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ILUSTRÍSSIMO SENHOR PREGOEIRO DA FUNDAÇÃO NORTE RIO-
GRANDENSE DE PESQUISA E CULTURA - COMISSÃO PERMANENTE DE
LICITAÇÃO
Pregão eletrônico para registro de preço nº 005/2015-FUNPEC
Tipo: maior desconto
Objeto: registro de preço para contratação de empresa especializada na execução de serviços de
manutenção preventiva e corretiva de veículos, na cidade do Natal/RN ou grande Natal.
TROKAUTO PEÇAS E SERVIÇOS LTDA, pessoa jurídica de
direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 01.443.418/0001-36, com sede na Avenida
Prudente de Morais, 3517, Lagoa Nova, Natal/RN, CEP 59056-200, neste ato
representado por seu sócio, Senhor Pedro Gilson de Souza, brasileiro, casado,
empresário, inscrito no CPF sob o nº 631.276.604-72, domiciliado no endereço retro
declinado, vem, respeitosa e tempestivamente, à presença de Vossa Senhoria, com arrimo
no item 4.1 do Edital de Convocação e no art. 18 do Decreto nº 5.450/2000, apresentar
IMPUGNAÇÃO AOS TERMOS DO EDITAL, pelas ilações fáticas e jurídicas doravante
aforadas.
I - DAS RAZÕES FÁTICAS E JURÍDICAS
1. A Fundação Norte Rio-Grandense de Pesquisa e Cultura –
FUNPEC, através de sua competente Comissão Permanente de Licitação, está
promovendo pregão eletrônico para registro de preços, do tipo maior desconto, visando à
contratação de empresa especializada na execução de serviços de manutenção preventiva
e corretiva de veículos, na cidade do Natal/RN ou grande Natal.
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2. Nesse viés, é lição comezinha em Direito Público, especificamente
em Direito Administrativo, que o instituto da Licitação objetiva garantir a observância do
princípio constitucional da Isonomia. 3. É exatamente nesse viés (decorrência daquele principio
constitucional) que a Licitação deve, entre outro valores, i) selecionar a proposta mais
vantajosa para a Administração, ii) assegurar oportunidade igual a todos os interessados
em contratar com o Estado (latu sensu), iii) possibilitar o comparecimento ao certame do
maior número possível de concorrentes (denominada garantia da ampla concorrência) e
iv) ser pautada pela transparência em todos os seus atos, do primeiro ao último.
4. Assim, por nunca ser demais, devemos dizer que a Constituição
Federal de 1988 (assim como a Lei nº 8.666/93 – lei mater das licitações) traz explícita e
implicitamente uma alta carga principiológica, a qual condiciona toda atuação da
Administração Pública na realização das licitações públicas. 5. Dessa forma, faz-se claro que, além das leis a que estão submetidos,
os Agentes Públicos devem pautar suas ações em face de diversos princípios jurídicos, os
quais, por estarem na base fundamental do ordenamento jurídico, são de força cogente e
contém uma aguda carga impositiva. 6. Podemos destacar alguns princípios caríssimos à dinâmica
licitatória, entre eles o da proporcionalidade, da transparência, da concorrência, bem
como o denominado super-principio, qual seja da supremacia do interesse público. Isso a
par dos existentes no art. 37, XXI, da CF/88, e no art. 3º da Lei nº 8.666/93. 7. Dito isso, passemos a, ponto a ponto, impugnar o instrumento em
tela.
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DO ITEM 5.8.4 DO EDITAL. AFRONTA AOS PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS
LICITATÓRIOS DA ISONOMIA, DA PROPORCIONALIDADE E DA TRANSPARÊNCIA.
ATENTADO À SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO
8. O item 5.8.4 do edital, inserido em tópico que cuida da proposta de
preços, estabelece que “os valores do fornecimento de peças originais para os veículos deverão ter
como base os preços da tabela de balcão da proponente, observando-se o desconto concedido”.
9. Ora Douto Pregoeiro, tal dispositivo, para além de ferir os interesses
dos Licitantes (porquanto fere a proporcionalidade e a transparência), fere mortalmente
os interesses da Administração, porquanto engendra (ou autoriza) uma situação em que
“se concorrerá às escuras”, já que, tomando por base os preços da tabela de balcão da
proponente (e não a do Fabricante – Fiat, Chevrolet etc.), cada concorrente pode criar o
seu parâmetro. 10. De modo que, faz-se óbvio, os valores do fornecimento de peças
originais para os veículos deverão ter como base os preços da tabela do respectivo
Fabricante (Fiat, Chevrolet etc.), jamais os da tabela de balcão da proponente.
