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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 8ª VARA DO
TRABALHO DE SÃO PAULO – SP.
Processo n° 0002623-46.2014.5.02.0008
JOSÉ MARIA GONÇALVES OSORIO,
qualificado nos autos da Reclamação Trabalhista
proposta em face de SAVOLIDO COMERCIAL E IMÓVEIS
LTDA, vem perante V.Exa., por seu advogado, interpor
RECURSO ORDINÁRIO, nos termos do artigo 895, I, da
CLT, requerendo o seu processamento e o envio das
suas razões ao Tribunal Regional do Trabalho da 2ª
Região.
DA TEMPESTIVIDADE DO RECURSO
INTERPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
APLICAÇÃO DO ARTIGO 897-A DA CLT
Esclarece o reclamante que o
recurso ordinário é tempestivo, vez que após a
publicação da sentença o obreiro fez a interposição
de embargos de declaração.
Os embargos de declaração foram
considerados tempestivos e no julgamento dos embargos
a MM. Vara analisou o caso concreto rejeitando-os.
Desta forma, nos termos do
artigo 897-A da CLT, o recurso ordinário é
tempestivo, pois os embargos de declaração
interromperam o prazo do recurso.
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DAS CUSTAS PROCESSUAIS
CONCESSÃO DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA
A SENTENÇA JULGOU A AÇÃO PARCIALMENTE PROCEDENTE
APLICAÇÃO DOS ARTIGOS 789, §1º E 790-A DA CLT
A sentença julgou a reclamação
trabalhista parcialmente procedente e condenou a
reclamada no pagamento das custas processuais (artigo
789, §1º, da CLT).
Esclarece o reclamante que a MM.
Vara na sentença concedeu ao obreiro os benefícios da
justiça gratuita (artigo 790-A da CLT).
Desta forma, a obrigação do
pagamento das custas processuais é da reclamada.
Nestes Termos
Pede Deferimento
São Paulo, 16 de novembro de 2015.
MARCO ANTONIO SILVA DE MACEDO JUNIOR
OAB/SP 148.128
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RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO
RECORRENTE: José Maria Gonçalves Osorio
RECORRIDO: Savolido Comercial e Imóveis Ltda
ORIGEM: processo n° 0002623-46.2014.5.02.0008 da
8ª Vara do Trabalho de São Paulo – SP.
EGRÉGIO TRIBUNAL
COLENDA TURMA
Não concorda o reclamante com a
sentença de 1ª Instância que julgou parcialmente
procedente a reclamação trabalhista indeferindo as
seguintes pretensões:
- horas extras e reflexos;
- adicional de sobreaviso;
- ressarcimento integral dos honorários de advogado.
DO INCONFORMISMO DO RECLAMANTE
DIFERENÇAS NO PAGAMENTO DAS HORAS EXTRAS
APLICAÇÃO DO ARTIGO 7º, XIII, DA CF
APLICAÇÃO DOS ARTIGO 58 DA CLT
APLICAÇÃO DA SÚMULA 422 DO TST
A r. sentença ao analisar a
pretensão do reclamante julgou improcedente o
pagamento das horas extras e seus reflexos.
A MM. Vara do trabalho concluiu
em sentença que:
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[...
DAS HORAS EXTRAS
Aduziu o reclamante direito ao pagamento de horas extras e reflexos em DSR, aviso prévio, férias e seu terço constitucional, gratificações natalinas, FGTS e sua multa de 40%.
A defesa impugnou a jornada declinada na exordial, alegando que os horários estão refletidos nas folhas de ponto.
Em réplica, o laborista impugnou tais documentos, sob o fundamento de que não refletiam sua verdadeira jornada.
Entretanto, o obreiro não logrou provar que a jornada constante dos cartões de ponto não correspondia à efetivamente desenvolvida. Em audiência, informou que “anotava exatamente a hora que começava e parava de trabalhar” (fls. 248).
Conforme se observa dos holerites juntados aos autos, há horas extras pagas para o laborista.
Não houve o apontamento de diferenças de horas extras e de seu pagamento.
Improcede o pleito principal e seus reflexos.
...]
Não concorda o reclamante com a
fundamentação mencionada na r. sentença, pois o
obreiro respondeu em audiência que anotava exatamente
o horário contratual de trabalho.
A Reclamada não juntou aos autos
os controles de horário do mês de julho de 2014 (mês
da demissão).
