ficha para identificaÇÃo produÇÃo didÁtico-pedagÓgica · de filmes, textos vencedores das...
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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
Título: Eternizando Lembranças: Produção Escrita no Espaço Escolar por
meio do Gênero Memórias Literárias
Autor: Rosana Maria da Silva Braga
Disciplina/Área: Língua Portuguesa
Escola de Implementação
do Projeto e sua
localização:
Colégio Estadual Anita Garibaldi – Ens.
Fundamental e Médio. Situado à Rua dos
Estudantes, nº 62.
Município da escola: Jardim Alegre
Núcleo Regional de
Educação:
Ivaiporã
Professor Orientador: Andreia da Cunha Malheiros Santana
Instituição de Ensino
Superior:
UEL- Universidade Estadual de Londrina
Relação Interdisciplinar:
O projeto dialoga com as disciplinas de História e
Arte, uma vez que os alunos buscarão suas origens,
bem como pesquisarão sobre a cultura, costumes e
tradições.
Resumo:
A presente proposta justifica-se considerando a
dificuldade de leitura e escrita dos alunos no Ensino
Fundamental. Percebe-se que estes mesmos jovens
escrevem na internet, contam de suas vidas, estão o
tempo todo se revelando e apreciando o que os
outros escrevem. Assim, objetiva-se despertar o
gosto pela leitura e pela produção de textos do
gênero “Memórias Literárias” por se assemelhar ao
que os jovens fazem nas redes sociais. Para isso, os
alunos serão instrumentalizados sobre a linguagem
literária, o sentido conotativo presente nos poemas,
figuras de linguagem e a subjetividade do texto. Em
seguida, por meio de sequências didáticas, os alunos
terão contato com textos de memórias como letras
de músicas, poemas, livros de literatura e finalmente,
serão trabalhados vários textos vencedores das
Olimpíadas de Língua Portuguesa, do gênero
escolhido. Paralelo a todo o trabalho, os alunos
produzirão textos do gênero que serão organizados
num livro da turma e socializados no colégio, para
pais, professores, enfim, para toda a comunidade
escolar.
Palavras-chave:
Leitura e Produção escrita; gênero memórias
literárias.
Formato do Material
Didático:
Unidade Didática
Público:
Alunos do 8º ano
APRESENTAÇÃO
Esta Unidade Didática é o resultado de estudos do Programa de
Desenvolvimento Educacional do Paraná, que nos proporcionou um retorno à
Universidade para aprofundar nossos conhecimentos e refletir sobre a nossa prática.
A referida Unidade Didática foi desenvolvida com o objetivo de incentivar a leitura de
textos do gênero Memórias Literárias, com foco na produção escrita dos alunos do
8º ano do Colégio Estadual Anita Garibaldi – EFM. Do ponto de vista social, a leitura
e a escrita são duas aprendizagens essenciais que permitem a socialização e o
acesso à vida cidadã. Ao longo dos anos, em sala de aula, confrontamos
diariamente com a falta de interesse e relutância por parte dos alunos, no que se
refere à tarefa de ler e, principalmente, produzir textos, situação que se agrava mais
ainda no Ensino Médio. Percebe-se que, com o advento da tecnologia essa prática
se tornou ainda mais difícil, pois os alunos que estamos lidando na sociedade
contemporânea são os chamados nativos digitais, lidam com esses recursos
facilmente, são imediatistas, escrevem mensagens em seus celulares utilizando o
“whatsapp”, utilizando-se de abreviações e uso de “emoticons”, porém não
conseguem escrever um texto usando a norma culta. Diante desse contexto, surgiu
a ideia de trabalhar a produção escrita por meio do gênero narrativo “Memórias
Literárias”, pois se observa a facilidade que nossos alunos têm de falar de si
mesmos, de interagir com o outro nas redes sociais. Com o intuito de incentivar e
melhorar a produção textual, apresentamos esta Unidade Didática, que objetiva
mostrar aos alunos a importância de conhecer a história das pessoas mais
experientes por meio de entrevistas, valorizando suas experiências de vida, sua
cultura, promovendo o respeito às pessoas idosas que estão cada vez mais
presentes em nossa sociedade. As atividades serão desenvolvidas por meio de
sequências didáticas, partindo da leitura de texto, livros, poemas, músicas e trechos
de filmes, textos vencedores das Olimpíadas de Língua Portuguesa que falam sobre
lembranças, ou seja, que tem como tema o resgate de memória.
Os textos produzidos serão reestruturados e posteriormente organizados
numa coletânea que fará parte de um livro da turma para socialização com toda
comunidade escolar.
1º Momento – 2h/a
Objetivo:
- Observar quais são os conhecimentos prévios dos alunos com relação
ao gênero “Memórias”
Inicialmente, conversar com os alunos fazendo perguntas que ativem o seu
conhecimento prévio:
Quem se lembra de alguma coisa que costumava fazer quando era criança?
Quem se recorda de um acontecimento marcante de quando era bem pequeno?
Explicar-lhes que todos temos lembranças, episódios de vida para lembrar: uma
festa, uma travessura, um passeio, uma viagem, um costume.
Neste momento, é importante pedir aos alunos que escrevam um primeiro
texto do gênero memórias. A ideia é fazer uma comparação entre o que cada um
consegue fazer antes e depois de desenvolver a sequência de atividades sugeridas.
Professor, após esta atividade você perceberá o que o aluno sabe sobre o gênero e
posteriormente, poderá comparar com os últimos textos produzidos, ou seja, o que
foi aprendido com as oficinas.
Unidade Didática do Gênero Memórias
Literárias
2º Momento – 2h/a
Objetivo:
- Introduzir informações sobre o gênero Memórias Literárias, relato,
diário utilizando o Power Point;
Introdução ao Gênero:
Olá! Nas próximas aulas vamos aprender um pouco mais sobre o gênero
Memórias Literárias. Este gênero trata do relato de memórias das pessoas. Elas
retratam, com palavras, momentos vividos, geralmente momentos permeados de
emoções que podem ser tristes ou alegres.
Aos poucos vamos delineando o gênero, estudando suas marcas e
principalmente, lendo muitos outros textos de memórias.
Iniciamos diferenciando Memórias de Memórias Literárias. Ao fazer um relato
de Memórias, simplesmente, expõem-se fatos acontecidos sem a preocupação com
a linguagem literária, o texto mais parece um relatório. Vamos conhecer um pouco
mais sobre estes gêneros.
Gêneros textuais diferentes:
Embora com objetivos e características de produção diferentes alguns gêneros
tratam de temas muito semelhantes entre si e podem confundir o leitor.
Diário: costuma ser elaborado como um registro íntimo; em que sua
origem, não se dirige a outra pessoa, o seu destinatário primeiro é o
próprio autor. Nele, são registrados as experiências vividas no presente.
Quando os diários são publicados, tempos depois de terem sido escritos,
geralmente passam por uma transformação.
Trecho do filme: Diário de um Banana
(CLARA, ALTENFELDER e ALMEIDA, 2010, p. 44).
Didatizando
Quando se tem a intenção de escrever Memórias Literárias, que é o nosso
caso, é preciso trabalhar com a linguagem, usar figuras literárias, discernir o sentido
conotativo do denotativo, identificar a subjetividade que deixa o texto mais sensível,
mais bonito.
Memórias literárias geralmente são textos produzidos por escritores que,
ao rememorar o passado, integram ao vivido o imaginário. Para tanto, recorrem a
figuras de linguagem, escolhem cuidadosamente as palavras que vão utilizar,
orientados por critérios estéticos que atribuem ao texto ritmo e conduzem o leitor por
cenários e situações reais ou imaginárias.
Com base nos estudos dos gêneros textuais, pretendemos trabalhar em
sala de aula com o gênero “memórias literárias”, por se tratar de textos que
recuperam uma época considerando lembranças pessoais. Os alunos terão que
conversar com alguém e posteriormente, serão os escribas desta pessoa, bem como
narrar fatos de suas próprias histórias, usando recursos literários para tornar o texto
mais atraente com o objetivo de seduzir o leitor.
Relato histórico: pode ser definido como uma narrativa que estabelece
relações entre sujeitos, fatos e tempos históricos. O autor de um relato
histórico não se atém à narrativa de uma história. Quando o autor é um
historiador, ele busca fontes, reúne e analisa documentos, utiliza
critérios para verificar a veracidade do que relata. Normalmente, relatos
históricos não trazem a história do autor.
(CLARA, ALTENFELDER e ALMEIDA, 2010, p. 44).
Memórias Literárias: geralmente são narrativas que têm como ponto de
partida experiências vividas pelo autor em épocas passadas, mas
contadas de forma como são vistas no presente.
. (CLARA, ALTENFELDER e ALMEIDA, 2010, p. 45).
Dessa forma a palavra “recordar” nos leva ao passado trazendo lembranças
carregadas de emoções. Promove um resgate de histórias vividas por pessoas mais
velhas que são contadas oralmente ou por escrito às gerações mais jovens.
Ainda segundo Lima (2009, p. 22)
[...] um texto de memórias literárias objetiva resgatar um passado, com base nas lembranças de pessoas que, de fato, viveram esse tempo. Representa o resultado de um encontro, no qual as experiências de uma geração anterior são evocadas e repassadas para outra, dando assim continuidade ao fio da história, que é de ambas, porque a história de cada indivíduo traz em si a memória do grupo social ao qual pertence.
