erika gleice menezes do nascimento[1]
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ERIKA GLEICE MENEZES DO NASCIMENTO
MONITORIAS SANITÁRIAS NA PRODUÇÃO
DE SUÍNOS
LAVRAS – MG 2010
ERIKA GLEICE MENEZES DO NASCIMENTO
MONITORIAS SANITÁRIAS NA PRODUÇÃO DE SUÍNOS
Monografia apresentada à Universidade Federal de Lavras como parte das exigências do curso de Pós-Graduação Latu Sensu em Defesa Sanitária Animal, para obtenção do título de especialista em Defesa Sanitária Animal.
Orientadora
Profª. Priscilla Rochele Barrios
LAVRAS - MG 2010
ERIKA GLEICE MENEZES DO NASCIMENTO
MONITORIAS SANITÁRIAS NA PRODUÇÃO DE SUÍNOS
Monografia apresentada à Universidade Federal de Lavras como parte das exigências do curso de Pós-Graduação Latu Sensu em Defesa Sanitária Animal, para obtenção do título de especialista em Defesa Sanitária Animal.
APROVADA em 1º de julho de 2010.
Ms. Alcilene de Abreu Pereira - UFLA
Ms. Camila Meneghetti - UFLA
Profª Priscilla Rochele Barrios – UFLA
Profª. Priscilla Rochele Barrios Orientadora
LAVRAS - MG 2010
A todas as mulheres, pela dupla jornada de trabalho, uma constante em suas
vidas.
DEDICO
AGRADECIMENTOS
À Deus por estar sempre presente, não deixando que eu fraquejasse,
fazendo com que eu aceitasse seus desígnios.
À Profª Drª Priscilla Rochele Barrios, por não me deixar desistir...
Ao meu esposo Flávio Lisboa, companheiro na vida e na profissão.
À minha mãe Profª Ely Menezes por ser esse exemplo de vida, de caráter e
perseverança.
À Drª Gláucia Franzine, ela sabe o motivo...
“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um
pode começar agora e fazer um novo fim.”
Chico Xavier
RESUMO
A suinocultura é uma atividade desafiadora, está entre aquelas com o ciclo de produção mais curto. Os suínos são mantidos em granjas de forma intensiva, solução encontrada para assegurar o controle do manejo e obter o melhor custo benefício. Porém este tipo de criação traz desvantagens como imunidade desuniforme dentro do rebanho (pois os animais deixam de ter contato com elementos que estimulem a imunidade ativa) e o grande número de enfermidades transmissíveis que podem ser facilmente disseminadas dentro do plantel, necessitando que o homem intervenha com bons programas de biosseguridade, imunização e monitorias sanitárias. Interpretando dados de produção, taxas de mortalidade, morbidade entre outros é possível fazer uma estimativa de prevalência com nível desejado de acurácia, permitindo intervir e corrigir ações. Assim o presente trabalho traz uma revisão das monitorias sanitárias como instrumento na sanidade animal.
Palavras- chave: Sanidade, monitorias, suínos.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Necropsia em Suínos – Lesão granulomatosa em baço (sugestivo
de tuberculose) .................................................................................... 17
Figura 2 Aplicação intra-dérmica da tuberculina - (formação de lentilha)
em suíno, usando agulha e seringa de insulina. .................................. 22
Figura 3 Suíno com reação à tuberculina aviária medida da reação com
régua, 48 horas após à aplicação. ........................................................ 22
Figura 4 Suíno infectado com MAC. Reação positiva às tuberculina
aviária (orelha direita) e bovina (orelha esquerda). Note que a
reação à tuberculina aviária é maior e mais grave (necrose). ............. 23
Figura 5 Suíno infectado com M. bovis. Reação positiva às tuberculina
aviária (orelha esquerda) e bovina (orelha direita). Note que a
reação à tuberculina bovina é maior e mais grave (necrose). ............. 23
Figura 6 Desvio de focinho em animais de terminação, sinal clínico de
rinite atrófica. ...................................................................................... 26
Figura 7 Focinho de suíno serrado em matadouro destruição dos cornetos
nasais. ................................................................................................. 26
Figura 8 Linfonodos mesentéricos de suíno abatido apresentando lesões
granulomatosas de linfadenite. ........................................................... 27
Figura 9 Classificação e Grau de Lesões no Abatedouro .................................. 29
Figura 10 Raspado Auricular, para identificação de sarna ................................. 29
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Tipos de monitorias sanitárias aplicadas em produção de suínos
com seus respectivos métodos e suas vantagens e desvantagens. ...... 13
Quadro 2 Vantagens e desvantagens do uso da avaliação de lesões em
órgãos em matadouros ........................................................................ 24
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Ficha para anotação da freqüência média e percentual de tosse ou
espirros. ............................................................................................... 15
Tabela 2 Período necessário para ocorrerem sinais clínicos na quarentena. ...... 16
Tabela 3 Resumo das doenças /infecções com os respectivos métodos
sorológicos e interpretações e sugestões de freqüência e do
número de animais a ser avaliado. ...................................................... 19
Tabela 4 Tempo de resolução de diferentes doenças a ser considerado em
exames de matadouro. ........................................................................ 25
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................... 12
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................. 13
2.1 Tipos de monitorias ............................................................................... 13
2.1.1 Monitoria clínico- patológica ................................................................ 14
2.1.2 Monitoria clínica ................................................................................... 14
2.1.3 Monitoria anatomopatológica (necrópsia) ............................................. 16
2.1.4 Monitoria laboratorial............................................................................ 17
2.1.5 Monitoria patológica em abatedouros ................................................... 24
2.1.6 Interação entre diferentes monitorias .................................................... 28
2.2 Utilização de monitorias sorológicas em programas sanitários
oficiais ................................................................................................... 30
3 AMPARO LEGAL ................................................................................ 33
3.1 Legislação federal.................................................................................. 33
3.1.1 Portarias ................................................................................................. 33
3.1.2 Instruções normativas ............................................................................ 33
3.1.3 Instruções de serviço ............................................................................. 34
4 CONCLUSÃO ...................................................................................... 35
REFERENCIAS .................................................................................... 36
ANEXOS ............................................................................................... 41
12
1 INTRODUÇÃO
Depois do avanço das exportações nos últimos cinco anos, a
suinocultura brasileira deve continuar abrindo mercados e expandindo as
exportações. A carne suína entrou na era da modernização, apoiada pelo
aumento da produção e da exportação, seguindo a trilha percorrida pelo frango e
carne bovina. . Entre janeiro a maio de 2010, o Brasil exportou 222.745
toneladas de carne suína, movimentando 543.959 mil dólares (ABIPECS 2010).
