fase 1 do processo executivo
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ALGUMAS NOTAS À FASE 1DO PROCESSO EXECUTIVO
A - PENHORA IMEDIATA / DESPACHO LIMINAR / CITAÇÃO
PRÉVIA
Com o Dec. Lei n? 226/2008, de 11 de Novembro, o legislador deu mais um
passo no sentido da desjudicialização da acção executiva, reforçando os poderes do
agente de execução, e assumindo como um dos seus objectivos tomar as execuções
mais simples e eliminar formalidades desnecessárias, como expressamente consta do
respectivo preâmbulo.
Contudo, apesar da simplificação da acção executiva surgir no topo das
intenções propostas no preâmbulo do citado diploma, a reformulação e a redacção
adoptada quanto a algumas das suas normas, não foi especialmente feliz, tendo vindo a
levantar algumas divergências quanto à sua interpretação.
Assim, tendo sido eliminada a regra geral consagrada no revogado art. 812°, n''l ,
do Código de Processo Civil (ao qual pertencerão todas as normas citadas sem menção
de origem), segundo a qual, na falta de disposição legal em contrário, o processo era
conc1uso ao juiz para despacho liminar, as normas que têm gerado maiores divergências
interpretativas são precisamente as constantes dos artigos 812°-C, 812°-D, 812°-E, e. .812°-F, de cuja conjugação se retirará quais os casos em que haverá lugar à penhora
imediata, à remessa para despacho liminar e à citação prévia.
Com efeito, como refere a Prof. DI"", Mariana França Gouveia, todas as
hipóteses previstas nos arts. 812°-C a 812°-F, respeitam a excepções - estão previstas
para casos especificamente determinados na sua letra -, esquecendo-se o legislador de
formular uma regra geral! .
. Analisemos assim, algumas questões interpretativas, que têm vindo a ser
suscitadas na aplicação das citadas normas.
1 Cfr., "A Novíssima Acção Executiva", in http://tribunaldefamiliaemenoresdobarreiro.blogspoLcom.
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Artigo 812°-C (penhora imediata/citação prévia)
Nos casos expressamente previstos nas als. a) a d), do art. 812°-C, não haverá
lugar a dúvidas: o agente de execução procede de imediato à penhora - isto é, não há
lugar a despacho liminar nem a citação prévia.
Contudo, a interpretação de tal norma tem suscitado acesas discussões, uma vez
que, nem no art. 81r-c nem nas disposições seguintes, respeitantes à fase introdutória,
o legislador refere qual o destino para os demais casos aí não incluídos,
nomeadamente:
• documento exarado ou autenticado por notário ou outras entidades:
o em que, não excedendo o montante da dívida a alçada da Relação, não seja
apresentado documento comprovativo da interpelação do devedor, quando tal
interpelação seja necessária ao vencimento da obrigação;
o excedendo o montante da dívida a alçada da relação, o exequente não mostre ter
exigido o cumprimento por notificação judicial avulsa;
• qualquer outro título de obrigação pecuniária vencida:
o de montante não superior à alçada da relação, em que tenha sido indicado à
penhora estabelecimento comercial, direito menor que sobre ele incida ou
quinhão em património que o inclua;
o de montante superior à alçada da relação.
Assim, e na ausência de uma resposta clara e expressa por parte do legislador,
várias soluções têm sido encontradas, defendendo uns que, em tais casos, haverá lugar a
despacho liminar', outros que haverá lugar, tão somente, a citação prévia", e outros
ainda que haverá lugar a despacho liminar e a citação prévia".
2 Cfr., Prof. Lebre de Freitas, "A Acção Executiva, Depois da Reforma da Reforma", 5' Ed., CoimbraEditora, pago 159 e 160, que continua a considerar ais. do art. 812°-C como casos de dispensa de despacholiminar.3 Cfr., neste sentido, Eduardo Paiva e Helena Cabrita, "O Processo Executivo e o Agente de Execução",Coimbra, Editora, pago 85 e 86.4 Cfr., Prof. Mariana França Gouveia, propondo que, na falta de uma regra geral se recupere a antiga,havendo lugar a despacho liminar e a citação prévia (cfr., estudo e local citado).
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Quanto a nós, tal lacuna só poderá ser preenchida pelo recurso a uma análise
comparativa das alterações introduzi das com a "reforma da reforma" da acção
executiva, nas normas constantes da Secção I (Fase Introdutória) atinentes à acção
executiva comum (arts. 810° a 812°-B, actuais arts. 810° a 812°-F).
Assim, desde logo se constata que o anterior art. 812°-A, sob a epígrafe,
"Dispensa de despacho liminar", foi objecto de revogação, sendo cindido em dois:
- passando o seu n01 a corresponder, embora com algumas alterações, ao actual
art. 812°-C, agora sob a epígrafe "Diligências iniciais";
- passando o seu n02 a corresponder ao actual 812°-D, sob a epígrafe, "Remessa
do processo para despacho 1iminar".
Por sua vez, a regulamentação constante do anterior art. 812°, sob a epígrafe
"Despacho liminar e citação prévia" (com excepção do seu n''], que foi pura e
simplesmente eliminado), passou a constar dos actuais art. 812°-E (que corresponde,
sensivelmente, aos ns. 2 a 6 do revogado art. 812°) e do n02 do art. 812°-F (que
corresponde ao n07do antigo art. 812°).
Ora, será que o objectivo destas alterações se ficou por uma diferente
"arrumação" ou reorganização das normas respeitantes ao despacho liminar e à citação
prévia, ou pretendeu uma alteração mais profunda, de harmonia com a filosofia geral da
"reforma da reforma", de desjudicialização da acção executiva - tornar as execuções
mais simples e eliminar formalidades processuais desnecessárias, reforçando o papel do
agente de execução -, ou seja, visando uma diminuição das hipóteses em que a
execução se encontra sujeita a despacho liminar'l
Inclinamo-nos para a segunda das soluções apontadas.
Desde logo, e em primeiro lugar, note-se que, dentro desta reorganização da fase
introdutória do processo, foi eliminado o n" 1 do arfo 812~ segundo o qual "sem
prejuízo do disposto no n01 do art. 81r-A, o processo é concluso ao juiz para despacho
liminar",
5 Cfr., Preâmbulo do DL 22612008.
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Do teor de tal norma, retirava-se, então, a ilação de que a verificação de
despacho liminar seria o regime regra e de que a dispensa de despacho liminar de• _ ,. •. . - 6citação previa constítuma a excepçao .
Ora, o facto de tal norma ter sido suprimida é um elemento que terá,
necessariamente, de ser atendido ou a tomar em conta, na interpretação a dar às demais
normas contidas nos actuais arts. 812-C a 812°-F.
Por sua vez, o revogado nOI do art. 812°-A, dispunha que nas execuções
baseadas nos títulos aí previstos nas ais. a) a d), "não tem lugar a despacho liminar".
Assim, nas hipóteses aí expressamente previstas, não havendo lugar a despacho
liminar, não haveria igualmente lugar a citação prévia (n"l do art. 812°-B), pelo que se
procederia de imediato à penhora.
Por contraposição às execuções baseadas nos títulos aí previstos, relativamente
às quais se previa a dispensa de despacho liminar, as execuções baseadas nos títulos não
incluídos nas diversas alíneas a) a d), encontrar-se-iam sujeitas a despacho Iiminar '.
Ora, no actual art. 812°-C, onde constam os casos previstos als. a) a d), do n"l ,
do anterior art. 812°-A, a expressão "sem prejuízo do disposto no n02, não tem lugar a
despacho liminar nas execuções baseadas em ( ... )", foi substituída pela expressão:
"Sem prejuízo do disposto no artigo seguinte, o agente de execução ( ... ) procede
à penhora nas execuções baseadas em (. ..)".
Ou seja, ao elencar as hipóteses previstas nas ais. a) a d) do n''I do art. 812°-C, o
legislador já não teve em mente determinar quais os casos em que há, ou não, lugar a
remessa do processo para despacho liminar, determinação esta que fez constar
expressamente do art. 812°-D.
E, note-se que, já no âmbito da anterior reforma da acção executiva, o Professor
Lebre de Freitas defendia que, na falta de documento comprovativo da interpelação do
6 Cfr., O Professor Lebre de Freitas, referindo que a dispensa do despacho liminar constituiu, desde oinício, um ponto quente dos trabalhos preparatórios da reforma, afirma que a solução final acabou porrestringir os casos de despensa de despacho liminar e de citação prévia, "optando, aliás, por estabelecercomo regra, o despacho liminar e a citação prévia do executado, e como excepção, a despensa dodespacho (art. 812°-A) e a despensa de citação (art. 812°-B)" - "Código de Processo Civil Anotado", Vol.3°, Coimbra, Editora, pago291.7 Assim, se o montante da dívida não excedesse a alçada da relação e não fosse apresentado documentocomprovativo da interpelação do devedor quando necessário ao vencimento da obrigação, haveria lugar adespacho liminar (por exclusão da aI. c) do n"! do art. 812°-A).
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devedor, quando a lei o exija para o vencimento da obrigação, e quando o exequente
optar por desde logo mover a execução, caso em que só a citação valerá como
interpelação, de iure constituendo o despacho liminar seria dispensável, podendo o caso
ter o tratamento do art. 812°, n01 (citação prévia sem necessidade de despacho do juiz)".
Ou seja, especialmente nos casos excluídos pelas ais. b) e c) - de falta de
documento comprovativo da interpelação do devedor - a citação prévia do executado
será suficiente para acautelar os interesses em jogo, concedendo ao executado
exactamente as mesmas garantias da interpelação extrajudicial prévia, não se
vislumbrando, a necessidade de haver lugar a despacho liminar.
Face às considerações expostas, retiramos a seguinte regra geral, quanto ao teor
do art. 812°-C:
- Nas hipóteses previstas nas ais. a) a c) do art. 812°- C, o agente de execução
procede de imediato à penhora - não há lugar a citação prévia, nem a despacho
liminar.
- Nas hipóteses excluídas pelo art. 8l2°- C (e desde que não caiam na previsão
do art. 812°-D, que prevê os casos de remessa para despacho liminar), há, tão só, lugar
a citação prévia.
Artigo 812°-D (Remessa para despacho liminar).
1. Remessa para despacho liminar.
No art. 812°-D, estabelece-se quais os casos em que o agente de execução
remete o processo ao juiz para despacho liminar.
E, note-se que, em meu entender, só se encontrarão sujeitos a despacho liminar
os casos expressamente previstos nesta norma, aos quais haverá que acrescentar
unicamente um outro - sempre que, encontrando-se a execução sujeita a citação prévia,
o exequente requeira justificadamente a dispensa de tal citação com fundamento em
justificado receio de perda de garantia patrimonial do seu crédito - , aditamento que, de
qualquer modo, só se aplicará às execuções para pagamento de quantia certa.
8 Cfr., José Lebre de Freitas e Armindo Mendes, "Código de processo bvil Anotado", Vol. 3, pago300.
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De entre as hipóteses aí previstas, ressaltam desde logo, os casos em que tal
remessa, se impõe por força da natureza do título (alíneas c) e d)):
• execuções fundadas em actas de assembleia de condóminos, nos termos do DL
n° 268/94, de 25.10,
• execuções fundadas em título executivo, nos termos da Lei n" 6/2006, de 27.02
(Novo RAU) - execuções para entrega de imóvel locado, na sequência de
denúncia ou resolução do contrato e de para pagamento das rendas em dívida;
Em segundo lugar, é exigida a remessa para despacho liminar,
independentemente da espécie de título executivo:
• execuções movidas apenas contra o devedor subsidiário (art. 828° do CPC) -
ex., sempre que, por negócio ou por lei, há um devedor principal e um devedor subsidiário, com
o beneficio da excussão prévia, como é o caso do fiador (art. 63800, n''I do eC).
• no caso de obrigação condicional ou dependente de prestação, e a prova de que
se verificou a condição ou se efectuou a prestação não possa ser feita por
documentos (ns. 2 e 3 do art. 804°).
As restantes hipóteses referem-se a casos em que, embora a natureza do título
não impusesse a remessa do processo para despacho liminar, surgindo dúvidas ao
agente de execução sobre o título, deverá suscitar a intervenção do juiz:
• Se o agente duvidar da suficiência do título ou da interpelação ou notificação
do devedor: (al.e) do art. 812°-D);
• Se o agente suspeitar que se verifica uma das situações previstas nas ais. b) e.c),
do n'Tdo art. 81r-E:
1. Excepções dilatórias, não supríveis, de conhecimento oficioso (alínea
b), do n"! do art. 812°-E):
2. Fundando-se a execução em título negocial, seja manifesto, face aos
elementos constantes dos autos, a inexistência de factos constitutivos ou a
existência de factos impeditivos ou extintivos da obrigação exequenda que
ao juiz seja lícito conhecer (al. c), da citada norma.
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• se pedida a execução de sentença arbitral, o agente de execução duvidar que o
litígio pudesse ser submetido a decisão por árbitros, quer por estar submetido
por lei, exclusivamente a tribunal judicial ou a arbitragem necessária, quer por
o direito litigioso não ser disponível para o seu titular.
2. Nos processos remetidos para despacho Iiminar, por força do art. 812°-D,
haverá lugar necessariamente lugar a citação prévia?
Segundo o nOS do art. 812°-E, "quando o processo deva prosseguir e, no caso do
n03 do art. 804°, o devedor deva ser ouvido, o juiz profere despacho de citação do
executado para, no prazo de 20 dias, pagar ou opor-se à execução".
Contudo, em nosso entender, tal norma não deverá lida no sentido literal de que,
sempre que o processo seja remetido para despacho liminar e o processo haja de
prosseguir, tal implique necessariamente que se proceda à citação prévia do executado.
Nas hipóteses previstas nas alíneas c) e d) - execuções fundadas em actas de
assembleias de condóminos ou em título fx~~~vo nos termos da Lei n~ 612006, de
27.02 -, em que está em causa a natureza do título e que têm em comum tratar-se de
títulos não assinados pelo devedor, justificar-se-á plenamente a imposição da citação
prévia.
Nas execuções movidas unicamente contra o devedor subsidiário (aI. a) do art.
812°-D), dúvidas não haverá de que, igualmente, se impõe a citação prévia,
nomeadamente porque tal é expressamente imposto pela aI. a), do n02 do art. 812°-F.
