especificação de madeira nos escritórios de arquitetura · programa madeira É legal, visando...
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Apresentação dos Resultados da
Pesquisa Especificação de Madeira
nos Escritórios de Arquitetura
12 de Agosto de 2015
Manter a floresta amazônica tem se mostrado essencial não somente
pela manutenção do setor florestal, mas prioritariamente para manter a
qualidade de vida dos brasileiros. O exemplo mais atual é a forte
relação entre a supressão da vegetação amazônica e a atual crise
hídrica no sudeste brasileiro.
A conversão da floresta por atividades econômicas como pecuária,
agricultura ou ampliação de áreas urbanas, bem como a atividade
madeireira ilegal, tem relação direta com esses fenômenos climáticos
extremos como secas, inundações, má qualidade do ar, entre outros.
O setor de base florestal, que abarca desde o manejo até a construção
civil, tem interesse na manutenção da floresta e seu uso sustentável,
sendo que a reprodução e manutenção das suas atividades necessitam
sobremaneira da manutenção da floresta.
O estabelecimento de uma cadeia produtiva da madeira baseada na
sustentabilidade, legalidade e com garantia de origem é um aspecto
fundamental para o desenvolvimento do setor.
A construção civil, maior consumidor de madeira da cadeia, está se
conscientizando de que esses aspectos são tão importantes quanto
qualidade e preço e começam a restringir a aquisição de madeiras de
origem desconhecida ou de fontes ilegais. O próximo passo é ampliar
essas restrições para a insustentabilidade do manejo.
Para essa mudança de comportamento, um ingrediente é fundamental:
informação. Acessar as entidades de classe de engenheiros e arquitetos,
escritórios e empresas de projetos, revistas especializadas, participação em
eventos do setor da construção civil, entre outras estratégias, levando e
fazendo conhecer novos produtos e alternativas como as refletidas no
Guia de Madeiras Alternativas para a Construção Civil, Guia de Compras
Responsáveis, lista de produtores com rastreabilidade e todo o cabedal de
conhecimento gerado pelo Programa Madeira É Legal, desde a sua
implementação, é primordial para a mudança de percepção da madeira
de inimigo da Amazônia a material construtivo sustentável, que gera
emprego e renda na região amazônica e de baixa emissão.
Porém, o uso da madeira como material básico da construção civil e
movelaria tem diminuído significativamente nos últimos tempos, e as
entidades signatárias do Programa Madeira é Legal intuem que as causas
que estão levando a essa retração de mercado vão desde um processo
burocrático desanimador até a competição por preço com a ilegalidade
e a falsa legalidade, passando pelo descompasso entre a ponta da produção e a do consumo, bem como sobre a demanda por
determinadas espécies em detrimento de outras com índices técnicos
similares, entre outras causas.
Soma-se a isso a falta de normatização do produto e a pecha de ser a
atividade responsável pelo desmatamento e destruição da floresta
amazônica.
A tese proposta é que esse conjunto de motivos levou os principais
consumidores finais a substituir a madeira por materiais mais acessíveis,
simples de obter e com preço competitivo.
A madeira certificada também encontra dificuldade de mercado e
consequente substituição, nem tanto pela visão do impacto sobre a
floresta, mas por dificuldades da competição por preço, bem como
desconhecimento da oferta.
Dessa forma, é fundamental criar um movimento que leve a
sociedade a mudar a sua forma de olhar para a madeira, que é um
produto que garante a floresta, vem de uma indústria de baixa
emissão de gases do efeito estufa e promove a economia regional,
bem como a manutenção de milhares de empregos diretamente
ligados à manutenção florestal.
Para isso, é fundamental que o empirismo seja substituído por dados
concretos e os próximos passos nessa direção sejam dados de forma segura.
Assim, em uma ação conjunta entre WWF Brasil e AsBEA, no âmbito do
Programa Madeira É Legal, visando entender como têm trabalhado os arquitetos com relação ao uso, implementação e especificação de
madeira nos projetos de arquitetura, foi elaborada esta pesquisa.
Ao compreender melhor o processo de especificação da madeira, é
possível detectar as carências encontradas e ao mesmo tempo
orientar sobre os trabalhos que estão disponíveis para auxiliar no
processo, bem como mostrar que o uso de madeira bem especificada
incentiva a produção legal do produto e evita o desmatamento das
florestas.
O questionário teve como objetivo entender como é feita a
especificação de madeira nos projetos de arquitetura nas suas
diferentes aplicações:
Estrutural – quando a estrutura ou parte dela usa esse material.