Nesse sentido, ao final desta Unidade Didática, pretende-se tornar público
as lembranças vividas pelos alunos e também as memórias das pessoas
entrevistadas e posteriormente narradas pelos alunos.
RECORDAR PARA CONTAR
Etimologicamente, “recordar” vem de “re” + “cordis” (coração), significando,
literalmente, “trazer de novo ao coração algo que, devido à ação do tempo,
tenha ficado esquecido em algum lugar da memória. Podemos dizer que, em
linhas gerais, é exatamente esta a função de um texto do gênero “memórias
Literárias. Vejamos abaixo as marcas do gênero: (LIMA, 2009, pg.22)
“É esse resgate das lembranças de pessoas mais velhas
passadas continuamente às gerações mais novas, por meio de
palavras e gestos, que liga os moradores de um lugar. O fato de
entender que a história desperta um sentimento de pertencer a
determinado lugar e época e ajuda na percepção de um passado
que foi realmente vivido e não está morto nem enterrado”
(LIMA, 2009, p..22)
https://pixabay.com/pt/idade-homem-vov%C3%B4-homem-velho-1015484/
https://pixabay.com/pt/idade-homem-vov%C3%B4-homem-velho-1015484/
https://pixabay.com/pt/idade-homem-vov%C3%B4-homem-velho-1015484/
3º Momento- 2h/a
Objetivo:
Apresentar as marcas do gênero Memórias Literárias;
Após conhecer as especificidades do gênero, é necessário ainda, lembrando
Geraldi, que a proposta de produção textual tenha intencionalidade como aquelas
que se fazem presentes na nossa vida, por exemplo, um poema para agradar
alguém, uma carta para demonstrar carinho a outra pessoas, o relato de memória de
alguém para dar voz a esta pessoa, ou seja, a produção deve ter um sentido, um
significado para que os alunos se envolvam e sintam prazer em escrever e nada
melhor que ouvir a história de um avô, por exemplo, e recontar esta história, cada
um com o seu estilo.
Recuperar estas histórias é uma oportunidade para aproximar gerações, pois,
na sociedade contemporânea, os adolescentes estão sempre conectados,
conversam utilizando celulares whatsapp e é muito comum, nas famílias, um não
saber da história do outro. As tradições, os valores essenciais para a vida, para a
formação do sujeito, estão sendo deixados de lado, ninguém tem tempo de
conversar, de ouvir o outro,
Sendo assim, esta é uma forma de aproximar essas gerações, levando os
alunos a conhecer e respeitar a sabedoria e experiência das pessoas mais velhas,
valores estes tão esquecidos em nossa sociedade.
Caro Professor!
Iniciaremos nossa discussão a respeito do gênero. Aproveite esse momento para
realizar uma sondagem, perguntando aos alunos o que sabem sobre o gênero
memórias.
Em seguida peça aos alunos que falem sobre os textos narrativos que têm lido ou
escrito. Instigue-os a lembrar-se das características destes textos como conter uma
marca de tempo, personagens, a narração de um fato, espaço... Depois dessa reflexão
sobre os estímulos necessários para que essas práticas ocorram, peça que os alunos
respondam:
4º momento – 2h/a
Objetivo:
- Investigar os hábitos de leitura dos alunos e apresentar a estrutura do
texto narrativo.
a) Vocês gostam de ler e escrever histórias?
_________________________________________________________________
b) Em casa, alguém costuma ler para vocês? Ou, ao contrário, vocês leem para
outras pessoas em casa (irmãos menores, por exemplo)?c) Onde vocês costumam
encontrar esse tipo de texto?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
O que deveria ter em sua escola para que pudessem ler e escrever mais textos
narrativos? __________________________________________________________
___________________________________________________________________
d) As atividades escolares, nas aulas de Língua Portuguesa, contribuem para que
vocês tenham mais contato com textos narrativos? Como?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
e) Onde vocês costumam ler livros de história?
___________________________________________________________________
f) Como vocês gostam de ficar quando leem: sentados, deitados, em pé?
___________________________________________________________________
Didatizando
Segundo as Diretrizes Curriculares da educação Básica Língua portuguesa
(PARANÁ, 2008), Ler é familiarizar –se com diferentes textos produzidos em
diversas esferas sociais; jornalísticas, artística, judiciária, científica, didático-
pedagógica, cotidiana, midiática, literária, publicitária, etc. no processo de
leitura, também é preciso considerar as linguagens não verbais. A leitura de
imagens, como; fotos, cartazes, propagandas, imagens digitais e virtuais, figuras
que povoam com intensidade crescente nosso universo cotidiano, deve
contemplar os multiletramentos mencionados nestas Diretrizes.
https://pixabay.com/pt/livro-leitura-hist%C3%B3rias-literatura-1019740/
Vamos saber um pouco mais sobre textos narrativos considerando que esta é
uma característica do gênero Memórias Literárias.
Texto Narrativo:
Nos textos narrativos, o autor conta os fatos por meio da voz do narrador. É o
narrador que apresenta os fatos. Além disso, é ele que marca o tom da
narração, ordena os acontecimentos, caracteriza as personagens e dirige o
decurso da ação.
Elementos da Narrativa:
O narrador é quem seleciona os fatos narrados e os apresenta de
determinada maneira, de acordo com sua intenção. É ele também quem
marca o tom da narração, a ordem dos fatos, caracteriza as personagens
e dirige, em suma, o decurso da ação.
A ação constitui o enredo (ou trama narrativa), composto pelos fatos do
modo como o narrador os apresenta.
As personagens são os seres reais ou fictícios que vivem os fatos
narrados. Podem ser pessoas, animais ou objetos personificados.
O espaço e o tempo da narração constituem o marco narrativo.
Narrador – é o elemento fundamental da história. Classifica-se em:
1ª pessoa. Nesse caso, o narrador, chamado narrador- personagem,
participa, como protagonista ou como testemunha, dos acontecimentos
que narra.
3ª pessoa: É o tipo mais comum de narração. Nesse caso
o narrador não participa dos fatos que narra, apenas conta a história.
o que acontece às personagens .Conhecido como observador narrador
http://www.coladaweb.com/redacao/elementos-da-narrativa
5º Momento - 3h/a
Objetivo:
- Incentivar a leitura;
- Ler o livro “Menino Nito” aos alunos para posterior discussão.
- Observar no livro as marcas do gênero narrativo.
Leitura do livro: Menino Nito
Vamos conversar um pouco sobre a história:
Onde se passa a história? (espaço)
Com quem? (Personagens)
Quando acontece o fato? (tempo)
O que aconteceu? Como? (enredo)
Qual era o problema do menino Nito?
Como eles conseguiram resolver o problema?
Qual é o foco narrativo do texto, ou seja, o texto está em primeira ou terceira
pessoa?
Professor!
Sabe-se que a leitura é o alimento para a escrita. Por isso, agora é hora
de incentivá-los. Vamos trabalhar com o livro “O menino Nito” de
Sonia Rosa. Este livro pode ser encontrado nos Núcleos Regionais de
Educação, faz parte do PNLD 2014/2015 e também pode ser
adquirido por meio do site: http://www.saraiva.com.br/o-menino-nito-116716.html?pac_id=125162&gclid=Cj0KEQjw4fy_BRCX7b6rq_WZgI0BEiQ
Al78ndwGnZ3twYHIjl0yq5ydKCKXhaoxSrOUNJciqMbJYi4EaAubX8P8HAQ Conta a história de um menino chorão. Vamos trabalhá-lo enfocando
as marcas da narrativa e posteriormente, solicitar uma produção escrita
dos alunos.
Didatizando
Observe os verbos usados: nasceu, chamou, ficou... Qual o tempo dos
verbos? _______________________________
Agora observe estes: chorava, crescia, falava, abria... qual o tempo destes
verbos? ________________________
Qual a diferença dos dois tempos verbais?
Você deve ter observado as terminações do verbo no pretérito perfeito,
verbos da 1ª conjugação (ar) cantar – tem a terminação –ava cantava verbos
da 2ª (er) e 3ª (ir) conjugações, tem a terminação –ia vendia, corria
Separe os verbos abaixo em colunas: pretérito perfeito e pretérito
imperfeito:
havia, tinha, estava, viu, ouviu, passou, cortou, levou, corria, aguentava,
pesavam, cuidou, chegou, perguntou
O que vocês sentiram ao ler o livro (prazer, tristeza, alegria, raiva ...)?
Vocês já passaram por uma situação desta?
Agora vamos responder aos questionamentos no caderno:
1-E aí, gostaram do livro? Ele fala sobre uma questão bem polêmica, não é mesmo?
Na verdade um paradigma que é:
_________________________________________
2- Por que o menino Nito ficou doente? ___________________________________
___________________________________________________________________
3-Qual foi a receita do médico para o menino? ______________________________
___________________________________________________________________
4-Os pais do menino tinham consciência de que o estavam prejudicando com o
conselho que lhe davam? _____________________________________________
5-E você, o que pensa sobre o assunto? O homem chora ou não chora? Justifique
resposta: __________________________________________________________
É hora de fazer o seu texto. Lembre-se de uma situação
em que, assim como o Menino Nito, teve de engolir o
choro. Escreva sobre isso. Lembre-se que o seu texto deve
conter: tempo (quando), espaço(lugar), personagens
(quem?), o que e como aconteceu? (enredo), os verbos
serão no passado.
