direitos fundamentais em perspectiva: coletÂnea de artigos (v. 3)
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7/25/2019 DIREITOS FUNDAMENTAIS EM PERSPECTIVA: COLETNEA DE ARTIGOS (V. 3)
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Direitos Fundamentais em
Perspectiva: Coletnea de Artigos
(volume 03)
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Constituio nas Ruas
Coletnea de Resumos Expandidos v. 01.
Capa: Cndido Portinari, Meninos na Gangorra (1960). Coleo
Particular.
ISBN:
Comisso Cientfica
Tau Lima Verdan Rangel
Editorao, padronizao e formatao de texto
Tau Lima Verdan Rangel
Contedo, citaes e referncias bibliogrficas
Os autores
de inteira responsabilidade dos autores os conceitos
aqui apresentados. Reproduo dos textos autorizada
mediante citao da fonte.
Tau Lima Verdan Rangel
(Organizador)
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Direitos Fundamentais em Perspectiva:
Coletnea de Artigos v. 3.
Capa:Cndido Portinari, Meninos na Gangorra (1960). Coleo
Particular.
ISBN: 978-1535004213
Comisso Cientfica
Tau Lima Verdan Rangel
Editorao, padronizao e formatao de texto
Tau Lima Verdan Rangel
Contedo, citaes e referncias bibliogrficas
Os autores
de inteira responsabilidade dos autores os conceitos
aqui apresentados. Reproduo dos textos autorizada
mediante citao da fonte.
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APRESENTAO
O Projeto Direitos Fundamentais em
Perspectiva substancializa uma proposta apresentada pelo
Professor Tau Lima Verdan Rangel. O escopo principal do
projeto supramencionado despertar nos discentes do
Curso de Direito do Instituto de Ensino Superior do
Esprito Santo (Multivix) Unidade de Cachoeiro de
Itapemirim-ES uma viso reflexiva e crtica sobre o
universo jurdico. Trata-se de uma abordagem de temas
tradicionais e contemporneos do Direito, tal como suasimplicaes e desdobramentos em uma realidade concreta,
dialogando as disposies tericas com pesquisa emprica,
elementos indissociveis para a construo e
amadurecimento do conhecimento.
Com o ttulo Direitos Fundamentais em
Perspectiva: Coletnea de Artigos, o compndio busca
colocar trazer uma anlise sobre a temtica dos direitos
fundamentais, promovendo uma leitura renovada e
interdisciplinar. Para tanto, a proposta pauta-se na
conjugao de diversos segmentos do conhecimento e a
utilizao de mecanismos de ensinagem que dialoguemcontedo terico com habilidades prtica em contedos
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jurdicos, despertando e aprimorando habilidades
imprescindveis aos Operadores do Direito.
Por fim, os artigos foram selecionados a partir
da produo de atividade acadmica confeccionada pelos
discentes, em sede de disciplina de Direito Constitucional I.
O leitor poder observar que os temas so heterogneos,
abarcando realidades locais e peculiares do entorno daInstituio de Ensino Superior, tal como questes mais
abrangentes. Trata-se da materializao do diferencial do
Curso de Direito do Instituto de Ensino Superior do
Esprito Santo (Multivix) Unidade de Cachoeiro de
Itapemirim-ES, ao formar Bacharis em Direito capazes de
atuar com o plural e diversificado conhecimento inerente ao
Direito, sem olvidar da realidade regional, dotadas de
peculiaridades e aspectos diferenciadores que vindicam
uma tica especfica.
Boa leitura!
Tau Lima Verdan RangelProfessor de Direito Constitucional I
Doutorando em Sociologia e Direito (PPGSD-UFF)Mestre em Cincias Jurdicas e Sociais (PPGSD-UFF)
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N D I C E
A condecorao da fundamentalidade do
direito do consumidor: a vulnerabilidade
como princpio determinante............................... 07
Patrimnio Cultural Brasileiro: Praa
Jernimo Monteiro, seus bens tombados,
histrico e contemporaneidade........................... 40
O tombamento e a interveno do Estado napropriedade privada em prol da preservao
do patrimnio cultural........................................... 75
O princpio da presuno de inocncia diante
da alterao do pensamento jurisprudencialdo STF........................................................................ 109
Crimes contra a liberdade sexual: Estupro....... 135
O aborto visto de dois lados, a liberdade dagenitora versus a preservao da vida............... 161
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A CONDECORAO DA FUNDAMENTALIDADE
DO DIREITO DO CONSUMIDOR: A
VULNERABILIDADE COMO PRINCPIO
DETERMINANTE
Ana Carolina Fraga Nunes1
Beatriz Perciano Varela2
Kemelly de Souza Rosa3
Resumo:O presente tem como escopo a anlise da importnciado direito do consumidor como garantia fundamental, hajavista a vulnerabilidade do consumidor frente ao fornecedor deprodutos e servios, tal situao ocorre como corolrio doafastamento daqueles com o processo produtivo industrial quedetermina aspectos indispensveis referentes qualidade, durabilidade, s caracterscas verossmeis do produto, o quepode ser omitido pelo produtor e detentor destas informaes.
Assim, d-se a necessidade de proteger aquele que revela-sefrgil nesta relao e a Constituio Federal de 1988 no seomitiu esta realidade, mas de forma imperativa declarou odireito do consumidor como fundamental para a ordem social ede interesse pblico, garantia esta que acarretou a criao deum arcabouo dogmtico prprio visto a grante relevncia doequilbrio entre as partes nas relaes de consumo.
Palavras-chave:Direito do Consumidor. Direito Fundamental.Vulnerabilidade.
Abstract: This article aims to analyze the importance ofconsumer law as a fundamental guarantee, in view of the
1 Acadmica do Terceiro Perodo do Curso de Direito da Faculdade
MultivixCachoeiro de ItapemirimES.2 Acadmica do Terceiro Perodo do Curso de Direito da FaculdadeMultivixCachoeiro de ItapemirimES.3 Acadmica do Terceiro Perodo do Curso de Direito da FaculdadeMultivixCachoeiro de ItapemirimES.
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vulnerable consumer on the products and services offered by
the provider. This happens as a result of the customer'sabsence for the industrial production process that determinesessential characteristics in terms of quality, durability, theapparent characteristics of the product, which can be hiddenby the producer and owner of this information. So give up theneed to protect that which is fragile in this regard and the1988 Federal Constitution does not omitted to this fact, butsaid that the consumer's right is fundamental to the socialorder and to the public interest, this guarantee allowed the
creation of a structure of its own laws, in view of the balancebetween the parties in the relations of consumption.
Keywords: Consumer Law. Fundamental Right. Vulnerability.
Sumrio: 1 Breve Painel quanto ao Histrico do Direito doConsumidor; 2 A Defesa do Consumidor como Ordem Pblica eInteresse SocialPrincpio do Protecionismo (art. 1 da Lei n.8.078/90); 3 O Reconhecimento da Vulnerabilidade enquanto
Princpio Fundamentado do Direito do Consumidor:Delimitao do Conceito e Estabelecimento dosCaractersticos; 4 Ponderaes Finais.
1 BREVE PAINEL QUANTO AO HISTRICO DO
DIREITO DO CONSUMIDOR
A substituio do trabalho manual pela
produo em srie da revoluo industrial no sculo
XVIII, afastou os consumidores de seus
fornecedores, visto que na Antiguidade, a figura do
produtor e vendedor final estavam na mesma
pessoa, podendo assim resolver problemas
espordicos de forma mais acessvel. Nesse
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diapaso, insta gizar que com o aumento da
produo, as vantagens para a economia e para o
fornecedor despontaram, como corolrio da
diminuio dos custos da produo e um horizonte
mais alargado de pessoas alcanadas (NUNES,
2011, p.41). No entanto, como supracitado, as
consequncias no foram somente positivas, uma
vez que as relaes consumeristas ficaram cada vez
mais labirnticas frente aos numerosos
procedimentos e etapas de fabricao e
comercializao das mercadorias tornando
paulatinamente mais longnquo o elo com o
consumidor, o que aponta Bitencourt (2004, p.248)
o expressivo desenvolvimento das tcnicas
empregadas substituiu o relacionamento mais
prximo, onde o consumidor conhecia o
fabricante/fornecedor e poderia resolver os
eventuais problemas de forma mais simples.
Outrossim, relevante rememorar que a
intensa propagao e disseminao de novos
produtos atravs de diversos instrumentos
publicitrios, alastram-se no corpo social, no qual, a
persuaso do consumidor para a obteno do item
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era mais importante que a qualidade verossmil do
mesmo, o que fomentou significativo aumento nas
demandas, todavia, em grande parte das vezes, o
consumidor no contava com informaes acerca da
qualidade da mercadoria em que adquira,
acarretando sua fragilidade mediante ao elo de
comercializao. Neste prisma, conforme o mercado
produtivo apresentava constante progresso como
resultado do surgimento de tecnologias e
telecomunicaes, o consumidor, por sua vez,
manifestou necessidades no que tange a sua
participao e comunicao com o ponto de partida
originrio do produto, isto , a fabricao, se
obrigando a adaptar-se ao atual modelo
consumerista que se delineava.
