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FICHA PARA CATÁLOGO
Título: (Re)SIGNIFICANDO A PRÁTICA PEDAGÓGICA: Estudo e Reflexão
sobre Teoria e Prática e o Uso de Materiais Didáticos.
Autor Magda Cristhina Fonseca da Costa
Escola de Atuação Colégio Estadual Padre Sigismundo – Ensino
Fundamental, Médio e Profissional.
Município da escola Quedas do Iguaçu
Núcleo Regional de
Educação
Laranjeiras do Sul
Orientador Melissa Rodrigues da Silva
Instituição de Ensino
Superior
UNICENTRO
Disciplina/Área Pedagogia
Produção Didático-
pedagógica
Unidade Didática
Relação
Interdisciplinar
Disciplinas específicas e Estágio Supervisionado
do Curso de Formação de Docentes.
Público Alvo
Professores das disciplinas específicas e Estágio
Supervisionado do Curso de Formação de Docentes.
Localização
Colégio Estadual Padre Sigismundo – Ensino
Fundamental, Médio e Profissional.
Apresentação:
Justificativa: Observando a dificuldade dos
alunos no momento do estágio na Educação Infantil e
séries iniciais do Ensino Fundamental, percebemos a
necessidade de trabalhar com diferentes recursos
didáticos para facilitar e oportunizar uma aprendizagem
efetiva.
Recursos estes, devem estar disponíveis na
escola, bem como os profissionais preparados para
utilizá-los. Esses recursos são materiais concretos que
auxiliam na prática os conteúdos teóricos das diferentes
disciplinas: Português, Matemática, História, Geografia,
Ciências e Arte.
Pensando assim, é maravilhoso, mas um ponto é
bastante preocupante levando-me a questionar sobre
como estão sendo utilizados pelos professore estes
materiais nas escolas de educação básica.
Quando nos voltamos para nossa realidade,
cabe a nós professores de Estágio Supervisionado e
Pedagogos das escolas que oferecem o curso Normal,
ajudar e preparar os nossos alunos em formação para a
utilização de tais materiais, visto que nem mesmo no
momento do estágio supervisionado demonstram
interesse em saber o real objetivo dos mesmos.
Mesmo com todos os avanços na educação, o
grande desafio dos professores é diversificar suas aulas
utilizando recursos didático-pedagógicos que despertem
o interesse e atenção dos alunos, promovendo um
ensino de qualidade, e este se faz através de estudo e
aprofundamento teórico.
OBJETIVOS:
Os objetivos propostos no projeto a serem
alcançados na implementação, através de uma unidade
didática são, em especial, ressaltar a importância do
estudo das metodologias para a prática pedagógica,
analisar textos que demonstrem a importância e a
relação da teoria para a prática, discutir sobre o
processo ensino-aprendizagem e a utilização de
recursos pedagógicos. Estes são alguns objetivos
específicos para atingir o objetivo geral, que é
oportunizar momentos de reflexão e avaliação da prática
docente na disciplina de Estágio Supervisionado
METODOLOGIA:
A metodologia usada será com videoclipes para
motivação, oportunizando a discussão sobre a prática
pedagógica de cada um, análise de textos baseados em
autores que demonstrem a importância do estudo da
teoria para desenvolver uma prática efetiva.
(Re)Conhecimento de alguns materiais didáticos
disponíveis no Colégio , pelos professores, para auxiliar
no desenvolvimento dos conteúdos e facilitar a
aprendizagem.
Serão proporcionados momentos de reflexão e
debates, culminando com uma mesa redonda para
discutir sobre o processo ensino-aprendizagem e a
importância da utilização de recursos didático
pedagógicos para uma educação de qualidade.
Palavras-chave Reflexão.Teoria e Prática. Recursos didáticos
pedagógicos.
