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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
Os Mecanismos de Controle Interno como Forma de Evitar
Fraudes Nos Ambientes de Caixa e Tesouraria no Banco do
Brasil
Por: Marcelo Augusto Signorelli Fernandes
Orientador
Prof.ª Luciana Madeira
Rio de Janeiro
2013
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
Os Mecanismos de Controle Interno como
Forma de Evitar Fraudes Nos Ambientes
de Caixa e Tesouraria no Banco do Brasil
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Auditoria e Controladoria
Por: Marcelo Augusto Signorelli Fernandes
3
AGRADECIMENTOS
Ao amigo Daniel Macedo que me
incentivou a realizar esta pós-
graduação, e tem sido ao longo dos
últimos três anos, meu mentor
profissional.
4
DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia ao meu
companheiro Sidney do Espírito Santo
Junior, parceiro de tantos momentos, que
sempre me incentiva a progredir e
aprimorar meus conhecimentos.
5
RESUMO
Este trabalho consiste de estudo teórico sobre os mecanismos de
controle existentes no Banco do Brasil, relativo aos ambientes de caixa e
tesouraria.
Serão apresentadas definições de controles internos, serão elencados
os mecanismos de controle, os riscos bancários e a importância da supervisão
bancária para consolidar um ambiente de controles internos.
Serão descritos os três acordos de Basiléia, implantados com intuito de
reforçar a solidez e a estabilidade do sistema bancário internacional e
minimizar as desigualdades competitivas entre os bancos internacionalmente
ativos.
Será demonstrada a eficácia dos controles internos dos processos
relevantes para o Banco do Brasil, avaliada anualmente pela Diretoria de
Controles Internos, assegurando que as informações repassadas ao mercado
são verdadeiras, completas, precisas e não contêm dados e/ou citações que
possam induzir o investidor ao erro.
Serão descritos os mecanismos de controle existentes nos ambientes
de tesouraria e caixa no Banco do Brasil, e como estes mecanismos dificultam
a ocorrência de fraudes nestes ambientes.
6
METODOLOGIA
Este trabalho abordou um estudo teórico dos mecanismos de Controles
Internos existentes em instituições financeiras, elencando os mecanismos de
controle existentes no Banco do Brasil, relativos aos ambientes de caixa e
tesouraria. Tem por objetivo central avaliar a eficiência dos controles no intuito
de minimizar erros e fraudes nos ambientes de tesouraria e caixa.
O presente trabalho foi beneficiado pela pesquisa dos normativos do
Banco do Brasil, das informações contidas em sua página na internet e
também de apostila de Controles internos utilizada como material de estudo
para a Certificação Interna em Controles Internos do Banco do Brasil.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - CONTROLES INTERNOS 10
CAPÍTULO II - SUPERVISÃO BANCÁRIA 15
CAPÍTULO III – CONTROLES INTERNOS NO
BANCO DO BRASIL 21
CAPITULO IV – CONTROLES INTERNOS NO AMBIENTE DE TESOURARIA E CAIXA 35 CONCLUSÃO 37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 38
ANEXOS 39
ÍNDICE 46
8
INTRODUÇÃO
Quando se pensa num banco, a primeira coisa que vem à mente é
sempre a mesma ideia: SOLIDEZ E CONFIANÇA. A disposição dos
poupadores de entregar seus recursos a um banco pressupõe que tenham
absoluta confiança na integralidade financeira da instituição.
Os bancos têm um único ativo que realmente conta: a confiança do
público, da qual depende a sua imagem, a sua reputação e, é claro, a sua
continuidade operacional. A chave para a manutenção da integridade
financeira de um banco e da preservação da sua confiabilidade é a garantia
de que todas as operações sejam conduzidas dentro de padrões elevados de
análise, gestão e controle dos riscos.
Como a experiência histórica ensina, a perda generalizada de
confiança no sistema bancário faz com que os indivíduos e as empresas
busquem uma retirada rápida de seus depósitos para mantê-los líquidos ou
aplicados em ativos reais.
Um banco, como qualquer outra empresa, precisa aplicar seus
recursos em ativos produtivos para obter a rentabilidade demandada pelos
seus acionistas. Mas sempre se deve considerar que os bancos constituem um
tipo de empresa muito especial, na qual as decisões particulares e privadas de
aplicação de recursos podem ter repercussões sociais negativas muito fortes,
se os riscos que cercam tais operações não forem adequadamente
identificados e controlados. A história dos bancos, no mundo e no Brasil, está
repleta de colapsos, que trouxeram dolorosas consequências para os
poupadores, para a economia e para a sociedade, entre os quais se destacam
os casos Barings, Marka, FonteCindam, Société Générale e Barclays.
Os problemas que geraram as perdas nesses bancos estão
relacionados à mudança repentina das condições de mercado e à inexistência
de controles internos básicos como: segregação de funções, dupla
conferência, conciliações e controles automatizados.
São três os elementos de uma administração bancária de alto nível:
uma governança atuante, um sistema válido de gestão de riscos e um sistema
9
de controles internos completo, abrangente e rigoroso. Deve haver uma
Governança Corporativa atuante no banco e, para que os riscos desse banco
sejam minimizados, ela deve zelar pela instalação de um sistema efetivo de
análise de riscos e um sistema de controles internos.
Os controles internos são importantes para o desenvolvimento e a
continuidade operacional de um banco forte, rentável e de boa imagem, já que
eles asseguram, de forma razoável, que este tenha os seus ativos ou os seus
clientes em segurança. Torna-se essencial que sejam destinados aos órgãos
de controles internos recursos, pessoas e, a valorização profissional que a sua
importância exige.
Como os mecanismos de controle evitam a ocorrência de fraudes
dentro dos ambientes de caixa e tesouraria? Esta é a pergunta central que
será respondida por este estudo. Será avaliada a eficiência dos controles no
objetivo de impedir fraudes nos ambientes de caixa e tesouraria.
No primeiro capítulo serão abordados os conceitos e mecanismos dos
Controles Internos, suas características e os riscos bancários.
No segundo capítulo serão tratados aspectos da supervisão bancária,
sua importância e os acordos de Basiléia I, II e III.
No terceiro capítulo serão descritos os Controles Internos existentes no
Banco do Brasil, a validação do modelo de risco no banco, a Gestão Estratégia
de Segurança adotada e da Gestão de Riscos no BB.
No quarto capítulo serão elencados os mecanismos de Controle
Interno existentes no Banco do Brasil no ambiente de tesouraria e caixa.
A conclusão trará a resposta à questão formulada, evidenciando a
importância dos mecanismos como elementos eficazes para minimizar a
ocorrência de erros e fraudes.
10
CAPÍTULO I
CONTROLES INTERNOS
1.1 CONCEITO DE CONTROLE INTERNO
Através da leitura dos conceitos dados por vários autores que se
ocuparam do assunto, nota-se que não existe uma unidade de pensamento
sobre o que se deve entender por CONTROLE INTERNO.
O Comitê de Procedimentos de Auditoria do Instituto Americano de
Contadores Públicos Certificados, conceitua Controle Interno como sendo:
"O Controle Interno compreende o plano de organização e todos os
métodos e medidas adotadas na empresa para salvaguardar seus ativos,
verificar a exatidão e fidelidade dos dados contábeis, desenvolver a eficiência
nas operações e estimular o seguimento das políticas executivas prescritas."
Attie, (1984, p.61).
Ainda de acordo com Attie (1984, p.64) o conceito de controle interno
pode ser traduzido como sendo “o conjunto de políticas operacionais,
procedimentos e definições na estrutura organizacional, operado por pessoal
capacitado, que visam salvaguardar os ativos da empresa, assegurar que as
informações contábeis sejam fidedignas e estimular a eficiência nas
operações”.
Segundo Almeida (2007, p.63), “O controle interno representa em uma
organização o conjunto de procedimentos, métodos ou rotinas com o objetivo
de proteger os ativos, produzir dados contábeis confiáveis e ajudar a
administração na condução ordenada dos negócios da empresa”.
A Instrução Normativa n.º 16, de 20.12.91, do Departamento de
Tesouro Nacional, conceitua Controle Interno como sendo:
"O conjunto de atividades, planos, métodos e procedimentos
interligados utilizado com vistas a assegurar que o objetivo dos órgãos e
entidades da administração pública sejam alcançados, de forma confiável e
concreta, evidenciando eventuais desvios ao longo da gestão, até a
consecução dos objetivos fixados pelo Poder Público."
11
A Instrução SEST n.º 02, de 05.10.86, estabelece como orientação
específica, as "NORMAS PARA O EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA
AUDITORIA INTERNA", estabelecidas pelo Instituto dos Auditores Internos do
Brasil, que define Controle Interno como sendo:
"Qualquer ação tomada pela administração (assim compreendida tanto
a Alta Administração como os níveis gerenciais apropriados) para aumentar a
probabilidade que os objetivos e metas estabelecidos sejam atingidos. A Alta
Administração e a gerência planejam, organizam, dirigem e controlam o
desempenho de maneira a possibilitar com razoável certeza essa realização."
