entidades encaminham sugestões de enfrentamento gripe a da ... · luiz carlos bodanese • luiz...
Post on 12-Nov-2018
216 Views
Preview:
TRANSCRIPT
Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul | ano X | nº 76 | Agosto 2012
GRIPE A
Cremers, Simers e Amrigs se unem para protestar contra situações que colocam em risco a vida de pacientes e as mortes que talvez pudessem ser evitadas, como as dos bebês da Zona Sul do Estado (Pág. 4 e 5)
Entidades encaminham sugestões de enfrentamento da doença ao Ministério da Saúde (Pág. 6,7 e 8)
____________________________________________________________
Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do SulAvenida Princesa Isabel, 921 • CEP 90620-001 • Porto Alegre/RSFone: (51) 3219.7544 • Fax: (51) 3217.1968 cremers@cremers.org.br • www.cremers.org.br ____________________________________________________________
Composição da DiretoriaPresidente: Rogério Wolf de AguiarVice-presidente: Fernando Weber Matos 1º Secretário: Ismael Maguilnik 2º Secretário: Isaias Levy Tesoureiro: Cláudio Balduíno Souto FranzenCorregedores: Régis de Freitas Porto e Joaquim José XavierCoordenador da Fiscalização: Antônio Celso Koehler AyubCoordenador da Ouvidoria: Ércio Amaro de Oliveira FilhoCoordenador das Câmaras Técnicas: Jefferson Pedro PivaCoordenador de Patrimônio: Iseu Milman____________________________________________________________
Conselheiros Alberi Nascimento Grando • Antônio Celso Koehler Ayub • Céo Paranhos de Lima • Cláudio Balduíno Souto Franzen • Dirceu Francisco de Araújo Rodrigues • Enio Rotta • Ércio Amaro de Oliveira Filho • Euclides Viríssimo Santos Pires • Fernando Weber da Silva Matos • Isaias Levy • Iseu Milman • Ismael Maguilnik • Jefferson Pedro Piva • Joaquim José Xavier • Mário Antônio Fedrizzi • Mauro Antônio Czepielewski • Newton Monteiro de Barros • Régis de Freitas Porto • Rogério Wolf de Aguiar • Sílvio Pereira Coelho • Tomaz Barbosa Isolan • Arthur da Motta Lima Netto • Cláudio André Klein • Clotilde Druck Garcia • Douglas Pedroso • Isabel Helena F. Halmenschlager • Izaias Ortiz Pinto • João Alberto Larangeira • Jorge Luiz Fregapani • Léris Salete Bonfanti Haeffner • Luciano Bauer Gröhs • Luiz Carlos Bodanese • Luiz Carlos Corrêa da Silva • Luiz Alexandre Alegretti Borges • Maria Lúcia da Rocha Oppermann • Paulo Amaral • Paulo Henrique Poti Homrich • Philadelpho M. Gouveia Filho • Raul Pruinelli • Ricardo Oliva Willhelm ____________________________________________________________
Conselho Editorial Rogério Wolf de Aguiar • Fernando Weber Matos • Ismael Maguilnik • Isaias Levy • Cláudio Balduíno Souto Franzen ____________________________________________________________
Redação: W/COMM Comunicação (www.wcomm.jor.br), Viviane Schwäger Jornalista Responsável: Ilgo Wink • Mat. 2556 Revisão: Raul Rubenich Fotografias: W/COMM Comunicação, Márcio Arruda, Rosi BoninsegnaProjeto e Design Gráfico: • Fone: (51) 3023.4866 stampa@stampadesign.com.br • www.stampadesign.com.br Tiragem: 26.400 exemplares____________________________________________________________
Cremers, Revista do Conselho Regional de Medicina do RS, está aberta à participação de toda a classe médica gaúcha, para críticas, sugestões de pauta, artigos, divulgação de eventos e notícias de interesse da categoria. As correspondências serão encaminhadas ao Conselho Editorial. Contatos com Assessoria de Imprensa pelo e-mail: ai@cremers.org.br
O Centro Acadêmico Sarmento Leite, da Faculdade de Medicina da UFRGS, está completando um século de existência neste ano. Para comemorar a data, o CASL, com apoio da direção da Famed e da Fundação Médica, está organizando um jantar-baile, que será realizado no dia 29 de setembro, na Sogipa. Os convites estão à disposição na Fundação Médica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Mais detalhes pelo telefone (51) 3332.6840.
O CASL foi fundado na primavera de 1912, no antigo cinema Odeon. Em homenagem ao único professor presente na ocasião, os alunos deram o nome de Sarmento Leite ao centro acadêmico, o primeiro do país. Até hoje, aproximadamente 10 mil acadêmicos formados pela Famed/Ufrgs (fundada em 25 de julho 1898) estiveram de alguma forma ligados ao CASL.
CASL comemora um século de existência
A UniAmrigs promove o I Congresso Estadual sobre Saúde e Trabalho, que será realizado de 18 a 20 de outubro no Centro de Eventos da Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs). Entre os palestrantes já confirmados estão Eugenio Mussak, Içami Tiba e René Mendes. O evento vai abordar temas como drogas no ambiente profissional, competitividade e gestão de saúde, ambientes saudáveis e as estratégias de RH. As inscrições já estão abertas. Mais informações pelo telefone (51) 3014.2024 ou pelo site: www.amrigs.org.br
Congresso sobre Saúde e Trabalho
Projeto de Lei para dar o nome de Moacyr Scliar à Unidade de Pronto Atendimento da Zona Norte de Porto Alegre foi aprovado no dia 1º de agosto. De acordo com o autor do projeto, o vereador Dr. Raul Torelly Fraga, a UPA começará a atender a população ainda neste semestre. A iniciativa da homenagem a Scliar tem origem no Cremers, que apresentou a ideia ao vereador, em março, e posteriormente também ao prefeito José Fortunatti, em audiência realizada no início de abril. Na ocasião, o prefeito, que ficou entusiasmado com a proposta de homenagear o escritor e médico, comentou que a unidade de saúde deverá atender em média 450 pessoas por dia.
UPA da Zona Norte levará o nome de Moacyr Scliar
2 | Revista CRemeRs | Agosto - 2012
nOTAS
Os medalhistas da Saúde
Na manhã de domingo, 5 de agosto, quando atletas bra-
sileiros competiam por medalhas na Olimpíada de Londres, um grupo de médicos e funcionários do Hospital de Tramandaí se desdo-brava para manter vivos os pacien-tes das UTIs, todos em situação de risco pela falta de energia elé-trica. Depois de três longas horas, extenuados, mas felizes, puderam comemorar não a medalha de ouro por equipe, mas a vitória coletiva pela vida.
Se poucos são os atletas que retor-naram de Londres com medalhas penduradas no pescoço, quase todas conquistadas muito mais por seu pró-prio esforço e determinação do que pela estrutura oferecida ao esporte amador no Brasil, não é exagero afir-mar que todos aqueles que trabalham na saúde pública, principalmente nas emergências dos grandes hospitais, merecem subir ao pódio.
Poucos dias depois, ainda com a Olimpíada em andamento, médi-cos de Canguçu e Bagé, como numa corrida de obstáculos, tive-ram de enfrentar todo tipo de difi-culdade para salvar a vida de dois bebês prematuros.
Como se não bastasse, outro bebê morreu dias depois em Ijuí,
após ser transferido de Pelotas, onde não havia – o mesmo problema outra vez - leito de UTI neonatal dis-ponível. O pai do bebê – posso ima-ginar em que condições emocionais - venceu os 500 quilômetros entre as duas cidades com o corpo do filho no porta-malas do carro.
Os três casos somam-se agora a dezenas de outras sindicâncias abertas pelo Cremers nos últimos dois anos envolvendo óbitos de pessoas que aguardavam leitos e após relatos de atendimentos obti-dos em locais distantes de onde estavam inicialmente, alguns só após intervenção judicial. Na mesma semana volta ao noticiá-rio a morte de uma paciente no Hospital Centenário, em princípio também aguardando transferência, hospital que só permanece aberto por decisão judicial, o que gerou nova sindicância do Cremers para apurar os fatos.
Na base de todo esse quadro dramático da saúde pública no Rio Grande do Sul está a insuficiência dos recursos aplicados no setor. O governador Tarso Genro, ao receber no Palácio Piratini, das mãos das lideranças do movimento ‘Saúde, Rio Grande’, os pacotes com cen-tenas de milhares de assinaturas
coletadas na Capital e no Interior, mostrou-se sensível à reivindicação e transmitiu sua determinação de nos tirar da última e vergonhosa posição no ranking nacional, como o Estado que menos investe em saúde.
É possível que o Rio Grande do Sul nunca conquiste a medalha de ouro na disputa da prova de qua-lidade na assistência à saúde, mas de uma coisa não temos dúvida: muitos médicos gaúchos, diante da falta de estrutura adequada e da pouca valorização de seu trabalho, merecem ser medalhistas.
Os médicos, como as suas enti-dades de classe, fazem a sua parte para que a população tenha um atendimento mais digno e resolu-tivo. Um exemplo é o trabalho das Câmaras Técnicas do Cremers, que elaboraram um documento com propostas para um enfrentamento mais eficaz da gripe A. O texto, somado a trabalho semelhante feito pelo CRM do Paraná, resul-tou num documento conjunto que está sendo enviado ao ministro da Saúde com análise da estratégia utilizada neste ano na região Sul do país e sugestões para que o inverno de 2013 tenha um melhor resultado.
Dr. Rogério Wolf de Aguiar
Presidente do Cremers
Agosto - 2012 | Revista CRemeRs | 3
EDITORIAL
A crise na saúde pública uniu mais uma
vez as entidades médicas do Estado,
que publicaram nota em conjunto nos
principais jornais, dia 11 de agosto, a partir
da morte de dois recém-nascidos na UTI
Neonatal da Santa Casa de Bagé, apesar
dos esforços dos médicos. Cremers, Simers
e Amrigs criticam a inércia do governo e
cobram providências como a contratação
de mais médicos – mas com remuneração
adequada – e investimentos estruturais.
O Cremers abriu sindicância para apu-
rar o fato. O presidente Rogério Wolf de
Aguiar entende que o episódio evidencia
deficiências que comprometem o atendi-
mento na região, como o fato de a UTI
Neonatal de Canguçu permanecer fechada
porque os gestores não contrataram médi-
cos. As condições precárias no hospital de
Canguçu e transferência dos prematuros
para Bagé, distante 200 quilômetros, tam-
bém ofereceram riscos.
Aguiar observa que existem médicos
suficientes no Estado, mas os salários ofe-
recidos muitas vezes não são condizentes
com a responsabilidade do trabalho médi-
co. O presidente do Cremers afirma que as
prefeituras acabam arcando com a maior
parte dos custos de manutenção dos hospi-
tais, já que o governo estadual não destina
os 12% do orçamento para a saúde, como
prevê a legislação.
O CASOAlerrandro e Aleksander nasceram no
dia 6 de agosto no Hospital de Canguçu,
onde a mãe, Andrizi Quevedo, de 25 anos,
havia sido internada uma semana antes
com uma infecção, grávida de menos de
sete meses. Em razão de a UTI Neonatal
da instituição ter sido fechada em feve-
reiro por causa de um foco de infecção
que causou 12 óbitos, os recém-nascidos
foram transferidos na noite de terça para a
Santa Casa de Bagé, por causa do estado
delicado de saúde, já que pesavam cerca
de 600 gramas cada. Alerrandro morreu
no dia 9 e Aleksander na madrugada do
dia seguinte.
LeiTOSExistem no Estado 514 leitos de UTI
Neonatal, sendo que 370 custeados pelo
SUS. Esse número resulta em mais oferta
que o preconizado pelo Ministério da
Saúde – três leitos de UTI para cada mil
nascidos vivos. Um problema é que a
região metropolitana concentra 57% das
vagas. O restante está distribuído por todo
o Estado.
