instrumentos de avaliação 31-03-13a
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Temas de Psicologia para o concurso da ANVISA
1. Instrumentos de avaliação psicológica: critérios de seleção, avaliação e interpretação de
resultados.
2. Técnicas de entrevista psicológica: objetivos (diagnóstico, terapia, encaminhamento,
seleção, orientação, acompanhamento, devolução, realocação em outro posto de trabalho,
desligamento), tipos de entrevista.
3. Psicodiagnóstico: conceitos, objetivos, instrumentos.
4. Testes psicológicos.
5. Aspectos psicológicos das enfermidades agudas e crônicas.
6. Psicopatologia do trabalho.
7. Psicodinâmica do trabalho e saúde do trabalhador.
8. Ergonomia da atividade.
9. Segurança no trabalho e saúde ocupacional.
10. Fatores psicossociais da DORT e outros distúrbios relacionados ao trabalho.
11. Tratamento e prevenção da dependência química.
12. Preparação para a aposentadoria.
Instrumentos de avaliação psicológica: critérios de seleção, avaliação e interpretação de
resultados. -CFP
Ricardo Primi, Regina Sonia Gattas F. do Nascimento e Audrey Setton de Souza
Para a realização do processo de avaliação dos Testes Psicológicos, foram utilizados os
principais fundamentos psicométricos, além de uma série de critérios mínimos descritos a seguir.
Avaliação Psicológica
A Avaliação Psicológica constitui-se na busca sistemática de conhecimento a respeito do
funcionamento psicológico das pessoas, de forma a poder orientar ações e decisões futuras. Esse
conhecimento é sempre gerado em situações específicas, envolvendo questões e problemas também
específicos. Na clínica, por exemplo, o profissional pode fazer uma Avaliação Psicológica para
entender melhor os problemas vivenciados por uma pessoa e pensar quais são as melhores formas
de ajudá-la a superar tais problemas, ou, na escola, pode procurar entender porque uma criança tem
dificuldades para aprender ou como estimular seu desenvolvimento, ou, na área forense, em que é
necessário entender quais razões levaram uma pessoa a cometer um crime ou se ela pode ser
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considerada responsável pelos seus atos, ou, ainda, no trabalho, em que o profissional procura
identificar qual pessoa poderia ser selecionada para um determinado cargo. Está implícito na
Avaliação Psicológica que o objetivo último, ainda que idealmente, sempre será beneficiar a pessoa
envolvida.
Testes Psicológicos
Os Testes Psicológicos são procedimentos sistemáticos de coleta de informações que municiam o
processo amplo e complexo de Avaliação Psicológica com dados úteis e confiáveis. Existem várias
formas de se obter informações, tais como a observação direta, as entrevistas, a análise de documentos
e a aplicação de testes propriamente dito. Fica claro, então, que os Testes Psicológicos são uma das
formas possíveis de se obter informações sobre as pessoas durante a Avaliação Psicológica.
Em geral, os Testes Psicológicos propõem tarefas específicas às pessoas como meio para
observar a manifestação do comportamento e, por meio dessas manifestações, inferir características
psicológicas. Partindo-se da maneira como as pessoas se comportam nessas tarefas, os profissionais
inferem características psicológicas associadas. As tarefas podem constituir-se em problemas de
raciocínio, frases autodescritivas, tarefas de expressão, como desenhar, contar histórias, perceber
figuras em manchas de tinta e outros. Uma questão importante que se faz em relação aos testes
refere-se à legitimidade das inferências feitas. A fundamentação sólida, para elas, é construída,
gradativamente, por uma série de estudos buscando evidências de validade, precisão e informações
normativas, quando for o caso. A Resolução do CFP nº 002/2003 estabelece os requisitos mínimos
necessários aos testes disponibilizados para uso profissional nos termos desses parâmetros, amparada
em documentos internacionais que definem, em detalhes, tais características. (International Test
Commission, 2000; American Educational Research Association, American Psychological
Association & National Council on Measurement in Education, 1999; Canadian Psychological
Association, 1996).
A seguir, serão definidas, sucintamente, cada uma dessas características e, ao final, quais foram
os critérios mínimos exigidos para que o teste recebesse um parecer favorável em função do tipo de
teste em consideração.
Validade
O ponto crítico dos Testes Psicológicos é a validade das interpretações feitas às respostas
dadas na testagem, e, por isso, a validade é uma característica fundamental dos instrumentos de
avaliação. Referem-se à legitimidade das interpretações dadas a partir dos indicadores observados
na aplicação de testes, analisados com base nos comportamentos característicos que a pessoa
apresentou na realização da tarefa proposta pelo teste. Uma questão fundamental que precisa ser
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respondida indaga sobre quais evidências empíricas justificam essas interpretações, isto é, quais
dados existem indicando que essas interpretações sejam coerentes e legítimas, ou seja, resultante de
pesquisas delineadas para testar os pressupostos de tais interpretações. O estudo de validade traz o
embasamento científico aos instrumentos de avaliação. Os métodos de validar um teste não diferem
muito daqueles usados para validar teorias psicológicas (Muniz, 2004); portanto, estão associados
ao conjunto de evidências empíricas favoráveis ao significado que se está atribuindo aos
indicadores. As pesquisas de validade sustentam cientificamente e justificam as associações
propostas entre os indicadores e as características psicológicas.
Elaborando-se um pouco mais esse conceito, deve ficar claro que, como afirmam Anastasi e
Urbina (2000),
“[...] a validade de um teste não pode ser relatada em termos gerais. Não podemos dizer que um teste tem
‘alta’ ou ‘baixa’ validade em termos abstratos. Sua validade precisa ser estabelecida com referência ao uso
específico para o qual o teste está sendo considerado” (p.107). Nesse sentido, cada afirmação sobre alguma
característica psicológica diferente observada a partir de algum indicador no teste deve ser validada.
A pesquisa de validade, portanto, é composta de várias subpesquisas, cada uma testando
algum aspecto interpretativo do teste.
Exner (1993), por exemplo, realizou centenas de estudos de validade das interpretações das
respostas ao teste Rorschach. Uma delas refere-se às respostas de reflexo, ocorrendo quando uma
parte da mancha é referida como sendo o reflexo da outra. Respostas desse tipo, em número
elevado, indicam um foco de atenção voltado mais para si do que para os outros, uma tendência a
superestimar o próprio valor e assinala a presença de características narcísicas na personalidade.
Essas respostas fazem parte do Índice de Egocentrismo.
Um dos primeiros estudos de validade desse índice envolveu 21 pessoas que passavam por
m processo seletivo. Na entrevista, o examinando ficava à espera do entrevistador, que chegava
sempre 10 minutos depois de o sujeito ter entrado na sala. Nesta, havia um espelho e uma câmera
escondida atrás do espelho, filmando o sujeito. A partir das gravações, os pesquisadores contaram o
tempo que o sujeito passou olhando-se no espelho. Além disso, eles contaram o número de vezes
que o sujeito usou os pronomes pessoais “eu” e “meu” durante a entrevista. Essas variáveis estavam
associadas, significativamente, ao número de respostas de reflexo, apoiando a interpretação de que
respostas desse tipo indicam um funcionamento mais egocêntrico.
Em outro estudo envolvendo 40 pessoas, Exner (1993) calculou a diferença entre
autodescrições com adjetivos sobre “como sou” em contraposição a autodescrições sobre “como
gostaria de ser” Os sujeitos com menor número de discrepâncias entre as descrições reais-ideais
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apresentavam maior número de respostas de reflexo, apoiando a interpretação de autoestima mais
inflada associada às respostas de reflexo.
Como evidenciado acima, o trabalho de validação de um teste é muito complexo. Na verdade,
ele é dinâmico e praticamente interminável. Os vários estudos podem ser vistos como pequenas
provas que vão acumulando-se sobre o que e como se deve interpretar os indicadores obtidos em
um teste. Existem várias formas de se buscar evidenciar a validade das interpretações do teste,
dentre as quais aquelas baseadas na análise do conteúdo dos itens do teste, nas relações com outras
variáveis, no processo de resposta, na estrutura interna dos itens ou nas consequências da aplicação
de testes (AERA; APA, NCME, 1999). Todas essas formas consistem em procedimentos diferentes
de coleta de informações sobre validade e respondem a questões diferentes, cada uma com maior
pertinência em razão dos propósitos e contextos em que se pretende utilizar o instrumento de
avaliação.
Dessa forma, a Resolução CFP n.° 002/2003 utiliza a terminologia proposta por Prieto e
Muniz (2000), que subdivide as pesquisas para validação de um Teste Psicológico em três
maneiras: validade de conteúdo, validade de constructo e validade de critério, que, por sua vez, são
subdivididas da seguinte forma:
Validade de conteúdo: qualidade da representação do conteúdo ou domínio; consulta a
especialistas;
Validade de constructo: correlação com outros testes ou validade convergente-
discriminante, diferenças entre grupos, matriz multitraço-multimétodo, consistência interna ou
análise fatorial (exploratória ou confirmatória) e delineamentos experimentais;
Validade de critério: concorrente e preditiva.
Mais informações sobre esses métodos podem ser obtidas a partir da literatura especializada
indicada no final do relatório.
Validade das Técnicas Projetivas
As técnicas projetivas são instrumentos utilizados predominantemente na clínica, dentro de
um processo mais amplo de Avaliação Psicológica, sempre usando como fundamentação um
referencial teórico que promove a compreensão dinâmica da personalidade.
O fato de serem utilizados na clínica levava à falsa premissa de que poderiam ser validados
na própria clínica, prescindindo de estudos psicométricos, e que esse tipo de estudo poderia levar a
um empobrecimento e categorização que contrariam os procedimentos de avaliação clínica. Esse
risco de empobrecimento decorrente da categorização necessária para a validação fez com que os
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psicólogos caminhassem para o outro extremo, que era a recusa dos critérios da Psicometria
necessários a avanços nas pesquisas da área. Tal perspectiva criava uma situação dicotômica: por
um lado, os que trabalhavam com essas técnicas tinham plena confiança nelas, sem se preocupar em
divulgar seus conhecimentos, resultados de suas experiências, nem em transformá-los em estudos
mais sistemáticos que permitissem alguma validação dos métodos utilizados; enquanto os
psicólogos de visão contrária criticavam os métodos projetivos pelo fato de não possuírem critérios
sistemáticos de avaliação. Podemos afirmar que se trata de um equívoco, pois os instrumentos de
Avaliação Psicológica, mesmo que subjetivos, não prescindem de um rigor metodológico e, no
sentido inverso, esse rigor não invalida a interpretação clínica.
Para compreender a dinâmica individual de uma pessoa em uma Avaliação Psicológica,
devemos integrar os dados das entrevistas, das observações, do vínculo estabelecido com a pessoa,
com a consideração relativa à situação para a qual estamos realizando aquela avaliação. Se, a esses
dados, o profissional tiver referência de resultados de Testes Psicológicos utilizados como um dos
itens da avaliação, a margem de segurança será maior, especialmente se os instrumentos forem
padronizados e evidenciarem bons resultados psicométricos (validade, precisão).
O problema que se discute atualmente é como realizar estudos psicométricos com instrumentos
clínicos, pois estes, devido a sua complexidade característica e natureza ambígua, aliadas ao caráter
idiossincrático no modo de responder ao instrumento, mostram-se mais difíceis de quantificar e
padronizar e, portanto, mais resistentes para satisfazer os critérios de mensuração do que os testes
objetivos, que, por sua vez, trabalham com um número mais reduzido de variáveis e com resultados
mais objetivos, o que acarreta maior facilidade de quantificação.