Vamos iniciar o nosso trabalho com um poema Doce Pitanga, que retrata as belezas
do lugar, fazendo uso de linguagem literária. Vamos
Você observou que a narrativa do livro não traz uma linguagem literária? Para
entender mais sobre isto, vamos ler e apreciar um poema que fala de um lugar, de
uma cidade e das belezas que merecem ser cantadas em verso.
Professor, atenção!
Algumas considerações sobre o papel da revisão textual. A revisão não é correção e
deve ser considerada como parte essencial do processo de escrita e parte do conteúdo a
ser aprendido pelo aluno. Por isso, é importante que os estudantes a reconheçam
como uma etapa de reflexão e reelaboração do texto produzido, considerando os
aspectos discursivos e gramaticais que influenciam diretamente a capacidade
informacional do texto: ausência ou excesso de informações para a compreensão do
texto, redundâncias, incoerências, falta de conexão entre as ideias paragrafação,
ortografia, pontuação, concordância etc. O aluno necessariamente, na primeira
revisão, deve colocar-se no lugar de seu leitor e se perguntar: Meu leitor entenderia o
que quero dizer? O que eu devo dizer a mais para que meu texto fique claro para meu
leitor? Como dizer de outro jeito a fim de tornar meu texto compreensível?
Importante: há muitos aspectos que precisam ser observados durante a revisão.
Justamente por isso, imprescindível que você eleja, na primeira revisão, algumas
questões estruturais que aparecem com maior frequência em grande parte dos textos
escritos pelos alunos. As questões notacionais podem esperar para um segundo
momento da revisão, quando o texto já estiver mais apresentável ao leitor.
Didatizando
De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica
Língua portuguesa (PARANÁ, 2008), no caso da leitura de textos
poéticos, o professor deve estimular, nos alunos, a sensibilidade
estética, fazendo uso, para isso, de um instrumento imprescindível
e, sem dúvida, eficaz: a leitura expressiva. O modo como o docente
proceder à leitura do texto poético poderá tanto despertar o gosto
pelo poema como a falta de interesse pelo mesmo. Assim, antes de
apresentá-lo para os educandos, o professor deve estudar, apreciar,
interpretar, enfim, fruir o poema.
6º Momento - 2h/a
Objetivo:
- Ler um poema e verificar a linguagem literária utilizada; identificar o
sentido conotativo do poema.
Doce Pitanga
Doce Pitanga, de pitanga doce
Nas avenidas preguiçosas
Um convite irresistível
Pitangas deliciosas
Pontinhos laranjas
Espalhados pelo verde
Caprichosamente esculpidas
Com sua forma exibida
Convida a uma parada no tempo
Gostinho doce
Adoçando a vida
Lugarzinho cuidadosamente
colocado
No centro do Paraná
Como num quebra-cabeças
Foi encaixado lá
Cidade de um prédio só
Altivo, imponente
Dono do lugar
Avistado de longe
Enche o olhar
Na entrada da cidade
Ao amanhecer,
Quem viu, não esquecerá
A neblina, chumaços de algodão
Sobre as árvores enfeitadas
Uma leve demão
O frio vem chegando
As pessoas se aconchegando
As lareiras outrora acesas
Um café quentinho na mesa
Pitanga tem um rio
Rio menino
Embala toda a cidade
Com sua música serena
Esta suave melodia
Deixa a vida mais amena
Suas águas alegres e saltitantes
Vão benzendo a plantação
Vão compondo para todos
Esta linda canção
Num gesto de união
A praça renovada
Feita a muitas mãos
Agora o chafariz
Um pinheiro de braços abertos
Acolhe quem chega
Verdadeiro anfitrião
Feliz de quem pode
Apreciar esta visão
De um verde hipnotizante
De um formato sedutor
Em posição de sentido
Revela a todos, seu vigor
Nas cirandas dos amigos
Corre o chimarrão
De história em história
Vão tecendo uma oração
De solidariedade,
de quem vê o outro
De quem sabe dividir
Fazendo o outro sorrir
Pra animar a conversa
Na chapa do fogão
Vão despindo aos poucos
O saboroso pinhão
De tudo o que vi
De tudo o que senti
Ficam as boas lembranças
Das amizades que fiz
Momentos preciosos que vivi
Estão todos embalados
Carinhosamente guardados
Aqui me sinto em casa
Tenho amigos “cireneus”
Com suas gotinhas de prata
Fazem cócegas no nariz
Flores de todas as cores
Verdadeiro palco de amores
Bom de contemplar
Numa noite de luar
Acima Sant’Ana
Nossa eterna intercessora
É a padroeira da cidade
Terra de povo humilde
E muita religiosidade
Na tradição gaúcha
Desfilam vestidos com babados
Nos cabelos, lindos penteados
Lenço no pescoço, botas,
bombachas
Borbulham sorrisos estampados
Pais e filhas abraçados
Ao som do acordeão
Deslizam passos ordenados
Por todo o salão
1) O que você percebeu? Este poema ressalta que belezas ou peculiaridades do
lugar?
Complete com as informações do texto:
a) A cidade de Pitanga fica localizada:___________________________________
b) De acordo com a primeira estrofe, a cidade tem esse nome
porque___________________________________________________________
c) Observe o primeiro verso: “Doce Pitanga, de pitanga doce”, porque a mesma
palavra é escrita com letra maiúscula e depois minúscula? A palavra doce tem o
mesmo sentido em Doce Pitanga, de pitanga doce? Complete com o sentido
denotativo ou conotativo:
Doce Pitanga: ____________________
Que lugar bom de se viver!
Obrigada, meu Deus!
“Pitanga o leite quente
Terra que conquista a gente”
Jane da Silva Scaramal
NRE/Pitanga
Denotação e conotação:
Nos textos literários nem sempre a linguagem apresenta um único sentido, aquele apresentado pelo dicionário. Empregadas em alguns contextos, elas ganham novos sentidos, figurados, carregados de valores afetivos ou sociais. Quando a palavra é utilizada com seu sentido comum (o que aparece no dicionário) dizemos que foi empregada denotativamente.Ex.: Os domadores conseguiram enjaular a fera
Quando é utilizada com um sentido diferente daquele que lhe é
comum, dizemos que foi empregada conotativamente. Este
recurso é muito explorado na Literatura.Ex.: Ele ficou uma fera
quando soube da notícia.
pitanga doce: _____________________
d) O que o autor sugere com os versos:
- Pontinhos laranjas / Espalhados pelo verde: _______________________________
-Caprichosamente esculpidas: __________________________________________
e) Desenhe uma pitanga, tente retratar a forma exibida da fruta sugerida pela autora.
7º Momento -2h/a
Objetivo:
- Explicar o uso das figuras de linguagem: personificação e metáfora
2) Os autores costumam usar a personificação nos poemas. Você sabe o que é
isso?
Agora vamos estudar um pouco sobre as figuras de linguagem:
Metáfora e Personificação, para que você também possa aprender a embelezar e
usar a linguagem literária em seus textos.
Retire outras personificações do texto:
Personificação pode ser descrito como uma figura de linguagem em que um objeto
ou ser vivo é personificado, ao atribuir características humanas e qualidades para
isso. Podemos ver um exemplo do poema: O pinheiro de braços abertos/Acolhe
quem chega/Verdadeiro anfitrião. Suas águas alegres e saltitantes. Nas avenidas
preguiçosas. Veja que foram dadas ações e qualidades ao pinheiro, ás águas e
avenidas que na verdade, são de pessoas humanas. Isto é personificar.
1) Agora mostre que você aprendeu. Volte ao texto e retire outras personificações de
lá:
a) Na chapa do fogão ______________________________________________
b) Pitanga tem um rio, rio menino ____________________________________
c) Na tradição gaúcha _____________________________________________
d) Agora o chafariz ________________________________________________
2) Faça você uma personificação para as palavras abaixo: Nesta atividade eles
criarão personificação
a) O rio: ____________________________________
b) As flores: _________________________________
c) A montanha: _______________________________
Grife as metáforas dos versos abaixo:
a) “A neblina, chumaços de algodão /Sobre as árvores enfeitadas
Uma leve demão”
b) Pitanga tem um rio /Rio menino /Embala toda a cidade
c) Um pinheiro de braços abertos /Acolhe quem chega/Verdadeiro anfitrião
d) Flores de todas as cores/Verdadeiro palco de amores/Bom de contemplar/ Numa
noite de luar
5) Agora construa você metáforas com as palavras:
a) Sol: ______________________________
b) Amigo: ____________________________
c) Professor:__________________________
6) O autor termina o poema com os versos:
Aqui me sinto em casa / Tenho amigos “cireneus” / Que lugar bom de se viver! /
Metáfora: consiste numa comparação de palavras em outro. É
uma comparação abreviada em que o verbo não está expresso,
mas subentendido. Por exemplo “Meu amigo é um touro”.
