fauna de abelhas associada a plantas de manguezal na região da baía da babitonga (santa catarina)
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Figura 3: Número de interações por mês e por a) planta; b) abelha
a)
b)
Fauna de abelhas associada a plantas de manguezal na região da Baía da Babitonga (Santa Catarina)
Manuel Warkentin1,3; Vanessa Ferretti3; Tatiane B. M. Baran3; Andressa K.G. dos Santos3;
Rogério N. Barbosa3; Denise M. D. S. Mouga2,3,4 1Bolsista LABEL- Laboratório de Abelhas da UNIVILLE, 89219-710, Joinville, SC, Brasil. Email: deusconosco92@hotmail.com. 2Departamento de Ciências Biológicas, Universidade da Região de Joinville
(UNIVILLE), 89219-710, Joinville, SC, Brasil. 3LABEL- Laboratório de Abelhas da UNIVILLE. 4Coordenadora do Laboratório de Abelhas da UNIVILLE.
Em vista de sua importância para a polinização, a presença de abelhas é
importante num ecossistema, garantindo a perpetuação de muitas espécies de
angiospermas (SILVA & PAZ, 2012), assim como a produção de frutos (ANTUNES
et al., 2007), aumentando a diversidade da teia ecológica. Algumas espécies de
abelhas são polinizadoras de grupos restritos de plantas, constituindo relações
ecológicas bem específicas (GOBATTO & KNOLL, 2012). Desse modo, assim
como as plantas dependem de seus polinizadores, as abelhas dependem da
presença de certas espécies de plantas para sua alimentação.
Sobre a flora de ambientes de manguezal, ainda não constam muitos
trabalhos em relação à melissofauna nativa do Brasil.
Com este estudo visou-se verificar a interação de abelhas com a flora de
manguezal, identificando as espécies envolvidas, em áreas de manguezal, na
região norte do estado de Santa Catarina.
Foram analisados
levantamentos de espécies de
abelhas e plantas associadas,
realizados no entorno da Baía de
Babitonga, SC, nas localidades
Vila da Glória e Parque Caieiras,
realizados com redes
entomológicas e pratos-
armadilha, nos períodos 2001-
2003 (420 horas) e 2013-2014
(196 horas), respectivamente.
Nos estudos analisados, as espécies de abelhas encontradas foram:
• Apis mellifera L.,
• Bombus morio (Swederus, 1787),
• Trigona spinipes (Fabricius, 1793),
• Augochlora (Augochlora) sp.04,
• Ceratina (Ceratinula) sp. 07,
• Ceratina (Crewella) sp.08,
• Melitoma segmentaria (Fabricius, 1804).
ANTUNES, O. T., CALVETE, E. O., ROCHA, H. C., NIENOW, A. A., CECCETTI, D., RIVA, E.,
MARAN, R. E. 2007. Produção de cultivares de morangueiro polinizadas pela abelha jataí em
ambiente protegido. Horticultura Brasileira, 25: 94-99.
BARTH, O. M., LUZ, C. F. P. 1998. Melissopalynological data obtained from a mangrove area near
to Rio de Janeiro, Brazil. Journal of Apicultural Research., 37 (3) : 155-163.
GOBATTO, A. L., KNOLL., F. N. L. 2012. Monitoring euglossine bees (Hymenoptera: Apidae) as
bioindicators In a fragment of Cerrado. X Encontro de Abelhas. Anais. Ribeirão Preto/ SP.
NEVES, E. L., VIANA, B. F. 1997. Inventário da fauna de Euglossinae (Hymenoptera, Apidae) no
baixo sul da Bahia. Revista Brasileira de Zoologia , 4 (4): 831-837.
SILVA, W. P., PAZ, J. R. L. 2012. Abelhas sem ferrão: muito mais do que uma importância
econômica. Natureza online 10 (3) (Feira de Santana/ BA): 146-152.
INTRODUÇÃO
Este estudo evidencia que o manguezal, apesar de sua baixa diversidade
botânica, se constitui em habitat natural de abelhas, e tem importância como
pasto apícola, fato reportado anteriormente apenas para algumas espécies de
abelhas nas regiões sudeste e nordeste do Brasil.
Talipariti pernambucense Laguncularia racemosa Avicennia schaueriana Rhizophora mangle Apis mellifera Apis mellifera Apis mellifera Apis mellifera Bombus morio Ceratina (Ceratinula) sp. 07 Augochlora (Augochlora) sp. 04 Ceratina (Crewella) sp. 08 Ceratina (Crewella) sp. 08 Melitoma segmentaria Trigona spinipes
0
1
2
3
4
5
6
7
Nú
me
ro d
e in
tera
çõe
s Espécies de abelhas
Novembro
Dezembro
Janeiro
Fevereiro
Figura 1: Frequência relativa das interações amostradas com cada espécie
botânica, em cada localidade.
1,88
2,3
0,63
Caieiras
Taliparitipernambucense
Lagunculariaracemosa
Avicenniaschaueriana
1,18
0,59
0,88
Vila da Glória
TaliparitipernambucenseLagunculariaracemosaRhizophoramangle
Tabela 1: Espécies de abelhas que visitaram as espécies de plantas.
A espécie de abelha que interagiu com todas as espécies botânicas
analisadas e teve o maior número de interações foi Apis mellifera, espécie
polilética e altamente adaptável. Neves e Viana (1997) conduziram um estudo em
área de manguezal no sul da Bahia que visava conhecer apenas as espécies de
Euglossinae ocorrentes no local, não observando as interações com a flora. Barth
e Luz (1998), por outro lado, realizando análise polínica de mel proveniente de
área de manguezal no Rio de Janeiro, encontraram grãos de pólen de espécies
típicas de manguezal, sendo a mais frequente Laguncularia
racemosa, entretanto, o estudo, por ser realizado apenas com mel de A. mellifera,
não contemplou outras espécies de abelhas. O grupo das abelhas é muito variado
no que se refere à organização social, níveis populacionais, exigências para
nidificação e especializações alimentares. O manguezal, por exibir condições
ambientais específicas, restringe a diversidade. Assim, as espécies de abelhas
que ali foram encontradas mostram a adaptabilidade do grupo, as potencialidades
da flora de manguezal como recurso trófico e a importância de preservação deste
ambiente ameaçado. Este estudo, uma reunião de dados parciais de trabalhos
realizados em áreas que incluem manguezais e áreas próximas, na região
meridional, fornece uma base de comparação para futuros trabalhos mais
direcionados.
Ano 2014
Pró-Reitoria de Pesquisa da UNIVILLE - Universidade da Região de Joinville.
Foram consideradas as visitas de abelhas, amostradas sobre flores e/ou
inflorescências das espécies Rhizophora mangle (Rhizophoraceae), Laguncularia
racemosa (Combretaceae) e Avicennia schaueriana (Acanthaceae), espécies
típicas de manguezal, e Talipariti pernambucense (Malvaceae), táxon associado a
áreas de restinga próximas a manguezal.
OBJETIVO
MATERIAIS E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
APOIO
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