Índice cláudia camacho... · estÁgio parcelar de ginecologia e obstetrÍcia | prof. dra. fátima...
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ÍNDICE
INTRODUÇÃO…………………......…………………………...................PÁGINA 3
ATIVIDADES CURRICULARES.....………………………......................PÁGINA 4
OUTRAS ATIVIDADES.....……………………………............................PÁGINA 8
POSICIONAMENTO CRÍTICO.....………………...................…………PÁGINA 8
ANEXOS......................................………………………..................….PÁGINA 10
1 INTRODUÇÃO E OBJECTIVOS
Serve o presente relatório para sumarização das atividades por mim realizadas no
decorrer do estágio profissionalizante do 6º ano do Mestrado Integrado em
Medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade NOVA de Lisboa,
que decorreu no ano letivo de 2014/2015. Este estágio profissionalizante é
constituído por seis estágios parcelares, que descrimino individualmente nas
páginas seguintes, por ordem cronológica de realização. Seguidamente nomearei
também algumas actividades não-curriculares que desenvolvi durante este ano
lectivo e que considero importantes na minha formação como médica, tendo esta
secção correspondência com os anexos finais do relatório. Por fim, no
posicionamento crítico, identifico os objetivos alcançados, e acrescento uma
reflexão pessoal sobre alguns aspetos do Estágio Profissionalizante.
2 ATIVIDADES CURRICULARES
ESTÁGIO PARCELAR DE PEDIATRIA | Prof. Doutor Luís Varandas
Este estágio decorreu na Unidade de Hematologia do Hospital Dona Estefânia (CHLO),
entre Setembro e Outubro de 2014, sob a tutela da Dra. Raquel Maia, durante quatro
semanas. Participei diariamente na atividade de enfermaria da Unidade, e
semanalmente na consulta externa de Hematologia e no atendimento do Serviço de
Urgência pediátrica. Tratando-se de uma subespecialidade pediátrica, tive um contacto
mais frequente com a gestão de doentes hematológicos crónicos, nomeadamente com
Anemia de Células Falciformes. Ocasionalmente estive ainda presente em consulta
externa de Imuno-alergologia, de Reumatologia e em múltiplos seminários e sessões
teórico-práticas de temas da área pediátrica. Aquando do final do estágio apresentei um
trabalho teórico intitulado: “Tip toe walking – as crianças que andam em pontas dos pés”.
ESTÁGIO PARCELAR DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA | Prof. Dra. Fátima Serrano
Este estágio decorreu no Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Dona
Estefânia (CHLC), entre Outubro e Novembro de 2014, com a duração de quatro
semanas. Sob a tutela da Dra. Mª do Carmo Silva e de outros assistentes do serviço, o
estágio foi repartido em duas semanas para a área da Ginecologia e duas para
Obstetrícia. Pelas contingências do Serviço participei maioritariamente nas consultas
externas, nas áreas de Ginecologia, Patologia do Colo do Útero, Oncologia, Medicina
Materno-Fetal e Medicina da Reprodução. Assisti ainda à execução de técnicas
complementares de diagnóstico como histeroscopia, ecografia ginecológica e
diagnóstico pré- natal. Semanalmente na Maternidade Alfredo da Costa estive presente
em Serviço de Urgência, onde tive também contacto com o bloco operatório. No final do
estágio apresentei um trabalho teórico intitulado “O factor uterino na infertilidade
feminina - septo uterino vs útero bicórnio”. Assisti às sessões semanais do Serviço, entre
as quais destaco a sessão sobre Síndrome Uretral, no diagnóstico diferencial das
infecções urinárias de repetição.
ESTÁGIO PARCELAR DE SAÚDE MENTAL | Prof. Doutor Miguel Xavier
Teve lugar no Serviço de Psiquiatria do Hospital Fernando Fonseca, entre Novembro e
Dezembro de 2014, com a duração de quatro semanas. Sob a tutela do Dr. José Flores,
na equipa comunitária da Amadora, incluiu maioritariamente a minha assistência a
consultas externas de Psiquiatria de adultos, bem como um contacto com o Serviço de
Urgência, visitas domiciliárias para administração de terapêutica, e avaliação psicológica
mediante testes projectivos (Rorchach e teste de apercepção temática) em Consulta de
Psicologia.
Sendo uma área de particular interesse pessoal, gostaria de ter tido maior rotatividade
nas vertentes do Serviço, nomeadamente com a abordagem a doentes agudos e
crónicos descompensados, Pedopsiquiatria, Psiquiatria de Ligação ou Sessões de
Terapia de Grupo. Este estágio introduziu porém elementos positivos de novidade que
me incentivaram numa perspectiva futura, nomeadamente a noção da prática
comunitária em Saúde Mental, que até então me era desconhecida, e sobretudo o
excepcional trabalho em equipa multidisciplinar, com médicos, enfermeiros, assistentes
sociais e psicólogos envolvidos no tratamento de cada doente.