Na hipótese prevista na aI. b) (obrigação condicional ou dependente de
prestação, na qual a prova da verificação da condição ou de que se efectuou a prestação,
não possa ser feita por documentos), o juiz apenas ordenará a citação do executado se
entender necessária a audição do devedor, nos termos das disposições conjugadas dos
nOSdo art. 812°-É e n03 do art. 804°. ~\7..-0(;: •..•.....•-".~.
Nas restantes hipóteses, previstas nas als. e), f), e g), em que a remessa se deve
unicamente à existência de dúvidas do agente de execução quanto a irregularidades do
título ou da execução, se o juiz entender que a execução é de prosseguir, não se
descortina nenhuma razão justificativa para nos afastarmos das regras gerais - sendo de
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proceder à citação prévia, unicamente, se tal se mostrar necessário por força do art.
812°-C ou, caso se trate de uma das hipóteses expressamente previstas no n02 do art.
812°-F.
Artigo 812°-F (Citação prévia e dispensa de citação prévia).
1. Citação prévia, em simultâneo com a remessa do processo para despacho
limiar?
o entendimento de que o n02, do art. 812°-F, impõe ou permite que, em tais
casos, a citação prévia possa preceder ou ser efectuada em simultâneo com a remessa
para despacho liminar é, no nosso ponto de vista, inadmissível e indefensável.
Primeiro, porque nem sequer uma leitura literal de tal norma aponta em nesse
sentido: o n02 do art. 812°-F, apenas dispõe, que nas hipóteses previstas nas ais. a) a d),
há sempre citação prévia, sem necessidade de despacho do juiz, ou seja, que, em tais
situações haverá, sempre, lugar à citação prévia e que o agente de execução deverá
proceder a tal citação sem necessidade de despacho do juiz a ordená-la.
Por outro lado, as normas não podem ser interpretadas isoladamente, e
independentemente do restante regime previsto nas leis de processo, havendo que
atender ainda aos conceitos jurídicos em causa.
Ora, no Código de Processo Civil, o despacho liminar, é o despacho do juiz pelo
qual procede à apreciação do requerimento inicial, precedendo a citação.
Uma análise da evolução legislativa permitirá um esclarecimento cabal de tal
figura jurídica.
Antes das grandes alterações operadas na acção declarativa pelo DL 329-N95,
de 12 de Dezembro, depois de autuada a petição e de pago o preparo inicial, o processo
era concluso ao juiz para analisar a petição e proferir o primeiro despacho.
Nunca se procedia à citação do réu sem despacho que a precedesse e, nesse
despacho, o juiz poderia tomar uma de três atitudes: ordenar a citação do réu, convidar o
autor a completar ou a corrigir a petição, ou indeferir liminarmente a petição.
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E, se o DL 339-N95, veio suprimir, como regra, o despacho liminar na acção
declarativa, tal despacho liminar manteve-se na acção executiva, quer na forma
ordinária quer na forma sumária (com a única diferença de que, na execução sumária, o
juiz ao proferir despacho liminar, se entendesse que a execução se encontrava em
condições de prosseguir, em vez de ordenar a citação do executado, ordenava a penhora
e só após esta, o executado era notificado para se opor à execução).
Com a reforma da acção executiva introduzida pelo DL 38/2003, de 8 de Março,
estabeleceram-se alguns casos de dispensa de despacho liminar, sendo que, não
havendo lugar a despacho liminar, em regra, não havia citação prévia do executado, ou
seja, ele só era citado depois da penhora efectuada (art. 812°-B). Nos casos em que
havia lugar a despacho liminar, a regra era o juiz determinar a citação do executado (n06
do art. 812°). Ou seja, não havendo motivo para indeferimento, o juiz, quando proferisse
despacho liminar, nele ordenava a citação do executado.
Como afirma Jorge Augusto Pais de Amaral, "o indeferimento denomina-se
liminar quando é proferido no limiar do processo, antes de ter lugar a citação'".
E, a citação prévia, conceito este introduzido pelo Dec. Lei n° 38/2003, de 08 de
Março, é a citação que precede a penhora (não tendo o sentido de corresponder à
citação que precede o despacho liminarJO".
À luz do espírito do CPC vigente, se o réu ou executado é citado sem que o
requerimento inicial seja submetido a despacho de juiz, o despacho que posteriormente
venha a proferir sobre o requerimento inicial, não será nunca um despacho liminar!
Por fim, a citação do executado, a efectuar antes ou em simultâneo com a
remessa do processo para despacho liminar, importaria, mesmo, a prática de actos
inúteis:
Ao executado entretanto citado é-lhe concedido um prazo para pagar ou deduzir
oposição (prazo este que é peremptório, relativamente à faculdade de deduzir oposição),
sendo que o juiz, ao apreciar liminarmente o requerimento executivo, poderá rejeitá-lo
9 Cfr., "Direito Processual Civil, 8" ed., Almedina, 2009, pago 186.10 Cfr. Neste sentido José Lebre de Freitas, quando afirma: "pode porém, o exequente, no requerimentoexecutivo, pedir a dispensa da citação prévia, isto é, da citação anterior à penhora, in Código deProcesso Civil Anotado, Vol. 3., pago305.
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total ou parcialmente, ou convidar o exequente a juntar documentos ou a supnr
deficiências do R.E., tornando inútil a oposição entretanto deduzida pelo executado.
Por outro lado, atentar-se-á em que, se a al. a) do n02, do art. 812°-F contempla
uma hipótese em que, por força da al. a) do art. 812°-D, se encontrará sujeita igualmente
a despacho liminar (por se tratar de execução movida contra o devedor subsidiário), as
demais hipóteses previstas ais. b), c) e d);?'em sequer se encontram abrangidas pelo art.
8I2°-D, pelo que nem sequer se tratarão de casos em que a lei imponha a remessa para
despacho liminar.
Concluindo, entendemos que a expressão contida no n02 do art. 8I2°-F "Nos
processos remetidos ao juiz pelo agente de execução para despacho liminar", se
encontra aí por mero lapso de escrita, devendo, pura e simplesmente, ser eliminada.
Face às considerações expostas, e recapitulando, existirão os seguintes casos de
citação prévia, sem necessidade de despacho liminar:
- títulos executivos não incluídos no art. 812°-C (e que, em simultâneo, também
se não incluam na previsão do art. 812°-D);
- casos referidos nas alíneas b) e c), do n02 do art. 812°- F;
- citação efectuada nos termos do art. 833°-B, n04 (no caso se não serem
encontrados bens penhoráveis).
2. Contradição entre a aI. d) do n02, do art. 81r-F, e o n° 3 do art. 83r do
CPC - execução anterior terminada sem integral pagamento.
Segundo a aI. a) do n02 do art. 81 r-F, há sempre citação prévia, "quando, no
registo informático de execuções, conste a menção da frustração, total ou parcial, de
anterior acção executiva movida contra o executado".
E, dispõe o n03do art. 832°:
"Quando contra o executado tenha sido movida execução terminada sem integral
pagamento, o agente de execução prossegue imediatamente com as diligências prévias à
penhora e com a comunicação do seu resultado ao exequente, não se aplicando o ns. 4 a
7 do art. 833°-B e extinguindo-se imediatamente a execução caso não sejam
encontrados nem indicados bens à penhora pelo exequente".
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Tais normas, tendo ambas exactamente o mesmo âmbito de aplicação e visando
a mesma exacta situação - execução anterior terminada sem integral pagamento -
impõem procedimentos absolutamente distintos e contraditórios e incompatíveis entre
si: a primeira das normas citadas impõe a citação prévia do executado e a segunda
exclui-a ou dispensa-a expressamente.
Como interpretar, o hipotético pensamento e vontade do legislador?
Partindo do princípio de que o legislador não terá pretendido consagrar duas
soluções antagónicas, uma delas dever-se-á necessariamente a mero lapso.
Vejamos assim, a origem de ambas as normas em causa, bem como o tratamento
que tinha tal situação no regime anterior à reforma do DL 226/2008.
Na anterior reforma da acção executiva, o n03 do art. 832°, dispunha que,
"quando contra o executado tenha sido movida execução terminada sem integral
pagamento, têm lugar as diligências previstas no n01 do artigo seguinte, após o que o
exequente é notificado, sendo caso disso, para indicar bens penhoráveis no prazo de 30
dias, suspendendo-se a instância se nenhum bem for encontrado".
E, o n03 do art. 812°-B dispunha expressamente que "a dispensa da citação
prévia tem sempre lugar quando, no registo informático de execuções, conste a menção
da frustração, total ou parcial, de anterior acção executiva movida contra o executado".
Ou seja, no regime anterior, desde que o solicitador de execução constatasse que
contra o devedor havia sido movida execução terminada sem integral pagamento, era
decretada a suspensão da instância, sem necessidade de se citar previamente o
executado.
Ora, tendo em consideração o espírito e objectivos das sucessivas reformas da
acção executiva (celeridade e eficácia, pretendendo-se evitar a propositura de execuções
e tornando-as mais simples, como se refere no preâmbulo do DL 226/20008, de 20.11) a
solução a dar a tal situação ao abrigo do actual regime, só poderá ser a prevista no n03
do art. 832: extinção do processo, sem necessidade de se ouvir o executado - ou seja,
"não se aplicando o disposto nos ns. 4 a 7 do art. 833°-B" -, precisamente porque, tendo
já ocorrido a extinção da instância por inexistência de bens numa outra execução, o
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executado já terá necessariamente sido citado em tal processo para indicar bens à
penhora e advertido das consequências dafalsidade oufalta de declarações.
Havendo já um processo que foi extinto por falta de bens, e no qual a extinção
foi precedida da audição do executado, não faria sentido a obrigatoriedade de repetição
dessa citação em cada uma das novas execuções que venham a ser instauradas contra o
executado e na pendência das quais o agente de execução continua a não encontrar bens
ao executado nem os mesmos sejam indicados pelo exequente.
Conclusão: a alínea d) do n02 do art. 812°-F dever-se-á a mero lapso, devendo
ser eliminada, por incompatibilidade com o regime previsto no n03 do art. 832°.
3. Se, actualmente, o exequente só pode requerer a dispensa de citação
prévia nos processos que tenham sido remetidos para o juiz, de acordo com o art.
81ZO-D.
Dispõe o n03 do art. 812°-F, que "Nos processos remetidos ao juiz pelo agente
de execução, de acordo com o artigo 812°-D, o exequente pode requerer que a penhora
seja efectuada sem a citação prévia do executado".
Qual o alcance de tal norma?
Pretender-se-á com a mesma delimitar as situações em que ao exequente é
possibilitada a formulação de tal pedido, determinando-se que só nos processos
remetidos ao juiz, ao abrigo do disposto no art. 81r-D, o exequente pode requerer a
dispensa de citação prévia?
No regime anterior ao DL 226/2008, o n02 do art. 812°-B, dispunha que "nas
execuções em que tem lugar despacho liminar, bem como nas movidas contra o devedor
subsidiário, o exequente pode requerer que a penhora seja efectuada sem a citação
prévia do executado, tendo para o efeito que alegar factos que justifiquem o receio de
perda da garantia patrimonial do seu crédito e oferecer de imediato os meios de prova".
O pedido de dispensa de citação prévia, com fundamento no receio de perda de
garantia patrimonial, só se encontrava previsto para os casos em que houvesse lugar a
despacho liminar, e nas execuções movidas contra o devedor subsidiário.
E porquê?
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Por uma razão muito óbvia: porque, na vigência de tal regime, não havendo
lugar a despacho liminar, em regra, não havia lugar a citação prévia.
A grande diferença de regimes está no facto de que, no regime anterior, em
regra, quando não havia lugar a despacho liminar, a penhora era efectuada sem citação
prévia do executado - n''l do art. 8l2°-B, enquanto que, actualmente, há inúmeros casos
em que há lugar a citação prévia sem que a lei imponha a remessa para despacho
liminar.
Actualmente, temos três tipos de situações:
- casos em que se procede de imediato à penhora (art. 8l2°-C);
- casos em que se procede à citação prévia do executado (nas situações não
abrangidas pelo disposto no art. 8l2°-C e ainda nas hipóteses previstas nas ais. a) a c),
do art. 812°F);
- casos em que os autos são remetidos ao juiz para despacho liminar (art. 812°-
D), após o que, poderá, ou não, haver lugar a citação prévia do executado.
Assim, fará sentido, que se restrinja a possibilidade de o exequente requerer a
despensa de citação prévia, aos casos em que há lugar a despacho liminar, por força do
art.8l2°-D?
A resposta terá de ser necessariamente negativa.
A actual lei (tal como a anterior) permite ao exequente requerer a dispensa de
citação prévia no requerimento executivo, "nos casos em que seja admissivel" (art.
810°, nOI, al.j).
E, actualmente (também, tal como no regime anterior), a dispensa de citação
prévia pode ser requerida pelo exequente em dois momentos distintos:
- no requerimento executivo inicial, alegando factos que justifiquem o receio de
perda da garantia patrimonial do seu crédito, e oferecendo, de imediato os meios de
prova (n03 do art. 812°-F).
- posteriormente, quando das diligências para citação resultar dificuldade em
efectuar a citação pessoal, e se a demora justificar o receio de perda de garantia
patrimonial (nOS do art. 812°-F).
14
E o fundamento para a dispensa de citação prévia continua também, a ser
exactamente o mesmo - justo receio de perda de garantia patrimonial do crédito do
exequente - tratando-se como de um enxerto de uma providência caute/ar de arresto
numa fase liminar da acção executiva, como vem sendo entendido por alguns autores 11.
Assim, e em nosso entender, desde que alegue factos que justifiquem o receio de
perda da garantia patrimonial do seu crédito, ou ocorrendo especial dificuldade em
efectuar a citação prévia, pode o exequente requerer a dispensa de citação prévia,
sempre que a execução em causa a ela se encontre sujeita, ou seja:
- não só quando ocorra uma das situações previstas nas ais. a) a d), do art. do art.
- como ainda nas hipóteses excluídas do art. 812°-C,
- e ainda nas hipóteses previstas nas ais. a), b), e c), do art. 8l2°-F.