Morte de bebês será investigadaCremers abre sindicância e entidades médicas publicam nota sobre a morte de dois recém-nascidos
por problemas no atendimento no Sul do Estado
No dia 9 de agosto, o jornal Zero Hora publicou reportagem intitulada ‘Cremers critica improviso no Sul’, na qual o coordenador da Ouvidoria do Conselho, o pediatra e neonatologista Ercio Amaro de Oliveira Filho, diz que a falta de atendimento adequado reduziu as chances de vida dos bebês em 30%. Além disso, segundo ele, o transporte dos bebês para Bagé não poderia ter sido feito por uma ambulância, mas por um helicóptero equipado com UTI.
improvisação
4 | Revista CRemeRs | Agosto - 2012
CAOS nA SAúDE
Cremers, Simers e Amrigs publi-
caram nota conjunta dia 13 de
agosto nos principais jornais com o
título ‘Respeito à vida’, para condenar
o fato de o Hospital de Tramandaí, no
Litoral Norte, ter ficado sem energia
elétrica por três horas no dia 5 de
agosto, colocando em risco a vida de
24 pacientes – entre eles, 13 bebês
– que estavam baixados nas UTIs
da instituição.
O hospital ficou sem energia elé-
trica às 7h20min, devido a um desli-
gamento programado da Companhia
Estadual de Energia Elétrica (CEEE) no
município. O gerador do hospital não
funcionou na hora da interrupção do
fornecimento. O abastecimento do
hospital foi restabelecido por volta
das 10h30min, de forma emergen-
cial, a partir de uma subestação de
Atlântida Sul.
A nota das entidades destaca o
trabalho dos médicos e funcioná-
rios do hospital, que fizeram um
mutirão para “ventilar manualmente
(através de balão de borracha) e ten-
tar por todos os meios manter vivos
aqueles enfermos”.
As entidades concluem o docu-
mento informando que foi protocola-
do pedido de providências no Centro
Estadual de Vigilância em Saúde e no
Ministério Público Federal.
Tramandaí: mutirão de médicos e funcionários
salva pacientes
Foi lançado no Rio de Janeiro, dia 20,
o Movimento Nacional em Defesa
da Saúde Pública, que tem por objetivo
defender a correta aplicação dos recursos
no SUS, para garantir um sistema justo e
de qualidade para a população. Para isso,
o movimento lutará pela aprovação do
projeto de lei de iniciativa popular que
propõe mudança na Emenda 29. A soli-
citação é para que o repasse de 10% das
receitas correntes brutas da União para a
saúde pública brasileira seja efetivo, alte-
rando a Lei Complementar nº 141, de 13
de janeiro de 2012.
A meta é alcançar o recolhimento de
1,5 milhão de assinaturas, o que correspon-
de a 1% do eleitorado nacional. Depois do
recolhimento das assinaturas, o material
será apresentado à Câmara de Deputados,
nos termos do artigo 61, parágrafo 2º, da
Constituição Federal. Atualmente, a União
investe na saúde o montante do ano ante-
rior mais a variação nominal do Produto
Interno Bruto (PIB). Os estados precisam
aplicar 12% do que arrecadam anualmen-
te em impostos, enquanto os municípios
investem 15% de sua receita.
Movimento em defesa da saúde pública
Agosto - 2012 | Revista CRemeRs | 5
Os Conselhos Regionais de Medicina do Rio Grande do
Sul e do Paraná (Cremers e CRM/PR) e as Associações
Médicas dos dois Estados (Amrigs e AMP) estão encaminhando
ao Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, um estudo elabora-
do em conjunto sobre o aumento da incidência dos casos de
Influenza A(H1N1) na região Sul. O trabalho, elaborado por
especialistas do RS e do PR, apresenta ao Ministério da Saúde as
seguintes propostas para qualificar a prevenção a partir do pró-
ximo ano: revisão da política de imunização contra influenza
para os Estados do Sul, promovendo uma vacinação antecipada
e universal; e o envolvimento de profissionais destes estados,
atuantes e experientes no combate a esta doença, nas discussões
de estratégias de imunização contra influenza propostas por
este Ministério.
Considerando o aumento da incidência dos casos de Influenza A(H1N1)
2009pdm e a elevação do número de óbitos no ano de 2012, revelado pelo
monitoramento das Doenças Respiratórias Agudas, de acordo com o boletim do
SVS – Influenza do Ministério da Saúde da semana 26, que mostra:
A Região Sul, com 27 milhões de habitantes:
• Concentra o maior número de casos (2.966 casos; 51,4%);
• Tem incidência de 10,3 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave
por 100 mil habitantes;
• Tem incidência de 2,25 casos de Influenza A (H1N1)2009pdm por
100 mil habitantes;
• Registra 55 óbitos por Influenza; destes, 51 óbitos por Influenza A
(H1N1)2009pdm e 4 óbitos
• por outros influenza;
• Concentra 74,2% dos casos confirmados de Influenza A
(H1N1)2009pdm do Brasil.
• Apresentou a maior taxa de mortalidade (3,2 óbitos/100 mil) na
pandemia de 2009.
• Comparando esses dados com os dados da segunda maior incidência
no país, Região Sudeste,
• com população de cerca de 80 milhões de habitantes:
• Concentra 2.190 casos (38%);
• Tem incidência de 2,84 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave
por 100 mil habitantes;
• Tem incidência de 0,27 casos de Influenza A (H1N1)2009pdm por
100 mil habitantes;
• Registra 25 óbitos por Influenza; destes, 19 óbitos por Influenza A
(H1N1)2009pdm e 6 óbitos
• por outros influenza;
CONSiderANdO qUe:– Embora a Organização Mundial de Saude (OMS) tenha estabelecido em
agosto de 2010 o fim da Pandemia pelo vírus Influenza A (H1N1)2009pdm,
declara que o mesmo continua circulando e sendo responsável por surtos iso-
lados em diversas regiões do mundo. Logo, continua sendo capaz de causar
doenças graves e fatais na população.
– O clima prolongadamente mais frio da região sul do país favorece uma
maior replicação e disseminação dos vírus, devido às características próprias
desses agentes e comportamentos sociais (aglomerações). Consequentemente
possibilita o aumento de doenças respiratórias no período de inverno.
– Os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave, associados ao número
aumentado de internações e óbitos registrados, ocorreram fora dos grupos prio-
rizados para vacina de influenza pelo Ministério da Saúde, com as seguintes
taxas de mortalidade:
influenza A (H1N1)2009pdm – Frequência de óbitos
por faixa etária – Paraná, 2009
Faixa etária em anos Nº Frequencia de óbitos (%)Taxa de
mortalidade
0 a 4 12 3,5 1,6
5 a 9 11 3,3 1,2
10 a 19 15 4,4 0,8
20 a 49 201 59,5 4,0
50 a 59 69 20,4 6,6
60 e mais 30 8,9 2,6
TOTAL 338 100 3,2
Fonte:Sinan on line/Cievs/Deca/SVS/SESA-PR
Entidades médicas apresentam propostas de ação para 2013
6 | Revista CRemeRs | Agosto - 2012
GRIPE A
H1N1 Frequência de óbitos por faixa etária – rio Grande do Sul 2009
H1N1 Rio Grande do Sul 2009
Faixa etária População1 Casos confirmados2 Óbitos2 % Mortalidade
0 a 4 anos 656475 498 23 7,77 3,50
5 a 9 anos 760153 140 12 4,05 1,58
10 a 19 anos 1736396 357 18 6,08 1,04
20 a 29 anos 1772393 577 48 16,22 2,71
30 a 39 anos 1539847 461 64 21,62 4,16
40 a 49 anos 1537011 351 54 18,24 3,51
50 a 59 anos 1242372 292 43 14,53 3,46
60 ou mais 196604 240 34 11,49 17,29
Total 9441251 2916 296 100,00 3,14
1 - Fonte FEE/CIE/NIS
2 - Fonte Sinan/SVS/Ministério da Saúde
influenza A (H1N1)2009pdm – Frequência de óbitos
por faixa etária – Paraná, 2010
Faixa etária em anos Casos Taxa de mortalidade
0 a 4 2 0,03
5 a 9 11 - -
10 a 19 4 0,02
20 a 49 7 0,01
50 a 59 2 0,02
60 e mais 4 0,03
TOTAL 19 0,02
Fonte:Sinan on line/Cievs/Deca/SVS/SESA-PR
H1N1 – Frequência de óbitos por faixa etária – rio Grande do Sul – 2010
H1N1 Rio Grande do Sul 2010
Faixa etária População1 Casos confirmados2 Óbitos2 % Mortalidade
0 a 4 anos 642.451 166 10 6,76 1,56
5 a 9 anos 723.782 74 4 2,70 0,55
10 a 19 anos 1.737.259 158 21 14,19 1,21
20 a 29 anos 1.764.738 216 40 27,03 2,27
30 a 39 anos 1.552.578 137 23 15,54 1,48
40 a 49 anos 1.533.273 90 18 12,16 1,17
50 a 59 anos 1.278.369 68 17 11,49 1,33
60 ou mais 1.461.480 64 15 10,14 1,03
Total 10.693.930 973 148 100,00 1,38
1 - Fonte IBGE Censo Demográfico 2010
2 - Fonte Sinan/SVS/Ministério da Saúde
– Os vírus influenza são os únicos vírus respiratórios contra os quais se
dispõe de vacina, considerada segura e altamente efetiva. Confere proteção por
um período aproximado de um ano, até que uma nova onda de infecções pelos
vírus influenza ocorra. Logo, a vacinação deve ser anual e universal. Isso conver-
ge com os princípios de Universalidade, Integralidade, Equidade, Participação
da Comunidade, Descentralização político-administrativa, Hierarquização e
Regionalização do Sistema Único de Saúde.
– A solicitação pelas Secretarias de Saúde do Estado do Paraná, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul ao Ministério da Saúde em 2011, para uma cober-
tura vacinal antecipada e ampliada, segundo os princípios acima citados, não
haver sido atendida;
– A existência de recomendações de Instituições Internacionais como o
CDC (Center of Diseases Control) e (OMS) Organização Mundial de Saúde.
– A Associação Médica do Paraná, aqui representada pelo seu Presidente
e Sociedades de Especialidades Médicas (Infectologia, Pediatria, Pneumologia,
Ginecologia e Obstetrícia, Medicina Intensiva, Imunização); a Associação
Médica do Rio Grande do Sul; o Conselho Regional de Medicina do Estado do
Paraná em conjunto com o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio
Grande do Sul e suas respectivas Câmaras Técnicas de Pediatria, Infectologia,
Emergência e Epidemiologia, referente ao enfrentamento da Influenza A(H1N1),
vêm, pelo presente documento, requerer ao Ministério da Saúde:
1. revisão da política de imunização contra influenza para os Estados do
Sul, promovendo uma vacinação antecipada e universal;
2. possibilitar o envolvimento de profissionais destes Estados, atuantes e
experientes no combate a esta doença, nas discussões de estratégias de imuni-
zação contra influenza propostas por este Ministério.
Dr. João Carlos Baracho
Presidente da Associação Médica do Paraná – AMP
Dr. Alexandre Gustavo Bley
Presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Paraná – CRM/PR
Dr. Dirceu Francisco de Araújo Rodrigues
Presidente da Associação Médica do Rio Grande do Sul – AMRIGS
Dr. Rogério Wolf de Aguiar
Presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do
Rio Grande do Sul – Cremers
Agosto - 2012 | Revista CRemeRs | 7
As Câmaras Técnicas de Emergência, Infectologia e Pediatria
do Cremers estiveram reunidas no dia 19 de julho para
analisar o crescente número de óbitos relacionados à infecção
por Influenza A (H1N1) e apresentar propostas aos gestores
públicos para enfrentamento mais adequado do problema que
atingiu o Estado e que até aquele dia havia causado 46 óbitos.
Após análise e discussão a partir dos dados disponíveis
(através da Secretaria da Saúde, OMS e dos diversos serviços de
saúde), houve consenso em relação aos seguintes itens:
a) Mesmo não se configurando uma epidemia com as
características de 2009, há um evidente aumento de número de
casos de Influenza A H1N1 em relação a 2010 e 2011.
b) Mesmo considerando possíveis vieses na metodologia
para medir a incidência, observa-se em 2012 no RS uma nítida
predominância de mortes causadas por H1N1 quando compa-
rado com os casos associados a outros vírus (15% versus <5%).
