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Exercício físico e música: uma relação expressiva
Discente em formação do curso de Licenciatura Plena
em Educação Física , da Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia UESB, Campus Jequié
Mônica Oliveira Silva dos Santos mulicrinha@yahoo.com.br
(Brasil)
Resumo
Através de estudos cientificos já se tem comprovado a importância da prática regular de exercícios físicos na vida de um indivíduo; Um programa de exercício
físico pode , a depender dos objetivos, promover o emagrecimento, a flexibilidade, a agilidade ou melhoria da aptidão cardiorepiratória, sendo assim, passa a
influênciar potencialmente a vida do sujeito, seu estado de ânimo, seu bem estar. Neste contexto, a música que é um bem comum da humanidade, possui aspectos
semelhantes, tendo por virtude também influênciar o estado psicofisiológico do ser humano. Sendo assim, a pesquisa vem com o objetivo de investigar a interação
entre dois elementos a música e o exercício físico, capazes de modificar ou influênciar o estado físico e comportamental do homen, consequentemente, contribuindo
assim para alterar a percepção de determinadas sensações humanas. Conhecer os processos psicofsiológicos que permeiam esta interação é o caminho que esta
pesquisa científica ultilizou para explicar a relação expressiva da música no exercicío. Para isso, foi aplicado um experimento com 10 pessoas com idade entre 18 a 30
anos, sendo elas 5 homens e 5 mulheres, aonde estas pessoas participaram de 4 sessões de caminhada, em que foram ouvindo músicas populares de Rock Roll, outra
de Axé Music, outra de Dance e também uma sessão não ouvindo nada . A metodologia utilizada foi pesquisa exploratória de abordagem qualitativa e a amostragem foi
nãoprobabilística. Os resultados da análise dos dados permitiram afirmar que a música possui de fato uma grande expressividade durante o exercício físico, podendo
assim afetar o rendimento, freqüência cardíaca e a motivação dos praticantes. Através da pesquisa, a conclusão confirma os achados da literatura e inclui o
rendimento físico como fator cujos resultados, também são afetados pela música.
Unitermos: Exercícios físicos. Caminhada. Motivação. Música. Rendimento.
Abstract
Scientific studies has already shown the importance of regular practice of physical exercises to people in general; A program of physical exercise may,
depending on the goals, to promote weight loss, flexibility, agility or the heart and lung capabilities improvement, and thus, it becomes a potentially influence in the
physical exercise practitioneries life, them state of mind and welfare. In this context, the music that is a common of humanity, has similar properties, by the way, also
influences psycho and physiological aspects of human beings. Therefore, this work is aiming to investigate the interaction between two elements: music and physical
exercises, both are capable to change or influencing the physical state and behavior of humans, thus helping to change the perception of some human feelings.
Occurs know the psycho and physiological processes that permeate how this interaction this is the way that scientific research used to explain the expressive
relationship of the music in the physical exercises. For this, an experiment was applied with 10 people aged 18 to 30 years, and they 5 men and 5 women, in which,
these people participated in 4 sessions of walking, they were listening to Rock’n Roll music, one of Axe Music , another of Dance and also a session not listening to
anything. The methodology used was exploratory research in a qualitative approach and was nonprobability sampling. The results of the analysis of data to clarify
that music has in fact a great expressiveness during the exercise, and may well affect the performance, heart rate and motivation of participants. Through research,
the conclusion confirms the findings of literature and includes the physical performance as a factor whose results, are also affected by the music.
Keywords: Physical exercises. Hiking. Motivation. Music. Yield.
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital Buenos Aires Año 13 N° 122 Julio de 2008
Introdução
Durante vivências pessoais em academias, pode observar que há sempre nelas a presença de músicas, o que
ajudava a estabelecer o ritmo dos exercícios dos praticantes e a distraílos, contudo todas as pessoas ouviam as
mesmas músicas, mas nem todas as pessoas tinham o mesmo gosto, sendo assim, nesta situação em específico, a
música quando era desagradável ao gosto pessoal de algum indivíduo ao invés de ajudálo, atrapalhava o desempenho
físico dele. Partindo deste pressuposto, nasceu a hipótese de que a música tem uma relação muito forte com o estado
psicofisiológico do sujeito, tendo assim, uma relação direta com o seu rendimento na prática do exercício físico. A
partir desta hipótese foi formulado o seguinte questionamento: Qual a relação da música no exercício físico?