Obviamente o amigo não é um touro, mas é forte como um
touro. Aquele homem é um leão. Ela é uma flor.
Obrigada, meu Deus! O que eles revelam? Qual o efeito de sentido da palavra
“cireneus”? (Para responder está questão você deverá pesquisar no link abaixo
sobre a história de Cireneu. ( http://www.cacef.info/news/o-cirineu/ - acesso em
08/11/16
7) Agora você vai fazer uma pesquisa sobre os lugares da sua cidade que merecem
ser destacados. Pode usar o celular para fotografar, pode filmar para ilustrar o seu
texto. Procure usar personificações, construir metáforas para deixar o seu texto mais
bonito. Lembre-se, procure ver como se fosse a primeira vez, olhe com sensibilidade
para as peculiaridades do seu município. Você pode fazer em forma de poema com
ou sem rima.
8º Momento- 2h/a
Objetivo:
- Ler e interpretar o texto;
- Aprofundar os estudos sobre a linguagem literária;
Vamos continuar nosso estudo sobre a linguagem literária. Vamos ler o texto
“Madrugada”, que está no livro “O gato malhado e a Andorinha Sinhá” disponível em:
http://pt.slideshare.net/dricarrion/o-gato-malhado-e-a-andorinha-sinha-de-jorge-
amado-e-book-texto-integral (data de acesso). Colocar o texto aqui.
O texto é rico em personificações, o autor constrói a personagem da
Madrugada, do Vento, das Árvores utilizando-se da linguagem conotativa, é um texto
maravilhoso. Vamos estudar o texto:
1-O autor usa maiúsculas para Manhã, Vento, Noite, por que ele faz isso?
___________________________________________________________________
2- Como a manhã acorda? Que metáfora o autor usa para descrevê-la?
___________________________________________________________________
3- Só há um jeito de a manhã não precisar acordar mais tão cedo. O que o autor
sugere?
___________________________________________________________________
4- Sobre a paixão secreta do vento pela manhã, o autor usa a expressão: “Anda na
boca do mundo”. O que isto significa?
___________________________________________________________________
6-Nos dois últimos parágrafos, o autor compara o Vento a um determinado tipo de
homem. Que homem é esse?
___________________________________________________________________
7-Ainda, neste trecho o autor emite opinião sobre o Vento. Descreva o que o autor
sugere sobre este personagem: __________________________________________
8- Quais as ações do vento que depunham contra ele?
___________________________________________________________________
9- Este livro faz uma alusão a que outras histórias de amor não consumadas?
___________________________________________________________________
11- Descreva os adjetivos que o autor usa, no primeiro parágrafo, para descrever a
manhã: ____________________________________________________________
12- Além da Manhã, o Vento tem outras fãs. Quem são elas? _________________
__________________________________________________________________
13- O autor emite uma opinião sobre a Noite e as árvores do bosque. Como ele as
vê? _______________________________________________________________
14- Agora é com você, escreva sobre o seu primeiro amor. Tente usar as figuras que
você aprendeu como a personificação e a metáfora. Fale dos seus sentimentos, da
sua reação quando se encontravam, como era o (a) seu(sua) amado (amada)..
https://poemasdomundo.wordpress.com/2006/06/14/meus-oito-anos/ -Acesso em
Out.2016
Vamos entender o texto:
1-Qual o gênero do texto acima? ______________________________________
2- O poema é composto por ___ estrofes que são compostos por ____ versos cada
um.
3-O poema tem rimas? ____________________________
4-Sobre o que fala o poema? _________________________________________
5--Na segunda estrofe, que palavras ele usa para se referir à infância?
____________________________
Ainda nesta estrofe, o autor constrói figuras de linguagem. Identifique-as:
a) Respira a alma inocência / Como perfumes a flor;
Você já leu ou ouviu falar do poema: Meus oito Anos de Casimiro de
Abreu? Vamos ler e discutir o tema? Observe que agora o texto fala
das memórias do autor, de um tempo que já passou.
b) Transcreva as metáforas desta estrofe:
O mar é _______________________
O céu _________________________
O mundo ______________________
A vida ________________________
6-Copie as personificações da terceira estrofe:
O céu ____________________________
A terra ___________________________
As ondas _________________________
E a lua ___________________________
7-Na quinta estrofe o autor diz que “Em vez de mágoas de agora”, do tempo
presente, ele tinha pessoas queridas por perto. A quem ele se refere e do que sente
saudades? __________________________________________________________
Faça um texto falando do seu tempo de criança.
Lembre-se de sua infância, como era tratado, dos amigos
que tinha, das brincadeiras que mais gostava, dos
momentos que sente saudades e por quê, das pessoas
mais queridas que conviviam com você... Depois vamos
fazer uma brincadeira, cole no texto uma ou mais fotos da
sua infância para fazermos uma exposição para a turma.
Vamos ver se conseguem identificar os colegas pelos
textos e imagens. Vai ser muito divertido!
9º Momento - 2h/a
Objetivo:
- Ouvir a música, observar a linguagem figurada e perceber que há
várias maneiras de rememorar o passado.
a) Vamos ouvir a música Utopia do Padre Zezinho?
https://www.letras.mus.br/padre-zezinho/254863/
Atividade de Compreensão de texto:
a) Qual o significado do título do texto?___________________________________
b) Olhando a família retratada no poema, podemos dizer que difere das famílias de
hoje? Em quê? Por quê? ______________________________________________
c) Podemos dizer que se trata de uma família pobre? Esta afirmação trazia
sofrimento para a família? _____________________________________________
d) Qual o efeito de sentido das palavras em negrito?
E perguntava
Quem fizera estripulia
E mamãe nos defendia
Tudo aos poucos se ajeitava __________________________________________
e) Como você já deve ter percebido, o gênero “Memórias” descreve lugares e
modos de vida que já não existem mais ou se transformaram. Na música há palavras
que comprovam isso. Encontre essas palavras e procure seus significados no
dicionário.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Professor!
Fale para os alunos que podemos reviver momentos alegres ou tristes por meio de: uma
fotografia, um filme, uma música, enfim, de várias maneiras. Vamos perceber isso na
música a seguir.
Didatizando
(f) Nos últimos versos o autor sugere uma receita para que os casamentos não
acabem. O que ele sugere? ____________________________________________
g) Você concorda com o autor sobre a união das famílias ou também acha utopia?
Justifique: ___________________________________________________________
___________________________________________________________________
10º momento – 2h/a
Objetivo:
- Ouvir a música e refletir sobre lugares e pessoas que marcaram as vidas
dos alunos;
- Produzir texto sobre estas lembranças.
Você conhece a música “Minha Vida” de Rita Lee? Vamos ouvi-la?
https://www.youtube.com/watch?v=JO_t1soHbYE
Nesta música Rita Lee fala de lugares que marcam, de pessoas especiais que
passaram por nossas vidas deixando saudades. Alguma vez já ouviu alguém falar
de lembranças semelhantes?
Há lugares marcantes ou pessoas inesquecíveis que mereçam ficar
registrados para sempre em sua memória?
“Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música não começaria com
partituras, notas e pautas. Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e
lhe contaria sobre os instrumentos que fazem a música.
Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma pediria que lhe
ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas
porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas para
a produção da beleza musical. A Experiência da beleza tem que vir
antes.”
(Rubem Alves)
1-O que a cantora sugere quando diz: Tem pessoas que a gente
Não esquece nem se esqueceu
2-Da mesma forma, o que ela sugere quando diz:
Personagens do meu livro de memórias
Que um dia rasguei do meu cartaz
3-Ela usa umas palavras bem bonitas para dizer que algumas pessoas estão
guardadas na memória. Com que outras palavras ela diz isto na última estrofe?
11º momento – 2h/a
Objetivo:
- Ler e interpretar textos vencedores das Olimpíadas de Língua
Portuguesa;
- Identificar no texto as marcas do gênero, a linguagem literária.
Agora vamos estudar alguns textos vencedores das OLP.
Agora é sua vez de recordar destas pessoas especiais. Que
pessoa você não esquece? O que ela fez de tão especial? O
que ela fez ou faz você sentir? Por que ela é tão importante? O
que você aprendeu com ela? Se você pudesse agradecer, o que
diria a ela? A gratidão é a mais sublime das virtudes. Assim,
após escrever seu texto, entregue para esta pessoa especial,
como um gesto de carinho. É importante que ela saiba o quanto
você é grato a ela.
Professor!
