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Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil 1
INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI
FACULDADES IDEAU
UROLITÍASE POR ESTRUVITA EM FELINO: RELATO DE CASO
SILVEIRA, Stéfani Moane Schmitt ¹*
BARROS, Marina Vedovatto 1
GRANDO, Mayara¹
MOCELIN, Letícia¹
POMPERMAYER, Gabriela Carolina¹
RIBEIRO, Ticiany Maria Dias²
GALLIO, Miguel²
GRANDO, Rodrigo de Oliveira²
MAYER, Andrei Retamoso²
SEBEM, Juliana Gottlieb²
OLIVEIRA, Daniela dos Santos²
RESUMO: A urolitíase é caracterizada pela formação de urólitos, decorrente de cristais e cálculos. Refere-se à
redução da frequência urinária e aumento do pH da urina, associados a fatores dietéticos. O achado clínico do
gato com obstrução é a presença da bexiga repleta e distendida, sendo difícil de ser esvaziada por compressão. O
objetivo do Projeto de Aperfeiçoamento Teórico Prático, foi acompanhar o caso clinico de um felino
diagnosticado com urolitíase por estruvita, bem como a realização e análise de exames complementares. O
prognóstico do animal varia conforme a quantidade, localização e composição dos urólitos. Distinguir o tipo de
cálculo, permite a instauração de uma terapia mais adequada, que consequentemente irá aumentar a eficácia do
tratamento.
Palavras-chave: urólitos, disúria, obstrução, hematúria.
ABSTRACT: The urolithiasis is characterized by the formation of urólitos, deriving from crystals and
calculations. It refers to reducing urinary frequency and increased pH of urine, associated with dietary factors.
The clinical find of the cat with obstruction is the presence of the bladder filled and distended, being difficult to
be emptied by compression. The objective of the practical theoretical improvement project was to accompany
the clinical case of a feline diagnosed with urolithiasis by Struvite, as well as the realization and analysis of
complementary exams. The prognosis of the animal varies according to the quantity, location and composition of
the Urólitos. Distinguishing the type of calculation allows the establishment of more appropriate therapy, which
will consequently increase the effectiveness of the treatment.
Keywords: Urolith, dysuria, obstruction, hematúria.
1 Discentes do Curso de Medicina Veterinária, Nível V 2015/2- Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.
²Docentes do Curso de Medicina Veterinária, Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS. 1* tefe_moane@hotmail.com
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1 INTRODUÇÃO
O sistema urinário é responsável pela produção, coleta e excreção da urina. É
constituído por um par de rins, localizados dos lados direito e esquerdo, a pelve renal, os
ureteres, a bexiga e uretra. Na porção inicial, os rins têm a função de realizar a filtração
sanguínea através de um sistema de pressão nos capilares locais. Para que ocorra a formação
da urina, o sangue que chega aos rins será filtrado pelos néfrons, afim de que ocorram
reabsorções de possíveis eletrólitos importantes ao organismo, chamados de filtrados. Por
outro lado, contém substâncias consideradas toxicas para o organismo, como a uréia e o ácido
úrico.
O principal fator que afeta o nível de filtração glomerular, é o aumento do fluxo
sanguíneo que ocasionará a elevação do coeficiente de filtração e por consequência, a
quantidade final de urina produzida. O estímulo para que todas essas alterações ocorram, vem
através do sistema nervoso simpático, que irá reduzir ou aumentar a pressão nos capilares
glomerulares, e por consequência, variar o grau e volume de urina excretada.
.A urina excretada por um animal saudável deve ser límpida e de coloração amarela.
Pode ser encontrado bilirrubina, pequenas quantidades de proteína, glicose, hemoglobina,
hemácias e leucócitos. Alterações nas quantidades normais dessas substâncias, podem indicar
patologias e alterar a coloração da urina. Dentre essas, corantes de alimentos, toxinas ou
microorganismos.
O tipo de dieta fornecida aos animais, interfere diretamente no pH da urina, que varia
entre 5,0 à 7,5. O pH ácido, é considerado <6,0 e as causas para a variação deste é a ingestão
de carne vermelha, acidose metabólica ou respiratória. Se o animal apresentar um pH >8,0,
ele é considerado alcalino e as causas deste incluem infecção no trato urinário por bactérias,
decorrentes de dietas baseadas em proteínas vegetais, alcalose respiratória, acidose do túbulo
renal distal e exposição da urina a temperatura ambiente.