Para averiguar esta hipótese e responder a este questionamento que foi criado o projeto de pesquisa desta
monografia, que vem a esclarecer qual a importância da música durante o exercício físico, através de um estudo da
literatura existente e uma pesquisa no campo, onde dez indivíduos foram submetidos a quatro sessões de caminhada.
Com os dados fornecidos pela pesquisa e pelos achados da literatura, foi possível responder cientificamente como
Lecturas: Educación Física y Deportes, Revista Digital. Buenos Aires, Año 13, Nº 122, Julio de 2008. http://www.efdeportes.com/efd122/exercicio-fisico-e-musica-uma-relacao-expressiva.htm
se processa essas alterações psicofisiológicas (as alterações estudadas foram rendimento, motivação e frequência
cardíaca), que são de fato significativas. Além disso, através da pesquisa foi possível descobrir que o rendimento
também é um dos fatores afetados pela música, pois a literatura pesquisada só faz referência a freqüência cardíaca
dos praticantes, o humor e o estado de motivação como fatores afetados pela música durante o exercício físico.
Desta forma, o estudo aponta que a música de fato tem expressividade durante o exercício físico, aonde a palavra
expressividade e utilizada no sentido de importante e/ou significativa, podendo causar alterações físicas e psicológicas,
que vão implicar no desempenho dos indivíduos que utilizam música para a prática de caminhadas.
De forma conclusiva, a metodologia utilizada foi pesquisa de campo, exploratória, qualitativa, transversal de
amostragem não probabilística por critério de acessibilidade (GIL, 1996).
1. Revisão de literatura
A influência da música no exercício físico
Não é difícil perceber o quanto a música está lincada ao exercício físico, basta ir a uma academia, clube ou algum
outro espaço em que as pessoas estejam se exercitando, que é visível a olho nu muitas delas utilizando aparelhos
sonoros para estabelecer o ritmo de seu exercício ou simplesmente dístrailos durante ele.
Em diversos exercícios físicos o aspecto da dor, do cansaço e dá monotonia estão presentes, como por exemplo,
pedalar uma bicicleta ergométrica dentro de uma academia, se não houver um elemento que distraia o indivíduo
durante este exercício ele pode ser extremamente enfadonho, principalmente por ser repetitivo, eis que nasce então a
necessidade de escutar música como um elemento capaz também de distrair o indivíduo.Observamos que durante um
jogo de basquete, voleibol ou futebol, muito raramente se ver algum jogador escutando música, isto porque estes
esportes não são repetitivos, não está se falando aqui dá preparação física ou do treinamento, mas do jogo em si,
pois, por mais que ele tenha movimentos estereotipados próprios de cada desporto, o jogo requer que a atenção do
individuo esteja voltada para ele, pois ele possui uma constante mudança de movimentação, comportamento e
estratégia. O que não acontece, ao correr em uma pista, fazer ginástica localizada, musculação e entre outros
exercícios que possuem a repetição mecânica como elemento principal, é neles que a percepção de dor fica mais
nítida, pois a atenção do individuo fica focada em suas próprias sensações de cansaço e dor, sendo assim necessário
um elemento capaz de desvincular a atenção da pessoa para outro estímulo que seja mais prazeroso, e neste
momento que a música durante o exercício físico ganha significância e contorno.