1
SUMÁRIO
1. IDENTIFICAÇÃO ............................................................................................. 2
2. APRESENTAÇÃO ........................................................................................... 3
3. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 5
4. FORMAÇÃO DE PROFESSORES: UM BREVE HISTÓRICO......................... 8
5. ESTRATÉGIAS DE AÇÃO ............................................................................. 13
5.1. Procedimentos Metodológicos ............................................................ 13
5.1.1. Encontro 1 ..................................................................................... 13
5.1.2. Encontro 2 ..................................................................................... 15
5.1.3. Encontro 3 ..................................................................................... 18
5.1.4. Encontro 4 ..................................................................................... 18
5.1.5. Encontro 5 ..................................................................................... 19
5.1.6. Encontro 6 ..................................................................................... 19
6. REFERÊNCIAS ............................................................................................. 21
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1. IDENTIFICAÇÃO
Professor PDE: Magda Cristhina Fonseca da Costa
Área PDE: Pedagogia
Núcleo Regional de Educação: Laranjeiras do Sul
Professor Orientador: Melissa Rodrigues da Silva
IES Vinculada: UNICENTRO
Escola de Implementação: Colégio Estadual Padre Sigismundo – Ensino
Fundamental, Médio, Normal e Profissional
Público objeto da Intervenção: Professores de Estágio Supervisionado e
disciplinas específicas do Curso de Formação de Docentes
Tema de Estudo: Prática Docente, Materiais Didáticos e Pedagógicos
Título da Unidade Didática: (Re)Significando a Prática Pedagógica: Estudo
e Reflexão sobre Teoria e Prática e o uso de Materiais Didáticos.
3
2. APRESENTAÇÃO
Estranhem o que não for estranho, tomem por
inexplicável o habitual, sintam-se perplexo ante o
cotidiano e nunca percam a capacidade de se indignar.
(Bertold Brech)
A intervenção na escola será uma unidade didática com produções
pedagógicas e metodológicas, resultado da participação no Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE, que proporciona a formação continuada dos
professores da rede pública vinculado à Secretaria Estadual de Educação do
Paraná.
O principal objetivo deste trabalho é proporcionar momentos de estudo e
reflexão com os professores das disciplinas específicas do curso de Formação de
Docentes do Colégio Estadual Padre Sigismundo de Quedas do Iguaçu, sobre teoria
e prática para que desenvolvam a reflexão transformadora da práxis pedagógica.
Segundo Pimenta (2010) a teoria e a prática estão associadas no processo
educativo, sendo que a teoria é o suporte, a intenção para a prática na educação.
Pretensiosamente pontuamos que este objetivo será alcançado no momento
em que esta proposta seja importante para os professores planejarem e
desenvolverem seus trabalhos de sala de aula.
O trabalho será iniciado com a apresentação de videoclipes para refletir
sobre a nossa prática pedagógica, o que oportunizará um debate crítico sobre o
mesmo; logo após será aplicado uma dinâmica de grupo para concluir o
trabalho.
No decorrer dos encontros serão estudados, analisados e debatidos de
forma crítica e criteriosa, textos pertinentes ao tema proposto: formação docente,
relação teoria e prática, utilização de recursos didáticos pedagógicos para uma
aprendizagem significativa
Oportunizaremos uma palestra com a Professora Melissa R. da Silva do
DEPED - Departamento de Pedagogia da UNICENTRO sobre o Estágio
Supervisionado na Educação Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental.
4
Para finalizar o trabalho, será organizado uma mesa redonda entre todos os
participantes do projeto para uma discussão sobre os pontos positivos e negativos
da implementação da unidade didática.
Pretendemos que os resultados do trabalho contribuam como um referencial
teórico para auxiliar na formação dos professores da Educação Infantil e séries
iniciais do Ensino Fundamental, nas disciplinas específicas e estágio
supervisionado.
5
3. INTRODUÇÃO
Observando a dificuldade dos alunos no momento do estágio na Educação
Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental do curso de Formação de Docentes,
percebe-se a necessidade de trabalhar com diferentes recursos didáticos para
facilitar e oportunizar uma aprendizagem efetiva.
Mas,quando nos voltamos para nossa realidade, cabe a nós professores de
Estágio Supervisionado e Pedagogos das escolas que oferecem o curso Normal,
ajudar e preparar os nossos alunos em formação, porém percebemos a necessidade
de momentos de aprofundamento teórico, estudo e reflexão aos professores das
disciplinas específicas do curso em questão para que ocorra uma formação de
qualidade, pois segundo Pimenta e Lima (2010) “formar o profissional da educação
exige um investimento competente e crítico nas ofertas do conhecimento, da ética e
da política”. (PIMENTA e LIMA, 2010, p. 17)
Mesmo com todos os avanços na educação, o grande desafio dos
professores é diversificar suas aulas utilizando recursos didático-pedagógicos que
despertem o interesse e atenção dos alunos, promovendo um ensino de qualidade,
e este se faz através de estudo e aprofundamento teórico.
Através da História da Educação brasileira, percebe-se a evolução na
formação dos professores, podemos perceber isso na citação de Aranha
(p.78, 1989) “a educação nacional, desde o século passado se volta para a
formação do cidadão”.
