ensaio metalográfico
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METALOGRAFIA
Resumo
Nesse experimento foram realizados ensaios metalográficos em corpos de prova de aço 1010 fornecido, 1020 recozido, 1045 recozido, 1045 temperado, 1060 normalizado, 1060 temperado, 1070 recozido, 1080 fornecido, 1080 temperado, 1090 recozido, ferro fundido nodular e ferro fundido cinzento.
A partir do ensaio metalográfico foi possível observar e comparar a microestrutura de cada um desses corpos de prova.
1. INTRODUÇÃO
O ensaio metalográfico procura relacionar a estrutura íntima do material com as suas propriedades físicas, com o processo de fabricação, com o desempenho de suas funções e outros. Podendo ser: Macrográfico ou Micrográfico.
1.1 Ensaio Macrográfico ou Macrografia
Examina-se a olho nu ou com pouca ampliação (até 50X) o aspecto de uma superfície após devidamente polida e atacada por um reagente adequado. Por seu intermédio tem-se uma ideia do conjunto, referente à homogeneidade do material, a distribuição e natureza das falhas, impureza e ao processo de fabricação, qualidade de solda profundidade de tratamentos térmicos entre outras características.
Figura 1
1.1.2 Ensaio Micrográfico ou Micrografia
Consiste no estudo dos produtos metalúrgicos, com o auxílio do microscópio, onde se pode observar as fases presentes e identificar a granulação do material (tamanho de grão), o teor aproximado de carbono no aço, a natureza, a forma, a quantidade, e a distribuição dos diversos constituintes ou de certas inclusões.
METALOGRAFIA
Figura 2
1.2 Corpo de prova embutido
O embutimento é de grande importância para o ensaio metalográficos, pois além de facilitar o manuseio de peças pequenas, evita que amostras com arestas rasguem a lixa ou o pano de polimento; bem como o abaulamento durante o polimento.
Figura 3
1.3 Corte
Às vezes é necessário particionar o corpo de prova para obterem-se amostras que servirão para análise metalográfica. Operações mecânicas como torneamento aplainamentos e outras, impõem severas alterações microestruturais devido ao trabalho mecânico a frio. O corte abrasivo oferece a melhor solução para este seccionamento, pois elimina por completo o trabalho mecânico a frio, resultando em superfícies planas com baixa rugosidade, de modo rápido e seguro.
1.4 Embutimento
O embutimento da amostra é realizado para facilitar o manuseio de peças pequenas, evitando a danificação da lixa ou do pano de polimento, abaulamento da superfície, que traz sérias dificuldades ao observador. O embutimento consiste em circundar a amostra com um material adequado, formando um corpo único.
1.5 Lixamento
Devido ao grau de perfeição requerida no acabamento de uma amostra metalográfica idealmente preparada, é essencial que cada etapa da preparação seja executada cautelosamente, é um dos processos mais demorados da preparação de amostras metalográficas.
METALOGRAFIA
A operação que tem por objetivo eliminar riscos e marcas mais profundas da superfície dando um acabamento a esta superfície, preparando-a para o polimento.
Existem dois processos de lixamento: manual (úmido ou seco) e automático.
A técnica de lixamento manual consiste em se lixar a amostra sucessivamente com lixas de granulometria cada vez menor, mudando-se de direção (90°) em cada lixa subsequente até desaparecerem os traços da lixa anterior.
Figura 8– Representação esquemática do método de lixamento com trabalho em sentidos alternados.