Como podemos ver o conceito é bastante abrangente. O que se
verifica, de imediato, é que o Controle Interno refere-se não apenas aos
aspectos diretamente relacionados às funções de contabilidade e finanças,
mas sim a todos os aspectos das operações de uma empresa.
O termo "controles internos" significa todas as políticas e
procedimentos adotados pela administração de uma entidade para ajudá-la a
atingir o objetivo de assegurar, tanto quanto for praticável, um modo ordenado
e eficiente de conduzir seus negócios, incluindo o cumprimento de políticas
administrativas, a salvaguarda de ativos, a prevenção e detecção de fraude ou
erro, a precisão e integridade dos registros contábeis, e a preparação oportuna
de informações financeiras confiáveis.
O sistema de controle interno vai além das questões diretamente
relacionadas com as funções do sistema contábil e abrange:
a) O ambiente de controle: significa a atitude, consciência e ações
globais dos diretores e da administração com relação ao sistema de controle
interno e sua importância para a entidade. O ambiente de controle tem um
efeito sobre a eficácia dos procedimentos de controle específicos. Um
ambiente de controle forte, por exemplo, com controles orçamentários estritos
e uma função de auditoria interna eficaz, pode complementar
significativamente os procedimentos de controle específicos. Todavia, um
ambiente forte, por si só, não garante a eficácia do sistema de controle interno.
Entre os fatores que se refletem no ambiente de controle estão:
12
O funcionamento do conselho de administração e seus comitês.
A filosofia e estilo operacional da administração.
A estrutura organizacional da entidade e os métodos de atribuir
autoridade e responsabilidade.
O sistema de controle da administração, incluindo a função de auditoria
interna, políticas de pessoal e procedimentos e segregação de funções.
b) Procedimentos de controle: significa as políticas e procedimentos,
além do ambiente de controle, que a administração estabeleceu para atingir os
objetivos específicos da entidade. Os procedimentos de controle específicos
incluem:
Relatar, revisar e aprovar conciliações,
Conferir a precisão aritmética dos registros.
Controlar aplicativos e o ambiente de Sistemas de Informação
Computadorizados, por exemplo, estabelecendo controles sobre
mudanças de programas de computador, acesso a arquivos de dados,
etc.
Manter e revisar balancetes e contas de controle.
Aprovar e controlar documentos.
Comparar dados internos com fontes externas de informações.
Comparar os resultados das contagens de caixa, títulos e estoques com
os registros contábeis.
Limitar o acesso físico direto a ativos e registros.
Comparar e analisar os resultados financeiros com os valores orçados.
Os problemas de Controle Interno encontram-se, na empresa
moderna, em todos os seus segmentos: vendas, fabricação, desenvolvimento,
compras, tesouraria, etc. O exercício de um adequado controle sobre cada
uma dessas áreas assume fundamental importância para que se atinjam os
resultados mais favoráveis com menores desperdícios.
É impossível conceber uma empresa que não disponha de controles
que possam garantir a continuidade do fluxo de suas operações e informações
13
propostos. Por analogia, toda empresa possui controles internos. A diferença
básica é que estes podem ser adequados ou não.
A função de contabilidade como instrumento de controle administrativo
é hoje unanimemente reconhecida. Um sistema de contabilidade que não
esteja apoiado em um Controle Interno eficiente e, até certo ponto, inútil, uma
vez que não é possível confiar nas informações contidas em seus relatórios.
Informações contábeis distorcidas podem levar a conclusões erradas e
danosas para a empresa.
1.2 CARACTERÍSTICAS DO CONTROLE INTERNO
Segundo Attie (1984), um controle interno adequado é aquele
estruturado pela administração e que propicia uma razoável margem de
garantia que os objetivos e metas serão atingidos de maneira eficaz, eficiente
e com a necessária economia.
Razoável margem de garantia pode ser entendida como medidas de
efetividade e a custos razoáveis, estabelecidas para evitar desvios ou restringi-
los a um nível tolerável.
Isso significa que erros e procedimentos ilegais ou fraudulentos serão
evitados e, na sua ocorrência, serão detectados e corrigidos dentro de curto
prazo, pelos funcionários, como parte de suas funções habituais.
Medidas de efetividade e de custos razoáveis são a decorrência do
conceito de comparar o valor do risco ou da perda potencial contra o custo do
controle respectivo.
Controles eficientes permitem cumprir os objetivos de maneira correta
e tempestiva com a mínima utilização de recursos.
1.3 OS RISCOS BANCÁRIOS
De acordo com a categorização dos riscos utilizada em Basiléia desde
1998, e que vem se constituindo na classificação adotada universalmente
pelos bancos, os riscos a que um banco está exposto são os seguintes:
14
Riscos de crédito: perda potencial que teria origem na falta de
cumprimento da obrigação de pagar por parte de um tomador de
empréstimo ou uma transação.
Risco de mercado: perda potencial que seria causada por um
movimento negativo dos preços de mercado dos títulos/contratos
possuídos por um banco e poderia ter origem, por exemplo, em
variações nas taxas de juros, nas taxas de câmbio ou nas cotações de
ações.
Riscos operacionais: perda potencial não esperada, que poderia advir
de sistemas de informação deficientes, problemas operacionais, falhas
ou omissões nos controles internos, fraudes e catástrofes ou outras
causas não previstas.
Riscos legais: perda potencial não esperada, que poderia ser causada
ou pela incapacidade jurídica de fazer com que sejam cumpridos
contratos e acordos feitos, ou que teriam origem em processos ou
julgamentos contrários aos interesses do banco.
Riscos de liquidez: perda potencial não esperada que teria origem na
incapacidade de um banco de fazer frente às suas obrigações
financeiras. Muitas podem ser as causas da iliquidez. O estudo de casos
demonstra que uma delas é a impossibilidade, temporária ou definitiva,
de se suprir de fundos (esse risco é chamado de incapacidade de
financiamento ou risco de funding). Outra é a incapacidade de vender
títulos para cobrir suas obrigações, sem fazer cair de forma brutal os
preços, o que ocorre em momentos de crise ou de pânico (esse é o
risco de iliquidez de mercado ou Market Liquiditiy Risk). Outra causa
ainda pode ser a excessiva concentração em determinados setores, que
inesperadamente perde sua capacidade de pagamento (esse é o
chamado risco de liquidez por excesso de concentração em
(determinado setores problemáticos ou Adverse Concentration Risk).
Riscos de reputação ou de imagem: perda potencial não esperada, que
poderia ter origem numa publicidade adversa ou uma exposição
negativa junto ao público, seja essa verdadeira ou não. As perdas
15
poderiam advir, por exemplo, de redução da base de clientes, redução
de receitas, aumento dos custos de comercialização ou no incremento
de litígios (contra o banco).
Riscos estratégicos: perda potencial não esperada, que pode ter origem
numa situação ou decisão estratégica, especialmente quando ela é
irreversível e poderia ter um elevado potencial destrutivo sobre os
resultados do banco. Tais riscos poderiam ter origem, por exemplo, em
aquisições problemáticas de outros bancos, numa orientação de funding
que poderia levar a descasamentos significativos ou mesmo numa
atuação em desacordo com as leis e regulamentos do país.
No próximo capítulo serão abordados os acordos de Basiléia e a
importância da supervisão bancária.
16
CAPÍTULO I I
SUPERVISÃO BANCÁRIA
2.1 IMPORTÂNCIA DA SUPERVISÃO BANCÁRIA
Felizmente, com as lições obtidas ao longo da história, hoje são bem
conhecidos os meios para que sejam evitadas as falências bancárias e seja
preservada a estabilidade financeira de uma economia, com um grau razoável
de garantia. Tais meios são:
a existência, no sistema financeiro de cada país, de uma supervisão
oficial abrangente, criteriosa e rigorosa dos bancos e de suas
operações;
a atuação, em cada banco do sistema financeiro, de uma administração
consciente, competente e efetiva.
O papel dos supervisores oficiais é indispensável para a manutenção
da estabilidade de um sistema financeiro e não pode ser substituído por
qualquer outro mecanismo, porque somente eles, exclusivamente, é que:
possuem visão geral dos riscos do sistema financeiro como um todo;
têm neutralidade necessária para solicitar informações, acompanhar e
avaliar as exposições de risco de cada banco e verificar a qualidade de
seus sistemas de informação e de seus controles internos;
estão na posição de poder observar as grandes tendências
apresentadas pelas operações das organizações bancárias, em seu
país e no mundo;
podem exigir o cumprimento de leis e regulamentos do setor;
podem exigir que sejam tomadas prontamente as ações corretivas
necessárias para sanar problemas financeiros ou de má gestão, ainda
não conhecidos pelo mercado, evitando desestabilizar o sistema.
Entretanto, segundo os próprios supervisores oficiais, seu papel no
sistema financeiro é suplementar e subsidiário, já que o papel principal é
desempenhado pela administração de cada instituição bancária.
17
Entre os elementos de uma administração bancária competente,
destacam-se: uma governança atuante; um sistema válido de gestão de riscos;
um sistema de controles internos completo, abrangente e rigoroso.
A transparência, a redução de riscos e o cumprimento de leis e normas
sempre foram aspectos importantes para as corporações em qualquer parte do
mundo.