Com isto, desenvolve-se em vrios pases
grupos de defesa do consumidor, sendo o principal
deles o Estados Unidos, pois foi atravs deste que o
direito do consumidor ganhou fora. Nesta senda,
Nunes (2011, p.40) enuncia que foi ali que o
verdadeiro movimento consumerista comeou na
prtica, principalmente com o surgimento das
associaes dos consumidores com Ralf Nader, que
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atuou como um dos primeiros advogados a
militarem pelo direito dos consumidores, criando
polmicas ao criticar o mercado produtivo do pas e
a forma como o consumidor era tratado at ento.
Essas cooperaes eclodem aps o discurso do
Presidente Jhon F Kennedy, em 15 de Maro de
1962, onde descrevia garantias que considerava
direitos do consumidor e declarava a importncia
deste para o mercado, destacando similarmente a
pouca relevncia que lhes era concedida, isto , a
desproporcionalidade entre a importncia do
consumidor para o mercado e a pouco interesse dos
fabricantes nos mesmo. Tal declarao
considerada o marco do direito do consumidor, haja
vista que partir deste momento, inicia-se um
processo de evoluo gradativo e notrio para a
construo de um equilbrio nas relaes de
consumo.
O Brasil, conquanto, ab initio, recorria ao
Cdigo Civil de 1916, percorrendo um sculo inteiro
empregando as leis do referido sistema jurdico s
relaes de consumo, o que de forma majoritria
ocasionava falhas. No entanto, esta realidade foi
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metamorfoseada com a promulgao da
Constituio Federal de 1988, na qual esto
vinculados os princpios norteadores da Lei n. 8078
de 11 de setembro de 1990 que dispe sobre a
proteo do consumidor, fazendo-se necessrio
explan-los antes de analisar o arcabouo dogmtico
do referido dispositivo. Como j conhecido, a Carta
Maior a lei mxima de um Estado, ramificando-se
para as demais leis inferiores, direcionando e
controlando a atuao do Executivo, Legislativo e
judicirio, tendo carter imperativo, sendo macio
axioma estruturante do Sistema Jurdico Brasileiro,
principalmente no que tange a insero do texto
legal, genrico e abstrato a realidade do corpo social
(VERDAN, 2014, s.p.) .
Entendendo o mrito da Constituio Cidad,
de suma valia o estudo desta, mesmo que de
maneira breve, neste compndio, analisar-se- as
premissas que a orientam, seus fundamentos e as
disposies sobre o Direito do consumidor. Como
espeque para melhor compreenso do objeto a ser
abordado, cuida articular acerca do conceito
epistemolgico de princpios, considerando serem
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eles os grmens de todo ordenamento brasileiro,
isto , verdadeiras flmulas que conduzem e
estruturam todo sistema jurdico e que precisam ser
obedecidos e esto intrinsecamente ligados
interpretao do prprio arcabouo dogmtico da
Constituio e partindo deles todas as demais
normas infraconstitucionais. Neste sentido, Rizzatto
Nunes (2011, p. 47) ensina que o princpio jurdico
pode ser tanto implcito quanto explcito, abraando
todo o sistema jurdico e que por isso, influencia na
compreenso e aplicao das normas que esto
vinculadas a eles, assim, todo interprete tem como
norte os princpios estruturantes para que no haja
atrito quanto a aplicao das normas no caso
concreto, nota-se, portanto, a tamanha importncia
dos princpios constitucionais, sendo eles superiores
ainda a norma constitucional, pois aqueles
direcionam e orientam na interpretao destas. So
eles que ligam o ordenamento jurdico aos desejos
da sociedade, contendo os valores fundamentais
para o efetivo funcionamento do sistema jurdico.
Elucidado isto, os princpios constitucionais que
traam diretamente do Direito do Consumidor, so
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os inciso XXXII do art. 5 da Constituio Federal de
1988 e art.170, inciso V, desta feita, buscar-se-
discorrer sobre cada um desses individualmente.
O artigo 5, Dos Direitos e Das Garantias
Fundamentais, inciso XXXII da Constituio traz a
seguinte redao O Estado promover, na forma da
lei, a defesa do consumidor. Ao dispor sobre a
matria, a Constituio Cidad transforma o direito
do consumidor em direito fundamental,
reconhecendo a vulnerabilidade do consumidor nas
relaes de consumo e ordenando que o Estado
proteja a parte mais frgil em legislao
infraconstitucional com a finalidade de alcanar o
equilbrio nas relaes de consumo. A compreenso
desta norma fica mais clara ao fazer remisso ao
princpio da isonomia que declara art. 5, caput
todos so iguais perante a lei, sem distino de
qualquer natureza, e se assim deve ser, o
consumidor se torna hipossuficiente em relao ao
fornecedor uma vez que o mesmo no participa das
fases de produo e na maioria das vezes no
conhecedor de informaes substancias sobre o
produto ou servio. Prevendo isto, a Constituio
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Federal classifica e reconhece a vulnerabilidade do
consumidor, buscando a isonomia material entre as
partes envolvidas nas relaes comerciais.
Alm deste importantssimo axioma, pode-se
relacionar tambm o Direito do Consumidor ao
Princpio da Dignidade da Pessoa Humana, to
importante quanto aquele, que versado no art. 1,
III da Carta Magna, in verbis:
Art. 1 A Repblica Federativa doBrasil, formada pela unioindissolvel dos Estados e Municpios
e do Distrito Federal, constitui-se emEstado Democrtico de Direitoe e temcomo fundamentos:Ia soberania;IIa cidadania; III a dignidade dapessoa humana (BRASIL, 1988).
Este princpio auxilia na compreenso de
todos os demais direitos e garantias fundamentaisque o sistema jurdico impe, subentendendo-se que
dignidade da pessoa a garantia do mnimo para
sobrevivncia digna, isto , um direito fundamental
que visa no somente fornecer condies para que o
indivduo tenha a vida garantida, mas a dignidadeem todas as suas variedades e nuances que tenham
como corolrio uma vida saudvel, no se atendo ao
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sentido vital, mas ao social, coletivo, dentre outros
(WEBER, 2013, s.p), o que demonstra a grande
abrangncia deste fundamento, abarcando inclusive
a igualdade desejada nas relaes consumeristas.
Sob esta tica, a violao deste princpio ainda
visvel quando se trata de consumo, uma vez que o
fornecedor vale-se da vulnerabilidade do
consumidor para dissuadir vantagens para si,
vista disso, as normas da Lei n. 8.078 de 11 de
setembro de 1990, buscam o equilbrio e a
proporcionalidade nos elos consumeristas, a fim de
que o princpio fundamental da dignidade da pessoa
humana seja efetivado.
Ainda a respeito da temtica discorrida
acima, o art. 170 da Constituio Federal de 1988,
devota-se, da mesma forma, defesa do consumidor
como segurana para a Ordem Econmica do pas, o
que pode ser analisado na composio do referido
artigo: A ordem econmica, fundada na valorizao
do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por
fim assegurar a todos existncia digna, conforme os
ditames da justia social, observando os seguintes
princpios: (...) V defesa do consumidor, este
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estrutura-se por meio do princpio da justia,
identificado no art. 3 da Constituio Federal de
1988, nestes termos, Constituem objetivos
fundamentais da Repblica Federativa do Brasil: I
construir uma sociedade livre, justa e solidria; II
garantir o desenvolvimento social; (...). Neste
sentido, Nunes (2011, p. 69) assevera que
A justia soma-se ao princpio daintangibilidade da dignidade humana,como fundamento de todas as normas
jurdicas, na medida em que qualquerpretenso jurdica deve ter como base
uma oderm justa. (NUNES, 2011, p.69).
Faz-se importante citar tambm o que trata o
art.48 do Ato das disposies transitrias
enunciando que O congresso Nacional, dentro de
cento e vinte dias da promulgao da Constituio,
elaborar o Cdigo de Defesa do Consumidor,
demonstrando a urgncia quanto positivao
desta garantia, observando a carncia do
consumidor e tambm da economia nacional de uma
legislao especfica. Percebe-se, assim, que os
fundamentos do Direito do Consumidor partem de
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grandes princpios constitucionais, que, como os
demais, so o alicerce de todo o sistema jurdico, o
que no diferente com o direito do consumidor que
tem fundamental participao na concretizao
destes desgnios na realidade social, posto que
possui funo de promover a igualdade material, o
equilbrio, a justia, dentre outros objetivos que
permeiam todo o arcabouo dogmtico da Lei.
8.078/90 (Cdigo de Defesa do Consumidor). Atravs
destes fundamentos, o referido regulamento criado
incorporando outros princpios especficos, sendo os
principais, que portam do dever de guiar todo o
cdigo, o princpio do protecionismo e o princpio da
vulnerabilidade do consumidor.
2 A DEFESA DO CONSUMIDOR COMO ORDEM
PBLICA E INTERESSE SOCIAL PRINCPIO
DO PROTECIONISMO (art. 1 da Lei n. 8.078/90)
Prefacialmente, importante frisar o carter
protecionista do Cdigo de defesa do consumidor
(CDC) j em seu primeiro artigo que, na ntegra,
firma o seguinte: O presente cdigo estabelece
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normas de proteo e defesa do consumidor, de
ordem pblica e interesse social (...) (BRASIL,
1990). Nesta esteira, Rizzatto Nunes (2011, p.173)
assevera que este o motivo pelo qual se d a
existncia do CDC, visando a proteo dos
consumidores nas relaes de consumo, para que a
economia atinja sua finalidade. A redao do 1
artigo do cdigo de defesa do consumidor liga-se
intrinsecamente aos direitos sociais constitucionais
do indivduo, como o direito sade e a
alimentao; so situaes em que h ao direta do
Estado atravs da Lei n.8.078/90 para suprir a
necessidade do consumidor, l-se cidado de
direitos.
