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RESUMO DE DIREITO PENAL PARA OAB
Professor: Lúcio Valente
Aula segunda
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1
NEXO DE CAUSALIDADE
1. É a relação (ou liame) de causa e efeito entre a CONDUTA e o
RESULTADO.
Quem deu causa ao resultado?
Para responder a esta questão, o Código Penal, em seu art. 13, adotou a
Teoria da “Conditio Sine Qua Non‖, (também chamada de Teoria da
Equivalência dos Antecedentes Causais).
Observe:
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente
é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou
omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
fato típico
conduta
resultado
nexo causal
tipicidade
ilicitude
estado de necessidade
legítima defesa
estrito cumprimento do dever legal
exercício regular do direito
culpabilidade
imputabilidade
potencial consciência da ilicitude
exigibilidade de conduta
diversa
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Então, para a teoria da equivalência dos antecedentes causais, toda a
ação ou omissão que contribui de alguma forma para o resultado é
considerado causa.
O PROBLEMA DO REGRESSO AO INFINITO
Ser CAUSA é muito diferente de ser RESPONSÁVEL.
Repito: ter dado causa é apenas uma condição básica, fundamental (conditio
sine qua non).
Mas como separar aqueles causadores que serão responsabilizados dos que
não serão? Devemos limitar o regresso até determinado ponto da cadeia
causal. Para limitar este regresso, o direito penal cria limites, filtros, para sua
contenção. Estes limites são apresentados a seguir:
LIMITES AO REGRESSUS AD INFINITUM
1º Limite: Imputação subjetiva (dolo ou culpa)
•Tudo que contribui para o resultado é consideradocausa
TEORIA DA CONDITIO SINE QUA NON
•Para encontrar as causas, realiza-se um processomental de eliminação. Se retirarmos uma causa, oresultado deixar de ocorrer, aquela causa contribuiupara o resultado.
Processo de Eliminação Hipotética de Thyrén
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Só responde pelo crime quem deu causa por dolo ou culpa “Nullum crimen
sine culpa”.
2º Limite: Concausas
a. causas absolutamente independentes
As causas absolutamente independentes sempre interrompem o nexo causal.
Diz-se “independente”, pois tem origem absolutamente autônoma da outra
causa.
b. causa superveniente relativamente independente que, por si só,
causa o resultado (art. 13, § 2º)
O réu atira na vítima, mas esta morre em virtude do acidente que houve com
a ambulância. Portanto, o réu responderá apenas por tentativa de homicídio e
não pela morte da vítima. Está fora do desdobramento causal da conduta de
atirar em alguém o acidente com o veículo.
1º Limite ao regresso
infinito
Imputação Subjetiva
Dolo
Culpa
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E qual é a relação que o acidente tem com o disparo? A relação é que a vítima
só está na ambulância porque foi atingida pelo disparo. Caso não tivesse sido
agredida, poderia estar em casa com seus familiares, por exemplo.
A pergunta é a mesma: quem recebe tiro na barriga morre de
traumatismo craniano? Claro que não. O que matou o tiro ou o
capotamento? O capotamento. Então, esta é a CAUSA da morte. E o
atirador? Responde por tentativa de homicídio.
O capotamento é relativamente independente ao tiro, uma vez que a vítima só
foi colocada na ambulância por conta do disparo, como já dissemos.
Infecção hospitalar: importante ressaltar que a jurisprudência tem
entendido que a infecção hospitalar é causa natural de um ferimento a
tiros ou facadas, por exemplo. Quero dizer que, se uma pessoa é alvejada
por disparos de arma de fogo, tendo contraído infecção hospitalar durante seu
tratamento, a causa inicial (tiro) não ficará afastada pela causa final
(infecção). Isso porque infecção é uma consequência não extraordinária do
ferimento. No caso, o autor dos disparos deverá responder por homicídio
consumado.
NEXO DE CAUSALIDADE NOS CRIMES OMISSIVOS
2º Limite ao regresso infinito
Concausas
Absolutamente independentes
concausa posterior relativamente independente que, por si só,
causou o resultado.
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Nos crimes omissivos próprios ou impróprios não podemos falar em nexo de
causalidade físico, mas apenas jurídico, pois o “nada, nada causa”.