Acabamentos – quando é usada para revestimentos em geral, como piso, parede, teto, bancada e outros.
Esquadrias – internas e externas para portas e janelas.
Mobiliário – quando é usada em móveis e peças de decoração.
O resultado da sistematização desse questionário nos deu
importantes pistas para reconduzir os trabalhos da Campanha
Madeira na Rua, que tem como objetivo mudar a imagem da
madeira e criar novas formas de comércio da madeira e novos
produtos que viabilizem a cadeia produtiva da madeira como um
todo e da madeira responsável em especial.
O questionário ESPECIFICAÇÃO DE MADEIRA NOS ESCRITÓRIOS DE
ARQUITETURA foi estruturado em uma plataforma digital e
respondido on-line pelos escritórios de arquitetura de maneira
voluntária.
O universo foi de 28 empresas com sede em São Paulo, que
responderam ao questionário estruturado a partir de escolhas
fechadas e complementação por questões abertas.
Assim, o produto final apresentado aos escritórios foi o seguinte:
APRESENTAÇÃO Empresa:
Nome:
Atuação:
Numero Funcionários:
Estimativa de projetos (m² de projetos por ano – 2013 e 2014):
INTRODUÇÃO
Você especifica madeira para quais usos?
Estrutural / Acabamento / Esquadrias / Mobiliário
MADEIRA PARA ESTRUTURA
Em qual tipologia de edificação?
Residencial Unifamiliar / Residencial Multifamiliar Horizontal / Residencial Multifamiliar
Vertical / Corporativo / Serviço / Institucional
Qual elemento estrutural?
Pilares e Vigas / Pilares / Vigas / Cobertura / Pérgola / Outros:_______
Qual tipo de madeira normalmente especifica? _____________
Tem apoio de consultoria? Se sim fornecer nomes.
Sim / Não Consultor: ___________
Especifica o fornecedor? Se sim fornecer nomes.
Sim / Não Fornecedor: ___________
Numere de 1 a 5 (sendo 5 a menos importante e 1 a mais importante) os critérios que
usa para escolher o tipo de madeira?
Custo / Disponibilidade / Durabilidade / Estética / Segurança
Especifica o tratamento?
Se sim qual (descrever) Sim / Não Tratamento: ___________
MADEIRA PARA ACABAMENTO
Em qual tipologia de edificação?
Residencial Unifamiliar / Residencial Multifamiliar Horizontal / Residencial Multifamiliar Vertical / Corporativo / Serviço / Institucional
Qual tipo de acabamento?
Piso / Parede / Forro / Brises / Bancada / Guarda-Corpo / Corrimão / Outros:_______
Qual tipo de madeira normalmente especifica? _____________
Tem apoio de consultoria? Se sim fornecer nomes.
Sim / Não Consultor: ___________
Especifica o fornecedor? Se sim fornecer nomes.
Sim / Não Fornecedor: ___________
Numere de 1 a 5 (sendo 5 a menos importante e 1 a mais importante) os critérios que usa para escolher o tipo de madeira?
Custo / Disponibilidade / Durabilidade / Estética / Segurança
Especifica o tratamento? Se sim qual (descrever)
Sim / Não Tratamento: ___________
MADEIRA PARA ESQUADRIAS
Em qual tipologia de edificação?
Residencial Unifamiliar / Residencial Multifamiliar Horizontal / Residencial Multifamiliar
Vertical / Corporativo / Serviço / Institucional
Qual tipo de esquadria?
Janelas Externas / Janelas Internas / Portas Externas / Portas Internas / Portão /
Outros:_______ Qual tipo de madeira normalmente especifica? _____________
Tem apoio de consultoria? Se sim fornecer nomes.
Sim / Não Consultor: ___________
Especifica o fornecedor? Se sim fornecer nomes.
Sim / Não Fornecedor: ___________
Numere de 1 a 5 (sendo 5 a menos importante e 1 a mais importante) os critérios que
usa para escolher o tipo de madeira?
Custo / Disponibilidade / Durabilidade / Estética / Segurança
Especifica o tratamento? Se sim qual (descrever) Sim / Não Tratamento: ___________
MADEIRA PARA MOBILIÁRIO
Em qual tipologia de edificação?
Residencial Unifamiliar / Residencial Multifamiliar Horizontal / Residencial Multifamiliar
Vertical / Corporativo / Serviço / Institucional
Qual tipo de mobiliário?
