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INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS
MESTRADO EM TECNOLOGIAS AMBIENTAIS
KARLA CRISTINA HONÓRIO DOS SANTOS
AVALIAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE DA ÀGUA QUE ABASTECE O DISTRITO DE OURICURI, ATALAIA-AL.
Marechal Deodoro
2019
KARLA CRISTINA HONÓRIO DOS SANTOS
AVALIAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE DA ÀGUA QUE ABASTECE O DISTRITO DE OURICURI, ATALAIA-AL.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Programa de Pós-
Graduação em Tecnologias Ambientais
(Modalidade Mestrado Profissional) como
requisito para a obtenção do título de
Mestre em Tecnologias Ambientais.
Orientador: Prof. Dr. Johnnatan Duarte
de Freitas
Coorientador: Prof. Dr. Alan John
Duarte de Freitas
Marechal Deodoro
2019
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Instituto Federal de Alagoas Campus Marechal Deodoro Biblioteca Lúcio Soley Lomônaco ___________________________________________________________
S237a Santos, Karla Cristina Honório dos.
Avaliação e caracterização da qualidade da água que abastece o distrito de Ouricuri, Atalaia-AL / Karla Cristina Honório dos Santos. – 2019.
73 f. : il., col. 1 CD-ROM : 9,40 megabytes (PDF) ; 4 ¾ pol. ; caixa acrílica (12,5 cm x 14 cm).
Inclui tabelas. Dissertação (Mestrado Profissional em Tecnologias Ambientais) – Instituto Federal de
Alagoas, Campus Marechal Deodoro, Marechal Deodoro, 2019. Orientação: Prof. Dr. Johnnatan Duarte de Freitas.
1. Qualidade da água. 2. Monitoramento. 3. Doenças de veiculação hídrica. I. Título.
II. Freitas, Johnnatan Duarte de. _________________________________________________CDD: 628.16
Maria Jôse Nascimento Leite Machado
Maria Jôse Nascimento Leite Machado
Bibliotecária – CRB-4/2125
_________________________________________ Prof. Dr. Alan John Duarte de
Freitas - IFAL / Campus Maceió (Co-orientador)
__________________________________________ Prof. Dr. Daniel de Magalhães
Araújo – IFAL / Campus Satuba (Avaliador Interno)
__________________________________________ Prof. Dr. Ticiano Gomes do
Nascimento – UFAL / Campus Maceió (Avaliador Externo)
Marechal Deodoro, AL
2019
Dedico este trabalho a minha família, em
especial a meus filhos Mickael e Miguel
que são minhas forças para prosseguir,
no desejo que eles enxerguem em mim
um exemplo na busca pelo conhecimento.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por me ajudar durante todas as dificuldades encontradas durante o
mestrado, e me permitir chegar até aqui.
Ao Professor Dr. Johnnatan Duarte de Freitas do Instituto Federal de Alagoas – IFAL
por toda transferência de conhecimento, dedicação e empenho transmitido durante a
orientação desse trabalho.
Ao Professor Dr. Alan John Duarte de Freitas por sua orientação ajuda e disposição
durante todo o desenvolvimento do trabalho, bem como seu incentivo ao meu
crescimento acadêmico e profissional junto ao professor Johnnatan Duarte.
Ao profissional Francisco Tenório técnico laboratorial do Instituto Federal de Alagoas
por contribuir com seu vasto conhecimento nas análises químicas do trabalho.
A Fundação Amadeu Inácio, atuante na localidade, por todo empenho em nos ajudar
no desenvolvimento do projeto.
A minha grande amiga Me. Mayrane Carla, por ter contribuído com seu
conhecimento para a construção desse trabalho e ainda total apoio sempre nos
momentos mais críticos de uma mestranda.
A meus pais, por me ensinarem que os estudos são escadas que nos levam ao
crescimento profissional e pessoal, em especial a minha mãe que sempre me
incentivou a lutar pelos meus sonhos, mesmo em meio a dificuldades.
Ao Meu esposo Janeson por ser presente na vida dos nossos filhos Mickael e Miguel
nos instantes em que tive necessidade de me ausentar, por toda compreensão nos
meus momentos de reclusão para o desenvolvimento desse trabalho.
“Mas como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido
não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que
Deus preparou para os que o amam.”
(1coríntios 2:9)
SANTOS, Karla Cristina Honório. Avaliação e caracterização da qualidade da água que abastece o distrito de Ouricuri, Atalaia-Al. 74f. 2019. Trabalho de Conclusão de Curso (Mestrado em Tecnologias Ambientais) – Campus Marechal Deodoro, Instituto Federal de Alagoas, Marechal Deodoro, 2019.
RESUMO
A essencialidade da água no planeta é designada para várias finalidades,
domésticas, cultivo, industrial, dentre outras, dessa forma sua promoção é aspecto
indispensável ao desenvolvimento humano. Diante da relevância desse recurso é
necessário saber a qualidade da água que abastece uma população, visto que a
água é um vetor de doenças infecciosas e também pode indicar fatores de
contaminação ambiental. Este trabalho tem como objetivo analisar a qualidade da
água que abastece o distrito de Ouricuri, situado no munícipio de Atalaia em Alagoas.
O estudo analisou as características físicas, químicas e microbiológicas da água,
tendo-se como parâmetros os valores estabelecidos pelo Ministério da Saúde- MS e
Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA. Durante a realização do trabalho
foram feitas quatro coletas, duas em período seco e duas em período chuvoso, entre
abril de 2018 e junho de 2019. Para tal, foram selecionados 10 pontos de coleta de
acordo com sua influência sob a qualidade da água captada. Nesses pontos foram
determinadas as variáveis físicas pH, turbidez, condutividade elétrica, cor, oxigênio
dissolvido e temperatura. Nas análises químicas foram verificados dureza total,
cálcio, magnésio, alcalinidade, cloreto, acidez, fósforo assimilável e metais como
elementos traço, visto que são contaminantes aquáticos e causadores de doenças
aos seres humanos. Os dados de fósforo e metais foram analisados por
espectrofotometria UV-VIS e absorção atômica em chamas, respectivamente. Os
resultados obtidos nas análises informaram que a água consumida pela população
dispõe de altos níveis de fósforo, metais e contaminação por coliformes totais e
termotolerantes. A realização deste trabalho possibilitou o esclarecimento à
comunidade sobre a qualidade da água distribuída à população, bem como, sinaliza
aos órgãos responsáveis, a necessidade de elaboração de políticas públicas que
garantam a segurança de carências básicas a partir da oferta de água tratada para a
população, de tal forma, que permita o monitoramento e prevenção de doenças de
veiculação hídrica local.
Palavras Chave: Qualidade da água. Monitoramento. Doenças de veiculação hídrica.
SANTOS, Karla Cristina Honório. Evaluation and characterization of the water quality that supplies the district of Ouricuri, Atalaia-Al. 74 f. 2019. Trabalho de Conclusão de Curso (Mestrado em Tecnologias Ambientais) – Campus Marechal Deodoro, Instituto Federal de Alagoas, Marechal Deodoro, 2019.
ABSTRACT
The essentiality of water on the planet is designed for various purposes, domestic,
cultivation, industrial, among others, so its promotion is an indispensable aspect for
human development. Given the relevance of this resource is necessary to know the
quality of water that supplies a population, since water is a vector of infectious
diseases and can also indicate factors of environmental contamination. This work
aims to analyze the quality of the water that supplies the district of Ouricuri, located in
the municipality of Atalaia in Alagoas. The study analyzed the physical, chemical and
microbiological characteristics of water, having as parameters the values established
by the Ministry of Health-MS and National Council of Environment-CONAMA. During
the work, four collections were made, two in the dry and two in the rainy season,
between April 2018 and June 2019. For this, 10 collection points were selected
according to their influence on the quality of the water collected. At these points the
physical variables pH, turbidity, electrical conductivity, color, dissolved oxygen and
temperature were determined. In the chemical analyzes were verified total hardness,
calcium, magnesium, alkalinity, chloride, acidity, assimilable phosphorus and metals
as trace elements, since they are aquatic contaminants and cause diseases to
humans. Phosphorus and metal data were analyzed by UV-VIS spectrophotometry
and flame absorption, respectively. The results obtained from the analysis indicated
that the water consumed by the population has high levels of phosphorus, metals and
contamination by total and thermotolerant coliforms. This work enabled the
community to be informed about the quality of the water distributed to the population,
as well as, it signals to the responsible agencies, the necessity of elaboration of
public politics that guarantee the security of basic necessities from the supply of
treated water for the population, in such a way as to permit the monitoring and
prevention of local water-borne diseases.
Keywords: Water quality. Monitoring. Waterborne diseases.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1: Localização do Distrito de Ouricuri, Atalaia-AL, e Área de coleta 17
FIGURA 2: Distribuição dos pontos de coleta distrito de Ouricuri .......................... 32
FIGURA 3: Ponto 1- Nascente .............................................................................................. 33
FIGURA 4: Ponto 2 - Riacho da mata ................................................................................ 34
FIGURA 5: Ponto 3 - Rela Bucho ........................................................................................ 34
FIGURA 6: Ponto 4 - Estação de Tratamento de Água (ETA) ................................. 35
FIGURA 7: Ponto 5 - Prainha ................................................................................................ 35
FIGURA 8: Ponto 6 - Mangueira .......................................................................................... 36
FIGURA 9: Ponto 7- Palmeira ............................................................................................... 36
FIGURA 10: Ponto 8 - Vertedouro ......................................................................................... 37
FIGURA 11: Pontos 9 - Barragem ......................................................................................... 37
FIGURA 12: Pontos 10 - Fonte mineral ............................................................................... 38
FIGURA 13: Sonda Multiparâmetros AK 88 ....................................................................... 40
FIGURA 14: Calorímetro Aqua Nessler ............................................................................... 41
FIGURA 15: Turbidímetro AP2000 ……………………………………………. 41
FIGURA 16: pHmetro NiPHM .................................................................................................. 42
FIGURA 17: Espectrofotômetro UV-VIS Shimadzu ........................................................ 45
FIGURA 18: Shimadzu AA-7000 Elemental Analysis………………………… 47
FIGURA 19: Eutrofização da Barragem Milton Santos .................................................. 61
FIGURA 20: Análise de oxigênio dissolvido no ponto da Prainha ............................ 72
FIGURA 21: Entrada para o ponto Riacho da Mata ....................................................... 72
FIGURA 22: Entrada de acesso aos pontos da Nascente e Riacho da
Mata 73
FIGURA 23: Texto de entrevista sobre o distrito de Ouricuri, Atalaia -AL 74
ÍNDICES DE TABELAS
TABELA 1: Valores máximos permitidos para parâmetros físicos, químicos e microbiológicos estabelecidos pela resolução
n°357 de 2005 do CONAMA, para água de classe II. 28
TABELA 2: Valores máximos permitidos para parâmetros físicos, químicos e microbiológicos estabelecidos pela Portaria n° 2.914 de 2011 do Ministério da saúde, para consumo
humano 29
TABELA 3: Índices pluviométricos nas coletas das amostras no distrito de Ouricuri, Atalaia-AL. 39
TABELA 4: Concentrações de cor, turbidez, salinidade, condutividade,
temperatura e pH das amostras de água do distrito de Ouricuri, Atalaia – 51
AL………………………………………….. .......................
TABELA 5: Concentração de oxigênio dissolvido das amostras de água do distrito de Ouricuri, Atalaia –AL
………………………… .................................... … 52
TABELA 6: Concentrações de alcalinidade, dureza total, cálcio, magnésio, acidez e cloreto das amostras de água do distrito de Ouricuri,
Atalaia –AL……………………………………………………. 55
TABELA 7: Concentrações dos metais Cu, Fe, Al e Cd das amostras de
água distrito de Ouricuri, Atalaia –AL ………………………........
TABELA 8: Concentrações de fósforo das amostras de água do distrito de Ouricuri, Atalaia – AL………………………………….………….....
TABELA 9: Análises microbiológicas das amostras de água, de diferentes pontos, do distrito de Ouricuri, Atalaia-AL………………………..