TEORIA DO TIPO PENAL
fato típico
conduta
resultado
nexo causal
tipicidade
ilicitude
estado de necessidade
legítima defesa
estrito cumprimento do dever legal
exercício regular do direito
culpabilidade
imputabilidade
potencial consciência da ilicitude
exigibilidade de conduta
diversa
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TIPICIDADE (ADEQUAÇÃO TÍPICA)
O que é tipo penal? É um modelo de conduta proibida descrita pela lei.
Matar alguém é crime? Não. “Matar alguém” é um modelo de conduta
proibida pela lei. É um tipo penal.
Veja:
O art. 121 do CPB estabelece o seguinte:
MODELO DE CONDUTA PROIBIDA: matar alguém.
PUNIÇÃO: pena de 6 a 20 anos.
A norma do art. 121 só ganhará força, quando determinada pessoa resolver
tirar a vida de outra. Neste caso, a conduta humana se adequou perfeitamente
ao modelo de conduta proibida estabelecida previamente. É o fenômeno da
tipicidade (ou adequação típica).
1. O fenômeno jurídico denominado tipicidade (ou adequação típica),
então, é a relação de adequação de uma conduta humana a um
modelo previamente estabelecido pela lei penal.
ESTUDOS ESPECIAIS SOBRE O FATO TÍPICO
2. A TENTATIVA (art. 14, II do CPB)
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Observe:
MODELO: Matar alguém (art. 121 do CPB).
CONDUTA: (tentar) matar alguém.
Viu como a conduta não encontra adequação ao modelo? Pois então.
Quando isso ocorre, devemos nos socorrer a um tipo que incremente o tipo
básico. Leia-se necessitaremos de um tipo que estenda a aplicação do tipo
básico.
O modelo diz “matar” e não “tentar matar”. Qual a saída então?
No caso apresentado, podemos pedir auxílio de outro tipo penal. Aquele
justamente que trata da tentativa. Quer ver?
Observe:
MODELO: ―matar‖ alguém (art. 121 do CPB) + Tentativa (art. 14, II,
do CPB).
CONDUTA: tentar matar alguém.
A isso se dá o nome de adequação típica mediata ou indireta. Leia-se
mediata, pois a adequação não ocorre imediatamente, mas MEDIATAMENTE,
através de um tipo de extensão.
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3. Do ITER CRIMINIS
ITER CRIMINIS
Não é COPREXCO entender o
iter criminis, ou seja:
CO= COGITAÇÃO
PRE=PREPARAÇÃO
EX= EXECUÇÃO
CO= CONSUMAÇÃO
TIPICIDADE (ADEQUAÇÃO TÍPICA)
IMEDIATA OU DIRETA Somente um tipo penal
MEDIATA OU DIRETA Exige um "tipo de extensão".
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a) Fase interna:
a.1) cogitação
Na cogitação há um processo interior em que o autor organiza seu
plano delitivo e estabelece a meta de sua ação, elegendo, a partir dos
fins, os meios e as etapas para o sucesso do fim colimado, regida tal
etapa pelo princípio cogitationem poena nemo patitur (Ulpiano). Leia-
se, não há pena para a mera cogitação.
Então, A COGITAÇÃO NUNCA É PUNÍVEL.
b) Fase externa:
b.1) Preparação
Podemos afirmar que o direito penal, em regra, não pune a preparação,
exceção quando os atos preparatórios são punidos como crimes autônomos
ex: 288 (Quadrilha ou Bando) e 291 (petrechos para falsificação de moeda);
art. 14 da lei 10.826/03 (porte de arma).
Então, REGRA GERAL A PREPARAÇÃO PARA O CRIME É IMPUNÍVEL,
SALVO QUANDO OS ATOS PREPARATÓRIOS FOREM PUNÍVEIS
AUTONOMAMENTE.
A preparação é o processo pelo qual o autor disponibiliza os meios
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eleitos para criar as condições para obter o fim ilícito.
b.2) Execução
Podemos falar, basicamente, que a execução é a utilização dos meios ou
instrumentos eleitos para a realização do plano delitivo.
b.3) Consumação: considera-se consumado o crime quando se fazem
presentes todos os elementos de sua definição legal. (art. 14, I).
O crime está consumado quando o agente preenche completamente o que
está descrito no tipo penal.