Agora vamos estudar alguns textos vencedores das OLP. Estes textos do gênero Memórias
Literárias devem ser trabalhados para que os alunos consigam identificar as marcas do gênero, a
língua literária utilizada, o uso dos verbos no pretérito perfeito e imperfeito, o relato de um fato,
o saudosismo, as diferenças entre o tempo passado e o presente e principalmente, para estimular
os alunos a contarem as suas histórias ou histórias de outra pessoa
Memórias de uma maldita
Aluna: Dayane de Sousa Pereira Silva
Quando eu era criança, minha netinha, a vida era outra. Este lugar era muito diferente. Outra vida, outros costumes. Ainda criança, ia poucas vezes à cidade. Naquele tempo, nós ficávamos em casa, esperando papai voltar da feira, trazendo um saquinho com umas dez balinhas de mel ou um pão-doce, cheio de coco em cima. Era a nossa festa semanal! Eu morava num paraíso, chamado Sítio Mendes, onde a paz reinava e o sol brilhava alegre. Poluição e violência? Ali não havia... Ah! Como era bom brincar com meus cinco irmãos correndo no meio do roçado! A gente brincava de roda, ciranda, bonecas de sabugo de milho, boi de osso... Mas felicidade de verdade tivemos no dia em que papai, voltando da feira, nos trouxe uma bicicleta Monark, vermelha, herdada de minha tia. Mesmo sendo usada, mesmo sendo uma só para seis, foi a maior alegria! Ela precisava de alguns consertos. De tanto insistirmos, meu pai foi consertá-la e ainda a inauguramos naquela noite, contando apenas com o clarão da lua... Nós éramos uma família grande, unida e muito feliz, pois tínhamos uma terra fértil cheia de frutas e verduras brotando por toda parte, água jorrando limpinha nos barreiros e o gado gordo nos currais. Só que essa grande felicidade acabou de repente. Tudo começou a mudar, aquele mundo verde começou a sumir, a água nos barreiros começou a faltar. Nessa fase, uma grande seca assolava nosso município e passamos por muitas dificuldades. Quando papai e vovô chegavam com os pedaços de xiquexique, facheiro e macambira, era preciso assá-los para saciar a fome das poucas reses que ainda nos restavam. Dava até pena ver as bichinhas, olhinhos pidões, e depois observá-las mascando aquela comida improvisada, ainda quente. Tanto que escorregava um líquido viscoso de seus olhos, como se chorassem. Que cena horrível comecei a presenciar, o gado magro morrendo! Tudo seco, sorriso no rosto não havia, pois a comida era tão pouca... Tivemos que nos unir para poder afastar os fantasmas daquela grande seca. Ainda assim, alguns moradores partiram para outras regiões do país em busca de uma vida melhor. Nossa! Tivemos que vender tudo, nossa casa, nosso chão, nossa bicicletinha!
Minha família decidiu permanecer ainda no local. Apenas nos mudamos para a zona urbana. Foi tão triste ver meus pais sofrendo e, no final, termos que sair de onde amávamos! Viemos morar numa pequena casa de taipa – feita de barro, coberta de palha, e porta improvisada com pendões. A minha família permaneceu toda amontoada naquela casinha. Não tínhamos mais nossos brinquedos, nossa liberdade. Entretanto, ainda carregava na lembrança a imagem da nossa bicicleta, tão querida. Tivemos que deixá-la para trás, junto com todos os bons momentos que passamos lá no velho Sítio Mendes, celeiro de nossa infância. E assim vivíamos na esperança de um dia a chuva voltar e, com ela, a nossa felicidade. Não voltamos mais a morar na zona rural. E, hoje, mesmo sem meus pais e meus irmãos, que foram cada um para um lado, só me resta contar aos meus netinhos, as histórias daquela maldita seca que levou minha felicidade e transformou nossa realidade. (Texto baseado na entrevista feita com a senhora Maria Valdenora de Sousa, 63 anos.)
Professora: Valkíria Muniz Ferreira Escola:
E. M. E. F. Ana Maria Gomes – Picuí (PB)
Didatizando
Vamos estudar o texto?
1-Como você viu, trata-se de uma narrativa, é um texto de Memórias. Vamos
identificar:
a) Quem está narrando (contando) a história? ______________________________
b) Onde se passa a história? ___________________________________________
c) Quais as brincadeiras preferidas das crianças naquele tempo? ______________
___________________________________________________________________
d) Qual o presente que a personagem recebeu e marcou sua vida? O que
aconteceu?
___________________________________________________________________
e) Pela leitura do texto percebe-se que tinham uma vida feliz no campo até que
houve um contratempo. Que fato mudou completamente a vida da família?
Comente.
___________________________________________________________________
2- A autora do texto constrói umas metáforas, identifique-as:
“Tudo começou a mudar, aquele mundo verde começou a sumir, a água nos
barreiros começou a faltar. _______________________________________”
“Tivemos que deixá-la para trás, junto com todos os bons momentos que passamos
lá no velho Sítio Mendes, celeiro de nossa infância.” _________________________
3- Uma outra características dos textos de Memórias das Olimpíadas de Língua
Portuguesa é que o tema fala do lugar, dos costumes, de termos regionais. Procure
o significado dos termos em negrito:
“Quando papai e vovô chegavam com os pedaços de xiquexique, facheiro e
macambira, era preciso assá-los para saciar a fome das poucas reses que ainda
nos restavam.” ______________________________________________________
4-Quando se mudaram para a cidade, a autora diz “A minha família permaneceu
toda amontoada naquela casinha.” O que ela sugere com a expressão “amontoada”,
o que isto significa? __________________________________________________
5-No trecho abaixo a autora revela sua opinião sobre a seca. Como ela se refere à
seca? __________________________________________
“E, hoje, mesmo sem meus pais e meus irmãos, que foram cada um para um lado,
só me resta contar aos meus netinhos, as histórias daquela maldita seca que levou
minha felicidade e transformou nossa realidade.”
6- Encontre no caça-palavras os verbos que apareceram no texto e escreva-os na
coluna adequada :morava, reinava, acabou, passamos, assolava, começou,
permaneceu, transformou, escorregava, brincava, mudamos, levou, brilhava,
carregava, partiram, tivemos, chegavam, precisava, decidiu, vivíamos
E A L Q B I I K N I O O E B O C I E S Z
N Ç A V A G E R R O C S E I A M M U U S
Ç J E I O A P B N S L V N R E O X E U X
M O U M E A V A S I C E R P R U E X O V
V A K A O O P A A U Z E O A M F V B K E
I A T V O C C E X V G U V O A E S A G A
V P C A H U Q A U A A A A V A L O S S A
I V Ç G U G R I V C E H A N D U U M R O
A A B E I D P A C W V A L D E C I D I U
M H O H U I J E J D M A R I T R A P D E
O U Ç C U E C E N A M R E P R O U F O L
S U S S L I B Q O D J G L I A B F E N X
G E O K A E Y O L E P A S S A M O S D A
R U M B O O T U O M R O F S N A R T F E
M V A O A I O E B B P T M C J V A O H O
O Q D J V C L E V O U P V Y Z R D V B F
A X U E R A A J T A V A N I E R E Q N C
B O M B R I N C A V A D C O Ç O E Q N C
M O T R O A A A G A S C Ç Z A I U M O V
S V Q J C O M E Ç O U O O B O O X X I F
Pretérito Perfeito Pretérito Imperfeito
1._______________________________ 1.___________________________________
2._______________________________ 2.___________________________________
3._______________________________ 3.___________________________________
4._______________________________ 4.___________________________________
5._______________________________ 5.___________________________________
6._______________________________ 6.___________________________________
7._______________________________ 7.___________________________________
8._______________________________ 8.___________________________________
9._______________________________ 9.___________________________________
10.______________________________ 10.___________________________________
7- Logo no início do texto é usada uma expressão que nos remete ao passado. Que
expressão é esta?
8- Você acha o título do texto adequado à história? Ele desperta o interesse do leitor
para ler o texto? ______________________________________________________
12º- Momento- 2h/a
Objetivo:
- Analisar um texto do gênero, observando a narrativa, a linguagem literária, o
uso do verbo no pretérito perfeito e imperfeito.
Agora vamos apreciar um texto vencedor da Olimpíada de Língua
Portuguesa, é de uma aluna do nosso município. Trata-se de um texto belíssimo, de
Memórias Literárias, uma história de luta em que a autora se vê envolvida porque
vivenciou os fatos.
Curiosidade!
Você sabia que este texto da aluna Valdirene foi o vencedor da
Olimpíada de Língua portuguesa no ano de 2014 e ela mora em
Jardim Alegre? Trata-se de um texto belíssimo, de Memórias
Literárias, uma história de luta em que a autora se vê envolvida
porque vivenciou os fatos. Legal, não é?
Um segredo revelado
Aluna: Valdirene Prestes dos Santos
Não faz muito tempo que eu moro aqui, no interior paranaense, em Jardim Alegre, no
Assentamento Oito de Abril. Sua história também é minha história, aquela que não aparece
nos noticiários, mas que agora será revelada... Quando aqui cheguei ainda era Fazenda
Sete Mil. Eu esperava algo melhor, não pensava que seria complicado começar a fazer
parte de um movimento social. Não sabia como as pessoas se organizavam para estar em
grupos – as “brigadas” –, eram tantas lutas para conseguir comida, ficar doente e não ter
assistência médica e ter apenas um pouco de tempo para dormir. A guarita não podia ficar
sem ninguém, era a entrada da Fazenda Sete Mil, que precisava ser vigiada todo o tempo.
Assim, poucas pessoas podiam descansar. No início da ocupação, cavaleiros do MST
entraram na fazenda, sendo seguidos pelas mulheres com as crianças. No confronto entre
os peões do fazendeiro e os cavaleiros do movimento destacavam-se as fumaças escuras
dos tiros. Eram tantos os tiros que o barulho era insuportável e o cheiro de pólvora, forte.