58
60
62
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 14
2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 16
2.1 Distrito de Ouricuri – AL .................................................................................................... 16 2.2 Água e seu controle de qualidade para consumo humano ................................. 18
2.3 Principais parâmetros de qualidade da água ............................................................ 20 2.3.1 Parâmetros físicos ............................................................................................................... 20
2.3.1.1 Temperatura........................................................................................................................... 20 2.3.1.2 Turbidez ................................................................................................................................... 20
2.3.1.3 Condutividade elétrica........................................................................................................ 21 2.3.2 Parâmetros químicos .......................................................................................................... 21
2.3.2.1 pH (Potencial Hidrogeniônico) ........................................................................................ 21 2.3.2.2 Oxigênio Dissolvido ............................................................................................................. 22
2.3.2.3 Dureza ...................................................................................................................................... 22 2.3.2.4 Alcalinidade ............................................................................................................................ 23
2.3.2.5 Cloreto……………………………………………………………… ......................... 23 2.3.2.6 Acidez……………………………………………………………… .......................... 24
2.3.2.7 Fósforo Total………………………………………………………. ......................... 24 2.2.3.8 Elementos traços ................................................................................................................. 25
2.3.3 Parâmetros microbiológicos ............................................................................................ 25 2.3.3.1 Coliformes totais ................................................................................................................... 25
2.3.3.2 Coliformes Termotolerantes ............................................................................................ 26
3 LEGISLAÇAO VIGENTE PARA QUALIDADE DA ÁGUA .................................... 26
4 OBJETIVOS ........................................................................................................................... 31
4.1 Objetivo Geral ....................................................................................................................... 31 4.2 Objetivos Específicos ......................................................................................................... 31
5. MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................................ 32
5.1 Definição dos pontos de amostragem ......................................................................... 32 5.2 Descontaminação do Material para amostragem.................................................... 38
5.3 Coletas das amostras ......................................................................................................... 39
5.4 Análises Físicas .................................................................................................................... 39 5.4.1 Determinação de Oxigênio dissolvido (OD)……………………. ......................... 40
5.4.2 Análise de Cor ……………………………………………………........................... 40 5.4.3 Turbidez …………………………………………………………… ......................... 41
5.5 Análises químicas ................................................................................................................ 42 5.5.1 Determinação de pH………………………………………………......................... 42
5.5.2 Alcalinidade…………………………………………………………........................ 42
5.5.3 Dureza total…………………………………………………………........................ 43 5.5.4 Cálcio e Magnésio………………………………………………….. ...................... 43
5.5.5 Cloreto……………………………………………………………….. ...................... 44 5.5.6 Acidez………………………………………………………………... ...................... 44
5.6 Análises Espectrofotométrica .......................................................................................... 44
5.6.1 Analise de fósforo…………………………………………………... ...................... 44
5.6.2 Preparo da solução mista………………………………………….. ...................... 45
5.6.3 Preparo da solução de ácido ascórbico………………………….. ...................... 46 5.6.4 Preparo da solução catalisadora de antimonium………………. ........................ 46
5.7 Análise de Metais ................................................................................................................. 46 5.8 Análise Microbiológica ……………………………………............ ....................... 47
5.8.1 Teste presuntivo…………………………………………………… ........................ 47 5.8.2 Teste confirmativo de coliformes totais e termotolerantes…….. ....................... 48
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................... 49
6.1 Análises físicas…………………………………………………….. ........................ 49 6.2 Análises química…………………………………………………… ....................... 53
6.3 Análise microbiológicas…………………………………………… ........................ 61 7. CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 64
8. PERSPECTIVAS…………………………………………………… ....................... 65
9. REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 66
10. ANEXOS .................................................................................................................................. 72
1. INTRODUÇÃO
As preocupações com as condições ambientais alcançam segmentos da
esfera social, política e econômica. Os problemas ambientais exigem reflexões sobre
a utilização dos recursos da natureza em todos os países, sejam eles
industrializados ou em desenvolvimento. Estes recursos naturais são utilizados em
todo o mundo para diferentes finalidades. Dentre eles, temos a água, na qual possui
fundamental importância para a manutenção da vida no planeta.
O Brasil é o país mais rico do mundo em recursos hídricos, contando com
13,7% da água doce disponível do planeta, além de abrigar ambientes úmidos que
são, reconhecidamente, ricos em biodiversidade, como o Pantanal – a maior área
úmida continental do mundo – é a Várzea Amazônica - a mais extensa floresta
alagada da Terra. Apesar da privilegiada situação quanto à quantidade e à qualidade
de suas águas, nossos recursos hídricos não vêm sendo utilizados de forma correta
e responsável (VIEIRA, 2006).
Apesar da água potável de boa qualidade ser fundamental para a saúde e o
bem-estar humano, a maioria da população mundial ainda não tem acesso a este
bem essencial (GESSI, 2001; RIBEIRO & ROLIM, 2017). Segundo o Conselho
Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, interações da água com substâncias
distintas podem conferir a ela, características capazes de causar efeitos letais ou
alterações fisiológicas a quem a consome. Para tanto, critérios são estabelecidos
pelo órgão ambiental competente, ou na sua ausência, por instituições nacionais
renomadas (BRASIL, 2005).
De acordo com a Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011, do Ministério
da Saúde (MS), a potabilidade é o conjunto de valores permitidos como parâmetro
da qualidade da água para consumo humano. Essa portaria estabelece parâmetros
referentes à cor, pH, condutividade, turbidez, entre outros aspectos físico-químicos,
como também os padrões microbiológicos (BRASIL, 2011).
De acordo com Santos, Paiva e Silva (2016) em regiões em que a agricultura
familiar é predominante, intensificam-se os processos de contaminação do solo e da
água devido ao acúmulo de sais, excesso de nutrientes, uso indevido da água para
atividades diárias, entre outros. Geralmente, tais famílias fazem uso de diferentes
tipos de compartimentos hídricos, tais como as barragens subterrâneas, que
possibilitam as práticas de agricultura familiar irrigada, e a criação de animais com
finalidade de subsistência. Com isso, esta água, após constantes períodos de
14
estiagem, pode apresentar elevada concentração de sais, reduzindo a produtividade
das culturas, e conter diferentes tipos de impurezas tornando-se imprópria para
irrigação ou consumo animal.
A realidade descrita acima é a mesma de uma série de povoados e distritos
do estado de Alagoas, a exemplo do distrito de Ouricuri, o qual é o local de
desenvolvimento deste estudo. Com a ocupação desordenada do solo, o distrito que
é uma localidade totalmente desprovida de saneamento básico e infraestrutura, todo
esgoto doméstico é encaminhado aos corpos hídricos por lixiviação e carreamento.
Na região do distrito de Ouricuri, há uma carência de água de qualidade,
decorrente, também, da crescente poluição dos recursos hídricos e lixos jogados a
céu aberto. A partir desses fatos, entendeu-se a necessidade de avaliar a qualidade
da água utilizada na recreação e consumo pelos indivíduos, a fim de se obter uma
série de parâmetros que viabilizem a elaboração de um diagnóstico da qualidade da
água utilizada pela população do distrito de Ouricuri, assim como disponibilizar os
dados aos diferentes órgão públicos e a população, para que dessa forma, possam
promover ações que possibilitem a oferta de água dentro dos parâmetros exigidos
pelas legislações vigentes.
Os dados científicos aqui obtidos sinalizarão para a elaboração de políticas
públicas que garantam investimentos em carências básicas vivenciadas pela
população de Ouricuri, como a oferta de água tratada.
15
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. DISTRITO DE OURICURI, ATALAIA-AL.
O distrito de Ouricuri, situado no município de Atalaia no estado de Alagoas,
conforme demonstra a Figura 1, foi erguido a partir da construção de uma usina de
cana-de- açúcar intitulada Usina Ouricuri. A usina teve como fundador Manoel
Tenório de Albuquerque em 1913, no qual iniciou seus trabalhos industriais a partir
dos primeiros plantios de cana-de açúcar. Posteriormente, foi dada continuidade as
atividades da usina a partir da produção de açúcar centrifugado. O momento de
desenvolvimento do cultivo e produção de cana proporcionou a região um acentuado
desenvolvimento econômico e social. Com o passar dos anos, a Usina Ouricuri de
açúcar e álcool S/A teve sua produção acrescida, ganhando uma nova estrutura em
1920 através da aquisição de máquinas de produção nacional que promoveram o
aumento de produção (Alves Filho, 2006).
Almeida (2019) diz que, pensando-se no crescimento da produção, os
dirigentes da usina proporcionaram uma modernização na produtividade e
aperfeiçoamento nos produtos açúcar demerara, açúcar cristal e melaço. Junto à
modernização, vieram em conjunto, as oportunidades de exportação para diversas
partes do mundo, através da Cooperativa Regional dos Produtores de Açúcar de
Alagoas.
Na década de 80 a usina sofreu seu primeiro processo de falência e precisou
ser submetida a uma nova administração, que teve como presidente Aldemir Lira. No
início dos anos 90, sofreu sua segunda falência, a partir daí ocorreram processos de
ocupação pelo movimento dos trabalhadores rurais sem terra - MST, as terras da
usina foram arrematadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agraria -
INCRA e desde então o distrito é composto por assentamentos e acampamentos ao
seu redor (Almeida, 2019).
De acordo com Albuquerque (2007), a usina teve sua falência decorrentes de
fatores físicos, pequena extensão territorial para expansão do cultivo da cana de
açúcar e terrenos impróprios para a plantação mecanizada, e econômicos, falta de
tecnologias modernas.
A falência da antiga fábrica desencadeou uma ocupação desordenada do
local, que passou a ser denominado, Povoado de Ouricuri. Localizado a cerca de 56
km da cidade de Maceió, com uma população média de 8 (oito) mil habitantes, em
16
2016, devido ao crescimento populacional, o antigo povoado foi elevado à condição
de distrito do Município de Atalaia – AL, conforme Lei Municipal Nº 1.077/2016.
O distrito possui diversos poços e nascentes, sua topografia é ondulada e
dispõe de uma vegetação típica de Mata Atlântica, assim como, o restante do
município e outros circunvizinhos, que fazem parte da Reserva da Biosfera da Mata
Atlântica - RBMA. Os corpos d’água que irrigam o distrito são o rio Porangaba e o
riacho Breião. Entretanto, Ouricuri dispõe, efetivamente, de duas barragens sendo
uma maior, com cerca de 32 ha de área inundada, a barragem Milton Santos, e uma
menor, com cerca de 9 ha.
Dessa forma, é a partir da água oriunda da barragem Milton Santos que a
população do distrito tem sua demanda de água atendida, porém com grandes e
sérias limitações e de maneira bastante precária. Atualmente, essa água que
abastece o distrito de Ouricuri é utilizada pela população para consumo, pesca,
recreação, agricultura e Dessedentação de Animais.
Figura 1: Localização do Distrito de Ouricuri, Atalaia -AL e área de Coleta.
Fonte: Autora, 2019, Plataforma Qgis.
17
2.2. ÁGUA E SEU CONTROLE DE QUALIDADE PARA CONSUMO
HUMANO
A água é um dos recursos naturais mais importantes no planeta, e até bem
pouco tempo era considerada como um bem infinito. Ela é considerada fundamental
para a manutenção da vida no planeta, sendo indispensável para o animal, planta, e
conforto humano. Portanto, reportar sobre ela em suas diversas dimensões, é falar
da sobrevivência da espécie humana e das relações de dependência entre seres
vivos e ambientes naturais (BACCI & PATACA, 2006, p. 211; RIBEIRO et al., 2017;
OKOKPUJIE et al., 2019)
De acordo com Fachin e Silva (2011) a quantidade de água existente no
Planeta cobre 70% da superfície terrestre, distribuída em mares, lagos e rios. Ainda
que 70% da superfície do planeta Terra sejam constituídos de água,
aproximadamente 97% dessa água não são propícios para o consumo e dos 3%
restantes, grande parte encontra-se retida no solo, no subsolo e em massas de gelo.
Apenas 0,0082% da água doce e potável é de fácil acesso, como em rios, lagos e
pântanos (BRANCO, 2010; ONU, 2006).
Ela é a constituinte mais abundante da matéria viva, com um percentual
médio de aproximadamente 75%, sendo considerada solvente universal,
indispensável para reações orgânicas, inorgânicas e bioquímicas (SANTOS &
MORHR, 2013; SOARES; 1997). Ademais, é considerada como componente
essencial para a vida humana em seus múltiplos usos, bem como para a dinâmica
de todos os sistemas ambientais. Com isso, ela exerce papel na saúde, economia e
qualidade de vida, permitindo ao homem seu uso em necessidades pessoais diárias
a exemplo, alimentação e higiene pessoal (SOUZA et al., 2014).
Diante da natureza e fontes disponíveis de água (superficial ou subterrânea),
a mesma está frequentemente exposta à predominância de impurezas, de tal forma
que pode torná-la imprópria para consumo humano (BADEJO; OMOLE; NDAMBUKI,
2018; OMOLE, D.O et al, 2018; CUNHA et al.,2012).
Nesse sentido, no Brasil, o lançamento de esgotos domésticos e industriais,
de resíduos sólidos e ocupação do solo são fatores que estão diretamente
relacionados à predominância de impurezas nas águas supracitadas anteriormente
(BRASIL, 2013). Além disso, outro fator que pode tornar a água imprópria para
consumo é a falta de hábitos higiênicos, os quais podem desencadear doenças de
origem parasitária, bacteriana e viral. Nesse contexto, melhores condições de
18
higiene podem evitar a incidências de doenças diarréicas causadas pelos patógenos
mais comuns, como Salmonella spp., Shigella spp., Escherichia coli e
Campylobacter presentes na água contaminada (MACEDO; REMPEL; MACIEL,
2018). Portanto, no que diz respeito à saúde pública, especialmente nos países em
desenvolvimento, é essencial o fornecimento às comunidades de uma água potável
e segura. Nesse sentido, o estudo da água é constante e necessário (OKOKPUJIE
et al., 2019).
De acordo com Rigobelo et al. (2009), o tratamento de água convencional
inclui várias etapas, tais como: coagulação, floculação, decantação, filtração,
desinfecção e fluoretação. As etapas supracitadas necessitam fazer uso de produtos
químicos, podendo permanecer resíduos na água final de tratamento e gerar
problemas para a saúde do consumidor.
Geralmente, a água para consumo apresenta-se constante em sua
composição, embora algumas variáveis microbiológicas e físico-químicas possam
interferir na qualidade (COLTRO; DEGÁSPARI & STOCCO, 2016). Nesse contexto,
segundo Alves et al. (2012, p. 01) “monitorar a qualidade da água por meio de
análises físico-químicas e microbiológicas fornece subsídio às políticas de proteção
ambiental e decisão nas ações de gestão ambiental”.