MODELO: “Provocar aborto em si mesma”, art. 124 do CPB.
CONDUTA: A grávida toma Citotec e ocasiona um aborto. Com a morte do
feto o crime está consumado.
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4. O EXAURIMENTO DO CRIME
O exaurimento do crime (que não é fase do iter criminis) ocorre quando o
agente, DEPOIS DE CONSUMAR O DELITO, pratica nova conduta, provocando
nova agressão ao bem jurídico penalmente tutelado.
Vamos supor que o sujeito furte um veículo (Art. 155 do CPB). Após o furto,
resolve vender o veículo furtado. Perceba que a venda do veículo não mais faz
parte do crime de furto que já está consumado. Vender o carro furtado é um
EXAURIMENTO.
5. FÓRMULA DA TENTATIVA
Para que exista tentativa, como vimos faz-se necessário que ocorra um início
ITER CRIMINIS
( CO.PRE.EX.CO)
Cogitação Nunca punível
Preparação Em regra, não punível.
Execução
Consumaçãorealização completa do tipo
penal
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de execução e, para que seja punível é preciso que não se produza o
resultado por causas independentes da vontade do autor. Então
poderíamos pensar em crime tentado somente dentro da seguinte fórmula:
dolo + início de execução + não ocorrência do resultado contra a
vontade do autor (art. 14, II, CPB).
6. Espécies de tentativa
a. A tentativa pode ser classificada como:
Perfeita (tentativa acabada ou crime falho)
O agente realizado todos os ato de execução, mas não atinge o resultado.
Exemplo: o autor ministra veneno suficiente para matar a vítima, mas esta é
levada ao hospital e toma o antídoto em tempo de ser salva.
b. Imperfeita (tentativa inacabada)
O agente é interrompido durante a execução.
Se o agente desfere dois tiros na vítima, podendo ter efetuado mais disparos,
pode ser interrompido pela chegada da polícia.
c. Branca (ou incruenta)
A vítima não é atingida, saindo ilesa.
Se o agente efetua o disparo, mas não acerta a vítima, ocorre a tentativa
branca.
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7. QUAL A PUNIÇÃO DA TENTATIVA?
Pune-se a tentativa com a pena do crime consumado, reduzida de 1/3 a 2/3,
salvo expressa disposição em contrario.
8. CRIMES QUE NÃO ADMITEM TENTATIVA
A doutrina elenca alguns crimes que não admitem tentativa, ou seja, em tais
infrações não é possível fracionar o iter criminis.
ESPÉCIES DE TENTATIVA
Tentativa Perfeitao agente esgota a execução, mas não atinge o resultado
Tentativa Imperfeitao agente não esgota os
meios executórios
Tentativa Branca
A vítima sai ilesa
obs. : o contrário de tentativa branca é a tentativa vermelha
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C.C.H.O.U.P
C ontravenções ( art. 4º da LCP)
C ulposos ( Imprudência, imperícia e negligência)
Habituais (Arts. 229, 230, 284 do CPB)
O missivos próprios ( Art. 135 do CPB)
U nisubsistentes
P reterdolosos (dolo+culpa)
Obs1.: Existem os crimes de atentado ou de empreendimento que são
aqueles em que a tentativa já é punida como se fosse consumado o
crime ( art. 352 e 358 do CP).
Obs.2: O crime de induzimento, instigação e auxílio ao suicídio só é
possível na sua modalidade consumada, uma vez que, no mínimo
devem restar lesões graves (Art. 122 do CPB).
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9. Desistência voluntária
Se o agente inicia os disparos de arma de fogo, tendo acertado um ou dois
tiros, mas não o suficiente para matar a vítima. Após, atende aos pedidos da
vítima para não ser morta. Ainda tem o autor munição para continuar a
execução, mas resolve interrompê-la.
Segundo a fórmula de Frank, é voluntário quando não quer, apesar de
poder. Não é voluntário quando não pode, ainda que deseje.
INFRAÇÕES QUE NÃO ADMITEM TENTATIVA
C.C.H.O.U.P
Contravenções
Culpososo (salvo culpa imprópria)
Habituais
Omissivos Próprios
Preterdolosos
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10. Arrependimento eficaz
O agente desiste depois da execução, mas antes da consumação, impede seu
resultado. Após fazer tudo que era necessário para matar a vítima, o autor
resolve socorrê-la ao hospital para evitar sua morte.