Na rotina das clínicas veterinárias, observa-se com frequência casos de felinos com
urolitíase, que é a presença de cálculos ao longo do trato urinário. Alguns fatores de risco
estão relacionados ao manejo, estado reprodutivo, aspectos morfológicos uretrais e idade do
animal.
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O objetivo do presente Projeto de Aperfeiçoamento Teórico Prático, foi acompanhar o
caso clínico de um felino diagnosticado com urolitíase por estruvita, bem como a realização e
análise de exames complementares.
2 DESENVOLVIMENTO
Nesta parte do trabalho será detalhado o referencial teórico, a metodologia
empregada e os resultados encontrados. Contém a exposição ordenada e pormenorizada do
assunto tratado do estudo.
2.1 Referencial Teórico
A urolitíase é a afecção mais encontrada no trato urinário de felinos, caracterizada pela
formação de urólitos, decorrente de cristais e cálculos. Sua causa principal refere-se à redução
da frequência urinária e aumento do pH da urina, associados a fatores dietéticos (ROSA,
2013).
É necessário realizar-se a anamnese de forma completa, com o intuito de definir a
condição do animal, bem como os sinais clínicos. Juntamente com a identificação dos fatores
ambientais que possam contribuir para o estabelecimento da doença, para traçar os possíveis
análises da mesma (WESTROPP, 2007).
O diagnóstico pode ser obtido por meio do histórico clínico e exames físicos do
paciente. Da mesma forma, buscando auxílio através de exames complementares como
hemograma, bioquímicos e exames de imagem como a ultrassonografia. O achado clínico do
gato com obstrução é a presença da bexiga repleta e distendida, sendo difícil de ser esvaziada
por compressão (GRAUER, 2003).
A eficácia do tratamento se dá pelo diagnóstico correto. A identificação da causa
específica possibilita a adoção de uma terapia adequada. As infecções por cálculos por
estruvita podem demorar em média 3 meses para serem dissolvidas. Esta terapêutica adotada
varia conforme o grau da obstrução encontrada no paciente (GUNN-MOORE, 2003).
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2.2 Material e Métodos
Foi atendido na cidade de Erechim/RS, um felino, SRD, macho, 3kg, não castrado
com dificuldade ao urinar, dor ao ser tocado, sem se alimentar, convive com mais animais e
não faz uso de caixa de areia. O mesmo alimenta-se de ração, sem controle da qualidade,
sendo que os gatos ingerem a mesma ração fornecida aos cães. Possivelmente, há um mês
teve contato com outro animal diagnosticado com Felv. O animal tem acesso à rua, vermífugo
e vacinação sem histórico. Proprietária não relata possíveis traumas.
Ao ser realizado o exame clinico notou-se presença de disúria, com distenção na
bexiga, além da algia abdominal e anorexia. O animal apresentou exposição peniana e
observou-se a presença de sangue no orifício da uretra. As mucosas orais apresentavam- se
com coloração pálida e com tempo de perfusão capilar(TPC) de 3 segundos. Temperatura
retal de 37,6°C, pulso 135 bpm e frequência respiratória 84 rpm. Observou-se presença de
ectoparasitas.
Foi coletado sangue venoso, com auxílio de seringa estéril e agulha 25x7, da veia
jugular. Este foi aliquotado em duas amostras, uma contendo anticoagulante ácido
etilenodiaminotetracético (EDTA), para realizar o hemograma. Outra alíquota foi mantida
sem anticoagulante para realizar as analises bioquímicas. Através de cistocentese, foi coletada
uma amostra de urina, para a urinálise. O veterinário responsável pelo caso, dispõe dos
serviços labaratoriais em sua clínica, tornando mais ágil a elaboração dos resultados.
Para o procedimento da contagem dos eritrócitos e leucócitos, foi utilizada a técnica
manual com câmara de Neubauer. É necessário seguir alguns passos para obter o resultado
correto t0,02mL de ais como; 1) Diluição com Cloreto de sódio, sendo 0,4 mL de sol.