O artigo 6, inciso VIII do Cdigo de defesa do
consumidor, traz tambm como direito bsico do
consumidor a facilitao da defesa de seus direitos
(...), ou seja, como forma de preservao da
proteo do consumidor, do interesse social e da
ordem pblica, a observao do referido arcabouo
dogmtico dever ser feita de forma que facilite o
acesso do consumidor a efetivao de seus direitos.
Neste prisma, v.g, tem-se a deciso do Tribunal de
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Justia do Rio Grande do Sul, onde a mesma foi
baseada neste axioma, pautado no interesse social e
na ordem pblica, uma vez que a eleio do foro visa
facilitar a defesa dos direitos do consumidor ao
tornar mais prximo seu acesso ao Poder Judicirio.
Ementa:AGRAVO DEINSTRUMENTO. DECISOMONOCRTICA. ALIENAOFIDUCIRIA. AO REVISIONALDE CONTRATO. COMPETNCIATERRITORIAL. CDIGO DEDEFESA DO CONSUMIDOR.DOMICLIO DO CONSUMIDOR.NORMAS DE PROTEO EDEFESA DO CONSUMIDOR SODE ORDEM PBLICA EINTERESSE SOCIAL. ARTIGO6, VIII, DO CDC. COMPETNCIA
ABSOLUTA. POSSIBILIDADE DECONHECIMENTO DE OFCIO OU
ARGUIDA PELAS PARTES EMQUALQUER TEMPO E GRAU DEJURISDIO, NO ESTANDOSUJEITA PRECLUSO - ART. 113DO CPC. PRECEDENTE DOSUPERIOR TRIBUNAL DEJUSTIA. NEGADO SEGUIMENTO
AO AGRAVO, COM FUNDAMENTONO ART. 557, CAPUT, DO CPC.(Agravo de Instrumento N70068195957, Dcima TerceiraCmara Cvel, Tribunal de Justia doRS, Relator: Angela Terezinha deOliveira Brito, Julgado em19/02/2016)
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E, tendo tal questo devidamenteassentada, de se considerar o quedispe o artigo 1 do Cdigo de Defesado Consumidor no sentido de que asnormas de proteo e defesa doconsumidor so de ordem pblica einteresse social, ou seja, soinderrogveis pela vontade daspartes. Assim, a partir da incidncia
das normas de ordem pblica einteresse social previstas no Cdigode Defesa do Consumidor, h de seatentar para redefinio dacompetncia territorial em setratando de relao de consumo. Oartigo 6, VIII, do CDC, que definecomo direito bsico do consumidor afacilitao da defesa de seus direitos,
deu a partida para a mudana decompreenso da competnciaterritorial nas relaesconsumeristas, resultando noentendimento de que se trata decompetncia absoluta. E, em setratando de competncia absoluta,dentro do campo processual, no possvel a derrogao pelas partes. O
juiz deve conhecer de ofcio ou aspartes argirem, em qualquer tempoe grau de jurisdio, no estandosujeita precluso art. 113 doCPC(equivale ao art.64/NCPC).(Agravo de Instrumento N70068195957, Dcima TerceiraCmara Cvel, Tribunal de Justia doRS, Relator: Angela Terezinha de
Oliveira Brito, Julgado em19/02/2016).
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Deste modo, o cdigo em tema tem sua
principal finalidade proteger o consumidor de
possveis insatisfaes nos vnculos de consumo, e
as consequncias destas garantias no se do
somente para o indivduo protegido, e sim para toda
sociedade e economia do Estado, preservando a
ordem economia e o interesse social. A defesa destes
direitos se d por consequncia de outro princpio
importantssimo que o axioma sustentador CDC, o
princpio da vulnerabilidade do consumidor, e que
se estudar adiante, isto , todos os princpios do
CDC so decorrentes naturalmente do principio do
protecionismo, que surgiu para amparar o
vulnervel negocial da sociedade de consumo de
massa (TARTUCE, 2012, p.21). Esta carncia de
proteo advm da prpria sociedade e, apesar da
inquietao e esforo do Ente Estatal em atender a
tais necessidades e alcanar a igualdade entre as
partes da relao de consumo, em dias atuais ainda
comum aborrecimentos de cidados oriundos de
uma relao de consumo. A ttulo de exemplo, em
uma pesquisa com perspectiva regional em
Cachoeiro de Itapemirm - ES, com o alcance de 100
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(cem) consumidores, tendo como finalidade aferir
sobre as condies dos elos consumeristas,
identificou-se que, mesmo com a preocupao do
Estado em garantir a proteo do consumidor em
relao s vantagens que o mercado oferece ao
fornecedor, a problemtica persiste.
Grfico 01. Comparativo entre entrevistados quetiveram ou no algum problema referente relaode consumo nos ltimos cinco anos.
Fonte: FRAGA; ROSA, 2016.
Grfico 02. Comparativo entre entrevistados queanalisam ou no contratos antes de celebr-los.
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Fonte: FRAGA; ROSA, 2016.
Grfico 03. Comparativo entre consumidores que acham ouno que as informaes contidas nos produtos para deix-loscientes da qualidade do produto que esto adquirindo.
Fonte: FRAGA; ROSA, 2016.
Observa-se que, apesar da grande proteo
que cerca as relaes de consumo, 62% dos
entrevistados na pesquisa regional em Cachoeiro de
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Itapemirim-ES j tiveram problemas nas relaes
de consumo e, mesmo assim a maior parte deles
(79,9%) confiam na boa f do fornecedor ou produtor
para celebrarem negcios, deixando de analisar o
contedo dos contratos, alm de que 76,9% dos
mesmos compram o produto sem que suas dvidas
sejam supridas, no estando seguros portanto da
qualidade e outros aspectos do objeto que esto
adquirindo. Com efeito, grande parte da populao
consumerista ainda encontra barreiras ao realizar o
negcio, por tal motivo a garantia positiva do
Estado para obstucularizar as aes de m-f dos
produtores, fornecedores, vendedores e todos aquele
que participa da cadeia de produo to
importante. A proteo do consumidor est
relacionada com os principais princpios para o
desenvolvimento nacional, o mercado e a economia
dependem do equilbrio entre as partes atuantes
nessas relaes para que haja progresso e por isso o
princpio do protecionismo a raiz que desencadeia
os outros sustentculos dos direitos do consumidor
para que a finalidade do interesse pblico e da
ordem social venham se sobrepor ao desejo de
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retirar vantagem ilcita daquele que, de forma
comprovada, mais vulnervel e hipossuficiente.
3 O RECONHECIMENTO DA VULNE-
RABILIDADE ENQUANTO PRINCPIO
FUNDAMENTADOR DO DIREITO DO CONSU-
MIDOR: DELIMITAO DO CONCEITO E
ESTABELECIMENTO DOS CARACTERSTICOS
Como sabido, o anteparo do consumidor est
aprazado pela Constituio de 1988, pela qual, de
forma notria, o alteia a condio de direito
fundamental e preceito a ser acatado no tocante ao
equilbrio da disposio econmica. Consoante
artigo 5 da Redao Constitucional, ao precisar que
o Regime Estatal possui a incumbncia de fazer
prosperar a proteo do consumidor, assevera que
essa tutela destinada ao indivduo enquanto
garantia substancial, bem como assentiu a
fragilidade do consumidor no vnculo de consumo.
Nesta perspectiva, Cludia Lima Marques (2014, p.
87) conceitua que vulnerabilidade retrata uma
situao permanente ou provisria, individual ou
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coletiva, que fragiliza, enfraquece o sujeito de
direitos, desequilibrando a relao de consumo. Em
distintas palavras, vulnerabilidade configura o
cenrio em que um dos relacionados integra a
extremidade mais acometvel.
A contempornea Legislao defensora foi
proposta, precisamente, com sustentculo nos juzos
de vulnerabilidade do consumidor, sendo este,
inclusive, a parte mais frgil da relao de consumo,
dado que o consumidor se subordina ao predomnio
daquele que se apodera dos recursos produtivos a
fim de atender suas carncias de consumo. Dessa
forma, o cidado subjuga-se s circunstncias que
lhe so determinadas na esfera consumista, razo
pela qual a vulnerabilidade suprime o axioma de
igualdade entre os sujeitos envolvidos, isto , se
uma das partes vulnervel, h uma
desproporcionalidade entre os polos, e propriamente
por influncia da disparidade que o acometvel
preservado. Isto se relaciona com a materializao
do princpio constitucional da equidade, por meio do
qual os iguais sero tratados semelhantemente, e
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desigualmente os desiguais, conforme se
desigualam.