Para quem nunca viu estar ali, com eles... Poderia dizer que o mundo iria acabar. Quanto
calor! Os tiros faziam nascer o fogo no colonhão e assim expandiam-se no capim,
provocando queimada. O fogo se alastrava mesmo no capim verde. Os gados do fazendeiro
– soltos em sete mil alqueires – foram mortos de várias formas e por muitos motivos:
algumas vezes para servirem de alimento; outras vítimas de balas perdidas. Muitas
pessoas, vizinhas da fazenda na época, em 1997, ficaram apavoradas com o caos. Era
assim mesmo no início! Apavorantes eram as cenas que não cessavam. A sensação era de
estar assistindo a um filme de suspense em uma tela enorme – a realidade – muito próxima
a nós. Porém, ganhamos a luta! Todos os que eram valentes não desistiram; a força de
poucos reuniu muitos para a conquista. Fomos nos acomodando, instalando os “barracos”
de lona. Não havia energia elétrica, usávamos vela. Não havia água encanada, buscávamos
em um riozinho. Assim foi o início do acampamento, futuro Assentamento Oito de Abril.
Depois de muito tempo de luta, chegou a notícia da conquista definitiva: a terra era nossa!
Um sonho para quem lutou tanto e esperou confiante, imaginando como seria. Houve
festa, compareceram muitas pessoas. Foi muito emocionante! As pessoas dançando, a
alegria de estar presenciando esse momento, a música contagiante, um grande espaço ao
ar livre... Comemoração que começou de madrugada e se estendeu até a noite. A alegria
era tanta que parecia até que as grevíleas dançavam também, os pássaros voando sem
cessar entre uma quina e outra dos barracos, cantando, pareciam estar fazendo parte da
festa. Até o vento soprava suave, e as folhas secas, douradas, das árvores, caíam com
muita delicadeza, parecendo flocos de ouro. Naquela noite, eu estava pensando que
sonhava! Começaram a se acender as estrelas no céu, que, durante o dia, estava azulzinho
e agora todo iluminado, brilhante! Quando o sereno caía, deixava gotinhas de orvalho sobre
a verde e extensa grama que envolvia a festa. Depois de um dia maravilhoso, começamos a
ter uma noite também inesquecível para todos nós do movimento e para quem não fazia
parte do assentamento. O coração não parava de palpitar, principalmente quando soltaram
o primeiro rojão. Parecia que meu peito iria explodir! O barulho era alto. Nessa hora, muitos
soltaram foguetes, e foi uma longa noite, nem sono mais havia! No grande e redondo salão
de reuniões, os músicos começaram a tocar; o volume parecia ter aumentado. Lá fora, os
grilos tritinavam e as cigarras cantavam cada vez mais alto, acompanhando nossa alegria!
Quantas sensações... Hoje a nossa luta, o dia da festa e da esperança está em minha
caixinha de memórias como se todos os sentimentos envolvidos nessa conquista, nessa
vitória, fossem meu tesouro, meu segredo...
(Texto baseado na entrevista feita com a senhora Elena Vieira, 56 anos.)
Professora: Flavia Figueiredo de Paula Casa Grande Escola:
C. R. E. E. F. M. José Martí – Jardim Alegre (PR)
1) O texto fala das lutas e sofrimentos desde a ocupação da fazenda, até a tão
sonhada conquista de um lote de terra. Desenhe nos quadros abaixo, como, de
acordo com o texto, você imagina as cenas abaixo:
a) Cavaleiros do MST entraram na fazenda, sendo seguidos pelas mulheres com as
crianças.
b) O cenário da festa da conquista do lote, descrita pela narradora.
Vamos estudar o texto.
1-O título é bem sugestivo. Justifique o efeito do título. _____________________
_________________________________________________________________
2-Identifique logo no início do texto a fala do narrador-personagem: ___________
_________________________________________________________________
3-Em que parte começam as memórias da Dona Elena? ____________________
__________________________________________________________________
4- Onde se passa a história? ___________________________________________
5- O texto fala de uma conquista. Que conquista foi esta? Foi uma luta fácil? Como
aconteceu? _________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
6- Observe o final do texto, ele casa com o título... Comente: __________________
___________________________________________________________________
Didatizando
7- A autora escreve seu texto com muita sensibilidade e utiliza figuras de linguagem
que enriquecem o texto. Vamos identifica-las:
a)”No início da ocupação, cavaleiros do MST entraram na fazenda, sendo seguidos
pelas mulheres com as crianças.” _______________________________________
b)”A força de poucos reuniu muitos para a conquista. Fomos nos acomodando,
instalando os “barracos” de lona: _______________________________________
“A alegria era tanta que parecia até que as grevíleas dançavam também, os
pássaros voando sem cessar entre uma quina e outra dos barracos, cantando,
pareciam estar fazendo parte da festa: ____________________________________
Até o vento soprava suave, ___________________e as folhas secas, douradas,
das árvores, caíam com muita delicadeza, ______________________ parecendo
flocos de ouro. ____________________Naquela noite, eu estava pensando que
sonhava! Começaram a se acender as estrelas no céu, _______________ que,
durante o dia, estava azulzinho e agora todo iluminado, brilhante! Quando o sereno
caía, deixava gotinhas de orvalho sobre a verde________________________ e
extensa grama que envolvia a festa.”
c) Observe o tempo dos verbos do trecho acima. Em que tempo estão? Por que ele
é tão significativo nos textos de Memórias Literárias? Copie-os: _______________
___________________________________________________________________
d)“Lá fora, os grilos tritinavam e as cigarras cantavam cada vez mais alto,
acompanhando nossa alegria! Quantas sensações...”
8) Você gostou do texto? O que chamou mais sua atenção o fato contado ou a
maestria como a autora conta a história? Será que foi exatamente assim que a Dona
Elena narrou ou tem um dedinho da autora? O que você acha? _________________
__________________________________________________________________
Perfeito ou Imperfeito?
Nas memórias, o pretérito perfeito marca as ações que se destacam. O uso
do pretérito imperfeito, porém, marca o “tempo do relembrar”, que é o tempo
das memórias.
DIDATIZANDO
O pretérito perfeito indica uma ação pontual, completamente terminada no
passado, como, por exemplo: reuniu, chegou, estendeu. Ele é adequado para
relatar ações “fechadas”, que ocorreram em uma situação pontual.
O pretérito imperfeito indica ação habitual no tempo passado, fato cotidiano que se
repete muitas vezes. Ele é adequado quando para a descrição de situações que
ocorriam “com frequência”. Por exemplo: sopravam, cantavam. Agora volte ao texto
“Um segredo revelado” e circule os verbos que estão no pretérito perfeito e grife os
que estão no pretérito imperfeito.
2- Complete adequadamente as lacunas com os verbos no pretérito perfeito ou
pretérito imperfeito:
Nossa família a.......................... (ir) morar nas margens de um igarapé. No meio das
árvores, da vida na selva, a gente ................... (saber) que havia perigos de todos os
lados. Um deles ................ (ser) as patrulhas de bolivianos que
...................................... (andar) na área expulsando os brasileiros. Uma noite, nós já
......................................... (estar) todos dormindo quando um desses
grupos.....................(chegar). No comando, uma mulher boliviana. A notícia
.................... (ser) que onde eles................................... (passar)...............(ser) morte
certa. Mas se isso ............. (ser) mesmo verdade, naquela noite ................ (ser)
salvos por uma espécie de milagre. Armas na mão a patrulha .................. (prender)
toda a família, mas a chefe me .............. (ver) e se ........... (encantar) comigo, com
meu cabelo loiro, com meus olhos azuis. Ela ........................... (perguntar) meu
nome, ...................... (passar) a mão sobre minha cabeça e ................ (dizer) para
meu pai que me levasse para longe dali. (CLARA, ALTENFELDER e ALMEIDA,
2009, p. 41).
13 º Momento - 2 h/a
Objetivo:
- Incentivar a leitura; Ler e interpretar a história lida; Valorizar as
histórias e experiências de vida das pessoas; Produzir um texto falando de si
mesmo.
Livro: A Pedra Arde de Eduardo Galeano
Depois de ouvir a história de Carassuja, do livro “A Pedra Arde”, vamos nos
concentrar no texto abaixo. Como você ouviu, Carassuja encontrou uma pedra
mágica que dizia: Jovem serás, se és velhinho, quebrando-me em pedacinho.
Vamos conversar um pouco sobre o texto.
1-Imagine que você encontrou uma pedra mágica que pode torná-lo jovem, o que
você faria? ________________________________________________________
2- O menino queria presentear o velho com a juventude, por que você acha que ele
fez isto? __________________________________________________________
3- O velho aceitou o presente de Carassuja? Justifique sua resposta.
________________________________________________________________
4- A recusa do velho é vista como normal para você ou causa estranheza? Por quê?
_________________________________________________________________
5- Complete com o tempo dos verbos abaixo:
O menino lembrou-se do velho, contou-lhe o que tinha acontecido, mas o velho lhe disse: ...—Foi para isso que me queimei? Para isso passei tanto frio e tanto medo? O velho soltou uma baforada de fumaça. Vem disse, e pôs uma de suas mãos no ombro de Carassuja.