11. Pelo que, em respeito aos princípios administrativos licitatórios
da isonomia, da proporcionalidade e da transparência, bem como, e acima de tudo, em
respeito à supremacia do interesse público, a empresa peticionante impugna o edital,
para requerer a modificação de seu item 5.8.4, fazendo-se constar que os valores do
fornecimento de peças originais para os veículos deverão ter como base os preços da
tabela fornecida pela respectiva fabricante/montadora.
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DO ITEM 5.8.7 DO EDITAL. AFRONTA AOS PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS
LICITATÓRIOS DA ISONOMIA, DA PROPORCIONALIDADE E DA TRANSPARÊNCIA.
INCOERÊNCIA COM O PRÓPRIO EDITAL
12. O item 5.8.7 do edital, inserido em tópico que cuida da proposta de
preços, estabelece que “caso o preço orçado por parte da Contratada, já deduzido o desconto
acordado, seja superior ao de mercado, a empresa Contratada obriga-se aceitar o resultado de
pesquisa de mercado efetuada pela Contratante, adquirindo as peças previamente orçadas junto às
lojas pesquisadas que ofereçam preços inferiores aos indicados no seu orçamento.
13. Ora douto julgador, ocorre que o próprio edital, no item 5.8.4,
impugnado anteriormente, ao asseverar que “os valores do fornecimento de peças originais
para os veículos deverão ter como base os preços da tabela de balcão da proponente”, deixa
explícito que o preço parâmetro é o praticado pelo mercado.
14. Assim, como, a não ser por equívoco/incoerência, atentando-se
contra a transparência do procedimento, pode ser possível obrigar a contratada a aceitar
uma dúplice aferição (já que a licitação é um), a qual pode estar sujeita a vícios de
qualquer natureza, a exemplo sobre a origem das peças, quando o próprio edital assevera
que o mercado é o parâmetro para o preço, bem como a condição para validade, já que se
exige uma tabela (que sustentamos dever ser a do fabricante do respectivo veículo)?
15. Pelo que, em respeito aos princípios administrativos licitatórios
da isonomia, da proporcionalidade e da transparência, bem como prezando pela
coerência e inexistência de equívoco, a empresa peticionante impugna o edital, para
requerer a exclusão do item 5.8.7, afastando a imposição de a empresa contratada
obrigar-se a aceitar o resultado de pesquisa de mercado a ser efetuada pela contratante
e adquirir as peças previamente orçadas junto às lojas pesquisadas que ofereçam
preços inferiores aos indicados no seu orçamento.
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DO ITEM 5.8.8 DO EDITAL. AFRONTA AOS PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS
LICITATÓRIOS DA ISONOMIA, DA PROPORCIONALIDADE E DA TRANSPARÊNCIA.
ATENTADO À SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO
16. O item 5.8.8 do edital, inserido em tópico que cuida da proposta de
preços, estabelece que “a unidade de medida determinada para aferição e avaliação dos serviços
executados neste Edital será o valor da mão-de-obra por hora trabalhada, no caso especifico dos
serviços de manutenção corretiva e preventiva, deduzido o desconto proposto pelo licitante; e o
valor de venda da peça no balcão do proponente, deduzido o desconto proposto pelo licitante, para o
fornecimento de peças, no caso do reboque será deduzido o desconto proposto pelo licitante em
relação aos valores estabelecidos no Termo de Referência (Anexo II)”.
17. É a mesma irregularidade atestada quando impugnamos acima o
item 5.8.4 do edital. Trata-se de agudo desrespeito aos princípios administrativos
licitatórios da isonomia, da proporcionalidade e da transparência. Atentando-se até
mesmo contra a supremacia do interesse público. Já que numa licitação resta
extremamente temeroso os referenciais serem dados pelos próprios participantes.
Mormente havendo fábricas/concessionárias a fornecerem tal parâmetro. 18. Pelo que, em respeito aos princípios administrativos licitatórios
da isonomia, da proporcionalidade e da transparência, bem como, e acima de tudo, em
respeito à supremacia do interesse público, a empresa peticionante impugna o edital,
para requerer a modificação de seu item 5.8.8, fazendo-se constar que a unidade de
medida determinada para aferição e avaliação dos serviços executados no edital será os
preços da tabela fornecida pela respectiva fabricante/montadora, deduzido o desconto
proposto pelo licitante, para o fornecimento de peças.