Para tanto, o magistério assume formas de profissão e inicia o
investimento na qualificação dos profissionais da educação. Como Pimenta e
Lima (2010) afirmam: “Para enfrentar os desafios das situações de ensino, o
profissional da educação precisa da competência, do conhecimento, de
sensibilidade ética e de consciência política. (PIMENTA e LIMA, 2010, p.15).
Quando a escola tem como meta desenvolver a apropriação do
conhecimento historicamente acumulado é importante que ela adote a
postura de realizar o processo de construção do conhecimento, por que:
A escola tem uma função especificamente educativa, propriamente
pedagógica, ligada à questão do conhecimento; é preciso, pois, resgatar a
6
importância da escola e reorganizar o trabalho educativo, levando em conta o
problema do saber sistematizado, a partir do qual se define a especificidade
da educação escolar. (SAVIANI, 2003, p.98)
Porém, hoje, a realidade é outra, a maioria dos alunos que se
matriculam no curso profissionalizante de Formação de Docentes não o
fazem por convicção e interesse, mas por falta de opção e perspectivas de
futuro. Todo este quadro reflete diretamente na qualidade da formação
docente da Educação Infantil e das séries iniciais do Ensino Fundamental.
No curso de formação de docentes encontramos um agravante que
explicita a qualidade desta formação. Fica notório o descaso com a qualidade
e o compromisso com a docência, no momento do estágio supervisionado,
onde os alunos não se interessam em utilizar, diversificar ou até mesmo em
conhecer os recursos metodológicos disponíveis para uso, e estes se
encontram na própria escola.
Diante disso, é necessário que a prática docente, através do Estágio
Supervisionado, seja o mais próximo possível da realidade em que o
estagiário atuará, fazendo com que o aluno se envolva e interfira de forma
positiva e atuante, para que haja a sua contribuição efetiva nas escolas onde
fará o primeiro contato com a realidade escolar, no momento do estágio.
O Estágio Supervisionado é considerado uma disciplina articuladora,
pois utiliza toda a teoria desenvolvida nas disciplinas específicas do curso de
Formação de Docentes, como fundamentação e sustentação teórica para a
prática docente.
Portanto, “considerar o estágio como campo de conhecimento
significa atribuir-lhe um estatuto epistemológico que supere sua tradicional
redução à atividade prática instrumental.” (PIMENTA e LIMA, 2010, p. 29)
É com a prática docente que o estagiário do magistério desenvolverá uma
postura crítica e reflexiva para atuar e responder às situações que surgem no dia a
dia do profissional.
De acordo com Pimenta (2010, p.41)” de acordo com o conceito de ação
docente, a profissão de educador é uma prática social.”
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É mister rever as práticas docentes,e para isso necessitamos oportunizar um
tempo de estudo e aprofundamento dos diferentes recursos didático-pedagógicos
dispostos ao ensino e aprendizagem, os quais serão importantes e necessários para
a compreensão e aplicabilidade dos conteúdos.
Os objetivos a serem alcançados na implementação através da unidade
didática são: oportunizar momentos de reflexão e avaliação da prática docente na
disciplina de Estágio Supervisionado; ressaltar a importância do estudo das
metodologias para a prática pedagógica; analisar textos que demonstrem a
importância e a relação da teoria para a prática; discutir sobre o processo ensino
aprendizagem e a utilização de recursos pedagógicos.
Como a preocupação em aprimorar a prática do professor das disciplinas
específicas e, consequentemente qualificar a atuação dos alunos do Curso de
Formação de Docentes no Estágio Supervisionado nas salas de aula dos Centros de
Educação Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental das escolas municipais,
esperamos atingir os objetivos propostos no decorrer da implementação, para
contribuir com o Curso de Formação de Docentes do Colégio Estadual Padre
Sigismundo de Quedas do Iguaçu.
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4- FORMAÇÃO DE PROFESSORES: UM BREVE HISTÓRICO
A educação brasileira sempre foi um instrumento de interesse nas mãos
de pessoas que achavam que a situação de dependência do Brasil deveria ser
mantida.