A sequência mais adequada de lixas para o trabalho metalográfico com aços é 100, 220, 320, 400, 600 e 1200 (Pode haver variações). Para se conseguir um lixamento eficaz é necessário o uso adequado da técnica de lixamento, pois de acordo com a natureza da amostra, a pressão de trabalho e a velocidade de lixamento, surgem deformações plásticas em toda a superfície por amassamento e aumento de temperatura. Esses fatores podem dar uma imagem falseada da amostra, por isso devem-se ter os seguintes cuidados:
Escolha adequada do material de lixamento em relação à amostra e ao tipo de exame final (o que se quer analisar);
A superfície deve estar rigorosamente limpa, isenta de líquidos e graxas que possam provocar reações químicas na superfície;
Riscos profundos que surgirem durante o lixamento devem ser eliminados por novo lixamento;
Metais diferentes não devem ser lixados com a utilização da mesma lixa.
1.5.1 Lixa
Folha com material abrasivo destinado a dar à abrasão a peça. Sendo necessário variar a granulação da mesma para ir melhorando o acabamento (rugosidade superficial).
No lixamento o poder de desgaste é avaliado pela dureza do grão e pela sua granulometria da lixa.
Geralmente, para os trabalhos metalográficos as lixas utilizadas têm como grão abrasivo o óxido de alumínio, em casos especiais, são utilizados o diamante e o carbeto de boro.
A granulometria é relatada em números. Quanto mais baixo o numero mais grossa será a lixa, ou seja, maior os grãos abrasivos.
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Figura 9
1.6 Polimento
Operação pós lixamento que visa um acabamento superficial polido isento de marcas, utiliza para este fim abrasivos como pasta de diamante ou alumina.
Antes de realizar o polimento deve-se fazer uma limpeza na superfície da amostra, de modo a deixá-la isentam de traços abrasivos, solventes, poeiras e outros. A operação de limpeza pode ser feita simplesmente por lavagem com água, porém, aconselha-se usar líquidos de baixo ponto de ebulição (álcool etílico) para que a secagem seja rápida.
1.7Ataque químico
Seu objetivo é permitir a identificação (visualização) dos contornos de grão e as diferentes fases na microestrutura.
Um reagente ácido é colocado em contato com a superfície da peça por certo tempo. O reagente causará a corrosão da superfície. Os reagentes são escolhidos em função do material e dos constituintes macroestruturais que se deseja contrastar na análise metalográfica microscópica.
1.7.1 Princípio:
Alguns grãos e fases serão mais atacados pelo reagente que outros. Isso faz com que cada grão e fase reflita a luz de maneira diferente de seus vizinhos. Isso realça os contornos e grão e dá diferentes tonalidades às fases permitindo a identificação das mesmas no microscópio.
. Antes de a amostra sofrer o ataque, a mesma deve estar perfeitamente limpa e seca, por isso utilizam-se líquidos de baixo ponto de ebulição como o álcool, éter, etc., os quais são posteriormente secados rapidamente através de um jato de ar quente fornecido por uma ventoinha elétrica ou secador.
Uma amostra lixada e polida está pronta para o exame macro ou microscópico desde que os seus elementos estruturais possam ser distinguidos uns dos outros, através da diferenciação de cor, relevo, falhas estruturais como trincas, poros, etc.
Ao incidir a luz sobre a superfície metálica polida há uma reflexão uniforme, de modo que se faz necessário um contraste para distinguirem-se os detalhes de sua estrutura. Tal contraste é obtido por meio do ataque, o qual pode ser efetuado através de mudanças do sistema óptico empregado ou da amostra propriamente dita.
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1.8 Microscopia
O exame microscópico, com seus fatores de aumento, exige obviamente não só cuidados especiais, mas principalmente um equipamento muito preciso e altamente especializado.
Devido à natureza dimensional das amostras envolvidas, sua capacidade praticamente sempre a considerar, e as características comuns de superfície, assumiu formas específicas e geram uma série de técnicas e dispositivos que facilitam e às vezes só assim possibilitam a execução dessas técnicas. Mais precisamente, fala-se de posicionamento das amostras, iluminação apropriada e técnicas fotográficas.
O microscópio visa a comodidade do operador, assim como, tornar mais fácil e nítida a microestrutura em observação.
