famÍlia sociedade - jan.15brasil.pdf
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DIMENSÃO FAMILIA
FAMÍLIA GERADORA DE UMA
SOCIEDADE JUSTA E FRATERNA
A família do Brasil vem sofrendo várias mudanças no decorrer do tempo. Na época
colonial teve influência, tradicionalmente, europeia e prevalecia o autoritarismo do
pai como provedor, relegando a mulher às prendas domésticas, como era
denominada, a ela cabia a educação dos filhos, as atividades de casa, além do
cuidado com o esposo.
Graças a muita luta e sacrifício, vem acontecendo a emancipação da mulher que
batalha pelo reconhecimento de seus direitos e pala participação na economia,
garantindo assim, sua autonomia e liberdade.
Aos poucos a mulher vem se projetando no cenário sócio-político-cultural, em geral
é quem assume a maior responsabilidade, tanto econômica, afetiva como
educacional.
Na zona rural a falta de trabalho leva a constante migração que esfacela, a
unidade familiar e seus valores culturais e religiosos. As crianças são presas fáceis
da mídia, que não só encanta, como aliena.
Exercendo funções fora de casa, a mulher deixa muito a desejar no cuidado com
os filhos, sobrecarregando a escola. Essa nova condição desarmonizou o convívio
familiar, de onde resultaram diversos tipos ou modalidades de família.
Os casamentos não são mais valorizados como antes e duram pouco, se antes
eram feitos por interesse, depois por motivos sentimentais, dada a liberdade de
relacionamento, hoje são feitos mais por atração sexual e por conveniência,
consequentemente as crianças não podem contar com segurança e cuidado,
sofrendo agressões mútuas dos pais, não raro contando com a separação deles.
A convivência conflituosa de certos casais, contribui para o desentendimento entre
as gerações, agravando a violência doméstica e deixando jovens abandonados à
própria sorte.
Hoje temos famílias constituídas só pela mãe e filhos, pelos avós e netos, um dos
pais e seu novo companheiro(a), ou por casais homossexuais, tendo ainda muitas
crianças abandonadas para adoção, tendo que serem socorridas por instituições
públicas, não governamentais ou religiosas.
A delinquência cresce e as medidas de resgate não conseguem resolver o
problema. Perdidos os valores referenciais, os pais não sabem orientar os filhos e
se submetem aos seus desejos, estimulados pela propaganda midiática, sendo
vítimas do capitalismo, do consumismo e do desejo de ter a qualquer custo.
Percebe-se uma mudança nos padrões de organização e comportamento das
famílias na sociedade moderna na qual convivemos. Grande parte das famílias
com pais separados, filhos criados por avós, tios, madrastas, padrastos, mães
solteiras, criança cuidando de criança, criança trabalhando para sustento da
família, e criança na rua.
A partir dessa realidade vemos outras estruturas familiares nascendo no seio de
uma sociedade hedonista, sectária, competitiva, individualista e consumista ao
extremo. A relativização dos valores e novas concepções de famílias agravam as
crises sociais que chegam aos espaços escolares.
A força da mídia vem repetindo, em horários de grandes audiências, incidentes de
violência que revelam uma alteração nos moldes das famílias tradicionais e mais
conservadoras que serviam como referência e como instituição básica na nossa
sociedade.
Tomamos como referencia a família brasileira, embora saibamos que as mudanças
em instituições do contexto mundano tendem a influenciar mudanças nem sempre
positivas em outros meios.
A exemplo disso temos:
A família tradicional formada por pai, mãe e filhos ou dependentes.
Famílias constituídas por mãe e filhos, seja por
separação do casal ou por não contarem com um
chefe de família masculino.
Famílias com resultado de uma 1ª, 2ª; 3ª e até mais
uniões ou casamentos, como são conceituadas
comumente.
Famílias adotivas. Casais que resolvem formar
uma família através de filhos não biológicos (adotivos).
Famílias formadas por casais do mesmo sexo, que já trazem filhos ou resolvem
adota-los, desempenhando o papel de pai e de mãe (essa realidade aceita ou
não, de fato ou de direito, está se tornando frequente).
Famílias que incluem na estrutura familiar,
filhos de casamentos anteriores, seja só do
marido, ou da mulher, ou de ambas as
partes.
Pais que assumem os filhos, (por
separação, morte da esposa ou
companheira), desempenhando dupla
função.
Tipos de família que vemos desaparecer:
Famílias numerosas e mais conscientes de
cumprir seu papel na sociedade.
(atualmente, o número de filhos está cada
vez mais reduzido).