Sobre isto Valin afirma que:
De acordo com Tame (1984), a música pode afetar a energia muscular, elevar ou diminuir os
batimentos cardíacos, influenciar na digestão. Csikszentmihalyi (1192) afirma que uma das funções da
música é dirigir a atenção do ouvinte para padrões adequados a um determinado estado de ânimo, além
de afastar o tédio e a ansiedade. A música nas atividades é utilizada no sentido de motivar a
continuidade dos exercícios físicos ou de distrair o praticante de estímulos não prazerosos como
cansaço, dor ou até tenção psicológica. (VALIN, 2007).
Além disso, Todres afirma que:
Os efeitos da música na redução da dor se explicam pela teoria do portal do controle da dor. A
música age como um estímulo em competição com a dor, distrai o paciente e desvia sua atenção da dor,
modulando, desta forma, o estímulo doloroso. Estudos de imagem do cérebro mostraram atividade nos
contornos auditivos, no córtex auditivo e no sistema límbico em resposta a música. Mostrouse que a
música é capaz de baixar níveis elevados de estresse e que certos tipos de música, tais como a música
meditativa ou clássica lenta, reduzem os marcadores neurohormonais de estresse. (TODRES, 2007).
Contudo, a música não serve somente para distrair um individuo, mais também para estabelecer o ritmo de sua
atividade física. Isto é fácil de ser visualizado na dança, onde a música institui o grau de movimentação corpórea, mas
a música também faz isto em exercícios de repetição mecânica, pois a pessoa pode acelerar ou diminuir sua
movimentação a depender do ritmo musical. Isto é muito comum em exercícios como o “step” que geralmente
presente em academias de ginástica utilizam a música como o marca passo do seu movimento, é a música que
estabelece o seu ritmo.
Sobre isto Martins afirma que:
Mais uma vez a presença da música durante o exercício poderia ser considerada relevante, fazendo
com que a prática deste seja facilitada pelos ritmos que a música provê, já que o próprio organismo
trabalha sobre seus ritmos específicos. Ou seja, o organismo está familiarizado com o ritmo, tendo em
vista que ele mesmo tem os seus. Consequentemente, se o exercício for “guiado” por um ritmo musical,
o organismo “entenderá está informação, deixandose levar pela música, facilitando assim a execução
do movimento. (MARTINS, 1996, p.19).
Se a música estabelece o ritmo do exercício físico, consequentemente ela vai influenciar no rendimento do indivíduo,
pois quanto mais estimulado pela música ele estiver mais ele tenderá a ter um melhor desempenho, além disso, ele
terá sua percepção de dor e cansaço desvinculada, o que o ajudara também a ter um melhor desempenho físico. Tudo
isto, é explicado através da teoria da Percepção Seletiva de Broadbent (1958) e a teoria da Atenção Restrita de
Hernandez Peon(1961), ambos citados por Martins(1996) em “A influência da música na atividade física”, onde estes
teóricos afirmam que:
[...] o sistema nervoso pode somente atender a estímulos ambientais limitadosa qualquer momento
enquanto omite outro estímulo desagradável e extrínseco. Assim, a habilidade de um indivíduo resistir
em uma tarefa física baseada em um estímulo auditivo agradável pode ser explicada através do bloqueio
de uma transmissão sensorial em um “caminho” para facilitar a transmissão de atividade elétrica em
outro “caminho” eferente. (MARTINS, 1996, p.18).
Sobre isto Martins ainda afirma que:
[...] tem explicado o processo de atenção seletiva pela limitada capacidade de processamento de
informações do sistema nervoso central. De acordo com estas explicações, a sugestão de que a
percepção do indivíduo de um estímulo auditivo agradável predominaria sobre a atenção individual de
outro estímulo menos agradável associado com esforço físico, parece plausível. (MARTINS, 1996, p.19).
È interessante ressaltar que não é só a música que causa está alteração na percepção da dor, o próprio organismo
humano trabalha neste aspecto, pois durante o exercício físico o cérebro, a glândula pituitária e outros tecidos
produzem uma série de endorfinas que causam euforia e reduzem a sensação de dor (MARTINS, 2007). Contudo, esta
alteração na percepção da dor é muito mais forte na presença de música com a ação da percepção seletiva do
sistema nervoso central.