A Reclamada juntou aos autos os
controles de horário dos meses de janeiro/2009 até
junho/2014 (docs. 15/80 do volume de documentos das
reclamadas).
Ocorre que, pela análise dos
cartões de ponto juntados, verifica-se que todos os
cartões apontam a jornada de trabalho contratual
(cartões britânicos).
É humanamente impossível o
reclamante ter laborado exatamente no mesmo horário
de trabalho de 2009 a 2014.
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Registre-se que o TST já
pacificou na jurisprudência que os cartões de ponto
britânicos são nulos e o ônus da prova passa a ser da
reclamada.
Desta forma, nos termos do
artigo 74, §2º, da CLT e da Súmula 338, I e III, do
TST, a reclamada deve ser considerada confessa em
todos os pedidos referentes a esses meses (inversão
do ônus da prova).
CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO
“Art. 74. O horário do trabalho constará de quadro, organizado conforme modelo expedido pelo Ministro do Trabalho e afixado em lugar bem visível. Esse quadro será discriminativo no caso de não ser o horário único para todos os empregados de uma mesma seção ou turma. ... §2º Para os estabelecimentos de mais de dez trabalhadores será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, devendo haver pré-assinalação do período de repouso. ...”
SÚMULA DO TST
“Nº 338 JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA. I – É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, §2º, da CLT. A não-apresentação injustificada dos controles de frequência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário. ... III – Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir.”
O reclamante laborava das 06:30
às 18:30 de 2ª a domingo com 1 hora e 30 minutos de
intervalo para refeição e descanso.
Assim, temos que o obreiro
laborava inclusive nos dias de folga e em todos os
feriados.
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Conforme horários de trabalho
declinados, o Reclamante laborava habitualmente além
da 8ª hora diária e além da 44ª hora semanal,
violando o disposto no artigo 7º, XIII, da CF e o
artigo 58 da CLT, sendo que a 1ª reclamada pagava
apenas as horas extras constantes dos recibos de
pagamento (docs. 05/09).
Desta forma, faz jus o obreiro às
diferenças nos pagamentos das horas extras e seus
reflexos para efeito de descansos semanais
remunerados (Súmula 172 do TST), férias + 1/3 (Artigo
142, §5º, da CLT), 13º salários (Súmula 45 do TST),
aviso prévio (Artigo 487, §5º, da CLT) e FGTS + 40%
(Artigo 15 da Lei 8.036/90 e Súmula 63 do TST).
DO INCONFORMISMO DO RECLAMANTE
DO INTERVALO PARA REFEIÇÃO E DESCANSO
NORMA DE PROTEÇÃO À SAÚDE DO TRABALHADOR
APLICAÇÃO DO ARTIGO 71 DA CLT
APLICAÇÃO DA SÚMULA 437, I e III, DO TST
APLICAÇÃO DA SÚMULA 422 DO TST
A r. sentença ao analisar a
pretensão do reclamante julgou improcedente o
pagamento das horas extras e seus reflexos.
A MM. Vara do trabalho concluiu
em sentença que:
[...
DAS HORAS EXTRAS
Aduziu o reclamante direito ao pagamento de horas extras e reflexos em DSR, aviso prévio, férias e seu terço constitucional, gratificações natalinas, FGTS e sua multa de 40%.
A defesa impugnou a jornada declinada na exordial, alegando que os horários estão refletidos nas folhas de ponto.
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Em réplica, o laborista impugnou tais documentos, sob o fundamento de que não refletiam sua verdadeira jornada.
Entretanto, o obreiro não logrou provar que a jornada constante dos cartões de ponto não correspondia à efetivamente desenvolvida. Em audiência, informou que “anotava exatamente a hora que começava e parava de trabalhar” (fls. 248).
Conforme se observa dos holerites juntados aos autos, há horas extras pagas para o laborista.
Não houve o apontamento de diferenças de horas extras e de seu pagamento.
Improcede o pleito principal e seus reflexos.
...]
Não concorda o reclamante com a
fundamentação mencionada na r. sentença, pois o
obreiro respondeu em audiência que anotava exatamente
o horário contratual de trabalho.
A Reclamada não juntou aos autos
os controles de horário do mês de julho de 2014 (mês
da demissão).
A Reclamada juntou aos autos os
controles de horário dos meses de janeiro/2009 até
junho/2014 (docs. 15/80 do volume de documentos das
reclamadas).