Aliado à governança e à gestão de riscos, o compliance forma o tripé
fundamental para contribuir para a sustentabilidade das organizações. A visão
integrada desses três conceitos, incluindo todos os requisitos necessários para
se atingir os objetivos estratégicos, vem se tornando uma importante
ferramenta para a criação de valor e para o aumento da competitividade.
O esforço das organizações em desenvolver e implantar sistemas e
processos que permitam gerir riscos em escala global, adequar-se às
crescentes exigências regulatórias e garantir os princípios de governança
corporativa é um investimento que vale a pena, especialmente quando
mensurado em termos de melhoria de desempenho, transparência e
sustentabilidade corporativa.
As instituições financeiras no Brasil são obrigadas a manter rígidos
controles internos, conforme disposto na Resolução 2.554 (Anexo I).
2.2 ACORDOS DE BASILEIA
Em 1974, os responsáveis pela supervisão bancária nos países do G-
10 decidiram criar o Comitê de Regulamentação Bancária e Práticas de
Supervisão, sediado no Banco de Compensações Internacionais (BIS), em
Basileia, na Suíça. Daí a denominação Comitê de Basileia.
O Comitê é constituído por representantes dos bancos centrais e por
autoridades com responsabilidade formal sobre a supervisão bancária dos
países membros do G-10. Nesse Comitê, são discutidas questões relacionadas
à indústria bancária, visando estabelecer padrões de conduta, melhorar a
qualidade da supervisão bancária e fortalecer a solidez e a segurança do
sistema bancário internacional.
18
O Comitê de Basileia não possui autoridade formal para supervisão
supranacional, mas tem o objetivo de que os países não membros do G-10,
seguindo as orientações, aprimorem os métodos de supervisão e adotem as
recomendações e princípios para melhoria das práticas no mercado financeiro.
2.2.1 Acordo de Basileia I
Em julho de 1988, foi celebrado o Acordo de Basileia que padronizou a
aplicação de Fatores de Ponderação de Risco (FPR) aos ativos e a exigência
de capital mínimo. Atualmente, esse Acordo é conhecido como Basileia I. Os
objetivos do acordo foram reforçar a solidez e a estabilidade do sistema
bancário internacional e minimizar as desigualdades competitivas entre os
bancos internacionalmente ativos. Essas desigualdades eram o resultado de
diferentes regras de exigência de capital mínimo pelos agentes reguladores
nacionais.
O Acordo de Basileia de 1988 criou três conceitos:
- Capital regulatório;
- Ativos Ponderados pelo Risco – APR;
- Índice mínimo de capital para cobertura do risco de crédito (Índice de
Basileia ou Razão BIS).
O avanço obtido com Basileia I, em termos de marco regulatório e de
exigência de capital para suportar o risco de crédito, é inegável. No Brasil foi
nesta época criada a Resolução CMN 2.254 (Anexo I). Entretanto, algumas
críticas surgiram, tornando-se necessário o aprimoramento daquele documento
no âmbito do Comitê de Basileia. Entre os ajustes, destacou-se a necessidade
de alocação de capital próprio para cobertura de riscos de mercado. Assim, em
janeiro de 1996, foi publicado adendo ao Basileia I, chamado de Emenda de
Risco de Mercado10, cujos aspectos relevantes são:
- ampliação dos controles sobre riscos incorridos pelos bancos;
- extensão dos requisitos para a definição do capital mínimo (ou
regulatório), incorporando o risco de mercado;
- possibilidade de utilização de modelos internos na mensuração de
riscos, desde que aprovados pelo regulador local;
19
- criação do Capital Nível III, que corresponde aos títulos de dívida
subordinada com maturidade abaixo de dois anos.
Em setembro de 1997, o Comitê de Basileia publicou uma de suas
mais importantes orientações, intitulada Princípios Essenciais para uma
Supervisão Bancária Eficaz, que forneceu sete fundamentos básicos para a
supervisão bancária nos mais diversos países. São eles:
- condições prévias para uma supervisão bancária eficaz;
- autorizações e estrutura;
- regulamentação e requisitos prudenciais;
- métodos de supervisão bancária contínua;
- requisitos de informação;
- poderes formais dos supervisores;
- atividades bancárias internacionais.
Esses fundamentos foram desmembrados em vinte e cinco princípios,
cujo objetivo foi padronizar uma atuação supervisora eficaz.
2.2.2 Acordo de Basileia II – Inclusão do Risco Operacional
Desde a criação do Comitê de Basileia em 1974, a regulamentação
bancária vem apresentando avanços significativos. Assim, visando sanar
deficiências ainda pendentes, em junho de 2004, o Comitê divulgou o Novo
Acordo de Capital, comumente conhecido por Basileia II, com os seguintes
objetivos:
- promover a estabilidade financeira;
- fortalecer a estrutura de capital das instituições;
- favorecer a adoção das melhores práticas de gestão de riscos;
- estimular maior transparência e disciplina de mercado.
A estrutura do Basileia II está apoiada em três pilares:
- Pilar I – Exigência de capital mínimo;
- Pilar II – Supervisão bancária;
- Pilar III – Disciplina de mercado.
20
Basileia II propõe um enfoque mais flexível para exigência de capital e
mais abrangente com relação ao fortalecimento da supervisão bancária e ao
estímulo para maior transparência na divulgação das informações ao mercado.
2.2.3 Acordo de Basileia III
Considerando as orientações do Comitê de Supervisão Bancária de
Basileia, divulgadas em novembro de 2010, o Bacen publicou, em 17 de
fevereiro de 2011, o Comunicado nº 20.615, que divulga orientações
preliminares e cronograma relativos à implementação, no Brasil, da estrutura
de capital, alavancagem e de requerimentos de liquidez conhecidos como
Basileia III. Essas orientações visam reforçar o sistema financeiro internacional
após a crise subprime. Em resumo, essas orientações, de acordo com o
Comunicado, buscam:
· Elevar a qualidade, consistência e transparência da base de capital
por meio de regras mais rígidas relacionadas à elegibilidade de instrumentos a
serem considerados no capital. Com isso, o Patrimônio de Referência (PR)
será composto por dois níveis: Nível I e Nível II. O Nível I passará a ser
composto de duas parcelas, o Capital Principal (Common Equity Tier 1) e o
Capital Adicional (Additional Tier 1), sendo constituído de elementos que
demonstrem capacidade efetiva de absorver perdas durante ofuncionamento
da instituição. O nível II será constituído de elementos capazes de absorver
perdas em caso de ser constatada a inviabilidade de funcionamento da
instituição.
· Incluir riscos relevantes na estrutura de capital por meio de
modificações nos requerimentos de capital para risco de crédito de
contraparte, tanto para a abordagem padronizada como para as abordagens
baseadas em classificações internas de risco (IRB).
· Aumentar a contraciclicalidade com parcelas adicionais de capital.
Além das novas definições para o PR, está prevista a introdução de mais dois
requerimentos: o Capital de Conservação, cujo objetivo é aumentar o poder de
absorção de perdas das instituições financeiras, além do mínimo exigido em
períodos favoráveis do ciclo econômico, para que o capital acrescido possa ser
utilizado em períodos de estresse; e o Capital Contracíclico, cujo objetivo é
21
assegurar que o capital mantido pelas instituições financeiras contemple os
riscos decorrentes de alterações no ambiente macroeconômico, este capital
será requerido em caso de crescimento excessivo do crédito associado a
potencial acumulação de risco sistêmico.
· Complementar o requerimento de capital com a implementação de
índice de alavancagem, essa implementação visa limitar a alavancagem do
setor bancário e introduzir garantias adicionais contra o risco de modelo e de
mensuração.
· Melhorar a gestão da liquidez com o estabelecimento de
requerimentos mínimos quantitativos para a liquidez das instituições
financeiras. Para isso, Basileia III propõe o cálculo de dois índices de liquidez:
Índice de liquidez de curto prazo - Liquidity Coverage Ratio (LCR) - que terá
por finalidade evidenciar que as instituições financeiras contem com recursos
de alta liquidez para resistir a um cenário de estresse financeiro agudo com
duração de um mês; e o Índice de liquidez de longo prazo - Net Stable Funding
Ratio (NSFR) - que busca incentivar as instituições a financiarem suas
atividades com fontes mais estáveis de captação.
As recomendações de Basileia III, essencialmente, são
complementares as de Basileia II, suas propostas de regulamentação seguem
um planejamento que se iniciou em dezembro de 2011 e irá até julho de 2017.
No capítulo seguinte serão expostos os controles internos existentes
no Banco do Brasil
22
CAPÍTULO I I I
CONTROLES INTERNOS NO BANCO DO BRASIL
Através de consulta no site da instituição, observa-se que a eficácia
dos controles internos dos processos relevantes para o Banco do Brasil é
avaliada anualmente pela Diretoria de Controles Internos, que adota
metodologia própria. O resultado das avaliações ampara a Alta Administração
para emitir opiniões relacionadas à qualidade dos controles internos, em
especial direcionados à consolidação e à divulgação de informações
financeiras ao mercado, via Formulário de Referência e Demonstrações
Contábeis Consolidadas. O ciclo é complementado com as declarações
assinadas pelos gestores, assegurando que as informações repassadas ao
mercado são verdadeiras, completas, precisas e não contêm dados e/ou
citações que possam induzir o investidor ao erro.