11. Consequência Jurídica
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA (DV) OU
ARREPENDIMENTO EFICAZ (AE)
DV
O agente paraliza voluntariamente a execução e evita o
resultado
AEO agente termina a
execução, mas impede o resultado
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O agente só responde pelos atos já praticados (se forem típicos). É a chamada
―ponte de ouro‖, desaparecendo o crime cuja execução se iniciara. No caso
de agente falsificar o documento, entregando à vítima com a intenção de
praticar estelionato, mas desiste antes de obter a vantagem indevida,
responde apenas pela falsificação.
12. Comunicação aos coautores no caso de DV e AE
Apesar da discussão doutrinária, o melhor entendimento é que, como a
desistência voluntária ou o arrependimento eficaz afastam a tipicidade, ela
também pode beneficiar o coautor. Preste atenção nas hipóteses:
13. Arrependimento Posterior: art. 16 do CP.
O arrependimento posterior é uma estratégia de política criminal que tem por
escopo estimular a reparação do dano nos delitos praticados sem violência ou
grave ameaça à pessoa.
Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa,
reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia
ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de
um a dois terços (Art. 16, CPB).
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14. Crime impossível (tentativa inidônea, quase-crime ou tentativa
inadequada)
No crime impossível, causa de exclusão da tipicidade, ação do autor
voltada à consumação de um tipo penal não poderá, de forma alguma,
alcançar o resultado. Isso pode ocorrer por dois motivos.
No primeiro, o objeto é absolutamente impróprio.
O que é o objeto do crime? É a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta.
Por exemplo, a pessoa é objeto do homicídio, o dinheiro é objeto do furto, o
ARREPENDIMENTO POSTERIOR
Só ocorre posteriormente à consumação
Gera a redução de 1/3 a 2/3
o limite é o RECEBIMENTO da denúncia ou queixa
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cheque é objeto da falsificação, e por aí vai.
É absolutamente impossível afogar um peixe.
No segundo, o meio (instrumento utilizado para o crime) é absolutamente
ineficaz. Exemplo: Afogar alguém com um conta-gotas.
Seria exemplo de crime impossível as hipóteses de flagrante preparado,
conforme súmula 145 do STF, in verbis:
Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna
impossível a sua consumação.
15. Teoria adotada quanto ao crime impossível
O nosso código penal (art. 17), quanto ao crime impossível, adotou a teoria
objetiva temperada ou modificada, que considera crime impossível somente
quando houver absoluta impropriedade do objeto e ineficácia do objeto.
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CRIME IMPOSSÍVEL
Inidoneidade absoluta do objeto
Inidoneidade absoluta do meio
É fato gerador de tipicidade
Teoria Absoluta Temperada
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QUESTÕES
1. CESPE_Procurador 3ª
Categoria_PGE_CE_2004)
Para resolver o problema da
relação de causalidade, o
Código Penal adotou a teoria da
tipicidade condicional, ou seja,
existe nexo causal, em direito
penal, quando, entre
determinada conduta típica —
correspondente à descrita por
uma norma penal — e
determinado evento, que
consiste em particular
modificação do mundo exterior
— também descrita na dita
norma —, existe relação com os
característicos de sucessão,
necessidade e uniformidade.
2
.(CESPE_Procurador_RR_2004)
No que se refere à teoria da
conditio sine qua non, julgue os
itens subseqüentes.
Causa é toda circunstância
anterior sem a qual o resultado
ilícito não teria ocorrido.
3. (ACAFE_DELEGADO DE
POLÍCIA SUBSTITUTO_SC_2008
-ADAPTADA) Julgue o item.
Alpha‖, com intenção de matar,
põe veneno na comida de
―Beta‖, seu desafeto. Este,
quando já está tomando a
refeição envenenada, vem a
falecer exclusivamente em
conseqüência de um
desabamento do teto. No
exemplo dado, é correto afirmar
que ―Alpha‖ responderá tão-
somente por tentativa de
homicídio, porquanto o
desabamento do teto é causa
superveniente absolutamente
independente da conduta de
―Alpha‖, que exclui o nexo
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causal entre esta e o resultado
―morte‖.
4.( CESPE - 2009 - DPE - ES )
Com relação a direito penal,
julgue os seguintes itens.