Fisiológica: sangue; 2) Preencher as duas câmaras e aguardar 5 minutos; 3)Iniciar a
visualização no microscópio no aumento 400x; 4)Contar as hemácias dos dois retículos, de 5
quadrados na diagonal, e multiplicar o resultado por 10.000. O valor obtido corresponde à
quantidade de hemácias.
Ainda com a câmara de Neubauer, realizou-se também a contagem de leucócitos
totais. Utilizou-se como diluente, o líquido de Turck para fazer a lise das hemácias e unificar
a visualização dos leucóticos. As proporções seguem, 0,4 mL de diluente : 0,02 mL de
sangue. Da mesma maneira, preencheu-se os dois retículos da câmara e aguardar o tempo
necessário. Visualizar no microscópio no aumento 100x. A contagem foi feita através dos 4
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quadrados periféricos em sentido zigue-zague. Multiplicou-se o valor das duas câmaras por
50.
Figura 1: Diluição do sangue para câmara de Neubauer. Fonte: VEDOVATTO, Marina,
2017. Erechim/RS
Foi soliciado como parâmetros bioquímicos, a uréia, creatinina e Alanina Amino
Transferare-(ALT) para avaliar a função renal e hepática. O material foi depositado em um
frasco estéril e sua análise deve ocorrer dentro de 2 horas.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após a avaliação do paciente, em conjunto com a anamnese e os exames laboratoriais
solicitados, diagnosticou-se o animal com urolitíase. O primeiro exame complementar
realizado, refere-se ao hemograma, conforme valores demonstrados na tabela a seguir.
Tabela 1: Resultados hemograma felino. Fonte: SILVEIRA, Stéfani, 2017. Getúlio
Vargas/RS.
ERITROGRAMA PARÂMETROS
NORMAIS
Hemácias 4,45 5,0-10
Hematócrito 14% 24-45%
Hemoglobinometria 4,6g/dl 8-15g/dl
VCM 31,46fl 39-55fl
CHCM 32,86% 30-36%
HCM 10,34pg 13-18 pg
Plaquetas 160.000 230-680
Presença de anisocitose
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Ao analisar a tabela 1, referente aos resultados dos exames eritrocitários realizados no
paciente, constatou-se que o mesmo apresenta um quadro de anemia, em conjunto com
hematócrito baixo, VCM abaixo do índice, e os níveis plaquetários, bem abaixo do parâmetro
de referência, o que pode explicar a presença de sangue na urina. A anemia progressiva em
grande parte dos gatos varia conforme o grau de comprometimento renal (POLZIN, et al
1997).As alterações do hemograma mais frequentes num quadro de urolitíase do trato urinário
é a anemia e, eventualmente, são por insuficiência renal crónica (Salisbury, 2001).
Conforme a figura 2, notou-se a presença de acantócitos. Os acantócitos são hemácias
com projeções irregulares do citoplasma, de diferentes formas e tamanhos. Este aspecto da
hematúria é resultado da diapedese das hemácias, ao passarem pela barreira de filtração
glomerular e por agressões ao longo do sistema tubular renal, sob a influência de alterações
do pH (RATH, 1992).
Figura 2: Esfregaço sanguíneo. Vermelho: Neutrófilo Segmentado, Azul: Acantócito e
Laranja: Anisocitose : Objetiva 100x Fonte: SILVEIRA, Stéfani, 2017.
Getúlio Vargas/RS
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LEUCOGRAMA PARÂMETROS
NORMAIS
Leucócitos totais 22.250 5.500-19.500
Basófilos zero Raros
Eosinófilos zero 0-1500
Neutrófilos bastonetes 2447 0-330
Neutrófilos segmentados 11792,5 2500-12000
Linfócitos 7565 1500-7000
Monócitos 445 0-850
Tabela 2: Resultados leucograma felino. Fonte: SILVEIRA, Stéfani, 2017. Getúlio
Vargas/RS.
O segundo exame clínico realizado no felino, foi o leucograma, afim de detectar
possíveis inflamações, sobretudo se existe também obstrução ureteral (Adams, 2010).