Desde então, foi visto o efeito positivo da música, mais ela pode ter um efeito negativo também, ouvir uma música
dissonante aos ouvidos pode além de causar irritação, fazer com que a percepção seletiva do indivíduo seja voltada
para dor e para o cansaço ao invés de estar voltado para a música, já que naquele momento a música está sendo um
estímulo desagradável.
Sobre isto Oliveira afirma que “Segundo Radocy e Boyle (1979) algumas músicas podem se relaxantes, outras
podem fazer o indivíduo ser sentir mais feliz, outras podem causar frustação, agitação, entre outras manifestações.”
(OLIVEIRA, 2006).
Também sobre isto Martins afirma que:
Enquanto a música é um estímulo agradável o sistema nervoso tende a priorizála bloqueando outros
estímulos como o da dor ou do cansaço, a partir do momento em que a música deixa de ser um estímulo
agradável, o sistema nervoso tende a vincular sua atenção a outro estímulo ambiental. (MARTINS, 1996,
p.19).
Diante deste levantamento bibliográfico, foi efetuada uma pesquisa de campo que tem os seguintes procedimentos
metodológicos.
2. Descrição de procedimentos
Foi realizado um experimento com 10 pessoas com idade entre 18 a 30 anos, sendo elas 5 homens e 5 mulheres,
na tentativa de melhor compreender e ou confirmar os achados na literatura pesquisada, afim de conceber também
maior cientificidade a pesquisa.
Antes de começar o experimento estas pessoas assinaram um documento de consentimento em participar da
pesquisa, onde continha os horários de realização da mesma, possibilitando então que a pesquisa se enquadre nos
parâmetros legais préestabelecidos para a realização de pesquisas cientificas dentro do âmbito universitário.
Este sujeitos participaram de 4 sessões de caminhada aonde uma foi ouvindo músicas populares de Rock Roll, outra
de Axé Music, outra de Dance e também uma sessão não ouvindo nada. Eles responderam a um questionário de
estado de humor, antes e depois de cada sessão de caminhada e foi averiguada sua freqüência cardíaca também
antes e depois de cada sessão.O espaço utilizado foi à quadra poli esportiva da Universidade Estadual do Sudoeste da
Bahia (40m X 20m) aonde eles caminharam por 30 minutos ao som ou não, a depender da sessão, de um
microssistem com caixa amplificada. Em cada sessão de caminhada foi mensurada a distância percorrida por cada
indivíduo, este dado foi importante para avaliação posterior do rendimento individual.
Terminado todas estas 4 sessões, foi respondido dois últimos questionários pelos participantes, aonde eles
informarão suas preferências musicais e o seu nível de atividade física. A partir daí foi tabulados os dados e
comparados às respostas com o rendimento individual de cada um.
O questionário de nível de atividade física foi o IPAQ Questionário Internacional de Atividade Física (BARROS &
NAHAS, 2003) e o questionário de humor foi a Escala de Motivação (MARTINS,1996).
Para deixar mais claro os caminhos percorridos para atingir o objetivo específico que é averiguação das possíveis
alterações psicofisiológicas, os participantes tiveram seus dados psicológicos averiguados através do questionário de
motivação de Martins (1996), é importante ressaltar que este questionário não dá conta de todos os fenômenos
psicológicos, portanto, este pesquisa quanto aos fatores psicológicos ficou limitada aos dados colhidos pelo
questionário de Martins (1996); já os dados fisiológicos foram averiguados atravéz do questionário da IPAQ, aferição
da freqüência cardíaca e a distância percorrida.Quanto ao corte essa pesquisa foi transversal, com duração de duas
semanas consecutivas para as atividades de caminhada, com amostragem qualitativa e não probabilística por
acessibilidade, em relação aos procedimentos técnicos ela foi pesquisa de campo exploratória, (GIL, 1996), assim
foram coletados os dados referentes às possíveis alterações psicofisiológicas.
