de testemunhas.
• Até as impedidas ou suspeitas poderão ser ouvidas pelojuiz " sendo estritamente necessário". Mas, seusdepoimentos serão prestados independentemente decompromisso e o juiz lhe atribuirá o valor que possammerecer.
• O compromisso é o ato judicial em que o juiz cientifica atestemunha que deve dizer a verdade, sob pena de incidirno crime de falso testemunho (art.342 do Código Penal)
• Cada parte poderá arrolar no máximo 03 testemunhas noprocedimento ordinário, no máximo 02 no procedimentosumaríssimo e no máximo 06 no inquérito judicial paraapuração de falta grave.
Art. 342 do CP
Prova oral. Oitiva de testemunhas.
• A substituição de testemunhas depois de arroladas só é permitidapor falecimento desta, enfermidade ou tiver mudado de residênciae não foi localizada pelo Oficial de justiça.
• Antes de depor a testemunha será qualificada. Nessa fase é licito àparte contrária contraditar a testemunha. Sobre a contradita o juizouvirá a testemunha e a parte que a arrolou. Se reconhecida aprocedência da argüição, a testemunha será ouvida comoinformante.
• Depois de compromissada a testemunha não mais pode sercontraditada, justamente porque o objetivo da contradita é impediro compromisso. Se no curso do depoimento surgir fato que torne atestemunha impedida ou suspeita, o Juízo atribuirá ao depoimentoo valor que este merecer.
Prova oral. Oitiva de testemunhas.
• No Processo do Trabalho as testemunhas não são
arroladas a priori, como ocorre no Processo Civil. Cabe
à parte a incumbência de convidar a testemunha a
comparecer à audiência.
• Apenas se a testemunha não atender ao convite é que
deve o juiz interromper a audiência, abrir prazo para a
parte apresentar o rol de testemunhas e intimar as
testemunhas arroladas. No procedimento ordinário basta
a parte alegar que convidou a testemunha para obter a
suspensão da audiência. No procedimento sumaríssimo a
parte deve provar que convidou a testemunha.
Prova oral. Oitiva de testemunhas.
• Entretanto, a jurisprudência já tem admitido, e bem a
meu ver, a validade da determinação para que o rol seja
apresentado antes da audiência. Não porque se substitui
a CLT pelo CPC, mas, sim, em prestígio aos Princípios:
• Da celeridade: As audiências não são marcadas com a
brevidade que a CLT desejava;
• Da concentação: Evita-se o adiamento da audiência;
• Da boa-fé: Evita-se atuação de má-fé da parte autora que
deseja ter acesso à contestação antes de produzir a prova
e da parte ré que deseja adiar e procrastinar a solução do
processo.
Prova Documental.
PROVA DOCUMENTAL
• O documento é um instrumento capaz de representar um fatoem sentido amplo. Documento compreende não apenas osescritos, mas toda e qualquer coisa que transmita diretamenteum registro físico a respeito de algum fato: desenhos, fotos,filmes, gravações, etc.
• Há determinadas matérias em que se exige a provadocumental, com a exclusão de qualquer outra. Comoexemplo podemos citar o pagamento de salários, que deveser feito mediante recibo ou depósito em conta. Logo, oempregador não pode pretender provar tal pagamento poroutro modo que não seja o documento (recibo ou depósitoem conta).
Prova Documental. Momento de produção.
• De regra a prova documental é produzida na fase
postulatória, consoante art. 434 do CPC/2015.
– Art. 434. Incumbe à parte instruir a petição
inicial ou a contestação com os documentos
destinados a provar suas alegações.
• Entretanto, existem três exceções:
– Documentos novos;
• Documento cronologicamente novo;
• Documento cronologicamente velho;
– Contraprova;
– Exibição;
Prova Documental. Exibição pela parte contrária.
• Há poder do juiz em determinar a exibição de
documento ou coisa que se ache na posse das
partes, sempre que o exame desses bens for útil
ou necessário para a instrução do processo.
• A parte contrária terá que se manifestar. E neste
momento poderá:
– A) Exibir o documento ou coisa;
– B) Ficar silente e não exibir o documento ou coisa;
– C) Negar que possua documento ou coisa;
– D) Apresentar recusa na exibição do documento ou
coisa. Art. 400 do CPC
Prova Documental. Exibição pela parte contrária.