—Eu sei o que você pensa e quero explicar. Sou velho, embora menos velho do que você acha, sou manco e estou desfigurado. Eu sei. Mas não pense que sou tonto, Carassuja. Eu não sou tonto.
E, pela primeira vez, em tantos anos, o velho contou sua história. —Estes dentes não caíram sozinhos. Foram arrancados à força. Esta cicatriz que marca meu rosto não vem de um acidente. Os pulmões. a perna. .. Quebrei a perna quando escapei da prisão ao saltar um muro alto. Há outras marcas mais, que você não pode ver. Marcas visíveis no corpo e outras que ninguém pode ver. Os clarões da pedra ardente iluminavam o rosto do velho, lançando brilho de faíscas em seus olhos. — Se quebro a pedra, estas marcas somem. E elas são meus documentos, compreendes? — Meus documentos de identidade. Olho-me no espelho e digo: "Esse sou eu", e não sinto pena de mim. Lutei muito tempo. A luta pela liberdade é uma luta que nunca acaba. Ainda agora, há outras pessoas, lá longe, lutando como eu lutei. Mas minha terra e minha gente ainda não são livres, e eu não quero esquecer. Se quebro a pedra cometo uma traição, compreendes?
Através do bosque, caminharam de volta ao povoado de Nevoeiro. Iam de mãos dadas. O menino sentia que a mão quentinha do velho também aquecia a sua mão.
passei: ......................................................................
iluminavam:.................................................................
soltou:.........................................................................
pôs:.............................................................................
sentia:..........................................................................
aquecia:.......................................................................
caminharam:................................................................
Tarefa de casa
14º Momento – 4h/a
Objetivo:
- Criar um vídeo utilizando fotografias de acontecimentos importantes
para posterior apresentação à turma.
Agora vamos falar um pouco de você. Faça um texto em
primeira pessoa falando sobre quem é você, quais as
suas marcas, ou seja, o que você tem de melhor, quais
são os seus princípios, o que é certo e o que é errado
para você... Faça de conta que vai se apresentar a
alguém, o que o outro precisa saber de você?
Ache uma foto bem linda sua e ilustre seu texto. Vamos
fazer uma exposição na sala. Pense num título bem
sugestivo para despertar a curiosidade do leitor.
15º momento- 2 h/a
Objetivo:
- Ler e interpretar o texto;
- Observar as marcas do gênero Memórias Literárias;
- Produzir um texto falando das memórias que tem da avó.
Queridos Alunos!
Que tal fazer um vídeo com suas lembranças inesquecíveis? Para esta
atividade vocês trarão fotos de eventos que mereçam ficar registrados,
como: dia do seu nascimento, aniversário, uma viagem, um passeio com
os amigos da escola, um presente que você gostou demais, formatura da
pré-escola, enfim o que você achar que foi um momento importante em
sua vida. Então, vamos criar um vídeo no laboratório de informática? Essa
atividade será feita no Power Point, para cada foto você fará uma legenda
respondendo as questões abaixo e também poderá acrescentar outras
informações que desejar. Vamos lá? Capriche!
O que aconteceu nesse dia?
Onde aconteceu esse evento?
Quando? Quem estava com você?
Descreva por que esse acontecimento foi especial.
Que tal usar a linguagem literária nas legendas?
http://adedic.org.br/site/wp-content/uploads/2013/08/trabalhando-no-pc.jpg
acesso em:Out.2016
A valentia da vovó Maria
Aluna: Larissa Helena Santos de Faria Silva
Ainda tenho nítidas lembranças da minha infância. Minha família e eu
morávamos em um pequeno sítio no bairro Mandu, em Ouro Fino, Minas Gerais. Lá
era um lugar muito pacato, sossegado até demais. A noite era clara, cheia de
estrelas, e sempre com uma lua para alegrar os olhos de quem a visse.
Quando eu era pequena, ainda não existiam televisão e essas tecnologias de
hoje. Ouvíamos o jornal e as novelas pelo rádio – e confesso que era muito bom
poder imaginar as coisas como eu queria que elas fossem!
Lembro-me de que ao entardecer fazíamos uma roda em volta de uma
grande bacia cheia de brasas retiradas do velho fogão a lenha e lá ficávamos
ouvindo o radialista contar aquelas empolgantes histórias. Logo após, os mais velhos
contavam “causos” de todos os tipos, uns até me davam tanto medo que depois não
conseguia dormir.
O amanhecer era encantador naquele lugar. Eu sempre acordava a tempo de
ver o nascer do sol que despontava colorindo as montanhas e os pastos. Tenho
saudades de ouvir o barulho dos pássaros e de sentir o cheiro de terra molhada pelo
forte sereno da noite. Lembro-me de que, às vezes, era esquecida em cima de uma
mesa de madeira, do lado de fora da casa, uma jarra de plástico com um resto de
suco de laranja docinho feito pela vovó. As noites naquele lugar eram tão frias que,
ao amanhecer, o suco havia virado picolé. Eu adorava aquilo!
Naquela época o bairro tinha uma estação ferroviária e o trem passava por lá
toda manhã e voltava no finalzinho da tarde, quando a luz do sol já deixava o céu
rosado. Eu e minha irmã amávamos brincar nos trilhos, dizíamos que era nosso
caminho amassado e o trem, o amassador!
A uns cinco quilômetros do sítio morava um fazendeiro, muito bem de
situação e influente, que se incomodou pelo fato de o trem não parar em sua
fazenda. Assim, ele mandou construir uma estação próxima à sua casa e desativar a
nossa. Isso prejudicaria toda a população do nosso bairro. Minha avó, muito
indignada, percebeu que meu avô e os homens da vizinhança não tomavam a
iniciativa de resolver o problema. Assim, decidiu fazer um movimento em prol de
conseguir novamente o direito de fácil acesso ao trem. Ela reuniu as mulheres
daquele lugar, as quais se vestiram com calças por baixo dos vestidos. Elas pegaram
facões, enxadas, pás, foices, e, munidas com suas armas, subiram o inclinado morro
até os trilhos para impedirem a passagem do trem.
Por causa da coragem de minha avó e daquelas mulheres do povoado ficou
resolvido que o trem pararia nas duas estações.
Hoje tudo está bem diferente, a vida mudou. Vovó Maria já não está entre
nós. As estações ferroviárias não existem mais, o trem não passa mais cortando as
terras do antigo bairro Mandu...
Mas o sorvete que virava picolé, o cheiro de terra molhada pelo sereno, as
histórias em volta da bacia com brasa, o medo que elas causavam e principalmente
a valentia de minha avó, tudo isso vai ficar guardado para sempre em minhas
memórias!
(Texto baseado na entrevista feita com a senhora Dalila Lasmar Ribeiro
Vieira, 58 anos)
Professora: Maria Luiza Candido da Silva Carvalho
Escola: E. E. Coronel Paiva – Ouro Fino (MG)
Vamos trabalhar o texto?
1-Onde se passa a história? Como era o lugar? ___________________________
__________________________________________________________________
2-Que expressões são usadas para remeter ao passado? ____________________
___________________________________________________________________
3-A narradora diz que naquele tempo, não havia televisão, mas que isso não era
ruim. Por quê? ______________________________________________________
4- Do que a narradora sente saudades nas noites frias? _____________________
___________________________________________________________________
5- O que você aponta de diferente que as famílias de antigamente faziam e hoje não
se faz mais? _________________________________________________________
___________________________________________________________________
6- Que fato fez a avó da narradora que justifica o título do texto? ______________
_________________________________________________________________
7-O que ficará para sempre guardado na memória da Dona Dalila?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
Didatizando
8-Você já deve ter percebido que o texto é de Memórias Literárias. Procure algumas
figuras no texto que justificam esta afirmação. _____________________________
___________________________________________________________________
9) Agora é a sua vez de falar sobre a sua avó. Faça isso como tarefa de casa.
16º momento- 2h/a
Objetivo:
Planejar questões para uma entrevista.
Para você, Professor!
Um dos objetivos dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) é trazer para o espaço
escolar os gêneros discursivos que o aluno encontra no seu cotidiano. Certamente, um
desses gêneros é a entrevista. No rádio, na televisão, nos jornais e nas revistas surgem,
ocasionalmente, entrevistas. Além disso, em um momento ou outro da vida, enfrentamos
perguntas de médicos, empregadores, professores etc.
Para evitar constrangimentos futuros, certifique-se de que seus alunos realmente
preparem em aula o projeto de entrevista. Conheça de antemão as perguntas que vão fazer.
Como ela era? O que ela fazia para você que até hoje tem
saudades? O que ela lhe aconselhava, o que ela
ensinava? Como eram as mãos da sua avó? O cabelo?
Que roupas ela usava? Ela brincava com você? Ela
defendia você? Que cheiros fazem você se lembrar dela?
Apresente, por meio de palavras, sua avó para a turma.
Tente retirar a essência, o que ela tinha. E hoje, o que
diria para ela? Procure usar a linguagem literária que você
aprendeu nos textos de Memórias Literárias.