O que evidencia o reforço em medidas preventivas e imediato
atendimento aos casos suspeitos de Influenza A H1N1.
c) A vacina é a única medida segura de proteção contra o
vírus H1N1 e deve ser fortemente recomendada.
d) Como 80% dos casos por H1N1 no Brasil ocorrem na
região sul, a política de vacinação deve ser priorizada nos três
estados.
e) Idealmente a vacinação deveria ser estendida a toda
população. Havendo limites na sua disponibilidade, a política
de vacinação prioritária nos grupos suscetíveis parece ser uma
medida sensata e adequada.
f) Em razão dos picos de H1N1 ocorrerem ao redor da 26ª
semana epidemiológica, recomenda-se que a vacinação seja rea-
lizada com uma antecedência maior (março/abril).
g) As medidas de higienização devem ser reforçadas para
evitar a propagação e disseminação.
h) A utilização precoce do Oseltamivir em síndromes gripais ines-
pecíficas deve ser reforçada. Portanto, a política de facilitar o acesso à
medicação após a prescrição médica é uma medida acertada.
i) Com o aumento no número de casos e a mortalidade
observada, propõe-se que se retorne à política de criar unida-
des de atendimentos específicas para pacientes com síndromes
gripais. Essas unidades permitem um atendimento precoce,
diferenciado e retiram das emergências esse grupo de pacientes.
PArTiCiPANTeSParticiparam da reunião o segundo-secretário
do Cremers, Isaias Levy; o coordenador-geral das
Câmaras Técnicas, Jefferson Piva; os representan-
tes da Câmara Técnica de Emergência Antônio
Rogério Proença Tavares Crespo e Maria Rita de
Assis Brasil; da Câmara Técnica de Infectologia
Breno Riegel Santos, Eduardo Sprinz e Marineide
Gonçalves de Melo; e da Câmara Técnica de
Pediatria, Alfredo Floro Cantalice Neto e Ércio
Amaro de Oliveira Filho.
Câmaras Técnicas do Cremers elaboram documento sobre Gripe A
8 | Revista CRemeRs | Agosto - 2012
GRIPE A
Sanção presidencial confirma vitória da mobilização médica
A luta por reajustes anuais aos médicos que prestam servi-
ços às operadoras de planos de saúde segue avançando.
A Comissão de Seguridade Social e de Família da Câmara dos
Deputados aprovou, por unanimidade, no dia 4 de julho, o
parecer do deputado Eleuses Paiva (PSD-SP) pela aprovação do
Projeto de Lei 6.964/10 que garante os reajustes, atendendo assim
uma antiga reivindicação do movimento médico. A matéria ainda
precisa ser aprovada nas Comissões de Constituição e Justiça da
Câmara em caráter terminativo.
As Comissões de Assuntos Políticos (CAP) e de Saúde
Suplementar (Comsu) do Conselho Federal de Medicina (CFM)
comemoraram a aprovação no Congresso. “Esse projeto significa
o resgate das condições mínimas de direito do trabalhador”, disse
o coordenador da CAP, Alceu Pimentel.
O PL 6.964/10 torna obrigatória a existência de contratos
escritos entre as operadoras de planos de saúde e os profissio-
nais de saúde (pessoa física) ou os estabelecimentos de saúde
(pessoa jurídica). Previa no artigo 3º (parágrafo 3º) a periodici-
dade anual para reajuste dos valores dos serviços prestados por
esses profissionais.
ÍNdiCe ANUAL O coordenador da Comsu e 2º vice-presidente do CFM,
Aloísio Tibiriçá Miranda, explica que atualmente no arcabouço
geral da legislação não há instrumentos que garantam ao médico
que presta serviço às operadoras o índice anual de seus hono-
rários. “Isso torna o médico fragilizado dentro do poder econô-
mico. Suas conquistas só têm sido alcançadas com mobilização
da categoria. O projeto aprovado é um avanço, pois prevê, para
os honorários médicos, índice de reajuste e a periodicidade de
sua aplicação”.
Avança projeto de reajustes anuais na saúde suplementar
A polêmica Medida Provisória 568/2012, aprovada pelo Congresso Nacional dia 11 de julho já com as alterações propostas pelas entidades médicas e pelos médicos da rede pública federal, foi sancionada pela presidente Dilma Roussef, convertida na Lei 12.702 de 7 de agosto. Com isso, fica confirmada a vitória da mobilização médica em todo o país, que reagiu à iniciativa da União em reduzir em 50% a remuneração dos profissionais, entre outros prejuízos à categoria, composta por 50 mil médicos.
O presidente do Cremers, Rogério Wolf de Aguiar, destaca essa mobilização rápida e indignada como decisiva para que o governo alterasse o teor da MP:
- A reação dos médicos e de suas entidades representativas foi tão forte que fez o governo recuar, sinalizando que os médicos unidos têm condições de obter outras vitórias tão significativas quanto essa.
Em todos os Estados foram realizadas manifestações. Em Porto Alegre e em cidades como Santa Maria e Pelotas ocorreram atos públicos em protesto contra a medida do governo. No dia 25 de maio, o Cremers publicou nota nos principais jornais repudiando os termos da medida provisória. Além disso, o Conselho utilizou espaços em emissoras de rádio para protestar.
No dia 12 de junho, Cremers, Simers e Amrigs publicaram nota em conjunto, definindo a medida do governo como
inconstitucional. Foi importante, também, a ação junto aos parlamentares. Os médicos chegaram a fazer manifestação no Congresso Nacional para sensibilizar os políticos.
“A reação dos médicos e de suas entidades representativas foi tão forte que fez o governo
recuar, sinalizando que os médicos unidos têm condições
de obter outras vitórias tão significativas quanto essa.”
Dr. Rogério Wolf de Aguiar
Agosto - 2012 | Revista CRemeRs | 9
VALORIZAçãO
Ao afirmar em entrevista ao jornal
Zero Hora que os médicos peritos
do Instituto Nacional do Seguro Social
“talvez não cumpram a jornada ou, se
cumprem, não realizam a atividade que
a gente gostaria”, o presidente do INSS,
Mauro Hauschild, sofreu forte reação
das associações Gaúcha e Nacional dos
Médicos Peritos Previdenciários, apoiadas
por Cremers e Simers. Depois disso, em
reunião no dia 29 de junho, as partes che-
garam a um entendimento, com Hauschild
prometendo reforçar o quadro de peritos
no Estado ainda neste ano.
O presidente da Associação Gaúcha
dos Médicos Peritos Previdenciários,
Francisco Carlos Luciani, reagiu com
indignação: “Estão buscando uma maneira
de fazer perícia sem peritos, mas isso não
é possível. Queremos que quem não traba-
lha seja punido. Ferramentas para punição
e para demissão eles têm, o que falta é
gerenciamento e meritocracia”.
No dia 27 de junho, o Cremers publi-
cou nota nos principais jornais, assi-
nada pelo presidente Rogério Wolf de
Aguiar e pelo primeiro-secretário, Ismael
Maguilnik, repudiando “veementemente
as afirmações feitas pelo presidente do
instituto no sentido de responsabilizar, de
forma generalizada, os médicos peritos
pelas mazelas no atendimento dos segu-
rados do INSS”.
O documento diz ainda que é ina-
ceitável atacar publicamente os médicos
peritos ao mesmo tempo em que admite
a insuficiência de médicos nos quadros
do INSS. Nas entrevistas concedidas à
imprensa, dirigentes do Cremers mantive-
ram a mesma postura crítica.
Fora do Estado, as manifesta-
ções de Hauschild também mexeram
com os brios da categoria. O médico
Geilson Gomes de Oliveira, presidente
da Associação Nacional dos Médicos
Peritos do INSS, afirmou à imprensa que
o problema é a suposta “falta de gestão”
e defendeu os gaúchos, dizendo que os
“os peritos do sul são os que mais reali-
zam perícias no Brasil”.
Aumento do quadro
Depois do encontro com os peritos, o presidente do INSS anunciou a contratação de 500 novos profissionais até o final deste ano. Seu objetivo é restabelecer a normalidade na agenda das perícias o mais rápido possível. Em Porto Alegre, o INSS conta com 51 peritos ativos. Cada um faz 13 procedimentos diários.
Promessa de reforço na perícia médica do INSS
A PEDIDO
10 | Revista CRemeRs | Agosto - 2012
TRABALhO MéDICO
No dia 2 de agosto, o vice-presidente
do Cremers, Fernando Weber Matos,
participou do evento ‘O Presídio Central e
a realidade prisional: quantos presos que-
remos ter?’, promovido pela Associação
dos Juízes do RS (Ajuris). O auditório do
Presídio Central ficou lotado, inclusive com
a presença de apenados, sendo que quatro
deles foram convidados a expor a situação
em que vivem. O encontro foi aberto pelo
presidente da Ajuris, Pio Giovani Dresch.
A participação do Cremers ocorreu no
painel "As condições estruturais e a saúde
no sistema prisional" ao lado Luiz Capoani,
presidente do Crea, e de Marcelo Saldanha,
presidente do Ibape/RS, com mediação de
Simone Messias, presidente do Conselho
de Comunidade de Porto Alegre. Em sua
exposição, Matos citou uma série de leis
relacionadas ao atendimento de saúde aos
presidiários e que não são aplicadas ade-
quadamente no Presídio Central. “É tudo
uma questão de vontade política, porque
está tudo muito bem especificado e defi-
nido na legislação brasileira”, enfatizou
Matos, citando a Lei de Execução Penal
7210/1984 e a portaria interministerial MS/
MJ nº 1777/2003, que instituiu o Plano
Nacional de Saúde Penitenciária.
O representante do Cremers no even-
to, que reuniu inúmeras autoridade, frisou
ainda que os apenados constituem um
grupo de risco e que deveriam receber
mais atenção das autoridades em relação
à saúde. “Eles vivem em ambiente de total
insalubridade, em superlotação e confi-
nados. De um modo geral, são pessoas
difusoras de doenças infectocontagiosas,
inclusive para o público externo”, salien-
tou, sendo muito aplaudido.
O Cremers participou, nos últimos
meses, de fiscalizações a instituições pri-
sionais em vários pontos do RS, e contri-
buiu com a elaboração de um documen-
to que será enviado à Organização dos
Estados Americanos (OEA).
Cremers expõe precariedade da assistência de saúde
PRESÍDIO CENTRAl
Grande público participou do evento no auditório do Presídio Central de Porto Alegre
Dr. Fernando Weber Matos lembrou as leis relacionadas ao atendimento de saúde nos presídios
Agosto - 2012 | Revista CRemeRs | 11
PARTICIPAçãO
Estudo indica que vai crescer a concentração de médicos
A criação de mais vagas nos cursos de medicina deverá aumentar a desigualdade na distribuição, com as capitais concentrando ainda mais médicos. Estudo aponta que Porto Alegre passará a ter 12 médicos por mil habitantes até 2020.
A abertura de novos cursos e vagas de
Medicina, ao invés de solucionar
a falta localizada de médicos no Brasil,
poderá acirrar a desigualdade na distri-
buição desses profissionais pelo território
nacional e aumentar a sua concentração
no setor privado. Estas são as principais
conclusões do estudo “Concentração de
Médicos no Brasil em 2020”, divulgado
em junho pelo CFM. O trabalho inte-
gra o levantamento Demografia Médica
no Brasil.
De acordo com o Ministério da
Educação, nos próximos anos serão aber-
tas 2.415 vagas em cursos já existentes,
800 delas no setor privado. Com a ausên-
cia de políticas públicas que ofereçam
suporte à fixação dos médicos em locais
onde há carência de profissionais, sobre-
tudo no Norte e no Nordeste do país, a
projeção aponta para a superconcentração
de médicos em algumas áreas, como cida-
des de maior porte, capitais e estados das
regiões Sul e Sudeste.
Porto Alegre continuará entre as capi-
tais com maior concentração. Em 2020,
segundo o levantamento, a capital gaúcha
terá 12,19 médicos por mil habitantes.
Hoje, a capital gaúcha conta com 8,28
médicos por mil habitantes, e é a quinta
no ranking nacional, liderado por Vitória.
Cidades de porte médio também terão ele-
vada concentração. Será o caso de Pelotas,
que passará a contar com 4,47 médicos
por mil habitantes.
deMOGrAFiA MédiCANo estudo “Demografia Médica
no Brasil”, divulgado em 2011, CFM e
Cremesp tomaram como referência o
número de “postos de trabalho médicos
ocupados” nos setores público e privado.