Os jesuítas, nossos primeiros educadores – da Companhia de Jesus,
fundada por Inácio de Loyola, em 1556, e que tinham por objetivo “a pregação da fé
católica e o trabalho educativo.” (PILETTI, p.135 , 1995)
[...] o ensino brasileiro, ao iniciar-se o séc.XIX, estava reduzido a pouco mais
que nada, em parte como conseqüência do desmantelamento do sistema jesuítico,
sem que nada similar fosse organizado em seu lugar. (PILLETI, 1995.p.13)
No período imperial grande era a preocupação sobre a formação das elites
dirigentes e muito pouco foi feito na formação de professores. Esses eram
selecionados seguindo os seguintes critérios: maioridade, moralidade e capacidade,
que nem sempre era avaliada.
A Lei de 15 de outubro de 1827 definiu e regulamentou a formação e o
exercício da docência, onde em 1830 surgiram as primeiras escolas normais nas
províncias da Bahia e Rio de Janeiro. Desde o início, o curso normal enfrentou
inúmeras dificuldades, entre elas a falta de professores qualificados e a inexistência
da prática de ensino.
O período entre 1889 a 1930 foi rico em reformas educacionais, onde o
ensino secundário foi o alvo principal. A Reforma Benjamin Constant atendeu a
interesses de modernização do ensino da elite brasileira, devido a isso Aranha
(p.78, 1989) cita que “A educação nacional, desde o século passado, se volta para a
formação do cidadão”.
A partir do período republicano no Brasil, com as reformas de Francisco
Campos (1931) o curso normal passou a fazer parte de um curso de segundo ciclo,
“definido como um ramo especificamente pedagógico, isto é, sem disciplinas de
caráter geral[...]” (PILETTI, 1995, p.165)
Segundo Piletti (1995), na década de 30, período da revolução, vários
avanços na educação aconteceram: a criação do Ministério da Educação e das
9
Secretarias da Educação, o que contribuiu para dar uma maior unidade educacional
nos estados; outro marco na educação foi o Manifesto dos Pioneiros e 1932, que
teve como objetivo a reconstrução educacional no Brasil, pois a educação deveria
ser vista como o maior instrumento de reconstrução da democracia, através da
integração de todos os grupos sociais e raciais, deveria ser pública, obrigatória,
gratuita, leiga e com unidade nacional.
O ensino normal foi regulamentado em 1946 através do Decreto Lei
nº8530, de 02 de janeiro, mas a verdadeira equivalência, ou seja, o Curso Normal
(técnico-profissionalizante) teria a mesma validade que o ensino médio a partir da
Lei nº4024 de 20 de dezembro de 1961, que foi a primeira Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional – LDBEN, que atingiu todos os níveis educacionais.
No período dos anos 60
“a febre em prol da educação pelo
desenvolvimento, levou JK não deixar faltar em seus discursos um item valorizando o ensino técnico-profissional... até mesmo o primário teria de se obrigar a “educar para o trabalho”.[...] colocando a escola “sob os desígnios diretos do mercado de trabalho”. ( Ghiraldelli .1991,p.131)
O país na época estava passando pela euforia da classe média com o
milagre econômico, em contrapartida, o terror militar inibia qualquer posicionamento
contra a Ditadura instaurada.
Nesse período, as escolas normais de 1ª a 4ª série, se transformaram na
Habilitação Magistério, o que nivelou por baixo o curso profissionalizante, pois quem
o procurava eram alunos com algumas dificuldades e queriam terminar um ensino
secundário para ingressar no ensino superior.
Após 1966, o curso passou a se chamar novamente de Curso Normal.
Esses cursos eram os principais espaços para formação de professores com
qualificação para trabalharem com a educação inicial das crianças, que antes era
exercida por mulheres que queriam ajudar na renda familiar, mas sem formação
específica. A partir desse momento a atividade de educar crianças passou a ter uma
dimensão maior e mais complexa, fazendo com que os profissionais percebessem a
necessidade e importância do aprofundamento nos estudos pedagógicos,
psicológicos e metodológicos.
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Na década de 70 houve uma grande expansão do curso de Pedagogia, o
que contribuiu, através de discussões e pesquisas, para um enriquecimento na
formação de professores das séries iniciais do Ensino Fundamental.
No Paraná, o curso de Magistério passou por todas essas reformas.