Ou seja, parece-nos que, mais uma vez, a expressão "nos processos remetidos ao
juiz pelo agente de execução", constante do n03 do art. 8l2°-E, deveria, também ela, ser
pura e simplesmente eliminada.
B. EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA CERTA E PARA
PRESTAÇÃO DE FACTO.
1. Citação prévia.
Ao contrário do que ocorre na execução comum (para pagamento de quantia
certa), quer na execução para entrega de coisa certa, quer na execução para prestação de
facto, há sempre lugar à citação prévia do executado, em conformidade com o disposto
nos arts. 928° e 933°, do CPC.
Ou seja, tendo o legislador previsto expressamente a obrigatoriedade de citação
prévia do executado, em tais formas especiais de execução, não será de aplicar
subsidiariamente a norma constante do art. 812°-C, pelo que, haverá lugar a citação
prévia, ainda que se baseie em decisão judicial ou arbitra!.
2. Despacho Liminar.
11 Cfr., neste sentido, Prof. José Lebre de Freitas, "Agente de Execução e Poder Jurisdicional", in Rev.THEM1S, Ano IV, n07, 2003, pago27.
15
Quanto à obrigatoriedade de remessa do processo para despacho liminar, não
existindo, nas disposições previstas especialmente para este tipo de acções, qualquer
norma que estabeleça um regime diferente, ser-lhe-á aplicável o regime previsto no art.
8l2°-D, para a acção executiva comum, com as devidas adaptações.
Assim, encontrar-se-ão sujeitas a despacho liminar, entre outras, as execuções:
- para entrega de coisa certa, fundadas em título executivo nos termos da Lei n°
6/2006, de 27 de Fevereiro (aI. d), do art. 8l2°-D);
- execução para prestação de facto, em que a obrigação esteja dependente de
condição suspensiva ou de outra prestação, cuja prova não possa ser feita por
documentos;
- se o agente de execução duvidar da suficiência do título ou da interpelação ou
notificação do devedor (aI. f) do art. 812°-D);
- se o agente de execução suspeitar que se verifica alguma das situações
previstas nas als. B) e c), do n"! do art. 8l2°-E.
Da aplicação de tais regras, resultará, assim que, nomeadamente, não se
encontrará sujeita a despacho liminar, por ex., a execução para entrega de coisa certa
fundada em decisão judicial ou arbitral, ou em documento particular, assinado pelo
devedor no qual ele se obrigue a proceder à entrega do imóvel que ocupa em
determinado prazo, ou documento autenticado ou exarado por notário ou outras
entidades com competência para tal.
3. Dispensa de citação prévia.
Permitirá a actual lei, que o exequente requeira a dispensa de citação prévia, nas
demais formas de processo executivo?
Quer quando é pedida no requerimento executivo inicial, quer quando é pedida
posteriormente, por ocorrer especial dificuldade em efectuar a citação prévia, tal
dispensa tem sempre como fundamento o justo receio da garantia patrimonial do seu
crédito, fundamento este que não se verificará na execução para entrega de coisa certa.
Quanto à execução para prestação de facto, embora, em determinadas
circunstâncias, possa prosseguir para pagamento da indemnização compensatória ou
16
para pagamento do custo da prestação a efectuar por outrem, procedendo-se à penhora e
seguindo os demais termos do processo de execução para pagamento de quantia certa
(n"l do art. 833° e ns. 1 e 2 do art. 835°), tal prosseguimento terá de ser precedido por
uma fase de liquidação da obrigação, em relação à qual o executado terá
necessariamente de ser ouvido.
Pelo que, pelo menos, por ora, tenderemos a concluir pela inaplicabilidade do
disposto nos ns. 3 a 5, do art. 812°-F, às demais formas de processo executivo.
B - Remessa para despacho liminar, no caso de verificação de
excepções dilatórias de conhecimento oficioso.
Tendo-me sido solicitado que me pronunciasse igualmente sobre as excepções
da instância e tendo constatado que à Exma. Dra. Maria de Lurdes Mesquita, oradora
desta mesma mesa, havia sido pedido que tratasse de alguns pressupostos processuais, e
a fim de evitar eventuais coincidências quanto aos temas expostos, optei por efectuar
unicamente uma breve referência à verificação de "excepções dilatórias, não supríveis,
de conhecimento oficioso", que por força da aI. f), do art. 812°-D, imporão ao agente de
execução a remessa do processo para despacho liminar.
1. Excepções dilatórias, não supríveis, de conhecimento oficioso:
As excepções dilatórias obstam a que o tribunal conheça do mérito da causa e
dão lugar à absolvição da instância ou à remessa do processo para outro tribunal - n02
do art. 493° do CPC.
Prevendo a al. f) do art. 812°-D do CPC, que o Agente de execução deverá
remeter o processo para despacho liminar se suspeitar que se verifica uma das situações
previstas na aI. b), do n'T, do art. 8l2°-E -, e respeitando esta alínea à possibilidade de o
juiz proferir despacho de indeferimento liminar quando ocorram excepções dilatórias,
não supríveis, de conhecimento oficioso, retirar-se-á a conclusão de que o agente de
execução só deverá remeter o processo para despacho liminar quando se verifique
alguma excepção dilatória que importe a absolvição da instância e já não quando a
mesma importe tão só a remessa para outro tribunal.
17
Excluídas da ai. f), ou seja, da obrigatoriedade de envio do processo para
despacho liminar, ficarão, assim, os casos de incompetência relativa do tribunal -
incompetência em razão do território, do valor da causa e da forma do processo (art.
108°) - uma vez, que se tais excepções forem julgadas procedentes, o processo é
remetido para o tribunal competente (salvo se a incompetência radicar na violação de
pacto privativo de jurisdição, caso em que o réu é absolvido da instância), nos termos do
n03 do art. 111°.
Note-se que, de qualquer modo, a relevância da incompetência relativa do
tribunal, só se fará sentir se ocorrer algum incidente declarativo ou for suscitada alguma
questão jurisdicional que incumba ao juiz decidir, caso em que, sendo-lhe o processo
remetido para conhecimento de tais questões, poderá, sempre, declarar-se incompetente,
remetendo o processo para o tribunal competente.
Restarão, assim, as seguintes excepções dilatórias, de conhecimento oficioso,
cuja verificação deverá levar o agente de execução a remeter o processo para despacho
liminar:
- incompetência absoluta do tribunal (infracção das regras de competência em
razão da matéria, da hierarquia e das regras de incompetência internacional) - art. 1010;
- falta de personalidade judiciária, ou que, sendo incapaz, não está devidamente
represen tado;
- Ilegitimidade de alguma das partes;
- Falta de constituição de advogado, sendo o patrocínio obrigatório.
- Cumulação ilegal e coligação ilegal de exequentes ou de executados.
1.1. Incompetência absoluta do tribunal
1.1.1. Incompetência Internacional
Quanto à competência internacional, o Regulamento de Bruxelas I e a
Convenção de Lugano, que se sobrepõem às normas internas sobre incompetência
18
internacional dos tribunais portugueses, vieram aferir a competência da execução de
sentença pela situação dos bens:
Tratando-se de executar decisão proferida num outro Estado vinculado e nele
dotado de exequibilidade, são exclusivamente competentes os tribunais do Estado do
lugar da execução (art. 22, n05, do Regulamento CE n° 44/2201 de 22.12.2000, e art.
16°, n05, da Convenção de Bruxelas), isto é, do Estado (ou Estados) em cujo território
se situem os bens a apreender e em que, consequentemente, terão lugar os actos
executivos propriamente ditos".
No Código de Processo Civil, consta uma única norma a atribuir expressamente
competência internacional aos tribunais portugueses, em sede de acção executiva, e
respeitante às execuções sobre imóveis situados em território português - al. b), do art.
65-A (na redacção introduzida pela Lei n° 52/2008, de 28 de Agosto).
De qualquer modo, e face às inúmeras interpretações que têm vindo a ser dadas
pela jurisprudência e doutrina quanto à aplicação, ou não, à acção executiva dos
critérios estabelecidos no art. 65°, e pensados claramente para a acção declarativa,
sugere-se que o agente de execução remeta o processo ao juiz sempre que se verifique
algum elemento de conexão com jurisdições de outros Estados:
o título executivo seja uma sentença proferida noutro Estado ou um título
extrajudicial emitido noutro Estado;
os bens móveis ou imóveis não se encontrarem em território português;
o executado não tiver residência em território português,
(independentemente de se tratar de execução para pagamento de quantia certa,
para entrega de coisa certa ou para prestação de facto).
1.1.2. Competência em razão da matéria.
São da competência dos tribunais judiciais, as causas que não sejam atribuídas a
outra ordem jurisdicional (art. 66°).
Os tribunais judiciais são também competentes para executar as decisões
proferidas por outros órgãos jurisdicionais carecidos de competência executiva:
12 Cfr., neste sentido, José Lebre de Freitas, "A Acção Executiva, depois da Reforma da Reforma", 5" ed.,pag.116.
19
- decisões proferidas por julgados de paz (art. 6° da Lei 78/2001, de 13.07);
- decisões proferidas por tribunais arbitrais (art. 30° da Lei n° 31/86, Lei da
Arbitragem Voluntária);
Com competência exclusiva para a execução das suas decisões, temos a
jurisdição fiscal e a jurisdição da segurança social e os tribunais de jurisdição
administrativa e fiscal (aI. n), do n''l , do art. 4°, do ETAF, e 157°, ns. 1 e 2, do CPTA).
Os juízos de competência especializada serão, mesmo nas circunscrições
abrangidas pela competência dos juízos de execução, em regra, competentes para
executar as respectivas decisões (art. 126°, ns. 1 e 2, e 134° da LOFTJ), bem como para
as execuções por dívidas de custas e multas por si aplicadas: - juízos de família e
menores, juízos de trabalho, juízos criminais.
1.1.3. Competência em razão da hierarquia.
Em sede executiva, apenas os tribunais de primeira instância têm competência
executiva (art. 90° a 95°).
1.2. Falta de personalidade judiciária, ou incapaz não devidamente
representado.
Exemplos:
Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional, que, sendo organismos periféricos da
administração directa do Estado, não têm personalidade jurídica;
execução instaurada contra menor ou incapaz, sem que seja chamado à execução o seu
representante (pais ou tutor).
1.3. Ilegitimidade de alguma das partes;
Ocorrerá ilegitimidade do exequente, quando a execução é movida por quem não
figura no título como credor - ex., execução instaurada por uma instituição de crédito
que não coincide com a entidade mutuária (ilegitimidade activa), sem que invoque e
junte documento comprovativo de eventual cessão de créditos.
Ocorrerá ilegitimidade do executado, no caso de execução instaurada contra
quem não figura no título como devedor - ex.: execução movida também contra o
cônjuge, quando este não conste como devedor no contrato e o exequente não requeira a
20
sua citação para declarar que aceita a comunicabilidade da dívida, ao abrigo do disposto
no n02 do art. 825°; ou, execução com base num cheque emitido de uma conta com dois
titulares, instaurada contra o co-titular que não emitiu ou assinou o cheque.
Na execução contra os herdeiros da pessoa que figure no título como sucessor,
deve o exequente, no requerimento executivo, deduzir os factos constitutivos da
sucessão, sem necessidade de oferecer prova desses factos, prova que só se imporá se o
executado vier a invocar a sua ilegitimidade':'.
Já no caso de ocorrer sucessão no direito por parte da pessoa que no título figure
como credor, terá o exequente não só de alegar a causa da sucessão (mortis causa ou
entre vivos), mas igualmente de juntar prova da mesma (escritura de habilitação de
herdeiros ou de documento que comprove a cessão do crédito ou do direito).
1.4. Falta de constituição de advogado, sendo o patrocínio obrigatório.
Não confundir a falta de constituição de advogado com a situação mais
frequente em que o requerimento executivo é subscrito por advogado, mas por mero
lapso, ou outro motivo, não é junta procuração aos autos, caso em que, o A.E., deverá,
ele próprio convidar o advogado a proceder à junção da procuração em falta no prazo de
10 dias, remetendo o processo ao juiz unicamente no caso de tal falta não se encontrar
sanada decorrido tal prazo.
1.5. Cumulação ilegal e coligação ilegal de exequentes ou de executados.
Para a cumulação e coligação serem admissíveis, todos os pedidos devem
encontrar-se sujeitos à mesma forma de processo executivo (para pagamento de quantia
certa, entrega de coisa certa ou execução para prestação de facto).
Tratando-se de coligação passiva, é necessário que a execução tenha por base o
mesmo título.
Quanto à cumulação sucessiva, prevista no art. 54°, não se encontrará,
actualmente sujeita a despacho liminar, devendo o agente de execução remeter o
processo a despacho unicamente no caso de tal cumulação lhe suscitar dúvidas quanto à
13 Cfr., neste sentido, Fernando Amâncio Ferreira, "Curso de Processo de Execução", l l" ed., pago 80.
21
sua admissibilidade, ao abrigo das disposições conjugadas dos arts. 812°-D, al. f) e
812°-E, n'T, aI. b).
3. Ainda que o processo haja de ser remetido para despacho liminar por virtude
da natureza do título (ex., acta de condomínio), se o agente de execução se apercebeu da
existência de qualquer excepção dilatória de conhecimento oficioso, deverá remeter o
processo ao juiz com a informação de que o mesmo é remetido não só por força da aI. c)
do art. 812°-C, como ainda por lhe suscitarem dúvidas quanto à competência do
tribunal, ou quanto à ilegitimidade de uma das partes, ou seja, com base na aI. f), do art.
812°-C.
Só após chegar à conclusão que não é caso de recusa nem de remessa do
processo para despacho liminar, o agente de execução apreciará se é de proceder de
imediato à penhora ou se é de efectuar a citação prévia do executado (arts. 812°-C e n02
do art. 812°-F).
Maria João Areias
(Juíza do 2° Juízo Cível de Coimbra)
I JORNADAS DE ESTUDO DOS AGENTES DE EXECUÇÃO
O PAPEL DO AGENTE DE EXECUÇÃO PERANTE A FALTA DE
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS
•Lurdes Varregoso MesquitaEspinho, 9 de Abril de 2010
A) Nota introdutória
o tema que me proponho desenvolver enquadra-se nos pressupostos processuais da acção
executiva, que é uma matéria basilar no processo executivo e tem especial relevância no
exercício das novas competências atribuídas ao agente de execução na fase inicial da acção
executiva, seja aquando do recebimento/recusa do requerimento executivo (811°), seja na
decisão sobre o curso da acção executiva (812°-C a 812°-F).