Contabilizando-se usuários de planos de
saúde e postos médicos em estabeleci-
mentos privados se chegou à conta de
7,60 “postos disponíveis” para cada 1.000
clientes privados. Já para a população usu-
ária do SUS a razão observada foi de 1,95.
A metodologia utilizada reforça o
entendimento de que, com a manutenção
do cenário atual, o aumento da população
médica favorece o setor privado. Ou seja,
para cada novo profissional se verifica
o incremento de 1,86 “posto de traba-
lho médico ocupado” no setor privado,
enquanto no setor público o aumento é de
1,35 posto de trabalho.
Na análise feita por CFM/Cremesp, o
plano do governo de abrir mais vagas de
Medicina terá efeitos colaterais imediatos.
O primeiro deles é o crescimento do con-
tingente global de médicos na próxima
década sem que sejam apontadas formas
concretas de combate à desigualdade no
acesso, mantendo-se vazios assistenciais
em zonas de difícil provimento e gerando-
se elevação da densidade de médicos
onde ela já é alta.
Além disso, também não se pode
ignorar a qualidade da formação des-
ses profissionais. A abertura de vagas
em escolas – sem adequadas condi-
ções de funcionamento, corpo docen-
te qualificado para atender a nova
demanda e vagas de residência médi-
ca – entregará à sociedade médicos
não devidamente preparados para o
desafio do atendimento.
PrOjeçãOUma conclusão do estudo é de que a
abertura de novas vagas não é necessária
para que se atinja a meta considerada ideal
pelo governo federal. Em 2020, mesmo
sem novas vagas em cursos de Medicina,
a projeção é de que existirão 455.892
médicos no Brasil. Considerando-se que
em oito anos o país terá uma população
de 207.143.243 pessoas, a razão será de
2,20 médicos por 1.000 habitantes. Este
indicador é 0,30 médico por mil habitan-
tes menor do que a meta definida pelo
governo (2,5/1.000) – meta desprovida de
fundamento científico, conforme avalia-
ção de especialistas.
12 | Revista CRemeRs | Agosto - 2012
MERCADO DE TRABALhO
O Cremers realizou, no dia 23 de julho,
mais uma cerimônia de entrega de
carteiras a jovens médicos. O evento marca
o ingresso oficial dos recém-formados na
profissão ao fornecer-lhes a documenta-
ção médica. O primeiro-secretário Ismael
Maguilnik coordenou a atividade, expli-
cando que a ausência do presidente e do
vice-presidente se deu por motivo de saúde.
A seguir, o tesoureiro Cláudio Franzen
saudou os jovens colegas em nome do
Conselho, lembrando que o Cremers é a
casa do médico, “o local onde os médicos
podem entrar sem pedir licença”. Segundo
Franzen, no curso de medicina se aprende
muito sobre a prática profissional, mas
pouco sobre as leis e regras que a delimi-
tam. “Vocês estão entrando na profissão
mais nobre de todas”, disse ao esclarecer
as funções do Cremers e o papel de cada
entidade médica.
A cerimônia foi encerrada após os
recém-formados, todos oriundos da Ufrgs,
receberem seus documentos, e serem pre-
senteados com edições de publicações
do Cremers, inclusive o Código de Ética
Médica. A cada ano, cerca de 900 médi-
cos são formados no RS.
Participaram também da cerimônia,
realizada num clima de harmonia e des-
contração, os diretores Isaias Levy (segun-
do-secretário), Régis de Freitas Porto (cor-
regedor), Iseu Milman (coordenador de
Patrimônio), Ércio Amaro de Oliveira Filho
(coordenador da Ouvidoria) e Jefferson
Piva (coordenador das Câmaras Técnicas).
ENTREGA DE CARTEIRAS
Novos médicos e familiares participaram do evento Cerimônia de entrega de carteiras aconteceu no dia 23 de julho
Agosto - 2012 | Revista CRemeRs | 13
EVEnTO
O Grupo Paritário formado pelo
Cremers, Simers, Amrigs, Fehosul,
ARGHS e Federação das Santas Casas deci-
diu criar uma comissão para implantação
da Classificação Brasileira Hierarquizada
de Procedimentos Médicos (CBHPM) pelo
IPE Saúde. A decisão foi tomada durante
reunião realizada dia 30 de julho com o
diretor de saúde do Instituto, Antônio de
Pádua Vargas Alves. A comissão é integra-
da por representantes do Cremers, Simers,
Amrigs e Ipergs.
– A implantação da CBHPM pelo IPE
faz parte de um compromisso assumido
em agosto do ano passado. A Classificação
seria implantada em dezembro, prazo
transferido para abril de 2012. Nosso obje-
tivo agora é trabalhar para que essa migra-
ção para a CBHPM ocorra de forma segura
e o mais rápido possível – comenta o
segundo-secretário Isaias Levy, que repre-
senta o Cremers no GP e na comissão.
No dia 24, as entidades médicas do
Grupo Paritário estiveram reunidas na
sede do Simers para discutir exatamente
a migração da nomenclatura da tabela
do Ipergs para a CBHPM. Foi encami-
nhado um ofício ao Instituto solicitando
a “apresentação dos impactos financeiros
decorrentes dessa migração por procedi-
mento, assim como a frequência dos mes-
mos”, e apresentação “da lista dos códigos
divergentes, ou seja, aqueles que o IPE
não encontrou similaridade entre as duas
classificações”.
Formada comissão para implantação da CBHPM
Questionário avalia relação dos médicos
com planos de saúde
A Comissão Estadual de Honorários Médicos (CEHM) já tabulou o primeiro lote de questionários encami-
nhados via e-mail aos médicos cadastrados no Cremers a respeito da relação dos profissionais com os planos de saúde privados.
Os dados preliminares mostram que mais de 80% dos médicos atendem algum plano de saúde em seu consultório. O percentual de insatisfação com as empresas também é elevado: 77% definem a relação com regular, ruim e péssima.
Sobre o tipo de ação que deveria ser tomada contra as empresas com pior relação com os médicos o item que rece-beu mais indicações foi o ‘descredenciamento’, com 40%, superando a ‘paralisação’, com 30% e o ato público 12%.
O segundo-secretário Isaias Levy, que representa o
Cremers na CEHM, comenta que é importante a partici-pação dos médicos, já que as operadoras de modo geral estão pouco receptivas à negociação visando à implan-tação da CBHPM e da valoração da consulta médica. O questionário está sendo enviado aos médicos nova-mente pelas outras entidades integrantes da comissão (Simers e Amrigs).
Comissão Estadual de Honorários Médicos reunida no Cremers
14 | Revista CRemeRs | Agosto - 2012
IPE SAúDE
Depois do ato público no auditório Dante Barone, realiza-
do na manhã de 2 de julho, representantes das entidades
que integram o movimento ‘Saúde Rio Grande, cumpra-se a
Lei’ foram ao Palácio Piratini, onde entregaram ao governador
Tarso Genro os calhamaços com as quase 400 mil assinaturas
coletadas em todo o Estado desde o lançamento da mobiliza-
ção, em abril.
Em seu gabinete, o governador se mostrou receptivo e
simpático à iniciativa. Recebeu os pesados volumes e anun-
ciou que a sua administração trabalha para destinar até 2014
os 12% da receita líquida para a saúde, conforme estabelece
a legislação. "Estamos buscando medidas para compatibilizar-
mos essa nossa demanda com as possibilidades reais orçamen-
tárias, porém já posso afirmar que o valor destinado à saúde
será maior até o ano que vem".
Acompanhado do secretário da Saúde Ciro Simoni e do
vice-governador Beto Grill, Tarso ainda acrescentou: “É sabido
que os recursos para saúde pública no país são insuficientes, pois
não atendem as necessidades gerais da nação. Nós temos que dis-
cutir com as nossas lideranças no Congresso Nacional, com todas
as bancadas, a destinação de mais recursos para saúde pública,
em fundos fechados, intocados”.
Em 2011, o Estado deixou de aplicar R$ 1,2 bilhão em saúde,
destinando apenas 6,3% da sua receita líquida na área, manten-
do o nível de financiamento de governos anteriores. A falta de
investimento na saúde pública é a principal causa do caos nas
emergências, falta de leitos hospitalares, não acesso aos serviços
de saúde, filas de esperas por atendimentos e procedimentos
eletivos, hospitais endividados e profissionais da saúde desestimu-
lados com as más condições de trabalho e remuneração incompa-
tível com a relevância da atividade.
Governador recebe assinaturas do movimento 'Saúde, Rio Grande'
A Assembleia Legislativa aprovou no dia 10 de julho, por 48
votos, a Lei de Diretrizes e Bases 2013, que estabelece as
áreas prioritárias para onde serão direcionados os recursos
do governo estadual no próximo ano. Foram aprovadas 30
emendas por unanimidade, entre elas a emenda popular
do movimento "Saúde Rio Grande – Cumpra-se a lei", que
determina a aplicação de 12% da receita líquida corrente
do Estado na Saúde, conforme determina a Emenda 29,
regulamentada no final de 2011 pelo Congresso Nacional (Lei
Complementar 141).
A LDO estabelece as prioridades, as metas da administração
estadual e as diretrizes que vão nortear a elaboração do
Orçamento do Estado 2013, cujo texto o governo estadual deve
entregar até o dia 15 de setembro. O texto aprovado da LDO
foi encaminhado ao Executivo para a sanção do governador.
Assembleia Legislativa aprova inclusão da emenda dos 12% na LdO
Governador Tarso Genro recebeu as lideranças do movimento
Agosto - 2012 | Revista CRemeRs | 15
MOBILIZAçãO
O auditório Dante Barone da
Assembleia Legislativa do RS ficou
completamente lotado no dia 2 de julho,
para o ato de encerramento do movimen-
to Saúde, Rio Grande – Cumpra-se a Lei,
que reuniu inúmeras entidades represen-
tativas da sociedade civil do Estado, entre
elas Cremers, OAB/RS, Simers, Amrigs,
Federação das Santas Casas e Sindisaúde.
O movimento foi deflagrado no dia 3
de abril com o objetivo de exigir do
governo do Estado a aplicação da Lei
Complementar 141/2012, que determina
que o Estado invista ao menos 12% dos
recursos na área da saúde.
Ao abrir o evento, que reuniu mais
de 750 pessoas da Capital e do Interior, o
presidente da OAB/RS, Claudio Lamachia,
destacou a importância da iniciativa, fri-
sando que existe no Brasil “uma das mais
altas cargas tributárias do mundo e, em
contrapartida, muito pouco investimento
na área de políticas públicas, notada-
mente na saúde". O dirigente sugeriu que
o governo gaúcho trabalhe com a possi-
bilidade da renegociação da dívida com
a União.
Em sua manifestação, o presidente da
Federação das Santas Casas, Júlio Matos,
relatou que aproximadamente 7,5 milhões
de gaúchos têm apenas o SUS para recor-
rer e a falta de recursos na área da saúde
é o principal responsável pelo caos nas
emergências. "Somos o Estado brasileiro
que menos investe na área da saúde,
ficando em último lugar neste quesito.
Conforme balanço do Governo Estadual e
do Tribunal de Contas, de 2004 a 2011, o
RS aplicou apenas 6,1% em recursos desti-
nados à saúde. Em contrapartida, os muni-
cípios gaúchos destinam 15%, ou mais, de
sua arrecadação para suprir a deficiência
do setor", mencionou.
Ao longo do ato, as entidades inte-
grantes do movimento reafirmaram a
importância do cumprimento da lei para
a sociedade, mantendo um tom forte de
cobrança do cumprimento daEmenda 29.