A discussão sobre a reformulação do Curso de magistério no Paraná inicia-
se já em 1983, [...] onde já aparecem críticas e sugestões de superação para o
curso concebido e concretizado durante os anos da ditadura militar. (PARANÁ,
1983, p.20)
Muitas discussões ocorreram em torno da elaboração de uma nova
proposta, com duração de quatro anos, que pretendia:
superar o tecnicismo, psicologismo e positivismo que se faziam presentes na
década de 80 [...]. Essa proposta foi aprovada pela Deliberação 02/90 do CEE,
tendo como relatora a Conselheira Maria Dativa Salles Gonçalves. (PARANÁ,
1992,p.21)
Á partir de 1996, com as mudanças nos rumos da educação, a Secretaria
de Educação do Paraná - SEED, fecha a matrícula em todos os cursos
profissionalizantes, inclusive o Magistério, impondo o Programa de Melhora e
Expansão do Ensino Médio – PROEM, e o ensino profissionalizante funcionaria
como um pós- médio.
O estado do Paraná, apesar de todas as pressões, ficou aproximadamente
oito anos à deriva do Curso de Formação de Docentes.
Só após 2003, baseado na política da gestão do governo 2003-2006, foi
assumida a responsabilidade de ofertar o ensino de Formação de Docentes em nível
médio, pelo Departamento da Educação Profissional.
O curso de Formação de Docentes tem como proposta de currículo uma
visão educacional, onde o trabalho é o eixo do processo educativo, pois o homem
deve:
compreender a natureza da relação que os homens
estabelecem com o meio natural e social, bem como as
11
relações sociais em suas tessituras institucionais [...]. Assim, a
educação é também uma manifestação histórica do estar e do
fazer humano que fundamentam o processo de socialização.
(PARANÁ, 2006, p.23)
A proposta deste curso é preparar jovens para a profissão de educador da
Educação Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental. Para isso, de um lado, a
formação do professor pressupõe “o domínio dos conteúdos que serão objeto do
processo ensino-aprendizagem e, por outro, o domínio das formas através das quais
ele realiza este processo.” (PARANÁ, 2006, p.24)
Segundo Libâneo (1994), a preparação das crianças e jovens para
participação ativa na vida social é o objetivo imediato da escola pública. Esse
objetivo é atingido pela instrução e ensino, tarefas que caracterizam o trabalho do
professor. A instrução proporciona o domínio dos conhecimentos sistematizados e
promove o desenvolvimento das capacidades intelectuais dos alunos. O ensino
corresponde às ações indispensáveis para a realização da instrução; é a atividade
conjunta do professor e dos alunos no qual transcorre o processo de assimilação
ativa de conhecimentos, habilidades e hábitos, tendo em vista a instrução e a
educação.
Diante disso, o Curso de Formação de Docentes, forma professores para a
Educação Infantil e Séries Iniciais do Ensino Fundamental, nas disciplinas da base
nacional comum, ou seja, Português, Matemática, História, Geografia e Ciências.
“A profissão de professor também é prática. E o modo de aprender a profissão [...],
será a partir da observação, imitação, reprodução e, às vezes, reelaboração dos
modelos existentes, na prática consagrados como bons.” (PIMENTA e LIMA, 2010,
p.35)
Para que os alunos do Curso de Formação de Docentes tenham uma formação
prática:
só pode ser conseguido se o estágio for uma preocupação, um eixo de todas as disciplinas do curso, todas as disciplinas, são ao mesmo tempo “teóricas e
12
práticas”. Num curso de formação de professores, todas as disciplinas devem contribuir para sua finalidade, que é formar professores a partir da análise, da crítica e da proposição de novas maneiras de fazer educação. (PIMENTA e LIMA, 2010, p.44)
Através do estágio o aluno irá observar e se apropriar da realidade
educacional, para, daí, poder analisá-la, discuti-la e se necessário modificá-la,
porém, sempre deve haver respaldo teórico para não cair na fundamentação
vazia, no “achismo”.
A prática do estágio se dá através da teoria resultante das disciplinas
específicas do curso, como as metodologias e os fundamentos da educação,
consequentemente o estágio é a instrumentalização da práxis docente.
Profissionalismo significa compromisso com um projeto político
democrático, participação na construção coletiva do projeto pedagógico,
dedicação ao trabalho de ensinar a todos, domínio da matéria e dos métodos
de ensino, respeito (e consideração) à cultura do aluno, assiduidade,
preparação de aula. (LIBÂNEO 1998.p.90)
A prática de formação é obrigatória, perfazendo um total de 800h, ou
seja, 200h/ano, num total de quatro anos, conforme legislação vigente (Del.
010/99 do Conselho Estadual de Educação - CEE). A prática de formação é
um trabalho coletivo de todos os profissionais responsáveis pela formação de
professores da Educação Infantil e Séries Iniciais do Ensino Fundamental,
onde o Estágio Supervisionado fará a articulação da teoria com a prática.