Banco / Mesa, Aparador e Criado Mudo / Cadeira / Painel / Cama / Cabeceira /
Objetos de decoração / Outros:_______
Qual tipo de madeira normalmente especifica? _____________ Tem apoio de consultoria? Se sim fornecer nomes.
Sim / Não Consultor: ___________
Especifica o fornecedor? Se sim fornecer nomes.
Sim / Não Fornecedor: ___________
Numere de 1 a 5 (sendo 5 a menos importante e 1 a mais importante) os critérios que
usa para escolher o tipo de madeira?
Custo / Disponibilidade / Durabilidade / Estética / Segurança
Especifica o tratamento? Se sim qual (descrever)
Sim / Não Tratamento: ___________
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Sente dificuldade de especificar? Se sim exemplifique? Sim / Não Exemplifique:
___________
Tem todas as informações que necessita para especificar? Sim / Não Exemplifique:
___________
Sente resistência dos clientes para o uso de madeira? Sim / Não Explique: ___________
Propõe o uso de madeira ou recebe orientação seguindo padrão do cliente? Propõe
- Usos: _____ (se sim descrever usos) / Recebe orientação - Usos: _____ (se sim descrever usos)
Teve algum problema com aplicação da madeira (em qualquer uma das
utilizações)?
Sim / Não Explique: ___________
Ao fazer a especificação opta com maior frequência por espécies plantadas
(espécies de reflorestamento) ou madeira nativa?
Plantada / Nativa
Exige documentos que garantem a origem da madeira plantada (espécies de
reflorestamento)? Se sim qual? Sim / Não Documentos: ___________
Exige documentos que garantem a origem da madeira nativa? Se sim qual?
Sim / Não Documentos: ___________
Ao fazer a especificação opta por madeira certificada? Se sim qual?
Sim / Não Exemplifique: ___________
Conhece programas que tratam de uso da madeira? Sim / Não Exemplifique: ___________
Conhece publicações que tratem do uso da madeira?
Sim / Não Exemplifique: ___________
O que acha que falta para incentivar o uso de madeira em projetos? ____________
Espaço aberto para considerações e sugestões: _____________________________
30%
15% 22%
18%
11% 4%
Número de funcionários
entre 0 e 5
6 a 10
11 a 20
21 a 50
51 a 100
mais de 100
Os escritórios participantes caracterizam-se por terem,
na sua maioria, no máximo 20 funcionários, 67%,
sendo que 30% deles são escritórios menores, com até
5 funcionários..
Caracterização dos Participantes
São escritórios com estimativas anuais de projetos
na sua maioria, 58%, acima de 50.000 m² por ano, que especificam prioritariamente acabamento,
com 43% das respostas.
19%
4% 8%
15% 15%
39%
Estimativa em m² de projetos por ano
até 100m²
entre 101 e 1.000 m²
entre1.001 e 10.000 m²
entre 10.001 e 50.000 m²
entre 50.001 e 100.000 m²
acima de 100.000 m²
17%
43%
23%
17%
Especifica para quais usos?
Esquadrias
Acabamento
Mobiliário
Estrutura
Esquadrias, estrutura e mobiliário são especificações mais ou menos equivalentes em
porcentagem de resposta.
Caracterização dos Participantes
Madeira para Estrutura
29% dos escritórios que responderam ao questionário especificam para edificação residencial unifamiliar. Porém, edificações residenciais multifamiliares horizontais e edificações corporativas representam significativos 25% das
citações. É importante destacar que os escritórios trabalham com mais de uma tipologia.
Pilares, vigas e pérgola são os elementos estruturais mais citados pelos participantes, com 91% das citações. Piso,
pela disponibilidade no mercado e pelo potencial industrial nas áreas de produção, apareceu apenas em 3% dos
casos como elemento estrutural especificado.
29%
19% 16%
10%
13%
13%
Tipologia de Edificação
Residencial Unifamiliar
Residencial Multifamiliarhorizontal
Corporativo
Residencial multifamiliarvertical
Serviço
Institucional
Madeira para Estrutura
Os escritórios envolvidos, na maioria dos casos, especificam eucalipto tratado ou peças coladas. Se incluirmos pinus e teca, teremos uma predominância de espécies plantadas nas especificações As nativas que aparecem
são poucas em citações e espécies, limitadas à itaúba, garapeira, cumaru e peroba.
Respostas genéricas, como sem definição, diversos e depende da função, também surgem esporadicamente.
É interessante que 75% dos participantes afirmaram valer-se de consultoria para especificação de madeira
estrutural.