Ocorre que, pela análise dos
cartões de ponto juntados, verifica-se que todos os
cartões apontam a jornada de trabalho contratual
(cartões britânicos).
É humanamente impossível o
reclamante ter laborado exatamente no mesmo horário
de trabalho de 2009 a 2014.
Registre-se que o TST já
pacificou na jurisprudência que os cartões de ponto
britânicos são nulos e o ônus da prova passa a ser da
reclamada.
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Desta forma, nos termos do
artigo 74, §2º, da CLT e da Súmula 338, I e III, do
TST, a reclamada deve ser considerada confessa em
todos os pedidos referentes a esses meses (inversão
do ônus da prova).
CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO
“Art. 74. O horário do trabalho constará de quadro, organizado conforme modelo expedido pelo Ministro do Trabalho e afixado em lugar bem visível. Esse quadro será discriminativo no caso de não ser o horário único para todos os empregados de uma mesma seção ou turma. ... §2º Para os estabelecimentos de mais de dez trabalhadores será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, devendo haver pré-assinalação do período de repouso. ...”
SÚMULA DO TST
“Nº 338 JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA. I – É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, §2º, da CLT. A não-apresentação injustificada dos controles de frequência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário. ... III – Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir.”
O reclamante laborava das 06:30
às 18:30 de 2ª a domingo com 1 hora e 30 minutos de
intervalo para refeição e descanso.
Assim, temos que o reclamante não
desfrutava corretamente do intervalo para refeição e
descanso, pois o contrato de trabalho estipulava que o
intervalo era de 2 horas (violação do artigo 71,
"caput", da CLT).
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Desta forma, nos termos do
parágrafo 4º do mesmo artigo consolidado e da Súmula
437, I e III, do TST, faz jus o obreiro ao pagamento
de 2 horas extras por dia trabalhado e seus reflexos
para efeito de descansos semanais remunerados, férias
+ 1/3, 13º salários, aviso prévio e FGTS + 40%.
DO INCONFORMISMO DO RECLAMANTE
DO ADICIONAL DE SOBREAVISO
APLICAÇÃO POR ANALOGIA DO ARTIGO 244, §2º, DA CLT
APLICAÇÃO DO ARTIGO 8º DA CLT
APLICAÇÃO DA SÚMULA 422 DO TST
A r. sentença ao analisar a
pretensão do reclamante julgou improcedente o
pagamento do adicional de sobreaviso.
A MM. Vara do trabalho concluiu
em sentença que:
[... DO SOBREAVISO
A jornada em sobreaviso é prevista pela CLT aos ferroviários que permaneciam em suas próprias casas aguardando o chamado da empresa, para a execução de serviços imprevistos ou para substituições de outros empregados faltantes (art. 244, caput). A escala máxima é de 24 horas, sendo contadas à razão de 1/3.
Difere da prontidão, cujo empregado deveria ficar nas dependências da Estrada, com escala máxima de 12 horas, contadas à razão de 2/3 (art. 244, § 3º, da CLT).
Por analogia, estende-se aos demais empregados a norma celetista, em situação idêntica, tal qual já chancelado pelo C. TST (Súmula 229).
Em sua inicial, o reclamante alegou que permanecia todo o tempo restante de sua jornada em sobreaviso, em sua casa. Ocorre que sua casa era exatamente seu local de trabalho, ou seja, não havia qualquer deslocamento em caso de urgência ou algo semelhante.
Em audiência, não restou comprovado que laborasse além da jornada efetivada, posto que reconheceu os horários anotados nos cartões de ponto (fls. 248).
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Quanto aos momentos em que houve ocupação dos imóveis da reclamada, despiciendo averiguar-se se o reclamante encontrava-se trabalhando ou não, posto que evitar a ocupação não seria função a si acometida, especialmente diante da impossibilidade de realizá-la sozinho e de sua ilegitimidade para tanto, posto que não se trata de força pública. Além disso, o reclamante morava no local de trabalho e portanto, nele estaria, mesmo que não a serviço, nas ocasiões apontadas.
Assim, improcede o pleito. ...]
Não concorda o reclamante com a
fundamentação mencionada na r. sentença, pois entende
o reclamante que a Vara do Trabalho não analisou e
não mencionou a prova documental juntada aos autos
com a petição inicial.
O reclamante foi contratado pela
1ª reclamada para fazer a guarda/segurança de suas
propriedades/imóveis para que não ocorressem as
invasões pelo movimento sem teto.