Diagnosticou-se o animal com leucocitose, caracterizado como aumento dos leucócitos,
detectando infecção bacteriana. Outra alteração visualizada no leucograma, foi um aumento
significativo dos neutrófilos bastonetes, que indica a produção excessiva de novas células para
conter a contaminação pelas bactérias.
Como resposta inicial da medula óssea frente à um processo infeccioso é a liberação
dos neutrófilos de reserva. Ocorre também aceleração do processo de maturação e liberação
das células obtendo como resultado o desvio à esquerda: indicando presença de maior
quantidade de bastonetes, células mais jovens. A presença de mais de 500 bastões/mm3
constitui indicação de infecção (PEREIRA, 2008).
BIOQUÍMICO VALOR DE
REFERÊNCIA
Creatinina 2,81 mg/dl 0,8-1,80 mg/dl
Uréia 121,00 mg/dl 20-65 mg/dl
Tabela 3: Resultados bioquímico sérico. Fonte: SILVEIRA, Stéfani, 2017. Getúlio
Vargas/RS.
Em um quadro clínico de insuficiência renal sugere-se que a sintomatologia está mais
relacionada com os níveis de uréia do que com o de creatinina, já que a excreção de uréia não
depende somente da taxa de filtração glomerular, mas também da taxa de fluxo do filtrado
(FINCO, 1995).
Ao realizar a análise estatística dos níveis de ureia e cratinina, observou-se o aumento
de ambas. A creatinina plasmática é derivada, do catabolismo da creatina presente no tecido
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muscular. A excreção de creatinina é realizada por via renal, já que a mesma não é
reabsorvida nem reaproveitada pelo organismo. Consequentemente, os níveis de creatinina
plasmáticos refletem a taxa de filtração glomerular, sendo que níveis altos de creatinina
indicam uma deficiência renal (TEIXEIRA, 2013).
A uréia é um produto nitrogenado não proteico, sintetizado no fígado, que utiliza a
amonia derivada do catabolismo dos aminoácidos resultando no catabolismo de proteinas
exógenas derivadas da dieta e endógenas. A excreção renal da uréia é realizada através da
filtração glomerular, e indíces elevados da mesma ocorrem quando há diminuição da filtração
por insuficiência renal, e/ou por uma dieta rica em proteínas (HENNEMANN, et al, 1996).
URINÁLISE VALOR DE
REFERÊNCIA
Cor Vermelha Amarelo claro
Volume 15 ml 100-200 ml/dia
pH 5 5,5-7,5
Leucócitos Positivo +++ Traços
Cristais Presentes Ausentes
Bactérias Presentes Ausentes
Sangue oculto Positivo ++ Negativo
Tabela 4: Resultados bioquímico sérico. Fonte: SILVEIRA, Stéfani, 2017. Getúlio
Vargas/RS.
Ao realizar o exame urinálise, busca-se detectar substâncias presentes na urina. Para a
coleta do mesmo, foi utilizada a técnica de cistocentese, que consiste na punção de uma
agulha na bexiga do animal. Esse procedimento pode ocasionar possíveis lesões como
hemorragia. Porém é o único método possível de ser realizado no animal que está obstruído
(SILVA, et al., 2013).
A análise da urina, busca fornecer dados como densidade urinária, alteração no pH,
grau de hematúria, proteinúria, assim como o aparecimento de células inflamatórias e cristais.
(ROSA, 2010).
Segundo Pinheiro (2009), nos animais que encontram-se obstruídos, o exame da urina
manifestará hematúria, conforme figura 3, ocasionada pela distensão da bexiga devido
rompimento de vasos e consequentemente ocasionando um quadro de hemorragia, além de
todos os fatores associados ao processo inflamatório.
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Figura 3: Urina coletada, com presença de hematúria. Fonte: MOCELIN, Letícia, 2017.
Erechim/RS.
Com o intuito de obter-se um prognóstico para o animal, optou-se pela realização do
exame de ultrassonografia abdominal. O mesmo, tem por objetivo analisar a integridade do
trato urinário, além de certificar a presença de cálculos e tampões que estão na bexiga e
possam obstruir a uretra. Busca-se avaliar a espessura da parede da bexiga, caso esteja
distendida, além de verificar a presença de neoplasias e anormalidades anatômicas (COSTA,
2009).