No que diz respeito a qualidade da água, a presença de diferentes
componentes presentes em sua composição modifica o que denominamos como
seu grau de pureza. Este grau de pureza pode ser mensurado a partir das
características físicas, químicas e biológicas da água (BORTOLI, 2016; JUNIOR,
2018; ROSA, 2019; SCHNEIDER, 2017).
Os principais parâmetros físico-químicos de qualidade das águas são: cor,
turbidez, temperatura, sabor, pH, alcalinidade, dureza, cloretos, ferro, manganês,
nitrogênio, fósforo, fluoretos, oxigênio dissolvido, matéria orgânica e micropoluentes
orgânicos e inorgânicos. Já os microbiológicos são verificados a partir da existência
de coliformes totais, termotolerantes, coeficiente de desoxigenação, coeficiente de
decomposição, sulfato, carbonato, potássio, salinidade, cloretos (MACÊDO, 2001;
SPERLING, 2005; ALVES, 2010; LIBÂNIO, 2010). Nesse contexto, existem
legislações como exemplo, o Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA do
Ministério da Saúde, criado para normatizar os valores que devem ser considerados
aceitáveis, valores de referência, para os principais parâmetros citados
anteriormente.
19
A resolução CONAMA Nº 357, DE 17 DE MARÇO DE 2005 dispões sobre as
classificações dos corpos d’água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento,
bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes,
analisando a classificação das águas doces, salobras e salinas essencial à defesa
de seus níveis de qualidade, avaliados por condições e padrões específicos, de
modo a assegurar seus usos preponderantes.
De acordo com a Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011, do Ministério
da Saúde (BRASIL, 2011), a potabilidade é o conjunto de valores permitidos como
parâmetro da qualidade da água para consumo humano. Essa portaria estabelece
parâmetros referentes à cor, temperatura, pH, condutividade, turbidez, entre outros
aspectos físico-químicos, como também os padrões microbiológicos.
2.3. PRINCIPAIS PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA
2.3.1. Parâmetros físicos
2.3.1.1. Temperatura
A Temperatura é a medida da intensidade de calor expressa em uma
determinada escala, sendo uma das escalas mais usadas o grau centígrado ou grau
Celsius (ºC) (NOGUEIRA; COSTA; PEREIRA, 2015, p. 19). Este parâmetro está
relacionado a diferentes processos físicos, químicos e biológicos que ocorrem na
água.
Ainda segundo os autores, no regime climático normal ocorrem as variações
de temperatura de tal forma que os corpos de águas naturais apresentam variações
sazonais e diurnas, assim como estratificação vertical, além disso, fatores como
latitude, altitude, estação do ano, período do dia, vazão e profundidade podem
influenciar diretamente nos valores de temperatura.
2.3.1.2. Turbidez
A turbidez é definida como o grau de interferência à passagem da luz através
do líquido. A alteração à penetração da luz na água decorre na suspensão, sendo
expressa por meio de unidades de turbidez (também denominadas unidades de
Jackson ou nefelométricas) (BRASL, 2014).
20
A presença de matéria orgânica, assim como, altas concentrações de
microrganismos promovem a formação de matéria em suspensão nas águas
naturais, deixando-as turvas. Os períodos de chuva favorecem o aumento do
carreamento de solo para lagos e rios, aumentando a turbidez (BORTOLI, 2016). O
Ministério da Saúde estabelece valores
2.3.1.3. Condutividade elétrica
A condutividade elétrica da água é uma medida da capacidade desta em
conduzir corrente elétrica, sendo proporcional à concentração de íons dissociados
em um sistema aquoso, ou seja, em função da presença de substâncias dissolvidas,
que se dissociam em ânions e cátions (BRASIL, 2014; ZUIN, IORIATTI, MATHEUS,
2009).
Quanto maior a concentração iônica da solução, maior é a oportunidade para
ação eletrolítica e, portanto, maior a capacidade em conduzir corrente elétrica.
Atualmente a condutividade elétrica da água pode ser expressa em, S (Siemens) por
unidade de comprimento (geralmente cm) (S/cm). As águas naturais apresentam
teores de condutividade na faixa de 10 a 100 µS/cm, em ambientes poluídos por
esgotos domésticos ou industriais os valores podem chegar a 1.000 µS/cm (BRASI,
2014).
2.3.1 Parâmetros Químicos
2.3.2.1. pH (Potencial Hidrogeniônico)
O pH, potencial hidrogeniônico, é uma grandeza que varia de 0 a 14, indica a
intensidade de acidez (pH < 7,0), neutralidade (pH = 7,0) ou alcalinidade (pH > 7,0)
de uma solução aquosa e é determinada pela concentração de íons hidrônio
presentes nessa solução (SANTOS; MOHR, 2013; GOMES; TEIXEIRA;
MARTENDAL, 2015).
As etapas de tratamento da água, tais como os processos de neutralização,
precipitação, coagulação, desinfecção e controle à corrosão dependem dos valores
de pH. Nesse sentido, os corpos d’água encontrados na natureza possuem o pH na
faixa de 4 a 9, sendo, em sua maioria, ligeiramente básicos (CLESCERI;
GREENGER; EATON, 1998).
21
Segundo Meio Ambiente (2013, citado por Mohr; Gomes; Martendal, 2015, p
.1) “isto acontece pelo fato destas águas [...] possuírem características próprias que
refletem o meio por onde percolam, se relacionando com o contexto geológico da
região e com os produtos das atividades humanas que ali são realizadas”. O
ministério da Saúde determina que a água para consumo humano deve ter sua
turbidez na faixa de 5NTU, já a resolução CONAMA, determina 100NTU como valor
de referência.
2.3.2.2. Oxigênio Dissolvido
O oxigênio dissolvido, de acordo com Brasil (2014), trata-se de um dos
parâmetros mais significativos para expressar a qualidade da água. A dissolução de
gases na água sofre a influência de distintos fatores ambientais (temperatura,
pressão, salinidade). As variações nos teores de oxigênio dissolvido estão
associadas aos processos físicos, químicos e biológicos que ocorrem nos corpos
d’água. Para a manutenção da vida aquática aeróbica são necessários teores
mínimos de oxigênio dissolvido de 2 mg/L a 5 mg/L, exigência de cada organismo
(CETESB, 2019; BRASIL, 2014).
O processo metabólico de conversão de matéria orgânica feito pelas bactérias
aumenta a demanda por oxigênio dissolvido. Ou seja, enquanto houver matéria
orgânica proveniente de fontes de poluição, o meio necessitará de mais oxigênio
dissolvido, dessa forma, a ausência de OD implica em mau odor na água (ALVES et
al., 2008; LIMA, 2018; BATISTA et al, 2017).
2.3.2.3. Dureza
A dureza, segundo Martins (2001), corresponde à presença de íons metálicos
dissolvidos na água, sendo os mais frequentemente associados à dureza os cátions
cálcio e magnésio (Ca2+, Mg2+) e, em menor escala, ferro (Fe2+), manganês (Mn2+),
estrôncio (Sr2+) e alumínio (Al3+).
De acordo com os íons dissolvidos, a dureza pode ser classificada como
dureza temporária e permanente. Segundo Abdalla et al (2009) as durezas
temporárias e permanentes são definidas como:
1)Temporária, também chamada de dureza de carbonatos é causada pela presença de bicarbonatos de cálcio e magnésio, esta resiste aos sabões e provoca incrustações. A designação temporária é porque os bicarbonatos,
22
pela ação do calor, se decompõem em gás carbônico, água e carbonatos insolúveis, os quais precipitam; 2) Permanente, chamada de dureza de não carbonatos é devida à presença de sulfatos, cloretos e nitratos de cálcio e magnésio. Esta também resiste à ação dos sabões, mas não produz incrustações por serem seus sais muito solúveis na água, não se decompondo sob ação do calor. (ABDALLA et al., 2010, p. 3)
A origem da dureza das águas pode ser natural (por exemplo, dissolução de
rochas calcáreas, ricas em cálcio e magnésio) ou antropogênica (lançamento de
efluentes industriais). A dureza da água segundo MS e CONAMA estabelece valor
máximo de 500mg/L de CaCO3.
2.3.2.4. Alcalinidade
A alcalinidade está associada com a existência de íons de bicarbonatos,
carbonatos e hidróxidos. É uma medida que reflete a capacidade da água de
neutralizar ácidos. A distribuição das três formas na água é papel do pH: pH > 9,4,
hidróxidos e carbonatos; pH entre 8,3 e 9,4, carbonatos e bicarbonatos e; pH entre
4,4 e 8,3, somente bicarbonatos (SILVA, 2013, p.40).Tais íons que correspondem à
alcalinidade tem caráter básico, por isso são capazes de neutralizar a acidez
presente em soluções (Santos, 2010).
A respeito do teor de alcalinidade, FUNASA verifica que:
Na maior parte dos ambientes aquáticos a alcalinidade é devida exclusivamente à presença de bicarbonatos. Valores elevados de alcalinidade estão associados a processos de decomposição da matéria orgânica e à alta taxa respiratória de micro-organismos, com liberação e dissolução do gás carbônico (CO2) na água. A maioria das águas apresenta valores de alcalinidade na faixa de 30 a 500 mg/L de CaCO3. (FUNASA, 2014, p.22).
Para MOUSINHO (2014, p.97), a importância do conhecimento das
concentrações destes íons permite a definição de dosagens de agentes floculantes e
fornece informações sobre as características corrosivas ou incrustantes da água
analisada.
2.3.2.5. Cloreto
Segundo a FUNASA (2014, p. 22) cloretos correspondem aos ânions de
origem inorgânica, que podem ser encontrados dissolvidos em recursos hídricos. Os
cloretos, geralmente, provêm da dissolução de minerais ou da intrusão de águas do
23
mar, e ainda podem advir dos esgotos domésticos ou industriais. Em altas
concentrações, conferem sabor salgado à água ou propriedades laxativas. A portaria
2.914/2011 do Ministério da Saúde-MS e a legislação n°357 do Conselho Nacional
do Meio Ambiente-CONAMA, ambas, estabelece limites até 250 mg/L de cloretos em
água, sendo o ministério da saúde padrões para água consumo humano e o
CONAMA para águas superficiais.
2.3.2.6. Acidez
A acidez, em contraposição à alcalinidade, mede a capacidade da água em
resistir às mudanças de pH causadas pelas bases. Sua origem é correspondente a
fontes naturais, devido à dissolução de CO2 atmosférico e proveniente de matéria
orgânica, ou antropogênicas, correspondentes a despejos industriais. Apesar de
pouco significado sanitário, águas ácidas possuem gosto desagradável, como
também, ocasionam corrosões em tubulações e utensílios domésticos (SPERLING,
2005).
Há uma correlação da alcalinidade e Acidez, segundo a FUNASA:
De maneira semelhante à alcalinidade, a distribuição das formas de acidez também é função do pH da água: pH > 8.2 – CO2 livre ausente; pH entre 4,5 e 8,2 – acidez carbônica; pH < 4,5 – acidez por ácidos minerais fortes, geralmente resultantes de despejos industriais. Águas com acidez mineral são desagradáveis ao paladar, sendo desaconselhadas para abastecimento doméstico. (FUNASA, 2014, p.21)
A acidez está relacionada à presença de gás carbônico (CO2) livre na água,
que pode decorrer de origem natural, absorvido pela atmosfera, ou antropogênica, a
partir de lançamentos industriais (FUNASA, 2014).
2.3.2.7. Fósforo total
O fósforo, elemento de ciclo sedimentar, é, em razão da sua baixa
disponibilidade em regiões de clima tropical, o nutriente mais importante para o
crescimento das plantas. Em cursos d’água esse crescimento pode ocorrer em
excesso prejudicando os usos da água, esse fenômeno é conhecido como
eutrofização. Segundo Brasil (2006), no ambiente aquático o fósforo pode ser
encontrado sob várias formas:
24
a) Orgânico: solúvel (matéria orgânica dissolvida) ou particulado
(biomassa de microrganismos)
b) Inorgânico: solúvel (sais de fósforo) ou particulado (compostos
minerais, como apatita)
A presença do fósforo na água está relacionada a processos naturais, como
dissolução de rochas, carreamento de solo, decomposição de matéria orgânica, bem
como a processos antropogênicos, a exemplo o lançamento de esgotos (PARRON;
MUNIZ; PEREIRA, 2011).
2.3.8. Elementos Traços
Determinados compostos químicos, mesmo em baixas concentrações,
conferem à água características de toxicidade, tornando-a, assim, imprópria para
grande parte dos usos. Tais substâncias são denominadas micropoluentes, os quais
se destacam os elementos traços Al, Fe, Cd, Cr, Cu, Ni, Mn, Pb e Zn (BRASIL, 2006;
SANTOS; JESUS, 2014).
A toxicidade dos elementos-traço em água varia em função do pH e da
concentração de carbono (dissolvido e em suspensão). Alguns elementos interagem
com compostos de carbono, formando complexos orgânicos. A presença de
elementos-traço dissolvidos em água utilizada para abastecimento tem sido motivo
de crescente preocupação, pois íons destes elementos possuem elevada toxicidade
e são passíveis de acumulação biológica e de disseminação via cadeia alimentar,
atingindo maiores concentrações nos organismos que ocupam os últimos níveis
tróficos, posição na qual está a espécie humana (MAIA, 2017).