Famílias que orientam os filhos
fundamentadas na fé cristã e na escolha de
caminhos que não excluam a crença em
Deus e na vivência da espiritualidade.
Famílias que preservam o hábito do diálogo, a convivência
amorosa entre seus membros, fortalecendo os laços de
união entre eles. (Vemos famílias arruinadas por interesses
materiais, exploração dos pais e descaso dos filhos, os pais
já idosos, que necessitam de cuidados e assistência).
Surgem famílias incompletas, provenientes de mães
solteiras, por falta de pais que não assumem a paternidade
ou assumem sem compromisso de participar de um
contexto familiar.
Filhos que por razões diversas são criadas por avós ou tios,
criando um núcleo familiar sem a presença do pai ou da
mãe.
Famílias numerosas e mais conscientes da educação dos
seus filhos .
Atualmente, não é comum a assistência religiosa aos filhos a partir do exemplo e
da preocupação dos pais nesse sentido. Muitos casais reduzem sua vivência
religiosa às missas aos domingos ou em situações especiais.
Muitos casais não se preocupam em batizar seus filhos e prepará-los para os
sacramentos e deixam a opção de frequentar a Igreja a cargo dos filhos quando
estes acharem convenientes.
Muitas famílias orientam os seus filhos em relação a valores que foram por estes
incorporados.
Contudo ainda se constata a preocupação de
vivenciar valores humanos e cristãos como
base da educação familiar.
O costume de participar da convivência, em
família (horários de refeição e participação em
datas festivas).
Vale ressaltar que tende a aumentar em nosso
meio (e outros fortalecidos pelo poder do
dinheiro) que é o consumo de bens e serviços
realizado e visto como privilégio de
determinadas classes, que defendem valores
semelhantes.
Julgar
Essas são configurações familiares que já existem no modelo
de sociedade moderna em que vivemos.
A desestruturação familiar nesse contexto de crises de
civilização evidencia a negligência da função paterna e/ou
materna em muitos casos.
Valores como ética, respeito, solidariedade e assistência em
relação aos membros da família, bem como a formação dada
aos filhos no sentido de cidadania, convivência pacifica e
orientação para relações de respeito ao outro e aos princípios
da moralidade, estão se invertendo ou sendo negligenciados.
Vale dizer que a sociedade atual, em crise, ainda conta com a existência da
instituição familiar, orientada por princípios cristãos e pela responsabilidade de
orientar os filhos ou dependentes na continuidade desse modelo que cumpre a
finalidade de educar para a vida através do exemplo.
Mesmo assim o temor a Deus vai deixando de existir, gerando a falta de
espiritualidade/religiosidade nas famílias e as instituições religiosas não dão
conta de conter essa crise.
Reconhecendo essa realidade e sensibilizados com as mudanças que
acarretam efeitos negativos na estrutura da família e da sociedade, é nosso
dever de educador cristão assumir posturas que possam ser semente de
transformação.
Acreditamos na possibilidade de haver um
núcleo familiar com relacionamento
saudável. Nesse sentido a escola, a família
e a igreja têm papel importante na
formação e sustentação dos valores de
cidadania crítica, atuante e ética, para
contribuírem junto aos dirigentes, no
surgimento de ações transformadoras.
Temos como referência, nos Livros
Sagrados, o Eclesiástico, que do começo
ao fim, traz instruções sobre a vivência em
família e na sociedade em geral, o qual
deve ser luz além dos ensinamentos de
Cristo.
Novos paradigmas vão sendo construídos
progressivamente, a partir da ruptura com
os velhos paradigmas que já não atendem
as necessidades de projetos
transformadores.
Ao mesmo tempo que a lógica capitalista, pautada no econômico, ao qual tudo se
subordina neste século XXI, produz crises nos diferentes âmbitos da sociedade
mundial, esse modelo também sofre os efeitos dessas crises.
Há, portanto, aspectos negativos e que prejudicam o mundo, as sociedades locais
e as relações entre as pessoas e a vida de cada um de nós. Mas também podemos
enxergar luz no fim do túnel. Aí nos damos conta da nossa responsabilidade e do
compromisso em agir orientados pela fé e pela esperança como educadores
cristãos que atuam em favor de uma transformação que revele a humanização das
pessoas através de novos paradigmas de sustentação de um mundo melhor para
todos.
Podemos com nossa ação consciente, ser sinais de paz, esperança e justiça social.
Não temos certezas históricas, já que a ação por novos paradigmas produz efeitos
progressivos, que se revelem com o tempo.