Considere a seguinte situação
hipotética. Alberto, pretendendo
matar Bruno, desferiu contra
este um disparo de arma de
fogo, atingindo-o em região
letal. Bruno foi imediatamente
socorrido e levado ao hospital.
No segundo dia de internação,
Bruno morreu queimado em
decorrência de um incêndio que
assolou o nosocômio. Nessa
situação, ocorreu uma causa
relativamente independente, de
forma que Alberto deve
responder somente pelos atos
praticados antes do desastre
ocorrido, ou seja, lesão
corporal.
5. CESPE_JUIZ_TJ_AC_2007)
Roberto, com intenção de matar
Marcelo, acelerou seu veículo
automotor em direção à vítima,
que, em conseqüência, sofreu
traumatismo craniencefálico.
Internado em hospital
particular, Marcelo, no decurso
do tratamento, veio a falecer em
virtude de uma
broncopneumonia que contraiu
nesse período. Com referência a
essa situação hipotética, julgue
os itens considerando a opção
que apresenta,
respectivamente, a natureza da
causa superveniente da morte
de Marcelo e o tipo de homicídio
doloso pelo qual Roberto deverá
responder.
a. relativamente independente –
consumado
b. relativamente independente –
tentado
c. absolutamente independente
– consumado
d. absolutamente independente
– tentado
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6.
(CESPE_Procurador_RR_2004)C
onsidere a seguinte situação
hipotética. Um indivíduo
mortalmente ferido por outro foi
colocado em uma ambulância,
que, no trajeto para o hospital,
colidiu com um poste,
oportunidade em que a vítima
morreu em razão dos novos
ferimentos. Nessa situação, por
se tratar de hipótese de causa
relativamente independente, o
autor responderá pela tentativa
de homicídio.
7. (JUIZ-TO CESPE 2007-
adaptada) Geraldo, na festa de
comemoração de recém-
ingressos na Faculdade de
Direito da Universidade Federal
do Tocantins, foi jogado, por
membros da Comissão de
Formatura, na piscina do clube
em que ocorria a festa, junto
com vários outros calouros. No
entanto, como havia ingerido
substâncias psicotrópicas,
Geraldo se afogou e faleceu.
Considerando a situação hipotética
acima e com base no direito penal e
processual penal, julgue os itens
1. À luz da teoria da imputação
objetiva, a ingestão de substâncias
psicotrópicas caracteriza uma
autocolocação em risco,
circunstância excludente da
responsabilidade criminal, por
ausência do nexo causal.
2.Nesse caso, é necessária a
demonstração da criação pelos
agentes de uma situação de risco
não permitido, segundo a teoria da
imputação objetiva, fato que não
ocorreu na situação hipotética
mencionada, visto que é inviável
exigir-se de uma comissão de
formatura rigor na fiscalização das
substâncias ingeridas pelos
participantes da festa.
3.De acordo com a teoria da
imputação objetiva, vigora o
princípio da confiança, o que não
ocorreu no caso em apreço, pois a
vítima se afogou em virtude de ter
ingerido substâncias psicotrópicas,
comportando-se, assim, de forma
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contrária aos padrões esperados e,
desse modo, afastando a
responsabilidade dos membros da
comissão de formatura.
8. (Juiz Federal/TRF 5/CESPE
2007)
Considere a seguinte situação
hipotética.
Fábio, vendo um carro em alta
velocidade vindo em direção a
Carlos, empurrou este, para
evitar o atropelamento. Em
virtude da queda sofrida em
decorrência do empurrão,
Carlos sofreu lesões corporais,
ficando com a perna quebrada.
Nessa situação, a conduta de
Fábio é atípica, pois destinada a
reduzir a probabilidade de uma
lesão maior, consistindo, assim,
em uma ação dirigida à
diminuição do risco.
9. (JUIZ SC 2007) Narra a
denúncia que, em festa de
comissão de formatura, a vítima
foi jogada dentro da piscina por
seus colegas, assim como
tantos outros que estavam
presentes, ocasionando seu
óbito, por afogamento, em
virtude da ingestão de
substâncias psicotrópicas. Os
membros da comissão de
formatura foram denunciados
pela suposta prática do crime de
homicídio culposo, apesar de
nenhum deles ter sido apontado
como sendo a pessoa que jogou
a vítima na piscina (HC nº
46525/MT, Rel. Min. Arnaldo
Esteves Lima, j. 21.03.2006).