1.9 Plano de controle
De todas as amostras realizadas será feito registros e estes deveram ser arquivados após a emissão do relatório. Na preparação do CDP deve se observar os dados do formulário e a não conformidade no processo de preparação deve ser registrado.
1.10 Registro
Os corpos de prova devem ser registrados no caderno e arquivados no armário com gavetas.
2. OBJETIVO
Realizar um ensaio metalográfico para observar a microestrutura de vários tipo de aços e ferros fundidos.
2. PROCEDIMENTO
Foram recebidas amostras já embutidas em uma resina polimérica. Essas amostras foram lixadas por lixas de 220, 320, 400 e 600. Esses lixamentos se deram de forma que passaram-se as amostras sobre as lixas perpendicularmente aos riscos que a amostra possuía em sua superfície.
Depois de passar pelas lixas, essas amostras foram polidas num feltro com pasta de alumina, até que a superfície ficasse espelhada (sem nenhum risco). Ai, então, secaram-se as amostras e as observaram no microscópico para ver se a superfície realmente estava livre de riscos. Se estivesse, ass amostras seriam atacadas com um reagente de Nital 2% e, logo após o ataque, as amostras foram lavadas e secadas, para que sua superfície pudesse ser observada ao microscópio para avaliar sua microestrutura.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
MATERIAL FOTO DESCRIÇÃO
1010 FORNECIDO
Região mais clara: FerritaRegião mais escura: Perlita
Assim, pode-se verificar que a maior quantidade de perlita
em relação a ferrita. Além disso, é possível observar a granulação mais grosseira.
1020 RECOZIDO
Região mais clara: FerritaRegião mais escura: Perlita
Assim, pode-se verificar que a maior quantidade de ferrita
em relação a perlita.
1045 RECOZIDO
Região mais clara: FerritaRegião mais escura: Perlita
Como é possível verificar há uma maior quantidade de
perlita em relação a ferrita.
1045 TEMPERADO
Constituído essencialmente de martensita.
Os pontos mais escuros são resultados de oxidação.
1060 NORMALIZADO
Região mais clara: FerritaRegião mais escura: Perlita
Como é possível observar, essa microestrutura é semelhante à do 1045
recozido, mas apresenta uma menor região de ferrita.
1060 TEMPERADO
Microestrutura constituída essencialmente por
martensita.
1070 RECOZIDO
Região mais clara: FerritaRegião mais escura: Perlita
(região predominante)Assim, temos uma
microestrutura predominantemente perlítica com granulação grosseira.
1080 FORNECIDO
Microestrutura constituída essencialmente por perlita.
Ponto eutetóide.
1080 TEMPERADO
Microestrutura essencialmente constituída
por martensita.1090
RECOZIDOPartes rajadas: PerlitaContornos de grãos:
Cementita
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Obs.: Os contornos de grãos não apareceram por conta do
reagente, provavelmente.O aumento usado foi de
500x.
FERRO FUNDIDO NODULAR
Micorestrutura constituída por um fundo branco de perlita com pequenos
nódulos de grafita (bolinhas escuras).
FERRO FUNDIDO
CINZENTO
Matriz perlítica, com veios de grafita envolvidos por ferrita.
Obs.: As imagens apresentam essa cor meio amarelada, devido a oxidação, causada pela demora na lavagem e secagem após o ataque com Nital.
CONCLUSÀO
Pelas imagens é possível verificar a existência de perlita e ferrita nos aços fornecidos ou recozidos hipoeutetóides; já nos aços eutetóides verifica-se uma microestrutura com predominância perlítica (1080 fornecido); e nos aços hipereutetóides temos uma estrutura perlítica com cementita.
Nos aços temperados é possível verificar a predominância de martensita na microestrutura em todos os casos.
Nos ferros fundidos é possível observar a presença de grafita em uma matriz perlítica.
BIBLIOGRAFIA
Anotações de aula.
http://www.urisan.tche.br/~lemm/metalografia.pdf.
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