Em 2011, houve aprimoramento do processo de responsabilização dos
gestores no repasse de informações ao mercado, fruto da integração dos
trabalhos realizados pelas unidades do Banco que compõem o sistema de
controles internos, além da percepção dos agentes envolvidos na consolidação
das Demonstrações Contábeis e do Formulário de Referência. Com isso, o
modelo de responsabilização ou de certificação em cascata tornou-se mais
dinâmico, abrangendo não só o Banco do Brasil, mas todas as principais
empresas financeiras e não financeiras que fazem parte do conglomerado BB.
Por meio das 13 Gerências Regionais de Controles Internos (GECOI),
são avaliados e monitorados os processos mais relevantes operacionalizados
nas unidades, como cadastro, limites e operações de crédito, abertura de
conta-correntes e prevenção e combate à lavagem de dinheiro. A ideia é
identificar eventuais desvios e adotar ações corretivas. O resultado desse
processo é utilizado também para classificação (rating) das dependências em
relação ao nível de conformidade observado na operacionalização dos
processos avaliados, e se traduz em uma ferramenta de gestão na medida em
23
que ampara a priorização de ações corretivas e a alocação de recursos com
eficiência.
Para tornar ainda mais eficaz o acompanhamento e a interação entre a
sede e as dependências da rede externa, em 2011 foram aprimorados os
instrumentos de avaliação dos controles e desenvolvida uma página na intranet
corporativa contendo os instrumentos relativos a controles internos e
compliance e um espaço para comunicação e divulgação do Boletim de
Compliance Internacional.
3.1 VALIDAÇÃO DOS MODELOS DE RISCO
Consiste no processo independente e segregado que permite a
utilização de modelos internos de risco de mercado, crédito e operacional,
visando ao cálculo do capital regulatório a ser alocado para fazer frente a eles
a partir da autorização do BACEN. A validação deve ser realizada
periodicamente ou no caso de alterações relevantes nos modelos que possam
acarretar impactos nos cálculos realizados.
No Banco do Brasil, esse trabalho cabe à Diretoria de Controles
Internos, que deve demonstrar ao Banco Central a adequação e aderência de
seus modelos ao perfil de risco da Instituição, com base na análise crítica dos
sistemas, dados, da infraestrutura tecnológica e do próprio modelo de gestão
de riscos.
A metodologia de validação inclui avaliações qualitativas da adequação
de controles internos, da documentação e dos relatórios de gestão de riscos,
além de análises quantitativas relativas à precisão e à compatibilidade dos
cálculos realizados pelos itens que compõem os modelos. Também são
realizados testes relacionados à abrangência, integridade, consistência e
confiabilidade dos dados de entrada dos modelos, assim como do ambiente
tecnológico que os suporta.
Os resultados da validação de modelos de riscos são periodicamente
debatidos com os gestores em fóruns técnicos e posteriormente apresentados
aos subcomitês de riscos. O objetivo é promover eventuais ajustes, visando
sua efetiva utilização no processo de gestão. Essa sistemática contribui para a
24
melhoria do processo de gestão de riscos do Banco do Brasil e possibilita a
adequada alocação do capital regulatório.
3.2 GESTÃO ESTRATÉGICA DE SEGURANÇA
O Banco do Brasil passou a adotar uma nova visão estrutural na
gestão da segurança corporativa. Com base nos resultados do projeto
Governança de TI, a Diretoria Gestão da Segurança foi reordenada,
proporcionando mais agilidade, qualidade e controle sobre os produtos e
serviços relativos ao tema, viabilizando o acesso a resultados sustentáveis.
Nesse contexto, o foco é a elaboração, definição e aplicação de estratégias,
políticas, metodologias, gestão de riscos e projetos em segurança, arquitetura
de soluções de segurança e modelos de relacionamentos capazes de integrar
a segurança e dinamizar suas ações nos projetos corporativos.
Dentre as principais realizações, destacam-se a elaboração do modelo
de segurança para integração do Banco Postal; a validação dos processos de
fluxo operacional e definição de requisitos de segurança do programa Minha
Casa Minha Vida; as avaliações de risco de segurança nas Unidades
Estratégicas; a construção de proposta de metodologia integrada de avaliação
do risco em segurança; a criação do espaço virtual para agregação e
compartilhamento de informações para o trabalho de arquitetura; a declaração
do processo de recepção e tratamento inicial dos Projetos de TI; e definição de
estrutura e conteúdo do Documento de Arquitetura de Solução de Segurança
de TI (Dass).
Parte das iniciativas em segurança destina-se à prevenção e ao
combate ao crime de lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo.
Afinal, ao dificultar a movimentação de recurso obtido de forma ilícita, o Banco
contribui para interromper o fluxo que alimenta as atividades criminosas. Nesse
sentido, foram aprimorados as normas e os procedimentos internos
pertinentes, tendo como referência a legislação vigente, os princípios
internacionais e as melhores práticas de mercado. Para viabilizar a detecção,
análise e comunicação de indícios de crime de lavagem de dinheiro, todas as
25
agências do Banco no País utilizam um sistema automatizado especialmente
desenvolvido para o monitoramento.
Além disso, os treinamentos do BB detêm o selo da Estratégia
Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (ENCCLA),
certificação conferida pelo Ministério da Justiça a cursos que atendem aos
requisitos definidos pelo Programa Nacional de Capacitação e Treinamento
para o Combate à Lavagem de Dinheiro. A Organização contribui, ainda, com o
Sistema Nacional de Combate à Lavagem de Dinheiro e Financiamento do
Terrorismo por meio de ações de cooperação com o Ministério da Justiça para
manutenção e disseminação das práticas do Laboratório de Tecnologia Contra
a Lavagem de Dinheiro; a participação nas reuniões de elaboração e aplicação
da ENCCLA; a cooperação com o Conselho de Controle de Atividades
Financeiras (COAF); e a realização de palestras para órgãos externos, que
atuam no combate à lavagem de dinheiro.
O Banco também busca o contínuo aprimoramento de seus sistemas e
regras de prevenção e combate a fraudes eletrônicas. Os processos internos
são revistos constantemente, sobretudo os relacionados à identificação e
autenticação de clientes para uso dos canais de atendimento (internet banking,
mobile banking, caixas eletrônicos, telefone, etc.), e os que embutem a
necessidade de resguardar o sigilo das informações e transações. A segurança
nos canais de atendimento se materializa pelo uso de credenciais de acesso,
associadas ao cumprimento de regras de segurança, como a aplicação de
limites específicos de valores para transações, além do monitoramento do
sistema de forma online e por 24 horas. Para dotá-los de nível de segurança
ainda maior, o BB conduz projetos que contemplam o uso de tecnologias de
ponta, como identificação biométrica para autenticação de clientes nos caixas
eletrônicos, inteligência artificial nos processos de monitoramento de
transações financeiras, dispositivos do tipo Token para assinatura digital de
usuários e transações financeiras no canal Internet PJ. Também desenvolveu
solução de alta segurança para a assinatura de transações na internet via
celular do cliente, o BB Code, que entrou em operação no início de 2012.
26
Outro projeto relevante nesse contexto é o Tentáculos, firmado com o
Departamento de Polícia Federal, por meio da FEBRABAN, que prevê o
intercâmbio de informações relativas a fraudes. A iniciativa beneficia as
instituições e seus clientes e a sociedade em geral, uma vez que contribui para
a intensificação de ações de combate ao crime organizado.
Em 2011, começou a operar um novo modelo de acompanhamento e
recuperação de valores perdidos por fraudes, que inclui ações de cobrança ao
beneficiário final da fraude; fechamento de convênio com a Receita Federal;
revisão de contratos de convênios; dedução fiscal em imposto que seria pago
pelo Banco, oriunda de perda com fraude em cartões; além da recuperação
financeira sistêmica de pagamentos realizados de forma fraudulenta. Ao final
do período, a recuperação e dedução fiscal superaram R$ 20 milhões.
O Banco do Brasil adota as melhores práticas também na gestão de
segurança da informação. Atividades de monitoramento, análise de
vulnerabilidades, revisão de acessos, gestão de identidades, e adoção e
gerenciamento das mais avançadas ferramentas de segurança e prevenção à
perda de informações levam a Instituição a ser referência no tema. O BB é
autoridade de registro da ICPBrasil, colocando à disposição o serviço de
emissão de certificados e-CPF e e-CNPJ. Internamente, a tecnologia é usada
na autenticação de usuários na rede de dados corporativa. Os clientes, além
disso, têm facilidade de acesso às suas conta-correntes por meio do portal
www.bb.com.br, e podem utilizar o certificado digital padrão ICP-Brasil para
consultas e realização de transações financeiras. Destaca-se também o
pioneirismo na utilização de certificado digital nas assinaturas de contratos de
câmbio, trazendo mais conveniência para os seus clientes e contribuindo para
a geração de eficiência operacional e redução de impactos ambientais, por
conta da queda significativa da utilização de impressos.