Nessa senda, Cludia Lima Marques (2002,
p. 370-373) enuncia a respeito da subsistncia de
trs linhagens de vulnerabilidades, quais sejam, a
jurdica ou cientfica, na qual h a escassez de
entendimento jurdico, econmico e, inclusive,
contbil. A segunda categoria a tcnica, em que o
consumidor no possui conhecimentos especficos
acerca do produto que est adquirindo, tornando-se
ainda mais propenso a ser ludibriado. Outrossim, a
terceira espcie de vulnerabilidade titulada de
socioeconmica ou ftica e diz respeito aos vnculos
entre o fornecedor que detm o monoplio, ftico ou
jurdico, e o consumidor que, por sua vez, na
maioria das circunstncias, est submetido
imposio do seu poderio, em virtude de sua
conjuntura exclusiva nas relaes contratuais.
Na esteira do artigo 2 do Cdigo de Defesa ao
Consumidor, o consumidor tratado como pessoa
fsica ou jurdica que obtm ou utiliza produto ou
servio como recebedor final. Desta forma, resta,
ainda, ressaltar que o parecer basilar da
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vulnerabilidade jurdica est atrelado ao
consumidor sem vinculaes profissionais, bem
como ao consumidor enquanto pessoal natural. No
que tange vulnerabilidade tcnica, h que se
ponderar que prevista, em regra, para o
consumidor sem responsabilidade de cunho
profissional, do jeito que capaz de expandir-se,
incomumente, ao profissional, destinatrio final
ftico ou socioeconmico do servio ou produto.
Ademais, ao lado disso, a vulnerabilidade ftica
consiste em um cenrio de favorecimento do
consumidor sem capacitao profissional, assim,
nesse nterim, esta perspectiva no logra xito no
que versa acerca do consumidor profissional e do
consumidor pessoa jurdica.
Com efeito, a doutrina tem entendido que a
pessoa jurdica poder ser contemplada pela
proteo das normas postas no Cdigo de Defesa do
Consumidor, mesmo que no seja a destinatria
final, consumidora ou no, a seguir o caso concreto,
sendo, ento, necessrio que haja a comprovao da
existncia ou no da vulnerabilidade. Destarte, no
domnio do Superior Tribunal de Justia a
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verificao tem ocorrido em cada situao, afora de
antemo reconhecida em inmeras ocasies o estado
vulnervel da pessoa jurdica para implicaes das
diretrizes defensoras. Contudo, o parecer da
Ministra Nancy Andrighi converge na direo em
que a vulnerabilidade pode ser pressuposta ainda
que se refira a pessoa jurdica, conforme se extrai:
[...] que a presuno devulnerabilidade doconsumidor pessoa jurdica no inconcilivel com a teoria finalista;ao contrrio, harmoniza-se com a sua
mitigao, na forma que vem sendoreiteradamente aplicada por esteSTJ: prevalece a regra geral de que acaracterizao da condio deconsumidor exige destinaofinal ftica e econmica do bem ouservio, conforme doutrina finalista,mas a presuno de vulnerabilidadedo consumidor d margem
incidncia excepcional do CDCs atividades empresariais, que ssero privadas da proteo da leiconsumerista quando comprovada,pelo fornecedor, a novulnerabilidade do consumidorpessoa jurdica. (STJ, RecursoOrdinrio em Mandado de Segurana27.512/BA, Rel. Min. Nancy
Andrighi, 3 Turma, j. 20.08.2009).
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Importante realar que a doutrina finalista
trata acerca da dependncia da ratificao da
vulnerabilidade, portanto no este o caso
verificado. O que a Ministra apregoa no um
finalismo atenuado, mas uma vertente
maximalista mitigada, ao designar uma hiptese
alusiva de relao de consumo, em que presumido
que a pessoa encontra-se em um estado de
vulnerabilidade, at que o contrrio seja
comprovado. Para que no ocorra a generalizao
da presuno da vulnerabilidade a toda e qualquer
pessoa (jurdica ou fsica) e, consequentemente
venha a ferir o princpio da igualdade, faz-se
necessrio estimar se realmente h ou no a
condio vulnervel, por meio da anlise do caso
tangvel pelo magistrado. A mitigao do finalismo
representa um progresso em proveito de um
preceito justo e da incidncia da equidade no plano
concreto, porm estender a suspeita da
vulnerabilidade de forma descomedida gera um
contexto extremista incabvel. Isto posto, a
conjectura de vulnerabilidade da qual usufrui o
consumidor pessoa natural no se aplica ao
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consumidor pessoa jurdica, havendo a
possibilidade, todavia, de corroborar a ocorrncia
da vulnerabilidade para que seja empregado o
Cdigo de Defesa do Consumidor.
Tem-se as seguintes pontuaes: todo
consumidor sempre vulnervel, partindo da
premissa que a vulnerabilidade se relaciona a um
estado do cidado, caracterizando o tpico cenrio
de riscos; a pessoa fsica que adquire ou utiliza
produto ou servio presumida como destinatria
final, sendo consumidora, por conseguinte
vulnervel; a pessoa jurdica que adquire ou utiliza
produto ou servio, poder ser considerada
destinatria final, a sujeitar-se ao caso palpvel,
para averiguao da relao de consumo, por meio
da teoria finalista; ainda que a pessoa jurdica no
seja verificada enquanto destinatria final, no
constituindo-se consumidora do bem ou servio, o
Cdigo de Defesa do Consumidor conseguir ser
cabvel, isso se restar comprovada a condio de
vulnervel, consoante o finalismo aprofundado.
Fundamental se faz expor a necessidade da
diferenciao dos conceitos condizentes
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vulnerabilidade e hipossuficincia, uma vez que
no h que confundir tais concepes. Todo
consumidor vulnervel, contudo nem sempre
hipossuficiente. Isso em razo do conceito de
hipossuficincia abarcar, alm do conceito de
pobreza, nas situaes de permisso dos benefcios
da justia gratuita, a apreciao mais vasta nas
relaes de consumo em cada caso, no passo em que
se torna essencial a anlise da discrepncia
frente de uma conjuno de insipincia. A
vulnerabilidade pode ser notada na circunstncia
de pessoa natural, conseguindo ser, igualmente,
presumida na situao legtima em que se trate de
pessoa jurdica. J a hipossuficincia extrada
caso a caso.
Prefacialmente, como eixo norteador da
definio de hipossuficincia tem-se o uso da Lei n.
1.060/50 que estabelece normas para a concesso de
assistncia judiciria aos necessitados, pela qual o
Direito Brasileiro estabeleceu um significativo
estmulo de sobrepujamento desse bice,
assegurando aos hipossuficientes cabal ingresso
aos rgos competentes ao julgamento por
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intermdio da desincumbncia do pagamento das
custas processuais. Dessa forma, no cabido que
uma dogmtica desse porte fique alheia ao cerne
da Lei n. 13.105/2015, justamente para escopos de
suma sistemtica do contedo. O Cdigo de
Processo Civil passou a amparar a demanda da
concesso da gratuidade de justia, mais
precisamente em seus artigos 98 a 102. oportuno,
ainda, memorar que a Lei n. 1.060/50 no foi
integralmente nulificada. Segundo acena a Lei n.
13.105/2015 em seu artigo 1.072, III, encontram-se
revogados os arts. 2, 3, 4, 6, 7, 11, 12 e 17 da
Lei n 1.060, de 5 de fevereiro de 1950.
4 PONDERAES FINAIS
Diante do quadro gizado, h, sem sombra de
dvidas, a nfase que confere o palco de um cenrio
abalizado pelo Direito do Consumidor, no qual
incide mormente em situaes corriqueiras e, por
vezes, inovadoras, atravs dos aspectos abarcados
por esta esfera de mbito econmico, judicial e
pblico, o que possibilitou a ascenso e
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reconhecimento da defesa dos seus direitos como
direito fundamental, conferindo-lhe, ainda, a
posio de princpio fundamentador e responsvel
pela estruturao da prpria dogmtica, tendo em
vista sua incidncia na esfera econmica. Desta
forma, os consumidores esto no estado de titulares
de direitos pautados na Carta Magna, diante das
modificaes trazidas pela Lei Constitucional,
harmonizado com o objetivo de validar as
mediaes do Estado e tutelar os dispositivos
previstos na Constituio de 1988.
Nesta trilha, o Cdigo de Defesa do
Consumidor face ao princpio do protecionismo,
como medida de ordem pblica e interesse social,
evidencia que suas deliberaes no podem ser
suprimidas por acordo entre as partes, por tratar-
se de um ncleo sensvel, frente vulnerabilidade
do consumidor. Entrementes, o contexto em dialogo
prev que a proteo imposta pelo diploma
referenciado deve ser relatado pelo juiz, com a
finalidade de propor maior segurana ao polo mais
vulnervel, em razo de apresentar em seu texto
um aglomerado de preceitos incumbidos de
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promover mtodos de respaldo e sustentculo ao
consumidor que incide nas relaes de consumo.
Derradeiramente, diante do exposto,
possvel averiguar que a construo do cenrio de
conquistas do consumidor foi resultado de uma
longa jornada de embates e pretenses da
sociedade, concebendo fidedigna evoluo e
progresso das prerrogativas e direitos
constitucionais. Torna-se justificvel pontuar que a
idealizao dos proveitos esto envoltos por valores
e princpios prprios de estipulado segmento de
indivduos, enquanto homogeneidade social, no
mais florescendo a respeito de uma compreenso de
individualismo ou singularidade do gnero
humano. Decerto, o vu protecionista cinge os
anseios do consumidor, propiciado pela redao
constitucional, o que possibilitou a concretude da
preservao dos seus direitos.