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DO ITEM 5.8.9 DO EDITAL. AFRONTA AOS PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS
LICITATÓRIOS DA ISONOMIA, DA PROPORCIONALIDADE E DA TRANSPARÊNCIA.
ATENTADO À SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO
19. O item 5.8.9 do edital, inserido em tópico que cuida da proposta de
preços, estabelece que “a Contratada deverá entregar à Contratante todas as suas tabelas de
preço praticadas no balcão, inclusive àquelas utilizadas em eventuais campanhas promocionais,
cujos preços também serão aplicados ao contrato”.
20. Trata-se, novamente, da mesma irregularidade atestada quando
impugnamos acima o item 5.8.4 do edital. Agudo desrespeito aos princípios
administrativos licitatórios da isonomia, da proporcionalidade e da transparência.
Atentando-se até mesmo contra a supremacia do interesse público. Já que numa licitação
resta extremamente temeroso os referenciais serem dados pelos próprios participantes.
Mormente havendo fábricas/concessionárias a fornecerem tal parâmetro. 21. Pelo que, em respeito aos princípios administrativos licitatórios
da isonomia, da proporcionalidade e da transparência, bem como, e acima de tudo, em
respeito à supremacia do interesse público, a empresa peticionante impugna o edital,
para requerer a modificação de seu item 5.8.9, fazendo-se constar que a contratada deve
entregar à contratante todas as tabelas de preço das respectivas
montadoras/concessionárias que estão a seu dispor.
DO ITEM 10.5.1.1 DO EDITAL. AFRONTA À GARANTIA DA AMPLA CONCORRÊNCIA
E PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS LICITATÓRIOS DA ISONOMIA E DA
PROPORCIONALIDADE.
22. O item 10.5.1.1 do edital, inserido em tópico que cuida da
habilitação, estabelece que “as licitantes deverão comprovar que mantêm instalados na oficina
os equipamentos necessários e suficientes para a execução dos serviços de manutenção preventiva e
corretiva dos veículos para cada um dos Itens, devidamente verificado por parte da Comissão
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designada, os quais serão exigidos durante toda a execução do contrato, conforme as especificações
a seguir: (...) equipamentos e ferramentas de diagnóstico, reparação e ajustes de motores diesel com
gerenciamento mecânico e eletrônico (bancada de testes e balanceamento de bombas injetoras
diesel, bancada para testes e balanceamento de turbocompressor, aparelho para análises de injeção e
diagnóstico “raster”) ... galpão fechado ou abrigo assemelhado, área mínima de 1000 m2, para a
acomodação dos veículos e motos em manutenção, com segurança. OBSERVAÇÃO: Serviços de
alinhamento de direção (inclusive cambagem e caster de rodas traseiras e dianteiras),
balanceamento de rodas, retífica de motores, limpeza e manutenção em sistema de ar condicionado,
serviços de lanternagem e pintura, recuperação de pára-choques, limpeza e manutenção em bombas
e bicos injetores diesel e outros serviços que não se incluam no rol de atividades descritas no lote
como obrigatória se/ou não possam ser realizadas a contento diretamente pela contratada,
condicionada, entretanto, a autorização do fiscal do contrato poderão ser subcontratados”. 23. Ora, Preclaro Julgador, sobre o presente item, não podemos perder
de vista quatro pontos, quais sejam i) que o mercado em questão é bastante
compartimentando, isto é, em regra, o prestador de serviço ou trabalha com caminhões,
ou trabalha com veículos leves e utilitários, ou trabalha com motocicletas, ii) que quem
trabalha com motocicletas ou veículos leves, não possui maquinário relativo a veículos
pesados (e vice-versa), tais como bancada de teste de bomba injetora de diesel, iii) que,
em casos como o elencado no ponto “ii”, nos termos da observação contida no item
10.5.1.1 do edital, acima transcrita, pode-se haver autorização para subcontratação, bem
como iv) que a relação universo de veículos a serem objeto de manutenção versus área de
galpão mínima exigida está superdimensionada. 24. Assim, vê-se que o conteúdo de tal dispositivo fere mortalmente a
ampla concorrência. Isso porque, douto julgador, segmentando-se a licitação, nos moldes
do que ocorre no mercado (em que, em regra, existem as oficinas mantenedoras de
caminhões, as oficinas mantenedoras de veículos leves e utilitários, e as oficinas
mantenedoras de motocicletas), indubitavelmente, propicia-se uma maior e mais ampla
disputa. Bem como, ao reverso, impedir empresas como a ora peticionante, que possui
galpão próprio de 900 m2, de participar do certame é restringir ainda mais a
concorrência. Levando-se em conta que a relação universo de veículos a serem objeto de
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manutenção versus área de galpão mínima exigida está superdimensionada, e um galpão
de 900 m2 de área comporta tranquilamente a demanda em questão.