Reconhecendo a importância das pessoas no processo de segurança
da informação, o BB dissemina essa cultura como uma de suas atividades
prioritárias, sendo realizadas atividades intensivas de treinamento e discussão
nos níveis executivo, gerencial e operacional no Banco e nas demais empresas
do Conglomerado.
27
3.3 GESTÃO DE RISCOS
O conglomerado mantém sólidas estruturas, políticas, estratégias,
sistemas e processos direcionados ao gerenciamento de diferentes riscos
inerentes aos seus negócios. O gerenciamento de riscos no Conglomerado
Financeiro do Banco do Brasil contempla de forma abrangente os riscos de
crédito, mercado, liquidez e operacional. As atividades de gerenciamento são
realizadas por estruturas específicas e especializadas, conforme objetivos,
políticas, estratégias, processos e sistemas descritos em cada um desses
riscos. Não obstante as atividades estarem focadas nos riscos de crédito,
mercado, liquidez e operacional, o Banco adota mecanismos para garantir a
suficiência de capital para cobertura de outros riscos incorridos.
As políticas de riscos e de crédito são determinadas pelo Conselho de
Administração. Já a governança de risco, que abrange o Banco Múltiplo e suas
Subsidiárias Integrais, é centralizada no Comitê de Risco Global (CRG),
composto pelo Conselho Diretor, responsável por estabelecer as estratégias
para a gestão dos riscos, os limites globais de exposição a riscos e os níveis
de conformidade e alocação de capital em função dos riscos. A figura 1 abaixo
apresenta a Estrutura de Governança adotada pelo BB:
Figura 1 - Estrutura de Governança
Fonte: WWW.bb.com.br
28
Para agilizar o processo de gestão, atuam os subcomitês de Risco de
Crédito (SRC), de Risco de Mercado e Liquidez (SRML) e de Risco
Operacional (SRO), que amparam o CRG e têm poder decisório por
delegação. Eles são compostos por Diretores Estatutários cujas decisões são
tomadas de forma colegiada e de acordo com as diretrizes e normas da
Instituição.
A Diretoria Gestão de Riscos (DIRIS), vinculada à Vice-Presidência de
Controles Internos e Gestão de Riscos, responde pelo gerenciamento dos
riscos de mercado, liquidez, operacional e de crédito. Esta integração confere
sinergia aos processos e especialização, o que contribui para a adequada
alocação de capital, além de estar de acordo com as diretrizes do Comitê de
Basileia para Supervisão Bancária.
Para prevenir, corrigir ou inibir fragilidades capazes de resultar em
riscos, assim como reduzir perdas e fortalecer a cultura de riscos, o BB adota a
ferramenta Recomendação Técnica de Risco (RTR), emitida às áreas gestoras
de processos ou produtos caso seja necessária a adoção de ação de
mitigação de perdas ou para garantir o cumprimento das responsabilidades
definidas nas fases de gestão de riscos.
Risco de Mercado: O Risco de mercado é a possibilidade de
ocorrência de perdas resultantes da flutuação nos valores de mercado de
posições detidas por uma instituição financeira, incluindo os riscos das
operações sujeitas à variação cambial, das taxas de juros, dos preços de
ações e dos preços de mercadorias (commodities).
No âmbito do processo de gerenciamento dos riscos de mercado, as
posições próprias são segregadas em Carteira de Negociação e Carteira de
Não Negociação, definidas pelo CRG. Ambas são divididas em grupos e livros
que estabelecem objetivos, composição, limites financeiros e de riscos de
mercado e liquidez para cada grupo ou livro.
Os principais tipos de limites adotados para gerir os riscos de mercado
são Valor em Risco (Value at Risk – VaR) e estresse – apurado por meio de
métricas resultantes de simulações do comportamento do Banco em
exposições sujeitas a riscos de mercado sob condições extremas, como crises
29
financeiras e choques econômicos. Por meio de testes de estresse objetiva-se
dimensionar os impactos de eventos plausíveis, mas com baixa probabilidade
de ocorrência, nos requerimentos de capital regulatório e econômico.
Com o objetivo de proporcionar condições para que seja avaliada a
capacidade de absorção de perdas e identificadas eventuais medidas para
redução dos riscos, os limites globais e específicos são definidos em formato
percentual sobre o Patrimônio de Referência (PR). No caso dos limites de VaR
da Carteira de Negociação, são consideradas as métricas de VaR e de VaR
Estressado.
O desempenho da métrica de VaR é avaliado mensalmente por meio
da aplicação de processo de backtesting. Essa análise está segregada dos
processos de desenvolvimento e de utilização da métrica de VaR. Os modelos
utilizados para mensuração de riscos de mercado estão sujeitos a processo de
validação independente, cuja estrutura é segregada das áreas responsáveis
pelo desenvolvimento e pela utilização dos modelos.
Em 2011, o Banco aprimorou processos considerados relevantes,
como a revisão dos procedimentos de controle, monitoramento e
acompanhamento dos limites globais das Carteiras de Negociação e de Não
Negociação, e também a revisão de seus principais Manuais Corporativos de
Metodologias. No final do exercício, a Instituição encaminhou ao Banco Central
do Brasil (BACEN) um pedido de autorização para a utilização de modelos
internos de risco de mercado, que foram preparados a partir de uma série de
ações de aperfeiçoamento de atividades e processos, entre elas: Metodologia
de Apuração; Testes de Estresse; Backtesting; Processo de Apuração de
Novos Produtos; e Infraestrutura Tecnológica.
Risco de Liquidez : Esse risco decorre da ocorrência de
desequilíbrios entre ativos negociáveis e passivos exigíveis, ou seja, dos
“descasamentos” entre pagamentos e recebimentos que possam afetar a
capacidade de pagamento da Instituição. Para tanto, consideram-se as
diferentes moedas e prazos de liquidação de seus direitos e obrigações.
O Banco do Brasil mantém níveis de liquidez adequados aos
compromissos assumidos no País e no exterior, resultado de sua ampla e
30
diversificada base de depositantes, da qualidade dos ativos, da capilaridade da
rede de dependências externas e do acesso ao mercado internacional de
capitais. A exposição da Instituição ao risco de liquidez é mínima,
considerando sua relevante posição ativa em títulos públicos federais de alta
liquidez.
Para efeito de gestão de risco, no entanto, a liquidez é segregada em
reais e em moedas estrangeiras por meio de: Mapas de Descasamento de
Prazos; Projeções de Liquidez de Curto, Médio e Longo Prazos; Teste de
Estresse; Limites de Risco de Liquidez; Plano de Contingência de Liquidez; e
Teste de Potencial das Medidas de Contingência de Liquidez (MCL).
Todos esses instrumentos de gestão são periodicamente monitorados
e reportados aos Comitês Estratégicos da Instituição, que adota, além deles,
as métricas Reserva de Liquidez (RL) e Demonstrativo de Recursos Livres
(DRL). A primeira métrica, utilizada na gestão do risco de liquidez de curto
prazo, constitui-se no nível mínimo de ativos de alta liquidez a ser mantido pelo
Banco, compatível com a exposição ao risco decorrente das características
das operações e condições de mercado. Já o DRL, utilizado no planejamento e
na execução do orçamento anual, visa assegurar equilíbrio entre captação e
aplicação de recursos, com ênfase nas áreas comerciais, e garantir o
financiamento da liquidez. O limite do DRL é definido anualmente pelo CRG, e
seu monitoramento é mensal.
Em 2011, foram realizadas revisões periódicas dos modelos e
metodologias, com destaque para o Plano de Contingência de Liquidez,
Cenário de Estresse, Indicador de Disponibilidade de Recursos Livres e
Reserva de Liquidez. O Banco também participou ativamente dos estudos de
impacto quantitativo (QIS) dos novos requisitos de risco de liquidez, previstos
em Basileia III e conduzidos pelo Bacen.
Risco de Crédito: O risco de crédito é definido como a possibilidade
de ocorrência de perdas associadas ao não cumprimento pelo tomador ou
contraparte de suas respectivas obrigações financeiras nos termos pactuados;
à desvalorização de contrato de crédito decorrente da deterioração na
31
classificação de risco do tomador; à redução de ganhos ou remunerações; e às
vantagens concedidas na renegociação e aos custos de recuperação.
O gerenciamento do risco de crédito é realizado a partir dos
direcionamentos estratégicos estabelecidos pelo Conselho de Administração
(CA), transformados em diretrizes pelo Comitê de Risco Global (CRG) e
Subcomitê de Risco de Crédito (SRC). A avaliação e a validação dos
processos e procedimentos da estrutura de gerenciamento desse risco são
realizadas por duas áreas internas, o que garante a adequada segregação de
funções e independência dos trabalhos. A Diretoria de Controles Internos
(Dicoi) responde pela validação dos modelos de apuração e mensuração dos
riscos do Conglomerado Financeiro e pelo sistema de controles internos do
Banco, e a Auditoria Interna (Audit) avalia periodicamente os processos de
gerenciamento para verificar se estão de acordo com as orientações
estratégicas, a política de crédito e as normas internas. Além disso, a Auditoria
Independente analisa processos e procedimentos, contribuindo para verificar
se estão em conformidade com as exigências regulatórias e definições
internas.