REFERNCIAS
ALMEIDA, Joo Batista de. Manual de direito doconsumidor. So Paulo: Saraiva, 2003.
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BITENCOURT, Jos Ozrio de Souza. O princpio
da vulnerabilidade: fundamento da proteojurdica do consumidor. Revista da EMERJ, Rio deJaneiro, v.7, n.25, 2004, p. 248-265. Disponvel em:. Acesso em 20 mar.2016.
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________. Superior Tribunal de Justia. Disponvelem: . Acesso em 20 jun. 2016.
________. Tribunal de Justia do Rio Grande do sul.Agravo de instrumento n. 70068195957. Agravante:
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Edinelson Bettim da Rosa. Agravado: Banco GMAC
S/A. Relator: Angela Terezinha de Oliveira Brito.Jurisprudncia, Porto Alegre, 19 fev. 2016.Disponvel em: . Acesso em20 mar. 2016.
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pid=S0100-512X2013000100011>. Acesso em 02
jun. 2016.
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PATRIMONIO CULTURAL BRASILEIRO: PRAA
JERONIMO MONTEIRO, SEUS BENS
TOMBADOS, HISTRICO E
COMTEMPORANIEDADE.
Viviane Fidelis4
Bruna Torezani5
Daniele Silveira6
Resumo: O presente artigo tem o objetivo de abordar aimportncia da Praa Jernimo Monteiro, para a atualidade epara a historia da cidade de Cachoeiro de Itapemirim ES,explanando noes bsicas sobre o Patrimnio culturalBrasileiro, sua importncia e a forma que ele afeta a vida decada indivduo, com as lembranas que proporciona, com os
sentimentos que trs a tona, a maneira que atinge aidentidade local e ainda de que forma esse bem vem sendoprotegido pela legislao. Esclarecer da mesma forma oinstituto do tombamento e a atual realidade jurdica e socialda praa e dos bens nela inseridos.
Palavras-chaves: Praa Jernimo Monteiro. Cachoeiro deItapemirim. Patrimnio Cultural.
Abstract: This article aims to address the importance ofSquare Jeronimo Monteiro, for the present and the history ofthe city Cachoeiro de Itapemirim - ES , explaining the basicsof the cultural heritage Brazilian, its importance and how itaffects the life of every individual, with the memories itprovides, with the feelings behind the light, the way that
4 Graduando no curso de Direito, Faculdade Multivix. Email:
viviane_silva.fidelis@hotmail.com5 Graduando no curso de Direito, Faculdade Multivix. Email:brunabr_new@hotmail.com6 Graduando no curso de Direito, Faculdade Multivix. Email:daniele.ssilveira@hotmail.com
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reaches the local identity and yet how well this has been
protected by law. Clarifying the way the registration of theinstitute and the current legal and social reality of the squareand the goods inserted in it.
Keywords: Jernimo Monteiro Square. Cachoeiro deItapemirim. Cultural Heritage.
1 INTRODUO
A Praa Jernimo Monteiro, ganha o status
de bem cultural por conta da memria coletiva que
carrega, e dos significados que tem, tanto para
cidade, quanto para a populao. Esse texto trata de
sua importncia para a identidade do povo de
Cachoeiro de Itapemirim, e das implicaes desse
bem no meio jurdico j que a Carta Magna do
Estado brasileiro estabelece a importncia da
cultura para a formao intelectual dos indivduos.
Um bem cultural carrega consigo muito
mais que simplesmente beleza, um modelo de
arquitetura ou a demonstrao de um modo de viver
de uma sociedade em certo espao no tempo, carrega
consigo historias individuais, de cada individuo que
ali viveu algo ou presenciou certo acontecimento,
lembranas, sentimentos.
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Ao se contemplar um espao de
relevncia histrica, esseespao evoca lembranas de umpassado que, mesmo remoto, capaz de produzir sentimentose sensaes que parecem fazerreviver momentos e fatos alivividos que fundamentam eexplicam a realidade presente.Essa memria pode serdespertada atravs de lugares eedificaes, e de monumentosque, em sua materialidade, socapazes de fazer rememorar aforma de vida daqueles que nopassado deles se utilizaram.
Cada edificao, portanto,carrega em si no apenas omaterial de que composto,mas toda uma gama designificados e vivncias aliexperimentados (TOMAZ, s.d,s.p).
Michael Pollak, citado por Paulo Cesar
Tomaz (s.d., s.p.), diz que a memria coletiva de um
grupo contribui para manter a coeso dos grupos e
das instituies que compe uma sociedade, para
definir seu lugar respectivo, sua
complementaridade. Entende-se que um
determinado lugar histrico, como a prpria Praa
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Jernimo Monteiro responsvel por manter a
unio social e fazer com que a cidade de Cachoeiro
de Itapemirim, se entenda como tal, e seus
indivduos de certa forma reconheam-se entre si.
Da mesma forma que o Rio De Janeiro
famoso pela Lapa, Cachoeiro de Itapemirim, a
medida de suas propores reconhecido por sua
principal praa, j que a mesma, como vai ser visto
a seguir, abrigou e abriga instituies de grande
reconhecimento e importncia, exposies de
diversos gneros, alm de ser tambm um local de
protestos e manifestaes como as que ocorreram
em junho de 2013, ficando mais do que constatado
portanto, a importncia desse local para o
cachoeirense, assim como a Praa do Papa, em
Vitoria - ES um importante lugar de reivindicao
de direitos. Alm disso, mister destacar a
relevncia da praa para a juventude da cidade, que
diariamente se encontra no local, principalmente
para atividades esportivas como skatee afins.
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2 O PATRIMNIO CULTURAL
A cultura, a historia, a arquitetura ou
qualquer outra forma de produo humana, ou
peculiaridade ambiental deve ser preservada e
perpetuada a fim de que a humanidade tenha
conscincia de si e do meio que est inserida, paraque esta entenda o presente, embasada no passado
e nas experincias cultivada at ali. Vale
inicialmente ressaltar, que o patrimnio cultural
brasileiro, no deve ser entendido apenas como
grandes formaes naturais, monumentos deedificao ou documentos de importncia
inestimvel, mas com uma abrangncia muito
maior. O Guia de Preservao do Patrimnio
Cultural (ESPIRITO SANTO, s.d, s.p) define que
patrimnio cultural um produto coletivo,formado pelo conjunto das realizaes de uma
sociedade e que vem sendo construdo ao longo de
sua histria. A Constituio da Republica
Federativa Do Brasil, em seu artigo 216 dispe
sobre o Patrimnio Cultural:
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Art. 216. Constituem patrimnio
cultural brasileiro os bens denatureza material e imaterial,tomados individualmente ou emconjunto, portadores de referncia identidade, ao, memriados diferentes grupos formadoresda sociedade brasileira, nos quaisse incluem: I- as formas de
expresso; II- os modos de criar,fazer e viver; III- as criaescientficas, artsticas etecnolgicas; IV- as obras, objetos,documentos, edificaes e demaisespaos destinados smanifestaes artstico-culturais;V- os conjuntos urbanos e stios devalor histrico, paisagstico,artstico, arqueolgico,paleontolgico, ecolgico ecientfico (BRASIL, 1988).
Os patrimnios culturais podem ser divididos
em patrimnios materiais e patrimnios imateriais.
Os patrimnios materiais so aqueles existentes
graas produo humana em determinado espao
de tempo da historia, eles se subdividem em bens
moveis quadros, documentos, utilitrios de uso
cotidiano, objetos em geral; e os bens imveis que
compreendem edificaes, mas no s estas, mas
sim todo seu entorno para que possam ser vistas e
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apreciadas. O que inerente ao patrimnio material
que este tangvel, podem ser visto fisicamente,
tocado. importante destacar esse ponto para que
se possa diferenci-los dos bens imateriais, que por
sua vez compreendem toda produo humana,
cultural de um determinado povo, todo saber, todo
fazer, toda manifestao, dana, musica,
interpretao, tudo que pode ser apreciado, mas que
no se pode tocar, vale apenas senti-los e desfrut-
los, so momentos, historias, tradies como afirma
o Guia de Preservao do Patrimnio Cultural
(ESPIRITO SANTO, s.d, s.p).
A existncia na prpria Constituio, de um
capitulo especifico voltado para a educao, para a
cultura e para o desporto, torna-a uma das mais
avanadas do
mundo nesse aspecto. No que por apenas existir na
constituio o bem j seja de imediato preservado,
mas uma forte bandeira levantada a favor do
patrimnio cultural impedindo que outros
interesses se sobreponham.
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A simples definio, no corpo da
Constituio, do que deve serentendido por patrimnio cultural,possui grande importncia naproteo desse patrimnio, poisimpede que tal definio sejaalterada por normahierarquicamente inferior, o quedeixaria tal patrimnio exposto a
eventuais interesses conflitantesque poderiam prevalecer nodecorrer do processo legislativoordinrio, tendo em vista que aalterao de uma normainfraconstitucional segue umprocesso bem mais simples do queseria necessrio para amodificao do texto elaboradopela Assemblia NacionalConstituinte (BOGO, 2016, s.p).