A dificuldade de validação dessas técnicas, pelo fato de serem instrumentos que demandam
mais habilidade e conhecimentos do psicólogo, um tempo maior de aplicação e uma dificuldade de
constituir amostras significativas para pesquisa, aliadas a conceituações teóricas que as criticavam,
levaram a uma redução na quantidade de investigações na área.
Essa dificuldade reflete-se no ensino e na utilização das técnicas menos objetivas por
psicólogos iniciantes, que, antes de construírem um referencial mais seguro para a utilização desses
instrumentos, eles poderiam incorrer em erros devido à falta de parâmetros sistematizados para as
suas interpretações.
Tais foram às razões que levaram a Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica a
defender a necessidade de requisitos mínimos em Psicometria para a aprovação das técnicas
projetivas. Os requisitos utilizados para a aprovação dessas técnicas, no entanto, foram diferentes
dos necessários para as técnicas objetivas referenciadas à norma, apropriando os critérios a cada
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tipo de instrumento, visto que os testes projetivos e objetivos possuem características distintas,
conforme artigos 4º e 5º da Resolução CFP nº 002/2003.
Contudo, ressalta-se que a utilização das técnicas projetivas não se reduz aos estudos
psicométricos, na medida em que continua sendo preponderante a figura do psicólogo e seu
raciocínio clínico, que insere os dados obtidos a partir do teste num quadro global e dinâmico,
dentro da Avaliação Psicológica. Contudo, a inclusão do julgamento do psicólogo deve sempre ser
fundamentada em pressupostos teóricos e metodológicos, coerentes com a situação, que enriquecem
e dão sentido aos resultados dos instrumentos utilizados.
Essa característica específica dos instrumentos projetivos leva, portanto, a um excelente
resultado, que torna os métodos projetivos de análise da personalidade instrumentos fidedignos e
consistentes, ao mesmo tempo que, com seu uso, podemos alcançar uma compreensão bastante
profunda das pessoas, o que confere aos instrumentos legitimidade, com ampla aceitação pela
comunidade científica e usuários dos instrumentos.
Vale lembrar que a Psicometria não foi desenvolvida para interpretar dados, mas para
fornecer resultados mais confiáveis, e, para isso, sempre haverá a necessidade de um psicólogo bem
preparado para interpretar e fazer do Teste Psicológico um instrumento confiável a partir de sua
utilização.
Lembrando Kaufman (1982), “o valor do teste é instrumental e tudo depende da competência
de quem usa, e esse alguém tem que ser melhor que os testes que usa”.
Precisão
Outra característica ligada aos fundamentos científicos dos instrumentos é a precisão. Como
toda avaliação é vulnerável ao erro, uma questão de ordem prática é saber o tamanho do erro que
geralmente ocorre nas avaliações. Os estudos de precisão criam uma nova oportunidade de
avaliação, procurando garantir que, na segunda oportunidade, o atributo avaliado não tenha
mudado, buscando-se, com isso, verificar as flutuações dos escores de um teste em condições nas
quais deveriam permanecer constantes. São, portanto, maneiras sistemáticas de se estudar os erros
de medida.
A precisão, ou fidedignidade, como às vezes é chamada, refere-se ao quanto os escores de um
teste são imunes às flutuações geradas por fatores indesejáveis, isto é, os fatores incontroláveis que
inevitavelmente interferem nos escores, mas que não possuem nenhuma relevância para o que é
avaliado. Esses fatores são chamados fontes de erro. Várias fontes de erro podem interferir na
avaliação, produzindo ruídos ou erros nos escores dos testes, dentre elas a subjetividade no processo
de correção, flutuações entre diferentes situações de avaliação ou problemas no conteúdo das tarefas
usadas na avaliação. As medidas psicológicas sempre estarão vulneráveis ao erro, sendo que a
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questão de ordem prática colocada pelos estudos de precisão é que a magnitude de erro é tolerável
antes que a medida se torne inútil. Delineamentos de estudo da precisão dos instrumentos tentam
estimar a magnitude das flutuações dos escores de um teste em condições nas quais deveriam
permanecer constantes, separando, portanto, a variabilidade, que pode ser considerada “real” isto é,
associada às características de interesse da variação de “erro”, ou seja, associada a fatores
irrelevantes.
Nesse sentido, a Resolução CFP n° 002/2003 considera como estudos de precisão a utilização
dos seguintes delineamentos: equivalência (formas paralelas), consistência interna, estabilidade
(teste-reteste) e precisão de avaliadores. Não obstante, também é analisado se os coeficientes
decorrentes desses estudos são calculados para diferentes grupos de sujeitos.
Precisão X Validade
A precisão é uma característica necessária, mas não suficiente para a validade de um
instrumento. Testes com baixa precisão sofrem muita influência de fontes de erro, de tal forma que há
incerteza se as variações nos escores estão associadas às características de interesse ou aos fatores
irrelevantes. Nessa situação, os escores são pouco confiáveis e comprometem a validade das
interpretações que seriam feitas. Dessa forma, a baixa precisão compromete a validade. Por outro
lado, a alta precisão, ainda que indique pouca vulnerabilidade às fontes de erro, não constitui
evidência suficiente de que as interpretações associadas aos escores sejam legítimas. Alta precisão é o
primeiro passo e indica que algo consistente foi captado pelos escores do teste. Entretanto, estudos de
validade são necessários para provar que esse “algo captado” realmente é aquilo que o instrumento se
propunha a avaliar. Portanto, a alta precisão não garante validade.
Padronização
Outro aspecto importante dos instrumentos refere-se ao sistema de interpretação dos escores
ou indicadores obtidos no teste. Muitos instrumentos utilizam expectativas normativas como
referências para interpretar os escores. A definição do que é esperado e, inversamente, do que é
muito incomum ou diferente, é feita comparando-se os resultados obtidos pelas pessoas com os
resultados obtidos por grupos de referência. O Inventário de Depressão de Beck, por exemplo,
avalia depressão por meio de afirmações ligadas aos sintomas da depressão, tais como “Estou
sempre triste e não consigo sair disso” “Não encontro um prazer real em mais nada” etc. A
definição do que é normal é feita pelo escore médio obtido por pessoas funcionalmente normais que
nunca se queixaram de depressão. Os resultados do grupo de referência servem como base para que
as respostas de uma pessoa possam ser comparadas e contextualizadas. Os estudos normativos
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procuram estabelecer as expectativas para os escores do teste de tal forma a possibilitar a
comparação de casos individuais com essas tendências grupais.
De fato, muitas vezes, os indicadores do teste são comparados com grupos normativos e
grupos específicos que foram usados em pesquisas de validade de critério. No Inventário de
Depressão de Beck –BDI, por exemplo, é possível comparar o escore das pessoas com grupos sem
depressão (grupo normativo) e também com grupos que apresentam transtorno depressivo (grupo
critério). A partir dessa informação, o profissional pode inferir com qual grupo as respostas da
pessoa avaliada se assemelham.
Uma das críticas mais comuns aos Testes Psicológicos é a ausência de estudos normativos no
Brasil. Entretanto, a resolução isolada desse problema não garante a qualidade de um instrumento,
sendo necessários, também, os estudos mais fundamentais de validade e precisão.
Requisitos Mínimos
As características descritas acima são importantes porque, se um instrumento não possui
evidências de validade, não há segurança de que as interpretações sobre as características
psicológicas das pessoas sugeridas pelas respostas sejam legítimas. Não se sabe o que o instrumento
avalia realmente. Se um instrumento não possui evidências de precisão, não se tem idéia da
magnitude do erro cometido nas avaliações, isto é, não se pode estimar quanto os resultados
mudariam se fossem dadas novas oportunidades de avaliação, tais como outro profissional
avaliando o mesmo sujeito, empregando o mesmo método, ou outro instrumento e/ou oportunidade
com os mesmos objetivos. Ainda, a inexistência de padronização brasileira pode trazer dificuldades
nas interpretações dos resultados, já que as pessoas serão comparadas com expectativas
inapropriadas a nossa realidade.
Considerando esses parâmetros, a Resolução CFP nº 002/2003 propõe que, para serem
considerados favoráveis para uso profissional, os instrumentos devem possuir:
(a) um manual detalhando a fundamentação teórica;
(b) as evidências empíricas de validade e precisão com amostras brasileiras;
(c) o sistema de correção e interpretação dos escores;
(d) os procedimentos de aplicação e correção, bem como as condições nas quais o teste deve ser aplicado;
(e) a literatura científica relacionada ao instrumento.
Para evitar mal-entendidos, deve-se ressaltar que esses requisitos dizem respeito ao uso
profissional, e não à pesquisa. Dessa forma, o parecer desfavorável impede que o Teste Psicológico
possa ser usado para prestar serviços profissionais, mas não impede, em absoluto, o uso do teste
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como objeto de estudo numa pesquisa. Ao contrário, a intenção dessa medida é estimular a
pesquisa, especialmente com os testes considerados desfavoráveis, para que um dia sua utilidade
possa ser demonstrada e eles possam figurar entre os Testes Psicológicos em condições de uso
profissional.
Evidentemente, as definições acima, contidas na Resolução, não fornecem detalhes
suficientes para que os pareceristas ad hoc e a Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica
possam fazer um julgamento preciso de tais requisitos. Diante disso, a Comissão discutiu e indicou,
com a aprovação do CFP, quais seriam os critérios mínimos exigidos para se conceder um parecer
favorável. Cabe ressaltar que esses requisitos estabelecem o mínimo necessário, e não o desejável,
e, portanto, não podem ser necessariamente, considerados indicadores de excelência.
A Tabela1 apresenta o que se requereu em relação aos itens listados acima. Para isso, foram
considerados dois atributos dos testes analisados:
(a) se eles eram projetivos ou não projetivos;
(b) se, por um lado, eram de origem estrangeira, com uma sólida base de pesquisas no exterior, ou, por outro,
eram testes estrangeiros com pouco ou nenhum estudo de validade, precisão e padronização, quando fosse o
caso, ou teste nacional.
Conforme descrito na Tabela 1, para os testes projetivos com uma sólida base de pesquisas no
exterior e com a precisão de avaliadores demonstrada, foi requerido, como requisito mínimo,
somente um estudo de validade no Brasil. Por outro lado, para testes projetivos que não tivessem uma
base consolidada, foram considerados estudos brasileiros de precisão e de validade para as principais
interpretações.
Para os testes não projetivos que contavam com uma base confiável, foi requerido um estudo
de precisão e um estudo de validade realizados no Brasil. Foram considerados, também, estudos ou
referências a estudos das propriedades psicométricas dos itens. Se o teste não possuía uma base
sólida de estudos, foram requeridos estudos brasileiros de precisão, análise de itens e validade para as
principais interpretações.
Para análise desses requisitos, utilizou-se a adaptação de um questionário elaborado por
Prieto e Muniz (2000), criado para avaliar a qualidade dos Testes Psicológicos espanhóis. Esse
questionário detalha os requisitos psicométricos, por exemplo, e os diferentes tipos de estudo de
validade e precisão. Além disso, caracteriza uma série de informações gerais do instrumento, como
área de aplicação, constructo medido, tamanho das amostras, dentre outras. O leitor interessado
pode ver uma cópia desse questionário de avaliação no Anexo 1 da Resolução CFP n° 002/2003.
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Para cada Teste Psicológico, esse questionário de avaliação foi preenchido de tal forma que
se pôde produzir um banco de dados com informações detalhadas sobre os testes analisados. Adiante,
nesse relatório, apresentaremos uma análise dos itens mais importantes desse formulário, de tal forma
que será possível caracterizar os instrumentos favoráveis e desfavoráveis em função das
características analisadas, especialmente quais características os testes desfavoráveis não atenderam.