25. Da mesma forma, douto julgador, o conteúdo de tal dispositivo fere
mortalmente o princípio da proporcionalidade. Isso porque, nos termos do que
demonstramos, não é proporcional determinar que os serviços a serem executados
compreendam ao mesmo tempo (ou na mesma concorrência) manutenções preventivas e
corretivas de veículos automotores de grande porte e motocicletas, nem é proporcional
exigir-se de uma empresa como a ora peticionante, que somente trabalha com veículos
leves e utilitários, equipamentos com outro viés, a exemplo da bancada de teste de bomba
injetora de diesel, assim com não é proporcional impedir empresas como a ora
peticionante, que possui galpão próprio de 900 m2, de participar do certame, levando-se
em conta que a relação universo de veículos a serem objeto de manutenção versus área de
galpão mínima exigida está superdimensionada, e um galpão de 900 m2 de área
comporta tranquilamente a demanda em questão.
26. Pelo que, em respeito à garantia da ampla concorrência e
princípios administrativos licitatórios da isonomia e proporcionalidade, a empresa
peticionante impugna o edital, para requerer inicialmente que a concorrência
licitatória dê-se em três lotes, de acordo com a categoria do veículo, nos termos do que
ocorre no mercado, isto é, caminhões/ veículos leves e utilitários/motocicletas.
Ademais, também o faz para requerer a modificação de seu item 10.5.1.1, afastando a
exigência de equipamentos que não digam respeito à categoria respectiva, a exemplo
da bancada de teste de bomba injetora de diesel para empresas que somente realizam
manutenção de veículos leves e utilitários, bem como afastando a exigência de que o
galpão no qual os veículos passarão por manutenção tenha a área mínima de 1000 m2,
pois galpão de 900 m2 de área comporta tranquilamente a demanda em questão.
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DA CLÁUSULA 3.23 DA MINUTA CONTRATUAL. AFRONTA AOS PRINCÍPIOS
ADMINISTRATIVOS LICITATÓRIOS DA ISONOMIA E DA PROPORCIONALIDADE
27. A cláusula 3.23 da minuta contratual, inserida nas obrigações da
contratada, estabelece que a contratada terá de “fornecer gratuitamente o serviço de guincho à
Contratante, até a distância de 50 km (cinquenta quilômetros), quando os veículos não puderem
trafegar até as oficinas da Contratada, em consequência de defeitos mecânicos, elétricos, ou
qualquer outra avaria”.
28. Ora Douto Pregoeiro, nos termos do que demonstramos em linhas
anteriores, o objeto do certamente em questão é uno, qual seja a execução de serviços de
manutenção preventiva e corretiva de veículos. Assim, sobre o valor do reboque já
incidirá um significativo desconto, e, havendo mais essa oneração (de fornecê-lo
gratuitamente até extensos 50 km de distância), resta claro a desproporção, a quebra da
isonomia, mormente para as pequenas empresas, afetando, incontestavelmente, o nível
de competitividade do certame, porquanto se trata de oneração excessiva e
obstaculizadora para muitos participantes. 29. Pelo que, em respeito aos princípios administrativos licitatórios
da isonomia e da proporcionalidade, a empresa peticionante impugna o edital, em seu
anexo I, minuta do contrato, para requerer inicialmente a supressão de sua cláusula
3.23, afastando-se a gratuidade do reboque, ou, caso Vossa Senhoria assim não
entenda, a modificação da referida cláusula, fazendo constar distância não superior a
15 km.
DA CLÁUSULA 4.1.1 DA MINUTA CONTRATUAL. AFRONTA À GARANTIA DA
AMPLA CONCORRÊNCIA E AO PRINCÍPIO ADMINISTRATIVO LICITATÓRIO DA
PROPORCIONALIDADE.