3. Apresentação, análise e interpretação dos dados
Neste momento, e em primeira estância, serão apresentados os dados referentes as alterações fisiológica, ou seja,
o rendimento dos indivíduos participantes da pesquisa, obtidos através do questionário da IPAQ, aferição da freqüência
cardíaca e a distância percorrida.
O questionário da IPAQ, serviu para fornecer dados referentes à condição fisiológica das pessoas que participaram
da pesquisa, permitindo assim uma melhor visualização do perfil da amostra. Através deste questionário, obtevese o
dado de que todos os participantes (10 sujeitos), através dos critérios da IPAQ, são “MUITO ATIVOS”, realizando
suficientemente, para esta classificação, em tempo e freqüência atividades físicas vigorosas e moderadas.
A tabela abaixo mostra à distância percorrida pela amostra, os indivíduos participantes da pesquisa, em metros,
sendo que esta mensuração foi possível porque os participantes caminharam na linha de 40 m X 20m da quadra poli
esportiva da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – Campus de Jequié.
Tabela 01
Amostra
Axé
Rock
Dance
Sem
Música
1 2.048 2.110 2.144 2.153
2 2.175 2.436 2.548 2.496
3 2.554 2.503 2.368 2.390
4 2.554 2.567 2.375 2.389
5 2.898 2.570 2.144 2.153
6 2.845 2.945 2.548 2.710
7 2.899 2.557 2.624 3.085
8 2.178 3.195 2.375 2.265
9 2.170 1.963 2.024 2.153
10 2.678 2.555 2.368 2.665
Média 2.500 2.540 2.352 2.446
DP 332,8 353,6 196,2 302,8 DP: Desvio Padrão
Gráfico 01
Observando o gráfico acima referente à tabela 01, é possível visualizar que a sessão sem música não foi à sessão
de caminhada com menor desempenho, tendo este lugar sido ocupado pela sessão de dance, isto pode ser facilmente
explicado se comparado com as respostas do questionário de preferência musical, onde foram obtidos os seguintes
dados:
foi:
Quando questionado qual estilo musical mais gosta de ouvir durante a prática de exercícios físicos, a preferência
Rock : 50%
Axé: 30%
Dance: 10%
Gosta de ouvir música durante a prática de exercícios físicos, mas não gosta de nenhum dos estilos musicais
acima: 10%
Observamos que a preferência musical obedece ao ranking de desempenho físico, gráfico da distância percorrida,
onde o dance ocupa a última posição na preferência de estilo musical a ser ouvido durante a prática de exercícios
físicos.
Martins (1996) afirma que quando a música deixa de ser um estímulo agradável o sistema nervoso voltará sua
atenção para outro estímulo ambiental. Como a sessão de dance foi a menos preferida, isto a poderia ter equiparado
a sessão sem música, voltando sua atenção para outros estímulos ambientais, mas o que acontece e que quando a
música é dissonante aos ouvidos isto pode causar irritação e desconforto, o que a diferencia da sessão sem música,
demonstrando que quando a música não é consonânte aos ouvidos, ela vai ser um fator de rendimento negativo maior
do que fazer exercícios físicos na ausência de música.
Desta forma, provando que a música, quando ela é agradável, e tem haver com o gosto pessoal do praticante para
a situação especifica, ela é capaz de proporcionar efeitos positivos durante o exercício, como o aumento do
rendimento, quando isto não acontece, e a música é desagradável ao ouvinte durante seu exercício físico, ela vai
proporcionar alterações fisiológicas negativas, que se efetua na perda de rendimento. Provando que, é melhor para o
desempenho físico não ouvir música durante o exercício físico do que ouvir músicas desagradáveis, mais se a música
for agradável vai ser melhor para o rendimento do que não ouvir música.
Quanto às modificações da freqüência cardíaca da amostra, a tabela abaixo mostra o percentual de alteração da
freqüência cardíaca (FC) realizado com os dados comparados de antes do início da caminhada e logo após o término
da mesma, ou seja, mostra a porcentagem de aumento ou diminuição da freqüência cardíaca após cada sessão de
caminhada. Para cada indivíduo foi calculado sua freqüência cardíaca máxima baseado em sua idade (220 – idade) e a
freqüência cardíaca foi aferida no tempo de 15 segundos (BARROS & NAHAS, 2003).