Tabela 1: Operacionalização dos requisitos mínimos
C1. Manual Manual contendo técnicas e práticas
Teste estrangeiro com
estudos suficientes de
precisão, validação,
e padronização no país
nos últimos 20 anos.
Teste estrangeiro com pouco ou
nenhum estudo de precisão validação
e padronização no país de origem,
ou teste criado no Brasil.
C3. Validade
(é preciso fazer uma avaliação
global, considerando as duas
situações indicadas ao lado,
para tomada de decisão neste
requisito)
Algum estudo de validade no
Brasil, replicando as
evidências observadas
no país de origem.
Estudos de validade das principais
interpretações pretendidas.
C4. Precisão / FidedignidadeNão projetivos
Algum estudo no Brasil, com
evidências positivas de precisão.
Projetivos
Algum estudo no Brasil, replicando
evidências positivas de precisão,
quando esta é estabelecida pelos
métodos de estabilidade e/ou
consistência interna ou evidências
positivas de precisão no país de
origem, quando esta é estabelecida
pelo método de concordância
de avaliadores.
Não-projetivos
Estudo no Brasil, com evidências
positivas de precisão.
Projetivos
Estudo no Brasil com evidências
positivas de precisão.
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C5. Análise de itens
(somente para testes não
projetivos)
Algum estudo no Brasil sobre as
propriedades psicométricas dos itens.
Algum estudo no Brasil sobre as
propriedades psicométricas dos itens.
C6. Sistema de correção e
interpretação dos resultados
Se o teste usa o sistema de referência
à norma, um estudo de padronização
no Brasil.
Caso empregue outro sistema,
considerar se os estudos de
validade apoiam as interpretações.
Se o teste usa o sistema de referência à
norma, um estudo de padronização no Brasil.
Caso empregue outro sistema, considerar se
os estudos de validade apoiam as
interpretações.
Instrumentos de avaliação: critérios de seleção, avaliação e interpretação dos resultados.
Na avaliação psicológica, os testes são instrumentos objetivos e padronizados de investigação
do comportamento, que informam sobre a organização normal dos comportamentos desencadeados
pelos estímulos (por figuras, sons, formas espaciais, etc.), ou de suas perturbações em condições
patológicas.
Tipos de instrumentos e o que medem:
Personalidade
Traços
Estrutura
Nível de funcionamento
Inteligência
Habilidades específicas
Inteligência
Habilidades específicas
Atenção
Raciocínio numérico, abstrato, etc.
Psicomotores
Desenvolvimento e capacidade
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Os métodos e as técnicas utilizadas por psicólogos devem sempre estar inseridos em um
processo mais amplo e integrado de investigação com acompanhamento de uma entrevista,
observação de conduta e nunca utilizando um único teste.
Os Instrumentos psicológicos mais utilizados são:
Área da personalidade
1- Projetivos / expressivos como:
HTP (House-Tree-Person)
Rorschach (tem características psicométricas)
Zulliger
T.A.T. (Teste de Apercepção Temática)
Pirâmides coloridas de Pfister
Palográfico
PMK (psicodiagnóstico miocinético)
2-Escalas e questionários como:
Escala Hare
Escalas Beck (depressão, ansiedade, desesperança, suicídio)
STAXI
IFP (Inventário Fatorial de Personalidade)
Escala de personalidade de Comrey
EFN (Escala Fatorial de ajustamento emocional /neuroticismo)
QSG (Questionário de Saúde Geral de Goldberg)
3-Área Cognitiva
Inteligência como:
WISC (crianças)
WAIS (adolescentes e adultos)
G 36
G 38
R1 (adultos)
R2 (crianças)
Raven
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4-Atenção como:
Teste AC
Teste D2
BGFM - (atenção concentrada - atenção difusa)
5-Capacidade de flexibilizar estratégias cognitivas como:
Wisconsin ou Teste de classificação de cartas (associado às funções
executivas).
A Psicologia entrou nas empresas pela porta da seleção e avaliação de pessoal. O
desenvolvimento de quaisquer atividades dentro ou fora das organizações depende e muito das
condições das empresas, e, principalmente, do profissional que as realiza.
Os testes têm um papel importante no processo de seleção, pois, as características pessoais
tornaram-se mais importantes que sua folha corrida de realizações. Houve uma época em que o
currículo a ser apresentado em uma entrevista de seleção profissional era uma das principais
preocupações do candidato. Hoje, este material é apenas utilizado como roteiro para que o
entrevistador explore as questões que lhe interessam e que se relacionam com as características
exigidas. O que o mercado está buscando é o profissional que desenvolva uma inesgotável
capacidade de adaptação a toda gama de situações que possa vivenciar; que consiga enxergar no novo
a sua motivação para vencer, que veja obstáculos como desafios a serem transpostos, e não como
empecilhos à sua trajetória.
Benucci (2003) afirma que a maioria dos currículos que chega às empresas não expressa
detalhadamente a vida profissional, acadêmica e social do candidato, tornando-se necessário fazer
uma correlação entre os dados apresentados no currículo com a comunicação verbal e não verbal do
entrevistado. Dessa forma, não é apenas a entrevista que conta para o preenchimento de uma vaga:
as dinâmicas de grupo, os testes psicológicos, entre outros, são instrumentos importantes para
procurar um índice de acerto na contratação do candidato em relação às expectativas e necessidades
do contratante.
Inúmeras são as ferramentas usadas num processo de seleção, dentre elas, Cansian (2002),
destaca a aplicação de testes que ajudam o selecionador a traçar um perfil mais preciso do
candidato. Entretanto, assim como entrevistas e dinâmicas de grupo, os testes são instrumentos
importantes e necessários nos processos seletivos. Devem fazer parte de um conjunto de
informações acerca dos candidatos. Não foram elaborados para rotular pessoas nem impedir
contratações. Foram, e são inventados para dar aos selecionadores informações que dificilmente
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poderiam obter de alguma outra forma. O conjunto de informações colhidas mostra se o profissional
atinge o perfil necessário à empresa, se possui potencial ou não para desempenhar as atividades
propostas. Outro aspecto apontado pelo autor é a substituição gradativa dos testes psicológicos por
instrumentos subjetivos de avaliação, como as dinâmicas de grupo ou as entrevistas, ferramentas
com as quais qualquer profissional pode, atualmente, trabalhar em seleção de recursos humanos.
Na interpretação dos resultados o psicólogo deve estar atento para o comportamento do
avaliado (estilo de resposta) que tem influência na validade dos resultados. Isto é, estar atento às
condutas evasivas, defensivas, de rejeição e de simulação.
O psicólogo deverá avaliar quantitativamente os comportamentos e respostas do sujeito,
integrando estes dados com a avaliação qualitativa.
O resultado de uma avaliação psicológica deve ser interpretado como uma estimativa de
desempenho do examinando sob um dado conjunto de circunstâncias.
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Avaliação como Objetivação das Abordagens Teóricas
A avaliação psicológica é, talvez, uma das áreas mais antigas da psicologia. Ao nascer, teve
uma de suas aplicações práticas – o desenvolvimento dos testes psicológicos e da Psicometria –
voltada para seleção de soldados nas grandes guerras (Anastasi & Urbina, 2000). Dessa forma, a
avaliação é muitas vezes identificada com um segmento particular da psicologia dedicado à criação
de instrumentos e técnicas. No entanto, a avaliação, em geral, e, em particular, o desenvolvimento
de instrumentos, representa uma área central da ciência psicológica porque permite a objetivação
e operacionalização de teorias psicológicas. Em outro momento ressaltou-se esse aspecto:
A avaliação psicológica é geralmente entendida como uma área aplicada, técnica, de produção de
instrumentos para o psicólogo, visão certamente simplista da área. A avaliação psicológica não é
simplesmente uma área técnica produtora de ferramentas profissionais, mas sim a área da psicologia
responsável pela operacionalização das teorias psicológicas em eventos observáveis. Com isso, ela
fomenta a observação sistemática de eventos psicológicos, abrindo os caminhos para a integração teoria
e prática. Ela permite que as teorias possam ser testadas, eventualmente aprimoradas, contribuindo para
a evolução do conhecimento na psicologia. Portanto, a avaliação na psicologia é uma área fundamental
de integração entre a ciência e a profissão. Disso decorre que o avanço da avaliação psicológica não é
um avanço simplesmente da instrumentação, mas, sobretudo das teorias explicativas do funcionamento
psicológico. (PRIMI, 2003, p. 68).
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Segundo Muniz (2004), o processo de validação de instrumentos psicológicos se constitui em
um caso particular de um processo mais geral, de validação de hipóteses científicas. Em ambos os
casos, tenta-se validar explicações por meio de um processo hipotético-dedutivo, no qual se
levantam hipóteses teóricas, planejam-se estudos empíricos, coletam-se e analisam-se dados,
buscando-se testar as hipóteses explicativas, falseando-as ou corroborando-as. Esse processo
interativo teoria-hipótese-falseamento encontra-se na base do desenvolvimento do conhecimento e
da maturidade da psicologia como ciência. A diferença entre validar uma teoria ou um teste situa-se
nos seguintes fatos: no primeiro caso, há um processo mais amplo, visto que se tenta validar a
existência de construtos e as relações causais entre eles; e no segundo caso, tenta-se validar as
interpretações sobre o construto psicológico que são feitas a partir do instrumento. As semelhanças
e diferenças podem ser visualizadas na Tabela 1.
O que se pode notar é que há uma relação estreita entre os instrumentos e a pesquisa
científica uma vez que os estudos empíricos fazem uso dos instrumentos para observar
determinados construtos no percurso de validar determinadas explicações sobre o comportamento
humano. Wright (1999), um dos pioneiros no desenvolvimento do modelo de Rasch nos Estados
Unidos, propôs um modelo de filosofia da ciência envolvendo cinco estágios: exposição,
observação, medida, análise e teoria. A produção do conhecimento científico se inicia com a
exposição ou consciência dos fenômenos. Em seguida, são organizados meios mais sistemáticos de
observação, como itens e testes. A essas observações são aplicados modelos matemáticos, como a
Teoria de Resposta ao Item, transformando as observações em medidas. Só então é que essas
medidas são transformadas em teorias entendidas como abstrações que servem para predizer
eventos da realidade de Assim, a avaliação psicológica, especialmente aquela parte que se dedica ao
desenvolvimento de instrumentos, é uma área nuclear da psicologia e de sua edificação enquanto
ciência. Em primeiro lugar porque envolve a objetivação dos conceitos teóricos em elementos
observáveis.
Em segundo lugar porque requer aplicação de método científico baseado no conhecimento
sobre quais delineamentos (levantamento, correlacional, quasi-experimental e experimental) são
mais adequados ao conhecimento que se deseja ter. Em terceiro lugar porque envolve também o uso
de modelagem matemática na representação dos processos psicológicos, abordagem que vem
gradativamente substituindo o modelo clássico de análise de dados baseado somente no teste de
significância da hipótese nula (Rodgers, 2010). E, por último, porque seus produtos (instrumentos
de medida) são peças necessárias ao desenvolvimento do conhecimento científico dentro da
psicologia. Por esses motivos, ao se tratar do tema avaliação, sua história e seu desenvolvimento,
16
não se está falando de um assunto restrito a uma determinada área, mas sim dos fundamentos mais
gerais da psicologia.
Tabela 1. Estágios da validação de teorias científicas comparada à validação de testes.