PArTiCiPAçãO NO eveNTOEstiveram presentes, além do
Cremers, representado pelo presidente
Rogério Wolf de Aguiar e pelo coor-
denador da Fiscalização Antônio Celso
Ayub: o Ministério Público Estadual,
Marinês Assmann; Associação Brasileira
em Defesa dos Usuários de Saúde do
RS, Terezinha Alves Borges; Simers, Jorge
Saúde, Rio Grande: ato público reúne mais de 800 pessoas
Evento realizado no dia 2 de julho concluiu uma série de atos ocorridos em inúmeras cidades do interior do Estado
Dr. Rogério Aguiar afirmou que as autoridades não têm mais desculpas para a superlotação das emergências
16 | Revista CRemeRs | Agosto - 2012
MOBILIZAçãO
Ao participar do ato público, o presidente do Cremers, Rogério Wolf de Aguiar, foi muito aplaudido ao afirmar que “não é mais possível aceitar as desculpas das autoridades públicas, que a cada ano, diante da superlotação das emergências, repetem o mesmo palavreado. Alegam que não é possível resolver o problema de uma hora para outra, como se essa não fosse uma situação por demais conhecida de todos há muito tempo”.
Em seu discurso, Aguiar frisou que é inaceitável que o Brasil, mesmo sendo um país privilegiado por não sofrer desastres naturais como terremotos, tsunamis, vulcões, e também por não se encontrar em guerra, esteja vivendo esse caos permanente nas emergências.
– O que vemos nas emergências de forma permanente, e não mais apenas no inverno, é um cenário de guerra e de calamidade
nas emergências, onde pacientes ficam amontoados, uma pessoa passando doença para outra, enquanto os médicos se desdobram para atender a todos. É uma situação de insalubridade que exige ação mais efetiva da Vigilância Sanitária. E tudo isso é resultado do subfinanciamento da saúde e de gestões pouco eficientes, uma quadro que só irá mudar quando a saúde realmente for prioridade dos governos.
" Saúde só irá melhorar quando for prioridade dos governos "
Saúde, Rio Grande: ato público reúne mais de 800 pessoas
Luiz Eltz; Amrigs, Alfredo Cantalicci Neto;
Conselho Estadual de Saúde do RS, Paulo
Humberto Gomes da Silva; Conselho
Regional de Administração do RS – CRA/
RS, Claudia de Salles Stadlober; Famurs,
vice-prefeito de São Borja, Jefferson
Homrich; Sindisaúde, Gilmar Luis de
França; Federação dos Empregados
em Estabelecimentos
de Saúde do RS –
Feessers, Milton Francisco
Kempfer; Federação dos Hospitais
e Estabelecimentos de Saúde do RS –
Fehosul, Alcides Pozzobom; Sindicato
dos Hospitais Beneficentes, Religiosos
e Filantrópicos do RS – Sindiberf,
Francisco Soares Ferrer; os deputados
estaduais Pedro Westphalen, Adão
Villaverde e Miki Breier; o deputado fede-
ral Darcísio Perondi; e representando a
CUT-RS, Claudir Nespolo.
Dezenas de pacotes com as assinaturas foram levadas ao Palácio Piratini
Evento realizado no dia 2 de julho concluiu uma série de atos ocorridos em inúmeras cidades do interior do Estado
Agosto - 2012 | Revista CRemeRs | 17
Corregedoria e a tramitação dos supostos erros médicos
Os casos de suposto erro médico sempre aguçam o interesse da mídia, que recorre ao Cremers para saber sobre o andamento de sindicâncias e processos éticos.
Os corregedores Régis de Freitas Porto e Joaquim José Xavier
explicam, então, que os procedimen-tos ocorrem em sigilo e dentro de um rito processual semelhante ao do poder judiciário. A partir da denúncia, passando pela sindicância e a abertu-ra do Processo Ético-Profissional, o tempo até o julgamento pode chegar a dois anos.
De acordo com a Corregedoria, que trabalha em sintonia com a Secretaria de Assuntos Técnicos (SAT), poucos casos podem ser definidos como possível erro médico, consi-
derando-se o artigo 1º do capítulo III (Responsabilidade Profissional), do Código de Ética Médica, que diz o seguinte:
“é vedado ao Médico: Art. 1º Causar dano ao paciente,
por ação ou omissão, caracterizá-vel como imperícia, imprudência ou negligência.”
SiNdiCâNCiAS: MAiOr PArTe é ArqUivAdAO volume de trabalho na Secretaria
de Assuntos Técnicos é grande. A cada semana, são abertas em torno de 15 sindicâncias. De acordo com o corregedor responsável por essa área, Joaquim José Xavier, em torno de 10% das sindicâncias resultam em Processo Ético-Profissional. A maior parte, portanto, é arquivada porque a
câmara sindicante (constituída por sete conselheiros) não encontrou ele-mentos que justificassem a abertura de processo.
PeP: deNUNCiAdO TeM AMPLO direiTO de deFeSADecidida a instauração do
Processo Ético-Profissional, será nomeado o conselheiro instrutor, que terá 120 dias para instruir o proce-dimento. O corregedor Régis Porto observa que o denunciado terá até 30 dias para apresentar defesa prévia, sendo assegurada a este vistas dos autos do processo. Porto faz questão de frisar que tudo é feito com muito zelo e atenção, com amplo direito de defesa, o que pode tornar alguns pro-cessos mais demorados, a exemplo do que acontece na Justiça Comum.
Dr. Joaquim José Xavier Dr. Régis de Freitas Porto
18 | Revista CRemeRs | Agosto - 2012
ORIEnTAçãO
Diretor Técnico: principal responsável médico perante o Conselho
O novo diretor técnico da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo do RS (Fase), Vitor Aranovich,
esteve reunido com o presidente Rogério Wolf de Aguiar e com o vice-presidente Fernando Weber Matos, dia 30 de julho, para obter orientação sobre suas atribuições no cargo. Foi informado de que o diretor técnico é o principal responsável médico pela instituição, perante o Conselho Regional de Medicina e também perante a Lei, de acordo com o Decreto 20.931/1932.
Para esclarecer e dirimir eventuais dúvidas sobre a função, a Revista Cremers reproduz as informações que constam do Manual Técnico Disciplinar do Conselho:
São atribuições do Diretor Técnico:•zelarpelocumprimentodasdisposiçõeslegaiseregu-
lamentos em vigor relacionados à assistência médica na instituição;
•assegurar condições dignas de trabalho e os meiosindispensáveis à prática médica, visando ao melhor desempenho do Corpo Clínico e demais profissionais de saúde, em benefício da população usuária da instituição;
•assegurar o pleno e autônomo funcionamento daComissão de Ética do hospital;
Drs. Rogério Aguiar e Fernando Matos receberam o novo diretor técnico da Fase, Dr. Vitor Aranovich
O presidente Rogério Wolf de Aguiar e o vice-presidente Fernando Weber Matos participaram de reunião com os médicos endocrinologistas de Caxias do Sul no dia 17 de julho, na Associação Médica do município. O encontro foi coordenado pela endocrinologista Rachel Giovanella e contou também com a participação do presidente do Sindicato Médico de Caxias,
Marlonei Silveira dos Santos. Em pauta, a relação com os planos de saúde e a possível criação de uma associação dos endocrinologistas da região. Os dirigentes do Cremers contribuíram para esclarecer questões sobre a CBHPM, aspectos éticos da demanda e também se manifestaram a respeito de uma associação, que serviria para fortalecer o grupo e suas reivindicações.
encontro com endocrinologistas de Caxias
•garantirainvestiduranoscargosdediretorclínicoevice--diretor clínico aos médicos eleitos pelos demais membros do Corpo Clínico;
•estimular todososseussubordinados,dequalquerprofis-são, a atuar dentro de princípios éticos;
•impedirque,pormotivosideológicos,políticos,econômi-cos ou quaisquer outros, um médico seja proibido de utili-zar as instalações e recursos da instituição, particularmente quando se tratar da única na localidade.
Agosto - 2012 | Revista CRemeRs | 19
Polícia Federal apura irregularidades na revalidação
O CFM e os conselhos regionais estão
colaborando com investigações da
Polícia Federal (PF) baseadas em indícios
que apontam que algumas universidades
públicas estariam se beneficiando com a
revalidação de diplomas de medicina obti-
dos no exterior. Há relatos de que institui-
ções chegam a cobrar o equivalente a R$ 4
mil reais pelo processo.
Para subsidiar as investigações, foram
encaminhadas à PF informações sobre regis-
tros emitidos nos últimos três anos pelos
CRMs a partir de diplomas obtidos em outros
países. Os dados serão devidamente analisa-
dos pela Polícia Federal, que cuida do caso
e tem obtido total empenho nas entidades
médicas no esclarecimento dos fatos.
LeGiSLAçãOA lei exige diploma – devidamente
revalidado por universidade brasileira e
inscrito em CRM – do médico que queira
atuar no país. A regra existe como forma de
assegurar que o candidato tenha cursado as
disciplinas mínimas que o Estado brasileiro
considera necessárias ao exercício da fun-
ção. Outro ponto observado é se houve seu
treinamento com carga horária compatível.
Para os conselhos de medicina, con-
validação do diploma – feita com rigor e
critério – protege a sociedade do exercício
ilegal da prática médica, impedindo a
discriminação (no que se refere ao acesso
aos serviços de qualidade) e assegurando o
padrão mínimo a ser oferecido.
revALidAçãOPara a convalidação desses diplomas,
as entidades médicas apoiam a aplica-
ção do Exame Nacional de Revalidação
de Diplomas Médicos (Revalida), projeto
desenvolvido a partir de uma parceria entre
os Ministérios da Educação e da Saúde.
Até o momento, já foram realizados duas
edições do exame. O primeiro aconteceu
em 2010 e o segundo em 2011.
As universidades que estão sendo
investigadas pela Polícia Federal são as que
não aderiram ao Revalida, ou seja, man-
têm processos paralelos de revalidação de
diplomas de Medicina obtidos no exterior.
Por conta disso, nem todas as etapas previs-
tas pelo Revalida estariam sendo cumpri-
das pelas escolas. O Exame apoiado pelo
CFM exige dos candidatos comprovação
documental dos cursos realizados e resul-
tados positivos em provas teóricas, práticas,
cognitivas e deontológicas. Pessoas nasci-
das no exterior também devem comprovar
proficiência no idioma português.
PrOvASNas duas edições do Revalida, dos 1.184
que se inscreveram na prova, 67 foram apro-
vados. Os graduados brasileiros com diplo-
mas expedidos no exterior têm prevalecido
entre os aprovados. As duas aprovadas em
2010 são brasileiras. Em 2011, 47% dos 65
aprovados nasceram no Brasil.
O Tribunal Regional Federal da 3ª Região deu sentença favorável ao Cremesp, em junho, rejeitando revalidação automática de diplomas médicos expedidos fora do Brasil. Ação foi proposta por um profissional formado em um país signatário da Convenção Regional sobre Reconhecimento de Estudos, Títulos e Diplomas de Ensino Superior na América Latina e Caribe, mas o TRF entendeu que, à luz da Lei de Diretrizes Básicas da Educação, não há revalidação automática de diplomas obtidos no exterior. A decisão pode ser acessada em www.trf3.jus.br
Sentença do TrF-3 rejeita revalidação automática
Os conselhos querem que o Revalida seja transformado em Lei. Com esta intenção, tramita no Congresso Nacional o Projeto de Lei 138/2012, do senador Paulo Davim (PV/RN). A matéria está na Comissão de Assuntos Sociais do Senado (CAS) do Senado Federal e aguarda indicação do relator.. Nas duas edições do exame, os números revelam o aperfeiçoamento do Revalida: a quantidade de universidades participantes aumentou 54%, bem como o número de candidatos.
Conselhos de Medicina querem que o revalida vire Lei
20 | Revista CRemeRs | Agosto - 2012
LEGALIDADE
CFM emite nota sobre a decisão do Cremesp
O Conselho Federal de Medicina
(CFM) divulgou no dia 25 de julho
nota de esclarecimento sobre sua posi-
ção com relação à decisão do Conselho
Regional de São Paulo (Cremesp) de exigir
a participação dos egressos de escolas
médicas do Estado em um exame de fim
de curso. Sem isso, o recém-formado não
poderá obter seu registro profissional.
CONFirA A NOTA:A respeito da resolução 239, do
Conselho Regional de Medicina de São
Paulo, que vincula a concessão do regis-
tro profissional no Estado à participação
dos egressos de cursos de graduação em
exame específico organizado pela entida-
de, esclarecemos que:
1) O CFM concorda com a adoção de
medidas que contribuam e estimulem a
avaliação de estudantes e escolas médicas,
tendo em vista a necessidade a aperfei-
çoar o processo de formação dos futuros
e jovens profissionais, mas não tem ainda
consenso sobre a melhor abordagem para
enfrentar o problema.