O obreiro era o único
responsável pela segurança do local de trabalho e
inclusive morava nas dependências do imóvel da 1ª
reclamada.
Está evidente que o reclamante
além de sua jornada de trabalho ficava de plantão em
sua residência aguardando o chamado para qualquer
ocorrência, tanto que em 3 situações teve que se
deslocar até a delegacia de polícia de madrugada para
registrar ocorrência de invasão do imóvel (docs.
14/16 do volume de documentos do reclamante).
A reclamada confessa em defesa
que era necessária a guarda de seus imóveis para
manutenção de sua propriedade a fim de evitar a
invasão, pixação e vandalismo (fls. 181 - item 21).
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Desta forma, nos termos do artigo
244, §2º, da CLT, faz jus o obreiro ao pagamento do
adicional de sobreaviso e seus reflexos para efeito
de descansos semanais remunerados, férias + 1/3, 13º
salários, aviso prévio e FGTS + 40%.
DO INCONFORMISMO DO RECLAMANTE
DO VALOR DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS
APLICAÇÃO DOS ARTIGOS 186, 927 E 944 DO CC
APLICAÇÃO DOS ARTIGOS 5º, V E X E 170 DA CF
APLICAÇÃO DA SÚMULA 422 DO TST
A r. sentença ao analisar a
pretensão do reclamante condenou a reclamada no
pagamento de indenização por danos morais e materiais
no valor de apenas R$ 10.000,00.
A MM. Vara do trabalho concluiu
em sentença que:
[...
DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
O dano moral consiste no aviltamento da dignidade, da honra, da imagem da pessoa, que acarreta dor maior e mais profunda do que os aborrecimentos do dia a dia, ou de tristeza que se esquece ao cabo da semana. Essa espécie de dano, no mais das vezes, enseja reflexos nocivos na vida do trabalhador, num círculo vicioso que prejudica outros aspectos da vida social, familiar e laboral, novamente. Não se comprova o dano moral, mas, sim, os fatos que supostamente o acarretaram.
Comprovados os fatos e constatada a sua gravidade, devida uma indenização ao trabalhador.
Indenização é compensação por alguma perda, algum dano. Ela visa à recompensa da vítima, transferindo-lhe parte do patrimônio do agressor, a fim de restaurar o equilíbrio entre os agentes. Além disso, serve de punição ao infrator e de instrumento de prevenção contra novas condutas lesivas.
O autor alegou diversos motivos para indenização por danos morais e materiais: suposta divulgação de fatos ofensivos à sua honra relacionados à dispensa por justa causa, humilhações e constrangimentos durante o contrato de trabalho e o furto de seus pertences quando da reintegração de posse do prédio da reclamada.
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Quanto a eventual difusão de notícias quando de sua dispensa, nada provou. Alegou em inicial que a reclamada teria divulgado fatos ofensivos a si, com atribuição de crimes. Tal não foi a justificativa para a justa causa apresentada pela reclamada, nem mesmo no documento que o reclamante recusou-se a assinar. Assim, não há prova da ofensa alegada. Quanto ao tópico, improcede o pedido e seus reflexos.
A alegação de constantes ofensas por parte dos prepostos da reclamada também não foi comprovada, mesmo que se considere a narração dos fatos do dia 18 de julho. Os depoimentos colhidos não permitem conclusão clara de que o reclamante tenha sido ofendido, pois sequer foi possível aferir-se o conteúdo das conversas havidas.
No que se refere aos móveis, os documentos nos autos dão razão ao reclamante.
Indene de dúvidas que o reclamante residia no prédio da reclamada que cuidava, a fim de que não permanecesse vazio. Assim, por óbvio, manteria o reclamante em sua residência as utilidades necessárias, tais como móveis e eletrodomésticos.
Incontroverso, também, que o local em que residia o autor foi ocupado por movimento de moradia no mês de março de 2014, e que houve reintegração em tal imóvel no mês de junho de 2014.
O autor trouxe aos autos cópia do andamento processual conferido em consulta junto ao TJ-SP que comprova a proposição de ação de reintegração de posse pela reclamada com a emissão de mandado para reintegração, inclusive com auxílio de força policial. Assim, a reclamada tinha ciência da data e da possibilidade de reintegração.
Como se sabe, o reclamante residia em imóveis da reclamada, para cumprir suas funções e assim, obviamente, dependeria de direcionamento e autorização da reclamada para ocupar outro local.