No nível estratégico, o Gerenciamento do Risco de Crédito envolve a
Política e as Estratégias de Gestão do Risco de Crédito, enquanto no nível
operacional englobam os Processos de Gerenciamento, os Procedimentos
Operacionais e os Sistemas de Gerenciamento, representados na figura
abaixo:
32
Figura 2 – Níveis de Risco
Fonte: WWW.bb.com.br
Sob essa estrutura, a gestão do risco de crédito tem como base as
melhores práticas de mercado e segue as normas de supervisão e regulação
bancária, de forma a identificar, mensurar, controlar e mitigar o risco das
exposições; contribuir para a manutenção da solidez e da solvência do Banco;
e garantir o atendimento dos interesses dos acionistas.
A Política Específica de Crédito do Banco do Brasil contém orientações
de caráter estratégico que norteiam as ações de gerenciamento do risco de
crédito no Conglomerado Financeiro. Aprovada pelo Conselho de
Administração, revisada anualmente e disponível aos funcionários, essa
política se aplica a todos os negócios que envolvam risco de crédito e contém,
entre outros tópicos, conceito de risco de crédito; segregação de funções;
decisões colegiadas; apetite e limites de risco; classificação de clientes;
condições para assunção de risco; orientações para cobrança e recuperação
de crédito; perda esperada, capital econômico e regulatório; níveis de provisão
e capital; testes de estresse e análise de sensibilidade; e planejamento de
capital.
33
A divulgação de informações sobre o risco de crédito é permanente e
contínua e tem como premissas as melhores práticas, a legislação bancária, as
necessidades dos usuários, os interesses do Banco, a confidencialidade e a
relevância. As áreas operacionais da estrutura de gerenciamento do risco de
crédito comunicam permanentemente às instâncias superiores a exposição do
risco para fins de acompanhamento das ações de gestão e tomada de decisão
pela Alta Administração. Também são produzidas informações destinadas ao
público externo, que são divulgadas ao mercado pela Unidade Relações com
Investidores (URI). Saiba mais através da página de Relações com
Investidores do Banco do Brasil.
Já a mensuração do risco de crédito é realizada por meio de medidas
como inadimplência, atraso, qualidade da carteira, provisão para devedores
duvidosos, concentração, perda esperada e exigência de capital regulatório e
econômico, entre outras.
A utilização de instrumentos mitigadores do risco de crédito está
declarada na Política de Crédito, presente nas decisões estratégicas e
formalizada nas normas de crédito, atingindo todos os níveis da Organização e
abrangendo todas as etapas do gerenciamento do risco de crédito.
A gestão de risco de crédito contempla, ainda, metodologias
proprietárias de classificação de risco de clientes alinhadas às melhores
práticas de mercado e aos conceitos do Acordo de Basileia, considerando
aspectos cadastrais, histórico de crédito com o Banco e o mercado e utilização
de produtos bancários. O BB também tem investido em soluções de
Tecnologia da Informação (TI) para dar suporte ao processo de gestão de risco
de crédito, sendo que várias ferramentas estão em fase de instalação.
Paralelamente aos padrões de concessão de crédito, a Instituição mantém
estratégias de cobrança e recuperação de crédito baseadas em modelos
estatísticos que apontam os canais mais adequados e o relacionamento mais
eficaz para a solução da inadimplência.
Risco Operacional: Esse risco ocorre pela possibilidade de perdas
resultantes de falha, deficiência ou inadequação de processos internos,
pessoas e sistemas, ou de eventos externos. Nesse sentido, o Banco do Brasil
34
monitora as perdas operacionais a partir de base de dados sistematizada,
limites de exposição e indicadores-chave de risco, além de identificar e
acompanhar os riscos dos serviços terceirizados relevantes. Para gerenciar o
risco operacional (RO), mantém uma estrutura composta pela Diretoria Gestão
de Riscos (DIRIS), Diretoria de Controles Internos (DICOI) e Diretoria Gestão
da Segurança (DIGES), sendo o Conselho de Administração responsável pelas
informações divulgadas.
Visando maior integração da gestão de riscos, dos controles internos e
da gestão da segurança, e mais eficácia dos instrumentos de identificação e
mitigação de riscos, a Instituição promoveu alterações na estrutura
organizacional, com a concentração da DIRIS, DICOI e DIGES na mesma
Vice-Presidência, que passou a denominar-se Vice-Presidência de Controles
Internos e Gestão de Riscos (VICRI). Nesse processo, a Auditoria Interna é a
responsável pela verificação do gerenciamento de risco operacional e do
funcionamento de sua estrutura. O processo de análise do risco é avaliado
ainda por auditoria externa, sendo seus resultados submetidos aos Conselhos
Diretor, Fiscal e de Administração.
A Política de Risco Operacional, aprovada e revisada anualmente pelo
Conselho de Administração (CA), contém orientações às áreas do Banco que
visam à garantia da efetividade do modelo de gestão do risco operacional, em
linha com o preconizado em Basileia II e com os requisitos da Resolução CMN
nº 3.380/06 (Anexo II).
O Banco do Brasil atua na gestão de seus riscos operacionais de forma
conservadora, segregando as funções de gestão de riscos e de negócios. As
áreas gestoras de processos, produtos e serviços, com base nos riscos
operacionais identificados e nas decisões emanadas pelo SRO e/ou CRG,
devem elaborar planos de ação para a mitigação dos riscos.
São reportados, mensalmente, aos membros do CRG e SRO,
informações de perdas operacionais, Indicadores-Chave de Risco (ICR),
avaliações qualitativas e quantitativas e limites globais e específicos.
No próximo capítulo serão expostos os mecanismos de controle
existentes nos ambientes de caixa e tesouraria no Banco do Brasil.
35
CAPÍTULO I V
CONTROLES INTERNOS NO AMBIENTE DE
TESOURARIA E CAIXA NO BANCO DO BRASIL
Dentre os ambientes existentes dentro de um banco, os ambientes de
tesouraria e caixa devem despertar especial interesse no que concerne à área
de Controles Internos, por serem ambientes em que se manipula numerário, e,
portanto, podem ocorrer grandes prejuízos no caso de erros ou falta de
controle.
No Banco do Brasil, os fluxos de numerário recebidos pela tesouraria
das agências, provenientes do CSO Valores e repassados para os Caixas e
terminais de Auto Atendimento (TAAs), são todos registrados por sistema
informatizado, o Sistema On Line (SOL), possibilitando, desta forma, a sua
conferência a qualquer momento por quem quer que seja. Toda a
movimentação fica registrada em tempo real e é arquivada no banco de dados
do sistema.
Todos os funcionários do Banco do Brasil possuem cartões
operacionais (cartões magnéticos como os cartões de contas), que possuem
níveis de acordo com a função, e são solicitados para processar ou autorizar
transações nos terminais de caixa (TCX), terminais administrativos(TAD) e
terminais de autoatendimento (TAA). Os cartões possuem nível 2, 3 e 4 e
correspondem: nível de caixa (2) e níveis de gerencia (3 e 4).
Os terminais de caixa também arquivam, na fita detalhe, toda a
movimentação do caixa de recebimentos e pagamentos, possibilitando sua
conferência a qualquer momento. Para minimizar eventuais erros que possam
gerar diferenças por parte dos caixas, o sistema de caixa do Banco do Brasil
funciona com “sessões de atendimento”, que são iniciadas a cada cliente, com
saldo zerado, e processam as transações efetuadas pelo caixa para aquele
cliente; tais como retiradas, pagamentos, transferências, etc. Ao final da
sessão, o sistema informa o saldo da sessão, proporcionando ao caixa conferir
se foram feitos pagamentos e recebimentos compatíveis, e cada sessão deve
36
sempre encerrar com o saldo zerado, da mesma forma como iniciou. Se há
dinheiro sobrando, o sistema pergunta se deve ser contabilizado como troco
entregue ao cliente (caso de sobra de valor positivo) ou se deve ser
contabilizado como dinheiro recebido (caso de sobra de valor negativo).
Os caixas possuem um limite de alçada para deferimento de
operações de saques e transferências de valores de até R$ 9.999,99. Entre
R$ 10.000,00 e R$ 19.999,99 podem operar mediante autorização de outro
funcionário de mesmo nível (outro caixa) ou de nível superior. Acima deste
valor, só podem operar transações com o deferimento de um funcionário de
nível superior. Este sistema possibilita que seja conferida a operação antes de
sua efetivação.
No Banco do Brasil, toda operação no guichê de caixa que envolva a
retirada e/ou transferência de valores de contas correntes ou poupanças, só
podem ser efetuadas pelos próprios correntistas, com apresentação de
documento de identificação original e com a digitação de senha. Não são
possíveis operações de retirada de valores sem a digitação da senha do
cliente. Somente os descontos de cheques podem ocorrer sem a colocação
da senha do cliente.