2.3.3. Parâmetros Microbiológicos
2.3.3.1. Coliformes Totais
Os coliformes totais (bactérias do grupo coliforme) são bacilos gram-
negativos, aeróbios ou anaeróbios facultativos, não formadores de esporos, oxidase-
negativos, capazes de desenvolver na presença de sais biliares ou agentes
tensoativos que fermentam a lactose com produção de ácido, gás e aldeído a 35,0 ±
0,5oC em 24-48 horas, e que podem apresentar atividade da enzima - galactosidase.
A maioria das bactérias do grupo coliforme pertence aos gêneros
25
Escherichia, Citrobacter, Klebsiella e Enterobacter, embora vários outros gêneros e
espécies pertençam ao grupo (BRASIL, 2013).
2.3.3.2. Coliformes termotolerantes
Os coliformes termotolerantes são um subgrupo das bactérias do grupo
coliforme, nas quais fermentam a lactose a 44,5 ± 0,2ºC em 24 horas e tem como
principal representante a Escherichia coli, de origem exclusivamente fecal. A
Escherichia coli é uma bactéria do grupo coliforme que fermenta a lactose e manitol,
com produção de ácido e gás a 44,5 ± 0,2ºC em 24 horas produz indol a partir do
triptofano, oxidase negativa, não hidrolisa a ureia e apresenta atividade das enzimas
-galactosidase e -glucoronidase, sendo considerado o mais específico indicador de
contaminação fecal recente e de eventual presença de organismos patogênicos
(BRASIL, 2013).
“As bactérias coliformes termotolerantes ocorrem no trato intestinal de animais
de sangue quente e são indicadoras de poluição por esgotos domésticos” (ANA,
2019). Os coliformes termotolerantes em águas e alimentos são um indicador da
presença dos microrganismos patogênicos, Escherichia coli, Salmonella e Sighella.
Apesar de nem todos os coliformes fecais serem patogênicos, sua existência é um
informe de contaminação de origem fecal e poluição.
Nesse sentido, segundo Oliveira et al. (2015, p. 27) “no Brasil, 19% dos
domicílios são abastecidos com águas subterrâneas, essas fontes de água são
geralmente contaminadas por despejos domiciliares, industriais e por chorumes
oriundos de aterros sanitários”.
3. LEGISLAÇÕES VIGENTE PARA QUALIDADE DA ÁGUA
O Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA é o órgão consultivo e
deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA foi instituído pela Lei
6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, regulamentada
pelo Decreto 99.274/90.
O Conselho é um colegiado representativo de cinco setores, a saber: órgãos
federais, estaduais e municipais, setor empresarial e sociedade civil. Desta forma,
existe um representante legal para cada setor, a exemplo: um representante a
Agência Nacional de Águas – ANA. Criada pela lei nº 9.984 de 2000, a Agência
Nacional de Águas-ANA é a agência reguladora dedicada a fazer cumprir os
26
objetivos e as diretrizes da Lei das Águas do Brasil, a lei nº 9.433 de 1997. Para
isso, ela segue basicamente quatro linhas de ação: regulação, monitoramento,
aplicação da lei e planejamento.
A resolução do CONAMA nº 20 de 1986, alterada pela resolução nº 274, de
2000 e revogada pela resolução nº 357, de 2005. 357 de 2005, é aquela que faz a
regulamentação referente a classificação e enquadramento de Corpos de Água e
Padrão de Lançamento de Efluente, assegurando a qualidade destas águas e
diminuição nos custos de combate à poluição das mesmas a partir de ações
preventivas (BORTOLI, 2016).
Ainda de acordo com Bortoli (2016), no Brasil, o padrão de qualidade para
águas está estabelecido na Resolução CONAMA nº 357 de 2005, que “dispõe sobre
a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento dos corpos de água
superficiais”. Assim, de acordo com Conama (2005, p.5) “os padrões de qualidade
das águas estabelecem limites individuais para cada substância em cada classe,
interações entre substâncias especificadas ou não, na qual poderão conferir às
águas características capazes de causar efeitos letais ou alteração de
comportamento, reprodução ou fisiologia da vida”.
De acordo com a classificação das águas quanto a sua natureza: doces,
salobras e salinas, serão abaixo descritas as condições e os padrões de qualidade,
de acordo com a Tabela 1, referentes às águas doces que reportam o perfil de
águas subterrâneas obtidas a partir de barragens a exemplo.
Segundo consta no Art.15 a sessão II da CONAMA (2005), as águas doces de
classe dois observarão as seguintes condições e padrões
I - Condições de qualidade de água:
I - Não será permitida a presença de corantes provenientes de fontes
antrópicas que não sejam removíveis por processo de coagulação, sedimentação e
filtração convencionais;
II - Coliformes termotolerantes: para uso de recreação de contato primário
deverá ser obedecida a Resolução CONAMA n° 274, de 2000. Para os demais usos,
não deverá ser excedido um limite de 1.000 coliformes termotolerantes por 100
mililitros em 80% ou mais de pelo menos seis amostras coletadas durante o período
de um ano, com frequência bimestral. A E. coli poderá ser determinada em
27
substituição ao parâmetro coliforme termotolerantes de acordo com limites
estabelecidos pelo órgão ambiental competente;
III - Cor verdadeira: até 75 mg
Pt/L; IV - Turbidez: até 100 UNT;
V - DBO 5 dias a 20°C até 5 mg/L O2;
VI - OD, em qualquer amostra, não inferior a 5 mg/L O2;
VII - Clorofila a: até 30 μg/L;
VIII - Densidade de cianobactérias: até 50000 cel/mL ou 5 mm3 /L; e,
10 IX - Fósforo total:
a) Até 0,030 mg/L, em ambientes lênticos; e,
b) Até 0,050 mg/L, em ambientes intermediários, com tempo de residência
entre 2 e 40 dias, e tributários diretos de ambiente lêntico.
II - Padrões de qualidade de água:
Tabela 1: Valores máximos permitidos para parâmetros físicos, químicos e microbiológicos estabelecidos pela resolução n°357 de 2005 do CONAMA, para água de classe II.
Parâmetros Físicos Unidade de Medida Valor Máximo Permitido (VMP)
Cor mg Pt/L 75 Turbidez NTU 100 Salinidade % ≤ 0,5 Condutividade µs/cm 450,0 Temperatura °C --- Parâmetros Químicos Unidade de Medida Valor Máximo Permitido (VMP) pH -- 6,0- 9,0 Oxigênio Dissolvido mg/L >5 mg/L Alcalinidade mg/L CaCO3 250 Dureza Total mg/L CaCO3 500 Magnésio mg/L Mg 150 Cloreto mg/L Cl 250 Manganês (Mn) mg/L Mn 0,1 Ferro (Fe) mg/L Fe 0,3 Alumínio (Al) mg/L Al 0,1 Zinco (Zn) mg/L Zn 0,18 Cromo (Cr) mg /L Cr 0,05 Níquel (Ni) mg /L Ni 0,025 Cobre (Cu) mg /L Cu 0,009 Cádmio (Cd) mg /L Cd 0,001 Fósfóro(P) mg /L de P 0,020 Parâmetros Microbiológicos Unidade de Medida Valor Máximo Permitido (VMP) Coliformes totais NMP/100mL - Coliformes termotolerantes NMP/100mL 2500 em 100mL
Fonte: Elaborado a partir dos parâmetros da Resolução CONAMA n° 357 de 2005.
O interesse em estabelecer normas sobre o padrão de potabilidade no Brasil
se deu a partir de março de 1977, com a Portaria BSB n°56, sendo o Ministério da
28
Saúde- MS o órgão representativo responsável por estabelecer um padrão de
potabilidade da água para consumo humano. A mesma portaria passou por
sucessivas revisões em 1990, 2000 e 2004, até ser substituída pela portaria vigente
n° 2914 de 2011 (BRASIL,2011).
Segundo o Ministério da Saúde, água potável é toda água que os valores dos
parâmetros de potabilidade estejam de acordo com a Portaria n°2914 de 2011. Já a
água para consumo humano corresponde a água potável destinada a produção de
alimentos, ingestão e higiene pessoal (Brasil,2011). O MS estabelece valores
máximos permitidos para os parâmetros físicos, químicos e microbiológicos para
água potável e destinada ao consumo humano (Tabela 2).
Tabela 2: Valores máximos permitidos para parâmetros físicos, químicos e microbiológicos estabelecidos pela Portaria n° 2.914 de 2011 do Ministério da saúde, para consumo humano.
Parâmetros Físicos Unidade de Valor Máximo Permitido
Medida (VMP) Cor mg Pt/L 15 Turbidez NTU 5 Salinidade % ≤ 0,5 Condutividade µs/cm 450,0 Temperatura °C --- Parâmetros Químicos Unidade de Valor Máximo Permitido
Medida (VMP) pH -- 6,0- 9,5 Oxigênio Dissolvido mg/L >5 mg/L
Alcalinidade ( mg/L CaCO3 250 Dureza Total ( mg/L CaCO3 500
Magnésio mg/L Mg 150 Cloreto mg/L Cl 250
Manganês (Mn) mg/L Mn 0,1 Ferro (Fe) mg/L Fe 0,3
Alumínio (Al) mg/L Al 0,2 Zinco (Zn) mg/L Zn 5
Cromo (Cr) mg /L Cr 0,05 Níquel (Ni) mg /L Ni 0,07
Cobre (Cu) mg /L Cu 0,009 Cádmio (Cd) mg /L Cd 0,005
Fósfóro (P) mg /L de P 0,020 Parâmetros Unidade de Valor Máximo Permitido Microbiológicos Medida (VMP) Coliformes totais NMP/100mL * Ausente em 100mL Coliformes termotolerantes NMP/100mL *Ausente em 100mL
Fonte: Elaborado a partir dos parâmetros da portaria n° 2.914 de 2011, Ministério da Saúde.
29
É importante destacar que tanto a qualidade da água quanto a sua
quantidade e regularidade de fornecimento são fatores determinantes para o
acometimento de doenças no homem (Brasil, 2006. p.23). Diante disso, é importante
controlar a qualidade da água para consumo humano, através dos parâmetros
determinados pelo órgão público vigente, para que haja uma garantia da proteção à
saúde dos consumidores.
30
4. OBJETIVOS
4.1. GERAL
Avaliar e caracterizar a qualidade da água de corpos d’água utilizados para
abastecimento humano, tais como recreação, consumo e irrigação no distrito de
Ouricuri, Atalaia - AL.
4.2. ESPECÍFICOS
a) Determinar os parâmetros físico-químicos: pH, turbidez, cor, oxigênio
dissolvido, condutividade elétrica, fósforo total, metais; bem como parâmetros
microbiológicos: coliformes totais e termotolerantes das águas dos corpos hídricos.
b) Caracterizar a qualidade da água consumida pela população local
através do uso de técnicas analíticas
c) Comparar os resultados obtidos com os valores exigidos pela
legislação vigente.
d) Informar a população a respeito dos resultados obtidos durante a
investigação.
e) Gerar informação para os órgãos responsáveis pelo Distrito de
Ouricuri, Atalaia-AL.
31
5. MATERIAIS E MÉTODOS
5.1. Definição dos Pontos de amostragem.
A Barragem Milton Santos Ouricuri, localizada no município de Atalaia, distrito
de Ouricuri, foi a zona central usada para coleta analisada durante esta pesquisa,
sendo todos os pontos de amostragem distribuídos entre esta barragem, a estação
de tratamento de água local e as nascentes que têm seu curso d’água na barragem
local.
No total foram amostrados 10 pontos de coleta escolhidos, de acordo com
importância e influência na barragem, e mapeados com Sistema de Posicionamento
Global de C7GPS, de acordo com as diferentes explorações urbanas da barragem,
visto que a barragem consiste no local onde há captação de água, por parte do
sistema de abastecimento e da comunidade, para consumo e recreação. Tais pontos
foram distribuídos junto com os pontos da nascente, para fins de análises físico-
químicas e microbiológicas conforme a Figura 2.
Figura 2: Distribuição dos pontos de coletas no distrito de Ouricuri - AL
Fonte: autora, 2019, pontos adicionados Google Earth.
32
P1- Nascente Shuita.
Coordenadas UTM: N 9940666,161 / E 805734,7337-altitude 336m.
A nascente Shuita (Figura 3) faz parte dos corpos d’água que desaguam na
barragem Milton Santos, o local apresenta-se na área rural do distrito, aos seus
arredores há presença de poucas residências rurais, e tem a agricultura como
atividade principal nessa região. Atualmente, apresenta-se totalmente desprotegida,
desprovida de mata ciliar, local utilizado principalmente para banhar animais.
Figura 3: Ponto 1 - Nascente Shuita.
Fonte: Autora, 2019.
P2- Riacho da Mata.
Coordenadas UTM: N 8941253,862 / E 806521, 349- altitude 277,9m.
Também conhecida como Reserva Shuita (Figura 4), o local é protegido por
mata ciliar que dificulta o acesso e a intervenção humana, permite assim a
preservação do local.
33
Figura 4: Ponto 2 - Riacho da Mata.
Fonte: Autora, 2019. P3- Lago Rela Bucho
Coordenadas UTM: N 8942651,739 / E 808959,513- altitude 115,6m.