Validação de Teorias Validação de Testes
Teoria Explicações sobre fenômenos Psicológicos e
suas causas
Definição do construto e das interpretações dos
indicadores ou escores derivados do
instrumento
Hipóteses e
objetivos
Deduções de previsões sobre eventos
da realidade
Deduções de associações internas e externas
Delineamento Planejamento do levantamento de dados
procurando testar as explicações derivadas das
deduções
Planejamento dos estudos de validade testando
as previsões derivadas
Parte
empírica
Coleta e análise dos dados Coleta e análise dos dados
Conclusão Falseamento ou corroboração das hipóteses
explicativas e realimentação ou reformulação
das teorias
Falseamento ou corroboração das interpretações
pretendidas para os escores ou indicadores do
Teste
Avaliação Psicológica, Testes Psicológicos e as Abordagens de Pensamento Nomotético e
Idiográfico.
Ao se tratar do termo amplo, avaliação psicológica, deve-se, em primeiro lugar, distingui-lo
dos instrumentos de avaliação.
A avaliação psicológica é uma atividade mais complexa e constitui-se na busca sistemática de
conhecimento a respeito do funcionamento psicológico das pessoas, de tal forma a poder orientar
ações e decisões futuras. Esse conhecimento é sempre gerado em situações que envolvem questões
e problemas específicos.
Já os instrumentos de avaliação constituem-se em procedimentos sistemáticos de coleta de
informações úteis e confiáveis que possam servir de base ao processo mais amplo e complexo da
avaliação psicológica. Portanto, os instrumentos estão contidos no processo mais amplo da
avaliação psicológica (PRIMI, NASCIMENTO & SOUZA, 2004).
Em geral, os instrumentos são meios padronizados de se obter amostras/indicadores
comportamentais que irão revelar diferenças individuais nos construtos, traços latentes ou processos
mentais subjacentes. Presume-se, então, que traços latentes são as variáveis causais dos
comportamentos que se manifestam na situação de testagem. Dessa forma, o processo amplo de
17
medida consiste em uma via indireta que, por meio da observação dos indicadores, torna possível se
inferir algo sobre o construto que se deseja avaliar (GOTTFREDSON & SAKLOFSKE, 2009).
Assim, de acordo com Borsboom, Mellenbergh e Heerden (2004), os estudos de validade tentam
provar a relação causal entre as variações no construto subjacente e as variações nos
indicadores comportamentais avaliados pelo instrumento, justificando, dessa maneira, os
sentidos atribuídos aos escores em relação ao construto. Essa conceituação deixa mais claro que, no
âmago dos estudos de validade, há uma questão de relação de causalidade entre o construto e os
indicadores. Consequentemente, o processo de validação dos testes envolve todos os desafios
metodológicos ao se deparar com a necessidade de estabelecer relações funcionais entre duas
variáveis, nesse caso, entre uma variável latente, o construto, e outra observada, os indicadores.
Os fundamentos da avaliação psicológica
Ao se tratar dos fundamentos da avaliação psicológica, é preciso entender a diversidade de
estilos de pensamento que são subjacentes às práticas de diferentes grupos dentro da área. Essa
diversidade de métodos e estilos revelam aspectos fundamentais da avaliação que precisam ser
compreendidos e integrados em um modelo mais amplo com vários níveis que se tentará esboçar
mais adiante. Cronbach (1996) define essas diferenças ao descrever as características dos estilos
psicométrico (nomotético) e impressionista (idiográfico), apresentados na Tabela 2.
Esses modos de raciocínio podem ser compreendidos por diferentes tradições, uma mais
psicométrica, voltada à pesquisa e à descoberta de leis gerais, e outra mais aplicada, voltada à
prática clínica e ao entendimento da riqueza de um indivíduo.
A primeira delas, a tradição psicométrica, pode ser exemplificada ao olharmos, por exemplo,
para o início das teorias fatoriais de personalidade nos trabalhos de Cattell (1957/ 1973). O autor
afirma que:
A mensuração é o fundamento da ciência. Mas, em personalidade, deve-se começar com a
descoberta das formas naturais de padrões de comportamentos humanos. Devemos definir os
traços unitários naturais, por exemplo, ansiedade, conscienciosidade, força do ego, dominância,
que constituem a topografia (ou taxonomia) da personalidade. Somente depois estaremos
prontos para construir escalas e baterias para medir tais traços. Chamo o primeiro passo de
pesquisa da estrutura (ou taxonômica) e o segundo, desenvolvimento estrutural de escalas.
(CATTELL, 1973, p. 2)
Seguindo esse objetivo, Cattell passou a analisar estruturas manifestas em diferentes dados
observacionais oriundos de três fontes:
18
Respostas a questionários em que as pessoas são as próprias observadoras e relatoras de seu
comportamento (dados Q),
Dados de pessoas por meio de observações de terceiros que relatam o que vêm nelas em sua
vida diária (dados L);
Medidas relativamente diretas de comportamentos em situação de testagem em laboratório
(dados T).
Usando a análise fatorial com o objetivo de sistematizar as correlações entre indicadores, de forma a
inferir os traços unitários, Cattell (1957) encontrou mais de 23 traços básicos que supostamente
seriam as forças causais dos comportamentos observados. Há uma analogia de Cattell que é muito
interessante para esclarecer aspectos dessa metodologia:
O problema que por muitos anos desconcertou os psicólogos era encontrar um método
que deslindasse essas influências funcionalmente unitárias na floresta caótica do
comportamento humano. Mas como é que numa floresta tropical de fato decide o
caçador se as manchas escuras que vê são dois ou três troncos apodrecidos ou um só
jacaré? Ele fica à espera de movimento. Se eles se movem juntos - aparecem e
desaparecem juntos – ele conclui por uma única estrutura. Da mesma forma, como
John Stuart Mill observou em sua filosofia da ciência, o cientista deveria ter em mira a
“variação concomitante” na busca de conceitos unitários. (CATTELL, 1965, p. 55)
Tabela 2. Abordagens de raciocínio na avaliação psicológica segundo Cronbach (1996).
Estilo Psicométrico Estilo Impressionista
Foco nomotético: interpretações focadas na
aplicação de regras gerais aos casos individuais
derivados dos estudos de validade
Foco idiográfico: interpretações focadas na combinação
impressionista de dados individuais
Semelhança entre variáveis Semelhança entre pessoas
Analítico: olha uma variável de cada vez Holístico: tenta olhar várias variáveis ao mesmo tempo
Ênfase na padronização dos estímulos e
respostas fechadas, elaboradas previamente para
maximizar a objetividade
Ênfase na liberdade das respostas construídas pelo
sujeito para maximizar a abrangência e
riqueza individual de expressão
Inventários e testes de inteligência na área educacionalTestes projetivos na área clinica
Ênfase no instrumento Ênfase no profissional
Observa-se que os conceitos fundamentais da abordagem psicométrica (traços) são
ancorados nas dimensões interindividuais que explicam consistências comportamentais. Abstraem-
19
se as dimensões psicológicas a partir da análise da semelhança entre variáveis interindividuais. Por
exemplo, se, dentro de um grupo de pessoas, observa-se que elas diferem em suas capacidades
cognitivas, mas as mais habilidosas são igualmente boas em guardar nomes, rapidez de leitura,
comunicação verbal e escrita (variáveis observadas), pode-se, a partir disso, inferir uma dimensão
que poderia se chamar capacidade verbal (variável latente).
Portanto, a atenção volta-se às variáveis abstraídas dos indivíduos. Nesse modelo,
observam-se as diferenças individuais e, pela semelhança entre as variáveis (por meio das
correlações entre elas), abstrai-se um conceito. Essa abordagem constitui-se como mais analítica ao
buscar definir as dimensões da personalidade, descobrindo-as uma a uma, de forma a segmentar o
indivíduo em seus elementos estruturais por meio de observações das diferenças individuais dentro
de grupos, de forma a construir um sistema taxonômico que, subsequentemente, será utilizado para
descrever um indivíduo de maneira mais completa. Assim, retomando a analogia de Cattell (1965),
essa abordagem, ao olhar para a floresta, focaliza a atenção nos jacarés.
Em outro extremo, encontra-se a segunda tradição, o estilo impressionista, oriundo do
modelo clínico que tem como foco o indivíduo e estudos de casos. Nessa tradição, busca-se
compreender mais profundamente o indivíduo, considerando todas as variáveis disponíveis sobre a
pessoa, bem como sua interação na configuração de um padrão individual único. Muitas vezes,
entende-se que essa configuração é tão única que dificilmente se repetirá em outra pessoa,
derivando-se daí a noção do idiossincrático. Um ponto importante a ser destacado refere-se ao fato
de que os conceitos fundamentais dessa abordagem mais clínica (táxons) estão ancorados em
configurações intra individuais que são usadas para explicar e entender o sujeito. Retomando a
analogia, essa abordagem focaliza a atenção na floresta, incluindo tudo o que a compõe, não
somente o jacaré mas também todas as outras formas lá existentes que interagem com ele. Assim,
em contextos mais clínicos da saúde, assim como na abordagem psicométrica, foram derivados
sistemas taxonômicos a partir do estudo das semelhanças entre perfis, isto é, configurações de
características internas de cada indivíduo. Um exemplo é o sistema de classificação constante no
eixo II do DSM-IV, que define os transtornos de personalidade (MILLON, GROSSMAN,
MILLON, MEAGHER & RAMNATH, 2004). Nesse, ao se observar em um indivíduo a
combinação de pelo menos três das seguintes características: o fracasso em se conformar com as
normas sociais, propensão a enganar, impulsividade, agressividade, desrespeito com a segurança,
irresponsabilidade e ausência de remorso, de maneira estável e inflexível associada ao prejuízo no
funcionamento social ou ocupacional, pode-se inferir uma configuração do transtorno antissocial,
uma das categorias de classificação do Eixo II. Embora tais sistemas de classificação diagnóstica
tenham sido originados de uma tradição mais clínica, os adeptos dessa abordagem, com um
20
entendimento mais radicalmente idiossincrático, são bastante resistentes ao uso dessas
classificações devido ao seu caráter nomotético e simplificador.
Entretanto, um aspecto importante situa-se na diferença entre conceitos basilares dessas duas
abordagens, uma iniciando sua conceituação pelas variáveis interindividuais abstraídas dos
indivíduos, deixando-os em segundo plano, e a outra se iniciando pelas configurações
intraindividuais, de forma a colocar o indivíduo em primeiro plano e deixando as variáveis em
segundo plano. A Figura 1 exemplifica esses focos diferenciados. Nela, há 10 indivíduos exibindo
níveis diferentes de ansiedade e depressão. Há uma correlação significativa entre essas duas
variáveis de 0,45 (p<0,05), indicando uma tendência a se observar que pessoas ansiosas tendem a
ser deprimidas. Essa informação é abstraída da relação entre as variáveis e descreve o perfil de uma
parcela importante dos indivíduos (alta depressão e ansiedade), mas não o de alguns deles que são
só deprimidos ou só ansiosos.
Então, no nível individual, pode-se notar uma quantidade considerável de contradições diante
do sentido mais geral, indicado pela correlação entre as variáveis. Assim, é possível entender como,
às vezes, esses dois focos diferenciados chegam a dados aparentemente contraditórios. O estilo de
pensamento mais clínico e impressionista encontra-se na origem das técnicas projetivas, por
exemplo, ao enfatizar interpretações mais holísticas e flexíveis e ao considerar de maneira mais
livre o conjunto de variáveis expressas, de maneira a buscar a formulação de entendimentos mais
amplos sobre a pessoa. Os exemplos contraditórios das predições nomotéticas da abordagem
psicométrica, tal como o ilustrado na Figura 1, são enfatizados, sugerindo que os métodos mais
psicométricos empobrecem a avaliação e não dão conta de entender toda a complexidade individual.
