fundamentos sinsaúde
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Trajetória do SINSAÚDE
Mirza Pellicciotta
1938/1964
A Ferrovia, ao potencializar as atividades de comércio, serviços e indústria da cidade, transformou Campinas num importante centro de saúde do interior paulista já no final do século XIX.
A cidade, a saúde e o sindicato
A região da Estação da Paulista, em poucas décadas, transforma-se em área de entroncamento de quatro ferrovias (Paulista, Mogiana, Ramal Férreo e
posteriormente, Sorocabana), além de portal de entrada/saída do interior do
Estado de São Paulo, circulando regularmente em seu pátio, milhões de saca de café, alimentos, ferramentas,
instrumentos, artigos diversos, além de passageiros procedentes das mais diversas
áreas
Nas imediações da Estação, bairros de trabalhadores, escolas, fábricas, cortumes, etc.. Ganharam vida e história
Nas imediações da Estação da Paulista estrutura-se nas primeiras décadas do século XX, uma rede de atendimento médico de abrangência regional com diferentes especialidades. Entre os estabelecimentos, constam os hospitais Beneficiência
Portuguesa, Penido Bournier, Vera Cruz, Socorros Mútuos, entre outros.
A ferrovia, o café, a indústria... promovem também uma forte mudança populacional ao possibilitar a fixação de migrantes das mais variadas partes do mundo. Mas, neste processo de crescimento, permaneceram as marcas centenárias de uma cidade segregada entre senhores e trabalhadores .
Os trabalhadores
A cidade de Campinas em 1929, em pleno contexto da crise internacional do café, encontrava-se em crescimento, apresentando uma malha urbana bem adensada e já distante da passagem dos trilhos. A cidade rica permaneceria concentrada nas imediações dos antigos largos e praças, mantendo-se as populações trabalhadoras e mais pobres em suas porções mais distantes, e por vezes íngremes e insalubres. A continuidade da malha, por sua vez, facilitava e garantia um melhor aproveitamento da infra-estrutura urbana.
Com a crise do café, a cidade alcança outros padrões de desenvolvimento
A região central, além de alterações motivadas pela mudança de hábitos e costumes, sofre uma rápida e profunda verticalização de seu espaço, motivada tanto pela concentração de serviços na região, como pela especulação imobiliária. Em poucas décadas, edificações e espaços centenários são derrubados, restando os últimos exemplares em cenários compeltamente descontextualizados.
A partir da década de 1930, a cidade se torna cada vez mais independente da dinâmica e da produção rural; da mesma forma, a dinâmica rural se faz redefinida pelas necessidades da vida e da economia urbana. E nesta trajetória, a malha urbana continu a crescer, acompanhada agora por uma crescente especulação imobiliária que transformou as características originais do município.
Largo do Carmo (antigo Largo da Matriz Velha, marco zero da cidade) na década de 1940
As projeções – e desejos – de crescimento da cidade se revelariam tão positivas, que o poder municipal resolve contratar (em meados dos anos 1930) os trabalhos do
engenheiro e urbanista Prestes Maia para pensar e intervir de maneira planejada em
sua malha urbana; destes estudos, nasceriam orientações que por várias décadas promoveram modificações na
região central.
No alto, foto aérea da região central, podendo-se observar à esquerda o traçado dos 3 arruamentos originais (Luzitana, Dr.
Quirino e Barão de Jaguara). Ao lado, um dos desenhos propostos – e posteriormente
executado – por Prestes Maia para a região da Estação da Paulista.
mudanças no campo da saúde (1930 – 1940)
Criação da Secretaria de Estado da Educação e da Saúde Pública (1931) e do Departamento de Saúde (1938) que retoma a educação sanitária e os centros de saúde nos diversos Distritos Sanitários (suspensos em 1931), instalando também diversos Hospitais Psiquiátricos e de Postos de Assistência Médico Sanitária (1942)
Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs): atendimento por setor produtivo (ferroviários, bancários, etc..) em hospitais e consultórios credenciados
A Lei n.° 378, de 13 de janeiro de 1937, instituiu o CNS e reformulou o Ministério da Educação e Saúde Pública, e debatia apenas questões internas. Nesse período, o Estado não oferecia assistência médica, a não ser em casos especiais, como tuberculose, hanseníase e doença mental
Sindicato dos Profissionais de Enfermagem, Técnicos, Duchistas, Massagistas e Empregados em Hospitais e Casas de Saúde de Campinas e Região
carta sindical concedida pelo Ministério do Emprego e Trabalho ao pedido feito por um grupo de 20 trabalhadores
1938
Profissionalização da categoria
Valorização da força de trabalho
Sindicato dos Profissionais de Enfermagem, Técnicos, Duchistas, Massagistas e Empregados em Hospitais e Casas de Saúde de Campinas e Região
Em outubro de 1938, foi formada a organização por meio de carta sindical concedida pelo Ministério do Emprego e Trabalho ao pedido de um grupo de 20 trabalhadores de trabalhadores da Saúde, liderados por Vitório Chináglia.