2) Além do exame de final de curso,
semelhante ao formato proposto pelo
Cremesp, existem outras possibilidades em
análise, como o exame de progresso, que
seria realizado em momentos específi-
cos – durante a graduação – e vincularia
os resultados alcançados à exigência de
ações imediatas para corrigir eventuais
falhas no processo.
3) A busca de soluções para crise no
ensino médico, decorrente da abertura
sem critérios de novas escolas médicas e
de mais vagas nas já existentes, está entre
as prioridades do CFM e dos CRMs.
4) Este cenário, prejudicial ao exercício
da boa medicina, tem sido denunciado à
sociedade pelos conselhos de medicina,
na expectativa de que os gestores proíbam
a expansão dessa rede levando em conta
a falta de estrutura das escolas e a inexis-
tência de corpo docente qualificado, entre
outros.
5) A qualificação do processo de ensi-
no, o que inclui medidas com impacto
positivo sobre alunos, docentes e escolas, é
fundamental para dar segurança ao profis-
sional em sua atuação e reduzir eventuais
riscos ao paciente no atendimento.
A partir das próximas eleições para os
conselhos de Medicina, os candida-
tos só poderão concorrer mediante com-
provação de reputação ilibada. É o que
prevê a Resolução 1.993/2012, aprovada
pelo Conselho Federal de Medicina, na
sessão plenária do mês de junho e publi-
cada no Diário Oficial da União de 25 de
junho.
A norma prevê condições de elegibili-
dade para os conselhos regionais de medi-
cina (CRMs) e causas de inelegibilidade.
Entre os 19 motivos previstos no texto para
impedir a participação no pleito, estão,
por exemplo, a suspensão ou perda de
direitos políticos, condenação por infração
ético-profissional e também por crimes
contra o patrimônio público, a adminis-
tração pública, a economia popular e a fé
pública; entre outros.
De acordo com a Resolução, também
impedem a candidatura condenações por
crimes contra o meio ambiente e a saúde
pública, contra a dignidade sexual; e cul-
posos, contra a vida e a integridade física.
Nesse caso, a condenação seria resultante
do exercício profissional da medicina com
negligência, imprudência ou imperícia.
Para concorrer às eleições nos CRMs,
os candidatos devem apresentar documen-
tos como certidão negativa de condenação
transitada em julgado em processos ético-
-profissionais dos Conselhos e certidão da
Justiça, onde não conste sentença conde-
natória transitada em julgado ou proferida
por órgão judicial colegiado.
A decisão prevê a eleição de 20 con-
selheiros titulares e 20 suplentes para cada
CRM, para mandato de 5 anos, a partir
de 1º de outubro de 2013. A íntegra da
resolução está no portal do CFM no ícone
‘legislação/processo’.
Resolução define normas para eleição nos CRMs
Agosto - 2012 | Revista CRemeRs | 21
EnSInO MéDICO
CFM reforça oposição à prática de medicina antienvelhecimento
Faltam provas científicas que justifi-
quem a prática da medicina antienve-
lhecimento, ou anti-aging. Essa é a síntese
da conclusão de uma extensa revisão de
estudos publicados sobre o assunto, reali-
zada pelo Conselho Federal de Medicina
(CFM), que publicou o parecer 29/2012
(confira no site www.cremers.org.br) no
dia 6 de agosto condenando essa prática.
Segundo dados da corregedoria do
CFM, nos últimos quatro anos, a entidade
já cassou o registro profissional de cinco
médicos que praticavam procedimentos
sem comprovação científica. Outros tipos
de sanção foram impostos a dez profissio-
nais. Inúmeros casos estão sendo apurados
no país, inclusive no Rio Grande do Sul.
O ilícito desses profissionais conde-
nados, de acordo com o CFM, geralmente
era agravado pela publicidade imoderada
e sensacionalista. Muitos deles garantiam
resultados em seus anúncios, o que contra-
ria o Código de Ética Médica (CEM).
O coordenador da Comissão de
Fiscalização do Cremers, Antônio Celso
Ayub, afirma que existe nessa área muita
propaganda enganosa. “A realidade é que
não há base científica para os tratamentos
propostos. São práticas sem comprovação
em estudos sérios, controlados e aleato-
rizados”, sustenta Ayub, que também é
Conselheiro do CFM, acrescentando que
“essa é uma prática que há tempo está sob
fiscalização do Cremers”.
rePOSiçãO HOrMONALQuanto à técnica de antienvelheci-
mento, a principal crítica do parecer do
CFM diz respeito à reposição hormonal e
à suplementação com antioxidantes, vita-
minas e sais minerais, medidas propostas
pelos que a prescrevem. O tratamento hor-
monal utilizado nestas pessoas que
buscam o rejuvenescimento era o
mesmo usado em pacientes com
hipofunção glandular. O tratamen-
to sem a devida indicação coloca
a saúde do paciente em risco.
O Coordenador da Câmara
Técnica de Geriatria do CFM,
Gerson Zafallon Martins, alerta
que os procedimentos podem cau-
sar danos. Há aumento, inclusive,
do risco de câncer. “Prescrever
hormônio do crescimento para
“rejuvenescer” um adulto que não tem
deficiência desse hormônio é submetê-
lo ao risco de desenvolver diabetes e até
neoplasias”.
De acordo com o Parecer do CFM nº
29/12 não se reconhece no Brasil a espe-
cialidade médica de antienvelhecimento,
bem como não há registros nas respectivas
‘juntas’ (boards) tanto na União Europeia e
como nos Estados Unidos. O estudo con-
clui ainda que a modulação hormonal bio-
idêntica “vem a ser nada mais que o uso
de hormônio fabricado em laboratório,
manipulado em farmácia magistral e como
nos prescrito com finalidade terapêutica
não sustentável cientificamente e, desse
modo, não aprovada pelas sociedades
medicas acreditadas”, diz o texto.
deSTAqUeS dO PAreCer:– A especialidade médica “Medicina
anti-aging” ou “Medicina antienvelheci-
mento” não é reconhecida pelo Conselho
Federal de Medicina.
– O processo biológico de envelhe-
cimento do organismo humano é acom-
panhado de um natural decréscimo na
produção endógena de alguns hormônios
sem que este fato seja considerado como
a causa do envelhecimento.
– A medicina e, por extensão, a pres-
crição de hormônios, precisa ser exer-
cida baseada em evidências científicas
comprovadas.
“A realidade é que não há base científica para os tratamentos propostos. São práticas sem comprovação em estudos sérios, controlados e aleatorizados”
Dr. Antônio Celso Ayub
22 | Revista CRemeRs | Agosto - 2012
éTICA
Após análise criteriosa de estudos científicos realizados no
Brasil e no exterior, o plenário do Conselho Federal de
Medicina (CFM) decidiu, dia 9 de agosto, recomendar aos médi-
cos e à sociedade a realização dos partos em ambiente hospitalar
de forma preferencial por ser a opção mais segura. Segundo os
conselheiros, há um “falso antagonismo” entre o parto domiciliar
e o parto hospitalar que ofusca uma preocupação real: a preser-
vação da vida e do bem-estar da gestante e do recém-nascido. “É
importante estar consciente sobre o equilíbrio entre riscos e bene-
fícios envolvidos nos procedimentos médicos, de forma geral, para
que as opções estejam legitimamente ancoradas em princípios
bioéticos”, justifica a entidade.
Em seu posicionamento, o CFM ressalta ainda que as autono-
mias do médico e da mulher devem ser respeitadas no âmbito da
relação médico-paciente. No entanto, a “legitimidade da autono-
mia materna não pode desconsiderar a viabilidade e a vitalidade
do seu filho (feto ou recém-nascido), bem como sua própria inte-
gridade física e psíquica”. Para o plenário, o trabalho de parto
constitui processo natural e independente, o que sugere a desne-
cessidade de intervenções, salvo em condições especiais. Entre
elas, está a não execução de determinados movimentos pelo feto
durante seu nascimento (distócia) e problemas que comprometem
a saúde da mulher (toxemia, hemorragias e infecções).
“Estudos científicos importantes comprovam que partos
realizados em ambiente hospitalar têm menor risco de gerar
complicações, o que representa menores taxas de mortalidade
e de morbidade para mães, fetos e recém-nascidos”, ressalta
o CFM em sua recomendação. A entidade chama atenção
também para a evolução do conhecimento, da tecnologia e da
atitude assistencial, que propiciam melhores condições para a
correção de eventuais complicações.
Alerta sobre partos realizados fora de hospitais
A Comissão de Fiscalização do CFM aprovou, no dia 25 de
julho, novos roteiros para fiscalização dos serviços médicos
no País. O sistema será informatizado com o objetivo de unifor-
mizar as inspeções realizadas pelos conselhos regionais (CRMs),
agilizar a produção de relatórios pelos fiscais, além de obter
dados estatísticos sobre a atividade médica.
O coordenador de Fiscalização do Cremers, Antônio Celso
Ayub, que representou a entidade nas inúmeras reuniões que
estabeleceram as novas normas, se mostra entusiasmado com a
inovação: “Com esse sistema, o médico fiscal vai digitar os dados
em seu tablet, que estará programado para processar as informa-
ções, agilizando todo o processo”, destaca.
O sistema irá substituir os atuais formulários de papel da
fiscalização. De acordo com a coordenadora em exercício da
Comissão, Marta Rinaldi Muller, o CFM abrirá processo licitató-
rio para aquisição do sistema e a implantação ocorrerá em duas
fases, sendo a primeira em ambulatórios e consultórios e a segun-
da nas estruturas hospitalares de maior complexidade.
CRMs terão sistema unificado e informatizado de fiscalização
Agosto - 2012 | Revista CRemeRs | 23
ORIEnTAçãO
Na reunião realizada dia 28 de julho no Cremers,
houve voto de pesar pelo falecimento do acadêmico
Mario Coutinho. O acadêmico Blau Fabrício de Souza
lembrou que Coutinho formou tantos discípulos e tão
ilustres, e que chamava sempre sua atenção o amor e a
dedicação que recebia de todos os seus discípulos e o seu
amor pela família.
Em seguida, o acadêmico José Jesus Peixoto Camargo
começou sua palestra, intitulada “Transplante de Órgãos,
onde estamos e para onde vamos”. De imediato, chamou
a atenção de todos para a lista de espera: 45 mil brasileiros
aguardam por transplantes (incluindo rim e córnea), sendo
que 95% dos transplantes são pagos pelo SUS, embora
muitos dos pacientes tenham planos de saúde. Focando em
transplante pulmonar demonstra que a Santa Casa de Porto
Alegre é responsável por 64% de todos os TP feitos no
Brasil: 394 casos com sobrevida de acima de 75% no pri-
meiro ano. Seriam necessários no Brasil pelo menos 800.
Homenagem e palestra sobre transplantes
O acadêmico Luiz Roberto Stigler
Marczyk foi o palestrante da
reunião de 30 de junho da Academia
Sul-Rio-Grandense de Medicina, no
Cremers. O professor da Faculdade
de Medicina da Ufrgs abordou o
tema “Em tempo de Olimpiadas, con-
ceitos atuais e dúvidas na Medicina
Esportiva”. Ortopedista e traumato-
logista com larga experiência com
atletas de ponta, Marczyk fez um
interessante relato sobre modalida-
des esportivas e a evolução da medi-
cina na área dos esportes.
OS reverbeLAntes da palestra, o acadêmico
Gomes da Silveira lançou o livro “Os
Reverbel”, de sua autoria, e que trata
da saga da família Reverbel desde o
sul da França até a América do Sul a
partir do século XVlll. Observou que
“vários membros dessa família fazem
ou fizeram parte desta Academia”.
Olimpiada e medicina esportiva
Dr. José Jesus Peixoto Camargo
Dr. Luiz Roberto Stigler Marczyk
24 | Revista CRemeRs | Agosto - 2012
ACADEMIA DE MEDICInA
A edição de julho do encontro
dos médicos jubilados aconte-
ceu no dia 30, e trouxe como tema
uma abordagem fisiopatológica dos
exercícios aeróbicos para a terceira
idade. O palestrante foi o médi-
co do esporte e anestesiologista
Aloysio Costa Teixeira.