Tabela 02
Amostra
Fcmax
Axé %
Rock %
Dance %
Sem
Música%
1 197 29 6 4 2
2 197 2 7 6 2
3 199 28 6 6 12
4 196 12,2 22,2 4 0
5 196 2 8,2 2 0,3
6 196 12,4 16,3 0 16
7 196 0 12,4 18,4 8
8 194 2 12,6 2 2
9 197 2 2 4,5 2
10 195 32,8 0 2 6
Média 196,3 11,04 8,07 4,49 3,83
DP 1,3 14,1 8,2 5,51 6,4 FCmax: Freqüência cardíaca máxima em bpm (batimentos por minuto)
DP: Desvio Padrão
OBS: Os números negativos significa que houve uma diminuição da freqüência cardíaca.
Gráfico 02
Tabela 03
Amostra
Axé
Rock
Dance
Sem
Música
1 0 1 0 0
2 1 1 0 0
O gráfico acima mostra a representação dos valores da tabela 02, evidenciando que a sessão de caminhada sem
música foi a que teve menor alteração da freqüência cardíaca, o que comprova a teoria acima citada de Tame (1984)
in Valin (2007), que afirma que a música é capaz de elevar ou diminuir os batimentos cardíacos, e como as músicas
utilizadas nas sessões de caminhada foram músicas agitadas de ritmo forte, próprias para a prática de exercícios
físicos, fica evidente a maior elevação da freqüência cardíaca em sessões com música do que na sessão sem música.
Quanto à questão da influência da dissonância na alteração da freqüência cardíaca, observase que o dance não
ocupa a última posição, tendo esta sido ocupada pela sessão sem música e mantendo o Axé e o Rock nas primeiras
posições, isto acontece porque irritação e desconforto (causado por música dissonante) são elementos que também
aumentam a freqüência cardíaca, além de fatores como alegria, entusiasmo e distração (causado por música
consonante), mostrando que quando a música e dissonante ela não vai aumentar a freqüência cardíaca dos
praticantes tanto quanto a música consonante, até porque o rendimento da música consonante e maior, mas vai ter
um aumento da freqüência cardíaca maior do que a sessão sem música, em função de que sentimentos negativos
(irritação e desconforto), aumentam a freqüência cardíaca.
O que prova que a música de fato, mexe com sistema fisiológico humano sendo capaz de alterar inclusive sua
freqüência cardíaca, e como a freqüência cardíaca é afetada tanto por questões físicas quanto por questões
emocionais, observase que a alteração da mesma, faz parte das alterações psicofisiológicas proporcionadas pela
música durante o exercício físico.
Antes de exibir a tabela (anexo) do questionário de Motivação de Martins (1996), que responde a questões de
alteração psicológicas durante a prática de exercícios físicos é importante explicar como ela foi elaborada, que foi
obedecendo ao seguinte critério: Este questionário possui sete “carinhas”, sendo que a carinha central possui uma
expressão neutra, a partir desta carinha, quando se caminha para a direita as carinhas vão ficando cada vez mais
felizes e quando se caminha para a esquerda as carinhas vão ficando cada vez mais tristes ou enraivadas. Sendo
assim, para poder se tabular este dado foi elaborado o seguinte critério, a primeira carinha a direita foi dado o valor 1
(um) a segunda carinha a direita o valor 2 (dois) e a terceira carinha a direita o valor de 3 (três). Agora, a primeira
carinha a esquerda da carinha neutra foi dado o valor de 1, a segunda carinha a esquerda da carinha neutra o valor
de 2 e a terceira carinha a esquerda da carinha neutra o valor de 3. E a carinha neutra foi dado o valor de 0 (zero).
A partir de então, foi elaborado as seguintes tabelas com os respectivos gráficos:
Tabela 03 e gráfico 03, estado de humor antes da caminhada.