Segundo entendimento do
Superior Tribunal de Justiça, a
respeito da relação de
causalidade, é correto afirmar:
I. Há nexo de causalidade na
ação de cada membro da
comissão de formatura e o
resultado morte produzido.
II. A vítima afogou-se em
virtude de ingestão de
substâncias psicotrópicas, o que
caracteriza uma autocolocação
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em risco, excludente da
responsabilidade criminal, pois
ausente o nexo causal.
III. Aplica-se ao caso a teoria
da imputação objetiva, porque
não demonstrada na denúncia a
criação, pelos membros da
comissão de formatura, de uma
situação de risco não permitido.
IV. A conduta dos membros da
comissão de formatura, do
modo como foi narrada na
denúncia, é atípica.
V. O fato narrado na denúncia é
típico, antijurídico e culpável.
Está (ão) correta (s):
a) As proposições II, III e IV
estão corretas.
b) As proposições I e V estão
corretas.
c) Somente a proposição II
está correta.
d) Somente a proposição III
está incorreta.
e) Somente a proposição I está
correta.
10.( CESPE - 2010 - MPE-SE -
Promotor de Justiça )
Valter, ocupante de cargo cujas
atribuições incluem fornecer
declaração de nascimento, não
forneceu esse documento a
Gabriela, quando ela recebeu
alta médica, após dar à luz seu
filho.
Nessa situação hipotética, a
conduta de Valter
a) é atípica.
b) constitui crime preceituado no
ECA, que pode ser punido a título
de dolo ou culpa.
c) constitui crime preceituado no
ECA, punido apenas na modalidade
dolosa.
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d) constituirá crime se ele puder
ser considerado funcionário público,
para fins penais.
e) constitui crime de prevaricação,
previsto no CP.
11. ( CESPE - 2007 - TSE -
Analista Judiciário - Área
Administrativa - TRE )
A respeito das teorias
formuladas em torno da
tipicidade penal, assinale a
opção correta.
a) A palavra tipo, uma tradução do
vocábulo
alemão tatbestand, enfatiza a
natureza predominantemente
aberta da descrição das condutas
humanas penalmente relevantes.
b) Para a configuração da tipicidade
da conduta, exige-se apenas a
tipicidade formal, sendo
desnecessária a presença da
tipicidade material.
c) Atualmente o tipo possui caráter
puramente descritivo e indiciário da
ilicitude.
d) A tipicidade conglobante surge
quando comprovado, no caso
concreto, que a conduta praticada
pelo agente é antinormativa, ou
seja, contrária à ordem jurídica,
bem como quando é ofensiva a
bens jurídicos relevantes para o
direito penal.
12. ( CESPE - 2009 - DPE - ES -
Defensor Público )
Em relação aos institutos de
direito penal, julgue os itens a
seguir.
Seria desproporcional eventual
condenação criminal, com a
consequente imposição de pena
privativa de liberdade, de
agente que tentasse furtar de
um supermercado duas latas de
azeite, 6,5 kg de carne bovina e
1,6 kg de bacalhau, pois a
ofensividade de sua conduta é
mínima e não há nenhuma
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periculosidade social na ação
por ele cometida, além de a
reprovabilidade do seu
comportamento ser de grau
reduzidíssimo e a lesão ao bem
jurídico, inexpressiva, segundo
o STJ.
13. ( CESPE - 2004 - Polícia
Federal)
Em cada um dos itens
seguintes, é apresentada uma
situação
hipotética, seguida de uma
assertiva a ser julgada.
Marcelo, com intenção de matar,
efetuou três tiros em direção a
Rogério. No entanto, acertou
apenas um deles. Logo em
seguida, um policial que
passava pelo local levou Rogério
ao hospital, salvando-o da
morte. Nessa situação, o crime
praticado por Marcelo foi
tentado, sendo correto afirmar
que houve adequação típica
mediata.
14. ( CESPE - 2008 - STF )
Com base na parte geral do
direito penal, julgue os itens
abaixo.
