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6/5/13 Justiça manda cobrar quase R$ 1 bi de filantrópicas | Congresso em Foco

congressoemfoco.uol.com.br/noticias/justica-manda-cobrar-quase-r-1-bi-de-filantropicas/ 1/3

Dorivan Marinho/SCO/STF

Procurador­geral da República cobra de todasas entidades em uma ação única no STF

Justiça manda cobrar quase R$ 1 bi de filantrópicasMackenzie, Metodista e PUC de Campinas estão entre as instituições atingidas pela decisão daJustiça, que também revogou os certificados que lhes garantiam isenção de impostos

por Eduardo Militão e Rodolfo Torres| 14/05/2013 07:30 CATEGORIA(s):

Decisões judiciais de primeira instância determinamque nove entidades filantrópicas recolham R$ 934milhões aos cofres públicos, em impostos nãopagos à União. As organizações, beneficiadas como perdão concedido pela Medida Provisória 446,foram condenadas a perder seus certificados deassistência social, os chamados “Cebas”, e assimficarem sem a isenção de impostos. O grupo incluivárias instituições tradicionais do país, como osinstitutos Mackenzie e Metodista, a PUC deCampinas e a Universidade Católica de Petrópolis.

As nove entidades estão entre  7,4 milorganizações supostamente filantrópicas, muitasdelas suspeitas de irregularidades ou mesmofraudes detectadas em operação da PolíciaFederal. Todo o problema se deve à breve validadeda Medida Provisória 446, que perdoou R$ 2,1bilhões em impostos não pagos apenas referentesao ano de 2007. Rejeitada pelo Congresso, muitasentidades, principalmente escolas, faculdades ehospitais particulares, se valeram do período emque a norma vigorou para renovarem seuscertificados de imunidade tributária.

O procurador­geral da República, Roberto Gurgel, levou o assunto ao Supremo Tribunal Federal(STF), que no mês passado obteve os primeiros esclarecimentos da presidenta Dilma Rousseff,defendendo o perdão bilionário. Só na semana passada, três sentenças foram proferidas por juízesfederais de primeira instância, analisando casos individuais.

Perderam o direito ao Cebas os institutos Mackenzie, Metodista e a Fundação Dom Aguirre, quemantém faculdades e colégios particulares. Como efeito colateral das condenações, terão que pagarR$ 375 milhões aos cofres públicos, segundo documentos que constam dos processos. Paraauditores da Receita Federal, elas nunca cumpriram exigências que as credenciariam comofilantrópicas, como concederem bolsas de estudo suficientes, por exemplo.

DÍVIDAS DAS FILANTRÓPICAS

Condenação Instituição Valor apagar

8.maio Fund. DomAguirre

R$ 45milhões

6.maio Inst. Mackenzie R$ 240milhões

6.maio Inst. Metodista deEnsino Superior

R$ 90milhões

6/5/13 Justiça manda cobrar quase R$ 1 bi de filantrópicas | Congresso em Foco

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9.abril Univ. Sul de SantaCatarina

R$ 180milhões

7.dez.2012 PUC de Campinas R$ 240milhões

8.jun.2012 Univ. daCampanha

R$ 50milhões

16.fev.2012 Univ. de Araras(SP)

R$ 47milhões

18.jan.2012 Hospital Astrogildode Azevedo

R$ 18milhões

9.dez.2011 Univ. Católica dePetrópolis

R$ 24milhões

TOTAL R$ 934milhões

Fonte: Congresso em Foco, com base nos valores estimados pelos autores nos processos e dadosdo Ministério da Justiça

Outras seis condenações, proferidas a partir de dezembro de 2011, elevam a cifra para R$ 934milhões. Os valores se referem a períodos de até seis anos sem pagamento de tributos, conforme ainstituição.

Em cada sentença, os juízes ou condenam a entidade a perder o Cebas ou obrigam os ministérios emBrasília a julgarem recursos da Receita Federal que questionavam a isenção de impostos dasentidades. Em novembro de 2008, a MP 446 determinou que os recursos não precisariam serjulgados, o que significou a renovação automática dos certificados de imunidade tributária dasfilantrópicas. Em algumas ações, os juízes deixam para outros processos, a cobrança dos valoresresultantes do cancelamento dos Cebas. Em outras, determinam a imediata cobrança dos impostos.

Operação Fariseu

Como revelou o Congresso em Foco, a MP 446 significou um perdão de R$ 2,145 bilhões àsentidades que não comprovaram prestar serviços sociais compatíveis com o benefício fiscal –pagamento de salários a diretores, distribuição de lucros e falta de atendimentos gratuitos, porexemplo. Em meio a elas, muitas estavam envolvidas na Operação Fariseu, da Polícia Federal, quederrubou uma quadrilha que comprava certificados de assistência social no Ministério da Previdência.Os certificados questionados internamente no governo foram renovados automaticamente pela normabaixada pelo governo Lula. O perdão bilionário referia­se apenas ao ano de 2007.

Na decisão que condenou o Mackenzie, a juíza da 6ª Vara Federal de Porto Alegre (RS) DanielaPertile considerou imoral a renovação automática da isenção de impostos. Para ela, concedercertificados sem “verificação do cumprimento dos requisitos legais por parte da entidade beneficiáriaconfigura um comportamento desleal e astucioso da administração, passível de beneficiar entes quepouca ou nenhuma atividade verdadeiramente assistencial pratiquem”.

As sentenças foram dadas em ações populares movidas cidadãos e em uma ação civil pública doMinistério Público. Os impostos não recolhidos pelas entidades são o PIS e as contribuições ao INSS,para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), sobre o Lucro Líquido (CSLL).

Veja ainda:

Entidades recorreram das condenações

No STF, governo diz que isenção de imposto é legal

Filantrópicas: Metodista diz cumprir exigências para ter isenção

Outras matérias sobre entidades filantrópicas

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