O documento é o primeiro registro da ação dos trabalhadores da saúde que buscavam valorização da sua força de trabalho e a profissionalização da categoria, e apresentava 36 propostas de sindicalização.
Fundação oficial do SINSAÚDE
no processo de 1941, expedido em setembro
de 1944
Os primeiros registros mostram que em 1940 o Sinsaúde possuía 130 associados. sendo 59 mulheres. Nesta mesma década, diretores ligados ao Partido Comunista são perseguidos e a agremiação colocada na ilegalidade
Oriundos das classes operárias, os funcionários da saúde dos anos 30/40 se faziam presentes em número significativo nos cuidados prestados aos pacientes de hospitais, casas de saúde e santas casas e, por isso mesmo, dependiam dos salários para sobreviver. Equivocadamente, ainda eram tratados como ‘voluntários’ e, por essa razão, submetidos a baixos salários e jornadas de trabalho exaustivas.
Desde sua fundação, as lideranças da saúde colocam o debate acerca da humanização do trabalho na área da saúde e a necessidade de melhoria dos salários e jornadas mais curtas de trabalho como as principais metas da entidade.
A adesão à entidade foi crescente nos anos seguintes e decai na década de 60, o que se justifica pelos reveses da política brasileira que atingiram drasticamente o movimento sindical após o golpe militar de 1964.
transformações da saúde na década de 1950
• Criação da Secretaria de Estado da Saúde Pública e da Assistência Social (final da década de 1940): multiplicação das unidades de saúde na capital e no interior, com atendimento, em especial, das populações carentes (não atendidas pelos IAPs);
• Os Institutos de Aposentadoria e Pensõescomeçam a organizar a assistência médico-hospitalar em Campinas (ferroviários, comerciários, funcionários dos transportes coletivos) junto à Casa de Saúde (1952), Beneficiência Portuguesa, Hospital Irmãos Penteado, Maternidade de Campinas, Clínica Santo Antônio, Clínica Pierro, Penido Burnier e Hospital Vera Cruz;
• Campinas: 198 médicos de várias especialidades, 23 estabelecimentos de saúde (15 hospitais, 3 clínicas, 1 dispensário, 3 serviços oficiais de saúde pública com 1686 leitos em uma população de 155.358 habitantes
1964/1984
1964
Foi a partir dos anos 1950/1960, o crescimento urbano deixou de se fazer contínuo, entrando em cena um processo de ocupação/especulação do solo que buscaria transformar áreas rurais em urbanas sem oferecer condições infra-estruturais. Como resultado, a malha urbana passaria a contar com inúmeros “vazios”, encarecendo seu processo de desenvolvimento e expondo a população a imensas dificuldades.
Imagens das décadas de 1970/2000
Em 1964, todas as categorias profissionais organizadas sofreram a intervenção militar em suas entidades sindicais. Apesar disso, a base do SINSAÚDE conseguiu abrir espaço para dar continuidade à organização da categoria, lançando as primeiras edições do jornal “ESPARADRAPO”, numa alusão de protesto à falta de liberdade de expressão e , ao mesmo tempo, um nome que buscava identidade com o trabalho do setor. Até hoje esse jornal é a principal ferramenta de comunicação com os trabalhadores.
1966 - Acaba a estabilidade no emprego e cria-se o FGTSRetomada do movimento operário.
Cria-se o Movimento Intersindical anti-Arrocho (MIA). Participaram os sindicatos dos metalúrgicos de São Paulo, Santo André, Guarulhos, Campinas e Osasco para colocar um fim ao arrocho salarial. Só o sindicato de Osasco propunha avanços fora dos limites impostos pelo Ministério do Trabalho.