O lago Rela Bucho (Figura 5) é um ponto de fácil acesso, muito utilizado para
atividades domésticas como lavagem de roupas, pratos e pescaria. O ponto também
é usado, frequentemente, para banhar animais de pequeno e grande porte, como
cavalos e cachorros dos moradores da região.
Figura 5: Ponto 3 - Rela Bucho
Fonte: Autora, 2019.
P4- Estação de Tratamento com Cloro/ Estação de Tratamento Sulfato
Coordenadas UTM: N 894321,669 / E 809506,507- altitude 142,9m.
A estação de Tratamento de Águas - ETAs (Figura 6), está situada às
margens da barragem Milton Santos, esse é o local onde se dá a captação de água
para distribuição às residências. O local de captação do recurso hídrico está nas
proximidades de residências, estabelecimentos comerciais e ponto de recreação da
população local.
34
Figura 6: Ponto 4 - ETA
Fonte: Autora, 2019. P5- Prainha
Coordenadas UTM: N 8943083,878 / E 803856,30 - altitude 110,2m.
Prainha (Figura 7) é como é chamado um dos Locais situado às margens da
Barragem, sendo utilizado como ponto turístico da região. Assim, um grande número
de pessoas, que levam seus cães e cavalos para banharem é comum.
Figura 7: Ponto 5- Prainha
Fonte: Autora, 2019.
P6- Mangueira
Coordenadas UTM: N 8942919,782 / E 809668,407 - altitude 112,4m.
Mangueira (Figura 8) é o nome de um dos pontos, estando posicionado no
meio da barragem, o acesso a esta localidade só é possível com o uso de canoas ou
barco, sendo muito utilizado como área de pesca.
35
Figura 8: Pontos 6 - Mangueira
Fonte: Autora, 2019.
P7- Palmeira
Coordenadas UTM: N 8942886,147/ E 809527,085- altitude 112,4m.
Assim como o ponto Mangueira (Figura 9), esse ponto está posicionado no
meio da barragem e seu acesso só é possível com o uso de canoas ou barco,
também sendo utilizado como área de pesca.
Figura 9: Ponto 7 - Palmeira.
Fonte: Autora, 2019.
P8-Vertedouro
Coordenadas UTM: N 8943228,024 / E 810236,79- altitude 113,9m.
36
O vertedouro (Figura 10) é um local utilizado como área de lazer pela
população, assim, há larga presença de lixo, além de ter sido identificada a
proliferação de baronesas, que se espalham ao longo da barragem.
Figura 10: Ponto 8 - Vertedouro
Fonte: Autora, 2019. P9- Barragem
Coordenadas UTM: N8942911, 927 / E810023, 434 - altitude113, 7m.
A Barragem (Figura 11) é um ponto de fácil acesso, sendo em seus arredores
uma área rural, foi identificado presença de bovinos nas proximidades, o lugar
também é utilizado como passagem para a fonte mineral.
Figura 11: ponto 9 - Barragem.
Fonte: Autora, 2019.
37
P10- Fonte Mineral
Coordenadas UTM: N8942911,927 / E810023,434 - altitude113,7m.
Fonte mineral (Figura 12) é o local onde a população recolhe água para
beber, o lugar possui fácil acesso e essa água é de origem desconhecida, sendo
utilizada pela população como fonte mineral. É cercada por uma área rural e pela
barragem, ao local de saída da água foi colocado uma encanação, para melhor
captação do recurso, e construída uma cisterna de alvenaria sem funcionalidade.
Figura 12: Ponto10 - Fonte Mineral.
Fonte: Autora, 2019.
5.2. Descontaminação do material para amostragem.
A descontaminação de todo o material consistiu inicialmente na lavagem com
detergente e enxague com água corrente, seguido da purificação com água
destilada. A etapa seguinte envolveu a imersão em banho de ácido nítrico (HNO3)
10% por 24h, sendo este banho ácido usado para remoção de substâncias
estranhas que venham interferir nos resultados das análises.
Posteriormente, foi feito o enxágue com água ultrapura e o material seco à
temperatura local, em ambiente livre de contaminação. Todos os recipientes de
coleta foram acondicionados em sacos plásticos e caixas de isopor com gelo para
transporte até o local de amostragem.
Para as análises microbiológicas, a preparação do material de coleta requer
cuidados específicos, sendo assim, os frascos com tampas esmerilhadas foram
envolvidos com papel alumínio para impedir a contaminação dos recipientes e da
amostra.
38
5.3. Coleta das amostras.
As amostram foram coletadas em períodos sazonais, quatro amostragens
foram realizadas entre os meses de abril/2018 e junho/2019 nos 10 pontos descritos,
contemplando, assim, os períodos seco e chuvoso da região, sendo duas coletas em
época seca e duas em chuvosa. Segundo dados da Secretaria de Estado do Meio
Ambiente e dos Recursos Hídricos – SEMARH/AL (2019), os períodos de coleta
corresponderam índices pluviométricos, referenciados na tabela 3.
Tabela 3: Índices pluviométricos nas coletas das amostras no distrito de Ouricuri,
Atalaia-AL.
Data de coleta das amostras Indices Pluviométricos (mm)
26/04/2018 0,2 11/06/2018 12,4 15/04/2019 0,2 17/06/2019 80,0
Fonte: Adaptado de SEMARH/AL, 2019.
Para as amostragens, foram utilizados frascos de polietileno e vidro para
acondicionar as amostras empregadas nas análises físico-químicas e
microbiológicas, respectivamente. Todas as análises foram realizadas com o intuito
de verificar a potabilidade das amostras conforme as normativas legais. Os frascos
foram ambientados em triplicata, preenchidos com 1L de água dos pontos de
amostragem, vedados com saco plástico, identificados com o ponto de coleta e,
posteriormente, armazenados em caixas de isopor contendo gelo. Em seguida,
foram transportadas até o laboratório para realização das análises físicas, químicas
e microbiológicas.
5.4. Análises físicas
As análises primárias foram realizadas diretamente no local de coleta, sendo
elas: pH, oxigênio dissolvido (OD), temperatura e condutividade, tais análises foram
feitas com auxílio da sonda multiparâmetros marca AKSO, modelo AK88. Já as
análises de cor e turbidez foram realizadas no laboratório de química do Instituto
Federal de Alagoas-Campus Maceió, com auxílio do equipamento Aqua Nessler,
modelo NA-1000, para medição de cor por comparação visual. A turbidez foi
verificada utilizando o turbidímetro marca Policontrol, modelo AP-2000, sendo esse
constituído de um nefelômetro, com o resultado expresso em unidades
nefelométricas de turbidez (NTU).
39
5.4.1. Determinação de Oxigênio dissolvido (OD).
As determinações dos parâmetros oxigênio dissolvido (OD), pH, apesar de
serem parâmetros químicos, foram realizadas junto à temperatura e condutividade
elétrica com o auxílio de uma sonda multiparâmetros AKSO, modelo AK88 (Figura
13).
Para análise, conectou-se a sonda de oxigênio dissolvido, pH e condutividade
elétrica ao aparelho e esperou-se a identificação dos parâmetros, lavou-se as
sondas e mergulhou-as na amostra. Por fim foi aguardada a estabilização das
leituras nas amostras e anotado os valores encontrados.
Figura 13: Sonda Multiparâmetros AK88
Fonte: Autora, 2019.
5.4.2. Análise de Cor.
A cor das amostras foi verificada com o auxílio do equipamento Aqua Nessler,
modelo AN-1000, e Tubo de Nessler com plug (Figura 14). Em um tubo de Nessler
encheu-se a amostra até a marca, em outro tubo foi vertido água destilada com
amostra de referência .Colocou-se o Tubo com a amostra na posição A e o outo na
posição B do aparelho, encaixou-se o prisma e acoplou-se o disco, em seguida
pressionou a tecla de luz girando o disco até verificar-se proximidade entre as cores,
fez-se a leitura e anotou-se os resultados.
40
Figura 14: Calorímetro Aqua Nessler
Fonte: Autora, 2019.
5.4.3 Análise de Turbidez
A análise de turbidez foi feita com o auxílio de um turbidímetro modelo AP
2000 policontrol (Figura 15). No frasco de amostragem adicionou-se a amostra e
selecionou-se o padrão para a escala de turbidez. Introduziu-se o lote padrão na
abertura apropriada para a calibração do aparelho, em seguida introduziu-se o
frasco de amostragem, realizou-se a leitura e anotou-se os resultados.
Figura 15: Turbidímetro AP 2000 Policontrol.
Fonte: Autora, 2019.
41
5.5. Análises químicas
As análises químicas titulométricas reportadas a seguir, correspondentes aos
testes de alcalinidade, dureza total, cálcio, magnésio, cloretos e acidez foram
realizadas em triplicata de acordo com (FUNASA, 2013) a partir do Manual prático
de análise de água, bem como do compêndio Standard Methods of the Examination
of Water and Wastewater (1998).
5.5.1 Determinação de pH
A análise de pH das amostras foi feita com o auxílio do aparelho pH-metro
modelo NI PHM da Nova Instruments (Figura 16). A análise foi iniciada ligando o
aparelho peagâmetro pelo menos 20 minutos antes de iniciar os trabalhos. Esse
procedimento é feito para que ocorra a estabilização do equipamento.
Após o tempo de estabilização, lavou-se o eletrodo com jatos de água
destilada e enxugou-se cuidadosamente com papel absorvente macio. Por fim, foi
colocado um volume suficiente da amostra em um béquer, o eletrodo foi mergulhado
por cerca de três centímetros, apertou-se o botão medir inserido no visor do
aparelho, esperou-se estabilizar e anotou-se o valor de pH especificado pelo
aparelho.
Figura 16: pH-metro NI PHM Nova instruments
Fonte: Autora, 2019.
5.5.2 Alcalinidade
Para iniciar as análises de alcalinidade, separou-se 50 mL da amostra de
água a ser analisada em um erlenmeyer de 250 mL, em constante agitação, e
42
adicionaram-se quatro gotas de fenolftaleína. Com aparecimento da coloração rósea
deu-se início a titulação com acréscimo de quatro gotas de metilorange à amostra.
Posteriormente, foi iniciada a titulação da alíquota com uma solução padrão
de ácido sulfúrico 0,02 N, até que a coloração passou de alaranjado ao róseo
alaranjado. Após a titulação, foi anotado o volume gasto da amostra e determinado o
valor da alcalinidade em mg /L.
5.5.3 Dureza total
A análise de dureza foi iniciada com a agitação de todas as amostras.
Adicionou-se 50 mL da amostra agitada em um erlenmeyer de 250mL. Logo após
acrescentou-se 2,0 mL da solução tampão de dureza pH 10, solução usada para
impedir a variação brusca de pH, e posteriormente foi inserido cinco gotas da
solução indicadora de Eriochromo Black T para iniciar a titulação.
Uma solução padronizada de EDTA 0,01M foi vertida na bureta de 25 mL.
Durante a titulação das amostras, observou-se a formação da coloração azul
brilhante indicando o ponto de viragem da amostra, o volume gasto foi anotado e
encontrados os valores de dureza total em mg /L de CaCO3.
5.5.4 Cálcio e Magnésio
Para quantificar cálcio e magnésio nas amostras, as mesmas foram agitadas,
com o auxílio de uma proveta e despejado 50 mL em um erlenmeyer de 250 mL.
Com a alíquota da amostra no erlenmeyer, 1,0 mL da solução de hidróxido de sódio
(NaOH 1N) foi adicionado na amostra e agitada. Esta solução de NaOH é usada
como corretor de pH. Acrescentou-se 0,2g de indicador murexida à mistura e
aguardou-se o aparecimento da coloração rósea.
Em seguida a amostra, previamente preparada com NaOH e o indicador, foi
titulada com solução padronizada de EDTA 0,01M. Por fim, titulou-se gota a gota até
o ponto final da titulação, determinado quando a coloração rósea passa à violeta. O
volume gasto identificado na bureta é anotado e utilizado na determinação do valor
de cálcio, em mg/L de cálcio.
A presença de cálcio e magnésio determina a dureza na água, nesse caso
dureza de carbonatos. Portanto, a quantificação de magnésio foi determinada
fazendo-se a diminuição dos valores detectados de dureza total e cálcio,
respectivamente.
43
5.5.5. Cloretos
Separou-se 50 mL da amostra de água a ser analisada, em seguida foram
adicionadas duas gotas de fenolftaleína e verificou-se se o pH da amostra está
próprio para a titulação, indicado entre 7 a 10, com auxílio do peagâmetro.
Sucessivamente, observou-se a coloração da amostra e, quando a amostra se
revelou incolor, adicionou-se gotas da solução de NaOH 0,05N até ficar levemente
rósea. Quando a coloração foi rósea intenso acrescentou-se gotas da solução H2SO4
0,02N até ficar levemente rósea, tal procedimento foi feito a fim de obter o pH na
faixa entre 7 e 10.
A partir desse momento foi iniciada a titulação, onde, na amostra foram
adicionados 1,0 mL do indicador cromato de potássio, posteriormente procedeu-se a
titulação com a solução padrão AgNO3 0,014N até que a coloração amarela
mudasse para vermelho tijolo. Anotou-se o volume do titulante gasto na amostra e
determinou-se os valores de cloreto, em mg/L, na amostra.