“Ensino de qualidade afinado com os desafios da sociedade contemporânea é
uma questão moral de profissionalismo e de sobrevivência profissional.”
(LIBÂNEO, 1998.p.50).
Para isso:
No estágio dos cursos de formação de professores, compete possibilitar que
os futuros professores compreendam a complexidade das práticas institucionais e
das ações aí praticadas por seus profissionais como alternativa no preparo para sua
inserção profissional. (Pimenta e Lima, 2010, p.43)
13
5- ESTRATÉGIAS DE AÇÃO
“A prática de pensar a prática é a melhor
maneira de aprender a pensar certo. O
pensamento que ilumina a prática é por ela
iluminada tal como a prática que ilumina o
pensamento é por ele iluminado.” (Paulo Freire)
Para repensarmos a nossa prática serão desenvolvidas algumas ações com
suportes teóricos fundamentados em autores dedicados aos estudos nessa área.
“A habilidade que o professor deve desenvolver é saber lançar mão
adequadamente das técnicas conforme as diversas e diferentes situações em que o
ensino ocorre, o que necessariamente implica a criação de novas técnicas”.
(PIMENTA, 2010,p.39 )
Procedimentos Metodológicos
5.1.1. Encontro 1
Dinâmica: “um lugar para se pensar em educação”, disponível em:
HTTP://angelavbecker.blogspot.com, acesso em: 28/07/2011, com objetivo de
propiciar um momento de descontração, apresentação e expectativas em relação ao
trabalho que será desenvolvido no decorrer dos cinco encontros propostos para
aplicação do projeto de intervenção na escola com a Unidade Didática.
Apresentação: Power Point da organização do trabalho que será
desenvolvido no decorrer da Unidade Didática para os professores participantes.
Videoclipe: “Tecnologia ou Metodologia”, da Universidade Presidente
Antonio Carlos – UNIPAC de Minas Gerais, com o Reitor Bonifácio Andrada (Grupo
14
de Trabalho de Imagem – GTRIC, PORTAL UNIPAC). Disponível em:.You tube.,
acesso em 08 de agosto de 2011.
A apresentação desse videoclipe tem por objetivo instigar uma discussão
sobre a atuação de cada um no seu cotidiano escolar, pois o mesmo mostra que a
prática do professor, apesar do avanço tecnológico, não tem apresentado muitas
mudanças,ou seja, a metodologia muda pouco.
Leitura: “Apontamentos sobre o trabalho da Docência”. Artigo do grupo
de Pesquisa Educação, Trabalho e Formação de Professores – GETFOP, da
UNICENTRO, Guarapuava. (Margareth de Fátima Maciel. Suzana Soares Tozetto,
Suzete Terezinha Orzechowski e Thaís de Sá Gomes). Com o objetivo de refletir e
compreender da importância das práticas escolares para a formação docente e sua
atividade profissional. Após a leitura, iniciaremos uma discussão,
enfatizando os seguintes apontamentos:
* Explique: A escola como parte integrante e integradora da sociedade
influencia e é influenciada por ela.
* Segundo Freire (1997, p.68) “ninguém educa ninguém, ninguém educa a si
mesmo, os homens se educam entre si mediatizados pelo mundo”.
* A atividade profissional do professor é de natureza social e visa não só o
desenvolvimento pessoal do educando, como também o desenvolvimento em uma
dimensão coletiva.
* O profissional docente é responsável pelo desenvolvimento das múltiplas
capacidades de seus Alunos.
* Comente quais os pontos mais significativos do texto para enriquecimento
do seu trabalho docente.
15
Mensagem: “As 21 estradas mais incríveis do mundo.” Disponível em:
HTTP://2bp.blogspot.com.publicado em 24/01/2011 por williangomes, (Recebido por
e-mail em julho de 2011).
Com o objetivo de mostrar com uma postura diferenciada é possível mudar
e/ou reverter os caminhos da educação, e isto reforça a importância de sua tarefa
político pedagógica.
Sugestão de leitura: “A reflexão na prática docente”, este artigo é
pertinente ao tema do trabalho por pontuar sobre a importância do professor
reflexivo acerca de suas práticas pedagógicas diante das transformações ocorridas
no mundo contemporâneo. Para que o professor desenvolva um trabalho de
qualidade, com comprometimento profissional, ético e social, deve compreender a
correlação entre teoria e prática.