Considerando que 6 em 9 escritórios utilizam o serviço da Ita Construtora, referência em estruturas de eucalipto, identifica-se a concentração dessa espécie nas especificações desse grupo.
35%
24%
32%
3% 3% 3%
Elemento Estrutural
Pilares e Vigas
Cobertura
Pérgola
Pisos
0 2 4 6 8 10
eucaliptogarapeira
tecacumaru
sarrafos de pinho…peroba
pinuscertificada e tratada
depende da função e…laminados de…
itaúbadiversos
sem difinição
Tipo de Madeira Normalmente Especificada
75%
25%
Apoio de Consultoria
sim
não
Madeira para Estrutura
Quando avaliamos as respostas referentes à importância das variáveis custo, disponibilidade, durabilidade,
estética e segurança para o grupo de escritórios que trabalham com estruturas de madeira, percebemos
que as maiores distâncias entre importância alta e baixa são estética, com a maior diferença, custo e
disponibilidade com a mesma distância, significativa.
Surpreendentemente, durabilidade e segurança têm exatamente o mesmo comprimento de respostas
para alta e baixa importância para especificação.
5 6 9 4 7
1 1 1
2 2
8 9 9
9 7
Importância para Especificação
importância baixa para especificação importância média para especificação
importância alta para especificação
Madeira para Estrutura
Mais da metade dos escritórios especifica o tratamento que a madeira estrutural deve receber, sendo o
tratamento anticupim a especificação mais citada.
56%
44%
Especifica o Tratamento?
sim
não
Madeira para Acabamento
29% dos escritórios que responderam ao questionário especificam para corporativas, sendo a significativa
maioria desse grupo.
Porém, edificações residenciais multifamiliares verticais e edificações institucionais e residenciais unifamiliares
representam significativos 51% das citações. É importante destacar que os escritórios trabalham com mais de
uma tipologia.
Pisos são os acabamentos mais lembrados quando o tema é especificação com madeira e representam
22% das respostas, o que contrasta com o número da caracterização dos escritórios, que indicava uma
participação baixa desse acabamento nas operações das empresas.
Parede e forro, somados, representam 32% das citações.
19%
10%
29%
16%
10%
16%
Tipologia do Imóvel
Residencial Unifamiliar
Residencial Multifamiliarhorizontal
Corporativo
Residencial multifamiliarvertical
Serviço
Institucional
3 4
7 2 2
3
2 3
1 2
1 1 1 1
3 1 1
0 1 2 3 4 5 6 7 8
CUMARÚ
FREIJO
CEDRO
MADEIRAS DE LEI ESPECÍFICAS
MDF
EUCALIPTO
NOGUEIRA
PAU-FERRO
MADEIRA DE DEMOLIÇÃO
Tipos de Madeira Especificadas
Madeira para Acabamento
Percebe-se uma variabilidade um pouco maior quando comparado com as madeiras estruturais, porém a
baixa diversidade continua acentuada e espécies plantadas continuam na preferência dos especificadores,
com o freijó em destaque.
22%
16%
16% 10%
14%
2% 9%
10% 1%
Tipo de Acabamento
Piso
Parede
Forro
Brise
Bancada
Lambris
Corrimão
Guarda corpo
Marcenaria em geral
20%
80%
Consultoria para Especificação
sim
não
Madeira para Acabamento
É interessante que 80% dos participantes afirmaram não se valer de consultoria para
especificação de madeira para acabamento. Os 20% restantes se apoiam em dois consultores
que foram lembrados.
Ao contrário, 67% especificam o fornecedor de madeira para acabamento, que são empresas
renomadas no mercado
67%
33%
Especifica Fornecedor
sim
não
Quando avaliamos as diferenças das distâncias das respostas referentes à importância para especificação,
percebemos que a segurança foi unanimidade entre os pesquisados. Disponibilidade, durabilidade e estética
mantiveram uma distância favorável à alta importância para especificação. O quesito custo apresentou uma
equidade na distância entre as respostas, o que chega a ser surpreendente.
Esse grupo especifica mais sobre o tratamento do que o grupo de estruturas, com foco nos fungicidas, cupins e
vernizes.
Madeira para Acabamento
62% 38%
Especifica o Tratamento
sim
não
6 8 8 9 3 3 2 3 5 13 14 14 12
Importância para a Especificação
importância alta para especificação
importância mediana para especificação
importância baixa para especificação
Madeira para Esquadria
37% dos escritórios que responderam ao questionário especificam prioritariamente para edificações residenciais
unifamiliares, sendo a significativa maioria desse grupo quando comparado às demais tipologias.