No banco do Brasil, os caixas e a tesouraria sofrem conferências
regularmente, para a checagem de seus saldos físicos com o existente no
sistema. A cada mês são realizadas conferências aleatórias, onde um gerente,
que não seja o responsável pela tesouraria, confere numa data “surpresa” os
saldos existentes na tesouraria, nos baús dos caixas e nos TAAs, gerando um
relatório enviado para a instância superior. No último dia útil de cada mês
também é feita uma conferência dos saldos, sendo os baús dos caixas
conferidos pelo gerente responsável pela tesouraria, e a tesouraria e os TAAs
conferidos por um caixa designado pela instância superior. Também é gerado
um relatório que é enviado para a instância superior. Os gerentes de
tesouraria também realizam todo mês um rodízio de baús, em data diferente
das duas outras conferências, onde os saldos dos baús de caixa são
conferidos e rodiziados entre os caixas, e suas fitas detalhe arquivadas para
eventuais conferências pela instância superior.
37
CONCLUSÃO
Através da observação de todos os itens de controle descritos no
capítulo IV acima e utilizados nos ambientes de tesouraria e caixa existentes
no Banco do Brasil, percebe-se que a maior parte dos riscos existentes nestes
ambientes é do tipo Risco Operacional.
Como os mecanismos de controle evitam a ocorrência de fraudes
dentro dos ambientes de caixa e tesouraria?
Com o objetivo de estar qualificado à utilização de modelos internos
para mensuração do risco operacional, o BB tem concentrado esforços na
gestão de seus riscos operacionais, apoiado na utilização dos quatro
elementos essenciais para atingir o padrão de solidez desejado: base de
dados interna, dados externos, análise de cenários e os fatores que refletem o
ambiente de negócios e seus controles internos. O banco adota diversas ações
de aprimoramento desse risco, entre elas a revisão das políticas, a criação de
novos indicadores-chave e a emissão sistematizada de Recomendações
Técnicas de Risco (RTRs) aos gestores, com o objetivo de prevenir, corrigir ou
inibir fragilidades. Além disso, revisou os limites específicos para perdas
operacionais relacionadas às categorias Problemas Trabalhistas, Falhas nos
Negócios, Falhas em Processos, Fraudes e Roubos Externos e Fraudes
Internas, de forma a obter maior agilidade na proposição de ações de
mitigação.
Desta forma, podemos afirmar que estes mecanismos descritos no
capítulo IV:
- dificultam e minimizam a ocorrência de erros acidentais e fraudes
nestes ambientes vitais do banco,
- resguardam a integridade dos ativos do banco e das contas dos
clientes,
- contribuem ativamente para a detecção de inconsistências,
- contribuem para a manutenção da integridade financeira do banco e
da preservação da sua confiabilidade e fé pública.
38
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: Um Curso Moderno e Completo. 6
Ed. São Paulo: Atlas, 2007.
ATTIE, William. Auditoria: Conceitos e Aplicações 2.Ed. São Paulo: Atlas,
1984.393 PIL .
UNIVERSIDADE CORPORATIVA BANCO DO BRASIL E UNIVERSIDADE
ESTADUAL DA BAHIA - UNEB. Curso Controles Internos e Compliance. Dicoi-
Nucop/Nordeste I – Caderno do Participante. Salvador, 2008.
Banco do Brasil, Relatório Anual 2011. Disponível em:
<http://www45.bb.com.br/docs/ri/ra2011/port/ra/01.htm>. Acesso em
20/07/2013.
39
ANEXOS
Índice de anexos
Anexo 1 >> RESOLUÇÃO Nº 2.554, DE 24 DE SETEMBRO DE 1998;
Anexo 2 >> RESOLUÇÃO 3.380 DO BANCO CENTRAL DO BRASIL, de 29 de junho de 2006.
40
ANEXO 1
RESOLUÇÃO Nº 2.554, DE 24 DE SETEMBRO DE 1998.
Dispõe sobre a implantação e implementação de sistema de Controles internos.
O BANCO CENTRAL DO BRASIL, na forma do art. 9Q da Lei nº 4.595, de 31-12-64, torna público que o CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL, em sessão realizada em 24- 9-98, tendo em vista o disposto no art. 4°, inciso VIII, da referida Lei, nos arts. 9º e 10 da Lei n° 4.728, de 14-7-65, e na Lei n° 6.099, de 12-9-74, com as alterações introduzidas pela Lei n° 7.132, de 26-10-83, resolveu:
Art. 1° Determinar às instituições financeiras e demais instituições autorizadas a Funcionar pelo Banco Central do Brasil a implantação e a implementação de controles internos voltados para as atividades por elas desenvolvidas, seus sistemas de informações financeiras, operacionais e gerenciais e o cumprimento das normas legais e regulamentares a elas aplicáveis.
§ 1° Os controles internos, independentemente do porte da instituição, devem ser efetivos e consistentes com a natureza, complexidade e risco das operações por ela realizadas.
§ 2° São de responsabilidade da diretoria da instituição:
I- a implantação e a implementação de uma estrutura de controles internos efetiva diante a definição de atividades de controle para todos os níveis de negócios da instituição;
II- o estabelecimento dos objetivos e procedimentos pertinentes aos mesmos;
III- a verificação sistemática da adoção e do cumprimento dos procedimentos definidos em função do disposto no inciso II.
Art. 2º Os controles internos, cujas disposições devem ser acessíveis a todos os funcionários da instituição de forma a assegurar sejam conhecidas a respectiva função no processo e as responsabilidades atribuídas aos diversos níveis da organização, devem prever:
I- a definição de responsabilidades dentro da instituição;
II- a segregação das atividades atribuídas aos integrantes da instituição de forma a que seja evitado o conflito de interesses, bem como meios de minimizar e monitorar adequadamente áreas identificadas como de potencial conflito da espécie;
III- meios de identificar e avaliar fatores internos e externos que possam afetar adversamente a realização dos objetivos da instituição;
IV- a existência de canais de comunicação que assegurem aos funcionários, segundo o correspondente nível de atuação, o acesso a confiáveis, tempestivas e compreensíveis informações consideradas relevantes para suas tarefas e responsabilidades;
41
V- a continua avaliação dos diversos riscos associados às atividades da instituição;
VI- o acompanhamento sistemático das atividades desenvolvidas, de forma a que se possa avaliar se os objetivos da instituição estão sendo alcançados, se os limites estabelecidos e as leis e regulamentos aplicáveis estão sendo cumpridos. bem como a assegurar que quaisquer desvios possam ser prontamente corrigidos;
VII- a existência de testes periódicos de segurança para os sistemas de informações, em especial para os mantidos em meio eletrônico.
§ 1º Os controles internos devem ser periodicamente revisados e atualizados, de forma a que sejam a eles incorporadas medidas relacionadas a riscos novos ou anteriormente não abordadas.
§ 2° A atividade de auditoria interna deve fazer parte do sistema de controles internos.
§ 3º A atividade de que trata o § 2°, quando não executada por unidade específica da própria instituição ou de instituição integrante do mesmo conglomerado financeiro, poderá ser exercida:
I- por auditor independente devidamente registrado na Comissão de Valores Mobiliários - CVM, desde que não aquele responsável pela auditoria das demonstrações financeiras;
II- pela auditoria da entidade ou associação de classe ou de órgão central a que filiada à instituição;
III- por auditoria de entidade ou associação de classe de outras instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central, mediante convenio, previamente aprovado por este, firmado entre a entidade a que filiada à instituição e a entidade prestadora do serviço.
§ 4° No caso de a atividade de auditoria interna ser exercida por unidade própria. deverá essa estar diretamente subordinada ao conselho de administração ou, na falta desse, à diretoria da instituição.
§ 5º No caso de atividade de auditoria interna ser exercida segundo uma das faculdades estabelecidas no § 3°, deverá o responsável por sua execução reportar-se diretamente ao conselho de administração ou, na falta desse, à diretoria da instituição.
§ 6°As faculdades estabelecidas no § 3°, incisos II e III, somente poderão ser exercidas por cooperativas de crédito e por sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários não integrantes de conglomerados financeiros.
Art. 3º O acompanhamento sistemático das atividades relacionadas com o sistema de controles internos deve ser objeto de relatórios, no mínimo semestrais, contendo:
I- as conclusões dos exames efetuados:
II- as recomendações a respeito de eventuais deficiências, com o estabelecimento de cronograma de saneamento das mesmas, quando for o caso;
42
III- a manifestação dos responsáveis pelas correspondentes áreas a respeito das deficiências encontradas em verificações anteriores e das medidas efetivamente adotados para saná-las.
Parágrafo único. As conclusões, recomendações e manifestação referidas nos incisos I, II e I II deste artigo:
I- devem ser submetidas ao conselho de administração ou, na falta desse, à diretoria, bem como à auditoria externa da instituição;
II- devem permanecer à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo de 5 (cinco) anos.
Art. 4° Incumbe à diretoria da instituição, além das responsabilidades enumeradas no art. 1º, § 2º, a promoção de elevados padrões éticos e de integridade e de uma cultura organizacional que demonstre e enfatize, a todos os funcionários, a importância dos controles internos e o papel de cada um no processo.