Ocorre tentativa incruenta
quando o agente dispara seis
tiros em direção à vítima sem,
no entanto, causar qualquer
lesão na vítima ou em qualquer
outra pessoa, por erro na
execução.
15. ( MPE-MG - 2010 - MPE-MG -
Promotor de Justiça; )
Não admitem a
tentativa, EXCETO
a) os crimes omissivos impróprios.
b) os crimes culposos próprios.
c) as contravenções penais.
d) os crimes preterdolosos.
e) os crimes unissubsistentes.
16. ( CESPE - 2007 - TSE -
Analista Judiciário)
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Em relação aos pressupostos
teóricos da figura da desistência
voluntária, assinale a opção
correta.
a) Para que se possa falar em
desistência voluntária, é preciso
que o agente já tenha ingressado
na fase dos atos de execução do
delito, pois, caso o agente se
encontre praticando atos
preparatórios, sua conduta será
considerada um indiferente penal.
b) A desistência voluntária, para
configurar-se, necessita que o ato
criminoso não ocorra em
circunstâncias que dependam
diretamente da vontade do autor do
delito.
c) A concretização da desistência
exige tanto a voluntariedade da
conduta do agente quanto a
espontaneidade do ato.
d) Segundo a fórmula de Frank,
quando, na análise do fato, se
verificar que o agente pode
prosseguir mas não quer, o caso é
de crime tentado e quando o agente
quer prosseguir, mas não pode, o
caso é de desistência voluntária.
17. ( FCC - 2009 - MPE-SE )
Pedro efetuou disparo de arma
de fogo contra Paulo. Em
seguida, arrependido, o levou
até um hospital, onde, apesar
de atendido e medicado, veio a
falecer. Nesse caso, houve
a) arrependimento posterior.
b) desistência voluntária.
c) arrependimento eficaz.
d) crime tentado.
e) crime consumado.
18. ( TJ-SC - 2009 - TJ-SC - Juiz
Substituto) A desistência
voluntária e o arrependimento
eficaz, espécies de tentativa
abandonada ou qualificada, não
exigem a espontaneidade do agente
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para que possam ser reconhecidos,
bastando a voluntariedade.
19. ( FGV - 2008 - Senado
Federal - Advogado ) Um
domingo, ao chegar em casa
vindo do jogo de futebol a que
fora assistir, Tício encontra sua
esposa Calpúrnia traindo-o com
seu melhor amigo, Mévio. No
mesmo instante, Tício saca sua
arma e dispara um tiro na
cabeça de Calpúrnia e outro na
cabeça de Mévio. Embora
pudesse fazer outros disparos,
Tício guarda a arma. Ato
contínuo, apercebendo-se da
besteira que fizera, coloca os
amantes em seu carro e parte
em disparada para um hospital.
O trabalho dos médicos é
extremamente bem sucedido,
retirando a bala da cabeça dos
amantes sem que ambos
tivessem qualquer espécie de
seqüela. Aliás, não fosse a
imediata atuação de Tício,
Calpúrnia e Mévio teriam
morrido. Com efeito, quinze dias
depois, ambos já retornaram às
suas atividades profissionais
habituais.
A partir do texto, assinale a
alternativa que indique o crime
praticado por Tício.
a) lesão corporal leve
b) lesão corporal grave
c) tentativa de homicídio
d) Tício não praticou crime
e) exercício arbitrário das próprias
razões
20 ( TJ-SC - 2009 - TJ-SC - Juiz
Substituto
O arrependimento posterior,
causa obrigatória de diminuição
de pena, ocorre nos crimes
cometidos sem violência ou
grave ameaça à pessoa, em que
o agente, voluntariamente,
repara o dano ou restitui a coisa
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até o oferecimento da denúncia
ou queixa.
21. ( CESPE - 2007 - DPE - CE -
Defensor Público)
Considerando a parte geral do
Código Penal, julgue os
seguintes
itens.
Considere a seguinte situação
hipotética. Flávio, réu primário
e com bons antecedentes,
furtou o telefone celular de
Gina. Antes da prolação da
sentença, Flávio restituiu a Gina
o bem subtraído, por ato
voluntário. Nessa situação, a
pena de Flávio será reduzida de
um a dois terços.