Cabe ao Estado e a sociedade a
responsabilidade de salvaguardar, os bens
culturais, atravs de instrumentos Administrativos
e Judiciais, que compreende este ultimo a Ao Civil
Publica e a Ao Popular (FERREIRA, s.d., s.p.). O
pargrafo 1 do artigo 216 estabelece alguns
dispositivos para a proteo do patrimnio cultural
brasileiro como tambm os responsveis por sua
preservao:
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1 - O Poder Pblico, com a
colaborao da comunidade,promover e proteger opatrimnio cultural brasileiro,por meio de inventrios,registros, vigilncia,tombamento e desapropriao,e de outras formas deacautelamento e preservao(BRASIL, 1988).
A finalidade de garantir e proteger o
Patrimnio cultural Brasileiro vai sendo reafirmada
ao longo de todo processo legislativo ordinrio
Constituio Federal, como, por exemplo, noDecreto-Lei n 25, de 30 de novembro de 1937 (Lei
Do Tombamento), na Constituio do Estado do
Esprito Santo e, inclusive, na Lei Municipal N
5.890, 1937 (PDM).
Cabe ao Poder Pblico seu entendimentocomo grande responsvel por incentivar, fomentar,
gerar oportunidades, financiar e apoiar os agentes,
instituies, comunidades que tm o enfoque na
proteo desses bens. Os pargrafos 2 e 3 do artigo
216 da Constituio Federal cuidam para que oconhecimento sobre esses bens protegidos, a histria
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que carregam, assim como as praticas, costumes e
manifestao sejam difundidos e incentivados.
2 Cabem administraopblica, na forma da lei, a gestoda documentao governamental eas providncias para franquear
sua consulta a quantos delanecessitem. 3 A lei estabelecer incentivospara a produo e o conhecimentode bens e valores culturais(BRASIL, 1988).
Nesse ponto fica clara a preocupao do
constituinte de que as novas geraes conheam
esses bens, a histria de seus ancestrais e sejam
inseridas a essas prticas culturais para que as
mesmas sejam assim respeitadas, preservadas e
perpetuadas. Esse aspecto do artigo importante de
ser percebido pois tem o intuito de colocar em
pratica o verdadeiro sentido para o qual se preserva
algo, para que as novas geraes tenham
conhecimento do mesmo, e reconheam a identidade
de seu povo ali.
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3 TOMBAMENTO
A palavra tombamento tem origem
portuguesa, e significa fazer o registro de algo de
valor para a comunidade, em livros especficos, num
rgo de Estado que cumpra tal funo. Atualmente
o tombamento um ato administrativo feito com a
devida aplicao da Decreto Lei n 25 de 30 de
novembro de 1937 que organiza a proteo do
patrimnio histrico e artstico nacional com o
objetivo de resguardar bens de valor histrico,
cultural, arquitetnico e ambiental, para que no
sejam destrudos ou descaracterizados (ESPRITO
SANTO, s.d) assim como a devida aplicao da
Constituio da Republica Federativa do Brasil que
versa sobre o patrimnio cultural brasileiro j
supracitada.
Os tombamentos podem serclassificados quanto amanifestao de vontade ouquanto a eficcia do ato. No
primeiro caso, os tombamentospodem ser voluntrios oucompulsrios. O tombamentovoluntrio aquele em que o
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proprietrio do bem a ser tombado
se dirige ao rgo competente eprovoca o tombamento de livre eespontnea vontade ou ainda,quando notificado do tombamento,concorda sem se opor ao ato detombamento. O tombamentocompulsrio acontece quando orgo competente d incio
ao processo de tombamento,notificando o proprietrio que,inconformado, procura,administrativamente oujudicialmente, opor-se aotombamento. Os tombamentospodero ser, quanto a eficcia doato, provisrios ou definitivos. Osprimeiros o so quando nofindou-se o processo detombamento, no obstante seusefeitos j se produzamprovisoriamente. O segundo tipo o tombamento fruto de ato perfeitoe acabado, do qual no cabe maisqualquer discusso. (OLMO, 2000,s.p).
Segundo Meirelles, apud Rodrigues Junior
(2015, s.p), o tombamento a declarao, pelo
Poder Pblico, da importncia histrica, artstica,
paisagstica, turstica, cultural ou cientfica de
coisas ou localidades que, por essa razo, devem ser
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preservados, de acordo com registro em livro
prprio. Cabe ressaltar, portanto, que:
[...] o tombamento pode seraplicado aos bens mveis eimveis, pblicos ou privados, decaracterstica cultural ou
ambiental. Todos os bens quepossurem referncia identidade,ao e memria dos diferentesgrupos formadores da sociedadebrasileira podero ser tombados.De acordo com a ConstituioFederal, no apenas os bensdotados de monumentalidade ouexcepcionalidade podero sertombados. Entre os bens passveisde tombamento, figuram cidades,praas, ruas, edifcios, obras dearte, mveis, livros, fotografias,florestas (RODRIGUES JUNIOR,2015, s.p).
Os entes responsveis pelo tombamentopodem ser a Unio atravs do Instituto do
Patrimnio Histrico e Artstico Nacional, pode
ainda ser realizado pelo Governo Estadual atravs
de sua secretaria da cultura, pelas administraes
municipais que tiverem lei especifica que versesobre, ou ainda em mbito mundial atravs do
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reconhecimento como patrimnio da humanidade
pelo ICOMOS/UNESCO. (ESPRITO SANTO, s.d).
Os bens tombados permanecemsob domnio e posse dosparticulares, mas sua utilizaopassa a ser limitada e
condicionada, podendo serimpostas, ainda, servides elimitaes satlites aos imveis davizinhana, quando se tratar debem imvel tombado e fornecessrio assegurar a proteo doque se denomina de seu entorno(MOREIRA NETO, 2014, p.512).
Ou seja, cabe dizer sobre a confuso por
muitos feita, que o tombamento no um
instrumento que procura vedar o exerccio da
propriedade do bem, mas tem nica e
exclusivamente o intuito de preservar a referncia
que o bem evoca por suas caractersticas
histricas, artsticas e culturais, e, portanto,
regular o uso deste, para que suas caractersticas
protegidas sejam mantidas. O tombamento pode
ter tambm o intuito de proteo e defesa de uma
comunidade contra o excesso de demanda do
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capital ou das presses demogrficas sofridas por
uma regio.
4 HISTORICO DA PRAA JERNIMO
MONTEIRO
A Praa Jernimo Monteiro, marcante
smbolo da identidade do cachoeirense abriga dois
monumentos tombados, em razo de seus valores
histrico, cultural e arquitetnico, o Palcio
Bernardino Monteiro e o Chafariz que se localiza ao
lado. O Palcio, obra rica em detalhes, atualmente
abriga a sede da prefeitura de Cachoeiro de
Itapemirim, mas tambm j foi sede de outras
instituies, como a escola Bernardino Monteiro,
motivo pelo qual o prdio foi inaugurado em 1912,
no governo de Jernimo Monteiro. (CACHOEIRO
DE ITAPEMIRIM, s.d).
O USO DO PRDIO DA ESCOLA- Na realidade, palcio palavraque inventaram quando o Prefeito
Valado tomou posse no segundomandato, tirando do Bernardino ameno para o qual ele prdio
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foi criado. Foi criado para ser
Escola e no Palcio. (Essesequestro da memria coletiva, apartir da mudana do nome deEscola para Palcio, estmatando a identidade da Escola eda percepo da sociedade sobreela).O ENSINO - O ensino, como era
escola de ponta naquela poca,acredito fosse da melhorqualidade, certamente o era comrelao s outras escolas dacidade, construdas anteriormente.Mas dessa matria no tenhocincia, exceto informaes gerais.Sugiro a leitura do recente livro daProf. Lidiane Picoli, que tem comottulo O Grupo EscolarBernardino Monteiro (pode serencontrado na Secretaria deCultura, no Palcio, bem comodo Relatrio de 1918 (cinco anosaps a fundao da Escola), doProfessor Domingos Ubaldo LopesRibeiro, o qual possodisponibilizar cpia.QUEM (CLASSE SOCIAL)FREQUENTAVA A ESCOLA -Acredito que a escola tinha maisalunos de (usando terminologiaatual) classe mdia e alta do quede classes abaixo dessas duas, masa classe pobre a frequentava, sim.
Tanto que, em relatrio de 1918, oento Diretor da Escola, ProfessorDomingos Ubaldo, criticava
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fortemente noticia que se
espalhara, de que os pobres no opodem frequentar porque se exigecalado. Mais frente, norelatrio, diz o ProfessorDomingos Ubaldo que, emprincpio um mal no exigircalado, depois de relatar que asmesmas notcias justificam-se (na
opinio dos noticiantes), que taltese prejudicial casa deeducao que dirijo, ou seja, queos alunos pobres procuram outrasescolas porque estas no exigemcalado. (Estou dizendo etranscrevendo o episdio dosalunos calados, sob o ponto devista pessoal de que, poca,quem calava sapatos era declasse mais abastada, ao contrriodos menos abastados, quefrequentariam o Bernardinodescalos). Kleber Massena, quenasceu em 1908, e estudou noBernardino nos primeiros anos daescola, deu depoimento muitoimportante, de que os pobrestambm estudavam l, com certadificuldade, mas estudavam depoimento ao jornalista LuzimarNogueira Dias, em 1985.(MANSUR, 2016, s.p)
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Foto 1 - Escola Bernadino Monteiro
Fonte: Jornal Fato
Foto 2Ponto de nibus em frente ao Belas Artes
Fonte: Acervo Jornal Sete dias, 1950
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Foto 3 - Praa Jernimo Monteiro em sua poca
mais bonita com arvores frondosas, cinema central eo vai e vem dos namorados.