Porém, edificações residenciais multifamiliares horizontais e verticais somadas representam significativos 31% das
citações. É importante destacar que os escritórios trabalham com mais de uma tipologia.
Portas externas e internas, bem como janelas internas, são as esquadrias mais lembradas quando o tema é
especificação com madeira e representam 75% das respostas, o que confirma a sensação geral de
comércio de madeira para esquadrias.
37%
20% 9%
14%
9%
11%
Tipologia de Edificação
Residencial Unifamiliar
Residencial Multifamiliarhorizontal
Corporativo
Residencial multifamiliarvertical
Serviço
Institucional
As esquadrias são o principal item de utilização da
madeira nativa quando o assunto é especificação de
madeira, segundo as respostas obtidas.
Cedro, cumaru e freijó lideram a lista de espécies
utilizadas para esse fim.
Madeira para Esquadria
29%
21% 25%
11%
12% 2%
Tipo de Esquadria
Portas Internas
Portas Externas
Janelas Externas,
Janelas internas
Portão
Revestimento
4%
17%
9%
17%
4% 8%
17%
4%
8%
4% 4%
4%
Tipo de Madeira Especificada
Portas prontas CumarúItaúba FreijoIpê MassarandubaCedro PinhosAngelim JatobáNão especifica Madeiras de lei específicas
Madeira para Esquadria
É interessante que, assim como em relação às madeiras para
acabamento, 80% dos participantes afirmaram não se valer de
consultoria para especificação de madeira para acabamento.
Os 20% restantes se apoiam em dois consultores que foram
lembrados.
Avaliando a diferença das distâncias entre as respostas
referentes à importância para especificação de
determinados critérios, diferentemente dos outros tipos, na
especificação para esquadria o intervalo referente à
importância mediana surge com importância quando o foco
é custo, disponibilidade e segurança.
Surpreendentemente, a importância baixa para
especificação no quesito custo se destacou, da mesma
forma que segurança.
Estética e durabilidade, apesar de serem equilibradas em
distância de resposta, são os maiores valores para
importância alta para especificação.
20%
80%
Apoio de Consultoria
sim
não
8 7 8 8 8
4 6 0 0
4 4 4
9 8 5
Importância para a Especificação
importância para especificação alta
importância para especificação mediana
importância para especificação baixa
69%
31%
Especifica o Tratamento
sim
não
69% dos que responderam especificam o tratamento das esquadrias, com destaque para
os vernizes.
Madeira para Esquadria
Madeira para Mobiliário
0 2 4 6 8 10 12 14 16
banco
mesa
aparador
criado mudo
cadeira
painel
bancadas
cabeceira
cama
objetos de decoração
marcenaria em geral
mobiliário corporativo
Tipo de Mobiliário
29% dos escritórios que responderam ao questionário especificam prioritariamente para edificações
corporativas, sendo a significativa maioria desse grupo quando comparado às demais tipologias.
Porém, a equidade de respostas sobre as outras tipologias tornam esse um ponto de atenção quando
tratamos de cadeia da madeira. É importante destacar que os escritórios trabalham com mais de
uma tipologia.
37%
20% 9%
14%
9%
11%
Tipologia de Edificação
Residencial Unifamiliar
ResidencialMultifamiliarhorizontal
Corporativo
Residencialmultifamiliar vertical
0 2 4 6 8 10 12 14 16
banco
mesa
aparador
criado mudo
cadeira
painel
bancadas
cabeceira
cama
objetos de decoração
marcenaria em geral
mobiliário corporativo
Tipo de Mobiliário
Madeira para Mobiliário
Seguindo a tendência atual para esse tipo de especificação, o cumaru é a madeira mais especificada. A madeira de demolição segue a tendência e aparece bem lembrada, juntamente com o freijó.
Apesar de um número maior de espécies lembradas, percebemos uma pulverização muito grande, que não
aponta para mudança nesse quadro atual de preferência.
0
2
4
6
8
10
12
cum
aru
ced
ro
gara
pei
ra
fre
ijó e
…
per
ob
inh
a d
o…
per
ob
a ro
sa
no
gue
ira
carv
alh
o
mad
eir
a d
e…
pin
us
euca
lipto
jato
bá
ipe
tau
arí
teca
map
ple
itau
ba
can
ela
vari
adas
Tipo de Madeira Especificada
25%
75%
Apoio de Consultoria
sim
não
29%
71%
Especifica o Fornecedor
sim
não
75% das respostas indicam que os escritórios
não procuram consultoria para especificar
mobiliário e os que fazem valem-se dos
fornecedores.