1968 - Greve de Osasco, sob o comando de José Ibrahim. Iniciada em 16 de julho, com a ocupação da Cobrasma. No dia seguinte, o Ministério do Trabalho declarou a ilegalidade da greve e determinou a intervenção no sindicato. quatro dias depois, os operários retornam ao trabalho. Em outubro de 1968 a greve em Contagem também contra o arrocho salarial, que também foi reprimida, vencendo o movimento quatro dias depois.
Com a destituição da diretoria sindical, Doraci Silva foi indicado interventor pelo governo.Após alguns anos ocupando a presidência do Sindicato ele foi eleito pela categoria para permanecer no cargo, só saindo em 1984.
Nesse período de turbulência, o trabalho sindical ganhou contornos assistencialistas e as ações trabalhistas ficaram paralisadas. O profissional da saúde volta a ver seu trabalho sendo confundido com o voluntarismo, característico da ação humanitária e filantrópica, desenvolvida por senhoras da sociedade e religiosas do início do século 20.
O ESPARADRAPO na década de 1970, em plena ditadura militar
Novas mudanças da saúde entre os anos 1960 a 1980
• 1965: 17 hospitais privados lucrativos ou filantrópicos, com 2264 leitos;
• Criação de Empresas médicas/ medicina de grupos: SAMCIL e UNIMED (1970)
• Atendimento Público: Pronto Socorro (transformado no Hospital Mário Gatti em 1973), Posto Central e 6 Postos Distritais Municipais. Entre 1977/1978, criação de 8 novos postos de saúde em bairros periférios (4 estaduais e 4 municipais) e 2 hospitais universitários (PUCC e UNICAMP);
• Criação do Centro Médico de Campinas (1971, pela Fundação Robert Bosch) e do Centro Infantil Dr. Boldrini (anos 1980)
0
100000
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300000
400000
500000
600000
700000
1886 1940 1960 1970 1980
população
1984
Chapa Unidade & Ação: nova gestão sindical
• nova política de sindicalização da categoria: campanha garante o dobro de sócios no final do ano. De 2728 sócios, passa-se a contar com 6000 sócios
1984
reestruturação e criação de novas sub-sedes8912 associados
O fortalecimento da entidade foi estratégico para garantir os avanços que a nova diretoria, empossada em 1984, pretendia para os trabalhadores. E eles aconteceram como comprovam alguns dos benefícios conquistados ao longo dos anos. Ainda em 1985, o Sinsaúde garantiu aos trabalhadores o pagamento do adicional de insalubridade. Implantou ainda uma política de comunicação com a renovação gráfica do Jornal Esparadrapo, o que garantiu o prêmio de melhor publicação da imprensa sindical.Com a organização e mobilização da categoria, novas conquistas se somaram.
Em 1986 foram oficializados os pisos salariais diferenciados por função.
Em 1987, foram inauguradas novas subsedes e iniciado o processo de reforma do Clube de Campo Anna Nery, na Estrada Campinas-Monte Mor.
Grevegeral de 1989 que durou 40 dias em toda base sindical
Unificação da jornada especial de trabalho acontece nesta greve
Novembro de 1989
Década de 1990
Fevereiro de 1995 Greve de 11 dias no Hospital Celso Pierro
(PUC-Campinas)
Em 1990, a diretoria adquire o terreno onde seria construída a Colônia de Férias Recanto da Saúde, em Peruíbe, cuja inauguração acontece em 1991.
Entre 1996 e 2000, implanta-se o programa educacional denominado Projeto Educação na Saúde (PES), base para a criação, pelo Sinsaúde, do Instituto de Saúde Integrada (ISI), em 30 de agosto de 2005.
Hospital Celso Pierro – Puc Campinas,em 1998
Assembléias lotadas na aprovação das Pautas de Reivindicações para os
Dissídios Coletivos
Assembléias na porta dos hospitais
Pouco a pouco, a entidade passa a representar os trabalhadores da área da saúde em 172 cidades paulistas
A maior greve da categoria, com até 46 dias, ocorreu em 1999, tendo a jornada especial com folgas, 120 dias de licença-gestante, cesta básica mensal e o auxílio-creche como as bandeiras de luta. Os trabalhadores tiveram garantia desses direitos e um aumento salarial histórico de 102,13%
Com campanhas regulares, a adesão ao Sinsaúde apresentou um crescimento vertiginoso. Ao final de 25 anos (2009), 22 mil profissionais da saúde são associados e a categoria é calculada em 30 mil trabalhadores. O índice de sindicalização é de 74%, o que demonstra que a representatividade da entidade supera os níveis históricos de sindicalização da própria categoria e também do País.