Na verdade, como sempre acontece em processo civil, a regularidade do processo depende da
verificação de determinadas condições processuais. A acção executiva e a realização dos actos
de natureza executiva pressupõem a verificação de determinados pressupostos processuais.
No caso concreto do processo executivo, a atendibilidade dessas condições passa não só pelos
pressupostos processuais gerais (personalidade e capacidade judiciárias, legitimidade,
patrocínio judiciário obrigatório, competência do tribunal), mas também por pressupostos
processuais específicos (título executivo, certeza, exigibilidade e liquidez da obrigação
exequenda).
Serão estas questões de natureza processual que, sendo caso disso, determinarão a recusa do
requerimento executivo (811°) ou a remessa do processo para despacho liminar, por efeito do
disposto no art. 812°-D, alíneas e), f) e g), se o mesmo não tiver sido remetido por outro
motivo .
• Docente do Departamento de Direito da Escola Superior de Gestão do Instituto Politécnica do Cávado e doAve e do Departamento de Direito da Universidade Portucalense Infante D. Henrique.
Optámos por tratar o tema procurando analisar como deve o agente de execução posicionar-se
quando identifica a falta de um pressuposto processual.
Até à revisão de 2008, admito que estas questões não preocupassem de sobremaneira os
agentes de execução visto que a sua intervenção ocorria, para citação ou penhora, sem que
lhes fosse exigível qualquer controlo sobre a regularidade do processo. Após a entrada em
vigor do DL 226/2008, de 21 de Novembro, as coisas já não se passam assim.
Na verdade, os agentes de execução passaram a ter especiais responsabilidades na tramitação
da acção executiva, designadamente no que diz respeito à identificação e reconhecimento da
verificação dos pressupostos processuais.
O agente de execução deve dominar a matéria dos pressupostos processuais e, sobretudo,
saber em que momento e qual o procedimento que deve adoptar perante a falta de um
pressuposto processual.
B) Recusa do requerimento executivo
1. Actualmente, a tramitação da acção executiva é exclusivamente electrónica e o
requerimento executivo dá entrada, preferencialmente, por via electrónica, acompanhado da
cópia do título executivo e dos documentos, bem como do comprovativo do pagamento da
taxa de justiça (810°.6, 7 e 9).
Quando haja sido constituído mandatário, o requerimento executivo deve ser entregue por via
electrónica, sob pena de a parte incorrer no pagamento imediato de multa (0,5 LlC), salvo
alegação e prova de justo impedimento (810°.10 e 11).
O requerimento executivo é dirigido ao tribunal competente e o sistema informático assegura,
sem haver lugar a autuação, que seja criado um número único do processo, que o mesmo seja
distribuído e, de seguida, enviado para o agente de execução (810°.7 e 8).
É ao agente de execução que compete receber ou recusar o requerimento executivo,
procedendo, desde logo, ao controlo formal que antes cabia à secretaria. Os fundamentos de
recusa do requerimento executivo mantiveram-se, mas passou a ser o agente de execução a
assumir esta tarefa, dado o afastamento da secretaria judicial da fase inicial do processo
executivo.
2
2. O art. 811° foi introduzido pelo DL 38/2003, de 8 de Março, e não tinha precedente no
direito anterior. Quando surgiu, foi entendido como uma adaptação do regime dos arts. 474° a
476° à acção executiva, ainda que a sua formulação determinasse para a secretaria uma
competência mais ampla na acção executiva do que na acção declarativa. Ou seja, enquanto
que na acção declarativa a secretaria apenas pode proceder ao controlo formal externo da
petição inicial, na acção executiva tinha competência também para avaliar a total omissão da
causa de pedir, do pedido líquido ou da escolha da prestação, que são vícios de conteúdo e
determinam a falta de pressupostos processuais. O Professor Lebre de Freitas justificava esta
diferença adiantando que "a reforma da acção executiva intentou reduzir as intervenções
judiciais ao mínimo exigível e não integram este mínimo os casos em que a petição executiva
patenteia deficiências graves de que facilmente se aperceba um não jurista com alguma
preparação profissional, desde que esteja aberta ao exequente a via da reclamação para o. ." I
JUIZ .
Assim, constituíam motivo de recusa,
No âmbito do mero controlo formal:
o O requerimento executivo não respeitar o modelo aprovado (811°. a);
o Omissão de algum dos requisitos formais essenciais, ou seja, elementos que
devem obrigatoriamente constar do requerimento executivo, como sejam
• identificação das partes (com indicação do nome e domicílio ou sede
do executado e, no caso do exequente, dos demais elementos de
identificação, como NIC e NIF, que lhe é sempre possível indicar);
indicação do domicílio profissional do mandatário judicial, quando
constituído;
indicação do fim da execução;
formulação do pedido;
indicação do valor da causa;
não estar assinado;
•
••
••• não estar redigido em língua portuguesa;
o Não juntar comprovativo do prévio pagamento da taxa de justiça ou da
concessão de apoio judiciário (811".c);
I LEBRE DE FREITAS; RIBEIRO MENDES, Código de Processo Civil Anotado, Vol. 3°, Coimbra: CoimbraEditora, pp. 286 e 287.
3
o Falta de apresentação do título executivo ou da sua cópia (811o.b);
o Manifesta insuficiência do título ou cópia apresentada (811o.b);
No âmbito do controlo do conteúdo, a título de excepção consentida (811°, a),
conjugado com o 810°),
o Falta de exposição dos factos que fundamentam o pedido, quando não constem
do título executivo (total omissão da causa de pedir);
o Falta de liquidação da obrigação (quando a obrigação é ilíquida);
o Falta de escolha da prestação, quando a obrigação é alternativa e a escolha
pertença ao credor.
Acrescente-se que a recusa deve ser fundamentada por escrito e dela cabe reclamação para o
juiz, cuja decisão é irrecorrível, salvo quando esteja em causa a insuficiência do título ou a
falta de exposição dos factos (811°.2). Neste caso, é admissível recurso até à Relação, nos
termos do art. 475.2, subsidiariamente aplicável.
A circunstância de o requerimento executivo ter sido recusado não impede que o exequente
apresente novo requerimento corrigido ou apresente o documento em falta, beneficiando da
data de apresentação do primeiro requerimento, desde que o faça no prazo de 10 dias a contar
da recusa ou da notificação da decisão judicial que confirme a recusa.
3. Com o DL 226/2008, de 21 de Novembro, o art. 811° foi alterado, mas apenas quanto ao
titular da competência de recusa, passando a ser o agente de execução a recusar receber o
requerimento executivo. Esta alteração deve ser entendida como uma mera adaptação do
dispositivo ao novo papel do agente de execução, que passa a dirigir a acção executiva desde
que ela dá entrada no tribunal até que se extingue.
Como se sabe e já foi afirmado pela doutrina e pela jurisprudência, com a criação da figura
do agente de execução pretendeu-se, especialmente, deslocar do tribunal (juiz efuncionários)
para o agente de execução o desempenho dum conjunto de tarefas que, não constituindo
exercício do poder ;urisdicional. podem ficar a cargo de funcionários ou profissionais
liberais, oficialmente encarregados de, por conta do exequente, promover e efectuar as
diligências executivas.
4
Nestes termos, entendemos que os poderes que se extraem do art. 811° em nada se alteraram,
nem o legislador deu sinais nesse sentido, modificando-se apenas o sujeito que os exerce, que
passou a ser o agente de execução.
A interpretação a dar aos casos de recusa deve ser aquela que já resultava do art. 811°,
exactamente nos termos que vigorou desde 15 de Setembro de 2003 até 31 de Março de 2009.
4. Se a interpretação do art. 8110 pode ir além dos limites que resultaram da sua configuração
originária? Não nos parece.
O facto de essa atribuição passar a ser do agente de execução não justificará, só por si, que
possa haver recusa noutras situações que extravasem o mero controlo formal, ainda que
possam configurar situações análogas àquelas que referimos supra e que identificámos como
excepções consentidas de recusa por vício de conteúdo, como aconteceria porventura com a
falta de exigibilidade da prestação.
A ratio que esteve subjacente a estas excepções, ou seja, reduzir as intervenções judiciais ao
mínimo exigivel, sendo que nesse mínimo não se enquadram casos em que o requerimento
executivo contém deficiências graves e facilmente perceptíveis, desde que haja possibilidade
de reclamação para o juiz, não se vê alterada com a revisão de 2008 e nada justifica que o
disposto no art. 8110 tenha outra leitura que não aquela que já estava estabilizada à luz da
reforma de 2003.
5. Sem prejuízo dos casos já enunciados como de recusa do requerimento, vejamos algumas
situações em particular:
i) Falta ou manifesta insuficiência do título executivo
O requerimento executivo deve ser acompanhado da cópia ou do original do título executivo
(810°.6.a). Assim, se o requerimento executivo for apresentado desacompanhado do
respectivo título executivo ou acompanhado de um título executivo que não tem qualquer
relação com a execução em causa, haverá motivo para recusa do requerimento (811o.1.b).
O mesmo sucede se o agente de execução concluir pela manifesta insuficiência do título
executivo. Porém, se tiver dúvidas, suscita a intervenção do juiz de execução, nos termos da
al. e), do art. 8l2°-D.
5
A insuficiência do título prende-se unicamente com os requisitos processuais que o
documento tem que reunir para que constitua título executivo, não se devendo confundir com
a validade do acto jurídico que lhe está subjacente.
São casos como: documento particular não assinado pelo devedor; sentença condenatória com
recurso pendente, quando este tenha efeito suspensivo; requerimento de injunção sem fórmula
executória; documento particular do qual conste obrigação pecuniária ilíquida, não liquidável
por simples cálculo aritmético; sentença de condenação genérica sem que se demonstre ter
ocorrido liquidação em sede declarativa; títulos executivos formados ao abrigo do NRAU,
sem que se cumpram os requisitos exigidos, como por exemplo, juntar a comunicação ao
arrendatário, desacompanhada do contrato de arrendamento.
Diferente tratamento terá uma situação em que se cumpram os requisitos processuais do
documento, mas possam estar em causa os requisitos substantivos.
Se, perante um título negocial, a relação subjacente consubstanciar um negócio formal, cuja
forma não foi cumprida, estará em causa uma desconformidade entre o título e a relação
subjacente que, sendo de conhecimento oficioso e resultando do título ou do próprio
requerimento executivo, não poderá determinar uma recusa do requerimento, mas antes a
remessa dos autos para despacho liminar (812°-D.f), conjugado com o 812°-E.1.c). As
situações que possam potenciar desconformidade entre o título e a obrigação exequenda
devem ser remetidas ao juiz de execução.
Por sua vez, se a insuficiência do título for determinada pelo facto de o título apenas cobrir
parte do pedido formulado pelo exequente, essa circunstância não deve dar lugar a recusa,
mas sim a remessa dos autos para despacho liminar, com vista ao convite ao aperfeiçoamento
ou indeferimento parcial, consoante o juiz conclua pela possibilidade ou impossibilidade de
apresentação do título em falta.
ii) Falta de exposição dos factos
A reforma do processo executivo introduzida pelo DL 38/2003, de 8 de Março, visou não só
desjudicializar o processo executivo, mas também simplificá-lo com a introdução de
procedimentos menos solenes e formais, com salvaguarda das garantias mínimas e inerentes
aos direitos do executado. Uma demonstração dessa simplificação ocorreu precisamente em
relação aos elementos que devem constar do requerimento executivo, afastando-se a aplicação
6
do disposto no art. 4670 e estabelecendo-se que a exposição dos factos que fundamentam o
pedido seria sucinta e até podia ser dispensada desde que constassem do título executivo.
Há casos, porém, que levantaram dúvidas quanto à necessidade de exposição dos factos no
requerimento executivo, como sucedeu com o requerimento de injunção no qual foi aposta a
fórmula executória e também com os títulos de crédito.
Em qualquer das situações, o entendimento mais correcto é de que não é exigível a exposição
dos factos, logo, a sua falta não é motivo de recusa.
A orientação jurisprudencial tem sido neste sentido, como se pode concluir pelos exemplos
que seguem:
Tendo sido dada à execução a mera obrigação cambiária e junta a "letra de câmbio" de
que a mesma resulta, não há necessidade de expor quaisquer outros factos no
requerimento executivo, bastando, por isso, assinalar a quadrícula correspondente a
que os factos "constam exclusivamente do título executivo". (Acórdão da Relação do
Porto, de 24/01/2005)
Em conclusão, diremos que dada à execução obrigação titulada em letra de câmbio
junta aos autos executivos, correctamente preenchida, da mesma resulta clara a
factualidade fáctica fundamentadora da pretensão executiva formulada, não tendo
cabimento que se exija do exequente a exposição sucinta dos factos que fundamentam
o pedido, uma vez que se verifica o condicionalismo inserto na segunda parte da al. b),
do n° 3, do art. 8100 do CPC. Deve considerar-se que uma letra de câmbio
completamente preenchida onde consta como relação subjacente "transacção
comercial" - ao ser junta por um requerimento executivo contém a exposição sucinta
dos factos que fundamentam o pedido (Acórdão da Relação do Porto, de
23/06/2005)
Apresentado como título executivo uma letra de câmbio totalmente preenchida tal
basta para satisfazer os requisitos para o requerimento executivo. (Acórdão da
Relação do Porto de 10/03/2005)
Se a um requerimento destinado a exigir o cumprimento de obrigação pecuniária, nos
termos do artigo 70 do DL 269/98, de 1 de Setembro, for aposta a fórmula executória
7
ele constitui título executivo. Dispondo, assim, de força executiva, não pode ser
indeferido liminarmente o requerimento (executivo) - baseado em injunção - com o
fundamento de ser inepto, por falta de causa de pedir. (Acórdão da Relação do Porto
de 03/05/2004)
Seja qual for a qualificação adoptada, a verdade é que é um título executivo, previsto
na alínea d) do citado art." 46°, seguindo a respectiva execução os termos do processo
sumário para pagamento de quantia certa, a qual tem como limites as importâncias a
que se refere a alínea d) do art." 13° do mencionado DL n." 269/98, ou seja, a quantia
pedida, a taxa de justiça paga, os juros de mora desde a data da apresentação do
requerimento de injunção e juros à taxa de 5% ao ano a contar da data da aposição da
fórmula executória (cfr. art." 21°, n.os 1 e 2 do DL n." 269/98). Deste modo, o
requerimento inicial de um processo de injunção a que foi aposta a fórmula executória
vale por si e não carece de ser acompanhado de quaisquer documentos,
designadamente dos que serviram de suporte ao processo de injunção, para ter força
executiva (cfr. Acs. da RL de 5/7/200 e 15/12/2000, sumariados in
http://www.dgsi.ptljtrl00032864 c 00028594). Tal título é condição necessária da
acção executiva, já que deve acompanhar o respectivo requerimento inicial. E é
condição suficiente no sentido de que dispensa qualquer indagação prévia sobre a real
existência do direito a que se refere. Constando, como deve constar, a obrigação cuja
prestação se pretende obter coercivamente no documento que constitui o título
executivo, este faz presumir a sua existência, sem prejuízo de esta presunção poder ser
ilidida mediante embargos de executado. Desta forma, há suficiência do título com a
consequente autonomia em face da obrigação exequenda, à semelhança da autonomia
do título de crédito, face à obrigação subjacente. (Acórdão da Relação do Porto de
16/03/2004)
A propósito dos títulos de crédito, dizia Abrantes Geraldes: Sendo imprescindível, na acção
declarativa, a alegação defactos constitutivos do direito litigioso (art" 467~ n" 1, aI. d)), já o
requerimento executivo se basta na generalidade dos casos, com a alusão ao conteúdo do
próprio documento, o qual, fazendo presumir a existência da relação causal da obrigação,
traduz, em termos que se revelam geralmente suficientes e seguros, as posições jurídicas de
cada um dos sujeitos e o conteúdo da relação de crédito cuja obrigação se pretende executar.