Curiosamente, a reclamada alega que o autor teria preferido permanecer residindo no prédio ocupado até o mês de abril, quando foi transferido para prédio da Praça da República, que foi, também este, alvo de ocupação que resultou na transferência do reclamante para um terceiro prédio.
A reclamada alega que caberia ao reclamante cuidar de seus bens móveis e ocupar-se de sua transferência, descuidando do fato de que o reclamante dependeria de suas ordens e autorização para remover e deslocar seus bens para onde fosse transferido pela reclamada.
De todo modo, mesmo que o reclamante devesse acompanhar seus bens e que pudesse tê-los logo retirado do primeiro local, tal situação não exime a reclamada da responsabilidade de avisar ao reclamante da reintegração agendada, posto que é praxe em tais momentos a retirada de todos os bens móveis, com encaminhamento a depósitos públicos se outro destino não houver.
A reclamada sequer alega ter buscado avisar o reclamante quanto à reintegração e necessidade da retirada de seus bens, a fim de evitar a perda. Tal aviso seria perfeitamente possível já que o reclamante permanecia prestando serviços à reclamada e poderia evitar a perda dos bens.
Assim, a ausência de aviso da reclamada quanto à reintegração é elemento essencial a influenciar a situação que resultou na perda sofrida pelo reclamante. A reclamada alega ter oferecido ajuda para transporte dos bens, mas não há qualquer comprovação do alegado.
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A lista de bens apresentada, bem como as notas fiscais, indicam bens de uso cotidiano e necessários ao guarnecimento de um lar, em sua maioria, tais como cama, mesa, fogão, estante, sem luxos.
Assim, reconheço os danos sofridos pelo autor em razão da omissão da reclamada, omissão que o levou a perder seus bens, do que resultam danos materiais em razão da perda em si dos bens, e danos morais pela repentina perda de bens essenciais ao dia a dia, sem que tenha sequer mais a sua cama para dormir.
As balizas para a limitação da punição são amplamente discutidas. Como a dor moral não é mensurável, esta Juíza reputa justa a compensação levando-se em conta a gravidade dos fatos, sua repercussão, o porte e a capacidade econômica da empresa, a existência de dolo e reiteração de conduta, bem como o patamar salarial do empregado que, no caso, chegava a R$1632,44 e o montante dos valores dos bens indicados.
Assim, tendo em vista a responsabilidade da reclamada e os critérios declinados, imponho o pagamento de indenização por danos morais e materiais no importe de R$10.000,00, com correção monetária e juros a partir deste julgamento (19.06.2015), conforme Súmula nº 362 do STJ e artigo 397, § único do Código Civil. ...]
Não concorda o reclamante com o
valor do dano fixado na r. sentença, pois a reclamada
é uma empresa do ramo imobiliário de grande porte que
atua na Cidade de São Paulo, sendo certo que o valor
de R$ 10.000,00 a título de danos morais e materiais,
não condiz com os danos irreversíveis causados ao
autor.
Ademais, o valor estipulado não
atenderá a finalidade do desestímulo e
conscientização da empresa, deixando de demonstrar a
reprovação social de suas condutas, pois o valor
arbitrado equivale a apenas 0,01% do faturamento
mensal da empresa.
Registre-se que o valor de R$
10.000,00 não atende ao Princípio da
Proporcionalidade, pois o salário da reclamante era
de R$ 1.632,44, ou seja, a indenização por danos
morais e materiais sequer chega a 10 salários
nominais.
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Como pode uma indenização por
danos morais decorrente da violação da dignidade
humana do trabalhador ter o valor de apenas R$
10.000,00 quando a reclamada é uma empresa de grande
porte?
O reclamante efetuou um Boletim
de Ocorrência para registrar o esbulho possessório em
propriedade da reclamada no dia 08/03/2014 (doc. 15
do volume de documentos do reclamante).
Ocorre que no dia 27 de junho de
2014 houve a reintegração de posse do imóvel e o
gerente de patrimônio da reclamada (Sr. Osvaldo
Campos) não comunicou o obreiro sobre essa
reintegração, sendo que todos os seus pertences que
estavam em sua moradia foram subtraídos/furtados pelo
movimento sem teto (doc. 16 do volume de documentos
do reclamante).
Registre-se que a reclamada sabia
da reintegração de posse (doc. 13), mas de forma
dolosa não comunicou o obreiro para se preparar e
proteger a sua moradia contra o movimento, situação
esta incompatível com a dignidade da pessoa humana e
com a valorização do trabalho, asseguradas pela
Constituição Federal.