Queridos alunos! Vamos resgatar um pouco da história de seus avós, pais e
pessoas da comunidade por meio da entrevista?
https://s-media-
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Nesse momento propor aos alunos que eles pensem em quem irão
entrevistar, se será individualmente ou em grupo;
Deixar claro que os relatos poderão ser alegres ou tristes, mas que
inegavelmente fazem parte da vida das pessoas;
Orientar os alunos que seria importante gravar a entrevista para
posteriormente fazer a transcrição;
Após a entrevista, os alunos, individualmente ou em grupo, poderão contar o que
ouviram.
Velhos Amigos
De onde vêm as histórias? elas não estão escondidas como um
tesouro na gruta de Aladim ou num baú que permanece no
fundo do mar. Estão perto, ao alcance de sua mão. Você vai
descobrir que as pessoas mais simples têm algo surpreendente
a nos contar.
Quando um avô fica quietinho, com o olhar perdido no
passado, não perca a ocasião. Tal como Aladim da lâmpada
maravilhosa, você descobrirá os tesouros da memória. Se ter
um velho amigo é bom, ter um amigo velho é ainda melhor.
(Ecléa Bosi.)
Recordar é preciso!
O movimento vaivém nas águas lembranças dos meus olhos marejados
transborda-me a vida, salgando-me o rosto e o gosto. (Conceição Evaristo)
Sugestões de Perguntas:
Nome e grau de parentesco.
Onde e quando nasceu?
Como foi sua infância? Quais eram suas brincadeiras
preferidas? Como eram os brinquedos naquele tempo?
Como era o relacionamento com seus pais? O que de mais
importante eles lhe ensinaram?
Que cheiros você tem saudade de quando era criança? O que
sua mãe fazia que até hoje lhe dá água na boca?
Você estudou? Como ia para a escola? Como era o lanche?
Lembra-se como era sua primeira professora? Como era o
relacionamento com os colegas e com a professora? O que podia e
o que não podia fazer na escola?
Gostava de sua escola? Como ela era? Descreva a sala, as
paredes, as carteiras, o pátio...
Como foi sua adolescência? O que fazia para se divertir?
Há algum fato marcante em sua vida que queira registrar?
Como conheceu seu esposo (a)? Como era o namoro
naquele tempo? Tiveram filhos? Quantos?
Quando olha para trás, do que você sente saudades?
Comparando com o tempo de hoje, o que mudou?
Que conselho você daria aos jovens de hoje?
17º momento - 2 h/a
Objetivo:
Organizar as respostas da entrevista num texto narrativo fazendo uso da
linguagem literária.
Após fazer a entrevista, observe o roteiro abaixo e faça seu texto. Lembre-se,
você é o escriba do entrevistado, pode usar a linguagem literária, efeitos de sentido,
pode ser poético ao narrar os fatos dando um toque especial
Didatizando
Professor!
A produção de um novo texto com base num já existente é um processo de
retextualização, que compreende operações que evidenciam como a linguagem
funciona socialmente. Por isso, nessa atividade, devem ser consideradas as
condições de produção, de circulação e de recepção de textos. Quando a
retextualização requer a passagem do oral para o escrito, envolve estratégias
de eliminação (por exemplo, de marcas interacionais, hesitações), inserção (por
exemplo, de pontuação), substituição (por exemplo, de uma forma mais
coloquial para uma mais formal), seleção, acréscimo, reordenação,
reformulação e condensação (por exemplo, agrupamento de ideias).
(CLARA, ALTENFELDER e ALMEIDA, 2010, p. 112)
A
Roteiro para revisão:
1- O título do texto é sugestivo? Instiga o leitor?
2- Você deve usar a primeira pessoa para contar as lembranças do entrevistado. Que
pode ser feito para que o texto seja relatado desta forma?
3- O texto traz palavras e expressões que situam o leitor no tempo passado? Há outros
trechos em que é possível acrescentá-las?
4- O entrevistado descreve objetos antigos, lugares que se modificaram ou já não
existem?
5- O texto estabelece relações entre narrativa do entrevistado e o lugar onde vive? O que
pode ser feito para reforçar essa ligação?
6- Não se esqueça de expressar em seu texto sensações, emoções e sentimentos do
entrevistado;
7- Se houver trechos com marcas da linguagem oral (né, daí, etc.) devem ser
transformados em discurso escrito;
8- Os verbos no pretérito perfeito e imperfeito são usados da maneira certa?
9- O texto consegue envolver o leitor? Ele desperta o interesse e prende a atenção?
10- Há alguma palavra que não está escrita corretamente? E a pontuação está
adequada?
11- Você pode usar caneta de cor diferente para destacar mudanças e também podem
marcar a reorganização ou acréscimo de ideias, a correção de palavras, as mudanças na
pontuação.
12- Terminando a revisão é hora de passar o texto a limpo.
Fonte: Caderno do Professor- Olimpíada de Língua Portuguesa (CLARA,2009, P.62)
18º Momento – 2h/a
Objetivo:
Socializar o texto produzido para as pessoas entrevistadas num café
literário.
Encontro de Gerações:
Os alunos convidarão as pessoas entrevistadas, para um café da manhã.
Nesse encontro, os alunos farão as leituras dos textos com suas memórias descritas
nas entrevistas. O objetivo desta atividade é incentivar os alunos a respeitar e
valorizar a experiência de vidas das pessoas mais velhas.
CIRCULAÇÃO DO GÊNERO
Considerando a necessidade de dar visibilidade aos textos produzidos pelos
alunos, pretende-se ao final da “implementação” desta Unidade Didática,
produzir um livro com estas produções e realizar um evento na escola. Este
evento contará com a participação dos pais, direção, professores, colegas da
escola, pessoas da comunidade, inclusive as pessoas entrevistadas, para a
socialização dos trabalhos, pois será uma conquista significativa tanto para o
professor como para os alunos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Espera-se com esse trabalho desenvolver nos alunos o gosto pela leitura,
uma vez que trata-se de uma prática discursiva eficaz para a aquisição da língua
culta, e principalmente, um meio de entretenimento e prazer. Paralelo a este
trabalho, espera-se que o aluno reconheça as marcas de um texto do gênero
Memórias Literárias, saiba apreciá-lo e também distingui-los dos gêneros
semelhantes vistos nesta Unidade Didática ,os gêneros :Diário, Relato histórico ,e
mais, o objetivo principal é seduzi-los a produzir textos do gênero fazendo uso das
figuras de linguagens trabalhadas, ou seja, muito mais que produzir um texto de
Memórias, o objetivo é dar condições ao aluno de produzir um texto de Memórias
Literárias.
Para tanto, o aluno será o escriba, o porta-voz de uma pessoa com
experiência de vida, socializando suas vivências, seus sentimentos, ensinando com
seus exemplos, resgatando o convívio com a família, a contação de histórias.
É esperado também, que os alunos valorizem e respeitem a experiência das
pessoas mais velhas e que tenham um avanço significativo na aquisição da leitura e
escrita.
REFERÊNCIAS:
ABREU, Casimiro. Meus oito anos. Disponível em
https://poemasdomundo.wordpress.com/2006/06/14/meus-oito-anos/ -Acesso em
Out.2016 Acesso outubro/2016
AMADO, Jorge. O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá. Recife, 2009. Disponível
em http://houdelier.com/pdfs/gato_malhado_e_a_andorinha_sinha_sp.pdf Acesso
outubro/2016
CLARA, R. A.; ALTENFELDER, A. H.; ALMEIDA, N. Se bem me lembro...: caderno
do professor: orientação para produção de textos. São Paulo:
Cenpec, 2009.
CLARA, R. A.; ALTENFELDER, A. H.; ALMEIDA, N. Se bem me lembro...: caderno
do professor: orientação para produção de textos. São Paulo:
Cenpec, 2010.
DCE – Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.
Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para os finais do Ensino
Fundamental e para o Ensino Médio. 2008.
GALEANO, Eduardo. A pedra arde. Edições Loyola. Disponível em
https://pt.scribd.com/document/4406346/A-Pedra-Arde-Eduardo-Galeano Acesso
outubro/2016.
Material de Apoio ao Currículo Ao CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO
PAULO/CADERNO DO PROFESSOR/LÍNGUA PORTUGUESA/ENSINO
FUNDAMENTAL – Anos Finais/5ª Série/6º ANO/VOLUME 2/Nova edição/2014-
2017-Governo do Estado de São Paulo-Secretaria da Educação
ROSA, Sonia. O menino Nito: então, homem chora ou não? 4.ed. Rio de Janeiro:
Pallas, 2008.
SCARAMAL, Jane da Silva. Doce Pitanga – autorizado em outubro/2016
Músicas:
Utopia – Pe. Zezinho – disponível em https://www.letras.mus.br/padre-
zezinho/254863/ Acesso outubro/2016
Minha Vida de Rita Lee – disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=JO_t1soHbYE
Acesso outubro/2016
Textos finalistas da Olimpíada de Língua Portuguesa – 2014 – Gênero
Memórias
Disponível em https://www.escrevendoofuturo.org.br/arquivos/5306/textos-
finalistas2014.pdf Acesso outubro/2016 Acesso em outubro/2016
A valentia da vovó Maria - Larissa Helena Santos de Faria Silva
Memórias de uma Maldita – Dayane de Souza Pereira Silva
Um segredo Revelado - Valdirene Prestes dos Santos
Sites consultados:
http://www.coladaweb.com/redacao/elementos-da-narrativa
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