71% dos participantes alegam que não especificam o fornecedor, deixando ao contratante a opção
pela compra.
A minoria orienta a fornecedores de confiança.
Madeira para Mobiliário
Madeira para Mobiliário
5 5 9
6 4
4 6 0 3 5
9 7 9 9 9
IMPORTÂNCIA PARA ESPECIFICAÇÃO
nivel importancia baixo nivel de importancia mediano nível de importancia alto
Avaliando a diferença das distâncias entre as respostas referentes à importância para especificação de
determinados critérios, na especificação para movelaria o intervalo referente à importância mediana surge com
importância quando o foco é disponibilidade.
Dessa vez, o intervalo referente ao nível de importância alto foi significativo em todos os aspectos avaliados, com
exceção da disponibilidade.
Durabilidade apresenta um aspecto interessante de ter ou não ter importância na especificação, sem meio
termo.
Bonitos, duráveis, seguros e baratos são a preferência em relação aos móveis especificados.
57%
43%
Sente Dificuldade para Especificar
sim
não
Dificuldade para Especificar
Dos especificadores participantes, 57% sentem
algum tipo de dificuldade para especificar
madeira em seus projetos.
Fundamentalmente, os custos, manutenção e
durabilidade são os pontos de resistência à
especificação, seja a partir do especificador,
seja a partir do cliente.
Esses últimos, em especial, são lembrados pela
percepção de que o produto dura pouco e
necessita de muita manutenção.
Além disso, porcelanatos, alumínios, vinílicos e outros materiais produzidos com “aspecto amadeirado” acabam
sempre sendo sugeridos pelo cliente e podem substituir a madeira com melhor custo-benefício. O tratamento
necessário é um ponto lembrado como perigoso para a saúde dos envolvidos.
A madeira é um produto que não tem conformidade, o que dificulta a padronização das peças, somado a um
complexo processo de fornecimento.
A manutenção é sempre uma preocupação que causa resistência tanto de especificadores quanto dos clientes,
pois o produto reflete uma imagem de pouca durabilidade para estruturas e, portanto, custos maiores e maior frequência de manutenção.
29%
71%
Tem Todas as Informações para Especificar
sim
não
Dificuldade para Especificar
De todos os participantes, 71% consideram que não
têm todas as informações necessárias para
especificar madeira ou ampliar o horizonte desse
tipo de especificação.
Segundo os comentários postados, podemos
separar as limitações em dois grandes grupos: falta de informação técnica e falta de informação de
mercado.
No primeiro caso, foi observada a falta de manuais
e/ou listagens e/ou sites ou ainda sessões técnicas
no ambiente de trabalho que deem suporte aos
aspectos como uso, durabilidade, trabalhabilidade,
aplicações recomendadas, detalhes de referência e
tratamentos específicos.
Essas informações possibilitam, por exemplo, definir o dimensionamento em vista da resistência da espécie a ser
utilizada, ou seja, falta informação detalhada sobre as características técnicas em relação aos usos.
No caso das informações de mercado, a pouca clareza na forma como as informações sobre a madeira são
veiculadas, com destaque para a disponibilidade, custos e procedência, foi o principal destaque.
A necessidade de alguma forma para acessar os fornecedores com informações sobre a origem e procedência da
madeira, bem como as tipologias disponíveis em cada fornecedor, é bastante destacada.
Acesso a informações rápidas de disponibilidade, custo, custo comparativo é fundamental para a
tomada de decisão no momento da especificação.
39%
61%
Resistência do Cliente para Uso de Madeira
sim
não
Os clientes dos escritórios participantes são resistentes ao
uso da madeira em 61% das respostas, destacando, por
um lado, que os custos comparados com outros sistemas
estruturais, como alvenaria e ferro ou de acabamento,
como porcelanatos, alumínios, vinílicos e outros materiais
produzidos com “aspecto amadeirado”, acabam
mostrando um custo-benefício melhor que a madeira
propriamente dita.
Por outro lado, os clientes resistem à especificação em
função da imagem comparativa da durabilidade das
peças de madeira em relação a outros processos
construtivos, indicando que o custo e a frequência da
manutenção serão maiores no caso da madeira.
Como os produtos de madeira não apresentam dados de conformidade para uso em construção disponibilizados
facilmente, fica difícil de apresentar essa alternativa aos clientes.