30. A cláusula 4.1.1 da minuta contratual, inserida nas regras gerais da
execução técnica do objeto contratado, estabelece que “os serviços a serem executados
compreenderão manutenções preventivas e corretivas de veículos automotores de grande porte e
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motocicletas, pertencentes à FUNPEC, abrangendo para todos os itens o fornecimento de peças e
acessórios, quando for o caso”.
31. Ora Preclaro Pregoeiro, conforme demonstramos em linhas
anteriores, especificamente quando impugnamos o item 10.5.1.1 do edital, faz-se
agudamente desproporcional e atentatório à garantia da ampla concorrência formatar-se
o certame e o consequente contrato desta forma, a partir de um só lote, englobando
caminhões, veículos leves e utilitários e motocicletas numa mesma concorrência.
32. Isso porque, conforme asseveramos em linhas anteriores, bem como
nos termos do que demonstram as práticas comerciais postas nas ruas da região
metropolitana de nossa cidade, o prestador de serviço ou trabalha com caminhões, ou
trabalha com veículos leves e utilitários, ou trabalha com motocicletas. Porquanto,
inobstante terem em comum a denominação de “veículos”, possuem especificidades de
atuação técnica bastante distintas, constituindo-se claramente em três áreas diferentes. 33. Pelo que, em respeito à garantia da ampla concorrência e ao
princípio administrativo licitatório da proporcionalidade, a empresa peticionante
impugna o edital, em seu anexo I, minuta do contrato, para requerer a modificação de
sua cláusula 4.1.1, fazendo constar que a concorrência licitatória dar-se-á em três lotes,
de acordo com a categoria do veículo, nos termos do que ocorre no mercado, isto é,
caminhões/ veículos leves e utilitários/motocicletas.
DA CLÁUSULA 4.1.5 DA MINUTA CONTRATUAL. AFRONTA AOS PRINCÍPIOS
ADMINISTRATIVOS LICITATÓRIOS DA ISONOMIA E DA PROPORCIONALIDADE.
34. A cláusula 4.1.5 da minuta contratual, inserida nas regras gerais da
execução técnica do objeto contratado, estabelece que “a falta de quaisquer dos materiais,
peças ou acessórios cujo fornecimento incumbe a CONTRATADA, não poderá ser alegada como
motivo de força maior para o atraso ou inexecução da obrigação e não a eximirá das penalidades a
que está sujeita pelo não cumprimento dos prazos e demais condições estabelecidas”.
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35. Ora Douto Pregoeiro, trata-se de dispositivo indiscutivelmente
desproporcional, desprovido da menor razoabilidade e senso de justiça. Isso porque as
licitantes não são indústrias (fabricantes das peças/acessórios) e não são concessionárias
(nem fornecedoras/distribuidoras), mas prestadoras de serviços, em sua maioria
pequenas oficinas, que precisam da disponibilidade daquelas peças em
fábrica/distribuidora. 36. Assim, dizer que a falta de quaisquer dos materiais, peças ou
acessórios cujo fornecimento incumba à contratada não pode ser alegado como motivo de
força maior para o atraso no cumprimento do serviço é algo absolutamente
desproporcional, que vai de encontro, inclusive, ao ordenamento jurídico pátrio, pois
ninguém pode ser, a priori, responsabilizado por algo a que não deu causa.
37. Nesse viés, por exemplo, sabe-se que algumas vezes as
concessionárias e montadoras informam que determinadas peças/acessórios estão em
backorder, isto é, aguardando disponibilização. Mormente quando se tratam de veículos
importados. De modo que é literalmente impossível nestes casos a contratada não atrasar
a obrigação correlata. 38. Pelo que, em respeito aos princípios administrativos licitatórios
da isonomia e da proporcionalidade, a empresa peticionante impugna o edital, em seu
anexo I, minuta do contrato, para requerer a modificação de sua cláusula 4.1.5, fazendo
constar que a falta de quaisquer dos materiais, peças ou acessórios cujo fornecimento
incumbe a contratada, não poderá ser alegada como motivo de força maior para o
atraso ou inexecução da obrigação e não a eximirá das penalidades a que está sujeita
pelo não cumprimento dos prazos e demais condições estabelecidas, se, e somente se,
comprovado que a contratada deu causa à falta dos materiais que ensejou o atraso ou
inexecução das obrigações pactuadas.