8
Tal documento reveste-se de determinadas características que revelam por si os factos de
onde promana o direito de crédito que subjaz à pretensão deduzida ...2.
No caso de títulos de crédito prescritos, se a obrigação exequenda coincide com a obrigação
cartular nada se altera ao que foi dito, porque a execução tomará o rumo adequado, consoante
o caso, e só o executado poderá invocar a prescrição em sede de oposição à execução. Porém,
se a obrigação exequenda for a obrigação que resulta da relação subjacente e o título de
crédito está a ser tomado como mero quirógrafo, então, a exposição dos factos é
imprescindível e a sua falta poderá determinar a recusa do requerimento executivo.
o mesmo se dirá, por exemplo, se o título consubstanciar um documento particular de
reconhecimento de dívida em que o exequente não apresente os factos tendentes à
demonstração da relação subjacente, o que poderá motivar a recusa do requerimento
executivo, por falta de exposição dos factos.
iii) Omissão de liquidação ou da escolha da prestação
A dedução de pedido ilíquido ou a falta de escolha da prestação, no caso de a obrigação ser
alternativa ou genérica de espécie indeterminada, quando a escolha pertença ao credor, são
situações que determinam a falta de liquidez e de certeza da obrigação exequenda -
pressupostos específicos da acção executiva - mas que o legislador, excepcionalmente,
incluiu nas causas de recusa do requerimento executivo.
6. Os agentes de execução têm que saber identificar a falta de pressupostos processuais,
porém, com excepção dos casos em que a lei expressamente tenha admitido a recusa com
fundamento nesse facto, não têm que diligenciar no sentido do suprimento dessa falta, salvo
no que respeita a provocar a intervenção judicial para o efeito.
Extravasam os motivos de recusa, por exemplo, os casos seguintes:
Casos de falta de constituição de mandatário, quando obrigatória
Casos de cumulação indevida e de coligação ilegal
2 "Themis", Revista da Faculdade de Direito da UNL, Ano IV, n° 7, 2003, A Reforma daAcção Executiva, pág. 35
9
Casos em que falta a demonstração da verificação da condição ou do oferecimento da
prestação pelo credor
Nas obrigações a prazo, não ter decorrido o prazo
C) O reconhecimento e o tratamento a dar à falta de pressupostos processuais
1. A falta de pressupostos processuais leva-nos à presença de excepções dilatórias que,
consoante possam ou não ser sanadas, constituem excepções dilatórias supríveis ou excepções
dilatórias insupríveis.
Se o requerimento executivo tiver sido recebido (ainda que não o tivesse de ser) e estivermos
na presença de uma acção executiva cuja tramitação inicial comporte despacho liminar, é o
juiz que vai aferir das irregularidades do requerimento executivo e da falta de pressupostos
processuais de conhecimento oficioso, actuando em conformidade, seja proferindo despacho
de convite ao aperfeiçoamento, seja indeferindo liminarmente a execução (812°-E.I, 2 e 3)3.
3 A fase introdutória da acção executiva é a fase mais sensível e determinante do processo executivo e, nãoobstante, foi a mais sacrificada com a revisão de 2008.O legislador teve uma necessidade obsessiva de referir «todas» as situações que entendeu configuráveis comosituações de despacho liminar e de dispensa de despacho liminar, esquecendo-se que ao construir disposiçõesfechadas corria o risco, como sucedeu, de criar vazios.Tendo abandonado a metodologia anterior, que definia uma regra (prolação de despacho liminar) e,paralelamente, as excepções, o legislador optou por fazer enumerações pretensamente taxativas, deixandoomissos uma série de casos que acabam por não se enquadrar nem no âmbito do 812°-C, nem no do 8I2°-D. Fezmal e dificultou a tarefa dos intérpretes.Percebe-se que o legislador não quis manter uma disposição da qual resultasse que o processo, a não ser queconfigurasse um situação de dispensa de despacho liminar, tinha de ser concluso ao juiz para despacho liminar,pois, dessa forma contrariava a intenção de afastar o fantasma do «poder geral de controlo do processo» porparte do juiz.Mas, já não se percebe que o tenha feito sem que criasse um regime alternativo, inteligível e capaz de darresposta a todas as situações, ainda que estatisticamente menos relevantes.O legislador limitou-se a introduzir um ou outro caso novo e, no mais, apenas arrumou os casos que a lei já antesprevia expressamente como execuções onde:- havia sempre despacho liminar (anterior 812°-A.2; actuaI812°-D.a e b)- havia citação prévia sem necessidade de despacho liminar (anterior 812°.7; actual 812°-F.2 a, b e c)- o funcionário (agora o agente de execução) suscitava a intervenção do juiz (anterior 812°-A.3; actual 812°-D e,f, g)
Daqui resultou um circuito fechado, onde, perante uma situação concreta, somos levados a percorrer os arts.812°-C, 812°-D e 812°-F, na esperança de o subsumir nos casos previstos, sob pena de nenhuma outra solução seextrair, expressamente, da lei, como acontece, por exemplo, com uma execução baseada em documentoparticular assinado pelo devedor onde conste obrigação pecuniária vencida de valor superior à alçada do tribunalda relação.Perante casos deste tipo, a solução mais consensual tem sido a de aplicar o regime que vigorava antes dasalterações introduzidas pelo DL 226/2008, ou seja, despacho liminar e citação prévia, com apelo à racionalidadeda solução e com fundamento no elemento histórico-interpretativo.
10
2. Nas execuções em que esteja dispensado o despacho liminar, é o agente de execução que,
atenta a verificação de excepções dilatórias não supríveis, de conhecimento oficioso, provoca
a intervenção do juiz, ainda que estejamos na presença de um caso de dispensa de despacho
liminar (aliás, é isso que quer significar a expressão "sem prejuízo do disposto no artigo
seguinte", mencionada no corpo do art. 812°-C).
Serão casos de remessa inequívoca do processo para despacho liminar, quer por força do art.
812°-D.e) e g), conjugado com o art. 812°-E.l.a), quer por via do art. 812°-D.f), conjugado
com o art. 812°-E.l.b), de onde poderá resultar, confirmada a falta, o indeferimento liminar do
requerimento executivo.
Que casos, designadamente, podem ser aqui enquadrados:
O juiz confirma a insuficiência do título executivo, de que o agente de execução
suspeitou (manifesta para o juiz, mas não manifesta para o agente de execuçãol);
Obrigação a prazo, em que o prazo ainda não decorreu;
Falta de personalidade judiciária do exequente;
Falta de legitimidade das partes (quando não constam do título como credor e devedor
ou não são seus sucessores, ou quando, sendo terceiros, não são titulares da garantia
real prestada)
Incompetência absoluta do tribunal (por violação das regras de competência
internacional, em razão da hierarquia e em razão da matéria);
Caso julgado
3. De outro modo, se as excepções dilatórias forem supríveis, determinam, em primeira linha
um despacho de convite ao aperfeiçoamento e só depois, não sendo a falta corrigida, o
indeferimento da acção executiva.
Em conclusão, no que concerne à fase introdutória da execução:- As situações previstas no 812°-C determinam a dispensa de despacho liminar, salvo se o agente de execuçãosuscitar a intervenção do juiz pelas razões indicadas nas ais. e), f) e g) do 812°-D;- As situações previstas no 812°-D, a) a d) são remetidas para despacho liminar, ainda que configurem uma dassituações de dispensa de despacho liminar;- Quando não há despacho liminar, não há citação prévia e a penhora é imediata (812°-F.l);- Se há despacho liminar, há citação prévia, salvo se outro for o conteúdo do despacho;- As situações previstas nas ais. a) a d) do art. 812°-F consubstanciam excepções ao 812°-D, logo procede-se àcitação prévia, sem necessidade de despacho liminar.- Há, ainda, a possibilidade de o exequente requerer a dispensa de citação prévia, com fundamento na perda degarantia patrimonial, nos casos em que, de acordo com o regime aplicável, haveria citação prévia (812°-F.3 e 4)
11
Porém, qual o adequado enquadramento desta situação na tramitação inicial da acção
executiva, visto que:
i) Com ressalva do que se disse supra acerca dos motivos de recusa, não se vislumbra que
todas as situações possam resolver-se em sede de recebimento do requerimento executivo;
ii) O art. 812°-D.f) apenas remete para o n." 1 do art. 812°-E.b), onde só são referenciadas as
excepções dilatórias não supríveis, de conhecimento oficioso;
iii) A disposição correspondente, antes do DL 226/2008 (ou seja, o revogado art. 812°-A.3. b)
dispunha que o funcionário judicial devia suscitar a intervenção do juiz quer nas situações de
indeferimento liminar, por ocorrência de excepções dilatórias não supríveis (por isso remetia
para o antigo art. 812°.2. b), que nas situações em que identificasse a possível ocorrência de
convite ao aperfeiçoamento, em face de excepções dilatórias supríveis (logo, remetia também
para o antigo art. 812°.4);
iv) Não há qualquer referência remissiva para o art. 812°-E. 3.
A não ser que se trata de mais um lapso do legislador, nada nos leva a concluir que tenha
havido intenção de excluir a remessa dos autos a despacho liminar nos casos de convite ao
aperfeiçoamento.
Na verdade, a revisão operada pelo DL 226/2008 fez cair uma parte do texto legal que hoje
corresponde à aI. f) do art. 812°-D, mas terá sido intencional? A circunstância de o legislador
ter sido tão descuidado na redacção dos artigos 812°-C a 812-F não nos dá qualquer segurança
na resposta afirmativa a esta interrogação.
Por outro lado, se à luz da legislação anterior o controlo da secretaria sobre a alegação da
causa de pedir ou sobre a insuficiência do título executivo já suscitavam, na doutrina, dúvidas
sobre se essa faculdade não envolveria o exercício de competências jurisdicionais, cremos que
O legislador não terá pretendido exceder-se nas competências que cometeu aos agentes de
execução e, por isso, não terá ido além desses mesmos poderes.
Tudo o mais, ou seja, ainda que se trate de excepções dilatórias supríveis, determinará
remessa dos autos para despacho liminar, mesmo que isso não resulte expressamente da aI. f)
do 812°-D, conjugada com o n." 1 do art. 812°-E.
12
Face ao que até aqui se disse, vejamos algumas situações, a título exemplificativo, que podem
ter o tratamento exposto:
Casos de falta de constituição de mandatário, quando obrigatória
Casos de cumulação indevida, quando uma das execuções pode avançar
Casos de coligação ilegal
Casos em que falta a demonstração da verificação da condição ou do oferecimento da
prestação pelo credor
4. Por fim, justifica-se, em especial, uma palavra relativamente à questão da (in)competência
territorial do tribunal, considerando alguma jurisprudência que já versou sobre a matéria.
A violação das regras de competência em razão do território determina uma incompetência
relativa do tribunal, que pode ser oficiosa ou inoficiosa (art. 108° a 110°).
Até à Lei 14/2006 e no que diz respeito às regras da competência territorial na acção
executiva, o tribunal conhecia oficiosamente da infracção das regras de competência previstas
nos arts. 90°.1 e 94°.2, mas já não podia conhecer da violação das regras dos arts. 90°. 2, 91°,
93° e 94°.1, salvo se a incompetência fosse arguida pelo executado.
Neste contexto legal, quando o funcionário judicial suscitava a intervenção do juiz de
execução para conhecer da incompetência territorial decorrente da violação do disposto do art.
94°.1 e o juiz se pronunciava no sentido de declarar o tribunal incompetente, remetendo os
autos para o tribunal competente, era frequente surgirem decisões superiores a revogar o
despacho, determinando que o mesmo devia ser substituído por outro que, não conhecendo da
incompetência relativa do tribunal em função do território, ordenasse o prosseguimento dos
autos.