Finalmente, a complexidade do fornecimento de madeiras nativas para qualquer uso, bem como o
desconhecimento dos documentos necessários e certificados, quando é o caso, impedem os clientes de solicitar
especificação de madeira, sendo que uma solução apresentada é uma maior disponibilidade de madeiras de
reflorestamento, mais uniformes e sem tanta complexidade no fornecimento.
Dificuldade para Especificar
50% 50%
Problemas na Aplicação da Madeira
sim
não
Dificuldade para Especificar
Percebe-se que a distribuição das respostas é exatamente igual, com metade tendo e metade não tendo problemas
com a aplicação. Pelo perfil das respostas, isso está
intimamente ligado ao fato de o escritório utilizar madeira
plantada ou nativa, sendo essa segunda a fonte maior de
problemas.
Podemos separar esses problemas recorrentes em alguns
grupos para facilitar a análise, começando pela
qualidade.
A qualidade baixa do produto entregue reflete-se em
afirmações como “madeira verde”, “trincas”, “patologia”,
“piso não seco” ocasionando “empenamento”, “delaminações” e “rompimento estrutural”. Na maioria dos casos,
o problema veio de uma má condução de todo o processo de beneficiamento e/ou de instalação.
Além disso, a falta de padrão do produto complica em muito a especificação e induz a erros de projeto.
Outro aspecto que merece uma avaliação agrupada diz respeito à manutenção, muito ligada à questão da falta
de informação sobre as diferentes madeiras.
A falta de informação leva a defeitos de manutenção que comprometem principalmente a aparência do produto
entregue ou os tratamentos específicos para pragas como, por exemplo, cupins. Alguns escritórios destacam a
frequência de manutenção, remoção de auburno e enxerto em peças estruturais, além da estabilidade de
estrutura MLC.
Concluindo, há falta de informação sobre as características das madeiras, cuja diversidade e especificidade .
Temos dificuldade em especificar qual melhor madeira para um uso determinado, bem como a falta de
padronização do produto implica dúvidas e insegurança na especificação de madeiras nativas.
Essas madeiras, aliás, apresentam, segundo os respondentes, uma variedade muito pequena de espécies
comerciais, limitando o uso e disseminação do uso.
Além disso, a falta de informação técnica deixa os especificadores à mercê de poucos fornecedores, que
apresentam as características do material sem praticidade, cujo custo inviabiliza a especificação.
Soma-se a isso a insegurança sobre a origem e legalidade da madeira, bem como a confusão entre madeira
legal e certificada e seus documentos comprobatórios.
Essas respostas estão condizentes com o gráfico abaixo, que retrata as respostas referentes ao uso de madeira
nativa ou plantada.
Dificuldade para Especificar
68%
32%
Plantadas x Nativas
plantadas
nativas
Sobre a questão da exigência de documentação de origem das madeiras plantadas, o gráfico a seguir
mostra que a imensa maioria não tem essa preocupação, deixando para os fornecedores a
responsabilidade de apresentar essa documentação.
Somente os especificadores que trabalham com madeira certificada solicitam o certificado FSC para
conferência.
Houve afirmações da exigência do DOF, documento não exigido para transporte de plantadas, cujo
aparecimento entre as respostas destaca a necessidade de informação sobre essa documentação.
Dificuldade para Especificar
36%
64%
Exige Documentos de Origem de Madeira Plantada
sim
não
32%
68%
Exige Documentos de Origem de Madeira Nativa
sim
não
Merece destaque por parte desse estudo a alta porcentagem de especificadores que não exigem os documentos
de origem da madeira nativa, esse sim obrigatório e que pode se transformar em um problema no futuro.
Todos os que afirmam exigir essa documentação citam o obrigatório DOF e o opcional Certificado FSC.
Resta saber se os procedimentos de legalidade, como homologação de pátio, por exemplo, são seguidos como
exige a lei.
O uso da madeira, aliás, é um assunto marginal na realidade dos especificadores, pois a grande
maioria deles não conhece nenhuma iniciativa ou programa que trate dessa questão.
Dificuldade para Especificar
25%
75%
Conhece Programas que Tratem do Uso da Madeira
sim
não
Somente 25% deles responderam conhecer o Programa Madeira é Legal e houve uma citação isolada
do FSC. Essa situação é semelhante aos que responderam sobre o conhecimento de publicações a esse
respeito.