Art. 5º O sistema de controles internos deverá estar implementado ate 31-12-99, com a observância do seguinte cronograma:
I- definição das estruturas internas que tornarão efetivos a implantação e o acompanhamento correspondentes-até 31-1-99;
II- definição e disponibilização dos procedimentos pertinentes-até 30-6-99.
Parágrafo único. A auditoria externa da instituição deve fazer menção específica, em seus pareceres, à observância do cronograma estabelecido neste artigo.
Art. 6º Fica o Banco Central do Brasil autorizado a:
I- determinar a adoção de controles adicionais nos casos em que constatada inadequação dos controles implementados pela instituição;
II- imputar limites operacionais mais restritivos à instituição que deixe de observar determinação nos termos do inciso I no prazo para tanto estabelecido;
III- baixar as normas e adotar as medidas julgadas necessárias à execução do disposto nesta Resolução, incluindo a alteração do cronograma referido no art. 5º.
Art. 7º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
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ANEXO 2
RESOLUÇÃO 3.380 DO BANCO CENTRAL DO BRASIL Dispõe sobre a implementação de estrutura de gerenciamento do risco operacional. O BANCO CENTRAL DO BRASIL, na forma do art. 9º da Lei4.595, de 31 de dezembro de 1964, torna público que o CONSELHOMONETÁRIO NACIONAL, em sessão realizada em 29 de junho de 2006, com base nos arts. 4º, inciso VIII, da referida lei, 2º, inciso VI, 8º e9º da Lei 4.728, de 14 de julho de 1965, e 20 da Lei 4.864, de 29 de novembro de 1965, na Lei 6.099, de 12 de setembro de 1974, com as alterações introduzidas pela Lei 7.132, de 26 de outubro de 1983, naLei 10.194, de 14 de fevereiro de 2001, com as alterações introduzidas pela Lei 11.110, de 25 de abril de 2005, e no art. 6o do Decreto-lei 759, de 12 de agosto de 1969, R E S O L V E U: Art. 1º Determinar às instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil a implementação de estrutura de gerenciamento do risco operacional. Parágrafo único. A estrutura de que trata o caput deve ser compatível com a natureza e a complexidade dos produtos, serviços,atividades, processos e sistemas da instituição. Art. 2º Para os efeitos desta resolução, define-se como risco operacional a possibilidade de ocorrência de perdas resultantes de falha, deficiência ou inadequação de processos internos, pessoas e sistemas, ou de eventos externos. § 1º A definição de que trata o caput inclui o risco legal associado à inadequação ou deficiência em contratos firmados pela instituição, bem como a sanções em razão de descumprimento de dispositivos legais e a indenizações por danos a terceiros decorrentes das atividades desenvolvidas pela instituição. § 2º Entre os eventos de risco operacional, incluem-se: I - fraudes internas; II - fraudes externas; III - demandas trabalhistas e segurança deficiente do local de trabalho; IV - práticas inadequadas relativas a clientes, produtos e serviços; V - danos a ativos físicos próprios ou em uso pela instituição; VI - aqueles que acarretem a interrupção das atividades da instituição; VII - falhas em sistemas de tecnologia da informação; VIII - falhas na execução, cumprimento de prazos e gerenciamento das atividades na instituição.
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Art. 3º A estrutura de gerenciamento do risco operacional deve prever: I - identificação, avaliação, monitoramento, controle e mitigação do risco operacional; II - documentação e armazenamento de informações referentes às perdas associadas ao risco operacional; III - elaboração, com periodicidade mínima anual, de relatórios que permitam a identificação e correção tempestiva das deficiências de controle e de gerenciamento do risco operacional; IV - realização, com periodicidade mínima anual, de testes de avaliação dos sistemas de controle de riscos operacionais implementados; V - elaboração e disseminação da política de gerenciamento de risco operacional ao pessoal da instituição, em seus diversos níveis, estabelecendo papéis e responsabilidades, bem como as dos prestadores de serviços terceirizados; VI - existência de plano de contingência contendo as estratégias a serem adotadas para assegurar condições de continuidade das atividades e para limitar graves perdas decorrentes de risco operacional; VII - implementação, manutenção e divulgação de processo estruturado de comunicação e informação. § 1º A política de gerenciamento do risco operacional deveser aprovada e revisada, no mínimo anualmente, pela diretoria das instituições de que trata o art. 1º e pelo conselho de administração,se houver. § 2º Os relatórios mencionados no inciso III devem ser submetidos à diretoria das instituições de que trata o art. 1º e ao conselho de administração, se houver, que devem manifestar-se expressamente acerca das ações a serem implementadas para correção tempestiva das deficiências apontadas. § 3º Eventuais deficiências devem compor os relatórios de avaliação da qualidade e adequação do sistema de controles internos,inclusive sistemas de processamento eletrônico de dados e de gerenciamento de riscos e de descumprimento de dispositivos legais e regulamentares, que tenham, ou possam vir a ter impactos relevantes nas demonstrações contábeis ou nas operações da entidade auditada,elaborados pela auditoria independente, conforme disposto na regulamentação vigente. Art. 4o A descrição da estrutura de gerenciamento do risco operacional deve ser evidenciada em relatório de acesso público,com periodicidade mínima anual. § 1º O conselho de administração ou, na sua inexistência,a diretoria da instituição deve fazer constar do relatório descrito no caput sua responsabilidade pelas informações divulgadas. § 2º As instituições mencionadas no art. 1º devem publicar, em conjunto com as demonstrações contábeis semestrais,resumo da descrição de sua estrutura de gerenciamento do risco operacional, indicando a localização do relatório citado no caput. Art. 5º A estrutura de gerenciamento do risco operacional deve estar capacitada a identificar, avaliar, monitorar, controlar e mitigar os riscos associados a cada instituição individualmente, ao conglomerado financeiro, conforme o Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional - Cosif, bem como a identificar e acompanhar os riscos associados às demais empresas integrantes do consolidado econômico-financeiro, definido na Resolução 2.723, de 31de maio de 2000. Parágrafo único. A estrutura, prevista no caput, deve também estar capacitada a identificar e
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monitorar o risco operacional decorrente de serviços terceirizados relevantes para o funcionamento regular da instituição, prevendo os respectivos planos de contingências, conforme art. 3º, inciso VI. Art. 6º A atividade de gerenciamento do risco operacional deve ser executada por unidade específica nas instituições mencionadas no art. 1º. Parágrafo único. A unidade a que se refere o caput deve ser segregada da unidade executora da atividade de auditoria interna,de que trata o art. 2º da Resolução 2.554, de 24 de setembro de 1998,com a redação dada pela Resolução 3.056, de 19 de dezembro de 2002. Art. 7º Com relação à estrutura de gerenciamento de risco,admite-se a constituição de uma única unidade responsável: I - pelo gerenciamento de risco operacional do conglomerado financeiro e das respectivas instituições integrantes; II - pela atividade de identificação e acompanhamento do risco operacional das empresas não financeiras integrantes do consolidado econômico-financeiro. Art. 8º As instituições mencionadas no art. 1º devem indicar diretor responsável pelo gerenciamento do risco operacional. Parágrafo único. Para fins da responsabilidade de que trata o caput, admite-se que o diretor indicado desempenhe outras funções na instituição, exceto a relativa à administração de recursos de terceiros. Art. 9º A estrutura de gerenciamento do risco operacional deverá ser implementada até 31 de dezembro de 2007, com a observância do seguinte cronograma: I - até 31 de dezembro de 2006: indicação do diretor responsável e definição da estrutura organizacional que tornará efetiva sua implementação; II - até 30 de junho de 2007: definição da política institucional, dos processos, dos procedimentos e dos sistemas necessários à sua efetiva implementação; III - até 31 de dezembro de 2007: efetiva implementação da estrutura de gerenciamento de risco operacional, incluindo os itens previstos no art. 3º, incisos III a VII. Parágrafo único. As definições mencionadas nos incisos I eII deverão ser aprovadas pela diretoria das instituições de que trata o art. 1º e pelo conselho de administração, se houver, dentro dos prazos estipulados. Art. 10. O Banco Central do Brasil poderá: I - determinar a adoção de controles adicionais, nos casos de inadequação ou insuficiência dos controles do risco operacional implementados pelas instituições mencionadas no art. 1º; II - imputar limites operacionais mais restritivos à instituição que deixar de observar, no prazo estabelecido, a determinação de que trata o inciso I. Art. 11. Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 29 de junho de 2006. Henrique de Campos Meirelles Presidente
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
Controles Internos 10
1.1 – Conceito de controle interno 10
1.2 – Características do Controle interno 13
1.3 – Os riscos Bancários 13
CAPÍTULO II
Supervisão Bancária 16
2.1 – Iimportância da Supervisão Bancária 16
2.2 – Acordos de Basileia 17
2.2.1 – Acordo de Basileia I 18
2.2.2 – Acordo de Basileia II – Inclusão do Risco
Operacional 19
2.2.3 – Acordo de Basileia III 20
CAPÍTULO III
Controles Internos no Banco do Brasil 22
3.1 – Validação dos Modelos de Risco 23
3.2 – Gestão Estratégica de Segurança 24
3.3 – Gestão de Riscos 27
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