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DA CLÁUSULA 4.2.5 DA MINUTA CONTRATUAL. AFRONTA AOS PRINCÍPIOS
ADMINISTRATIVOS LICITATÓRIOS DA ISONOMIA E DA PROPORCIONALIDADE.
39. A cláusula 4.2.5 da minuta contratual, inserida na parte atinente à
manutenção preventiva e corretiva de veículos automotores e motocicletas da execução
técnica do objeto contratado, estabelece que “a Contratada deverá remeter, até o quinto dia
útil de cada mês, o cronograma de manutenção preventiva do mês seguinte, dos veículos
constantes do Plano de Manutenção Preventiva. Este Cronograma deverá conter informações sobre
o dia, local e duração dos serviços de manutenção preventiva. Qualquer alteração no Cronograma
deverá ser comunicada ao setor competente desta Fundação, com antecedência de 02 (dois) dias
úteis”.
40. Concernentemente a cronograma que pode ser mensurado somente
com base no tempo (dias, meses, anos etc.), Douto Pregoeiro, tal dispositivo é irretocável.
Correto. Brilhante. Ao qual, por óbvio, a ora peticionante, na condição de empresa séria,
comprometida com a qualidade dos serviços que presta, tem ressalva alguma a fazer. 41. Todavia, no que concerne àqueles cronogramas que precisam ser
estipulados com base no denominado desgaste do veiculo ou em quilômetros rodados,
trata-se de dispositivo indiscutivelmente desproporcional, porquanto atribui uma
obrigação à contratada, sem que essa tenha condições objetivas de cumpri-la, já que
impossível (até mesmo para a própria contratante) apontar a quilometragem que será
rodada no determinado período, algo tão relativo e circunstancial. 42. Pelo que, em respeito aos princípios administrativos licitatórios
da isonomia e da proporcionalidade, a empresa peticionante impugna o edital, em seu
anexo I, minuta do contrato, para requerer a modificação de sua cláusula 4.2.5, fazendo
constar que, com relação aos cronogramas que precisam ser estipulados com base nos
quilômetros rodados do veículo, à exemplo de troca de óleo, pastilha de freio etc., a
contratante que deve avisar à contratada acerca da respectiva necessidade de
manutenção.
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DA CLÁUSULA 4.2.6 DA MINUTA CONTRATUAL. AFRONTA AOS PRINCÍPIOS
ADMINISTRATIVOS LICITATÓRIOS DA ISONOMIA, DA PROPORCIONALIDADE E
DA COERÊNCIA COM O EDITAL.
43. A cláusula 4.2.6 da minuta contratual, inserida na manutenção
preventiva e corretiva de veículos automotores e motocicletas da execução técnica do
objeto contratado, estabelece que “os serviços, parte do objeto do presente Edital, são relativos à
mão-de-obra e materiais básicos de manutenção, tais como: lubrificantes, tintas, solventes,
polidores, soldas, massas, adesivos, material de limpeza e conservação em geral, não estando
incluídas as peças de reposição e acessórios que por ventura venham a ser necessários, os quais
deverão ser fornecidos pelo preço de mercado, após aprovação prévia do orçamento apresentado pela
empresa contratada”.
44. Ocorre, Douto Julgador, que este dispositivo está em
dissonância/incoerência com o próprio edital. 45. Do contrário, vejamos: 45.1 O item 5.8.4 do Edital, contido em parte relativas às propostas de
preços, assevera “os valores do fornecimento de peças originais para os veículos deverão ter como
base os preços da tabela de balcão da proponente, observando-se o desconto concedido”.
45.2 Assim, Preclaro Pregoeiro, não é necessário um maior esforço para
dizer que está incompatível com este período (retirado da cláusula 4.2.6 da minuta
contratual), “(...) não estando incluídas as peças de reposição e acessórios que por ventura venham
a ser necessários, os quais deverão ser fornecidos pelo preço de mercado, após aprovação prévia do
orçamento apresentado pela empresa contratada”.
45.3 Porquanto, como pode o Edital falar nos valores de fornecimento
das peças, que, em respeito à garantia da ampla concorrência, bem como aos princípios
da transparência e proporcionalidade, deve ser baseado na tabela padrão fornecida pelo
14
fabricante do respectivo veículo, e o contrato, em sua minuta, falar em fornecimento pelo
preço de mercado? Ora, se existe tabela exigida, para quê falar em preço de mercado?