Mas, somos equipistas em movimento com a missão de
provocar utopias viáveis. As famílias estão se
desagregando por razões várias, sejam as separações, a
falta de assistências dos pais separados aos seus filhos,
que na maioria das vezes ficam sob responsabilidade
das mães.
Esse modelo de família constitui um caos para a relação familiar que de fato não
se concretiza. Os resultados dessa negligência oportunizam a falta de uma base
familiar capaz de influenciar positivamente ou de forma negativa a vida dos filhos
e seu comportamento e sua valorização enquanto criança, jovem e adulto.
Além dessa desagregação familiar comum na sociedade atual, vê-se que várias
formas de violência se instalam nas famílias sejam estas exercidas de fato ou
manifestas de forma simbólica: daí, resultam as brigas entre membros da própria
família, o desrespeito a figura dos próprios pais, ou irmãos e frequentes
agressões que ocorrem contra a mulher, em muitos casos.
Percebe-se que os valores que configuram as relações interpessoais na própria
família, como satisfatórios, concorrem para equilíbrio familiar, contribuindo para o
clima de paz e a consciência da responsabilidade de cada um cumprir o papel que
lhe cabe no contexto da sua família.
Os valores principais que devem fortalecer a base estrutural da família estão
baseados na ética e na moral, no respeito mútuo, no cumprimento das
responsabilidades dos membros da família em relação à função que compete, a
cada um dos seus membros, no respeito e na manifestação de atitudes dignas,
onde deve haver sempre lugar para a cooperação e a compreensão mútua e o
sentido maior – a prática de atos de dignidade humana e vivência dos valores
evangélicos.
Como educadores e equipistas reagimos com tristeza e preocupação diante do
conformismo e da banalidade das ações familiares, que têm nos comportamentos
dos cônjuges, tendências conflitantes e desagregadora na sociedade atual, uso
abusivo do álcool, das drogas e de outros comportamentos inconvenientes e
nocivos à formação ao bem estar da família.
A relativização dos valores que promovem a pessoa humana, tem influenciado na
conduta dos nossos alunos na escola, daí o baixo rendimento da sua
aprendizagem e, de uma educação que não forma para a cidadania da população
jovem, possibilitando a melhoria da sua condição de vida e pela sua inserção no
mundo do trabalho.
A escola, e em especial, os professores, estão cada vez mais preocupados com
essa situação social emergente. Não devemos transferir a missão da família para a
escola, todavia, não podemos também fechar os olhos para as diversas situações
que interferem de forma negativa na formação do educando.
É possível a escola intervir de forma criativa, operativa e solidária com a família
na formação desses adolescentes? Deixamos a questão como ponto de reflexão, e
referência na maneira mais coerente e justa de julgar e apontar soluções
passiveis.
Nesse contexto de desigualdade por vários âmbitos da nossa sociedade,
continuamos a ver outras configurações de família que se estruturam a partir dos
valores que tendem a desagregar as pessoas, pela influência de um contexto
social, individualista, competitivo, consumista, excludente, e com forte poder de
mudar as mentes que não se fortalecem na certeza de que a vida e a felicidade são
direitos de todo ser humano.
Como família humana que somos todos nós nascemos para conviver e nos
relacionar uns com os outros. Pelos direitos que temos aos bens de sobrevivência,
somos corresponsáveis direto ou indiretamente pelas pessoas da nossa família, da
comunidade que nos cerca, enfim, pela sociedade como um todo.
As formas de organização e o modelo econômico/político e social têm influenciado
a sociedade moderna deixando transparecer as consequências de crises mundiais
que por força do poder e dos paradigmas sustentados, resultam em leis e medidas
que negam ao povo, sobretudo os mais necessitados, o direito fundamental a uma
vida digna, capaz de satisfazer as suas necessidades básicas: educação,
alimentação, saúde, moradia, segurança e oportunidade de trabalho e como
consequência, a realização pessoal.
Convivemos com a realidade de novas configurações de família que
gradativamente surgiram devido aos novos conceitos trazidos, principalmente
pela mídia que influencia nos valores do TER em detrimento do SER.
Isso nos traz desafios e nos ensina a lidar com realidades distintas e
multiplicidade de amores.
Agir
Sentimo-nos responsáveis pela formação de pessoas que colaboram com a
preservação dos valores da família. Portanto, temos que atuar eficaz e
eficientemente em nossa sociedade, a começar por nosso lar, estendendo-se à
escola, e propagando-se por todo mundo, pois “tudo depende de nós” e começa
por nós, daí a necessidade de mobilização contínua.