Também ocorreram avanços em nutrição, sanidade e manejo.
Embora a sanidade do rebanho suíno do Brasil seja satisfatória, ainda há
pontos fracos que acarretam bloqueios de exportação para mercados
importantíssimos tais como Japão, Coréia, Estados Unidos, México e União
Européia. Dentre as enfermidades ainda problemáticas, a que mais se destaca é a
febre aftosa.
A melhoria dos índices produtivos alcançados pelos rebanhos
tecnificados comprova o crescimento da atividade suinícola a partir de novas
técnicas de produção. Porém, com a concentração cada vez maior de suínos nas
granjas tecnificadas, a disseminação de doenças tornou-se facilitada. Neste
sentido, a definição do status sanitário do plantel representa o primeiro passo
para a recomendação de medidas efetivas que tenham o objetivo de manter ou
melhorar o estado de saúde do rebanho.
O objetivo desta revisão é fazer uma discussão sobre os diferentes tipos de
monitorias sanitárias e seu uso como ferramenta, para a prática da medicina
veterinária preventiva e de saúde pública.
13
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Monitoria sanitária é uma maneira sistemática e organizada de
acompanhar no tempo e no espaço, qualificando e quantificando o nível sanitário
das populações de suínos. Tem as funções de realizar o diagnóstico da situação
sanitária de um plantel e certificar que uma população está livre de determinada
doença/infecção, para finalidade comercial, pesquisa, elaborar programas de
erradicação de doenças que atinjam a produtividade da granja e principalmente
para identificar doenças que sejam barreiras sanitárias à exportação
(SONCINI,1998, p.93).
2.1 Tipos de monitorias
As monitorias praticadas podem ser dirigidas aos animais (Quadro 1), ao
ambiente onde os animais estão alojados, aos insumos que são utilizados no
sistema de produção (água, ração, medicamentos) e às pessoas que trabalham
com esses animais (SONCINI,1998, p.94 ).
Quadro 1 Tipos de monitorias sanitárias aplicadas em produção de suínos com seus respectivos métodos e suas vantagens e desvantagens.
Tipos de monitoria Métodos Vantagens Desvantagens
Clínico-patológica Exame clínico e necropsia Praticidade Subjetividade
Laboratorial Sorológico, bacteriológico, virológico, parasitológico, histopatológico
Sensibilidade, especificidade, objetividade
Alto custo, demora
Abatedouro Anatomopatológico
Baixo custo, avaliação de maior número de animais, avaliação de várias enfermidades em um mesmo momento
Pouco preciso
Fonte: Soncini e Madureira Júnior (1998).
14
2.1.1 Monitoria clínico- patológica
Na medicina de suínos, basicamente 80% dos serviços veterinários
prestados ao produtor na parte clínica correspondem a enfermidades entéricas,
respiratórias e reprodutivas. Basicamente, o clínico de suínos trabalha com
medicina coletiva, de rebanho, pois o suíno em geral é criado em grupo ou em
séries homogêneas a fim de racionalizar sua produção.Esta monitoria é baseada
no exame clínico dos animais tendo como foco o rebanho como um todo,
podendo em alguns casos, ser direcionada também a um indivíduo em
específico. (LIPPKE et al, 2009,p 133).
A monitoria clínico – patológica está subdividida em clinica
propriamente dita e monitoria patológica que consiste nos procedimentos de
necropsias.(SONCINI & MADUREIRA JÙNIOR,1998,p 94).
2.1.2 Monitoria clínica
A monitoria clínica emprega técnicas com certo grau de subjetividade,
porque contempla elementos de difícil medição. Através desta monitoria podem-
se medir índices de diarréia, de tosse e espirros, de sarna sarcóptica, de
onfaloflebite e de claudicações (SONCINI & MADUREIRA JÚNIOR,1998 ,p.
94)
Já existem alguns escores elaborados para poder quantificar e reduzir o
erro do método. Recomenda-se utilizar no máximo quatro categorias destes
escores e que o exame seja em uma amostra representativa da população.
Normalmente são avaliadas por meio desta monitoria as doenças do aparelho
digestivo, doenças do aparelho respiratório (Tabela 1) e a avaliação clínica do
cordão umbilical (SONCINI & MADUREIRA JÚNIOR,1998 ,p. 94).
15
Tabela 1 Ficha para anotação da freqüência média e percentual de tosse ou espirros.
Data: Galpão/Sala: Lote: Contagem
1ª 2ª 3ª Média Percentual NºEspirros NºTosses Total de Animais Fonte: Soncini e Madureira Júnior (1998).
Outra utilização da monitoria clínica é quando granjas suinícolas tem em
sua rotina de biosseguridade o uso de quarentenas que é caracterizada, pelo
isolamento e observação concomitante dos animais numa instalação
separada,antes de introduzir no rebanho. O objetivo é o de proteger o rebanho
contra a introdução de novos agentes infecciosos que possam causar doenças
com impacto e significação econômica (HARRIS, 1990).