Fonte: Acervo Jornal Sete dias
Foto 4Praa Jernimo Monteiro, anos 80
Fonte: Acervo Flecha Branca, 1980
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Foto 5 Praa Jernimo Monteiro com seus encantos, vendo-
se ao fundo o prdio Gil Moreira, famlia Vilas e RestauranteBelas Artes
Fonte: Acervo Jornal Sete Dias, 1947.
Foto 6Praa Jernimo Monteiro com o antigo pontos de taxise os bares Vitoria e Madureira. Naquele tempo, os nibus daviao Itapemirim mantinham o embarque de seuspassageiros no local onde , hoje, o Edifcio Primus
Fonte: Acervo Flecha Branca, 1958
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O imvel patrimnio histrico, tombado pelo
Conselho Estadual de Cultura no dia 06 de agosto
de 1985. O prdio hoje conta com espaos culturais
de relevante importncia para a cidade como a sala
Levino Fanzeres disponibilizada para exposies
artsticas, cientficas, culturais, lanamentos de
livros e outros eventos e ainda a Sala dos prefeitos
que expe fotos de todos os prefeitos que
administraram a cidade, desde 1914. Um acervo de
incomensurvel importncia dentro do contexto
histrico-cultural do municpio, fonte de pesquisa
para estudantes, educadores e afins, desenvolvido
dentro do projeto Resgate e Registro, da atual
administrao. (CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM,
s.d, s.p).
Tenho notado certo resgate daPraa Jernimo Monteiro, paraeventos culturais, no tantoquanto gostaria, mas alguma coisatem sim e est aumentando (aindaque no na rapidez que se faznecessria).Toda cidade deinterior, principalmente cidade deinterior, funciona e vive a partirde seu Centro; quando nadaporque nele que se comeam (e
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permanecem) tradies e cultura
locais. O abandono do centrosignifica abandono dos valoreslocais essenciais que devem serpreservados (MANSUR, 2016, s.p).
Alm do palcio, h ainda a presena do
Chafariz, que infelizmente a anos est desativado,
tendo seu funcionamento restrito na realidade ate a
dcada de 80, depois disso, no se sabe o motivo,
mas no funcionou de forma contnua mais. O
presente monumento agora se resume a um buraco
no cho, depois de inmeras reformas, inclusive at
j foi enterrado a pedido da prefeitura, para que ali
fosse feito um prespio de natal, a alguns anos
(LOUZADA, s.d).
Foto 7 Chafariz da Praa Jernimo Monteiro em
funcionamento
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Fonte: Prefeitura De Cachoeiro de Itapemirim, 2014
Foto 8Chafariz da Praa Jernimo Monteiro desativado
Fonte: Tripadivisor Brasil
[...] seja do ponto de vistaturstico, seja do ponto de vistacultural e de patrimnio imaterialcidade que se esquece de seupatrimnio histrico, como, deuma forma ou de outra esses doispatrimnios e outros foram
esquecidos... no s mereceesquecimento, como seresquecida (MANSUR, 2016. s.p).
Apesar do total descaso com uma construo
que ajuda a contar a histria do municpio, a praa
segue bonita e inspiradora, com a presena de
bustos de personalidades famosas, suas palmeiras
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imperiais e a cotidiana presena de feiras de
artesanato local (LOUZADA, s.d).
5 CONTEMPORANEIDADE DA PRAA
JERONIMO MONTEIRO
grande e forte a presena do publico jovem
na praa, com atividades esportivas como corrida,
skates e afins, e com atividades artsticas como
teatros e a cantada de natal que acontece todos os
anos na cidade, aos quais a histrica praa serve de
palco. Alm disso, mister destacar que
recentemente a festa da cidade voltou a acontecer
na prpria praa, alm de ser o local principal de
protestos e reivindicaes dos moradores do
municpio.
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Foto 10De acordo com a organizao, cerca de 3 mil pessoas
foram as ruas de Cachoeiro para protestas contra o PT e ogoverno Dilma
Fonte: Folha Vitoria, 2016
Foto 11 - Revezamento da Tocha Olmpica em Cachoeiro adcima quarta cidade a receber no Brasil e a primeira do ES
Fonte: Leandro Martins, 2016
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Foto 12Pea de teatro na Praa Jernimo Monteiro
Fonte: CIA Encena, 2014
Como j supracitado apesar das inmeras
atividades que acontecem no local diariamente tem-
se um verdadeiro abandono por parte do poder
publico quanto aos bens daquele local, exemplo
claro disso o chafariz que segue desativado, semcontar com o incentivo muito pequeno da prefeitura
a essas atividades dirias que mantm viva a
memria e a importncia do local, principalmente
para os jovens, que tanto precisam reconhecer o
patrimnio de sua cidade. Obviamente que h simum incentivo, financeiro e estrutural, toda via este
pequeno. Reconhecer a verdadeira importncia da
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praa na vida dos indivduos que a frequentam e
investir forte, em esporte, cultura e nas atividades
didticas da praa essencial.
Foto 13Feira de Artesanato na Praa Jernimo Monteiro
Fonte: ALVES, 2016
Alm disso, importante ainda incentivar
cada vez mais a frequentao diria de outros
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pblicos no local, alm dos jovens, como ao os
idosos, para que haja recuperao os sentimentos
saudosistas do local. Atualmente ocorre na praa
feirinhas de artesanato, que so muito positivas e
que atraem muito esse publico, alm de valorizar o
artesanato local.
6 CONSIDERAOES FINAIS
Atravs deste artigo pode-se perceber o valor
do patrimnio cultural e a influencia significativa
que este exerce na vida daqueles que o frequentam,
o apreciam e por muitas vezes dependem. A
relevncia da praa Jeronimo Monteiro transcende
o limite de bem cultural, tombado e importante para
a histria de seu povo, hoje ela toma novo status e
passa a ser importante no presente da vida de
muitos indivduos, indivduos estes que dependem
dela para propagar sua arte, j que esta serve de
feira para os arteso, de palco para o teatro, de
pista para os skatistas e corredores, e
principalmente local pelo qual o povo se faz ser
escutado atravs de seus protestos.
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mister ainda destacar a importncia que a
praa tem no resgate da memria do cachoeirense,
para que esse se reconhea como tal, e tenha
orgulho da terra ao qual se origina. Esse aspecto
imprescindvel para alavancar um processo de
aumento da autoestima da populao, j que
culturalmente o braseiro tende a valorizar aquilo
que de fora, que lhe estranho, e esquece-se de
olhar para sua prpria essncia e enxergar nela
caractersticas que devem ser valorizadas e
reconhecidas, para que assim se aprecie o que
realmente tem valor, alm de todas as imposies
da mdia que muito influencia nesse processo de
baixa autoestima e de descaso com os bens que
verdadeiramente pertencem ao povo.
7 REFERNCIAS
ALVES, Sirlei. Artes Mara Dorigheto, com Artes eartesanato em cabaas e sementes, 2016. Disponvelem:
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https://www.facebook.com/hashtag/cachoeiro?source=feed_text&story_id=1175809522451687https://www.facebook.com/hashtag/cachoeiro?source=feed_text&story_id=1175809522451687https://www.facebook.com/hashtag/cachoeiro?source=feed_text&story_id=1175809522451687 -
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O TOMBAMENTO E A INTERVENO DO
ESTADO NA PROPRIEDADE PRIVADA EM PROL
DA PRESERVAO DO PATRIMNIO
CULTURAL.
Bianca Gatinho Ruas7Gabriel Ayres Polonini8
Lucas Fernandes Hemerly.9
Resumo: O presente artigo tem por escopo examinar otombamento e a interveno do estado na propriedade privadaem prol da preservao do patrimnio cultural, tendo apropriedade privada no mais absoluta. Seu uso no podeopor-se aos interesses gerais, mesmo no pas como o Brasil emque a constituio assegura o incorruptvel dos direitosrespectivos vida, liberdade, segurana e propriedade,
sendo condicionada a uma funo social. E na Constituio, notvel a preocupao dos constituintes no patrimnio culturalno pas, por esse motivo constituram os bens de naturezamaterial e imaterial, tomados em conjunto ouindividualmente, portando de referncia identidade, ao, memria dos vrios grupos que se formaram da sociedadebrasileira. De acordo com o Artigo 23, inciso III da CF, incluientre as funes de competncia comum da Unio, aosEstados, E ao distrito Federal a competncia concorrente paraestabelecer a proteo ao patrimnio histrico, cultural, osmonumentos, as paisagens naturais e os stios arqueolgicos, oque significa que a Unio se limita a estabelecer normasgerais, seguindo os Estados a sua completa competncia.