22.( TJ-SC - 2009 - TJ-SC - Juiz
Substituto
Não se pune a tentativa quando,
por ineficácia absoluta do meio
ou por absoluta impropriedade
do objeto, é impossível
consumar-se o crime." O
excerto transcrito se refere ao
crime impossível, causa de
isenção de pena.
23. ( FCC - 2006 - DPE - SP -
Defensor Público )
No caso de crime impossível é
correto afirmar:
a) Se os meios empregados são
ineficazes para alcançar o
resultado, mesmo que o agente
acredite que são eficazes e aja para
evitar o resultado, haverá crime
impossível e não arrependimento
eficaz.
b) Se houver absoluta ineficácia do
meio a tentativa é atípica, mas
punível.
c) A ausência da menção da
inidoneidade no art. 17 do Código
Penal, que só trata da ineficácia do
meio e da impropriedade do objeto,
não pode ser resolvida com a
analogia in bonam partem.
d) Nos casos de flagrante
preparado, porque o bem está
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inteiramente protegido, não se pode
dizer que há crime impossível.
e) Para sua configuração é
necessário tanto que o meio seja
absolutamente ineficaz, quanto que
o objeto seja absolutamente
impróprio.
24. ( CESPE - 2007 - DPE - CE -
Defensor Público )
Considerando a parte geral do
Código Penal, julgue os seguintes
itens.
Segundo entendimento sumulado
do STF, não há crime quando a
preparação do flagrante pela polícia
torna impossível a sua consumação.
25. ( FGV - 2008 - TJ-MS - Juiz
de Direito )
Qual das seguintes
condutas não constitui crime
impossível?
a) O furto de dinheiro guardado,
cujas cédulas haviam sido marcadas
para descobrir quem ia tentar a
subtração.
b) A tentativa de homicídio com
revólver descarregado.
c) A apresentação ao banco de
cheque para sacar determinado
valor, se a vítima já determinara a
sustação do pagamento do cheque
furtado.
d) Quando o agente pretendia
furtar um bem que estava protegido
por aparelho de alarme que tornava
absolutamente ineficaz o meio
empregado para a subtração.
e) Quando o agente deu veneno à
vítima, mas a quantidade não foi
suficiente para matá-la
26. ( FCC - 2010 - SJCDH-BA )
Se o agente, para a prática de
estelionato, utiliza-se de documento
falsificado de forma grosseira,
inidôneo para iludir a vítima,
caracteriza-se
a) crime impossível.
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b) crime provocado.
c) erro sobre elementos do tipo.
d) crime putativo.
e) tentativa de crime.
27. ( FCC - 2011 - TRE-RN -
Analista Judiciário ) Quando o
agente dá início à execução de um
delito e desiste de prosseguir em
virtude da reação oposta pela
vítima, ocorre
a) arrependimento eficaz.
b) crime consumado.
c) fato penalmente irrelevante.
d) desistência voluntária.
e) crime tentado.
28. ( CESPE - 2011 - TJ-ES -
Analista Judiciário) Na tentativa
perfeita, também denominada
quase-crime, o agente realiza todos
os atos executórios, mas não atinge
a consumação por circunstâncias
alheias à sua vontade.
29. ( VUNESP - 2011 - TJ-SP -
Juiz) Antônio, durante a
madrugada, subtrai, com o
emprego de chave falsa, o
automóvel de Pedro. Depois de
oferecida a denúncia pela prática de
crime de furto qualificado, mas
antes do seu recebimento, por ato
voluntário de Antônio, o automóvel
furtado é devolvido à vítima. Nesse
caso, pode-se afirmar a ocorrência
de
a) arrependimento posterior.
b) desistência voluntária.
c) arrependimento eficaz.
d) circunstância atenuante.
e) causa de extinção da
punibilidade.
30. ( CESPE - 2011 - PC-ES -
Escrivão de Polícia ) Deve-se
reconhecer a atipicidade material da
conduta de uso de apetrecho de
pesca proibido se resta evidente a
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completa ausência de ofensividade
ao bem jurídico tutelado pela norma
penal, qual seja, a fauna aquática.
GABARITO
1 -E 6-C 11-D 16-A 21-E
2-C 7-VVV 12-C 17-E 22-E
3-C 8-C 13-C 18-C 23-A
4-E 9-A 14-C 19ª 24-C
5-A 10-B 15-A 20- 25-E
26-A 27-E 28-E 29-A 30-C
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