Destaco ainda o interesse das sessões clínicas a que assisti semanalmente no Serviço.
No final do estágio apresentei um trabalho teórico com o título “Factores psicológicos
que condicionam doença física – Medicina Psicossomática”.
ESTÁGIO PARCELAR DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR | Prof. Doutora Isabel Santos
Decorreu no Centro de Saúde de Santo António, no Funchal, entre Dezembro de 2014 e
Janeiro de 2015, sob a tutela da Dra. Ana de Jesus Santos. Durante este estágio de
quatro semanas colaborei em consultas de saúde de adultos, infantil, juvenil,
planeamento familiar, hipocoagulação e consultas abertas. Esta diversidade
correspondeu a uma aquisição de conhecimentos e experiência muito ampla no contexto
da Medicina Familiar, do seu papel preventivo, terapêutico e de orientação do doente.
De destacar ainda atividades práticas desenvolvidas, por exemplo alguns gestos do
exame objetivo não praticados rotineiramente, como a otoscopia e a observação da
orofaringe, e também a observação e anamnese orientadas para a vigilância em saúde
infantil, pois a Medicina Geral e Familiar tem a particularidade de também seguir
indivíduos saudáveis. Por fim, pude ainda assistir às sessões clínicas mensais
dinamizadas no âmbito do Internato da especialidade.
ESTÁGIO PARCELAR DE MEDICINA | Prof. Doutor Fernando Nolasco
Decorreu no Serviço de Medicina 7.2 do Hospital Curry Cabral, entre Janeiro e Março de
2015 com a duração de oito semanas. Sob tutela da Dra. Claudia Mihon, foi possível o
aprofundamento do raciocínio clínico-dedutivo, do método de registo clínico por
problemas e da minha autonomia, dada a distribuição dos doentes por todos os
elementos da equipa médica, havendo uma carga laboral regular a que acresceu o
desafio assistencial que os doentes internados ofereciam. Sinto que foi o estágio que
mais contribuiu para a minha evolução e onde fui mais valorizada como aluna e futura
médica, pois foi-me dada a oportunidade de desenvolver a capacidade de comunicar
com outros profissionais as minhas impressões (tendo apresentado doentes na Visita
Médica e na discussão de casos), comunicar notícias por vezes difíceis a doentes e
familiares, e gerir situações de necessidade de apoio social e referenciação à Rede
Nacional de Cuidados Continuados, muito frequentes no Serviço.
De destacar ainda a experiência SU do Hospital de São José, extremamente desafiante,
pela necessidade de gerir outros factores que habitualmente não estão presentes na
prática clínica em enfermaria ou consulta externa, como as variações no fluxo de
doentes, a logística do espaço e a rapidez que se impõe aos procedimentos, sem perder
o foco e a atenção no fundamental.
ESTÁGIO PARCELAR DE CIRURGIA | Prof. Doutor Rui Maio
Este estágio decorreu no Serviço de Cirurgia Geral do Hospital Beatriz Ângelo entre
Março e Maio de 2015 sob a tutela do Dr. João Sousa Ramos. Com a duração total de
oito semanas, uma foi dedicada a formação por seminários teórico-práticos, quatro foram
dedicadas à Cirurgia Geral, uma em rotação no Serviço de Gastrenterologia e uma outra
no Serviço de Urgência. Foi um estágio maioritariamente observacional, embora com
participações ocasionais como 2ª ajudante em hernioplastias, e com escassa
componente de pequena cirurgia. No final do estágio apresentei um caso clínico em
mini-congresso no Hospital Beatriz Ângelo intitulado “O corpo é estranho - a propósito de
um caso”, sobre perfuração intestinal por corpos estranhos.
UNIDADE CURRICULAR OPCIONAL | Prof. Doutor Rui Moreno
No que toca à UC Opcional selecionei um dos blocos formativos oferecidos pela
Faculdade, Medicina da Emergência e da Catástrofe, tendo este decorrido em Maio e
Junho de 2015, com a duração de duas semanas e sob a orientação do Prof. Doutor Rui
Moreno. A razão da minha escolha passou pelos seguintes motivos: (1) ausência de
estágios pré-graduados que contemplem situações de excepção de grandes proporções,
para as quais todos os profissionais de saúde devem estar minimamente preparados (2)
experiência pessoal em situações de excepção com impacte na saúde das populações,
concretamente na minha área de residência, no Funchal, onde estive presente aquando
da ocorrência de cheias (Fevereiro de 2010) e durante o surto de dengue (2012).