Assim aconteceu, por exemplo, no Acórdão da Relação do Porto de 12/12/20054, onde se
sustentou:
Em face do disposto no art. 110°, n° 1 do CPCivil supra mencionado, em que se
referem os casos em que é consentido o conhecimento oficioso da incompetência
relativa, a situação dos autos não é enquadrável nas previstas sob as als. a) e c) de tal
normativo, já que se não mostra expressamente incluída nas descritas na al. a) e se não
4 E, no mesmo sentido, no Acórdão da Relação do Porto de 08/05/2006.
13
trata de processo que deva correr como dependência de outro. Assim, só a sua inclusão
no previsto na al. b) do n°l, do art. 110°, do CPCivil, consentiria o conhecimento
oficioso de tal questão - incompetência relativa. Porém, quando na mencionada al. b)
se prescreve que deve ser conhecida oficiosamente pelo tribunal a incompetência em
razão do território «Nos processos cuja decisão não seja precedida de citação do
requerido», tem-se em vista os processos em que pode ocorrer uma decisão de mérito
sobre o pedido sem citação do requerido, situação essa que não ocorre, no caso da
execução, com o mero despacho liminar de controle e de prosseguimento da execução
(intercalar), e o que se verificará tão só, se for caso disso, com a apreciação de
oposição que venha a ser deduzida (sempre no seguimento de prévia citação para o
efeito) [Cfr., neste sentido, acs. desta Relação de 17.1.2002, proc. n° 1990/01 (33
Secção) e de 4.11.2004, proc. n° 0435755, in 'www.dgsi.pt'],
E se concluiu:
r. Em execução para pagamento de quantia certa o JUIZ não pode conhecer
oficiosamente da incompetência territorial, por não estar em causa processo que
postule decisão não precedida de citação do executado - sendo, por isso, inaplicável o
preceituado na al. b) do n" 1 do art. 110° do Código de Processo Civil.
lI. Tal normativo ao usar a palavra "decisão", visa os processos em que, sem citação
do requerido, possa haver decisão de mérito, o que não acontece na execução, o juiz só
O poderá fazer se a excepção for invocada, pelo executado, em sede de oposição.
Alterada a redacção do da al. a) do art. 110° e nela passando a incluir-se a primeira parte do
n." 1 do art. 94°, cai por terra a fundamentação supra exposta, pois a infracção a esse preceito
passa a ser de conhecimento oficioso. Mas, outra questão poderá colocar-se, qual seja a de
saber se se justifica a remessa dos autos para despacho liminar com esse fundamento (agora
pelo agente de execução) e com base no art. 812°-D. f), quando, efectivamente, este preceito
remete para o art. 812°-E. 1, que trata apenas, e só, de casos de indeferimento liminar.
Ora, como se sabe, se a excepção de incompetência em razão do território for julgada
procedente, a consequência legalmente prevista é a remessa dos autos para o tribunal
competente e não o indeferimento (111°. 3).
Pode daqui resultar, de forma legítima, a dúvida sobre se cabem no âmbito da previsão legal
do 812°-D. f), os casos de incompetência territorial, mesmo que sejam de conhecimento
oficioso.
14
Na verdade, a resposta passará por saber até que ponto o executado sairá prejudicado pela
preterição do foro territoriallegalrnente (e imperativamente) previsto até ao momento em que
é citado para deduzir oposição à execução, nela podendo suscitar a excepção de
incompetência.
Por outro lado, as regras de competência cuja violação o legislador determinou serem de
conhecimento oficioso são entendidas como foros imperativos, cujas razões que
determinaram a sua fixação são de superior interesse (veja-se o exemplo do foro real previsto
no n." 2 do art. 940) e de que o legislador entendeu não abrir mão.
Este motivo, só por si, poderá justificar uma sindicância sobre o cumprimento desses
preceitos, pelo que, provocar a intervenção judicial não é de todo desprovida de motivo, ainda
que se reconheça que a situação cai num vazio legal. Por isso, talvez se justificasse uma
clarificação da lei neste ponto.
15
Ana Cristina Tomé Frade - CP n~ 2260Rua Rosa Falcão, 24 - 12 A3000-348 Cormora
I JORNADAS DE ESTUDOS DOS AGENTES DE EXECUÇÃO
ESPINHO, 09 de Abril de 2010
FASE 1
A)
TUDO SE DEVERIA TORNAR O MAIS SIMPLES POSSÍVEL, MAS NÃO TÃOi: ~
SIMPLIFICADO.< Esta frase não foi dita por mim, mas por Einstein.
Contudo, ent,!=ndoque se adapta perfeitamente ao quadro actual da nossa
situação enguantoAgentes de Execução.~i '
<;passo a explicar : ..a reforma da acção executiva iniciada em
2003 com o DL 38/2003, de S/Março, cujo modelo foi recentemente
aperfeiçoado pelo DL 226/2008, de 20/NovEm\bro, visa , como se refere;.!
no preâmbulo, tornar as execuções mais simples e eliminar formalidades
processuais 9,esnecessárias.
implementação, a concretização da ideia na prática, nem sempre é
coincidente com o propósito.
Com efeito, sem pretender pôr em causa os objectivos,
logicamente positivos, da reforma, permitam-me, em meu nome pessoal,
Ana cristina TornéRua Rosa Falcão, 243000-348 Coimbra
Frade - CP n2 2260- 19 A
enquanto Agente de Execução, manifestar o meu total desagrado por
alguns dos norrnativos introduzidos no sistema.
B)
- Desde logo, o primeiro deles é a livre substituição :
Se 0f,'pi!opósito era reforçar os deveres deontológicos do
Agente de .Bxecucão ,~ atribuir urna maior eficácia às execuções através:;
da concorrência, entre os próprios Agentes no desempenho das suas
funçqes, coi:ilb~nefícios para a celeridade processual, desenganem-se os
que,:,assimpensaram oU'/,aindapensam.
Nada disso acontece.
A livre substituição só está a criar atropelos entre
Colegas e urna dependência quase hierárquica entre os exequentes e seus
Mi~mdatários, e os Agentes de Execução.
o que, se está a verif'lcar é que os Agentes de Execução, a. . . .
fim de agr~darem aos seus;'~lientes", tendem a 01vidar alguns dos mais
:basilares deveres da sua actividade, ou seja, a isenção, a
imparcialidade e a verticalidade.!~::
Neste contexto oexequente passa a exercer urna posição. '-:"0
dominante em detrimento do executado.
desagrado, desacordo e repudio perante a medida da livre substituição
do Agente de Execução.
Concordo com a substituição, sim, plenamente, quando haja
motivos devidamente fundamentados para tal.
Ana Cristina Torné Frade - CP nQ 2260Rua Rosa Falcão, 24 - lQ A3000-348 Coimbra
- Outras incongruências que se verificam nesta reforma, são
as variadas interpretações, contradições, incongruências e excepções ,
a que os nossos queridos e sobejamente conhecidos artigos 8122's (do
C ao F) dão azo.
Com se é salutar para o desenvolvimento,
elasticidade e d~~cussão intelectual dos juristas as variadas
interpretações normativas, a divergência dessas normas legislativas,:.:~.:
espeqialmente :§.squ~ se debatem nesta mesa, é, para os Agentes de_. :oj o:"~
Exec:Ução. um autentic'éJ"quebra cabeças".
o Agente de Execução, enquanto figura híbrida que é •. .
enquanto profissional liberal imbuído de funções consideradas de
na.tureza púb:J..ica,é apanhado numa teia de interpretações antagónicas e
divergentes!, queobaralhain e não lhe conseguem atribuir a segurança e
clarividêncIa de '.estar a desempleilharas suas funções com a máxima,
Ôbjectividade que se impõe;
Isto porque são tantos os provimentos emanados pelos
diversos. Tribunais a nível nacional, nos quais as opiniões dos.:
Senhores .ti Magistrados divergem, já não falar das divergentespara e:;: :'{i-
dispersas opiniões dos Senhores Mandatários, dos Senhores
Conservadores .'-~~·:::·:··i::i:',:;;~i.:)~ir.i'! 7ii :::;::
~.~,~:':"J:[lfT/?FfSr/!!:(vej a-se ,..... ;·:·'i:;:::(;:-~'· <:';:;~ ;:'~':<'~';;.:!
'. H.~ •• ~: ,:_;;': ••
forças públiêas'i:®~";';+í'8'Posto X ou Y
e dos Senhores Comandantes das
exigem, para além do despacho
judicial, a marcação da diligência com no mínimo 8 dias de
antecedência e um aviso no próprio dia 30 minutos antes da hora
marcada, sob pena de não comparecerem no local ... enfim
Ana cristina ToméRua Rosa Falcão, 243000-348 Coimbra
F~ade - CP n2 2260- 1" A
Neste contexto, outra alternativa não resta ao Agente de
Execução a não ser desempenhar as suas funções com a firme convicção
que está a ser um profissional com total verticalidade, honestidade,
bom senso, ética, espírito de sacrifício e o muito estudo que se
impõe, sendo capaz de ultrapassar os mais variados obstáculos com que
~. :.
outro ,;i obstáculo'.'~ - :
responsabiiidad~ acrescida do
que vislumbro quanto à amplitude e
Agente de Execução, é a recusa do
requElrimentp executivo
É çerto que nos termos do disposto no art. 8119, nQ 1 do
CPC, o Agente de Execução recusa o requerimento executivo nas, .o." .:':\~
situações explanadas nas aIs. a), b) e c) do mesmo normativo legal.
ora , se todos nós, Agentes de Execução, sabemos ler e
iIlterpretaras normas, a verdade é que, ao recusarmos um requerimento
executivo a um Mandatário , é ce~to -e sabido que outros requerimentos
execut.Lvos" não virão _mais parar ao nosso escritório, quer daquele
<MandatáriQ, quer dos seus amigos, porque "aqui deI rei" aquele Agente
de Execu<[ão recusou-me um requerimento executivo
; E corno nenh~ -de nós t.em um o:denado
! ...
fixo ao final do mês,
precisamos desses requerimentos .__executivos para poder pagar as
estruturas -que cri~p;~:_}!/~-g-~·(:l~§i~;o,o que fazer?'0'0 '-. : ):i/; ,~::·,~·:::.:·-:/:··_~~~:·;~):·~~}i}h)/.(;
ASô]\:!çâÔi-"encontrada para tentar contornar o normativo
legal previsto no art. 811g, n2 1 do CPC, é das duas uma :
a) ou cordialmente convidamos o Mandatário a sanar o vício;
ou
b) enviamos o processo para despacho liminar, sem
fundamentar o motivo, e aguardamos que seja o Magistrado a recusar.
Ana cristina Tomé Frade - CP nO 2260Rua Rosa Falcão, 24 - 1" A3()()()-348 Co irnbra
É certo que nestas circunstancias corremos o sério risco de
sermos condenados em multa de montante entre 0,5 a 5 UC, nos termos do
nQ 3 do art. 8092 do CPC, porque se há fundamento para recusa, é ao
Agente de Execução que compete tal acto, mas por outro lado, se o
fizermos de imediato criamos inimizades com os nossos supostos
\\client~~:;" ! ...
ainda no tocante à recusa do requerimento executivo:
)J,m}a.os fundamentos que motiva a recusa do requerimento'-i
execUtivo é a, falta /ide comprovativo do prévio pagamento da taxa de~. :~~ ;~j
justiça (cfr.'art. 8119, nº 1, a l . c) por força do preceituado na a L.
f)do art. 47i4º do mesmodiploma legal).
Sendo certo que na parte geral do Código de Processo Civil,~i~ .
,"o •• _
os ns s 1 e 2 doart. 1502-A preceituam que se o comprovativo junto for::. .
de valor inferior ao devido equivale à falta de junção, e o n" 3
;refere expressamente que não implica a recusa da peça processual,
porque é,que este normativo não se pode e deve aplicar igualmente às::1
acções executivas ?-:.,":
Por um~.,~.-ffif~~;%;~:~~l,;(Mdebom senso, celeridade e eficácia.:.:;;'i ;.:~i.~:~~)r(.:~_:·-.:_::;~~'J;:' :',
processual ,'êieiB:;:;qúe""inenhum Magistrado nos condenará em multa se
enviarmos um convite ao Mandatário para em 10 dias juntar documento
comprovativo com o valor correcto sem ter que recusar.
E já agora porque não considerar igualmente como
fundamento de recusa ou convite a juntar comprovativo de pagamento a
Ana Cristina Tomé Frade - CP n2 2260Rua Rosa Falcão, 24 - lº A3000-348 Cormbra
provisão da Fase 1 ao Agente de Execução ? Isto é: equiparar I no
momento do pagamento, a taxa de justiça inicial com a provisão para a
Fase 1.
- Outro ,dos fundamentos que deveria ser motivo de recusa do:,.':. !)i
requeriin~nto executivo, no meu modesto entendimento, deveria ser a
falta! de,'. :'1
correctos:,1
elementos identificativos das partes, mas
especialmepte dos e~ecutados... ~:.: . ~ , .:
:t,Isto, porque se geram confusões enormes com a inexactidão
:i;
dos v'par'co s, dados P'~ssoais que muitas vezes são carreados para o
processo.
Em 'alguns casos apenas consta o nome do executado (muitas
vezes incompleto ou com abreviaturas) a morada (a maioria das vezes
incompleta) .e mais nada.
O Oficial de Justiça ao tentar introduzir os dados no
Registo Inf6rmático de Execuções; ou o Agente de Execução quando este
;~cto estiv~r dis;onível naaplicação informática, bem corno a tentativa
:de e f ect.uar pesquisas, enfrentam logo ali um bloqueio intransponível
';:
porque aparecem uma quantidade de nomes idênticos.í.~.r~
Re~9l)}.~B~~_,:;;~';~/(\:}-!:~~iháticada Provisão para a Fase 1,
permi tam-med.:i~26j~á~ii-;:;;furi;1:enteda infeliz redacção da actual tabela
de honorários do Agente de Execução prevista na Portaria 33l-B/2009,
de 30/Março.
Por um lado, porque, no meu modesto entendimento I apenas
deveria haver dois pedidos de provisão ordinários e não três como se
encontra previsto e implementado.
Ana Cristina Tomé Frade - CP n~ 2260Rua Rosa Falcão, 24 - 19 A3000-348 Coimbra
Um pedido de provisão inicial, de valor igual para todos os
Agentes de Execução.
Um segundo pedido na fase da venda.