Os animais após a chegada devem passar por exame clínico completo e
continuar a serem monitorados durante as duas próximas semanas duas vezes ao
dia e, a seguir, pelo menos uma vez ao dia (SOBESTIANSKY; BARCELLOS;
SESTI, 1998, p.337). Durante este período devem ser buscados sinais clínicos
como espirros e tosses, diarréia, presença de sangue ou muco nas fezes,
alterações cutâneas, perda de apetite ou problemas no aparelho locomotor
(DEBUSE, 1998). A forma mais eficiente de monitoria é a avaliação clínica e
produtiva continuada dos animais após a introdução no rebanho de destino,
sendo que a presença de sintomas comprova que a exposição e a infecção estão
ocorrendo (HEUSER,1994,p.470)
Segundo DeBuse (1998), a quarentena apresenta a vantagem de permitir
aos animais de reposição um período de recuperação do estresse do transporte
antes de serem expostos aos microorganismos do plantel de destino. O manejo
pode ser usado para a introdução de animais em granjas novas, renovação
16
genética e repovoamento de granjas com problemas sanitários
(SOBESTIANSKY; BARCELLOS; SESTI, 1998, p. 337).
A maioria dos autores sugere um período mínimo de 30 dias para a
quarentena (SENN, 1998; GUIA AGROCERES , 2006). Uma regra básica é a
de que o período de isolamento dos novos animais seja maior do que o período
de incubação das possíveis infecções latentes (Tabela 2). Assim, considerando
os períodos de incubação mais comuns para as infecções da suinocultura, poder-
se-ia recomendar períodos entre 3 a 8 semanas (SOBESTIANSKY;
BARCELLOS; SESTI, 1998 p. 338).
Tabela 2 Período necessário para ocorrerem sinais clínicos na quarentena. Doença Período de
Incubação (dias) Duração do Estado
de Portador TGE(gastroenterite transmissível) 1 a 4 4 meses Aujeszky (síndrome reprodutiva e respiratória dos suínos)
3 a 8 24 meses
PRRS (síndrome reprodutiva e respiratória dos suínos)
2 a 5 >4 meses
Peste Suína Clássica 5 a 10 Meses Doença Vesicular 2 a 5 Meses Gripe (Influenza) 1 a 3 1 mês Pneumonia Enzóotica 14 a 70 6 meses Pleuropneumonia 1 a 3 2-3 meses Rinite Atrófica 30 a 60 12 meses Brucelose 7 a 14 dias Prolongado Leptospirose 7 a 10 dias >6 meses Ileíte (enteropatia proliferativa) 7 a 14 dias ? Salmonelose 2 a 5 4 meses Streptococus 30 a 90 12 meses Desinteria Suína 7 a 21 3 meses Sarna 30 a 120 12 meses Fonte: Piglatter, (1994).
2.1.3 Monitoria anatomopatológica (necrópsia)
Necropsia é um conjunto de procedimentos, organizados e
hierarquizado, utilizado para examinar um cadáver na busca de informações que
17
possibilitem conhecer as alterações que levaram a morte (Figura 1). A necropsia
é um fator importante no controle e prevenção da sanidade animal,
particularmente nos casos que afetem a coletividade (SILVEIRA, 1997, p.13).
Figura 1 Necropsia em Suínos – Lesão granulomatosa em baço (sugestivo de tuberculose)
Fonte: MAPA (2009)
2.1.4 Monitoria laboratorial
A monitoria de doenças usando recursos laboratoriais como testes
sorológicos, microbiológicos, parasitológicos e histopatológicos possibilita o
acompanhamento mais preciso da saúde do rebanho. Existe uma variedade de
testes disponíveis no mercado para atender as diferentes doenças. O
acompanhamento clínico do rebanho por vacinações e/ou medicações devem ser
considerados na interpretação dos resultados (MORÉS, 2002).
Nas quarentenas realizadas em granjas, a monitoria sorológica podem
ser utilizada em complementação a monitoria clínica , para confirmar a infecção
na chegada e no final do período de adaptação. A soroconversão a doenças
18
sabidamente presentes no rebanho de destino, mas não no rebanho de origem,
podem servir como indicadora da exposição aos agentes infecciosos (HEUSER,
1999, p.470).
Os testes podem ser diretos como a identificação e caracterização do
agente, muito úteis no diagnóstico e acompanhamento do rebanho, ou indiretos.
Entre os indiretos, os mais comuns são os testes sorológicos que medem a
presença de anticorpos contra determinado agente e são utilizados no auxílio ao
diagnóstico, na avaliação de efeito da vacinação e no acompanhamento de
duração de anticorpos maternos. A prova da tuberculina pareada, é um teste
indireto imuno-alérgico utilizado para classificar o rebanho quanto à infecção
por micobactérias (MORÉS,2002).
A monitoria sorológica (Tabela 3), consiste em detectar doenças que
freqüentemente acometem um sistema de produção de suínos que merecem a
atenção dos produtores como a leptospirose, parvovirose, doença de Aujeszky,
pleuropneumonia suína, síndrome reprodutiva e respiratória suína, gastroenterite
transmissível, pneumonia enzoótica, rinite atrófica progressiva, pasteurella,
tuberculose, brucelose, entre outras. Esta é usada com freqüência pelos órgãos
de defesa sanitária no {PNSS (Programa Nacional de Sanidade Suídea)
Instrução Normativa (IN) nº 47 de 18 de junho de 2004 do Ministério da
Agricultura (MAPA)} e no monitoramento de GRSC (Granjas de Reprodutores
de Suíno) IN nº19 de 19/02/2002.
19
Tabela 3 Resumo das doenças /infecções com os respectivos métodos sorológicos e interpretações e sugestões de freqüência e do número de animais a ser avaliado.