Conforme o gráfico a seguir, somente 29% conhecem essas publicações, com destaque para a
publicações “Madeira, uso sustentável na construção civil” (IPT); Aquisição responsável de madeira na
construção civil - Guia prático para as construtoras” (SindusCon/WWF); “Habitação Sustentável”
(Cadernos de Educação Sustentável - Governo do Estado de SP); “Construindo cidades verdes - Manual
de políticas públicas para construções sustentáveis” (ICLEI).
Dificuldade para Especificar
29%
71%
Conhece Publicações que Tratem do Uso da Madeira
sim
não
Dificuldade para Especificar
A questão final trata da impressão que esses especificadores têm do que falta para incentivar o uso de madeira na
construção civil.
Apenas como ilustração, agregamos as respostas em núcleos de informação e capacitação e divulgação de
informações técnicas e apoio e divulgação comercial são os aspectos que mais necessitam iniciativas de apoio
para alavancar o uso de madeira, seja nativa de boa origem e certificada, seja nativa responsável ou certificada.
Além disso, ações que tornem o preço do produto mais competitivo, inovações tecnológicas que apresentem soluções aos problemas relacionados à especificação e já relacionados neste trabalho e a urgência por
normatização têm um significativo espaço na agenda de trabalho.
Uma demanda interessante foi a criação de espaços de intercâmbio e discussão como forma de troca
de experiências, tecnologia e debates sobre o tema.
12
2
3
7
1
2
3
4
0 2 4 6 8 10 12 14
CAPACITAÇÃO E DIVULGAÇÃO DE …
DIVULGAÇÃO DE PROJETOS
INOVAÇÃO TÉCNICA COM …
APOIO E DIVULGAÇÃO …
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA COM …
CONSCIENTIZAÇÃO
NORMATIZAÇÃO
CUSTOS COMPETITIVOS
Falta de Incentivo ao Uso
Dessa forma, promover a divulgação com atualização frequente das espécies disponíveis e suas qualidades, como o
trabalho do IPT, que é acessível, mas pouco divulgado, é uma demanda prioritária, pois disponibiliza informações
técnicas que facilitam muito a especificação.
Divulgar a experiência dos projetos mais qualificados tanto no Brasil como no exterior, destacando que no Canadá
são construídos edifícios de até quatro pavimentos de madeira e todos aceitam muito bem, ou seja, ajudar o cliente a
mudar a cultura construtiva.
Essa mudança deve percolar toda a cadeia produtiva da madeira, desde os consultores até os fornecedores,
garantindo conscientização e assegurando o uso adequado.
Uma forma de contribuir com essa mudança é criar um demonstrativo claro de que o ciclo de vida de sua produção
e utilização apresenta bom custo-benefício ambiental. Para isso, as questões legais e ambientais da produção e
comercialização da madeira devem ser amplamente divulgadas.
Uma situação vital é a estabilização da oferta, refletida em todas as afirmações da necessidade e importância da
disponibilidade do produto e qualidade nessa disponibilidade.
O mercado exige soluções integradas de tratamento, fornecimento e normatização de formatos e dimensões, além
de mão de obra treinada. Essa situação ajuda na criação de condições técnicas e econômicas, ou seja,
disponibilidade e custo.
O investimento em formação acadêmica e capacitação profissional é o ponto de partida para uma nova geração
voltada à utilização da madeira.
Especificamente sobre as madeira plantadas, o grupo entrevistado sugere um aumento do uso de
peças de madeiras não nativas e aprimoramento do uso industrializado de pinho e eucalipto.
Dificuldade para Especificar
Da mesma forma que nas nativas, as plantadas também exigem maior informação sobre madeiras disponíveis e
maior disponibilidade de madeiras, bem como uma maior variedade de madeiras de reflorestamento, ampliando
o leque de opções, além de apoio técnico e comercial e desenvolvimento de novas opções para aplicações em
superfícies diversas.
Dificuldade para Especificar
Concluindo, um dos participantes resume a resposta da seguinte forma:
“Falta muita coisa, menos madeira.”
1. Falta controle tecnológico e industrialização da madeira para que ela tenha qualidade e custo compatíveis.
2. Falta conhecimento sobre como usar a madeira, assim como componentes auxiliares para estruturar e montar.
3. Faltam indústrias equipadas com maquinário de ponta em toda a cadeia, fornecendo produto industrializado de madeira de qualidade.
4. Falta classificação da madeira na sua extração, assim como normatizações nacionais para madeiras laminadas
coladas, entre outros componentes estruturais.
5. Faltam projetos de grande porte em madeira, assim como equipamentos e espaços públicos, para que o
material seja visto como algo durável e seguro.
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