46. Pelo que, em respeito aos princípios administrativos licitatórios
da isonomia, da proporcionalidade e da coerência com o edital, a empresa peticionante
impugna o edital, em seu anexo I, minuta do contrato, para requerer a modificação de
sua cláusula 4.2.6, fazendo constar que as peças e acessórios que porventura venham a
ser necessários deverão ser fornecidos pelo preço pactuado no contrato, através da
tabela padrão do fabricante do respectivo veículo.
DA CLÁUSULA 4.2.19 DA MINUTA CONTRATUAL. AFRONTA AOS PRINCÍPIOS
ADMINISTRATIVOS LICITATÓRIOS DA ISONOMIA E DA PROPORCIONALIDADE.
47. A cláusula 4.2.19 da minuta contratual, inserida na manutenção
preventiva e corretiva de veículos automotores e motocicletas da execução técnica do
objeto contratado, estabelece que (a contratada deve) “fornecer gratuitamente o serviço de
guincho à Contratante, até a distância de 50 km (cinquenta quilômetros), quando os veículos não
puderem trafegar até as oficinas da Contratada, em consequência de defeitos mecânicos, elétricos,
ou qualquer outra avaria”. 48. É a mesma irregularidade atestada quando impugnamos acima a
cláusula “3.23” da minuta contratual. Trata-se de agudo desrespeito ao principio da
proporcionalidade, bem como da isonomia (mormente para as pequenas empresas). O
que afeta o nível de competitividade do certame, já que, além do desconto dado, há esta
oneração (de se fornecer gratuitamente reboque à distância de grandiosos 50 km), que é
excessiva e obstaculizadora para muitos participantes. 49. Pelo que, em respeito aos princípios administrativos licitatórios
da proporcionalidade e da isonomia, a empresa peticionante impugna o edital, em seu
anexo I, minuta do contrato, para requerer inicialmente a supressão de sua cláusula
3.23, afastando-se a gratuidade do reboque, ou, caso Vossa Senhoria assim não
15
entenda, a modificação da referida cláusula, fazendo constar distância não superior a
15 km.
DAS CLÁUSULAS 4.2.23 E 4.2.24 DA MINUTA CONTRATUAL. AFRONTA À
GARANTIA DA AMPLA CONCORRÊNCIA E PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS
LICITATÓRIOS DA ISONOMIA E DA PROPORCIONALIDADE.
50. Douto Pregoeiro, é a mesma irregularidade atestada quando
impugnamos acima o item “10.5.1.1” do edital. Trata-se de agudo desrespeito à garantia
da ampla concorrência, bem como aos princípios da isonomia e da proporcionalidade. 51. Assim, deve ser dito que, sobre as cláusulas em questão, não se
pode perder de vista quatro pontos, quais sejam i) que o mercado correlato é bastante
compartimentando, isto é, em regra, o prestador de serviço ou trabalha com caminhões,
ou trabalha com veículos leves e utilitários, ou trabalha com motocicletas, ii) que quem
trabalha com motocicletas ou veículos leves, não possui maquinário relativo a veículos
pesados (e vice-versa), tais como bancada de teste de bomba injetora de diesel, iii) que,
em casos como o elencado no ponto “ii”, nos termos da observação contida no item
10.5.1.1 do edital, acima transcrita, pode-se haver autorização para subcontratação, bem
como iv) que a relação universo de veículos a serem objeto de manutenção versus área de
galpão mínima exigida está superdimensionada. 52. Dessa forma, vê-se que o conteúdo desses dispositivos fere
mortalmente a ampla concorrência. Isso porque, douto julgador, segmentando-se a
licitação, nos moldes do que ocorre no mercado (em que, em regra, existem as oficinas
mantenedoras de caminhões, as oficinas mantenedoras de veículos leves e utilitários, e as
oficinas mantenedoras de motocicletas), indubitavelmente, propicia-se uma maior e mais
ampla disputa. Bem como, ao reverso, impedir empresas como a ora peticionante, que
possui galpão próprio de 900 m2, de participar do certame é restringir ainda mais a
concorrência. Levando-se em conta que a relação universo de veículos a serem objeto de
manutenção versus área de galpão mínima exigida está superdimensionada, e um galpão
de 900 m2 de área comporta tranquilamente a demanda em questão.