3 1 1 0 0
4 1 0 0 1
5 2 1 2 0
6 1 2 0 1
7 1 1 1 1
8 1 2 2 0
9 0 1 1 0
10 1 1 0 0
Média 0,9 0,1 0,2 0,1
DP 0,6 1,3 1,0 0,6
DP: Desvio Padrão
Gráfico 03
Tabela 04 e gráfico 04, estado de humor depois da caminhada.
Tabela 04
Amostra
Axé
Rock
Dance
Sem
Mus.
1 0 0 1 1
2 2 0 1 0
3 0 1 1 0
4 1 1 0 0
5 2 0 0 1
6 2 3 1 2
7 1 1 2 2
8 2 3 2 1
9 1 1 0 0
10 3 1 0 0
Média 1,4 0,9 0,8 0,7
DP 1,0 1,3 0,8 0,8
DP: Desvio Padrão
Gráfico 04
Na tabela e gráfico 03 podese observar que o estado de humor está bem aleatório em cada sessão, até porque ele
foi elabora com o estado de humor da amostra antes de se iniciar o exercício físico caminhada, ouvindo ou não
música. Agora, quando se trata do gráfico e tabela 04 que foi elaborado com o estado de motivação dos participantes
de pesquisa após as sessões de caminha, observase claramente que a sessão de caminhada sem música ocupa o
último lugar no ranking demonstrando ser a menos motivante.
Desta forma, provando que á música atravéz da Teoria da Atenção Restrita e do estabelecimento do ritmo da
atividade (MARTINS, 1996) é fator de motivação, porque distraí e porque anima os sujeitos durante sua pratica, e ela
faz isso porque ela afeta o fisiológico (freqüência cardíaca e rendimento) e o psicológico (estado de humor) dos
indivíduos envolvidos em caminhadas com músicas.
Quanto à questão da dissonância no critério motivação, observase que o dance continua não ocupa a última
posição, como aconteceu no gráfico elaborado a partir da tabela de alteração da freqüência cardíaca, tendo esta sido
ocupada pela sessão sem música e mantendo de novo o Axé e o Rock nas primeiras posições, isto acontece porque
mesmo a música dissonante causando irritação e desconforto (OLIVEIRA, 2006), a amostra preferiu a presença da
música do que a ausência da música, por que a sessão sem música mesmo não causando irritação e desconforto por
questões de dissonância, foi considerada muito desmotivante pela amostra, preferindo esta assim música dissonante
do que música nenhuma, mesmo que a dissonância cause uma queda do rendimento maior do que sessão sem
música, dado que não era de conhecimento da amostra mas que foi comprovado por esta pesquisa.
4. Conclusões
É importante ressaltar que não houve como ter controle de todas as variáveis da pesquisa, como por exemplo o
estado de humor das pessoas quando chegavam para realizar as sessões, contudo, isso não retirou a cientificidade da
mesma e seu valor no campo de estudo sobre a atividade física.
Através do presente estudo podese concluir que:
Música de ritmo forte, próprias para a prática de exercícios físicos, aumentam a freqüência cardíaca dos
praticantes, tendo em vista que a sessão sem música foi a que teve menor aumento da freqüência cardíaca.
A música quando é consonante aos ouvidos, é capaz de aumentar o rendimento dos indivíduos praticantes da
caminhada em comparação ao mesmo exercício realizado sem música, contudo, quando a música é dissonante
aos ouvidos, ela vai ser um fator de rendimento negativo maior do que fazer exercícios físicos – caminhar na
ausência de música.
Caminhar com música é mais motivante do que caminhar sem música.
A relação música e exercício físico possuem expressividade tanto nas questões referentes à motivação, quanto
nas questões referentes ao rendimento.
Esta pesquisa além de confirmar os dados da literatura sobre alterações da motivação e da freqüência cardíaca dos
indivíduos durante o exercício físico, ainda revela um fato novo, que não foi encontrado na literatura pesquisada, a
alteração do rendimento dos indivíduos, mostrando que a música quando consonante aumenta o rendimento em
comparação à caminhada sem música, mas quando dissonante diminui o rendimento também em comparação a
caminhada sem música.