Esta Unidade Curricular teve um carácter maioritariamente teórico-prático, onde foram
abordados os vários síndromes de apresentação conforme os agentes envolvidos -
biológicos, químicos, radioactivos, físicos, naturais. Foram treinadas situações de
catástrofe, com a aplicação do sistema de triagem de vítimas START (Simple Triage and
Rapid Treatment) e do plano de catástrofe externa do CHLC. Foram ainda realizadas
visitas às instalações do INEM (inclusive CODU - Centro de Orientação de Doentes
Urgentes; e CIAV - Centro de Informação Anti-Venenos) e à Unidade de Cuidados
Intensivos de Neurocríticos (UCINC) do Hospital de São José, onde acompanhei a
discussão e abordagem de vários doentes internados.
3 OUTRAS ATIVIDADES
Membro integrante da equipa de redacção da Revista FRONTAL, da AEFCML,
desde 2012 (tendo sido Directora Executiva em 2013/14) (anexo 1)
Participação no TEMPH 2014 - Trends in Environmental Microbiology for Public
Health (anexo 2)
Participação no IV Congresso Nacional de Saúde Pública (anexo 3)
Participação na 4ª edição do curso de Electrocardiograma e arritmias cardíacas
(anexo 4)
Participação no 6º Simpósio do Serviço de Psiquiatria do Hospital Doutor Fernando
da Fonseca (anexo 5)
Participação no Seminário "Dia Mundial da Conscialização do Autismo" (anexo 6)
Participação no Simpósio "O fim do pensamento em psicopatologia - aspectos
críticos sobre a DSM-V) (anexo 7)
Participação nas I Jornadas Médicas NOVA (anexo 8)
Participação no ISPA Psychology Symposium 2015 (anexo 9)
4 POSICIONAMENTO CRÍTICO
Findo o 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina, cabe avaliar o cumprimento dos
objectivos formais que regulam este Estágio Profissionalizante, bem como das minhas
expectativas pessoais.
Considero que este estágio cumpriu globalmente um dos seus objectivos fundamentais,
no sentido da profissionalização do aluno, fornecendo uma experiência muito próxima da
realidade do exercício da Medicina em Portugal. Ainda assim, questiono se a autonomia
adquirida será suficientemente ajustada às exigências do Internato Médico. Por outro
lado, permitiu inequivocamente a consolidação de conhecimentos teóricos, gestos
técnicos e comportamentos, inicialmente adquiridos aquando da pré-graduação. Além
disso, de um modo geral, é tido em conta o nível de competências esperadas para o
aluno nesta fase, e os tutores estão conscientes das metas que é suposto atingir.
Pessoalmente, esperava que na maioria dos estágios tivesse sido integrada como um
elemento útil da equipa médica, o que nem sempre sucedeu. Por exemplo, em Pediatria,
em que o aluno tem pouca responsabilidade pelas tarefas diárias da enfermaria; ou em
Saúde Mental, em que tem um papel iminentemente observacional. Considero que o
facto de ter realizado o estágio de Ginecologia e Obstetrícia no HDE limitou o meu leque
de aprendizagem, pois tive muito escasso contacto com situações agudas e com a
enfermaria, e nesse sentido talvez devesse ser reavaliada a continuidade da formação
neste Serviço. Em Cirurgia, gostaria de ter tido mais oportunidades para aprender e
treinar gestos cirúrgicos simples, o que não sucedeu pelo ratio elevado de aluno-
tutor(3:1). Ressalvo porém que em todos estes estágios a aprendizagem foi intensa e
contínua, o que compensou largamente os aspectos menos práticos que referi. Enalteço
como decisivos no meu percurso os estágios em Medicina Interna e Medicina Geral e
Familiar, em que me senti verdadeiramente responsável pela minha conduta,
considerada pelos meus pares, e que a alguns poderia inclusive chamar "os meus
doentes". Não quero deixar de sublinhar que alguns profissionais me proporcionaram,
para além da técnica, lições de humanismo e dignidade na doença.
É com enorme orgulho e satisfação que termino este ciclo. Este ano constituiu, sem
dúvida, um dos pilares essenciais da minha formação pré-graduada, pois foi um ano
gratificante a vários níveis. Gostaria por fim de agradecer a todos os docentes da FCM-
NOVA, aos assistentes hospitalares e restantes profissionais que me receberam e aos
meus colegas que contribuíram para que assim fosse.
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