PARTICIPAÇÃO POLÍTICA E SOCIAL
Municipal, Estadual e Federal
ATENDIMENTO A POPULAÇÃO
Ações junto à comunidade pela valorização dos profissionais da Saúde
SERVIÇOS E LAZER
• Clube de Campo Anna Nery, em Monte-Mor;
PATRIMÔNIOS
• Rancho de Panorama
• Colônia de Férias Recanto da Saúde, em Peruíbe.
• Piso profissional por função
• Cesta Básica mensal
• Assistência Médica
• Anuênio
• Jornada especial de trabalho
• 100% nas horas trabalhadas em período de descanso
• Folgas mensais
• Dia do profissional da Saúde (12 de maio)
• Auxílio-Creche
• 120 dias de licença-gestante
• NR 32 e Adicional de Insalubridade
• Capacitação Profissional - ISI
RESUMO DAS PRINCIPAIS CONQUISTAS
DO SINSAÚDE PELA CATEGORIA
• O Sinsaúde representa e proporciona meios que promovam social, cultural e economicamente os trabalhadores e trabalhadoras da saúde. Atua politicamente junto aos órgãos sindicais, governamentais e empresariais propondo ações que visam à organização dos trabalhadores e trabalhadoras e à melhoria do sistema de saúde. Para atingir seus objetivos utiliza todos os meios, ferramentas e tecnologias disponíveis, prestando seus serviços com qualidade e excelência.
• Alcançaremos:Padronização do atendimento e identidade visual em todas as unidades;Unificação e ampliação dos benefícios sociais e ganhos salariais reais para a categoria;Inserção política em todas as esferas e organismos de representação; e reconhecimento mundial.
• Por meio de:Desenvolvimento e aprimoramento contínuo da capacitação de trabalhadores, trabalhadoras, dirigentes e colaboradores sindicais nos níveis administrativo, técnico e político;Estabelecimento de alianças com órgãos públicos e privados de representação nacional e internacional;Otimização da tecnologia da informação com ênfase na conectividade e interatividade entre os vários órgãos do governo e de representação nacional e internacional; e com os trabalhadores e trabalhadoras da saúde.Organização interna e consolidação da aliança entre dirigentes e colaboradores sindicais; e Consolidação das fontes de custeio para realização das atividades.
Ações sindicais
Hospital Celso Pierro – Puc-Campinas, em 1998
Assembléias lotadas na aprovação das Pautas de Reivindicações para os Dissídios Coletivos
Assembléias na porta dos hospitais
O Abraço na Saúde – Fev. 1995
Greve de 11 dias no Hospital Celso Pierro ( PUC-Campinas) foi capa do Diário do Povo
Atendimento à população
Ações junto à comunidade pela valorização dos profissionais da Saúde
Principais conquistas do SINSAÚDE na luta pela categoria
• Piso profissional por função• Adicional de Insalubridade• Cesta Básica mensal• Assistência Médica• Anuênio• Jornada especial de trabalho• 100% nas horas trabalhadas em período de descanso• Folgas mensais• Dia do profissional da Saúde (12 de maio)• Auxílio-Creche• 120 dias de licença-gestante• Capacitação profissional
indicalização - 74% dos trabalhadores são associados
Segundo estudos feitos com base em dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), nesta última década houve crescimento nos índices de sindicalização no Brasil. Eles chegam a 28,4% para os trabalhadores da rede privada e 40,9% no setor público.
Eventos Sociais e Esportivos
Mãe e Profissional do AnoHomenagem em Jundiaí, e Campinas nos idos das décadas de 80/90
Rainha Hospitalar – concurso sindical histórico que depois se transformou em Rei e Rainha Hospitalar
Serviços e Lazer
Patrimônios
(Fotos)Clube de Campo Anna Nery, em Monte-Mor; Rancho de Panorama, e Colônia de Férias Recanto da Saúde, em Peruíbe.
Assistência Odontológica
Participação política e social
Capacitação Profissional
Projeto Educação na Saúde formou 16,9 mil profissionais entre os anos de 1997 e 2001 na base estadual da Saúde
Inclusão digital2006
Casa de Saúde Campinas Santa Casa de Campinas
Qualidade no atendimento2005
São Vicente de Paula de Jundiaí
Atendimento Psiquiátrico2007
Diretoria Executiva
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