Artigo escrito por Alexandra Barbosa Oliveira, Andresa Salvador, Elen Karla
Trés e Maria das Graças Santana Fernandes da Faculdade Capixaba de Nova
Venécia – UNIVEN - ES
5.1.2- Encontro 2
No meio educacional existem muitos mitos em relação à qualificação do
professor, em especial, que a falta dela é um dos maiores empecilhos para o país ter
uma educação de qualidade. Mas nem tudo é mito, pois quem procura manter esse
pensamento o faz para enfraquecer a classe e usá-la como forma de dominação
política.
A tarefa docente consiste em trabalhar o conteúdo científico e contrastá-lo
com o cotidiano, a fim de que os alunos, ao executarem a mesma ação do professor,
através das operações mentais apropriem-se dos conceitos científicos e neles
incorporem os anteriores, transformando-os também em científicos, constituindo
uma nova síntese mais elaborada. (GASPARIN, 2003, p. 58)
16
Leitura: “Quem de-forma o profissional do ensino?”, texto de Miguel
Gonzáles Arroyo. (VIELLA, Maria dos Anjos Lopes. (org.) Tempos e espaços de
Chapecó, Argos, 2003.)
Com este artigo vamos refletir sobre a qualificação e/ou desqualificação do
profissional da educação, com o objetivo de mostrar que nem tudo é mito sobre a
formação do profissional da educação e a importância da qualificação profissional.
Em seguida ganha destaque os seguintes apontamento para reflexão:
* A escola, sua organização padece a desqualificação dos profissionais ou
ela mesma desqualifica os profissionais que recebe?
* Qual o peso da organização escolar na formação ou deformação dos
profissionais que nela trabalham?
Segundo Pimenta,a identidade do professor, é construída:
[...] a partir da significação social da profissão; da revisão constante dos significados sociais da profissão; da revisão das tradições. Mas também da reafirmação das práticas consagradas culturalmente e que permanecem significativas. Práticas que resistem a inovações porque prenhes de saberes válidos às necessidades da realidade. Do confronto entre as teorias e as práticas, da análise sistemática das práticas à luz das teorias existentes, da construção de nova teorias. (PIMENTA, 1999, p. 19)
Leitura: “Modelos de Professores”, texto disponível na Revista PUC-RS.
(MAIA e SCHEIBEL, 2006,p.31). Este texto oportunizará ao profissional da
educação, através da reflexão e debate, compreender de forma significativa o que é
ser professor, numa visão ampla, que contempla sua valorização no contexto
histórico e cultural, mostrando a importância da formação continuada de forma
crítica-reflexiva sobre o seu fazer pedagógico.
17
Para discussão e reflexão:
* Estão os professores preparados teoricamente para fazer pesquisa e/ou
mudanças sobre sua prática pedagógica? Enumere alguns elementos que podem
ser entraves da prática desse processo.
Análise do filme: “O espelho tem duas faces”. Recortes desse filme para
discussão. É uma comédia romântica que tem como pano de fundo a história de dois
professores muito diferentes, ele, professor de Matemática, introvertido e com
dificuldades de relacionamento e domínio da turma nas suas aulas; ela, professora
de Literatura, muito comunicativa e com grande domínio nas suas aulas. Aos poucos
vão trocando idéias e as aulas do professor ganha qualidade, o que interfere
diretamente no domínio e aprendizagem da turma.
O principal objetivo para analisar recortes desse filme é o de observar como
o professor se posiciona diante da turma e as formas diferenciadas de utilização de
recursos, que são indispensáveis para que suas aulas sejam significativas e com
uma aprendizagem de qualidade.
Sugestão de filmes: Escritores da liberdade; Ao mestre com carinho;
Vem dançar e Quadros negros. Os filmes sugeridos têm como mensagem principal
a importância do professor para a educação e mostra os desafios enfrentados por
cada um deles em relação às turmas que trabalham. Também eles têm outros
pontos em comum que deixa bem claro que o professor deve lançar mão de vários
recursos didáticos e diferentes metodologias para motivar seus alunos e atingir os
objetivos propostos.
Sugestão de Leitura: “O professor como Profissional Reflexivo”. Artigo
de Dinéia Hipolitto, Mestre em Educação, supervisão e currículo.PUC/SP. 1998
.Disponível em http://conteudoescola.com/br
Para que o professor seja um profissional prático e reflexivo é necessário
que ele, constantemente, repense e avalie sua prática docente, pois seu instrumento
de trabalho são crianças e adolescentes em formação, portanto, é imprescindível
18
que ele se preocupe em estudar e atualizar sua prática docente para acompanhar a
evolução do mundo atual. Pensar é começar a mudar e mudar para melhor.