O especialista perpassou infor-
mações importantes sobre as carac-
terísticas do exercício na terceira
idade, como o metabolismo basal
peculiar do corpo mais velho, os
diferentes tipos de exercício para
recuperação funcional, treinamento
e saúde em geral e a síndrome do exercí-
cio físico. “A estafa clínica é insidiosa”,
alertou ao discorrer sobre a capacidade
física das pessoas ao longo da vida.
Teixeira ainda listou alguns sintomas
que podem indicar a síndrome do exer-
cício físico, ou seja, quando o exercício
prejudica a saúde em vez de melhorá-la.
São eles: irritabilidade, insônia, perda de
peso importante sem causa aparente, lesão
com recuperação demorada ou dores sem
causa aparente, elevação dos níveis de
pressão arterial e frequência cardíaca,
cansaço frequente, sensação de falta de ar,
diminuição da libido.
Palestra sobre atividade física na terceira idade
Dr. Aloysio Costa Teixeira
A reunião dos médicos jubi-
lados realizada no dia 25
de junho abordou os cuidados
paliativos e o processo de morte
em UTI pediátrica. O conse-
lheiro Jefferson Piva, coordena-
dor das Câmaras Técnicas do
Cremers, apresentou a palestra.
Piva questionou a atitude
dos médicos frente à inevi-
tabilidade da morte. “Existe
um pensamento, em nossa
sociedade, de que podemos
postergar a morte. Os médi-
cos são mal treinados para
lidar com ela, e muitas vezes
aprendemos na prática como
abordar isso com as famílias.
É um processo muito mais
complexo do que nós médi-
cos entendemos”.
Segundo o conselheiro, a
situação das UTIs no Brasil é
a mesma dos Estados Unidos
de 20 anos atrás em ter-
mos. Os médicos costumam
tomar decisões unilaterais
sobre cuidados paliativos,
reanimação e outras situa-
ções comuns à especialida-
de. “Principalmente no caso
da pediatria, é imprescindí-
vel levar em conta a rela-
ção entre pais e filhos, e as
decisões devem ser tomadas
junto com a família”. Piva
lembrou que a morte é um
assunto que não se aprende
intuitivamente, mas deve ser
estudado em seus diversos
aspectos – biológico, social,
religioso.
Cuidados paliativos em UTI pediátrica
Dr. Jefferson Piva
Agosto - 2012 | Revista CRemeRs | 25
JUBILADOS
Pela manhã, o evento foi oficialmente
aberto pelo presidente Rogério Aguiar e
pela coordenadora do curso de Medicina,
Susana Fabiola Mueller, que elogiou a ini-
ciativa do Conselho e afirmou que a ética
já faz parte das cadeiras da faculdade.
A seguir, o presidente deu início à série
de palestras que subsidiaram a mesa-
-redonda realizada no final da manhã.
Falando sobre o Código de Ética Médica,
Aguiar repassou os ditames que regulam
a prática da Medicina, passando pela his-
tória da prática médica, desde Hipócrates
até questões atuais, como tecnolo-
gia, autonomia do paciente e métodos
de pesquisa.
Prontuário médico foi o tema do pri-
meiro-secretário Ismael Maguilnik, que
relembrou: “O prontuário é um guarda-
chuva de proteção para o médico. É seu
dever fazê-lo bem feito e zelar por ele”. O
conselheiro Ricardo Oliva Willhelm abor-
dou o consentimento informado, lembran-
do a importância de não apenas fazer com
que o paciente assine um papel, mas que
entenda realmente sua situação. O coor-
denador da Assessoria Jurídica do Cremers,
Jorge Perrone de Oliveira, falou sobre o
sigilo médico, as ocasiões em que ele pode
ser quebrado e as obrigações legais do
médico: “O Código de Ética não é mero ato
administrativo, é lei”, enfatizou.
A mesa-redonda que discutiu o
valor do prontuário e do termo de
consentimento informado nos pro-
cessos de erro médico, coordena-
da pelo vice-presidente Fernando
Matos, teve a participação do juiz
de direito da comarca de Santa
Cruz do Sul, André Luís de Moraes
Pinto, que lembrou as semelhanças
entre o Direito e a Medicina, espe-
cialmente na questão da linguagem
hermética. Também participou a
promotora Simone Spadari, do Ministério
Público estadual, que mencionou a teoria
do incremento de risco já existente ao falar
sobre a necessidade de transparência do
médico com o paciente.
O primeiro palestrante da tarde foi o
coordenador da Comissão de Fiscalização,
Antônio Ayub, que falou sobre terminalida-
de. “Hoje em dia, pouco se ensina sobre a
arte de ser médico e, consequentemente, a
Fórum sobre problemas éticos e legais na Medicina
Dr. Rogério Aguiar e Dra. Susana Mueller
Encontro reuniu cerca de 300 alunos de medicina
O auditório da Faculdade de Direito da Universidade de Santa Cruz do Sul – Unisc foi palco para uma discussão sobre ética e legislação médica no dia 10 de agosto. O Fórum Problemas
Éticos e Legais na Medicina, realizado pelo Cremers em parceria com a Faculdade de Medicina da Unisc, foi coordenado pelo
vice-presidente Fernando Matos e prestigiado por mais de 300 alunos do curso, professores e médicos. Questionário entregue aos
presentes apontou que o evento foi um sucesso.
26 | Revista CRemeRs | Agosto - 2012
DELEGACIAS
O delegado do Cremers em Santa Cruz do Sul, Gilberto Neumann Cano, ficou impressionado com a qualidade do evento e com a adesão dos estudantes: “O evento foi nota dez. Não imaginava que teria tanto comparecimento, foi uma iniciativa sensacional. É importante perceber que uma faculdade que antes tinha senões por parte do Conselho, hoje conta com seu total apoio”. A conselheira Isabel Helena Halmenschlager também se mostrou entusiasmada com o fórum: “O evento foi excelente. É o fruto de muito trabalho, e da iniciativa de fazê-lo valer como aula para os estudantes.”
Susana Fabiola Mueller, coordenadora da Medicina da Unisc, adiantou que espera para breve repetir a experiência: “Foi um fórum extremamente valioso. Os próprios alunos já levantaram temas que gostariam de debater em um próximo encontro, e a ideia de continuidade deste evento é sólida.”
evento agradou tanto que deverá ser repetido
Fórum sobre problemas éticos e legais na Medicinalidar com a morte. Muitas vezes, ao
tentar prolongar a vida, prolonga-se
a morte”, refletiu, esclarecendo a
diferença entre eutanásia, ortotaná-
sia e distanásia. O coordenador jurí-
dico Jorge Perrone de Oliveira apre-
sentou nova palestra, desta vez sobre
os aspectos legais que envolvem o
paciente terminal, lembrando que
o novo Código Penal descriminaliza
a ortotanásia.
O corregedor Régis Porto escla-
receu as diferenças, atribuições
e responsabilidades dos diretores
técnico e clínico, e o funcionamen-
to do corpo clínico. “O ideal é que
os dois diretores trabalhem juntos.
O paciente que vai a um hospital
tem que encontrar não só organi-
zação administrativa, mas também
médica”. Ércio Amaro de Oliveira
Filho, coordenador da Ouvidoria,
falou sobre as comissões de ética
dentro das instituições que prestam
assistência, repassando a legisla-
ção que as regula. “As comissões
são o primeiro aliado que temos no
local de trabalho”, ponderou.
A mesa-redonda que encerrou
o evento abordou as relações entre
corpo clínico, diretores técnico e
clínico, administração e convênios.
Os debatedores foram Leandro
Bizarro Muller, diretor técnico do
Hospital Santa Cruz; Leo Kraether
Neto, diretor-geral do mesmo hos-
pital; Isaias Levy, segundo-secre-
tário do Cremers; e Jorge Perrone
de Oliveira. Isaias Levy demons-
trou números sobre os planos de
saúde no Brasil, lembrando que
cerca de 50% da população pos-
sui algum deles, e perpassou as
normativas sobre valores pagos a
médicos e hospitais e os índices de
reajuste.
Dr. Gilberto Neumann Cano
Dr. Fernando Matos coordenou o evento
Dra. Isabel Halmenschlager
Agosto - 2012 | Revista CRemeRs | 27
Encontro de Assistentes das Delegacias Seccionais
Dentro de seu projeto de capa-
citar e integrar todos os seus
setores com o objetivo de qua-
lificar o atendimento, o Cremers
promoveu no dia 28 de junho o
1º Encontro dos Assistentes de
Delegacias Seccionais. O evento
foi aberto pelo presidente Rogério
Wolf de Aguiar, que destacou a
importância dessa aproximação no
fortalecimento dos laços entre o
quadro de pessoal da instituição e
na qualificação do trabalho diário
por meio da troca direta de ideias
entre os presentes.
– Este encontro foi programado
e organizado durante um longo período, com
muita atenção, a fim de que os funcionários do interior e da sede
do Conselho possam trabalhar cada vez mais em conjunto em
prol de cumprir com os deveres do Cremers, que tem a excelência
sempre em primeiro lugar –, comentou.
Após a manifestação e as boas-vindas do presidente, os assis-
tentes conheceram a estrutura do Conselho sob orientação do
gerente Marcos Costa que, além de apresentar o organograma da
instituição, fez um apanhado geral das atribuições de cada setor.
O vice-presidente Fernando Weber Matos, que coordena as
atividades das delegacias seccionais, encerrou o evento repas-
sando aspectos do Plano de Cargos e Salários do Cremers e a
importância do setor de Recursos Humanos, que organizou o
encontro. “O PCS é nossa ferramenta para cobrar e também para
recompensar o trabalho bem feito”, enfatizou.
Matos reiterou que o objetivo do encontro foi fazer com que
os funcionários do interior conhecessem a sede do Cremers e seu
funcionamento, gerando uma maior aproximação:
Rosângela Callegari, coordenadora de RH, avaliou: “O even-
to foi ótimo. A integração entre quem veio aprender e participar
e quem organizou o encontro foi muito tranquila. A programação
foi elaborada de acordo com os pedidos dos assistentes, e tenta-
mos atender a todos”.
1º Encontro dos Assistentes de Delegacias Seccionais foi realizado no Cremers dia 28 de junho
Integração ente servidores do Interior e da Capital
28 | Revista CRemeRs | Agosto - 2012
GESTãO
CArTõeS de deSCONTOUm médico entrou com ação judicial objetivando afastar a incidência da Resolução CFM nº 1.649/2002, que veda a utilização de cartão de desconto, assegurando-lhe o direito de exercer a profissão médica e ser proprietário, sócio, dirigente ou consultor dos chamados cartões de desconto. Juiz do Distrito Federal, ao analisar o processo, houve por bem julgar improcedente o pedido formulado pelo autor, sob o fundamento de que inexiste qualquer ilegalidade ou inconstitucionalidade na referida resolução.Consta da sentença que as operações com cartão de desconto também são vedadas no âmbito de defesa do consumidor e na esfera da saúde pública, nos termos da Resolução Normativa 40/2003 da ANS. Continuando, o Juiz argumenta que não há afronta ao livre exercício da medicina, “mas sim, o impedimento de que exerça atividade que, se considerarmos a norma da ANS, seria, no mínimo, irregular e incompatível com a nobre profissão de Médico.”Por fim, sustenta o Juiz que o CFM, “ao editar a Resolução “cumpre seu papel institucional de zelar pelo perfeito desempenho ético da medicina e pelo prestigio e bom conceito da profissão e dos que a exercem legalmente, nos termos do art. 2º da Lei 3.268/57.”