Figura 4: Imagem ultrassonográfica de felino evidenciando parede vesical com repleção
aumentada e espessada. Fonte: Clínica veterinária PetClínica, PAZ, Mayara, 2017.
Erechim/RS.
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Segundo Nelson e Couto, (2010), o tratamento é baseado de acordo com o nível em
que se encontra a obstrução do animal. Inicialmente, é necessário realização da cistocentese
para desobstruir a bexiga. Para repor os eletrólitos, perdidos decorrentes da desidratação,
sugere-se a administração de fluidoterapia. Em casos de cálculos que não podem ser
dissolvidos, como os de oxalato de cálcio, torna-se necessário a remoção cirúrgica dos
urólitos.
O procedimento cirúrgico é indicado quando os protocolos médicos são ineficazes,
para alivio da obstrução, quando associados com infecção urinária, quando o paciente não
responde a terapia de dissolução do urólito, ainda a intervenção cirúrgica é aconselhada
quando recidivas do quadro causaram prejuízos significativos na função renal e danos
anatômicos (OSBORNE, 2004).
Como primeira opção para o tratamento, realizou-se fluidoterapia, acompanhado de
analgésico e antibioóticoterapia. Adotou-se a lavagem da bexiga, através da sondagem
urinária, com intuito de buscar a desobstrução da mesma. Os objetivos do tratamento, são
corrigir qualquer fator predisponente, eliminar cálculos existentes por meio de um tratamento
médico ou cirúrgico, conforme figura 5, e diminuir recidivas (FORRESTER, 2003).
Figura 5: Procedimento cirúrgico. Fonte: MOCELIN, Letícia, 2017.
Erechim/RS.
Complicações são fatores importantes que afetam o prognóstico de cada caso em
particular. É frequente complicações pós-cirúrgicas ocorrerem principalmente se o
diagnóstico for confirmado tardiamente ou quando tratados somente com analgésicos por
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vários dias, também quando o animal possui sequelas graves e no atraso para o
encaminhamento cirúrgico submete o paciente a ter riscos altos de óbito (KUMPER,1994).
A estruvita tem em sua composição magnésio, amônio e fosfato. A urina supersaturada
com esses elementos, associada à infecção do trato urinário, urina alcalina, e à dieta,
influenciam a formação dos cálculos de estruvita (Stevenson & Rutgers, 2006).
Atualmente, pesquisadores e empresas buscam a produção de alimentos que atuem na
prevenção das urolitíases por estruvita e oxalato de cálcio, os dois tipos mais comuns de
urólitos. Com o intuído de melhorar a qualidade dos alimentos, buscando reduzir os aspectos
metabólicos desencadeados pela ingestão dos alimentos (Carciofi, 2007).
As urolitíases são a causa mais comum de doença obstrutiva do trato urinário inferior
em cães e gatos. A dieta influencia a composição da urina, de modo que determinados fatores
alimentares desempenham grande papel como causadores do aumento de possíveis riscos ou
na prevenção de urolitíases (Wagner et al., 2006).
4 CONCLUSÃO
Sabe-se que felinos são acometidos mais frequentemente por urolitíases, em virtude de
desbalanceamento nutricional e baixo consumo de água, que acarreta na variação do pH
urinário. O prognóstico do animal varia conforme a quantidade, localização e composição dos
urólitos. Distinguir o tipo de cálculo, permite a instauração de uma terapia mais adequada, que
consequentemente irá aumentar a eficácia do tratamento. A primeira tentativa de tratamento
ao paciente relatado não surtiu efeito esperado, e optou-se secundariamente pela remoção
cirúrgica. Durante o procedimento, encontrou-se coágulos de sangue na bexiga do mesmo,
decorrente de um trauma não relatado pelo proprietário. Alguns dias após, o felino veio a
óbito, devido a complicações secundárias. Sugere-se aos proprietários, o acompanhamento
periódico ao médico veterinário, afim de desenvolver a prevenção adequada, oferecendo uma
dieta de boa qualidade, buscando evitar o surgimento de cristais formadores de urólitos na
urina. Com a realização de exames rotineiramente, pode-se diagnosticar mais rapidamente
qualquer patologia, oferecendo ao proprietário maiores seguranças para o tratamento
terapêutico, sem necessidade de realizações cirúrgicas.
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