Doença/Infecção Método Freqüência Interpretação Brucelose SARP
SALT CT
Cada 6 meses 20% do plantel* Redução 2-ME
**
Leptospirose Microaglutinação Cada 6 meses 20% do plantel*
≥1:100-1:400- Suspeito
≥1:800-positivo Peste Suína Clássica SN
Elisa Variável SN-
≥1:2-positivo Doença de Aujeszky SN
Elisa Cada 3meses
10% do plantel SN-
≥1:2-positivo Parvovirose HI Sempre que se
Incorporar no plantel Leitoas de reposição
≥1:64-infecção ≥4096-alta exposição
Síndrome Reprodutiva e Respiratória dos Suínos
Elisa Cada 6 meses IFA-≥1:16 ou ≥1:20- Positivo 1
Elisa relação S:P≥0,4-positivo 2
Pleuropneumonia FC Elisa
Cada 6 meses 20% do plantel
FC-1:4-suspeito ≥ 1:8-positivo
Obs:Animais≥4 meses de idade
Pneumonia Enzoótica FC Elisa
Cada 30 dias FC- ≥1:4 –suspeito
Rinite Atrófica Bordetella- Aglutinação em tubo
Pasteurella- SN para toxina
Cada 6 meses 20% do plantel
Bb-SAT-≥ 1:10- Positivo Pm-SN
Gastroenterite Transmissível
SN Variável ≥ 1:8 – positivo
Fonte: Adaptado de Soncini e Madureira Júnior (1998). **Na sorologia para a brucelose .o teste de rotina é a Soroaglutinação Rápida em Placa (SARP) ou lenta em tubo (SLT).Nessa prova os rebanhos são considerados como infectados quando aparecem suínos com títulos de 1:100 ou 1:25.Outro teste incluído nesta portaria é o Card- Test,cujo resultado é expresso com negativo ou positivo.Em caso de dúvida é recomendável auxiliar-se, pelas provas de 2-ME ou Fixação de Complemento.Quando uma PLT for positiva nas diluições 1:50-1:100 e sua correspondente 2-ME resultar negativa, pode-se suspeitar de inespecificidade da primeira ou infecção recente.Nesse caso repetem-se os dois testes uma a duas semanas após .Caso persista o resultado, o animal é negativo. 1 - depende da diluição inicial usada no teste de IFA. 2- IDEXX Laboratories Inc. *- mínimo de 30 amostras de soro
20
A IN nº 47 de 18 de junho de 2004, consiste em aplicar o controle
sanitário a ser realizado nos estabelecimentos de criação de suídeos que
desenvolvam atividades relacionadas com a produção, reprodução,
comercialização, distribuição de suídeos e material de multiplicação de origem
suídea, bem como impedir a introdução de doenças exóticas e controlar ou
erradicar aquelas existentes no país.Assim como a IN nº 19 de 19 de fevereiro de
2002, prevê a normatização para a manutenção de um nível sanitário adequado
nas granjas que comercializem suídeos para reprodução(GRSC), assim como sua
participação em exposição,feiras e leilões.
Os suínos são susceptíveis a várias espécies de micobactérias,as mais
importantes são:
• Complexo Mycobacterium avium (MAC) que causa uma linfadenite
granulomatosa que acomete preferencialmente os linfonodos do
sistema digestivo. Estas bactérias fazem parte do grupo
“micobactérias não tuberculosas” (ACHA e SZYFRES, 1989).
• Mycobacterium bovis agente etiológico da tuberculose clássica ou
tuberculose zoonótica,causa infecções mais severas, com maior
poder de disseminação “micobactérias tuberculosas” (Mores, 2006
p.1)
• Micobacterium tuberculosis é também o agente da tuberculose
zoonótica, porém é rara em suínos (Morés, 2006, p.1)
Conforme a IN n°19 (19/02/2002) do MAPA utilizando-se tuberculinas
do tipo aviário e bovina injetando nas duas orelhas, uma em cada orelha
respectivamente. A dose recomendada é 0,1ml, via intradérmica (Figura 2), e a
leitura deve ser feita em 48 horas após aplicação (Figura 3), com intervalo de 6
meses, em prova comparativa com tuberculina PPD bovina e PPD aviária.
21
A leitura deverá ser feita com uso de régua milimétrica, medindo-se o
diâmetro maior da reação. A interpretação do teste será dada com base no
rebanho, considerando a média aritmética das reações superiores a 0,5 cm.
A granja terá cumprido as condições exigidas para tuberculose se todos
os animais forem negativos para PPD bovina, ou se houver reação positiva,
desde que a média do diâmetro das reações à PPD bovina seja inferior à média
do diâmetro das reações à PPD aviária.
A granja será considerada positiva para tuberculose se a média do
diâmetro das reações à PPD bovina for maior que a média do diâmetro das
reações à PPD aviária (Figura 4). Neste caso, a granja será suspensa, devendo
ser aplicadas medidas de saneamento. No caso da média do diâmetro das reações
à tuberculina PPD aviária ser maior que a média das reações à tuberculina PPD
bovina (Figura 5), a granja será considerada infectada por micobactérias do
complexo avium. Nesse caso, a granja não perderá a certificação e deverá ser
implantado, no estabelecimento, um programa de controle.
Em caso de dúvidas na interpretação das reações às tuberculinas, a
granja perderá, temporariamente, a certificação até que seja concluído o
diagnóstico, baseado em provas laboratoriais de identificação das micobactérias
envolvidas.
22
Figura 2 Aplicação intra-dérmica da tuberculina - (formação de lentilha) em suíno,
usando agulha e seringa de insulina. Fonte: Nelson Morés
Figura 3 Suíno com reação à tuberculina aviária medida da reação com régua, 48 horas após à aplicação.
Fonte: Nelson Morés
23
Figura 4 Suíno infectado com MAC. Reação positiva às tuberculina aviária (orelha
direita) e bovina (orelha esquerda). Note que a reação à tuberculina aviária é maior e mais grave (necrose).
Fonte:Nelson Morés Figura 5 Suíno infectado com M. bovis. Reação positiva às tuberculina aviária (orelha
esquerda) e bovina (orelha direita). Note que a reação à tuberculina bovina é maior e mais grave (necrose).