Poderia haver pedidos de reforço de provisão
extraordinários ou intermédios, sempre que se encontrasse esgotada a
provisÊ{o~~;inicialmente entregue, em função dos actos praticados ou
despesasexcepcion~is efectuadas, depois, de, obviamente demonstrados." ,-, !:;."
tais factos. . ....~.J
o çJe se !;bassaactualmente e que eu já publicamente.'.~ mais
do {Que uma vez. ti,J:e oportunidade de manifestar o meu desacordo.
consiste na seguinte aberração: por exemplo, hoje foi-nos paga a:.;
provisão para a Fast= 1 e amanhã, depois de consultadas as bases de;2dados para apurar o património dos executados e notificar o Mandatário
d? resultado de tais pesquisas ao abrigo do preceituado no art. 833Q-B
d~ CPC, esdou a enviar-lhe já O i~edido de provisão para a Fase 2 e a
informá-Io/ que não tramito o processo sem que este valor esteja
pago ...
Trata-se de um acto que, muito embora esteja,;:'j
processuàlmente previsto e devidamente regulamentado, em nada enobrece
a acti vidadedo Agente de Execução, já tido no meio judicial como um
autentico
Opostamente a esta situação, nos processos em que existe
citação prévia, basta que haja 1 executado e o mesmo não se consiga
citar pela via postal, para de imediato se esgotar a provisão entregue
para a Fase 1 só com as deslocações ou delegações a efectuar , sendo
.~a Cristina Tomé Frade - CP n2 2260Rua Rosa Falcão, 24 - 12 A3000-348 Coimbra
certo que o Agente de Execução não pode pedir reforço de provisão
porque ainda não atingiu o estádio da Fase 2.
Comestes exemplos facilmente se infere o quão desajustada
está esta Tabela.
- urna outra incongruência que detecto e não se adapta de'. :::
forma 'nenhuma à 'reâlidade actual dos Agentes de Execução é a situaçãor::: :i:;
da incompetência absoluta ou relativa, quer em razão de matéria, quer.; . . . o::;.::
de te~ritóiio, quer quanto ao valor da causa.
iPas~'o a e~plicar se conjugarmos o disposto no art. 110Q
do CEC, com oart. 81'~!1-E, aI.b) "ex vi" do que preceitua a al . f) do
art. 812Q-D do mesmo diploma legal, verificamos que o Agente de.... ,
Execução deve remeter o processo a despacho liminar, quando a acção
não tenha sido proposta em Tribunal territorialmente competente,
quando tenha sido proposta nos Juízos Cíveis, quando pelo seu valori.:.i
deveria ter sí.do nas Varas, qu~ndÇ), um outro exemplo, tenha sido
proposta riÚmTribunal Cível,quando se trata de assunto de natureza
familiar e exista Tribunal competente nessa matéria.
Se outrora fazia" sentido o processo ser enviado para o
Tribunal" competente e era menos um processo que se tramitava naquele
Tribunal' e ' ía~~r'~iHW,~*~i~f~i,~,i,~ê~grr~lmenteI será o mesmoAgente de Execução
a continuar;à"t:diliii2k'l!'tO"do o processado, quer esteja o processo no
Tribunal de Faro ou de Braga e pode qualquer um dos Magistrados dessas
comarcas nem tomar sequer contacto com o mesmo.
Logo, fará sentido conduzir o processo a despacho liminar
ou, fará mais sentido, cordialmente, convidar o exequente através do
Ana cristina Tomê Frade - CP n2 2260Rua Rosa Falcão, 24 - 12 A3000-348 Coimbra
seu Mandatário, a suprir ele próprio essa deficiência a fim de nã.o
ferir susceptibilidades e criar as atrás referidas inimizades ?
Numa outra vertente, considero, enquanto Agente de
Execução, que ainda não se encontra bem articulada a comunicação entre
o Tribuh&l e os Agentes de Execução quanto às informações processuais
adicionais que d~v~ ser levadas ao conhecimento destes, mas que, por
imperativos legais, são tramitadas no próprio Tribunal.
Refiro-me, por exemplo, à informação se foi ou não deduzida
oposição à i execução;',se foi ou não prestada caução, se foi ou não
dedu'zi da reclamação d!3 créditos, por quem, qual o Mandatário ou qual o
valor.
São elementos essenciais à normal tramitação e prossecução
dos fins Si,aacção executiva, os quais, se não forem levados ao
conhecimento do Agente de Execução, podem gerar vários atropelos
processuais.
A sugestão é obvia: da mesma forma que ao Agente de
Execução .compete levar ao conhecimento dos autos todo o acta que
repute de relevante para o processo, também o Tribunal deverá informar
desse tipo de ocorrência.
- E por falar em Comunicações entre o Tribunal e o Agente
de Execução, as quais são agora efectuadas preferencialmente pela via
electrónica, através dos respectivos sistemas informáticos, gostaria
de, por um lado, manifestar uma palavra de apreço pela forma como
finalmente o nosso sistema SISAAE/GPESE está a funcionar, sem grandes
Ana Cristina Tomé Frade - CP ng 2260Rua Rosa Falcão, 24 - IR A3000-348 Coirnbra
quebras, ao fim de quase 7 anos, tem sido uma tarefa árdua que
finalmente está a dar os seus frutos e, por outro, de publicamente
efectuar a sugestão que já várias vezes enviei por mail sobre esta
matéria que é a de, se possível, ser colocado um ícone diferente para
assinalar as comunicações que vêm via postal das que apenas nos chegam
pela via'informática para evitar a duplicidade que hoje existe.
mudando de matéria: um outro problema tem surgido com
frequência, espelho da falta de informação que existe quanto às amplas
furrcões agora desempenhadas pelo Agente de Execução: trata-se do
cumprimento do d.ispós t,o no art. 2802, n2 3 do CPC, ou seja, a
verificação dó cumprimentodas obrigações tributárias, outrora nas
acções executivas cumprido pela Secretaria Judicial e actualmente pelo
Agente de Execução.
o que frequentemente tem sucedido é que o Agente de
Execução, ao dar cumprimento a este normativo legal, através de Ofício
<remetido preferencialmente por via electrónica ao Serviço de Finanças
competente, cuja minuta foi emanada pelo nosso Colégio e é idêntica à
enviada \pelos Tribunais, pede-nos o Serviço de Finanças para
especificarmos qual a obrigação fiscal que não foi cumprida, ou então,
noutros casos, insurg~.s:~~,y,~q:';',~landatáriocontra o Agente de Execução.- ...;-.:- .... ,. ";
da causa ! ...
- Uma outra chamada de atenção que gostaria de salientar é
o que preceituam os n9s 4 e 5 do art. 808Q do CPC, ou seja, nas
execuções em que o Estado seja o exequente, o Agente de Execução é o
Ana Cristina Tomé Frade - CP n" 2260Rua Rosa Falcão, 24 - 1" A3000-348 Coirnbra
Senhor Oficial de Justiça, da mesma forma que nas comarcas onde não
existam Agentes de Execução ou ocorra outra causa de impossibilidade,
também pode o exequente requerer que os actos sejaro praticados por
estes profissionais do foro.
Sempre que o exequente beneficia de apoio judiciário na
rnodalid~de de atribuição de agente de execução, quem deve desempenhar
estas funções éig1.lalmente o senhor Oficial de Justiça I como, aliás,
se encontra consaç rado no art. 35LA da Lei 34/2004, de 29/Julho,
alterada pela Lei n9.47/2007, de 28/Agosto) .
- Permitam-me também aqui referir o Registo Informático deExecuções
Preceitua o n9. 3 do art. 806º do CPC, em vigor desde
31/Março/20Q9, que compete ao Agente de Execução introduzir
diariamente os dados constantes nas diversas alíneas do nº 2 do mesmo
normativolegal, ou seja, a identificação dos bens penhorados, dos
créditos reclamados, a extinção ou suspensão da instância.
o que é certo (e perdoem-me os senhores da parte
informática se estou a errar) I é que ainda hoje tentei efectuar uma
simples consul ta via electrónica e não consegui I quanto mais alterar
ou eliminà':"los.
Ainda no tocante ao Registo Informático de Execuções,
permitam-me aqui realçar o facto de, estando o mesmo actualizado e em
normal funcionamento, ser de extrema importância o que preceituam os
n2s 4 e 5 do art. 8322 do CPC, o qual já se encontrava em vigor, mas
Ana Cristina Tomé Frade - CP n° 2260Rua Rosa Falcão, 24 - lQ A3000-348 Coimbra
que por vezes poderá passar um pouco despercebido ao Agente de
Execução.
Trata-se do seguinte: ao consultar o registo informático de
execuções e o Agente de Execução verificar que se encontra pendente
uma outra execução para pagamento de quantia certa contra o mesmo.. :.-
executaà.~, deve proceder à remessa do requerimento executivo para esse
outro pro~esso,~ernpre que o exequente seja titular de um direito real
de garantia, sobre o),bem penhorado nesse outro processo pendente e não
tenha ainda sido proferida sentença de verificação e graduação de
créditos.
Quando .:,~nÇJ,momento da remessa, o processo anterior já
esteja na fase do concurso de credores, o requerimento executivo vale
reclarna'~ão de crédi tos, assumindo o exequente a posição decorno
reclarnanteicaso contrário, constitui-se a coligação de exequentes.
Passando agora para urna outra temática: a Lista Pública;de :E:xecuçê)ea
.::;
Desde há poucos dias a·esta parte é que se consegue inserir
os executados na lista pública de
evident~ ao pree~~~~~~1:.;.;.?".,.[.~.~.,~W,[0Vàriados,.:.:-. ··:'·f::;":-."
.,.:::',',- ..... ,: .. :;.: .v:.in f o r'rná t Loa .' ........,
execuções, obedecendo como é
campos para concluir a operação
Confesso que até agora ainda não tive tempo de explorar
devidamente essa área, por isso, aguardo ansiosamente por ouvir os
Ilustres oradores da Mesa 5.
Ana cristina Tomé Frade - CP nE 2260Rua Rosa Falcão, 24 - le A3000-348 Coimbra
- Ora, permitam-me concluir que se os meios ainda não estão
totalmente ao dispor do Agente de Execução para proceder eficazmente
ao cumprimento das tramitações legais basilares e com as quai s se
inicia o processo executivo, como é que se pode fazer, ao final de um
ano, o balanço estatístico da celeridade processual com que os Agentes<, ·!1
de Execih~Eí.otramitam os processos ? É ainda impossível.
:!",
Evidentemente que daqui!:.,
a alguns meses ou até semanas
poderá passar a ser uma realidade a tão ambicionada celeridade e
econ(Jmia pr9ce~sual,:iiaté porque para quem já desbravou tanto terreno
desde Setembro de 2003 até aos dias de hoje, actualmente estamos no. :,
limiar do ideal, ao passo que em 2003 estávamos na idade da pedra em
termos de processo executivo.
ÇurioséUllenteessa altura, ou seja, o limiar do ideal, irá,
por certo, ser . coincidente corno ingresso dos novos Agentes de
Execução a quem aproveito desde já o ensejo para cumprimentar e
',desejar as maiores felicidades e poder-lhes-á ser atribuída a
eficácia.e celeridade da acção executiva, o.que a meu ver, perdoem-me,t;
não corr~sponderá efectivamente à verdade como atrás se demonstrou.
Voltando.àtêfuáf'iB::;;;r'idaLista Pública de Execuções, naquelas; .. ::'::;::':! ,::':':~-/.:··;d:-.':; :<::~-',:::,~·:~';'(;ii/;';
execuções enlq:\l~),6:~Q~g,~~~~ojá deveria constar da lista pública e não
consta por razões de ordem meramente informática, o Agente de Execução
é obrigado a tramitar as mesmas por imposição dos exequentes, com as
inerentes pesquisas, tentativas de citação, enfim... um trabalho
improdutivo, inútil, frustrante e inglório que muitas vezes não é bem
compreendido pelos Senhores Mandatários que requerem mais este e
Ana Cristina Tomê Frade - CP n~ 2260Rua Rosa Falcão, 24 - lQ A3000-348 Coimbra
aquele acta, mais esta e aquela tentativa e se o Agente de Execução
alerta para o facto de estar a encarecer o processo com actos que em
nada vão ajudar o exequente a recuperar o seu crédito, ainda se
insurgem contra o Agente de Execução e requerem de imediato a sua
substi tuição porque o Agente de Execução substi tuído não quer é ter-, 1
trabalho :>;! •••
;',:~-,;.:!
Um' outro assunto que entendo ser pertinente trazer ao
debate e refle~ão: á cumulação sucessiva de execuções ;
Prevista no art. 542 do CPC, depara-se o Agente de Execução
variadas vezes com aseguinte.situação:
....
'Numa ..,execução proposta .:' ao abrigo do regime anterior, é
possível curnular a execução de um novo título?
o Manual de Perguntas e Respostas sobre a Acção Executiva
d.í.spon.í.b iLí.aado pela Comissã~para a Eficácia das Execuções refere
taxativamente que não, em virtude de o novo regime só ser aplicável
apenas às execuções,,'iristâgl:'éil,das a partir de 31/Março de 2009 e àsy-;,"; '.:.>~~~;;:::~';~~'.:~~?:~-':'i;·D?/;·:::':·
execuções pêridenE~i:iapiica-se o regime anterior (cfr. arte 23.2 doDecreto-Lei n.2 226/2008, de 20 de Novembro).
Muito embora concorde com o supra referido em virtude daperturbação processual que seguramente decorreria da aplicação
Ana Cristina Tomé Frade - CP nQ 2260Rua Rosa Falcão, 24 - lQ A3000-348 Coimbra
simultânea de dois regimes processuais, o certo é que já vários
Magistrados discordaram desta interpretação, com a fundamentação
igualmente plausível de que o que é cumulado é um outro título
executivo e não é proposta nenhuma nova acção executiva.
No entanto,i,:
infor.maticamente, torna-se inviável ao:~!j
Mandat~riÓ'; cumuã.az'ao processo já anteriormente existente um novo
título, t~ndo "'que':,'preencher, via CITIUS, um novo requerimento
exec~tivo, ao p1al "{'~i ser atribuída uma nova numeração, podendo até
ser distribhid~: a um ,JUizo completamente diverso daquele onde corre o
processo princJpal.
Verifica-se, assim, que o Agente de Execução tem em curso
uma cumulaç~o sucessiva de ,execuções que mais não é do que váriosI:;:;i
processos distintos .
0.;:".:
Permitam-me aqui deixar umas palavras de puro saudosismo ;
dessa altura, e de 7 anos, fui empregada forense de uma
sociedade de Advogados com os quais trabalhei desde 1986 até 2003 e
tenho saudades daquele tempo em que os diversos operadores judiciários
cooperavam entre si, trabalhavam em conjunto em prol do cidadão, não
andavam de costas voltadas entre os próprios pares, corno agora se
verifica.