5.5.6. Acidez
Agitou-se a amostra coletada e transferiu-se 50 mL dessa amostra para um
Erlenmeyer de 250 mL, adicionou-se 3gotas do indicador fenolftaleína, observou-se
a coloração rósea, quando ocorrido não foi necessário continuar a análise, pois foi
uma indicação da ausência de acidez. As amostras que permaneceram incolor
titulou-se com solução padronizada de NaOH 0,02N até o aparecimento de uma
coloração rósea persistente, anotou-se o volume gasto e determinou-se a acidez da
amostra.
5.6. Análise Espectrofotométrica.
5.6.1 Análise de Fósforo.
Os valores de fósforo foram determinados a partir do aparelho
Espectrofotômetro UV-VIS modelo Uvmini1240 da Shimadzu, o método utilizado
para análise de fósforo foi o azul de molibdênio. Para Iniciar a análise foram
preparadas as soluções padrões de concentrações 0,4; 0,6; 0,8; 1,0; 1,5; 2,0 e 4,0
ppm, que fizeram parte da construção da curva de calibração.
As amostras utilizadas foram diluídas cinco vezes com água ultrapura e
filtradas com membrana de acetato de celulose. Em tubos de ensaio adicionaram-se
44
1,0mL da amostra, 1,5 mL da solução mista e 1,0 mL de água ultrapura.
Acrescentou-se 1,0 mL de ácido ascórbico e 0,5mL da solução catalisadora de
antimônio.
Foram aguardados 15min, observou-se se houve ocorrência do aparecimento
e intensificação da cor azul, que é indício da presença de fósforo na amostra.
Durante o procedimento ocorreu a reação química abaixo mencionada onde o
aparecimento e intensificação da coloração azul provocada pela substância azul de
molibdênio nos deram indícios da presença de fósforo.
PO4-3+ 12 MoO4
-2+ 27 H+ → H3PO4 (MoO3)12 + 12H2O
H3PO4 (MoO3)12 + C6H8O6 → Azul de Molibdênio + C6H6O6
Iniciou-se à leitura no Espectrofotômetro de absorção (Figura 17) utilizando
comprimento de onda de 749 nm. Por fim todos os dados obtidos na leitura foram
guardados, concluindo assim a análise.
Figura 17: Espectrofotômetro UV-VIS Shimadzu
Fonte: Autora, 2019.
5.6.2. Preparo da solução mista
Na preparação da solução mista, composta por molibdato de amônio, ácido
oxálico e ácido nítrico. Com auxílio de uma balança analítica foram pesados 0,6185
g de molibdato de amônio, 0,250 g de ácido oxálico, ambos pesados
separadamente, e medido 1400µL de ácido nítrico, com ajuda de uma pipeta
automática. Todas as substâncias, previamente pesadas foram adicionadas a um
Becker e misturadas e dissolvidas em 10 mL de água ultrapura. A mistura foi
45
transferida para um balão volumétrico de 100 mL, completou-se com água ultrapura
até o menisco e homogeneizada até a total dissolução.
5.6.3. Preparo da solução de ácido ascórbico
Foram pesados 0,6000 g de ácido ascórbico, com auxílio de uma balança
analítica, e transferido para um béquer de 50 mL, diluiu-se a substância em 10 mL
de água ultrapura. A solução foi vertida para um balão volumétrico de 50 mL, o
volume foi completado com água ultra até o menisco de aferição, homogeneizado e
transferido para um frasco reagente devidamente rotulado.
5.6.4. Preparo da solução catalisadora de Antimônio
Para preparação da solução catalisadora, pesou-se 0,0705 g de tartarato de
óxido de antimônio e potássio trihidratado, diluído em 10 mL de água ultrapura e
homogeneizada. A solução foi transferida para um balão volumétrico de 50 mL e
completou-se com água ultrapura até o menisco, por fim armazenado e rotulado.
5.7. Análise de Metais
A análise de Espectrometria de Absorção Atômica foi iniciada com o
procedimento de digestão das amostras em ácido nítrico fazendo-se uso da placa de
aquecimento, técnica usada para preparação da amostra, como também para
transforma-la em uma alíquota mais apropriada para a análise. Sendo toda amostra
inicialmente conservada em geladeira e acidificada com 2% de ácido nítrico, a
conservação em geladeira foi feita desde sua chegada ao laboratório, até o
momento da análise.
A digestão foi realizada em chapa aquecedora, para isto, em uma amostra de
500 mL de volume adicionou-se 5% de ácido nítrico, a mesma foi digerida cinco
vezes, deixou-se sob aquecimento, com consequente evaporação, até que a
amostra veio a atingir 50 mL. O material resultante foi colocado em tubos de pvc e
aguardou-se o momento das análises. Em seguida, foi construída a curva de
calibração utilizando-se de soluções de concentrações conhecidas previamente
preparadas.
Para a análise dos metais nas amostras, foi usado o Espectrômetro de
Absorção Atômica com Atomização em chama (FAAS) modelo AA-7000 da
46
Shimadzu (Figura 18), as amostras e soluções padrão foram colocadas no aparelho
e verificadas possíveis interferências a partir de padrões internos do aparelho.
Adicionou-se as amostras e soluções em uma placa de acrílico e encaixadas
adequadamente no atomizador. Posteriormente, 1,0 mL da amostra foi absorvida por
um nebulizador e levada até o conjunto monocromador e o detector, que
correspondem as regiões de detecção dos metais. As concentrações dos metais
foram determinadas em triplicata.
Figura 18: Shimadzu AA-7000 Elemental Analysis
Fonte: Shimadzu,2019
5.8. Análise Microbiológica
Para a análise microbiológica foi utilizada na etapa de amostragem, a técnica
por tubos múltiplos que corresponde a um método qualitativo que identifica os
resultados por número mais provável (NMP) na qual tem como referência os
procedimentos descritos pelo Standard Methods for the Examination of Water and
Wastewater (1998).
Apenas 5 pontos foram utilizados para realização dessa análise, foram eles:
Riacho da mata, Rela Bucho, Estação de tratamento com Cloro (ETAc), Barragem,
Fonte Mineral devido a quantidade de material disponibilizado no laboratório.
Nas amostras coletadas no ponto da estação de tratamento foram
adicionados 0,1 mL de tiossulfato de sódio a 10% para eliminar o cloro residual livre
presente
5.8.1. Teste Presuntivo
Os testes foram iniciados inoculando no total nove tubos de ensaio contendo
10 mL de caldo lactosado, feito com extrato de carne, peptona e lactose, esterilizado
47
em autoclave à 121 ºC durante 15 minutos para cada amostra, utilizou-se três tubos
para cada diluição de 10, 1 e 0,1 mL. Assim, nos três primeiros tubos de ensaio
acrescentou-se 10 mL da amostra de água, fazendo o mesmo para as demais
diluições. Em seguida, incubou em estufa a 35 ºC durante 24 a 48 horas.
Após a incubação, foi verificado se houve ocorrência de gás carbônico nos
tubos de Durham, onde ocorreu apresentação do gás foi evidenciado presença de
coliformes totais e/ou termotolerantes. Decorrido o período de incubação, os tubos
que apresentaram resultado positivo, fez-se o teste confirmativo.
5.8.2. Teste Confirmativo de coliformes totais e termotolerantes
O meio utilizado na quantificação de coliformes totais foi o Verde brilhante, já
para termotolerantes foi o EC-MUG. As amostras que apresentaram resultado
positivo fizeram-se a inoculação com auxílio da alça de platina, cada amostra foi feita
em triplicata. Os tubos contendo as amostras para identificação de coliformes totais
foram incubados a 35 ºC durante 24-48 horas, e os tubos de coliformes
termotolerantes foram encaminhados à estufa com temperatura de 44,5ºC durante
24-48 horas.
Após o período de incubação foi realizado a quantificação de tubos com
resultado positivo e feita a interpretação em N.M.P (Número Mais Provável) /100 ml
de amostra.
48
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos a respeito das análises físicas, químicas e
microbiológicas das águas que alimentam o Distrito de Ouricuri, de classificação
estão estabelecidos nas Tabelas 4,5,6,7,8 e 9 junto aos valores máximos permitidos
pela CONAMA Nº357/2005 e PORTARIA Nº 2.914/2011 do MINISTÉRIO DA
SAÚDE.
As escolhas dos parâmetros de qualidade seguem ainda, as indicações da
Agência Nacional de Águas-ANA que segundo a instituição os parâmetros de pH,
turbidez, temperatura, oxigênio dissolvido, coliformes fecais, termotolerantes e
fósforo total são parâmetros que indicam o índice de qualidade da água.
Algumas amostragens para os pontos Palmeira e Mangueira não foram
realizadas devido a indisponibilidade dos barcos em chegar aos locais de coleta. A
dificuldade em acessar os pontos de coleta, também, estiveram relacionadas as
fortes chuvas ocorridas nos locais, segundo a SEMARH/AL (2019) foi 80,0mm, dessa
forma, para o mês de junho de 2019 há ausência de dados, por não ter ocorrido a
etapa de amostragem.
6.1. Análises físicas.
Os dados dispostos na Tabela 4, mostra que, no que se refere à cor da água,
houve grande discrepância nos valores encontrados nas amostras, porém, isto pode
ser justificado pelas características dos locais de amostragem, uma vez que esse
parâmetro é alterado devido à dissolução de materiais na água e os pontos de coleta
possuem características bastante diferentes.
A água da Estação de tratamento e da Fonte mineral corresponde aos
pontos em que a água é utilizada para o consumo da população. Na Estação de
tratamento, nos meses de junho/2018 e abril/2019, os resultados para cor foram
encontrados fora do permitido, o que de acordo com o CONAMA é 75 mg Pt/L. Para
a Fonte Mineral esses valores foram excedidos em junho/2019, detectado 100 mg
Pt/L, nesse ponto a água é bruta e não há adição de cloro e sulfato, como na
estação. Segundo Piratoba et al (2017) esses resultados, também podem ser
relacionados as atividades antrópicas que são realizadas às margens dos recursos
hídricos superficiais.
Com exceção da cor, todos os outros parâmetros físicos foram encontrados
dentro dos valores exigidos, foram eles: turbidez, salinidade, condutividade elétrica,
49
temperatura e pH. Na verificação da salinidade, foram encontrados valores abaixo
de 0,5% em todos os pontos, sendo assim as águas são denominadas doces de
classe dois.
Em relação ao parâmetro da temperatura, apesar de não ter valores exigidos
pela legislação CONAMA e MS, seus resultados influenciam em outros parâmetros.
Por isso, deve ser analisada junto com parâmetros, tal como o oxigênio dissolvido
que, quando saturado em meio aquático são volatilizados para a atmosfera, e podem
influenciar as reações desse meio (NOGUEIRA; COSTA; PEREIRA, 2015, p.19)
Para as análises de pH, estavam todas de acordo com os valores máximos
permitidos, não sendo encontradas anormalidades em nenhuma das amostras, visto
que o pH está entre 6,5 e 9,5. No entanto, em junho de 2019 houve um aumento
significativo nos valores de pH para as amostras de todos os pontos. Apesar de não
excederem os limites, aumentaram acentuadamente com variação de 7,0 a 9,1,
ficando o ponto Rela Bucho com o valor máximo, 9,1. Os valores elevados de pH
podem estar correlacionados aos despejos domésticos lançados aos corpos
hídricos, como também, aos níveis elevados de chuva que ocorreram na região
nesse período. Vasconcelos e Souza (2011, p. 311) determina que o pH é
importante nas diversas etapas de tratamento da água, principalmente, nas etapas
de coagulação, filtração, desinfecção e controle de corrosão.
50
Tabela 4: Concentrações de cor, turbidez, salinidade, condutividade, temperatura e pH das amostras de água do distrito de Ouricuri, Atalaia –AL.
Cor Turbidez Salinidade Condutividade Temperatura pH
(mg Pt /L) (NTU) (%) (µs/cm) (°C)
2018 2019 2018 2019 2018 2019 2018 2019 2018 2019 2018 2019
Pontos Abr Jun Abr Jun Abr Jun Abr Jun Abr Jun Abr Jun Abr Jun Abr jun Abr Jun Abr Jun Abr jun Abr Jun
Nascente 80
60
100 - 13,5 12,60
2,0
- 0,00
0,0284
0,0390 - 0,04 76,4
102,1
- 26,4
24,1 28,0 - 6,65
7,06 6,7
-
Riacho da mata 80 80 80 - 47,2 14,50 5,6 - 0,0241 0,0232 0,0326 - 65,7 63,4 86,6 - 29,7 23,4 30,8 - 7,34 7,74 7,1 -
Rela Bucho 80
80
100 >100 111 63,80
1,8
21,2 0,0344
0,031
0,0417 0,0332 91,1 83,4
108,7
88,2 26,8
23,9 30,6 24,3 6,86
6,74 7,0
9,1
Eta Sulfato 20
80
25 2,5 11,1 41,90
1,2
1,2 0,0409
0,036
0,045 0,0519 106,7 97,1
118,4
132,8 28,7
27,9 31,0 26,8 6,34
6,6 6,6
8,0
Eta Cloro 20
80
10 3,0 10,8 41,10
1,3
1,1 0,0406
0,036
0,0479 0,0519 106,1 97,1
123,4
132,8 28,7
24,5 33,8 26,8 6,3
6,7 7,0
8,0
Prainha 100
100
20 35,0 12,7 57,90
1,9
9,1 0,0343
0,0295
0,0432 0,0434 90,8 78,9
112,3
112,8 30,7
27,3 32,0 27,2 6,79
6,5 7,0
8,9
Mangueira 80
-
- - 12,6 -
-
- 0,0343
-
- - 90,8 -
-
- 31,9
- - - 6,79
- -
-
Palmeira 100
-
- - 12,3 -
-
- 0,0344
-
- - 91,0 -
-
- 30,8
- - - 6,69
- -
-
Vertedouro 80
80
80 70,0 45,3 59,60
16,0
19,9 0,0345
0,0294
0,000 0,0321 91,2 78,80
0,1
85,4 29,0
27,1 31,4 27,2 6,76
6,5 6,9
8,4
Barragem 80
100
75 - 12,3 47,20
1,8
- 0,0042
0,0352
0,0441 - 13,3 93,0
114,3
- 29,6
28,1 32,9 - 6,69
6,5 6,1
-
Fonte 5,0
5,0
2,5 >100 9,49 10,0
1,3
60,4 0,0532
0,0494
0,0510 0,0529 135,9 127,0
130,7
135,2 -
26,4 30,7 24,7 6,38
6,2 6,4
8,7
Mineral
*VMP 75 100 ≤ 0,5 450,0 --- 6,0- 9,5 Nota: * VMP: Valores Máximos Permitidos. Os itens com tracejados (-) não foi feita a coleta. Os itens com tracejados (---) não são sugeridos pela Portaria do MS e Legislação CONAMA. Fonte: Autora, 2019.