Fonte:Nelson Morés
24
2.1.5 Monitoria patológica em abatedouros
O sistema mais utilizado e padronizado no âmbito mundial é o
monitoramento em matadouro, principalmente de animais em idade de abate
(STRAW, 1994; SITJAR et al, 1994). A relação entre esses achados patológicos,
a partir de lesões macroscópicas observadas em matadouro, e o impacto na
população, ainda que limitado em sua especificidade diagnóstica, podem indicar
importantes problemas no rebanho (GOODALL et al, 1993; DAVIES et al,
1995). Entretanto, quando uma enfermidade afeta animais jovens, os resultados
obtidos em matadouro com animais em idade de abate não têm estreita relação
com a sua ocorrência (Quadro 2), devido à dinâmica do processo patológico, o
qual tende a reparar-se (HILL et al., 1994). Por isso, vários trabalhos
reconhecem o valor em medir o impacto dos agentes em curtos períodos de
tempo (Tabela 4) ou mesmo dos agentes contemporâneos (NOYES et al, 1990;
SITJAR et al, 1994).
Quadro 2 Vantagens e desvantagens do uso da avaliação de lesões em órgãos em matadouros
MONITORAMENTO DE LESÕES EM MATADOUROS Vantagens Desvantagens
- baixo custo -presença de lesões similares em vários animais é um fato objetivo - coleta de amostras de tecidos para exames laboratorias - pode-se repetir o exame com frequência
- detecta somente a presença de lesões macroscópicas - a faixa etária é de suínos de abate (80-110Kg) - algumas observações podem ser subjetivas
Fonte:Sobestiansky ;Matos;S ouza. (2002)
As pneumonias estão entre os principais problemas sanitários da
suinocultura tecnificada.No abatedouro, aproximadamente , 50% dos animais
25
apresentam algum tipo de lesão pulmonar, sendo que estas lesões respondem por
50% de todas as condenações de carcaças.(ALBERTON & MORÉS, 2008).
Tabela 4 Tempo de resolução de diferentes doenças a ser considerado em exames de matadouro.
Doença Tempo de resolução Pneumonia enzoótica 8 a 16 semanas Rinite atrófica progressiva 4 a 5 meses Pleusia 10 a 12 semanas Lesões no fígado por áscaris Infestação leve Infestação moderada
3 semanas
6 a 12 semanas Ileíte -enteropatia proliferativa -enterite necrótica -ileíte regional
4 a 6 semanas 4 semanas (?) 4semanas (?)
Sarna sarcóptica(escore severo) 5 semanas Leptospirose:nefrite 4 meses Fonte: Adaptado de Pointon et al.(1999).
Os prejuízos econômicos relacionadas às doenças respiratórias de
origem multifatorial estão relacionados com a diminuição no ganho de peso
diário em suínos de terminação, a morte de animais por pneumonias, às despesas
com medicamentos e em nível de indústria, a condenação de carcaças afetadas.
(SOBESTIANSKY,2001)
As perdas muitas vezes não são contabilizadas pelo produtor porque as
doenças respiratórias se apresentarem de forma subclínica em geral.Como no
caso da rinite atrófica progressiva (Figuras 6,7), que em muitos rebanhos se
mantém de forma insidiosa, sem mortalidade, porém com impacto econômico
significativo que, por se tratar de uma doença de evolução crônica, com baixa
taxa de mortalidade (VIDAL et al, 2005).
26
Figura 6 Desvio de focinho em animais de terminação, sinal clínico de rinite atrófica. Fonte:Revista Suis Brasil nº2
Figura 7 Focinho de suíno serrado em matadouro destruição dos cornetos nasais. Fonte: Revista Suis Brasil nº2
27
As micobactérias, pertencentes ao Complexo Mycobacterium avium
(MAC), são as principais responsáveis pela linfadenite granulomatosa em suínos
observados em matadouro. As lesões estão confinadas, principalmente, nos
linfonodos do mesentério (Figura 8) e nas regiões cervical e faringiana. Os
animais afetados apresentam se clinicamente sadios, mas as perdas econômicas
ocorrem devido às condenações das carcaças, por apresentarem lesões
granulomatosas nos linfonodos (MORÉS, 2002).
Os prejuízos econômicos causados, pela condenação de carcaças com
linfadenite em matadouro frigoríficos, variam de acordo com o preço de
mercado do suíno e com o custo de produção. (SCHUERNE, 2008)
Figura 8 Linfonodos mesentéricos de suíno abatido apresentando lesões granulomatosas de linfadenite.
Fonte: Nelson Morés
28
2.1.6 Interação entre diferentes monitorias
Apesar dos sinais do parasitismo pelo ácaro da sarna do suíno, Sarcoptes
scabiei var.suis, serem relativamente fáceis de identificar numa granja (lesões de
hiperqueratose, dermatite alérgica, comportamento de coceira, etc.), também são
suficientemente inespecíficos para serem confundidos com os provocados por
outros processos dérmicos (hiperqueratinização, paraqueratose, dermatite
estafilocócica, etc.) ou indutores de prurido. Por outro lado, ainda que existam
provas suficientemente sensíveis para detectar a sarna, como a avaliação da
dermatite no abatedouro (Foto 9) ou a detecção de anticorpos específicos pela
prova de ELISA, ocorrem situações nas quais é necessária a identificação da
presença do ácaro como evidência da existência de um processo de sarna
(SOBESTIANSKY,2001).
A coleta de amostras das lesões duvidosas em animais que manifestem
um ou vários dos sintomas mencionados. Ainda que se possa tomar amostras de
lesões do corpo dos animais, o mais comum e prático é recorrer à realização de
raspados auriculares em animais jovens e adultos. Esta prova, realizada em um
pequeno número de animais, serve para a confirmação de outros procedimentos
mais sensíveis ou fáceis de realizar (avaliação da dermatite no abatedouro,
índice de prurido). As diferentes provas são complementares e a presença de
lesões não pressupõe a existência de ácaros num raspado auricular. (Foto 10)
Também é conveniente saber que, dependendo da prevalência da sarna, é
freqüente a obtenção de resultados negativos dos raspados em granjas positivas,
daí a importância tanto de escolher os animais adequados para amostragem,
como de coletar corretamente as amostras. (MORA ,2005).