Esclarece o obreiro que todas as
suas coisas foram levadas/saqueadas pelos invasores
do movimento sem teto (doc. 16).
Informa o obreiro que foram
subtraídos os seguintes pertences (doc. 17):
- ESTANTE BELAFLEX SAFIRA PD IMB
- FOGÃO CONTINENTAL GRANPRIX
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- REFRIGERADOR CONSUL FF IP
- MICROONDAS BRASTEMP
- BICICLETA BIKE CALOI XRT FUL
- BOX MANNES CASAL
- SOFÁ DE 2 LUGARES
- CJ MS RET MUNIQUE 6C TB
- IMPRESSORA HP
- TV LED “42” BUSTER
- MINI SYSTEM SONY FST-ZUX9
- CABECEIRA DE CAMA
- RACK
- GUARDA ROUPAS
- 4 ESTANTES MULTIUSO GIOVANNI
- VENTILADOR BRITÂNIA
- MULTI PROCESSADOR
- JOGO DE PANELAS
- ESTANTE TV
- MICRO SYSTEM PHILCO
- MESA DE ESCRITÓRIO
- APARELHO DE DVD
- ROUPAS
- CARROS DE CONTROLE REMOTO
- HELICÓPTERO DE CONTROLE REMOTO
- PURIFICADOR DE AGUA REFRIGERADO
- CADEIRA PRESIDENTE OFFICE
- LIVROS
Assim, o empregador, além da
obrigação de dar trabalho e de possibilitar ao
empregado a execução normal da prestação de serviços,
deve ainda, respeitar a honra, a reputação, a
liberdade, a dignidade, e integridade física e moral
de seu empregado, porquanto se tratam de valores que
compõem o patrimônio ideal da pessoa, assim
conceituado o conjunto de tudo aquilo que não seja
suscetível de valor econômico.
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Os responsáveis das reclamadas
extrapolaram totalmente o poder diretivo do
empregador, sendo que as reclamadas tomando a atitude
de não comunicarem o obreiro da reintegração de posse
agrediram a sua honra, sua privacidade e a sua
intimidade ao ter todos os seus pertences saqueados.
Registre-se que como o
reclamante morava no imóvel da 1ª reclamada a mesma
tinha a obrigação de zelar pela sua segurança e pelos
pertences do reclamante, ou seja, a reclamada tem a
obrigação de zelar pelo ambiente de trabalho do seu
empregado.
Assim, temos que a reclamada
extrapolou completamente o seu poder diretivo
previsto no artigo 2º da CLT, impedindo o reclamante
de desfrutar de seu direito constitucional à moradia.
Diante de todo o exposto,
entende o recorrente que apesar da r. sentença ter
deferido a reparação, o valor arbitrado, com certeza,
não irá atingir as suas finalidades, qual sejam, o
desestímulo e a compensação, pois a reclamada é uma
empresa do ramo imobiliário de grande porte que atua
na Cidade de São Paulo
Razão pela qual entende o
recorrente pela violação dos seguintes dispositivos:
CF, arts. 5º, V e X, 170; CCb, arts. 186, 187 e 944;
LICC, art. 5º.
S.m.j., o valor arbitrado pelo
juízo “a quo” não é compatível com a extensão dos
danos sofridos pelo reclamante, e não serve como
medida pedagógica à reclamada, devendo ser elevado, a
teor da CF e artigo 944 do Código Civil, para o valor
equivalente à, no mínimo, R$ 30.000,00.
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DO INCONFORMISMO DO RECLAMANTE
RESSARCIMENTO COM AS DESPESAS DE ADVOGADO
VIOLAÇÃO DOS ARTIGOS 389 E 404 DO CÓDIGO CIVIL
APLICAÇÃO DA SÚMULA 422 DO TST
A r. sentença ao analisar esta
pretensão da reclamante limitou o ressarcimento dos
honorários de advogado a apenas 20%.
A MM. Vara do trabalho concluiu
em sentença que:
[...
DA INDENIZAÇÃO PELA CONTRATAÇÃO DE ADVOGADO
Na Justiça do Trabalho, os honorários advocatícios dizem respeito à miserabilidade, não à sucumbência, remunerando a assistência do Sindicato, conforme a Lei nº 5.584/70 (Súmula 219 do TST).