Entendemos também que há necessidade urgente, de agregarmos atitudes de
solidariedade, partilha, da não discriminação, em qualquer âmbito, mas que possa
atingir as famílias onde os alunos são acolhidos, vivenciando uma verdadeira
comunhão de irmãos e irmãs.
É importante reforçar junto aos alunos um trabalho de conscientização sobre os
valores da família, uma conversa franca, ou seja um trabalho de formação humana
mais importante do que o intelectual, no sentido de elevar a autoestima,
desenvolver sentimento de respeito ao outro, de amor e gratidão diante da vida.
É preciso formar grupos interessados em trabalhar com famílias em situação de
risco, principalmente, com troca de experiências e ajuda mútua. É importante
lembrar que o mais forte testemunho é o exemplo, atitudes de valorização do ser
humano, respeito à família como núcleo agregador, primeira célula de transmissão
dos ensinamentos da vida.
Buscar por todos os meios, a superação do machismo, do autoritarismo, da
violência sobretudo a doméstica, desenvolvendo o protagonismo da mulher, suas
intuições e qualidades femininas como próprias de sua natureza, sermos pessoas
verdadeiras, sem máscaras, com limitações mas com sincero desejo de crescer e
construir o bem comum.
Desenvolver em nós e nos outros o hábito de ler, bons livros ajudam e orientam.
Trabalhar com alunos e famílias, em geral, a história de santos e líderes do
mundo para refletir sobre seus ensinamentos e procurar seguir suas virtudes.
Finalmente buscar na Palavra de
Deus a reflexão constante de nossa
prática como integrante de uma
família pequena, mas principalmente,
da grande família dos filhos e filhas
do Criador.
Muitas famílias, ainda conservam princípios cristãos, valores de vida harmônica e
lutam para continuar sendo núcleo da sociedade, mesmo que com dificuldade e
esforço pelas pressões do mercado, procurem orientar e construir o futuro dos
filhos, em clima de diálogo familiar, sendo vigilantes e amorosos, alimentados pela
esperança cristã que nunca decepciona, como nos diz a Sagrada Escritura.
Nós das Equipes Docentes, procuramos compreender essas situações e orientar
nossos alunos e familiares, na superação de suas dificuldades, estabelecendo um
relacionamento amigável e afetuoso, vivenciando os valores evangélicos,
procurando com responsabilidade, mostrar caminhos onde possam construir uma
vida saudável no contexto onde moram.
Na Igreja a família entra no processo da Iniciação à Vida Cristã e tem
algumas propostas que oriente um horizonte para a caminhada
desta Pastoral.
Trabalho conjunto com a Pastoral familiar, Pastoral dos Noivos, a
Catequese Infantil e Crisma e Pastoral da Juventude
Apresentar projeto de catequese para trabalhar com as famílias,
reforçar, revigorar e reavivar a Pastoral familiar.
A família é o berço de vida e da fé, é na família que nós
aprendemos os valores, as virtudes.
Um encontro que transforma a vida é a Fé.
A família tem a missão: de transformar a sociedade: tem
necessidade religiosa, mas também antropológica; foi
assim no começo da igreja. Tudo é um apelo para uma
família melhor, um encontro que transforma o caminho
que deve ser fortalecido pela igreja, um processo que
pode inspirar outras ações, para tornar-se um modelo
inspirador, que deve ser conhecido e valorizado.
Cada progresso deverá ser marcado pela mudança da
sociedade, numa comunicação que nem sempre tem sido
de modo adequado às características complementares, a
fim de identificar a nova família, pois cada um tem de ser
considerado na sua realidade humana, dentro de suas
funções.
Para sermos família geradora de uma sociedade justa e fraterna é
preciso, renovar a confiança em DEUS, perante a realidade da
família. Um dos grandes nós da sociedade é a perda de valores
familiar; precisamos incentivar as escolas católicas e nós enquanto
igreja a desenvolver um trabalho de evangelização nas famílias,
promovendo crescimento e alegria ao fazer o que DEUS nos pede.
O mistério está no centro da FÉ.
Revalorizemos esse caminho, sentindo a importância e o lugar da
família, como ponto de apoio.
A família é a célula originária da vida social. É ela
a sociedade natural em que o homem e a mulher
são chamados ao dom de si no amor e no dom da
vida.
A autoridade, a estabilidade e a vida de relações
no seio da família constituem os fundamentos, da
liberdade, da segurança, da fraternidade no seio
da sociedade.
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