16
53. Da mesma forma, douto julgador, o conteúdo de tais dispositivos
fere mortalmente o princípio da proporcionalidade. Isso porque, nos termos do que
demonstramos, não é proporcional determinar que os serviços a serem executados
compreendam ao mesmo tempo (ou na mesma concorrência) manutenções preventivas e
corretivas de veículos automotores de grande porte e motocicletas, nem é proporcional
exigir-se de uma empresa como a ora peticionante, que somente trabalha com veículos
leves e utilitários, equipamentos com outro viés, a exemplo da bancada de teste de bomba
injetora de diesel, assim com não é proporcional impedir empresas como a ora
peticionante, que possui galpão próprio de 900 m2, de participar do certame, levando-se
em conta que a relação universo de veículos a serem objeto de manutenção versus área de
galpão mínima exigida está superdimensionada, e um galpão de 900 m2 de área
comporta tranquilamente a demanda em questão.
54. Pelo que, em respeito à garantia da ampla concorrência e
princípios administrativos licitatórios da isonomia e proporcionalidade, a empresa
peticionante impugna o edital, para requerer inicialmente que a concorrência
licitatória dê-se em três lotes, de acordo com a categoria do veículo, nos termos do que
ocorre no mercado, isto é, caminhões/ veículos leves e utilitários/motocicletas.
Ademais, também o faz para requerer a modificação das cláusulas 4.2.23 E 4.2.24 da
minuta contratual, afastando a exigência de equipamentos que não digam respeito à
categoria respectiva, a exemplo da bancada de teste de bomba injetora de diesel para
empresas que somente realizam manutenção de veículos leves e utilitários, bem como
afastando a exigência de que o galpão no qual os veículos passarão por manutenção
tenha a área mínima de 1000 m2, pois galpão de 900 m2 de área comporta
tranquilamente a demanda em questão.
DO PONTO 1.3 DO TERMO DE REFERÊNCIA. AFRONTA AOS PRINCÍPIOS
ADMINISTRATIVOS LICITATÓRIOS DA ISONOMIA E DA PROPORCIONALIDADE.
55. O ponto 1.3 do termo de referência, inserido na parte atinente ao
objeto, estabelece que “A contagem da quilometragem será a partir do local sede de partida do
guincho e terminando no local de desembarque do veículo”.
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56. Ora douto julgador, trata-se de dispositivo claramente
desproporcional e desprovido de conteúdo isonômico. E demonstrar isso faz-se algo
muito simples. O que pode ser feito através de simples indagação: e o guincho, após
deixar o veículo no local de desembarque, não retornará à base/local sede?
57. Pelo que, em respeito aos princípios administrativos licitatórios
da proporcionalidade e da isonomia, a empresa peticionante impugna o edital, em seu
anexo II, termo de referência, para requerer a modificação do ponto 1.3, fazendo
constar que a contagem da quilometragem será a partir do local sede de partida do
guincho e, após deixar o veículo no local de desembarque, terminará no base/local sede
do guincho.
DO PONTO 5.3 DO TERMO DE REFERÊNCIA. AFRONTA AOS PRINCÍPIOS
ADMINISTRATIVOS LICITATÓRIOS DA ISONOMIA E DA PROPORCIONALIDADE.
58. O ponto 5.3 do termo de referência, inserido na parte atinente ao
fornecimento de peças, estabelece que “no fornecimento de peças paralelas de 1ª linha, o
desconto incidirá sobre a tabela de preços sugeridos pelos fabricantes aos revendedores, vigente no
mês do fornecimento”. 59. Ocorre, douto julgador, que se trata de dispositivo desproporcional
e desprovido de conteúdo isonômico, porquanto, ao contrário do que ocorre com as
denominadas peças originais, para as peças paralelas de 1ª linha os fabricantes não
elaboram nem fornecem tabela de preços sugeridos. Isto é, não existe a tabela referência
em questão. 60. Pelo que, em respeito aos princípios administrativos licitatórios
da proporcionalidade e da isonomia, a empresa peticionante impugna o edital, em seu
anexo II, termo de referência, para requerer a modificação do ponto 5.3, fazendo
constar que o desconto incidirá sobre referencial a ser adotado pelo licitante,
porquanto, com relação às peças paralelas de 1ª linha, não existe tabela de preços
sugeridos pelos fabricantes aos revendedores.
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