Além disso, os dados apresentados acima podem oferecer efetivamente aos praticantes de exercícios físicos e
treinadores, respaldo científico para a aplicação de músicas durante o exercício físico em busca de uma melhor
performance e/ou de uma maior motivação.
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WANKEL, L. M. (1997). The Social Psychology of Physical Activity. Em Curtis, J. E. e Russell, S. J. (Eds.) Physical
Activity in Human Experience Interdisciplinary Perspectives. Canadá: Human Kinetics.
XIMENES, Sérgio. Minidicionário da Lingua Portuguesa. Brasília: Editora Ediouro, 2001.
Apêndice
1. Quetionário de preferência musical
Durante sua pratica de exercícios físicos, qual destes estilos musicais você mais gosta de ouvir? Assinale apenas
uma alternativa.
( ) Rock Roll
( ) Axé Music
( ) Dance Music
( ) Não gosto de ouvir música durante a prática de exercícios físicos.
( ) Gosto de ouvir música durante a prática de exercícios físicos, mas não gosto de nenhum dos estilos
musicais acima.
2. Seleção musical
2.1. Rock Roll
Legião Urbana – Há Tempos
Legião Urbana – Será
Aerosmith – Fly Away From Here
Aerosmith – I don`t wanna miss a thing
Aerosmith – Pink
Avril Lavigne – Skate Boy
Bon Jovi – Say It Isn`t So
Bowling For Sor Soup – Baby One More Time
Capital Inicial – Natasha
Charlie Brown Jr. – Proibida Pra Mim
Detonautas – Só por Hoje
Evanescence – Bring Me to Life
Los Hermanos – Ana Julia
Ls Jack – O Carla
Michelle Branch and Santana – The Game of Love
Pink – Don`t Let Me Get Me
Queen – A King of Magic
Remy Zero – Save me
Three Days Grace – I hate Everything about you
2.2. Axé Music
Afrodisíaco – Com você não quero só ficar
Asa de Águia – Leva eu
Araketu & Daniela Mercury – Araketu Bom Demais
Asa de Águia – Não tem lua
Axé Tradição – Nega do cabelo duro
Babado Novo – Simplicidade
Banda Beijo – Beijo na boca
Banda Cheiro de Amor – Vem meu amor
Banda Mel – Farao divindade do Egito
Bandamel – Prefixo de verão
Chiclete com Banana – Mimar Você
Chiclete com Banana – Chicleteiro eu chicleteira ela
Daniela Mercury – Mariambê danda
Ivete Sangalo – Abalou
Ivete Sangalo – Chorando se foi
Jamil e uma Noites – É verão
Margarete Menezes – Dandanlunda
Unskamarada – Não me chame
Vixe Mainha – Só papai
2.3. Dance Music
Gabry Ponte – Time to rock
Bamboogie Bamboo
Alice Dj – Better off Alone
Mauricio Manieri – Meu Bem Querer (remix)
Prezioso Tell me Why
Turn Around – Hey, what`s Wrong With You
Sexe, Feat, Junior Flex – Want You
Eifel 65 – Blue
Angel Moon – He is what / want
Ann Lee – Two Times
System F. – Out of the Blue
EZ Rollers – Tough at the top
Eyes Cream – Fly Away
Natasha Wills – I Don`t Want to Miss a Thing
Free Stylers – Don Stop
Mauro & Martyha Clark – I want to spend my lifetime loving you
Venga Boys – Up & Down
Gigi D`Agostino – Your love
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revista digital · Año 13 · N° 122 | Buenos Aires, Julio 2008
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Lecturas: Educación Física y Deportes, Revista Digital. Buenos Aires, Año 13, Nº 122, Julio de 2008. http://www.efdeportes.com/efd122/exercicio-fisico-e-musica-uma-relacao-expressiva.htm
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