29
Figura 9 Classificação e Grau de Lesões no Abatedouro Fonte: Jurij Sobeskyansky
Figura 10 Raspado Auricular, para identificação de sarna Fonte: Revista Suis nº 3
30
2.2 Utilização de monitorias sorológicas em programas sanitários oficiais
As atividades de combate à Peste Suína Clássica – PSC foram iniciadas
em zonas selecionadas prioritariamente segundo a importância econômica da
região produtora de suínos e a existência de condições epidemiológicas
favoráveis para a obtenção de zonas livres, com o propósito final de erradicação
da doença no Território Nacional. O Programa Nacional de Controle e
Erradicação da Peste Suína Clássica foi implantado em 1992, inicialmente em
municípios contíguos pertencentes aos estados do Rio Grande do Sul, Santa
Catarina e Paraná. De forma progressiva, o Programa foi estendido aos outros
municípios desses três estados e, posteriormente, aos demais estados brasileiros
(CIDASC, 2006).
Em 04 de janeiro de 2001, através da Instrução Normativa nº 1, o
Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento declarou a região
formada pelos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo,
Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Rio de
Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Sergipe e Distrito Federal como Zona Livre de
Peste Suína Clássica (CIDASC, 2006).
Monitoração sorológica da população de suídeos:
A monitoração sorológica deverá ser realizada em:
• Propriedades de risco
• Abatedouros de suídeos com serviço de inspeção federal, estadual e
municipal;
O resultado das atividades relacionadas com esta monitoração sorológica
é complementar às ações de vigilância passiva realizadas pelo serviço de defesa
31
sanitária animal, bem como àquelas de monitoração semestral já realizada em
GRSC.
A coordenação do programa nacional de sanidade suídea efetuará o
delineamento amostral utilizando como substrato os estabelecimentos de criação
onde há maior risco de ocorrência da PSC, de acordo com as informações dos
serviços estaduais de defesa sanitária animal das unidades federativas. Apesar de
o foco principal ser a PSC, outras doenças de suídeos podem ser incluídas nesta
monitoração, a critério do MAPA.
Esta monitoração será orientada por um manual de atribuições e
procedimentos da coordenação do PNSS, com o objetivo de padronizar as ações
para a monitoração ativa da situação sanitária do rebanho de suídeos existente
naqueles estabelecimentos de criação que apresentem um maior risco de
reintrodução da PSC na zona livre da doença atualmente existente no país, de
forma a garantir a manutenção de seu status sanitário (CIDASC ,2006).
A Peste Suína Clássica é classificada como doença de notificação
obrigatória da Organização Mundial de Sanidade Animal - OIE e sua ocorrência
acarreta graves conseqüências ao bem estar animal, à produção suinícola, às
exportações de animais e seus produtos e ao meio ambiente. Esta enfermidade é
altamente transmissível, apresenta grande poder de difusão e especial gravidade,
que pode estender-se além das fronteiras nacionais, trazendo prejuízos
socioeconômicos e sanitários graves, dificultando ou impossibilitando o
comércio internacional de animais e produtos de origem animal (CIDASC,
2006).
Deverão ser comunicadas à unidade local do órgão responsável pela
defesa sanitária animal todas as lesões sugestivas de enfermidades hemorrágicas
identificadas pelo serviço de Inspeção de produtos de origem animal. Neste caso
o veterinário responsável deverá coletar material, enviar ao laboratório para
32
diagnóstico bem como visitar a propriedade de origem dos animais para
proceder à investigação epidemiológica (CIDASC,2006).
33
3 AMPARO LEGAL
Contempla a legislação que fornece amparo às ações relacionadas ao
planejamento e execução do Programa Nacional de Sanidade Suídea.
3.1 Legislação federal
3.1.1 Portarias
Portaria ministerial 320/2006 de 21/12/2006 – Institui o Comitê
Técnico e Científico do PNSS
3.1.2 Instruções normativas
• IN n°. 1 de 04/01/01 – Normas para ingresso de suídeos, seus
produtos e subprodutos na Zona Livre de Peste Suína Clássica.
• IN n°. 19 de 19/02/02 - Aprova as normas a serem cumpridas para a
Certificação de Granjas de Reprodutores Suídeos.
• Instrução Normativa n°. 31 de 10/05/02 - Aprova os requisitos
zoossanitários para importação de suínos.
• Instrução Normativa n°. 54 de 17/09/02 - Aprova os requisitos
zoossanitários para importação de sêmen suíno.
• Instrução Normativa n°. 6 de 09/03/04 - Aprova as normas para a
erradicação da Peste Suína Clássica.
• Instrução Normativa n°. 27 de 20/04/04 - Aprova o plano de
contingência para Peste Suína Clássica.
• Instrução Normativa n°. 47 de 18/06/04 - Aprova o Regulamento
Técnico do Programa Nacional de
• Sanidade Suídea - PNSS.
34
• Instrução Normativa 8/2007 de 03/04/2007 - Normas para
erradicação da Doença de Aujeszky.
• Instrução Normativa 7/2009 de 27/02/2009 - Altera a Zona Livre
de Peste Suína Clássica incluindo o Estado de Rondônia.
3.1.3 Instruções de serviço
• Instrução de Serviço n°. 2 de 17/04/84 - Medidas de controle da
Doença de Aujeszky.
• Instrução de Serviço n°. 5 de 19/03/02 - Documentos para granjas
GRSC.
• Instrução de Serviço n°. 12-A de 22/04/02 - Formulários para
propriedades suinícolas.
• Instrução de Serviço n°. 4 de 28/01/03 – Controle do ingresso de
caprinos, ovinos e suínos em Santa
• Catarina.
35
4 CONCLUSÃO
O presente trabalho se propôs a verificar como os diversos tipos de
monitorias sanitárias servem, para a identificação dos fatores de riscos, e de
como instituir medidas de prevenção, para doenças que afetem a produtividade e
sanidade dos suínos.