OrTOMOLeCULArJuiz Federal do Distrito Federal deu razão ao CFM contra ação que tinha como objetivo a declaração de nulidade da Res. CFM nº 1500/98, que trata da medicina ortomolecular. Em sua ação o autor alegou que a Resolução extrapolou a legalidade porque o CFM não pode restringir o exercício da medicina. A sentença destaca que o Conselho não infringiu qualquer dispositivo da Constituição: “... dessume-se que as Resoluções acima transcritas não proíbem a prática ortomolecular em si, mas lhe impõem limites, vedando expressamente diversos procedimentos, o que não extrapola o poder regulamentar do Conselho Federal de Medicina”. E continua: “Ressalto que o artigo 24, inciso XII, da Constituição Federal prevê a competência concorrente dos entes federados para legislarem em matéria de saúde. Todavia, tal exigência constitucional para que todos os atos de regulamentação da profissão médica, muitas vezes descendo a minúcias que dizem respeito ao exercício da profissão, tenham que ser editados por meio de lei, o que inviabilizaria de fato a regulamentação. Havendo previsão legal, o art. 5º da Lei nº 3268/57, de que a regulamentação da profissão médica se dê pelo Conselho Federal de Medicina, não se afigura existente a inconstitucionalidade...”
Dr. Cláudio Balduíno Souto Franzen
(Conselheiro do CFM)
Dr. Antônio Celso Ayub
(Conselheiro Suplente do CFM)
Tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de
Lei 3174/12, do deputado Edson Pimenta (PSD-
BA), que prevê a dedução do imposto de renda para
médicos e clínicas que prestarem serviços de saúde
gratuitos a pessoas carentes. Pelo texto, a dedução
é limitada a 70% do valor da consulta paga pelo
Sistema Único de Saúde (SUS). O projeto considera
pessoa carente aquela cuja renda familiar mensal é
de até um salário mínimo (hoje é de R$ 622,00).
De acordo com a proposta, o médico ou a
clínica deverá solicitar o reconhecimento do direito
à dedução ao Ministério da Saúde, em formulário
próprio, em que indicará o número e o tipo de
serviços gratuitos a serem realizados. O Ministério
da Saúde e a Receita Federal fiscalizarão os atendi-
mentos realizados.
O autor argumenta que apenas 1/3 da popu-
lação brasileira possui plano de saúde e que a
demanda crescente por serviços públicos de saúde
torna imprescindível a busca por soluções alterna-
tivas para ampliar a capacidade de atendimento do
sistema público.
Tramitação – A proposta tramita apensada aos
PLs 5619/09 e 2426/96, que autoriza a pessoa físi-
ca a deduzir do imposto de renda as contribuições
realizadas beneficiando as insti-
tuições filantrópicas. Os pro-
jetos tramitam em regime de
prioridade nas comissões de
Seguridade Social e Família;
de Finanças e Tributação
(inclusive no mérito); e de
Constituição e Justiça e
de Cidadania, antes
de ser votado em
Plenário.
Dedução no IR para atendimento a carentes
Notas do CFMNotícias trazidas pelo Conselheiro do CFM Dr. Cláudio Franzen
Agosto - 2012 | Revista CRemeRs | 29
PAInEL
Nos dias 2 e 3 de agosto, em Lima, foi rea-
lizada a Assembleia Geral Extraordinaria
da Confederação Médica Latino-Americana e
do Caribe (Confemel). Ao final do encontro,
que contou com a participação do Cremers,
representado pelo primeiro-secretário Ismael
Maguilnik, e que teve também a participação
do conselheiro federal e tesoureiro do Cremers,
Cláudio Franzen, foi lida a ‘Declaração de
Lima sobre o vínculo entre as organizações
médicas e a imprensa’. Confira:
As organizações médicas devem lutar por
uma clara e efetiva comunicação com a socie-
dade, em uma tarefa onde devem intervir múl-
tiplos atores no processo informativo (jornalis-
tas, mídia, publicitários e relações públicas).
Esse vínculo só será exitoso se conseguimos
entender sua lógica e se adquirimos prática na
relação com a imprensa. Para isso se deve cumprir
certos parâmetros de qualidade, tanto por parte
da imprensa como das organizações médicas.
A Confemel entende que a imprensa deve
manejar ao menos os seguintes critérios no
momento de transmitir informação que tem
a ver com a saúde da população: veracidade
e transparência da informação, ausência de
distorção e/ou adulteração das declarações. As
tentativas dos jornalistas para obter informação
em tempo real não devem ignorar os pontos
comprovados e para seu bom desempenho é
essencial encontrar a contrapartida adequada
na busca pela informação correta.
Os profissionais médicos, cujo trabalho
muitas vezes é um processo individual, têm um
papel fundamental como fonte de informação
sobre questões de saúde, de modo que as
organizações médicas devem ser participantes
principais no processo de comunicação. Para
isso, deverão compreender a dinâmica do
trabalho da mídia e profissionalizar a tarefa de
comunicação (construção de imagem institu-
cional, treinamento de liderança, porta-vozes
especializados, geração de conteúdos, etc).
Para alcançar esses objetivos, é necessário o
trabalho de uma assessoria de imprensa.
A má relação entre a mídia e as organi-
zações médicas, falhas na comunicação ou
a falta de rigor científico no momento de ela-
borar a notícia, gera incerteza na população,
deforma a percepção do trabalho médico e
contribui para deteriorar o principal vínculo no
sistema de saúde: a relação médico-paciente.
A confiança neste vínculo é essencial para a
boa prática da profissão, evitando desta forma
situações que podem conduzir até mesmo à
violência física.
É necessário, como estabeleceu a
Organização Pan-Americana da Saúde – OPS
– em 1992, “assegurar que as atividades de
comunicação tenham seu potencial máximo
de êxito, para que possam informar, convencer,
fortalecer e educar”.
É importante reconhecer o trabalho da
imprensa na orientação e educação da popu-
lação, para isso deve existir um vaso comuni-
cante dos profissionais com os meios e seus
periodistas. A Confemel deverá adotar medi-
das e estimular atividades com o objetivo de
colaborar com suas associações médicas na
profissionalização do vínculo das mesmas com
os meios de comunicação e através desses
com toda a sociedade.
Confemel destaca a comunicação
30 | Revista CRemeRs | Agosto - 2012
InTEGRAçãO
DELEGACIAS DO CREMERS
Seccional Delegado Fone Endereço | e-mail
Alegrete Dr. Cláudio Luiz Morsch (55) 3422.4179 R. Vasco Alves, 431/402 | CEP 97542-600 | alegrete@cremers.org.br
Bagé Dr. Airton Torres de Lacerda (53) 3242.8060 R. General Neto, 161/204 | CEP 96400-380 | cremers-bage@hotmail.com
Bento Gonçalves Dr. José Vitor Zir (54) 3454.5095 R. José Mário Mônaco, 349/701 | CEP 95700-000 | bentogoncalves@cremers.org.br
Cachoeira do Sul Dr. Mário Both (51) 3723.3233 R. Pinheiro Machado, 1020/104 | CEP 96506-610 | crmcachoeiradosul@yahoo.com.br
Camaquã Dr. Vitor Hugo da Silveira Ferrão (51) 3671.3191 R. Júlio de Castilhos, 235 | CEP 96180-000
Carazinho Dr. Airton Luis Fiebig (54) 3330.1049 Av. Pátria, 823/202 | CEP 99500-000
Caxias do Sul Dr. Alexandre Ernesto Gobbato (54) 3221.4072 R. Bento Gonçalves, 1759/702 | CEP 95020-412 | cremers_caxiasdosul@yahoo.com.br
Cruz Alta Dr. Eduardo Pinto de Campos (55) 3324.2800 R. Venâncio Aires, 614 / salas 45 e 46 | CEP 98005-020 | crmcruzalta@terra.com.br
Erechim Dr. Paulo César Rodrigues Martins (54) 3321.0568 Av. 15 de Novembro, 78/305 | CEP 99700-000 | crmerechim@via-rs.net
Ijuí Dra. Miréia Simões Pires Wayhs (55) 3332.6130 R. Siqueira Couto, 93/406 | CEP 98700-000 | cremersijui@terra.com.br
Lajeado Dr. Fernando José Sartori Bertoglio (51) 3714.1148 R. Fialho de Vargas, 323/304 | CEP 95900-000 | cremerslajeado@redeplay.com.br
novo hamburgo Dr. Luciano Alberto Strelow (51) 3581.1924 R. Joaquim Pedro Soares, 500 / salas 55 e 56 | CEP 93510-320 | cremers.novohamburgo@terra.com.br
Osório Dr. Angelo Mazon Netto (51) 3601.1277 Av. Jorge Dariva, 1153/45 | CEP 95520-000 | osorio@cremers.org.br
Palmeira das Missões Dr. Joaquim Pozzobom Souza (55) 3742.3969 R. Francisco Pinheiro, 116/8 | CEP 98300-000
Passo Fundo Dr. Alberto Villarroel Torrico (54) 3311.8799 R. Teixeira Soares, 885/505 | CEP 99010-010 | cremerspf@tpo.com.br
Pelotas Dr. Victor Hugo Pereira Coelho (53) 3227.1363 R. Barão de Santa Tecla, 515/sala 602 | CEP 96020-000 | crmpel.sul@terra.com.br
Rio Grande Dr. Job José Teixeira Gomes (53) 3232.9855 R. Zalony, 160/403 | CEP 96200-070 | riogrande@cremers.org.br
Santa Cruz do Sul Dr. Gilberto Neumann Cano (51) 3715-9402 R. Fernando Abott, 270/204 - Centro |CEP 96825-150 | santacruz@cremers.org.br
Santa Maria Dr. Floriano Soeiro de Souza Neto (55) 3221.5284 Av. Pres. Vargas, 2135/503 | CEP 97015-513 | cremers.santamaria@terra.com.br
Santa Rosa Dr. Carlos Alberto Benedetti (55) 3512.8297 R. Fernando Ferrari, 281/803 | CEP 98900-000 | santarosa@cremers.org.br
Santana do Livramento Dra. Tânia Regina da Fontoura Mota (55) 3242.2434 R. 13 de Maio, 410/501 | CEP 97573-500 | cremerslivramento@yahoo.com.br
Santo Ângelo Dr. Edson Luiz Maluta (55) 3313.4303 R. Três de Outubro, 256/202 | CEP 98801-610 | cremers.santoangelo@yahoo.com.br
São Borja Dr. Luiz Roque Lucho Ferrão (55) 3431.5086 R. Riachuelo, 1010/43 | CEP 97670-000 | saoborja@cremers.org.br
São Gabriel Dr. Clóvis Renato Friedrich (55) 3232.2713 R. Jonathas Abbot, 636 | CEP 97300-000
São Jerônimo Dra. Lori Nídia Schmitt (51) 3651.1361 R. Salgado Filho, 435 | CEP 96700-000
São Leopoldo Dr. Ricardo Lopes (51) 3566.2486 R. Primeiro de Março, 113/708 | CEP 93010-210 | saoleopoldo@cremers.org.br
Três Passos Dr. Lauro Erni Borth (55) 3522.2548 R. Gen. Daltro Filho, 401/12 | CEP 98600-000
Uruguaiana Dr. Luiz Antônio de Souza Marty (55) 3412-5325 R. Treze de Maio, 1691 Sala 204 - Centro | CEP 97500-601
O Cremers promove o 2º Fórum de Auditoria em Saúde. O
evento, que será realizado dias 30 e 31 de agosto, abordará
temas como honorários médicos, codificação de procedimentos
e cirurgias, o uso de medicamentos e prontuários médicos. Entre
os participantes, o presidente da Associação Médica Brasileira,
Florentino de Araújo Cardoso Filho.
O evento é exclusivo para médicos, e tem vagas limitadas.
O Fórum acontece no Auditório do Cremers (Rua Bernardo Pires,
415), das 19h30min às 22h no dia 30, e das 09h às 17h no dia
31 de agosto.
Mais informações e inscrições, que são gratuitas, no site do
Cremers: www.cremers.org.br.
Fórum de Auditoria em Saúde
Agosto - 2012 | Revista CRemeRs | 31
EVEnTO
ENTREGA DE CARTEIRAS NO CREMERS
Mais de 80 novos médicos receberam suas carteiras em cerimô-nia realizada no Cremers, dia 23 de julho. A cada ano a dire-
ção do Cremers faz questão de promover esses encontros com os recém-formados e seus familiares, saudando os novos colegas dessa tão nobre profissão. São eventos realizados em clima de harmonia e confraternização, nos quais, além de receberem as credenciais e um exemplar do Código de Ética Médica, os jovens médicos ficam conhecendo melhor o seu Conselho.
EVEnTO
top related