Por outro lado, o estilo de pensamento mais psicométrico, que deu origem às escalas de autorrelato
e aos testes de inteligência, afirma-se por meio do embasamento empírico e pelos procedimentos
mais sistemáticos que culminam em um sistema taxonômico descritivo mais objetivo e sustentado,
criticando outras abordagens justamente pela ausência desses elementos.
É claro que as interpretações validadas nomoteticamente a partir da análise das diferenças
individuais não serão válidas para uma parcela importante de casos. Para essa parcela,
uma abordagem idiográfica tentará explicar as incongruências encontradas, considerando-se outras
informações disponíveis por meio da análise de configurações intraindividuais. Mas a abordagem
puramente clínica-individual só seria justificada se a realidade fosse radicalmente idiográfica, isto é,
se as combinações psicológicas características ocorressem somente uma vez e nunca mais se
repetissem. Entretanto, o que se nota é a existência de tendências gerais que superam o acaso, de
forma que adotar uma abordagem puramente idiográfica implicaria não se beneficiar dos inúmeros
21
estudos que a psicologia tem produzido cujos resultados têm indicado a existência de certas
“regularidades” no comportamento humano. As predições, derivadas de estudos nomotéticos de
validade, baseiam-se em fatos mais frequentes e, por isso, devem ser utilizadas como guias para as
hipóteses iniciais em um processo de avaliação. Mas, eventualmente, essas interpretações precisarão
ser adaptadas aos casos individuais para efetivamente se chegar a uma compreensão válida de um
indivíduo. Nesse sentido, Tavares (2003) define essas adaptações com o termo “validade clínica”,
argumentando que só assim poderemos chegar a compreensões efetivamente válidas sobre os
indivíduos.
Dessa forma, podemos ver que as duas abordagens não são contrárias, mas sim
complementares, e representam estágios do raciocínio sistemático da psicologia, na tentativa de
medir e avaliar, durante a busca pela compreensão do ser humano. Millon e cols. (2004) propõem o
conceito de níveis de interpretação, um modelo multinível integrativo de diferentes abordagens, que
pode ser aplicado aqui. Nesse modelo, os instrumentos de avaliação contêm itens ou indicadores
que são combinados para produzir escalas. Tem-se aí, atrelados ao instrumento, dois níveis: o
primeiro, dos indicadores, e o segundo, das escalas (medidas de traços) que agregam itens/
indicadores. Nesses níveis, os métodos psicométricos têm um papel importante para validar os
construtos (traços) e seus indicadores e também para produzir medidas nas quais é possível aplicar,
por exemplo, o modelo de Rasch, com a finalidade de se criar medidas de cada dimensão, que
consiste atualmente no estado da arte em construção de medidas quantitativas (Wilson, 2005;
Wright & Stone, 2004). Em seguida, em um nível hierarquicamente superior, estão os perfis
(configurações de notas nas escalas ou de presença ou ausência de indicadores qualitativos) que irão
caracterizar de maneira mais global cada indivíduo. Nesse nível, como ponto de partida, tornam-se
relevantes os sistemas taxonômicos clínicos baseados em estudos das semelhanças entre perfis de
indivíduos. Entretanto, convém salientar que:
a abordagem idiográfica nos lembra que os construtos diagnósticos são somente
pontos de referência que facilitam o entendimento. Se, por exemplo, o indivíduo é
caracterizado como narcisista, a próxima questão seria: quão diferente essa pessoa é
do tipo narcisista puro? Tais questões desviam a atenção de categorias diagnósticas
simples em direção ao entendimento do indivíduo. Como o objetivo é o entendimento
idiográfico da pessoa, a avaliação é, em realidade, um esforço para mostrar as
limitações das variáveis e categorias diagnósticas ao descrever aquela pessoa
avaliada ... o estudo da personalidade começa como ciência e termina com arte.
(MILLON & COLS., 2004, p. 120)
22
Um último nível, hierarquicamente superior, refere-se a todas as outras variáveis referentes ao
contexto, tais como outras características da pessoa e o contexto histórico imediato e de longo prazo
que podem interferir ou interagir no sentido das variáveis e do perfil a ser interpretado. Como pode
ser notado, essa concepção prevê diversos níveis, desde a testagem (itens e escalas) até a avaliação
(perfis e contexto), dentro dos quais os diferentes estilos de pensamento precisam ser integrados de
maneira a trazer as vantagens de sua abordagem, servindo ao entendimento mais amplo das pessoas.
Nesse momento, é oportuno mencionar a existência de algumas correntes de pensamento muito
influentes na psicologia, que possuem uma abordagem muito crítica em relação à avaliação
psicológica. As críticas se baseiam na análise dos condicionantes históricos das concepções em
psicologia, considerando-os como forma de legitimar algumas ideologias, resultando certos
conceitos psicológicos em mecanismos sociais de perpetuação da dominação e das injustiças
cometidas. Essa visão tem feito críticas à mensuração e a certos construtos na psicologia como, por
exemplo, a personalidade antissocial, déficit de atenção e hiperatividade, questionando sua
existência e mesmo a possibilidade de medi-los. Se, por um lado, há sim maus exemplos de uso
preconceituoso e irrefletido de instrumentos de avaliação, por outro, a generalização acrítica dessa
atitude pode criar um grande prejuízo para a psicologia, pois acaba por desmerecer conceitos e
instrumentos com sólido valor para a prática e teoria. Os instrumentos podem, até mesmo, ser
usados para a implementação de estudos e de intervenções sociais, como querem esses críticos. Os
problemas do mau uso reforçam a necessidade constante de uma reflexão crítica sobre o contexto e
a construção histórica de certos entendimentos em psicologia, mas a crítica deve ter um caráter mais
construtivo, melhorando a prática, e não destrutivo. Tal atitude negativa dissemina o preconceito em
relação aos instrumentos e aos psicólogos que os utilizam, como se todos fossem acríticos e
socialmente descompromissados.
Novamente, não há porque haver contradição entre o raciocínio crítico mais amplo e uma
prática mais técnica ligada à mensuração e avaliação, visto que são processos complementares.
Como se salientou acima, o raciocínio tem vários níveis, e as reflexões críticas sobre o processo
amplo (fundamento da avaliação, história das demandas) são elementos importantes em um nível
mais amplo da prática em avaliação. Um conceito importante a esse respeito tem a ver com a
validade consequencial (Messick, 1980), que será discutida mais adiante quando forem tratadas as
perspectivas de avanço para a área.
23
Eventos Históricos e o Desenvolvimento da Área no Brasil
Tendo discutido aspectos relacionados aos alicerces da avaliação psicológica e à diversidade
de pensamentos que se observa atualmente nas discussões relacionadas a esse tema, nesta seção do
artigo pretende-se fazer uma descrição de eventos históricos importantes da área que ocorreram nos
últimos 25 anos. Não se pretende fazer um levantamento histórico compreensivo, mas sim tentar
elencar os eventos que, na opinião do autor, foram relevantes para a área.
Ao longo desse período, especialmente a partir da década de 1990, pode-se observar a
movimentação da área por meio da organização de eventos dedicados à avaliação psicológica, com
mais de uma edição anual, promovidos em São Paulo pela USP (Encontro de Técnicas do Exame
Psicológico), em Porto Alegre pela UFRGS e PUC-RS (Encontro Nacional sobre Testes
Psicológicos), em Minas Gerais pela UFMG, PUC-MG, Centro Universitário Newton Paiva e
FUMEC (Encontro Mineiro de Avaliação Psicológica) e em Ribeirão Preto pela USP-RP (Encontro
da Sociedade Brasileira de Rorschach e outros métodos projetivos, que em 2004 passou a se chamar
Associação Brasileira de Rorschach e Métodos Projetivos - ASBRo). Tais eventos fomentaram a
reunião, intercâmbio e organização de pesquisadores e profissionais da área, o que culminou na
criação e consolidação das duas sociedades científicas mais representativas da área atualmente: a já
mencionada ASBRo3, fundada em 1993, e o Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica (IBAP)4,
fundado em 1997. Ambas integram o Fórum Nacional das Entidades Brasileiras de Psicologia.
Posteriormente à criação do IBAP, os Encontros Nacionais sobre Testes Psicológicos passaram a
ser realizados por esse instituto, sendo que a sua última edição, em 2009, foi resultado de uma
organização conjunta do IBAP e da ASBRo.
O processo de consolidação das entidades pode ser notado na criação da primeira revista
específica da área, intitulada “Avaliação Psicológica”, cujo início deu-se em 20025. Também, em
2000, foi criada uma lista de discussão de profissionais e estudantes interessados na área
(avalpsi@yahoogrupos.com. br), que gradativamente se tornou um importante espaço de discussão
e troca de informações. Um dos temas discutidos na lista, por exemplo, resultou na anulação de
duas questões mal elaboradas do Exame Nacional de Cursos de Psicologia de 2001 e 2002.
Atualmente, a lista contém 569 membros. Em nível de pós-graduação stricto sensu também é
possível observar a ampliação da área ocorrida no mesmo período.
Tradicionalmente, a avaliação psicológica se organiza em laboratórios e linhas de pesquisa.
Dos 65 programas existentes no Brasil, nove (UFMG, UFU, UFRGS, PUC/RS, UFSC, USP/RP,
USP/SP, PUCCAMP, UnB) contam com linhas de pesquisa na área. Em 2001, a Universidade São
Francisco deu início ao primeiro programa com área de concentração em Avaliação Psicológica, até
o momento o único no país. O que se pode notar é que, se por um lado houve um aumento
24
importante da área nos programas de pós- graduação, por outro, em número absoluto, essa
representação é ainda pequena. Também é possível notar o crescimento de grupos ligados à área nas
reuniões da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP) que, na
sua última reunião, realizada em junho de 2010, contou com quatro grupos de trabalho (GT-7:
Avaliação de crianças e adolescentes, GT-8: Avaliação de programas, GT-28: Métodos projetivos
nos contextos de avaliação psicológica e GT-33; Pesquisa em avaliação psicológica).
Todos esses eventos, em geral, indicam que a área da avaliação psicológica cresceu muito nos
últimos 20 anos. Uma constatação desse crescimento pode também ser notada na quantidade de
publicações. Uma busca simples, para este artigo, realizada no INDEX-Psi6, que é uma base de
dados de artigos de periódicos brasileiros em psicologia, utilizando como palavra chave os
descritores “avaliação” ou “testes”. Há um padrão relativamente constante entre 1985 até 1993,
período em que se encontra, em média, 32 publicações por ano. A partir de 1994, nota-se o inicio de
um padrão de crescimento, sendo que, nos últimos cinco anos, excluindo-se o ano de 2010 por
ainda estar em curso, observam-se, em média, 95 trabalhos por ano. Portanto, o que se pode
visualizar é que, na última década, a produção quase triplicou em relação à década de 1980.