Deve existir maior interação entre os serviços de inspeção sanitária com
a defesa sanitária animal. Implementando no País um sistema de informações
unificado, que possibilite a obtenção de dados sobre o abate, condenações e
destinos das carcaças e realização de estudos econômicos de órgãos e carcaças
acometidas por doenças que interessem ao PNSS.
O médico veterinário a campo, do órgão oficial da defesa sanitária
animal, pode utilizar as monitorias sanitárias em seu dia – dia isoladamente ou
em conjunto para identificar doenças. Neste contexto utilizando-se da Educação
Sanitária para levar o conhecimento aos pequenos e médios suinocultores sobre
a utilização de monitorias clínicas, cujas as vantagens são o baixo custo de
utilização e o levantamento de informações de forma continuada em relação á
situação de saúde e de doenças de uma população.Servindo de ferramenta a
vigilância sanitária em propriedades que normalmente ficariam fora dos
programas oficiais de controle,mas que apresentam riscos a disseminação de
doenças.
36
REFERENCIAS
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37
BRASIL. Ministério da Agricultura Instrução Normativa n°. 27 de 20/04/04 - Aprova o plano de contingência para Peste Suína Clássica. Diário Oficial da União, 27 de abril de 2004,seção 1,p.7. BRASIL. Ministério da Agricultura Instrução Normativa n°. 47 de 18/06/04 - Aprova o Regulamento Técnico do Programa Nacional de Sanidade Suídea - PNSS. Diário Oficial da União, seção 1 de 23 de junho de 2004, seção 1,p.64 BRASIL. Ministério da Agricultura INSTRUÇÃO NORMATIVA 8/2007 de 03/04/2007 - Normas para erradicação da Doença de Aujeszky. Diário Oficial da União, seção 10 de abril de 2007,seção 1,p.1. BRASIL. Ministério da Agricultura INSTRUÇÃO NORMATIVA 7/2009 de 27/02/2009– Altera a Zona Livre de Peste Suína Clássica incluindo o Estado de Rondônia. Diário Oficial da União,02 de março de 2009,seção 1,p.10. BRASIL. Ministério da Agricultura .INSTRUÇÃO DE SERVIÇO n°. 2 de 17/04/84 - Medidas de controle da Doença de Aujeszky. Disponível em: < http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis-consulta/ >capturado em: 19 de abril de 2010. BRASIL. Ministério da Agricultura. INSTRUÇÃO DE SERVIÇO n°. 5 de 19/03/02 - Documentos para granjas GRSC. Disponível em: < http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis-consulta> capturado em: 19 de abril de 2010. BRASIL. Ministério da Agricultura .Instrução de Serviço n°. 12-A de 22/04/02 - Formulários para propriedades suinícolas. Disponível em: <http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis-consulta> as, capturado em :19.de abril de 2010. BRASIL. Ministério da Agricultura . Instrução de Serviço n°. 4 de 28/01/03 – Controle do ingresso de caprinos, ovinos e suínos em Santa Catarina.Disponível em <http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis-consulta> capturado em :19 de abril de 2010.
38
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41
ANEXOS
42
ANEXO A
Doenças de suínos notificação de obrigatória lista OIE
Peste Suína Africana
Peste Suína Clássica
Encefalite por vírus Nipah
Cisticercose Suína
Síndrome Reprodutiva e Respiratória dos Suínos (PRRS)
Doença Vesicular do Suíno
Gastroenterite Transmissível
43
ANEXO B
Procedimentos do médico veterinário ao visitar uma granja de suídeos
1 Visita a granja
O técnico deve sempre estar acompanhado pelo responsável pela granja.
Os funcionários responsáveis pelos diferentes setores de produção devem
assessorá-lo, pois eles conhecem os pormenores dos problemas existentes no
plantel e os resultados de tratamentos anteriores. Perguntas devem ser
formuladas em linguagem acessível aos funcionários. O Médico Veterinário
deve levar consigo uma planilha, para a anotação dos dados considerados
relevantes.
Durante a visita aos diversos setores, é fundamental observar a limpeza
geral, o funcionamento dos bebedouros, condições ambientais como
temperatura, ventilação, fontes de calor, piquetes, densidade de lotação e
qualquer outro fator que possa influenciar no rendimento do rebanho ou
favorecer o surgimento de problemas sanitários. Antes de entrar nas diversas
instalações deve-se desinfetar as botas em pedilúvios, evitando assim a
contaminação dos diferentes ambientes.
Verificar junto ao proprietário e/ou o responsável técnico a existência de
protocolo de controle de insetos e roedores. As recomendações devem ser
dirigidas ao responsável pela criação, que deverá colocá-las em prática
juntamente com os responsáveis pelas diferentes unidades.
1.1 Maternidade
Obrigatoriamente, a maternidade é a instalação que deve ser visitada em
primeiro lugar, pois nestas instalações encontram-se os animais mais
susceptíveis da criação, nos quais ocorre a maior percentagem de perdas. Ao
44
visitar esta instalação, perguntar sobre a freqüência de partos distócicos,
síndrome MMA, mioclonia congênita, diarréias, esmagamentos, poliartrites,
leitões de peso baixo ao nascer, síndrome de membros abertos, e observar:
1. Limpeza geral;
2. Limpeza da cela parideira;
3. Limpeza das porcas e dos leitões
4. Comportamento dos animais em geral;
5. Estado de nutrição das porcas e dos leitões;
6. Se as fichas das porcas estão sendo devidamente preenchidas e se
estão colocadas nos respectivos lugares;
7. Se as medidas preventivas recomendadas, desde o nascimento até o
desmame, estão sendo postas em prática e anotadas na ficha da
porca;
8. Número de natimortos;
9. Número de leitões encontrados mortos após o parto;
10. Peso ao nascer de algumas leitegadas, vitalidade e o peso aos 21
dias;
11. Contar o número de leitões nascidos de algumas porcas e comparar
com as anotações na ficha da porca;
12. Se a fonte de calor para os leitões está funcionando;
13. Presença de abscessos no local recomendado para a aplicação de
medicamentos curativos ou preventivos;
14. Se o termômetro está sendo utilizado;
15. Se o escalonamento de parições está sendo seguido;
16. Cuidados com a fêmea antes de ser introduzida na cela parideira;
17. Quantidade de ração fornecida às porcas durante a lactação;
18. Presença de restos de alimentos nos cochos das porcas;
45
1. Cronograma de trabalho dos funcionários da instalação (existência
ou não de plantão noturno).