5.1.3- Encontro 3
Palestra: Com a Professora Melissa Rodrigues da Silva, Pedagoga, Mestre
em Educação, professora do Departamento de Pedagogia – DEPED da
UNICENTRO de Guarapuava. Este encontro tem por objetivo propiciar um momento
de socialização do conhecimento sobre o Estágio Supervisionado na formação do
docente, ou seja, na formação dos alunos que freqüentam o curso Normal e também
o curso de Pedagogia.
Texto para consulta e leitura prévia: O Estágio Supervisionado na
Educação Infantil e a formação do futuro docente. Disponível em:
http://www.educonufs.com.br/ivcoloquio/cdcoloquio/eixo_04/E4-71.pdf.
É fundamental que a prática do Estágio supervisionado seja constantemente
estudada e analisada, para podermos apontar as mudanças que devem ocorrer para
que haja uma educação de qualidade,em especial, na Educação Infantil e séries
iniciais do Ensino Fundamental.
5.1.4- Encontro 4
Leitura: Entrevista com a Prof. Drª Tânia Braga Garcia da Universidade
Federal do Paraná – UFPR, realizada dia 16 de junho de 2011 pela Redação do
Jornal do Profissional - MEC, sobre: “Materiais didáticos são mediadores entre
professor, alunos e o conhecimento. Com o objetivo de ilustrar a importância da
utilização de materiais didáticos na prática educativa, pois eles são os artefatos
existentes na educação para mediar a relação professor/aluno/conhecimento.
Disponível em HTTP://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads
Sugestão de materiais: Diferentes materiais didáticos para contribuir com a
prática profissional dos professores participantes do projeto.
HTTP://www.rededosaber.sp.gov.br
19
HTTP://www.educacao.sp.gov.br
HTTP://www.labvirt.futuro.usp.br
Sugestão de Leitura: “Aprendizagens de Professores e Alunos com
Materiais Didáticos nos anos iniciais do Ensino Fundamental.”
http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2009/anais/index.html.
5.1.5- Encontro 5
Mesa redonda: Será organizada para que todos os participantes do grupo
reflitam e discutam sobre os pontos positivos e negativos do projeto de intervenção
pedagógica, bem como registrem os resultados das ações desenvolvidas nos
encontros, com o objetivo de “explicitar e valorizar o estágio como um campo de
conhecimentos necessários aos processos formativos.” (Pimenta e Lima, 2010,
p.101).
Mensagem: “O poder da visão”, que objetiva despertar no professor o
quanto é importante seu trabalho para a formação do educando.
5.1.6- Encontro 6
Leitura: “Educação, Lições de Causa”, texto de Mario Sérgio Cortella –
PUC/SP. Será apresentado em forma de Power Point, onde os professores
receberão o texto reproduzido para análise e discussão
(HTTP://revistaeducacao.uol.com.br)
Texto coletivo: Para finalizar será redigido um texto coletivo, baseado nos
apontamentos anteriores, sobre a importância do Estágio Supervisionado como
campo de conhecimento teórico e não puramente uma disciplina instrumental,
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porém, com necessidade de conhecimento e aprofundamento dos recursos didáticos
para ter uma prática com qualidade e com resultados positivos na aprendizagem dos
alunos.
Reflexão: “Professores Apaixonados”, leitura para encerramento com o
texto em Power Point, para que todos reflitam sobre a importância da teoria e prática
para desenvolver uma educação efetiva, compromissada e de qualidade.
21
6. REFERÊNCIAS
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. São Paulo:
Moderna LTDA, 1993.
GASPARIN, João Luiz. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-
Crítica. São Paulo: Autores Associados. 2003.
GHIRALDELLI JR., Paulo. História da Educação. São Paulo. Cortez.
2001.
LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus professora. São
Paulo: Cortez, 1998.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.
PARANÁ. FUNDEPAR. Magistério para as séries Iniciais do
Ensino de 1º Grau. Anais do Seminário.Curitiba:SEED-PR,1983.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação-Proposta Curricullar do
Curso de Magistério/1992.
PARANÁ, SEED. Departamento de Educação Profissional. Proposta
Pedagógica do curso de Formação de docentes. Curitiba, 2006.
PILETTI, Nelson e Claudino. História da Educação. São Paulo:
Ática, 1995.
PIMENTA, Selma Garrido. Estágio e Docência. São Paulo: Cortez,
2010.
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