Em termos de impacto na prática profissional, com certeza um marco histórico muito
importante desse período foi a criação do Sistema de Avaliação dos Testes Psicológicos
(SATEPSI)7, do Conselho Federal de Psicologia (CFP), ao final de 2001. Esse sistema é resultado
de uma série de ações anteriores do CFP, na tentativa de responder a uma grande demanda de
processos éticos envolvendo a avaliação psicológica. O SATEPSI consiste em uma norma de
certificação de instrumentos de avaliação psicológica que avalia e qualifica os instrumentos em apto
ou inapto para uso profissional, a partir da verificação objetiva de um conjunto de requisitos
técnicos mínimos (fundamentação teórica, precisão, validade e normatização), definidos pela área
(American Educational Research Association, American Psychological Association, Nacional
Council on Measurement in Education, 1999; CFP, 2004; Nunes & Primi, 2010; Primi, Muniz &
Nunes, 2009; Primi, Nascimento & Souza, 2004; Primi & Nunes, 2010). Esse sistema é gerido por
uma comissão consultiva em avaliação psicológica mantida pelo CFP e por um grupo de
pareceristas composto por pesquisadores e profissionais da área. A comissão consultiva também
auxilia a plenária do CFP a responder questionamentos da sociedade, por meio do oferecimento de
consultoria técnica sobre a área.
O SATEPSI tem como meta a elevação da qualidade dos instrumentos de avaliação
psicológica, uma vez que já havia sido notados que inúmeros testes, utilizados na prática
profissional, não eram baseados em nenhum estudo que comprovasse seus fundamentos científicos
(Noronha, Primi & Alchirei, 2004; Pereira, Primi & Cobêro, 2003). Isso configurava uma situação
25
de um mal velado à população, difícil de ser descoberto, frente ao qual ela não possuía mecanismos
para se defender (Primi & Nunes, 2010).
No cadastro do SATPSI, em 2004, havia 106 testes avaliados, sendo 51 desfavoráveis
(48,1%). Em 2010, há 214 testes, sendo 77 desfavoráveis (35,9%), 114 favoráveis (53,2%) e 23 em
processo de análise (10,7%). Portanto, o que se pode ver é que, nos últimos cinco anos, o número de
testes praticamente dobrou. Essa medida provocou uma série de efeitos indiretos na área, tais como
o aumento do investimento no desenvolvimento de instrumentos, o aquecimento do mercado de
testes, uma divulgação de princípios técnicos da qualidade dos testes entre os profissionais e
estudantes, de forma que o SATEPSI tornou-se uma referência para se lidar com outros setores da
sociedade, consumidores da avaliação psicológica, tais como a procuradoria da justiça, polícia,
dentre outros. Todas essa movimentação tem atraído a atenção internacional de organizações
congêneres como a American Psychological Association (APA) – Division 5 e a International Test
Commission (ITC), por exemplo (Hutz & Primi, 2006; Nunes, Hutz & Nunes, 2010).
É importante destacar que embora existam sistemas de revisão de testes como o Buros
Institute of Mental Measurements – BIMM8, que já funciona há mais de 70 anos nos Estados
Unidos, o Brasil é pioneiro na implementação de um sistema de certificação baseado em critérios
internacionais de qualidade de testes, de forma a abarcar todos os instrumentos usados
profissionalmente em um país. Medidas similares estão sendo feitas, por exemplo, pela European
Federation of Psychologists’ Associations - EFPA, que preparou uma ficha de avaliação dos testes
psicológicos em 20089, a qual vem sendo utilizada por uma editora espanhola na avaliação de seus
testes. É interessante notar que os sistemas estrangeiros, como o BIMM,
sistematizam informações sobre revisão de instrumentos e as disponibilizam à comunidade de
profissionais e pesquisadores para que esses possam tomar decisões mais eficazes ao escolherem
instrumentos. Embora o SATEPSI, atualmente, informe somente um parecer com a decisão final
(apto ou inapto para uso), ele está sendo organizado para fornecer informações mais detalhadas
sobe os testes em um banco de dados informatizado, disponibilizado aos profissionais pelo CFP nos
moldes dos sistemas internacionais (Primi & Nunes, 2010).
De maneira geral, pode-se argumentar que esses indicadores atestam uma avanço importante na
área nos últimos 10 anos. O aumento nas publicações e nos instrumentos aprovados no SATEPSI
indica um aumento de produtos qualificados, visto que ambos os sistemas envolvem avaliação por
pares. Pode-se inferir indiretamente que há um avanço no domínio de metodologias psicométricas,
uma vez que essa constitui-se como condição necessária para o desenvolvimento de instrumentos e
realização de estudos na área. No contexto acadêmico, nota-se um avanço na organização dos
profissionais e pesquisadores e de disponibilização de informações qualificadas em bases de dados
26
de revistas científicas, o que se tornam recursos valiosos para a prática profissional. Contudo, é
difícil saber o quanto esses avanços estão refletindo na prática profissional, ou seja, o quanto o
psicólogo está consumindo criticamente esse conhecimento e transformando sua prática. Mas um
avanço já é notável: o aumento da produção de recursos e informações qualificadas.
Direções Futuras
Diante do crescimento que se observa nos últimos anos, podemos nos questionar quais
caminhos seriam importantes trilharmos para desenvolver ainda mais a área no Brasil. Tal reflexão
foi feita em três áreas amplas:
(a) avanços metodológicos e tecnológicos,
(b) integração de abordagens e avanço dos seus métodos,
(c) validade consequencial e relevância social
(d) incentivo à formação e criação da especialidade em avaliação psicológica.
Em relação à dimensão metodológica, como foi observado, nos últimos anos pode ser notado um
avanço importante. Já existe um número considerável de artigos fazendo uso de métodos mais
avançados como, por exemplo, a Teoria de Resposta ao Item (TRI) e Análise Fatorial
Confirmatória. Em termos de avanços tecnológicos também se encontram exemplos de testagem
informatizada e confecção de relatórios via webs já disponíveis para testes comercializados.
Entretanto, esses avanços representam ainda o início de uma nova fase que se deve buscar atingir.
Com os recursos tecnológicos disponíveis, não se torna mais necessário realizar tarefas mecânicas
de maneira manual (cotação, correção, conversão de escores etc.). Uma série de procedimentos
envolvidos na avaliação pode ser auxiliada pelo computador, nas mais variadas maneiras, tais como
a aplicação em si, a correção e auxílio na confecção de relatórios. O avanço tecnológico abre uma
gama de possibilidades para a avaliação psicológica como a aplicação de testes via web, a utilização
de diferentes estímulos multimídia, uma riqueza maior na interação do sujeito com os instrumentos
e coleta de novas informações não disponíveis em testes tradicionais (ver, por exemplo, Miguel &
Primi, 2010; Muniz, Seabra, Primi & Miguel, 2010; Primi, 1998, 2002; Primi, Cruz, Muniz &
Petrini, 2006; Santos & Primi, 2005).
A junção da tecnologia com as metodologias da TRI permite a criação de testes adaptativos
computadorizados, os quais utilizam bancos de itens que permitem a otimização do teste por meio
da seleção de itens mais adequados àquela avaliação, de forma a adaptar o teste ao sujeito, em razão
27
da dificuldade das questões, por exemplo, permitindo dessa forma uma avaliação mais curta e mais
precisa (Nunes & Primi, 2009). Evidentemente que todo esse avanço depende do desenvolvimento
de softwares e ferramentas tecnológicas aliado à implementação de modelos psicométricos da TRI.
Considerando-se que a comunidade científica brasileira já demonstra possuir domínio dessas
ferramentas, espera-se, portanto, ver o desenvolvimento da área caminhar para o uso mais
disseminado da avaliação informatizada baseada no emprego da TRI. Outro avanço metodológico
importante embasa-se na utilização da TRI como meio para o aprimoramento da interpretação de
medidas (Primi, 2004). A interpretação dos escores de um teste é tradicionalmente conferida por
meio de referência à norma, que compara os escores obtidos por um indivíduo com os escores
obtidos por um grupo de referência (grupo normativo), indicando a posição relativa desse escore
frente ao grupo (Cronbach, 1996). Entretanto, esse tipo de informação descritiva não permite
afirmar de maneira mais substancial quais características descrevem as pessoas nos diferentes níveis
da escala ou entender o que determinado nível na escala significa em termos dos processos mentais
do construto que o instrumento tenta avaliar. Esse problema tem sido referido como métrica
arbitrária (Blanton & Jaccard, 2006). Recentemente, Embretson (2006) propôs integrar a psicologia
cognitiva com a TRI, em um procedimento chamado Interpretação Referenciada no Item. Como a
TRI modela a relação entre escala numérica (os diversos níveis no construto) e a resposta a cada
item em particular, ela possibilita definir, para cada nível da escala, quais seriam os padrões de
resposta esperados aos itens do teste. Assim, conhecendo melhor os itens, por exemplo, por meio de
análises mais aprofundadas do conteúdo e do processo de resposta, pode-se elaborar interpretações
fazendo-se referência a esses elementos, conferindo um sentido mais aprofundado à métrica da
escala. Esse procedimento tem sido aplicado, por exemplo, em testes psicológicos que avaliam o
raciocínio indutivo (Primi, 1998, 2000), na análise do Exame Nacional do Desempenho do
Estudante (ENADE) de Psicologia (Primi, Hutz & Silva, submetido) e na interpretação da Bateria
Fatorial da Personalidade (Primi, Carvalho, Miguel & Muniz, 2010). Esse tipo de aprimoramento é
uma contribuição importante da psicologia para a construção de medidas em ciências humanas,
trazendo seu conhecimento sobre validação de construtos e operacionalização de medidas (Wilson,
2005).
Pela perspectiva dos estilos de pensamento em avaliação, que culminam na ênfase
nomotética/psicométrica versus idiográfica/clínica, nota-se que os pontos levantados anteriormente
derivam de procedimentos mais psicométricos de refinamento de medidas das dimensões
psicológicas. Mas há igual necessidade de aplicação de métodos de análise centrados no nível dos
indivíduos ou de seus perfis. Para isso, é necessário focar-se um nível acima (dos indivíduos/ perfis)
do que aquele habitualmente estudado (dos itens/variáveis latentes). Ao se analisar a literatura sobre
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avaliação, nota-se uma ênfase mais psicométrica, objetivada na análise fatorial de variáveis, por
exemplo, buscando-se refinar as dimensões que, a despeito de sua grande importância, não são
suficientes para esclarecer como o conjunto de dimensões avaliadas em um teste, quando
combinado em um perfil, irá conseguir descrever os diferentes subtipos existentes. Depois de se
validar as dimensões, provando sua estrutura interna e consistência, seguem-se outras questões
(e.g., Quais perfis ou tipos de pessoas essas dimensões descrevem? Como devem ser
interpretados?), as quais são respondidas por meio de métodos que buscam analisar perfis e agrupar
pessoas (ver exemplos em Ackerman & Beier, 2003; Almeida & Primi 2004; Westen & Shedler,
1999a, 1999b). Contudo, mesmo diante da importância desse tipo de estudo, o que se pode notar é
uma escassez de pesquisas que façam uso desse enfoque. Portanto, nota-se a necessidade de
desenvolvimento de investigações que utilizem a análise de conglomerados ou a metodologia Q,
que consiste em uma análise fatorial que busca agrupar pessoas (linhas da matriz), ao invés da
habitual análise de variáveis (colunas da matriz). Tais métodos buscam descobrir agrupamento de
pessoas com perfis semelhantes, de forma a se poder analisar como esses grupos são descritos a
partir de sua configuração nos construtos avaliados (Block, 2008; ver também http://qmethod.org/
para mais detalhes da metodologia Q).
Ainda com relação aos avanços metodológicos, uma área que seguramente pode se desenvolver
bastante com o emprego de métodos mais avançados é a dos métodos projetivos. Há uma tradição
antiga de trabalhos nessa área no Brasil, sendo que, durante muito tempo, predominou, em relação a
esse método, a disseminação de uma ideia errônea de que não seria possível aplicar métodos
psicométricos clássicos na validação dessas técnicas. Por ocasião da criação e implementação do
SATEPSI, essa discussão foi aprofundada e felizmente se construiu um consenso de que os
princípios de validação psicométricos são adequados para todos os tipos de técnicas, incluindo as
projetivas. Mas o ponto central situa-se na constatação de que essas técnicas têm peculiaridades que
requerem métodos psicométricos mais avançados, diferentes dos habitualmente empregados.