51
Os teores de oxigênio dissolvido observados em abril de 2018 no Vertedouro,
ponto 8 (5,13 mg/L) e na Nascente, ponto 9 (15,30 mg/L) representam o menor e o
maior valores obtidos como mostra a Tabela 5. Em junho/2018 houve uma variação
de 1,83 mg/L nos resultados do ponto Nascente a 17,20 mg/L no ponto Rela Bucho.
A concentração encontrada no ponto Nascente está relacionada a poluição do local,
uma vez que a água é aproveitada pela comunidade para banhar animais.
Em abril de 2019 não foi possível a realização da análise desse parâmetro
tendo em vista a quebra do aparelho de verificação. Já em junho de 2019, os
resultados de Oxigênio dissolvido tiveram seus valores consideravelmente
diminuídos, a coleta correspondeu a um período com maior volume de chuva
diminuindo a temperatura e aumentando a dissolução dos nutrientes presentes nas
águas superficiais.
Tabela 5: Concentração de oxigênio dissolvido das amostras de água do distrito de Ouricuri, Atalaia –AL.
Oxigênio dissolvido (OD) 20180120188 2019
Pontos de Coleta Abril Junho Abril Junho
Nascente 15,3 - 1,83 --- -
Riacho da Mata 14,2 16,0 --- -
Rela Bucho 14,0 17,20 --- 5,7
Eta Sulfato 14,5 15,0 --- 5,5
Eta cloro 14,0 15,1 --- 5,5
Prainha 10,3 13,70 --- 5,5
Mangueira 10,3 - --- -
Palmeira 7,20 - --- -
Vertedouro 5,13 15,30 --- 6,5
Barragem 7,20 14,10 --- -
Fonte Mineral 7,10 14,90 --- 6,2
*VMP >5mg Nota: * VMP: Valores Máximos Permitidos. Os itens com tracejados (---) indicam que não foram feitas análises. Fonte: Autora, 2019.
Os resultados de Oxigênio dissolvido podem ter sido influenciados pela
temperatura, visto que, entre os pontos de coleta ocorreu uma variação nos
resultados. Vieira (2015, p.81) diz que este comportamento já era previsto levando-
se em consideração que a solubilidade desse gás diminui com o aumento da
temperatura. Nesse sentido, segundo Neto et al. (2012) como o oxigênio dissolvido
corresponde à concentração de Oxigênio (O2) na água, ele é considerado como
sinalizador de sua qualidade. Além disso, ele está envolvido nos processos químicos
52
e biológicos ambientais, o que o torna fundamental para toda vida aquática pois
promove o equilíbrio ao ambiente.
6.2. Análises químicas.
Conforme a Tabela 6, as análises de dureza total, alcalinidade, acidez, cálcio,
magnésio e cloreto encontram-se todas dentro dos valores permitidos pela CONAMA
e MS, em todos os pontos e coletas. A dureza é um parâmetro utilizado na
investigação da qualidade da água destinada ao consumo humano, e corresponde a
concentração de íons metálicos, sendo frequentemente encontrados, os cátions
Ca+2 e Mg+2 (Sperling,1996).
Os resultados para dureza total variaram entre 14,6 e 33,3 mg/L CaCO3,
podendo essa água ser caracterizada como água mole ou branda, segundo os
valores determinados pela Legislação da CONAMA para água Potável, visto que
seus valores não excederam a 50 mg/L. As concentrações mais altas de dureza total
foram encontradas no período onde ocorreram os maiores níveis de chuva, neste
caso, junho de 2019, no entanto os resultados não excederam os limites máximos
impostos pela Portaria 2914/2011 do MS, onde o limite é 500mg/L de CaCO3.Nesse
sentindo, Sperling (1996) diz que não existem comprovações de que a dureza
influencie em problemas sanitários, entretanto em altas concentrações promovem
sabor desagradável e pode ter efeitos laxativos. Pode ainda, causar problemas de
incrustações nas tubulações, como também, a diminuição na formação de espumas
acarretando no maior uso de sabão.
As concentrações de cloreto nas águas destinadas ao consumo humano, no
distrito de Ouricuri, variaram entre 6,0 e 11,0 mg/ L, os resultados, estão, portanto,
de acordo com a legislação. O íon cloreto (Cl-), é proveniente da dissolução de sais
com presença desses ânions. Podem ser encontrados em águas superficiais a partir
de origem antropogênica, despejos domésticos, excrementos de animais e
fertilizantes, ou naturais, dissolução de minerais, sua concentração pode oferecer a
água um sabor salgado.
A alcalinidade é um parâmetro que não representa riscos sanitários, seus
estudos possibilitam o controle dos processos a serem utilizados na estação de
tratamento de água residuária. Nas análises de alcalinidade, suas concentrações
foram encontradas com mínima de 18,4 mg/L CaCO3, na estação de tratamento, e
máxima 46,4 mg/L CaCO3 na fonte mineral, em abril de 2018, os resultados obtidos
53
respeitam os valores exigidos pela legislação CONAMA e MS, que é 250 mg/L
CaCO3.
54
Tabela 6: Concentrações de alcalinidade, dureza total, cálcio, magnésio, acidez e cloreto das amostras de água do distrito de
Ouricuri, Atalaia –AL.
Alcalinidade Dureza Total Cálcio Magnésio Acidez Cloreto
(mg/L CaCO3) (mg/L CaCO3) (mg/L Mg) (mg/L Cl )
2018 2019 2018 2019 2018 2019 2018 2019 2018 2019 2018 2019
Pontos Abr Jun Abr Jun Abr Jun Abr Jun Abr Jun Abr Jun Abr Jun Abr jun Abr jun Abr Jun Abr jun Abr Jun
Nascente 29,2 29,2 37,3 - 17,2 16,0 20,0 - 4,00 12,0 10,4 - 13,2 4,0 4,0 - 4,0 32,0 - - 32,0 9,0 10,0 -
Riacho da 29,2
22,4 30,6 - 17,2
17,2 14,6
- 4,00 8.0 9,2 - 13,2 9,2 9,2 - 4,0 24,0 - - 30,4
6,0 8,6 -
mata
Rela Bucho 28,0 26,4 38,6 24,0 17,2 20,0 21,3 22,4 5,20 8,0 10,4 10,4 12,0 12,0 12,0 12,0 4,0 28,0 - 38,5 32,0 9,0 10,0 10,0 Eta Sulfato 22,4 26,4 37,3 24,0 16,0 20,0 33,3 37,2 5,20 8,0 14,6 9,2 10,8 12,0 12,0 28,0 4,0 32,0 - 30,2 26,4 11,0 10,3 10,3
Eta Cloro 18,4 20,0 37,3 24,0 20,0 22.4 33,3 29,2 8,00 4,0 10,6 14,4 12,0 18,4 18,4 14,8 4,0 30,4 - 21,6 32,0 10,0 6,3 6,3
Prainha 30,4 24,0 34,6 28,0 18,4 22,4 21,3 30,4 4,00 4,0 13,3 14,4 14,4 18,4 18,4 16,0 5,2 36,0 - 28,8 26,4 9,0 8,6 8,6
Mangueira 28,0 - 34,6 - 20,0 - 25,3 - 6,40 - 14,6 - 13,6 - - - 4,0 - - - 37,2 - 9,0 -
Palmeira 28,0 - - - 18,4 - - - 5,20 - - - 13,2 - - - 4,0 - - - 41,1 - - -
Vertedouro 30,4 29,2 41,2 20,0 16,0 22,4 20,0 38,4 6,40 4,0 13,3 9,2 9,60 18,4 18,4 29,2 4,0 28,0 - 20,5 37,2 7,0 7,3 7,3
Barragem 30,4 29,2 38,6 - 20,0 29,2 32,0 - 5,20 4,0 12,0 - 14,8 16,0 16,0 - 4,0 24,0 - - 44,0 6,0 10,3 -
Fonte Mineral 46,4 34,4 32,0 36,0 16,0 17,2 22,6 20,0 9,20 4,0 9,3 10,4 6,80 1,20 13,2 9,6 8,0 36,0 - 36,0 29,2 9,0 6,0 6,0
*VMP 250 500 --- 150 --- 250
Nota: * VMP: Valores Máximos Permitidos. Os itens com tracejados (-) não foi feita a coleta. Os itens com tracejados (---) não são sugeridos pela Portaria do MS e Legislação CONAMA. Fonte: Autora, 2019.
55
Os metais analisados foram ferro (Fe), alumínio (Al), cádmio (Cd), cobre (Cu)
nos dez pontos de monitoramento, conforme mostra a Tabela 7. Seus resultados foram
verificados a partir da Resolução CONAMA 357/2005, para águas doces de classe
dois, e Legislação do MS Portaria 2914/2011, para água potável.
Em relação ao Al analisado, apenas nos meses de abril e junho de 2018, foram
encontrados com níveis elevados em todos os pontos. Em abril, entre os pontos onde
foram encontrados os maiores níveis de alumínio, estão os pontos da estação de
tratamento, ETA cloro e ETA sulfato. Nestes pontos, após a aquisição do recurso
hídrico obtida na barragem Milton Santos, a água passa por adição de sulfato de
alumínio e cloro para posterior distribuição. Os níveis elevados desse metal
podem ter sido acarretados em decorrência de alguma falha na adição do sulfato de
alumínio utilizado pelo operador.
Freitas et al. (2001, p.658) diz que a constatação da presença de alumínio em
água de rede de tratamento pode ocorrer em função de fatores como: falhas no
sistema de tratamento da água quando se usa coagulantes a base de alumínio ou
mistura de águas que não sofreram um tratamento completo. A contaminação por
alumínio, diante de estudos crescentes a respeitos desse metal, é associada a
problemas de saúde como cólicas abdominais, anorexia, raquitismo e agravação do
mal de Alzheimer.
O Fe teve seus valores excedidos em todas as coletas, e suas concentrações
variaram entre 0,01 e 4,42 mg/L Fe nos anos de 2018 e 2019, aumentando
consideravelmente em 2019. Esse mineral apesar de não ter efeitos tóxicos, seus
níveis elevados promovem diversos problemas ao abastecimento público, provoca
alterações na cor e no sabor da água, bem como ocasiona a deterioração de utensílios
sanitários e roupas (CETESB, 2016). Os níveis elevados de Fe nessa região podem
estar relacionados ao uso da agricultura na região, visto que, entre os pontos de
concentrações mais elevada estão os pontos Rela Bucho (abril/2018) e Riacho da Mata
(abril/2019), região onde o uso da agricultura é maior. Segundo Menezes et al (2009) o ferro faz parte da composição de diversos defensivos agrícolas, sendo estes,
importantes fonte de ferro.
Durante o mês de junho de 2018 o Fe não foi analisado devido a um problema
técnico operacional, a lâmpada de Fe do espectrômetro quebrou, impossibilitando a
análise.
56
Al2(SO4)3
Segundo Tonietto (2006) os elementos traço têm ação persistente, tóxica e
bioacumulativa e têm apresentado um aumento gradual de disponibilidade em corpos
aquáticos, sendo essa ocorrência oriunda de atividades antrópicas. Os elementos traço
são metais encontrados em baixa concentração no ambiente, são ainda participantes
de processos biológicos que ocorrem no organismo.
A contaminação dos corpos hídricos pode se dar através de vários aspectos.
Para Lima (2013, p.99) vários fatores podem contribuir para esses resultados, como
ação antropogênica, geologia local, estações climáticas e variáveis ambientais da
água. Sodré (2005, p.18) diz que, o esgoto bruto pode provocar a deterioração desses
ambientes aquáticos urbanos por meio do aporte de compostos antropogênicos que,
por sua vez, podem afetar a concentração e distribuição de metais na coluna de água.
57
Tabela 7: Concentrações dos metais Cu, Fe, Al e Cd das amostras de água do distrito de Ouricuri, Atalaia –AL.