• Consequências:
– A) A prova veio aos autos e será analisada com os demais elementosprobatórios;
– B) O Juiz presume verdadeiro o fato que a parte pretendia provar com aexibição do documento ou coisa (art. 400, CPC);
– C) Abre-se dilação probatória a fim de que o requerente prove que a partecontrária detém o documento ou coisa. Se provar, aplica-se letra “B” supra.Se não provar a existência do documento ou coisa, nenhuma consequênciaprocessual;
– D) O Juiz julgará a recusa. Se a recusa for aceita, então nenhumaconsequencia processual. Se a recusa não foi aceita, então aplica letra “B”supra.
• O Juiz não admitirá recusa:
– Se a parte tem a obrigação legal de manter o documento;
– Se a parte aludiu o documento ou coisa para fazer prova noprocesso;
– Se for documento comum às partes.
Prova Documental. Exibição por terceiros.
• O pedido de exibição formulado contra quem
não é parte do processo principal provoca a
instauração de um novo processo, em que são
partes o pretendente à exibição e o possuidor
do documento ou coisa. Pode ser preparatória
ou incidental.
• O art. 378 do CPC/2015 tem a previsão de um
dever cívico de qualquer cidadão em colaborar
com o Poder Judiciário. Já o art. 380, II do
CPC/2015 firma um dever legal.
Art. 380, II do CPC/2015 Art. 378 do CPC/2015
Prova Documental. Exibição por terceiros.
• Esse feito incidental deverá ser processado emautos próprios, em apenso ao processo principal eserá julgado por sentença. Entretanto, e na praxe,tem sido processado com os autos principais,dado o Princípio da Simplicidade do Processo doTrabalho.
• Se o terceiro destruir a coisa ou documento quedeveria exibir, ficará responsável civilmentepelas perdas e danos que acarretar à parte, asquais serão demandados em ação ordinária deindenização.
Prova Documental. Exibição por terceiros.
• Em caso de recusa injustificada do terceiro, o Juiz fixarácominação para entrega da obrigação de fazer (art. 500 e 536, § 1ºCPC/2015) e o terceiro estará sujeito às penalidades do art. 77, 1ºe 2º do CPC/2015:
Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveresdas partes, de seus procuradores e de todos aqueles que dequalquer forma participem do processo: ...
§ 1º Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertiráqualquer das pessoas mencionadas no caput de que suaconduta poderá ser punida como ato atentatório à dignidade dajustiça.
§ 2º A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui atoatentatório à dignidade da justiça, devendo o juiz, sem prejuízodas sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar aoresponsável multa de até vinte por cento do valor da causa, deacordo com a gravidade da conduta.
Prova Documental. Falsidade.
• Contudo, os documentos podem ser falsificados,ou na sua forma, ou no seu conteúdo.
• A parte contra quem foi produzido o documentopoderá suscitar incidente de falsidade documental.
• Não existe previsão na CLT, devendo ser aplicadoo art. 430 do CPC.
Art. 430 do CPC
Prova Documental. Falsidade.
• Com a declaração de falsidade,cessa a fé que pudesse ter odocumento (Art. 427 CPC/2015). Dadecisão que decide pela falsidadeou pela autenticidade do documentonão cabe recurso, pois consiste emuma decisão interlocutória.
Art. 427 do CPC
Prova Documental. Falsidade.
• O Documento pode ser falsificado de duasmaneiras:
– Material: Quanto à forma do documento
– Ideológico: quanto ao conteúdo do documento
Blá blá
blá blá
blá blá
blá blá
blá
CONTEÚDOFORMA
Prova Documental. Falsidade.
• Falsidade Material: Aquelas previstasnos incisos I e II do Art. 427 do CPC.Quando há vício nos aspectos exterioresdo documento.
• A Falsidade Material poderá serpercebida por meio de perícia.
Prova Documental. Falsidade.
• Falsidade Ideológica: Ocorre quando odocumento é verdadeiro, mas o seuconteúdo não é.
• A Falsidade Ideológica não pode seraveriguada por perícia, pois a falsidadereside na idéia que o documento traz, enão na sua forma
Prova Documental. Falsidade.
• Art. 436. A parte, intimada a falar sobre
documento constante dos autos, poderá:
• I - impugnar a admissibilidade da prova
documental;
• II - impugnar sua autenticidade;
• III - suscitar sua falsidade, com ou sem
deflagração do incidente de arguição de
falsidade;
• IV - manifestar-se sobre seu conteúdo.
Prova Pericial.