Como exemplo, podemos citar as discussões que são feitas na análise de validade convergente entre
Rorschach e MMPI (Meyer, 1999) ou na análise fatorial das variáveis no Zulliger (Villemor-Amaral
& Primi, 2009). A metodologia de análise de perfis anteriormente discutida pode também ser útil
para o desenvolvimento de pesquisas com as técnicas projetivas. Como esses métodos são centrados
na análise multivariada de semelhanças sistemáticas entre pessoas, eles são mais próximos do
raciocínio clínico também subjacente a essas técnicas. Contudo, o ponto principal a ser destacado é
29
o fato que essa área necessita de um avanço no conhecimento sobre metodologia e métodos
quantitativos para se desenvolver.
É muito importante para a área que isso ocorra, visto que a literatura tem mostrado a riqueza das
informações que podem ser obtidas quando se utilizam métodos de avaliação diversificados. Meyer
e cols. (2001), por exemplo, reuniram estudos de meta-análise sobre a validade de testes
psicológicos comparados aos testes médicos e concluíram que ambos apresentam validade
comparável, e que o emprego de métodos diversificados pode trazer informações únicas.
Sugerem, ainda, que as avaliações que usam múltiplos métodos são mais eficazes e que clínicos que
fazem avaliações exclusivamente com entrevistas e observação são propensos a entendimentos
incompletos. Em outro estudo muito interessante, Shedler, Mayman e Manis (1993) demonstraram
que um grupo de pessoas que se relatavam saudáveis em escalas de autorrelato, na verdade, não
podiam ser assim classificadas quando foram avaliadas em medidas psicofisiológicas de estresse.
Entretanto, clínicos usando uma técnica projetiva conseguiram identificar essas pessoas pelo uso de
mecanismos de negação de estresse. Esse estudo é um exemplo importante da utilidade dessas
técnicas na avaliação.
Em um nível mais amplo, saindo das questões relativas aos itens-escalas e perfis de pessoas, e
direcionando-se ao contexto em que os instrumentos são usados, veremos que várias consequências
sociais se desdobram em função do uso que é feito desses instrumentos, suscitando questões
importantes da avaliação que requerem investigações específicas.
Essas questões apresentam uma grande relevância social e se relacionam diretamente com as
críticas mais amplas à avaliação, embora não tenham sido sistematicamente estudadas. Essas
questões foram colocadas por Messick (1980) ao conceituar a validade como um julgamento
avaliativo amplo da adequação e apropriabilidade das inferências derivadas dos escores dos testes
em quatro facetas progressivas:
(a) base evidencial da interpretação, que indica um sumário indutivo de evidências empíricas que
apoiam o sentido do construto que está sendo atribuído aos escores do teste;
(b) base evidencial do uso, que indica o racional e evidências da relevância do construto e utilidade
dos escores para aplicações específicas;
(c) base consequencial da interpretação, que indica uma apreciação das implicações de valor das
interpretações dos escores do teste e sua coerência com o sentido do construto que está sendo
atribuído;
(d) base consequencial do uso, indicando a apreciação das consequências sociais potenciais do uso
pretendidos para o teste, comparada às consequências observadas de fato quando usado.
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As informações sobre base evidencial são aquelas decorrentes dos estudos clássicos de validade. Já
os estudos de base consequencial investigam questões mais amplas como, por exemplo, se a
avaliação cognitiva no diagnóstico de crianças com dificuldades de aprendizagem de fato contribui
para intervenções mais eficazes e promoção do desenvolvimento dessas crianças; se a avaliação
psicológica em processos seletivos contribui para produzir uma organização mais eficaz e
competente; se determinadas interpretações dos testes têm uma conotação negativa inadequada,
gerando prejuízo não intencional às pessoas avaliadas. Em suma, tais estudos versam sobre as
consequências do uso da avaliação psicológica e coesão desse uso com os propósitos mais gerais de
desenvolvimento das pessoas. Em essência, essas questões equacionam o compromisso social da
psicologia no âmbito da avaliação, indagando se suas técnicas estão sendo úteis e eticamente
apropriadas aos setores sociais que consomem seus serviços. Como foi salientado, embora existam
muitas críticas dentro da psicologia direcionados à avaliação psicológica em relação a esses
aspectos, poucas ou nenhuma dessas críticas têm se transformado em pesquisas que buscam
verificar elementos da validade consequencial. Então, a transformação dessas críticas em estudos
bem delineados de validade consequencial se torna um passo importante na direção do
aprimoramento da área.
Por último, há a questão da formação profissional, que é um problema geral, não só restrito à
psicologia ou à avaliação. No entanto, como o avanço da área depende de competências mais
complexas, tais como raciocínio matemático, conhecimentos de estatística e de métodos de
pesquisa, a área acaba sendo bastante afetada pela má formação. Em um estudo dos dados do
ENADE, Primi e cols. (submetido) mostram que poucos estudantes que se formam apresentam
competências mais complexas ligadas à compreensão de dados estatísticos e do raciocínio crítico
ligado à investigação científica. Portanto, o avanço da área requer uma melhora substancial nessa
formação específica e em medidas que de fato promovam a integração entre pesquisa e prática
profissional. O uso dos recursos tecnológicos, por um lado, pode ser um aliado importante para
a formação na área. Por outro, é necessária uma maior qualificação da crítica em relação à
avaliação psicológica de forma a dissolver falsos dilemas e evitar a perpetuação de preconceitos
simplistas de que a avaliação é uma atividade técnica alienada e descompromissada socialmente,
fato que acaba desmotivando jovens estudantes a seguir se aprofundando na área.
Outro ponto importante relacionado à formação é a criação da especialidade em avaliação
psicológica. Tal pedido já foi solicitado ao CFP, mas até o momento não foi aceito, com o
argumento que a avaliação psicológica não corresponde a uma atividade profissional específica,
31
mas sim geral, que perpassa todas as atividades do psicólogo nas mais diversas áreas. Ainda que
esse ponto seja verdadeiro, a criação da especialidade não tem o intuito de proibir essa prática aos
não especialistas, já que nenhum psicólogo é impedido de exercer a profissão pelo simples fato de
não possuir um título de especialista; mas sim reconhecer que existe um campo próprio de
conhecimentos específicos, como se argumenta ao longo de todo esse texto, e reconhecer o mérito
dos profissionais que eventualmente venham aprofundar seus estudos nas diversas áreas desse
campo. Esse fato poderá estimular a criação de cursos específicos e outras medidas que podem
melhorar a formação na área.
Talvez a resistência em relação à especialidade em avaliação psicológica seja oriunda de um
setor da psicologia que faz uso de uma concepção diferente de avaliação, que não é tão
sistematizada e não usa instrumentos, confiando mais em procedimentos livres como entrevista e
observação. Assim, a aprovação da especialidade se torna implicitamente um reconhecimento do
valor do uso de instrumentos, que não é uma prática valorizada nesse grupo. Talvez por esse motivo
haja tanta resistência. No entanto, como já se afirmou a literatura tem apontado que as práticas mais
competentes e eticamente compromissadas são aquelas que se utilizam de todos os recursos
disponíveis (abordagem multimétodo com instrumentos diversos e outros procedimentos) e em
todos os níveis importantes (testes, pessoas e contexto). Portanto, se for esse o caso, torna-se
necessário um avanço em direção a esse entendimento para que a especialidade seja aceita. E
quando isso ocorrer será um sinal que a psicologia deu mais um passo importante em direção ao
desenvolvimento da área.
XXViii Jornada do Fórum de PsiCanálise do CírCulo PsiCanalítiCo de minas Gerais
Período: 24 a 25 Setembro 2010 / Local: Belo Horizonte, MG
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Instrumentos psicológicos utilizados em seleção profissional
Silvia Leite de Godoy; Ana Paula Porto Noronha
RESUMO
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Considerando a importância que os instrumentos de avaliação psicológica possuem nos
contextos profissionais do psicólogo, entre os quais as organizações, o presente estudo teve como
objetivos:
a) identificar os instrumentos mais utilizados em seleção profissional; e
b) identificar as técnicas mais empregadas nos processos seletivos.
O material utilizado se constituiu de um questionário enviado aos profissionais por e-mail e
distribuído aos estudantes na universidade. Os resultados mostraram que os instrumentos
psicológicos mais utilizados nas seleções foram Wartegg, Atenção Concentrada, Teste de
Inteligência Não Verbal G36, Bateria CEPA e Palográfico e as técnicas mais empregadas foram
entrevistas individuais, dinâmicas de grupo e testes psicológicos. Sugere-se novos estudos na área
como fomento para ações seguras relacionadas à avaliação psicológica.
Palavras-chave: Avaliação psicológica. Instrumentos psicológicos. Processo seletivo.
Avaliação psicológica: Conceito, uso e formação profissional.
Avaliação psicológica é um processo de coleta de dados, cuja realização inclui métodos e técnicas
de investigação, dentre eles os testes psicológicos, que, por sua vez, são instrumentos exclusivos do
psicólogo. Ao lado disso, esses instrumentos são úteis à medida que, quando utilizados
adequadamente, podem oferecer informações importantes sobre os testandos.
Embora a avaliação psicológica seja reconhecidamente uma atividade exclusiva da categoria
profissional, há que se considerar que ela é muito controvertida, sobretudo quando sua realização
inclui o uso de testes. Enquanto alguns profissionais consideram os instrumentos como
indispensáveis outros são absolutamente contrários, considerando-os como "instrumentos de poder"
cuja única função é rotular os indivíduos. A crítica pode ser atribuída principalmente ao uso
inadequado e incorreto dos testes por alguns profissionais, cuja conseqüência tende a ser prejudicial
às pessoas avaliadas, além dos questionamentos pertinentes à falta de cientificidade dos próprios
instrumentos (ALVES; ALCHIERI; MARQUES, 2002).
Aliado a isso, a formação em avaliação tem sido muito questionada e, nesse sentido, vale destacar
que ela apresenta uma série de desafios no que se refere às constantes transformações com as quais
a Psicologia se defronta neste novo século (BASTOS, 2002). A representação dos principais
fundamentos da medida psicológica, a elaboração e a construção de novos testes, a necessidade de
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representar um conjunto de postulados e novas teorias, faz do ensino de avaliação psicológica, um
interjogo constante entre conteúdos novos e antigos.
No estudo de Almeida, Prieto, Muñiz e Bartram (1998) foi constatado que existe uma clara relação
entre problemas nos instrumentos psicológicos e problemas na formação profissional do psicólogo
que constrói e que usa os referidos instrumentos. Ainda dando margem a esta questão, Noronha
(2002) comenta que a formação de um psicólogo em cinco anos de universidade não é suficiente
para aprimorá-lo em todas as áreas de conhecimento, embora devesse sê-lo. Autores concordam que
se faz necessário modificar a formação, já que a Psicologia é uma profissão em transformação e isto
implica novas atitudes em relação ao conhecimento, ao exercício da profissão e ao processo
formador (DURAN, 1994; HUTZ; BANDEIRA, 2003; NORONHA; ALCHIERI, 2003).