Entretanto, pelo novel Código Civil, deve haver a reparação integral do dano decorrente de cometimento de ato ilícito (art. 389). De fato, dispõe a norma que, “não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado”. A teoria do ressarcimento integral bem atende aos que têm de vir ao Poder Judiciário exigir obrigações inadimplidas espontaneamente, razão pela qual reputo o instituto plenamente compatível com o processo laboral. Rechaço a tese de que o ius postulandi enseja a desnecessidade de representação técnica, pois é notório que o processo trabalhista, há muito, perdeu a intensa simplicidade que lhe era inerente, quando da confecção da CLT.
Assim, em concordância com o princípio do ressarcimento integral à vítima de quem comete ato ilícito, mister se faz a condenação da ré ao pagamento de uma indenização, como compensação pelos gastos na contratação de seu patrono. Limito a indenização a 20%, por ser percentual já elevado para a contratação de honorários advocatícios. Diante disso, procede o pleito de indenização compensatória por gastos com advogado, para o reclamante, no importe de 20% sobre a soma dos demais títulos deferidos, calculada antes da dedução da tributação. Note-se que a verba é devida para o reclamante, não ao seu advogado.
Não há honorários em favor da reclamada, porquanto atos ilícitos praticados por si moveram o reclamante à apresentação da demanda. ...]
Não concorda o reclamante com a
fundamentação mencionada na r. sentença, pois a
Reclamada deverá ressarcir integralmente o
Reclamante.
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Nos termos do artigo 8º da CLT e
dos artigos 389 e 404 do Código Civil, as Reclamadas
deverão ressarcir o Reclamante com juros e correção
monetária e ressarcir inclusive as despesas de
honorários de advogado, no importe de 30% do valor da
condenação.
Os honorários previstos nos
artigos 389 e 404 do Código Civil de 2002 estão
relacionados com os contratados entre o cliente e o
seu advogado, não se trata de sucumbência, mas de
ressarcimento integral do dano.
O ressarcimento legal direcionado
ao lesionado não se interage com a verba honorária
imposta pela sucumbência, havendo, assim, uma plena
autonomia dos honorários sucumbenciais em relação aos
contratuais.
A verba honorária imposta pelo
Novo Código Civil é uma indenização de Direito
Material, não guardando nenhuma relação com o Direito
Processual, sendo que o seu titular é o lesionado e
não o seu advogado.
Diante da violação de seus
direitos, não só em eventuais situações
extrajudiciais como judiciais, o trabalhador deve ser
indenizado pelas despesas havidas com o seu advogado,
sob pena de violação da própria razão de ser do
Direito do Trabalho, ou seja, de sua origem
protetora.
A restituição do seu crédito há
de ser integral, ou seja, as perdas e danos, nas
obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagas com
atualização monetária segundo índices oficiais
regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas
e honorários de advogado.
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A decisão judicial deverá fixar,
a título de indenização, os valores efetivamente
contratados entre o trabalhador e o seu advogado,
quando de fato houver o reconhecimento da procedência
parcial ou total da postulação deduzida em juízo.
Claro está que essa indenização
será um crédito do empregado, na qualidade de parte
da relação jurídica processual, já que se trata de um
ressarcimento das despesas havidas por ele em face da
atuação profissional de seu advogado.
Diante do exposto, requer o
Reclamante seja dado provimento ao recurso ordinário
para reformar a sentença de 1ª Instância para:
Deferir ao obreiro o pagamento das diferenças no
pagamento das horas extras e seus reflexos
reflexos para efeito de descansos semanais
remunerados, férias + 1/3, 13º salários, aviso
prévio e FGTS + 40%;
Deferir ao obreiro o pagamento das horas extras
pela violação do intervalo interjornada e seus
reflexos em DSR’s, 13º salários, férias + 1/3,
aviso prévio e FGTS + 40%;
Deferir ao obreiro o pagamento do adicional de
sobreaviso e seus reflexos DSR's, 13º salários,
férias + 1/3, aviso prévio e FGTS + 40%;
Deferir ao obreiro a majoração do valor da
indenização por danos morais e materiais;
Deferir ao obreiro o ressarcimento integral das
despesas de advogado.
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Nestes Termos
Pede Deferimento
São Paulo, 16 de novembro de 2015.
MARCO ANTONIO SILVA DE MACEDO JUNIOR
OAB/SP 148.128
RECURSO ORDINÁRIO SAVOLIDO - ZE MARIA
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