Cobre (Cu) Ferro (Fe) Alumínio (Al) Cádmio (Cd)
( mg /LCu) (mg/L Fe) (mg/L Al) (mg /L Cd)
2018 2019 2018 2019 2018 2019 2018 2019
Pontos Abr Jun Abr Jun Abr Jun Abr Jun Abr Jun Abr Jun Abr Jun Abr Jun
Nascente -- -- 0,13 - 0,97 -- 1,65 - 0,25 1,20 -- -- -- -- 0,16 - Riacho da mata -- -- 1,21 - 1,28 -- 4,42 - 0,54 1,22 -- -- -- -- <0,05 -
Rela Bucho -- -- 0,122 0,11 1,81 -- 0,15 3,07 0,30 1,27 -- -- -- -- 0,16 0,14 Eta Sulfato -- -- 0,12 0,13 0,60 -- 0,65 0,05 0,85 1,23 -- -- -- -- 0,16 0,16 Eta Cloro -- -- 0,10 0,09 0,87 -- 0,10 0,24 1,23 1,23 -- -- -- -- 0,16 0,09 Prainha -- -- 0,03 0,11 0,80 -- 0,54 0,30 0,51 1,26 -- -- -- -- 0,16 0,08
Mangueira -- -- -- - 0,75 -- - - 0,23 - -- -- -- -- 0,16 - Palmeira -- -- 0,10 - 1,05 -- 0,55 - 0,22 - -- -- -- -- 0,16 -
Vertedouro -- -- 0,59 0,06 1,11 -- 0,14 2,14 0,48 1,25 -- -- -- -- 0,15 0,15 Barragem -- -- 0,19 1,53 -- 0,35 - 0,62 1,23 -- -- -- -- 0,13 -
Fonte Mineral -- -- 0,13 0,05 0,25 -- 0,01 4,17 0,83 1,18 -- -- -- -- 0,16 0,16
*VMP 0,009 0,3 0,1 0,001
Nota: * VMP: Valores Máximos Permitidos. Os itens com tracejados (-) não foi feita a coleta. (--) não foi feita a Análise Fonte: Autora, 2019.
58
Os metais Cd e Cu foram analisados, apenas, nos meses de abril e junho de
2019, tal fato ocorreu em virtude da indisponibilidade de lâmpadas de verificação no
espectrofotômetro utilizado. Diante disso, em 2019, esses metais foram quantificados
pela empresa de análises químicas do estado de Alagoas, Central analítica, a partir do
aparelho espectrômetro de absorção atômica novAA300, AnalitikJena.
O Cd e Cu ultrapassaram os limites indicados em todos os pontos, com exceção
do riacho da mata em junho de 2019 para Cd. Os valores encontrados para Cu
variaram entre 0,03 e 1,21mg/L Cu e 0,05 a 0,16mg/L para Cd. Em abril de 2019 foi
encontrado 1,21 mg/L Cu no ponto Riacho da Mata, sendo esse, o ponto com maior
concentração desse metal.
O Cd no mês de abril de 2019 não obteve variações em suas concentrações, a
maioria dos pontos foi encontrado com 0,16mg/L Cd, com exceção dos pontos
Barragem (0,13 mg/L), Vertedouro (0,15 mg/L) e Riacho da Mata (<0,05 mg/L). Em
junho de 2019, período com maior índice de chuvas, foi encontrado uma diminuição da
concentração desses metais no período chuvoso, o que demonstra o efeito da diluição
das chuvas nesses metais.
As práticas agrícolas no entorno desses pontos podem contribuir
significativamente para os níveis elevados encontrados, visto que, o Cu, assim como o
Cd, é um elemento traço que está presente na composição química de pesticidas e
fungicidas, largamente utilizados na atividade agrícola. Os valores permitidos, segundo
a legislação em vigor, para água de consumo humano são 0,005 mg/L Cd e 0,009 mg/L
Cu. Os autos valores desses elementos encontrados na água de consumo humano,
principalmente nos pontos da Estação de Tratamento e Fonte mineral, podem causar
danos à saúde dos indivíduos, o excesso desses metais podem causar diarreia, vômito,
dores abdominais e problemas renais.
Os estudos de Demori (2008) mostram que os efluentes industriais, defensivos
agrícolas, emissões atmosféricas e a geologia local são possíveis geradores de
cádmio, podendo este metal está associado aos metais zinco e cobre.
Conforme Tabela 8, as concentrações de fósforo (P) apresentaram em todos os
pontos de coleta, níveis acima do padrão permitido pela Legislação que é de 0,020
mg/L P. No mês de Abril de 2018, o ponto da Fonte mineral foi a região que apresentou
o grau mais elevado de fósforo (3,223 mg/L P), já os pontos da Estação de tratamento
Cloro e Vertedouro foram detectadas concentrações mais baixas. Assim como em
2018, no período de junho de 2019, as concentrações de fósforo excederam em todos
59
os pontos, além disso, novamente a Fonte mineral apresentou concentrações mais
elevadas (4,148 mg/L P) o que qualifica esse ponto como uma fonte de fósforo.
Tabela 8: Concentrações de fósforo das amostras de água do distrito de Ouricuri, Atalaia –AL.
Fósforo (mg /L de P) 80120188 2019
Pontos de Coleta Abril Abril Junho
Junho
Nascente 1,246 1,843 2,964 -
Riacho da Mata 1,478 2,262 3,279 -
Rela Bucho 1,564 2,514 2,594 2,761
Eta Sulfato 1,068 3,448 2,479 2,466
Eta cloro 0,940 1,131 2,119 2,273
Prainha 1,029 1,131 2,627 2,518
Mangueira 1,217 - 2,608 -
Palmeira 1,053 - - -
Vertedouro 0,933 1,294 2,525 1,800
Barragem 1,265 1,144 2,621 -
Fonte Mineral. 3,223 2,345 4,14 3,526
*VMP 0,020 Nota: * VMP: Valores Máximos Permitidos. Os itens com tracejados (-) não foi feita a coleta.
Fonte: Autora, 2019.
As altas concentrações de fósforo nos pontos estão relacionadas a ações
antrópicas, visto que o distrito analisado é uma região isenta de saneamento básico,
sendo assim seus esgotos são lançados de forma inadequada promovendo a poluição
dos recursos hídricos locais. Adicionalmente para o ponto da Fonte mineral, o caso
deve-se ao fato de a água ser extraída de uma rocha, pois para Vieira (2015, p.35) as
fontes naturais de fosfato são o intemperismo químico das rochas, bem como a
decomposição da matéria orgânica, e os esgotos são considerados os grandes
contribuintes para o aumento da concentração de fósforo nas águas.
Desta forma, o excesso de fósforo nos recursos hídricos promove o processo de
eutrofização do ambiente. Os níveis elevados dessa substância, geram a proliferação
de algas, efeito na qual é observado nas águas da barragem Milton Santos (Figura 19),
assim como, interfere na dinâmica do ambiente, causa uma diminuição no teor de
oxigênio e consequentemente a mortandade dos seres aquáticos trazendo assim
prejuízos a comunidade.
60
Figura 19: Eutrofização da barragem Milton Santos.
Fonte: Autora da dissertação, 2019.
6.3. Análise microbiológica.
Para os resultados obtidos nas análises microbiológicas, no que diz respeito a
coliformes totais e termotolerantes, os coliformes totais foram excedidos na maioria das
amostras coletadas em 2018 e 2019, conforme observado na Tabela 9, estando assim
em desconformidade com padrões estabelecidos pelo Ministério da Saúde - MS
Portaria 2914/2011 e Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA portaria nº
357/2005. Observou-se ainda, que no mês de junho de 2018 os pontos da Estação de
tratamento e Fonte mineral, foram os únicos pontos que não apresentaram coliformes
totais nas amostras analisadas.
Já as análises de coliformes termotolerantes (Escherichia coli), foram
identificadas presença na maioria das amostras, com exceção do ponto 10, Fonte
mineral, em junho de 2018 que se determinou ausência dos microrganismos. De
acordo com as legislações do MS e CONAMA, para as águas superficiais o limite é de
2500 por 100 mililitros, e para as águas destinadas a consumo humano que é o caso
do ponto 4, Estação de Tratamento, e ponto 10, Fonte Mineral, devem ser ausentes de
coliformes totais e termotolerantes.
61
Tabela 9: Análises microbiológicas das amostras de água, de diferentes pontos, do distrito de Ouricuri, Atalaia-AL.
Coliformes totais Coliformes termotolerantes
(NMP/100mL) (NMP/100mL)
2018 2019 2018 2019 Pontos Abr Jun Abr Jun Abr Jun Abr Jun
Riacho da 2,4 x101 1,1x101 2,4 x101 - 4,6x 102 4,6x100 2,4x101 -
mata _
Rela Bucho 2,4 x101 4,6x 10 0 2,4 x102 >8,0 1,1x 101 2,4x101 2,4x101
>8,0
Estação de 2,4 x101 Ausência 1,5 x101
< 1,1 7,5x 10 -1 2,3x10-2 2,4x103 < 1,1
tratamento
Barragem 2,4 x101 2,4x101 2,1 x102 >8,0 2,4x101 4,6x100 1,1x101
>8,0
Fonte 2,4 x101 Ausência Ausência >8,0 1,1x101
Ausência 1,5x101 >8,0
Mineral
*VMP Ausente Ausente
Nota: * VMP: Valores Máximos Permitidos. Os itens com tracejados (-) não foi feita a coleta. Fonte: Autora, 2019.
As amostras de água da estação de tratamento que obtiveram resultados de
microrganismos excedidos julgam-se ao fato de que o dosador de cloro, que já é
precário, apresentou problemas em seu funcionamento fazendo com que não houvesse
o tratamento adequado na água distribuída durante um determinado período. Já a fonte
mineral, ponto em que se obteve resultado negativo em relação à presença de E.coli,
essa ocorrência é devido à mesma ser oriunda de um minador, não entrando em
contato direto com a microbiota intestinal de aves e mamíferos.
Com relação às análises microbiológicas realizadas no mês de junho de 2019,
em todos os pontos analisados os valores de coliformes totais e termotolerantes
estiveram em desacordo com o recomendado pela Portaria 2.914 do MS. Presume-se
que esta ocorrência se deve ao fato das coletas terem ocorrido em um período de
maior volume de chuvas.
Silva e Veno (2008) encontraram presença de coliformes termotolerantes nas
amostras do Rio Una o qual foi relacionado a presença de ocupação urbana
desordenada ao longo do rio, essa ocorrência evidencia presença de contaminação
fecal promovendo doenças de veiculação hídrica, comprometendo assim a utilização
do rio para a comunidade local.
62
Diante disso, os valores de quantificação de coliformes apresentaram-se fora
dos valores permitidos pela legislação vigente. Acredita-se que diante das condições
sócio ambientais do distrito, a presença de coliforme é dada por meio de fezes de
animal de sangue quente, inclusive seres humanos, visto que a localidade não provém
de rede de saneamento de esgoto, fazendo com que todos os seus dejetos domésticos
sejam desaguados nos corpos d´água ao redor do distrito.
63
7. CONCLUSÃO
Diante dos resultados obtidos, constatou-se que o recurso hídrico que abastece
o distrito está sofrendo considerável desgaste ambiental. Identificou-se que o ambiente
aquático sofre degradações naturais, como dissolução de rochas, e antrópicas,
principalmente, resultantes de lançamentos de esgotos domésticos, como também
devido ao uso de substâncias nocivas ao homem nas atividades agrícolas da região.
Em geral, no período de chuvas há um aumento do nível de poluição da água nos
pontos de coleta, principalmente por metais pesados, fósforo, coliformes fecais e
termotolerantes.
Além disso, foi também averiguado que a água que abastece a comunidade do
distrito de Ouricuri-AL não apresenta parâmetros de qualidade compatíveis com os
reportados na legislação vigente, Portaria n°2.914 de 2011 do Ministério da Saúde.
Dessa forma, pode ser afirmado que esta água não é de qualidade e torna-se
imprópria para uso humano. Ainda que o Sistema de Água e Esgoto – SAE do
município de Atalaia realize tratamento da água para abastecimento da população, os
mesmos parecem insuficientes para que a água ofertada seja potável. Assim, sugere-
se que haja melhor análise e adequação dos tratamentos realizados, bem como o
monitoramento periódico da água de abastecimento ofertada para a comunidade.
64
8. Perspectivas • Divulgar o diagnóstico à população do distrito de Ouricuri e aos representantes locais
com ajuda da Fundação Amadeu Inácio (FAMIC), com vista em alerta-los aos riscos
que o distrito de Ouricuri corre pelo uso de água má qualidade. • Mostrar a necessidade de cuidados específicos com a Barragem Milton santos e os
demais cursos d’água que abastecem a cidade. • Informar das condições físicas, químicas e microbiológicas da água consumida pela
população, de forma a buscarem meios de suficiente para gerar uma água de qualidade
para o consumo humano. • Utilizar os resultados obtidos para escrita de um artigo cientifico e submetê-lo a uma
revista de alto fator de impacto.
65
9. REFERÊNCIAS
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66
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10. ANEXO
Figura 20: Análise de Oxigênio dissolvido no ponto prainha.
Fonte: Autor dessa dissertação, 2019.
Figura 21: Entrada para o ponto Riacho da mata.
Fonte: Autora desta dissertação. 2019.
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Figura 22: Estrada de acesso aos pontos da nascente e riacho da mata na coleta de junho2019.
Fonte: Autora desta dissertação. 2019.
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Figura 23: Texto da entrevista sobre o Distrito de Ouricuri-AL.
Fonte: Autora desta dissertação, 2019.
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