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Bolsistas: Elizandra Alves Rodrigues, Larissa Escandoleiro de Oliveira Orientador: Profª. Drª. Ana Lúcia Nogueira de Camargo Harris Financiadora: PICJr Palavra-Chave: COBOGÓ, Grafismo Indígena, Design de Superfície, Elemento vazado
Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo - FEC
ELEMENTOS ARQUITETÔNICOS MODULARES INSPIRADOS NA ARTE INDÍGENA
INTRODUÇÃO
Desde os primórdios da arquitetura, a iluminação natural tem um papel
de extrema importância, tanto no aspecto estético, quanto no funcional.
Atualmente, devido principalmente à conscientização da necessidade de se
projetar edificações mais sustentáveis, os projetistas da área têm buscado
soluções mais apropriadas ao clima local para fachadas. No Brasil, provenientes de
uma inspiração nos muxarabis, herança árabe de nossos colonizadores, os
elementos vazados, conhecidos comercialmente como COBOGÓS, muito utilizados
por arquitetos modernistas, vem retomando seu lugar nos materiais de
construção. Porém, a limitada preocupação com seu projeto geométrico os torna
pouco versáteis, tanto estética quanto funcionalmente, no que se refere ao
controle da luz natural incidente.
Geralmente no formato de blocos quadrados vazados, os COBOGÓS
podem ser aplicados às fachadas das edificações para promoverem soluções
construtivas econômicas e racionais de filtragem da luz natural e vento nos
ambientes. Além disso, eles podem ser construídos em diferentes formatos,
materiais e escalas. O desafio para se obter soluções mais versáteis e adequadas
de COBOGÓS passa necessariamente por estudos relacionados ao design de
superfície e da forma geométrica. Por outro lado, dentro da infinidade de
possibilidades para a criação de padrões geométricos, pode-se agregar vínculos
culturais.
Esta pesquisa, teve por foco principal a divulgação de técnicas para um
desenvolvimento qualitativo de COBOGÓS, aliadas à valorização cultural do
grafismo indígena brasileiro. O resultado foi um conjunto de unidades modulares
virtuais e 2 protótipos 1:1, produzidos a partiridos estudos das bolsistas PICJr
(Larissa e Elizandra), após a abosorção da fundamentação teórica dada e da
realização de experimentações práticas.
METODOLOGIA
Com a finalidade de se transmitir aos bolsistas PICJr, conhecimento
suficiente para que pudessem criar seus próprios elementos vazados, esta
pesquisa foi desenvolvida em três etapas:
Etapa A – Revisão de geometria plana e estudos de desenho livre com
noções de perspectiva cônica, para que os bolsistas pudessem transmitir suas
idéias por croquis, o que os auxiliariam no “pensar criativo”;
Etapa B – Fundamentação teórica específica, quando os bolsistas focaram
nos fundamentos geométricos [5]; métodos direcionados à criação de padrões de
superfície por unidades modulares [3] e pesquisas sobre grafismo indígena
[2],[4] e [1], bem como na aprendizagem e utilização de aplicativos para auxiliá-
-los nos estudos da criação [6], Figura 1;
Etapa C – Execução, quando os bolsistas se dedicaram a aprimorar um
de seus elementos modulares criados e produzi-lo a partir da confecção de
formas, Figura 2. Desenvolvimento de Kit com unidades modulares e
apresentação para posterior divulgação e atividades em suas escolas.
AGRADECIMENTOS À professora Gladis Camarini e técnicos do Laboratório de Materiais
da FEC, pela produção dos COBOGÓS da Larissa em gesso, a partir do molde cedido. Às alunas do curso de Arquitetura e Urbanismo da FEC, Marcela Geraldo e Clara Maria Ferreira Silva, por seu auxílio voluntário na orientação dos bolsistas PICJr em 2012 e ao Sr.Haroldo, técnico da maquetaria da FEC, por seu constante auxílio.
Figura 1 - exemplos de estudos e desenvolvimento de unidades modulares de COBOGÓS de autoria da bolsista Larissa, ago/2011 - jan/2012 e unidades modulares de COBOGÓS INDÍGENAS, inspirados em grafismos indígena, de autoria da bolsista Joyce, 2012.
Figura 2 - confecção e potencialidade estética dos primeiros COBOGÓS/PICJr, design de autoria da bolsista Larissa E. Oliveira, jan-mar2012.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa teve como propósito difundir técnicas de produção de
elementos arquitetônicos, especificamente COBOGÓS, bem como valorizar a
cultura brasileira, com foco específico na arte do grafismo indígena para a
comunidade. Para este fim, buscou-se preparar os bolsistas PICJr, de modo que
estes aprendessem e ficassem aptos a transmitir o conhecimento apreendido,
visando assim, contribuir com o ensino nas escolas públicas brasileiras.
Sob esta perspectiva, acredita-se que este projeto já cumpriu parte de
seus objetivos, preparando os alunos, tanto com conhecimento técnico e prático,
quanto com material, na forma de Kits para montagens físicas e apresentações
virtuais. Atualmente realiza-se contato com uma das escolas visando uma
atividade prática em sala de aula com este material.
Pretende-se dar continuidade a esta pesquisa, focando-se em novas
possibilidades de aplicação de padrões modulares para fachadas de edificações.
BIBLIOGRAFIA [1] ANDRADE, R. M. F. de. As Artes Plásticas no Brasil. Rio de Janeiro : Ouvidor, c1952. [2] CARVALHO, F. S. L.; HARRIS, A. L. N. C.; Do grafismo indígena ao COBOGÓ In: 9. Congresso brasileiro de pesquisa e desenvolvimento em design - P&D2010. São Paulo, 13-16 out, 2010. Anais. São Paulo: AEND-Brasil, 2010. [3] GOMES, G. C. & HARRIS, A.L.N.C. Desenvolvimento criativo de COBOGÓS – método 3. In: 9. Congresso brasileiro de pesquisa e desenvolvimento em design - P&D2010. São Paulo, 13-16 out, 2010. Anais. São Paulo: AEND-Brasil, 2010. [4] RIBEIRO, B. G. Arte Indígena, Linguagem Visual. São Paulo/Belo Horizonte: Universidade de São Paulo/Itatiaia, 1989. [5]TUPAN, D.; HARRIS, A.L.N.C. Estudo da forma geométrica encontrada em padrões arquitetônicos modulares. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON GRAPHICS ENGINEERING FOR ARTS AND DESIGN, 6.; SIMPOSIO NACIONAL DE GEOMETRIA DESCRITIVA E DESENHO TÉCNICO, 17 GRAPHICA 2005. Anais. Recife, PE, 18-21, setembro, 2005. [6] material didático online, LaFormA/PICJr, ambiente restrito MOODLE, vinculado ao grupo de pesquisa do CNPq “Métodos de representação e o desenvolvimento da forma em Arquitetura”, 2012. http://www.ggte.unicamp.br/moodle/
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