7Aluna do 3 perodo do Curso de Direito da Multivix - Unidade deCachoeiro de Itapemirim-ES. E-mail: biaruuas@gmail.com8Aluno do 3 perodo do Curso de Direito da Multivix - Unidade de
Cachoeiro de Itapemirim-ES. E-mail:Gabriel.ayrespolonini@gmail.com9 Aluno do 3 perodo do Curso de Direito da Multivix - Unidade deCachoeiro de Itapemirim-ES. E-mail: lucas_fernandes-hemerly@hotmail.com
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Tendo como espcies de tombamento o voluntario fica sendo se
o respetivo proprietrio pedir o tombamento ou se oproprietrio vier a aprovar por escrito notificao de que sedeixou o meio administrativo para o proprietrio pedir otombamento sendo que no mostra antecipadamentevisualizar esse instituto jurdico como desnaturado dapropriedade. E o tombamento compulsrio pode ocorrer sobreduas espcies, a primeira, o proprietrio notificado e deixa deacertar por escrito ou no discute no prazo de 15 dias, sendoassim se forma o tombamento compulsrio.
Palavras-chave: Tombamento. Propriedade privada.Voluntario. Compulsrio.
1 CONSIDERAES INICIAIS
Na Constituio de 1988, os constituintes
notaram uma preocupao relacionada ao
patrimnio cultural do pas, com isso cabendo a
Unio, os Estados, ao Distrito Federal e aos
Municpios proteger os Documentos, as obras e
outros bens de valor histrico, artstico e cultural, os
monumentos, as paisagens naturais notveis e os
stios Arqueolgicos, como est descrito no Art 23
III, sendo bens que constituem o patrimnio
cultural brasileiro.
A propriedade privada no mais absoluta.
Seu uso no pode opor-se aos interesses gerais,
mesmo no pas como o Brasil em que a constituio
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assegura o incorruptvel dos direitos respectivos
vida, liberdade, segurana e propriedade,
sendo condicionada a uma funo social.
Tendo vrios meios em que podem ser
utilizados pelo Estado para intervir na propriedade
privada, dependendo ao que se diz respeito
quantidade e ao regime legal respectivo,
estabelecido pelo ordenamento jurdico. Esses meios
so, limitaes administrativas, a ocupao
temporria, a servido administrativa, na qual se
encaixa o tombamento, o parcelamento e a
edificao compulsrios, que no retiram o domnio
da interveno na propriedade privada. A requisio
e a desapropriao, que uma hora retira e a outra
no retira o domnio, so vistas como meios radicais
para obter a propriedade particular, sendo esses
meios a limitao administrativa, ocupao
temporria, servido administrativa, tombamento e
registro, parcelamento e edificao compulsrios e
pr fim a requisio.
O tombamento pode ser tanto um bem
mvel quanto imvel dotado de nome prprio,
estabelecida sempre que o Poder Pblico deseja
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preservar certo bem, pblico ou privado, em relao
ao seu valor histrico, cultural, artstico, turstico e
paisagstico. Certos autores no consideram o
Tombamento como uma natureza de servido.
Mesmo sendo forte o argumento no impressiona,
pois, o elemento dominante tanto pode ser um
prdio como um servio pblico, sendo isso uma
medida em que cabe ao Estado garantir que todos
tenhamos direitos culturais.
O tombamento sempre considerado uma
restrio parcial, sendo assim no impede ao
particular o exerccio do direito ao seu domnio
inerente, por esse motivo no se d, em regra, o
direito de indenizao, para ter uma compensao
pecuniria, ento o proprietrio por conta disso
dever demonstrar que sofreu alguns prejuzos em
decorrncia do tombamento, sendo feito isso para
proteger o bem, o Poder Pblico teve que impor uma
restrio total, de uma maneira que impea o
proprietrio de exercer todos os poderes ao domnio,
para desapropriar o bem e no efetuar o
tombamento, uma vez que essa restrio passiva.
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Contudo o tombamento pode ser, quanto
Constituio ou procedimento, de oficio, voluntario
ou at mesmo compulsrio; quanto eficcia que
pode ser provisrio ou definitivo; quanto aos
destinatrios podendo ser geral ou individual. De
acordo com o Decreto-lei n 25/37, o tombamento
distingue-se conforme atinja os bens pblicos ou
particulares, quando refletido sobre os bens
pblicos, tendo o tombamento de oficio, que se
processa conforme a simples notificao entidade
a quem pertence, esta entidade sendo a Unio, o
Estado ou Municpio, sob cuja a guarda estiver a
coisa tombada.
O tombamento compulsrio, iniciado pelo
Poder Pblico, mesmo sendo contra a vontade do
proprietrio. J o tombamento provisrio, que
ocorre com o proprietrio se notificando, que produz
os mesmos efeitos que o definitivo, excerto quanto
transcrio do registro de imveis, sendo exigido
somente pelo tombamento definitivo. Porem a outra
classificao de tombamento, sendo elas quanto aos
destinatrios, considerando o individual, atinge um
bem determinado, e o outro o geral, que acerta
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todos os bens citados em um bairro ou em uma
cidade.
O tombamento poder atingir bens
pertencentes a pessoa pblica ou a pessoa privada, o
mesmo sendo pessoa fsica ou pessoa jurdica. Sendo
que no primeiro caso o tombamento comunicado,
ou seja, entidade a quem pertencer ou que esteja
com a guarda da coisa tombada, com fins de
produzir os necessrios efeitos. (Artigo 5). Porm o
Decreto-lei no prev o recurso contra o ato
administrativo que determina o tombamento. No
utilizando a nomenclatura tombamento
compulsrio e voluntario, sendo de qualquer modo
empregada para as pessoas privadas, que se deve
admitir que a entidade que foi atingida pelo
tombamento possa responder perante o Instituto do
Patrimnio Histrico e Artstico Nacional. Seria til
se as razoes focem expostas a contraria, para que
tambm possa ter interesse no acaso divergente na
prpria administrao Pblica, expressamente
conhecidos e devidamente ponderado. Tratando do
bem da pessoa privada dividindo o tombamento em
voluntario e compulsrio.
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O tombamento considerado um meio de
procedimento, ou seja, de uma sucesso dos atos
preparatrios at o ato final que a inscrio do
bem no livro do tombo, ento esse procedimento
pode variar conforme a modalidade de tombamento,
isso sendo qualquer das modalidades, tem que
existir a manifestao do rgo tcnico que no
mbito federal o Instituto do Patrimnio Histrico
e Artsitico Nacional.
Sendo assim no nos parece procedentes a
crtica, tendo em vista que o dispositivo s ir
autorizar o cancelamento por motivos de interesse
pblico, o que requer a motivao, perante o
judicirio, por parte do Presidente da Repblica.
Sendo verdade que a proteo do patrimnio
cultural dever do Estado precisamente pelo seu
interesse pblico, no sendo menos verdade que
esse interesse pode, em determinado momento,
conflitar com os demais, tendo relevantes e
merecedores de proteo, sendo que um deles ter
que ser sacrificado para que o critrio da autoridade
a quem a lei confundiu com o poder de deciso.
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2 INTERVENO DO ESTADO NA
PROPRIEDADE: O INTERESSE PBLICO EM
DETRIMENTO DO INTERESSE PRIVADO
A propriedade privada no mais absoluta.
Seu uso no pode opor-se aos interesses gerais,
mesmo no pas como o Brasil em que a constituio
assegura o incorruptvel dos direitos respectivos
vida, liberdade, segurana e propriedade,
sendo condicionada a uma funo social.
Aquela propriedade privada, sendo contra
todos e contra o prprio Estado, no existe mais, e
para o bem comum o estado pode intervir, valendo-
se dos institutos da limitao administrativa, da
servido administrativa em que se inclui o
tombamento, de uma ocupao temporria, da
requisio, da desapropriao, do parcelamento e
edificao compulsria. A interveno na
propriedade privada conceituada como sendo toda
a ao em que o Estado, compulsoriamente,
restringe ou retira direitos dominiais do
proprietrio. (GASPARINI, 2012, p. 886).
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A vrios meios em que podem ser utilizados
pelo Estado para intervir na propriedade privada,
dependendo ao que se diz respeito quantidade e ao
regime legal respectivo, estabelecido pelo
ordenamento jurdico. Esses meios so, limitaes
administrativas, a ocupao temporria, a servido
administrativa, na qual se encaixa o tombamento, o
parcelamento e a edificao compulsrios, que no
retiram o domnio da interveno na propriedade
privada. A requisio e a desapropriao, que uma
hora retira e a outra no retira o domnio, so vistas
como meios radicais para obter a propriedade
particular, sendo esses meios a limitao
administrativa, ocupao temporria, servido
administrativa, tombamento e registro,
parcelamento e edificao compulsrios e pr fim a
requisio.
A limitao administrativa uma
interveno na propriedade. conhecida como nada
imposio do Estado, de carter geral, que
condiciona direitos dominiais do proprietrio,
independentemente de qualquer indenizao.
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As limitaes administrativas
precedem de ordem pblica (noadmitindo acertos ou composies dosseus respectivos contedos) que seconcretizam sob as trs modalidadesseguintes: positiva, negativa epermissivas. Sendo a primeiraadministrado-proprietrio obrigadoa fazer o que o exige a administraopblica. (GASPARINI, 2012, p. 887).
Essas espcies de limitaes administrativas
so exemplos a obrigao de construir muro no
alinhamento ( o lim
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