Ana Cristina Tomé Frade - CP n2 2260Rua Rosa Falcão, 24 - lº A
3000-348 Coimbra
Actualmente o legislador já não é o Prof. Lebre de Freitas
ou outrora o Prof. Alberto dos Reis, ou o Prof. Vaz Serra, entre
outros Ilustres, e que, quando dúvidas surgiam sobre a interpretação
de determinada norma lá estava a clarividência necessária para
estrutU:r~!damentedirimir o eventual conflito da norma e esclarecer a",regrapeléis pessoas' que a criaram.
: ~ : • o !:: .
0.": :
"" "
""Actualmente, o que se conhece do nosso panorama jurídico, e
aqui.;concretam~nte,áas reformas da acção executiva, é que são vários
os legisladores, vár Los académicos,:'::
cujos nomes ninguém conhece, que
tentam enquadrar no sistema judicial português um copy/paste da
realidade fr~cesa ou belga, sem previamente testar os enquadramentos
legais e essencialmente os aspectos culturais do nosso povo .!".:
C)
Depois de feitas todas estas considerações, é chegada a
altura de abordar as diferentes vertentes da Fase 1 :
- Quanto à Execução para Pagamento de Quantia Certa
da mais instaurada nos nossos
Tribunais :nã6<m~i;ÇbG';~1'~I1garuma vez que considero o trabalho que se
encontra publicado na área restrita da página informática do Colégio
da Especialidade subordinado ao tema Resumo de Procedimentos da Fase
1, um manual extremamente bem elaborado e como tal uma ferramenta de
trabalho à qual todos devemos recorrer.
Ana Cristina Tomé Frade - CP n2 2260Rua Rosa Falcão, 24 - 12 A3000-348 Coimbra
Da mesma forma que o trabalho disponível na mesma página
sobre Perguntas Frequentes, cujas respostas concretas àquelas questões
foram trabalhadas e ponderadas, e muito bem a meu ver, quer pela Srª
Dr~ Maria João Areias, quer pelo nosso Ilustre Colega Armando
Oliveira.
Como tal, sobre essa matéria, dou por integralmente
reproduzid.o o te9r\J1e tais trabalhos.
- Quanto à Execução para Entrega de Coisa Certa
A maior di,ficuldade na tramitação deste tipo de execução,
prende-se, no meu modesto entendimento, com a análise do título
executivo.
N9 entanto, como habitualmente a mais usada é para entrega
de imóveis.arrendados, fundada por isso em título lavrado nos termos
da Lei 6/2006, obriga forçosamente a remessa do processo para despacho
liminar nos termos da al . d) do art. 812!!-D do CPC.
No entanto, se o título fôr uma sentença, aí, não se remete;:;
a despacho liminar, mas há sempre citação prévia, pelo que este é um
tipo de processo, quanto a mim, muito simples, célere e eficaz.
com a entrega do locado, sem
incidentes, nem oposições.
Temos que ter sempre muita atenção e cautela ao que
preceituam os nQs 2, 4, 5 e 6 do art. 930Q do CPC para que no acta da
entrega não surjam imprevistos pelo facto de não termos, por exemplo,
~_ Ana Crist:ina Tomé Frade - CP n" 2260
Rua Rosa Falcão, 24 - 12 A3000-348 Coimbra
notificado a Câmara Municipal e a Segurança Social para o vulgarmente
designado \\despejo" e assim ter que ser agendada uma nova data.
Se se tratar de outro tipo de entrega de coisa certa e ao
Agente de Execução se suscitarem dúvidas quanto ao título, remete-lo-á
para des~acho liminar conforme dispõe o art. 812E-D, alo e) do CPC.
Por exemplo, se a coisa a entregar fôr um objecto móvel,
que desapareceu, pode este tipo de acção ser convertido numa execução'::;
para paqemerrt o, de quantia certa, mediante a prévia liquidação do
prej~uízo causado (cfr~jart. 9312, 4662, n!!2, 378E, 3802, 8052 e 8012,
n2 1 do CPC e 817Q do C. Civil).
Se surgirem as situações previstas nos art2s 930Q-B, 9302-
C,', 930!!-D, 9~0!!-E e 931!! , todos do CPC, estes artigos não levantam,
quanto a mim,.;, dúvidas de interpretação.
Todos fossem tão claros quanto estes, especialmente os
'812' s ... '
- Quanto à Execução para prestação de Facto :,São 10,?S artigos que regulam este tipo de execução. Como
tal, também não se ';~~~~:~:B'~~(\wtândesdificuldades de interpretação ..:.".:'.'j';.:'. '::':".::'.:.::", :.: .:.:::~
~':" . ::',:.::".. ' . - :···'·;:;:f·7::·.:~'--;·· ," .
Há que referir, no entanto, aquilo que já todos nós
sabemos, mas que nunca é demais re1embrar:
- a prestação do facto pode ser positivo ou negativo, de
natureza fungível ou infungível.
Ana Cristina Tomé Frade - CP n~ 2260Rua Rosa Falcão. 24 - 12 A3000-348 Coimbra
Conforme a situação que ternos que analisar, assim iremos
enquadrar com os normativos legais correspondentes.
Em qualquer caso, este tipo de execução inicia-se sempre
pela citação, ainda que a execução se funde em sentença, conforme
dispõeb'nº 2 do art. 933º do CPC.
.Também a execução para prestação de facto pode ser
convertida em execução para pagamento de quantia certa nos termos dos
ar t s s 934Q e 935Q dó' CPC, caso o exequente pretenda uma Lndemn i.zaoão
pel~ dano sofrido.:'.;
Habitualmente o exequente opta pela prestação do facto por
outrérn, pelo:que terá que requerer ao Agente de Execução a nomeação de
um perito que avalie o custo da prestação, para que se possa proceder:,Õ,:
à penhora de bens necessários para'o pagamento da quantia apurada.
":0 que normalmente tenho por hábito fazer é notificar o
exeguente:para indicar um perito e após, notificar o executado que tem
o prazo de 5 dias para dizer se se opõe ou não à nomeação daquele
perito.
- Quanto,~;i,~~~ç-~~~p:i;,'Especialpor Alimentos,::,::.:, ,. :~~.o:.·~:....".. '
:. ":-.::; '-;'<,,'.:"Regliiadâ'riôs art Q s a 1121º-A do CPC, tem
especificidades próprias.
Tratando-se de um processo tutelar cuja demora pode causar
prejuízo aos interesses dos menores, trata-se de um processo urgente,
cuja análise e processamento requer uma especial atenção por parte do
Agente de Execução.
Ana Cristina Tomé Frade - CP nQ 2260Rua Rosa Falcão, 24 - 19 A3000-348 Coimbra
- Um outro assunto que se poderá enquadrar perfeitamente na
temática desta mesa é a predisposição do Agente de Execução para a
efectivação de Notificações Avulsas.
i:·Da leitura do art. 2619 do CPC parece tudo muito simples e
de facto ~ssim é'.;
desde que encontremos o requerido, se fôr logo na
primeira visita então é uma sorte, entregamos-lhe o duplicado e cópia:" ~,
';
dos documentos que o acompanham, lavramos a certidão do acto e o. . ~:;
notificandoas~ina. Tudo muito bem.
o pior é 9uando não o conseguimos encontrar, não obstante
irmos lá uma, duas, três ou mais vezes, ou quando o mesmo se recusa a
assinar, ou quando encontramos terceira pessoa que até convive com o
requerido.
Ora, se da leitura do artigo 2612 do CPC se depreende que a
Notificação Avulsa apenas produz efeitos se efectuada na própria
;:pessoa do requerido, mas se por outro lado se trata de um acta
equiparado à citação para efeitos de interrupção do prazo
prescricional conforme resulta dos muitos Acordãos que analisei,:; .
porque ~ãO poder aplicar às No~ificações Avulsas o que preceituam as
regras' da citação':-F~~,}.g~~q~é'iiteo que dispõe o art. 2392 e segs. do:.:~'.. : .~,-:::;':" ;" ....
.",": :;·::·::-:·)1:.:· ..·:: ", .~.:::,
CPC?
- Quanto aos processos de execução previstos no âmbito do
CÓdigo de Processo de Trabalho ;
_~~a Cristina Tomé Frade - CP n2 2260-Rua Rosa Falcão, 24 - I" A
3000-348 Coimbra
Inicia-se este tipo de acção executiva nos termos previstos
no artº 88º do referido Código.
No meu modesto entendimento, e com todo o respeito pelas
opiniões divergentes, que sei que existem, por aplicação do disposto
no n2 2do art. 12 da Portaria 33l-A/2009, de 30/Março, este tipo de
execução não compet'e ao Agente de Execução tramitar .
..Par a além deste normativo legal, também o art. 892, n2 1 do;:
"i
CPT, refere expressamente que é a secretaria que notifica o credor. .
para. :nomear:',beris do devedor.
No .entanto, decorrida esta fase, e logo após o credor
nomear os bens, o Tribunal têm-nos remetido o requerimento de nomeação
de bens (t.ão simplesmente, por vezes numa folhinha A4 onde não se
vislumbram sequer quem são as partes) e lá ternos andado a penhorar" ~.
:. . ..
bens ao devedor .e a trami tar as fases seguintes.
:'..;
Não obstante o código de Processo de Trabalho estar
constantemente a remeter a aplicabilidade subsidiária para o Código de
Processo civiL convém aqui realçar o facto de haver diferenças de,- ".
rnirJ~]~~~r~~1~~~mrmlf~ ilirllr~~ ,ir 1m~1~ IJ~~~~i~ii~~i~
;~~a Cristina Tomé Frade - CP n2 2260~Rua Rosa Falcão, 24 - 12 A
3000-348 Coimbra
Inicia-se este tipo de acção executiva nos termos previstos
no artQ 88Q do referido Código.
No meu modesto entendimento, e com todo o respeito pelas
opiniões divergentes, que sei que existem, por aplicação do disposto
no ne 2do art. P da Portaria 33l-A/2009, de 3D/Março, este tipo de
execução não compete ao Agente de Execução tramitar.'.:! ~:...-' .
.Paz a além deste norrnativo legal, também o art. 8ge, ne 1 do:.:;
CPT, refere expressamente que é a secretaria que notifica o credor
paramomear be:ds do devedor.--- "'"""--."., -.--.. -- ~~
,',t:
No 'entanto, decorrida esta fase, e logo após o credor
nomear os bens, o Tribunal têm-nos remetido o requerimento de nomeação
de bens (t ão simplesmente, por vezes numa folhinha A4 onde não se
v,islumbrarn .saque.r quem são as partes) e lá temos andado a penhorar
bens ao devedor .e a tramitar as fks~s seguintes.
:'.'
Não obstante o Código de Processo de Trabalho estar
constantemente a remeter a aplicabilidade subsidiária para o Código de
processo'; crvil,'. .,: : : .~. .: .' .... '- - .. .
convém aqui realçar o facto de haver diferenças de
trami tacão , desde, logo porque a execução se inicia com a nomeação de
o nQ 2 do art. 892 daquele diploma
-:»:
Após a penhora de bens I o executado é notificado {e não
citado) simul taneamente com o requerimento executivo do despacho
determinativo da penhora e da realização desta para no prazo de 10
di?s, querendo, deduzir oposição (cfr. art. 912 do CPT).
Ana Cristina Tomé Frade - CP n2 2260Rua Rosa Falcão, 24 - 12 A3000-348 Coimbra
- Um outro assunto que se poderá enquadrar perfeitamente na
temática desta mesa é a predisposição do Agente de Execução para a
efectivação de Notificações Avulsas.
Da leitura do art. 261Q do CPC parece tudo muito simples e
de facto assim é. desde que encontremos o requerido, se fôr logo na
primeira visita então é uma sorte, entregamos-lhe o duplicado e cópia
dos documentos que o acompanham, lavramos a certidão do acto e o," . .
notificandoas~ina. Tudo muito bem.
o p,ior é quando não o consegu~mos encontrar, não obstante
irmos lá uma, duas, três ou mais vezes, ou quando o mesmo se recusa a
assinar, ou quando encontramos terceira pessoa que até convive com o
requerido.
Ora, se da leitura do artigo 261"- do CPC se depreende que a
Notificação Avulsa apenas produz efeitos se efectuada na própria
,pessoa do requerido, mas se por outro lado se trata de um acto
equiparado à para efeitos interrupção docitação de prazo
prescricional conforme resulta dos muitos Acordãos que analisei,
porque não poder aplicar às Notificações Avulsas o que preceituam as
regras o que dispõe ,o art. 2392 e 6egs. do
CPC?
- Quanto aos processos de execução previstos no âmbito doCódigo de Processo de Trabalho ;
êAna Cristina Tomé Frade - CP nº 2260-Rua Rosa Falcão, 24 - 1º A- 3000-348 Coímbra
,
A regra é não ser admitida reclamação de créditos, à
excepção das situações previstas no n2 2 do art. 98Q do CPT.
- Quanto aos procedimentos cautelares :
No meu modes to entendimento, e com todo o respei to pelas
opiniões'divergentês, que sei que existem, também neste caso, por
aplicação do disposto no nº 2 do art. 1º da Portaria 331-A/20D9, de: :'.~
3D/Março, este tipo de acto não compete ao Agente de Execução tramitar
sim ao bficiaf de Justiça,mas por se tratar de um processo
declarativo.i:'
No entanto, porque se encontra previsto o pagamento dos
arrestos ou arrolamentos na nossa Tabela de honorários, o que é certo
que nos têm" sido remetidos' e o Agente de Execução tem que forçosamente:~;
dar prioridade a este acta por vse tratar de um processo urgente,
conforme preceitua o art.3822 do CPC.
Por último, que longa vai a PFesente exposição, o tempo éo":".;
curto, e'llão os querendo maçar mais, tendo consciência que muito ficou
por dizer, termino parafraseando Madre Teresa de Calcutá \\A nossa
missão não é julga:r:,,9.V~§-'-;'~:!;r~?~toou injusto: é apenas ajudar"...... ::::.') ..' ':;.:~~.~.:.~:"":'::;:.~":f!'.;::'.t
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