Concluída a visita à maternidade, deve-se evitar o retorno à mesma, para
impedir a transferência de agentes patogênicos de outras instalações para esta
unidade.
1.2 Creche/recria
Ao passar da maternidade para a creche / recria, as perguntas devem
estar relacionadas principalmente com o desmame, ocorrência de diarréia e
percentagem de leitões perdidos após esta fase.
As instalações da creche e recria devem ser examinadas de maneira
semelhante a da maternidade, prestando atenção especial à limpeza da baia, dos
cochos e do funcionamento dos bebedouros. Quanto aos animais, verificar a
ocorrência de diarréias, tosse, espirros, focinhos tortos, estado da pele e
incidência de canibalismo. Examinar o conjunto de animais em repouso, e após
em movimento forçado.
Em caso de suspeita de doenças infecciosas, deve -se separar alguns
animais para que, após a visita às instalações, seja procedida a colheita de
sangue, sacrifício e necrópsia, com finalidade diagnóstica.
É recomendado também que seja comparado o estado geral dos leitões
recém desmamados com o dos animais mais velhos, prestando especial atenção à
presença ou não de refugos. Verificar também se as medidas preventivas
recomendadas para os animais desta fase de produção, tais como
desverminação, vacinações, higiene, preenchimento e organização das fichas,
estão sendo postos em prática. Após a creche / recria a ordem da visita às
instalações tem menor importância.
46
1.3 Abrigo para fêmeas em descanso e para cachaços
Deve-se proceder a uma análise criteriosa das fichas das porcas e dos
cachaços, a fim de identificar problemas existentes ou controlar o serviço do
responsável pelos animais. Os pontos que merecem maior atenção são os
seguintes:
• Se as fêmeas recém desmamadas estão colocadas o mais próximo
possível do cachaço, como é desejável;
• Limpeza das instalações e funcionamento dos bebedouros;
• Estado de nutrição das fêmeas desmamadas e cachaços;
• Manejo de alimentação dos cachaços e das fêmeas;
• Intervalo desmama-cio;
• Número de fêmeas que retornam ao cio;
• Número de coberturas por cio;
• Tempo de cobertura;
• Tempo entre uma e outra cobertura;
• Horário em que estão sendo realizadas coberturas;
• Freqüência de utilização dos cachaços;
• Idade dos cachaços utilizados;
• Acompanhar o diagnóstico de cio e observar o procedimento do
funcionário durante a cobertura;
• Verificar se as coberturas estão sendo anotadas na ficha da porca e
do cachaço;
• Verificar se as medidas preventivas, tais como exames sorológicos,
vacinações e desinfecção das baias vazias, estão sendo postas em
prática e anotadas nas fichas dos animais;
47
1.4 Sala ou piquete de gestação
Os seguintes itens devem ser observados:
• Eventual retorno ao cio;
• Secreções vaginais e abortos;
• A forma como está sendo realizado o diagnóstico do cio;
• Relação entre o número de fêmeas cobertas e o número de fêmeas
que parem;
• Deficiências do aparelho locomotor;
• Estado nutricional das fêmeas nas diferentes fases de gestação;
• Aspectos das instalações, ambientes e sanidade em geral;
1.5 Engorda
Embora nesta fase da produção ocorram poucos problemas, recomenda-
se:
• Verificar o estado geral dos animais, primeiro quietos, e depois
solicitando ao responsável pela instalação que os movimente;
• Observar a ocorrência de tosse, espirros, focinhos tortos, diarréias,
canibalismo, doenças da pele e do aparelho locomotor;
• Perguntar ao responsável pela instalação sobre a distribuição da
ração e limpeza das baias;
• Verificar se as medidas preventivas recomendadas, tais como
desverminações e desinfecção de baias de onde se retiram animais
estão sendo postas em prática, e se as fichas estão sendo
devidamente preenchidas;
• Comparar o peso com a idade dos animais, e em caso de dúvida,
pesar alguns animais.
48
1.6 Instalações dos animais de reposição
Os seguintes itens devem ser observados:
• Observar a higiene das instalações;
• Observar os aprumos dos animais;
• Observar o desenvolvimento dos animais;
• Estudar as fichas individuais, e recomendar o descarte dos animais
cujos índices apresentados não contribuirão para o melhoramento
zootécnico do rebanho.
1.7 Fêmeas a serem eliminadas
• Verificar o estado nutricional das fêmeas, examinarcom cuidado as
suas fichas, perguntando ao responsável os motivos da eliminação.
Examinar o animal caso não concorde com os critérios adotados
pelo criador;
• Em caso de suspeita de problemas sanitários, necropsiar o animal
ou acompanhar o abate.
• Verificar a relação numérica entre as fêmeas descartadas e
pluríparas que estão sendo cobertas.
1.8 Depósito de ração
• Observar a higiene, as condições de secagem e as condições gerais
do depósito, especialmente quanto à umidade (observar se há
goteiras);
49
• Perguntar sobre a percentagem do concentrado ou dos ingredientes
utilizados por fase, tempo de mistura e modificação na composição
da ração.
50
ANEXO C
Fluxograma de visita a granjas de suínos
Fonte: Adaptado Manual Procedimento- CIDASC-SC(2006)
MATERNIDADE
CRECHE
FÊMEAS EM DESCANÇO E CACHAÇO
SALA DE PIQUETE DE GESTAÇÃO
ENGORDA
REPOSIÇÃO
FÊMEAS DE DESCARTE
DEPÓSITO DE RAÇÃO
FARMÁCIA
QUARENTENÁRIO
SALA DE NECRÓPSIA
ESCRITÓRIO
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