PROVA PERICIAL
• Não é possível exigir que o juiz disponha de
conhecimentos universais a ponto de examinar
cientificamente tudo sobre a veracidade e as
conseqüências de todos os fenômenos possíveis de
figurar nos pleitos judiciais.
• Consiste numa declaração de ciência ou na afirmação de
um juízo.
• A prova pericial consiste em exame, vistoria ou
avaliação (art.464 do C.P.C./2015)
Prova Pericial.
• Exame é a inspeção sobre coisas, pessoas ou
documentos, para verificação de qualquer fato ou
circunstancia que tenha interesse para a solução
do litígio.
• Vistoria é a mesma inspeção quando realizada
sobre bens imóveis.
• Avaliação é a apuração de valor, em dinheiro, de
coisas direitos ou obrigações em litígio.
Prova Pericial.
• A parte pode participar da prova pericial formulando
quesitos e indicando assistente técnico. Os quesitos tem
por finalidade fazer com que o perito, ao responde-los,
possa esclarecer as questões científicas que envolvem o
laudo para as situações fáticas discutidas no processo.
• O juiz poderá indeferir alguns quesitos que julgar
impertinentes, bem como formular os que entender
necessários. É licito apresentar quesitos suplementares.
• O assistente técnico é um expert no assunto de confiança
da parte e que irá acompanhar o trabalho do perito
judicial nos termas científicos que o leigo não pode
compreender.
Prova Pericial.
• Em nível de força probante a perícia é meramente decaráter opinativo e vale pela força dos argumentos emque repousa. O juiz não está adstrito ao laudo e podeformar sua convicção de modo contrário com base emoutros elementos do processo.
• É relevante mencionar que as matérias relativas aoadicional de insalubridade e adicional de periculosidadeexigem a prova pericial (art. 195, CLT), com a exclusãode qualquer outra.
• Inspeção judicial é o meio de prova que consiste napercepção sensorial direta do juiz sobre qualidades oucircunstancias corpóreas de pessoas ou coisasrelacionadas com o litígio.
Art. 195 da CLT
Prova Pericial.
• Para que um laudo técnico seja elaborado, é necessárioque os fatos estejam bem definidos, para que a períciatenha valor probatório.
• Se o perito fundamentar os a sua perícia em fatosinverídicos, a sua conclusão será inútil para aquelelitígio, portanto perderá a sua força probandi.
• Ex: O perito conclui pela insalubridade por ruído naempresa. Contudo, mais tarde, provou-se que oReclamante passava a maior parte do tempo fora daempresa.
• Imaginando que o laudo técnico do peritofosse um prédio, os fatos no processoseriam a base do edifício
FATOS
LAUDO
TÉCNICO
Prova Pericial.
Prova Pericial.
• A Prova emprestada é aceita na sistemática doprocesso do trabalho.
• Contudo, o seu ingresso no processo nãosignifica certeza de ganho de causa à parte quea trouxe, ainda que no processo de origem omagistrado tenha decidido a seu favor.
• Isto porque a coisa julgada atinge somente odispositivo. Além disso, estar-se-ia violando oprincípio do livre convencimento.
Prova Pericial.
• Prova emprestada no caso de perícia:
• A perícia realizada no processo de terceiro ,ainda que no mesmo local de trabalho e sob asmesmas condições, não substitui a perícia a serrealizada no novo processo
• Isto porque estar-se-ia ferindo o princípio docontraditório. As partes tem direito de formularnovos quesitos, requerer esclarecimentos,apresentar assistente técnico, Etc...
Prova Pericial.
• Neste caso, a perícia realizada em processodistinto, ingressará nos autos como documento,e não como perícia, recebendo sua devidavaloração pelo magistrado no momento dojulgamento.
Prova Pericial.
• Prova técnica simplificada:
• CPC/2015:Art. 464-...
• § 2o De ofício ou a requerimento das partes, o juiz poderá, em
substituição à perícia, determinar a produção de prova técnica
simplificada, quando o ponto controvertido for de menor
complexidade.
• § 3o A prova técnica simplificada consistirá apenas na inquirição
de especialista, pelo juiz, sobre ponto controvertido da causa que
demande especial conhecimento científico ou técnico.
• § 4o Durante a arguição, o especialista, que deverá ter formação
acadêmica específica na área objeto de seu depoimento, poderá
valer-se de qualquer recurso tecnológico de transmissão de sons e
imagens com o fim de esclarecer os pontos controvertidos da
causa.
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