Atualmente, os testes psicológicos têm recebido muitas críticas que variam desde a fundamentação
teórica, passando pela ausência de estudos recentes e de adaptações para diferentes realidades, até o
alto custo de determinados materiais (NORONHA, 1999; PRIETO; MUÑIZ, 2000; OLIVEIRA;
NORONHA; DANTAS, 2005; NORONHA). Outros questionamentos dizem respeito a sua
utilidade prática, tendo em vista que alguns autores não concordam com as propriedades que os
próprios psicólogos atribuem ao instrumento padronizado.
Figueiredo e Pinheiro (1998) apontam que no Brasil a maior crítica feita aos testes psicológicos, à
época do estudo, refere-se à falta de adaptações, uma vez que a maioria dos instrumentos
disponíveis no mercado brasileiro é originária de outro país. Mesmo quando elaborados no Brasil,
os testes são raramente submetidos a uma adaptação rigorosa, e as normas não são habitualmente
atualizadas e revisadas após as publicações originais. Nos últimos anos, no entanto, não parece ser
este o problema central dos instrumentos de medida, já que a pesquisa de Noronha, Primi e Alchieri
(no prelo) revela que mais da metade dos instrumentos comercializados no país é de produção
nacional. Em contrapartida, o estudo revela que aproximadamente metade dos testes não possui
estudos de validade.
Embora as qualidades técnicas venham-se aperfeiçoando, apenas a formação do psicólogo aliada à
competência dele, possibilitará uma compreensão mais ampla e contextualizada do processo de
avaliação, permitindo uma interpretação mais adequada dos resultados. Trata-se, portanto, de
aprimorar a formação do psicólogo em avaliação psicológica, incluindo no currículo dos cursos de
Psicologia temas e conteúdos que reflitam ou fundamentem tal aprimoramento, permitindo, assim,
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que o psicólogo seja capaz de avaliar a qualidade dos instrumentos que utiliza e que saiba fazer uso
adequado deles (NORONHA et. al., 2003)
O estatuto da avaliação psicológica, de acordo com Azevedo e outros (1996), tem grangeado uma
melhor reputação no seio da investigação e da prática psicológica, nomeadamente por parte dos
profissionais que lidam com recursos humanos em geral ou ainda dos órgãos que necessitam de
avaliações periódicas e sistemáticas de seus projetos ou programas. Os autores mencionam que,
comparativamente à situação estritamente clínica e individual de uso tradicional dos testes,
atualmente se enfatiza mais uma avaliação dirigida aos contextos habituais de desempenho, como a
apreciação da eficácia dos programas de intervenção, metodologias de trabalho ou condições de
realização. Entretanto, são essas necessidades mais recentes que estão contribuindo para o
crescimento do campo de atuação da avaliação psicológica na área de recursos humanos, mais do
que o diagnóstico psicológico feito na avaliação psicológica tradicional.
Alchieri (1999) afirma que existem procedimentos na avaliação com regras e situações bem
definidas que, seguidos fielmente, permitem a qualquer psicólogo obter o mesmo resultado que
outro profissional. Outros procedimentos, por sua vez, exigem a intervenção interpretativa do
examinador, tais como, julgar a adequação ou a categoria de uma determinada resposta, segundo
modelos existentes e que podem exigir, também, a apreciação das condições do exame e julgamento
de fatores externos, facilitadores ou não das tarefas propostas. Ainda no mesmo estudo, o autor
alerta para a importância de os profissionais usuários de instrumentos psicológicos terem condições
de entender os usos e as limitações dos testes que utilizam, considerando que eles são construídos
para avaliar certos eventos, ou procedimentos, ou atributos, numa determinada população e sob
circunstâncias restritas; de tal sorte que um único teste pode apresentar vários índices de validade,
desde a inexistência dela até a sua mais alta expressão, sem que sua indicação possa estar
assegurada para toda e qualquer atividade (APA; AERA; NCME, 1999).
Com essas considerações a respeito dos testes psicológicos, espera-se que os atuais serviços de
avaliação psicológica tenham como meta redefinir os objetivos de trabalho, buscando a atualização
de métodos e procedimentos empregados, bem como a escolha mais criteriosa de instrumentos
psicológicos atualizados e em melhores condições técnicas, a fim de satisfazerem os requisitos da
avaliação. Este trabalho poderá ser realizado por meio de parcerias entre editoras, órgãos e
associações de classe, universidades e psicólogos. Mediante essa sistemática, é possível além de
35
compor resultados mais imediatos, iniciar os estudos com a definição de uma política de ações,
cooperando com diversos estados, e suas instituições científicas na área.
Alchieri (2003) sugere como propostas de ações para avaliação psicológica, a formação de
profissionais mais capacitados, a atualização dos instrumentos e técnicas, investigações sistemáticas
quanto à eficácia dos instrumentos disponíveis, planejamento e desenvolvimento de novos e mais
específicos instrumentos, e informatização quanto à avaliação e aplicação.
Diante da importância da avaliação psicológica na prática profissional do psicólogo em qualquer
contexto de trabalho, ressalta-se a necessidade de estudos e pesquisas na área, para que
pesquisadores e psicólogos encontrem o devido estado de excelência, e possam exercer a profissão
com dignidade, buscando o benefício da população.
Seleção profissional: Avanços e desafios
Cada vez mais, os desafios de uma sociedade globalizada invadem a população brasileira levando-a
a discutir, a refletir e a rever todos os conceitos em busca de novos paradigmas que possibilitem a
reconstrução do pensar e do agir. Não é possível, nas organizações atuais, e nas vidas particulares,
manter os mesmos padrões de relações e de resultados sem repensar os diversos contextos dos
ambientes organizacionais ou sociais.
Nenhuma área da Psicologia passou por transformações tão profundas, durante o último século,
como a que se dedica ao setor de recursos humanos, conforme afirma Castelar (2001). Afetado, de
um lado, pela automação e pela crise econômica que mudaram o perfil do emprego e, de outro,
pelos novos métodos administrativos, por exemplo, a terceirização, o setor de recursos humanos
vive uma mutação sem precedentes. Como resultado, o psicólogo que optou por essa especialidade
acabou perdendo espaço e vive hoje uma crise de identidade.
Historicamente, para Cansian (2002), a Psicologia entrou nas empresas pela porta da seleção e
avaliação de pessoal. O desenvolvimento de quaisquer atividades dentro ou fora das organizações
depende e muito das condições das empresas, e, principalmente, do profissional que as realiza. O
mercado, extremamente competitivo, exige cada vez mais competência técnica e interpessoal, de tal
modo que tanto as condições pessoais (crenças, valores, postura, capacidade para colocar idéias)
quanto as técnicas (formação acadêmica, cursos de especialização, domínio de tecnologias)
auxiliarão a determinar o espaço de trabalho do profissional e a credibilidade de suas propostas.
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De acordo com Schimdt e Hunter (1998) os psicólogos vêm-se dando conta de que os testes têm um
papel importante no processo de seleção, à medida que os aspectos atualmente mais valorizados
quebram paradigmas que sustentavam o processo seletivo ao longo de toda a história da
humanidade, cujas características pessoais tornaram-se mais importantes que sua folha corrida de
realizações. Houve uma época em que o currículo a ser apresentado em uma entrevista de seleção
profissional era uma das principais preocupações do candidato. Hoje, este material é apenas
utilizado como roteiro para que o entrevistador explore as questões que lhe interessam e que se
relacionam com as características exigidas. O que o mercado está buscando é o profissional que
desenvolva uma inesgotável capacidade de adaptação a toda gama de situações que possa vivenciar,
que consiga enxergar no novo a sua motivação para vencer, que veja obstáculos como desafios a
serem transpostos, e não como empecilhos à sua trajetória.
Benucci (2003) afirma que a maioria dos currículos que chegam às empresas não expressam
detalhadamente a vida profissional, acadêmica e social do candidato, tornando-se necessário fazer
uma correlação entre os dados apresentados no currículo com a comunicação verbal e não-verbal do
entrevistado. Dessa forma, não é apenas a entrevista que conta para o preenchimento de uma vaga:
as dinâmicas de grupo, os testes psicológicos, entre outros, são instrumentos importantes para
procurar um índice de acerto na contratação do candidato em relação às expectativas e necessidades
do contratante.
Pereira, Primi e Cobêro (2003) referindo-se especialmente aos testes psicológicos, afirmam ser
necessário atualizá-los, e que os profissionais devem ficar atentos às qualidades psicométricas dos
instrumentos utilizados, sobretudo no que se refere à validade preditiva. Afirmam ainda, que os
testes psicológicos são instrumentos de medida cientificamente desenvolvidos a partir de um longo
investimento que se caracteriza por sua rigidez metodológica e ampla fundamentação teórica.
Atualmente, a prática psicológica na seleção profissional está comprometida devido ao mau uso dos
instrumentos de avaliação. O que pode vir a colocar em risco a qualidade de um processo seletivo é
a incompetência do selecionador no uso da técnica, e não a técnica em si. É necessário admitir que
há variáveis próprias do sujeito que podem facilitar ou dificultar sua atuação no trabalho, de forma
que se busca numa seleção não apenas a super qualificação ou máxima experiência, mas a maior
compatibilidade possível entre as características do sujeito e as exigências do cargo que pretende
ocupar.
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Independentemente da ferramenta que se utilize na seleção profissional, o essencial é manter o ciclo
de satisfação de ambas as partes, procurando incluir um profissional qualificado de acordo com as
necessidades da empresa. O profissional feliz com a sua ocupação apresenta uma tendência maior
para atuar com assertividade e eficácia, e, consequentemente, agregará mais valor para a empresa
(CANSIAN, 2002).
Inúmeras são as ferramentas usadas num processo de seleção, dentre elas, Cansian (2002), destaca a
aplicação de testes que ajudam o selecionador a traçar um perfil mais preciso do candidato.
Entretanto, assim como entrevistas e dinâmicas de grupo, os testes são instrumentos importantes e
necessários nos processos seletivos. Devem fazer parte de um conjunto de informações acerca dos
candidatos. Não foram elaborados para rotular pessoas nem impedir contratações. Foram, e são,
inventados para dar aos selecionadores informações que dificilmente poderiam obter de alguma
outra forma. Além disso, não são definidos como "certos" e "errados". O conjunto de informações
colhidas mostra se o profissional atinge o perfil necessário à empresa, se possui potencial ou não
para desempenhar as atividades propostas. Um outro aspecto apontado pelo autor é a substituição
gradativa dos testes psicológicos por instrumentos subjetivos de avaliação, como as dinâmicas de
grupo ou as entrevistas, ferramentas com as quais qualquer profissional pode, atualmente, trabalhar
em seleção de recursos humanos.
Todo este cenário, segundo Pereira, Primi e Cobêro (2003), faz parte das atribuições do psicólogo,
que tem de se preparar para refletir a respeito dos profundas mudanças que estão ocorrendo,
atentando-se para os novos apelos que surgem. Esse é um dos aspectos que diferencia alguns
profissionais e os fazem conquistar e manter cada vez mais seu espaço no mercado de trabalho.
Quem não tiver consciência e não captar as dimensões da mudança, não estará apto para lidar com
as bases de uma nova ordem mundial. Erros e acertos são o que mais têm acontecido no mundo das
empresas que passaram e que passam por transformações.
Tendo em vista a necessidade de estudos atuais sobre essa área de conhecimento, bem como de
pessoas capazes e motivadas para assegurar a competitividade da empresa, o presente trabalho teve
como objetivos identificar os instrumentos mais utilizados/conhecidos em seleção profissional e
identificar as técnicas mais empregadas nos processos seletivos.
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Manual de Elaboração de Documentos Decorrentes de
Avaliações Psicológicas | Resolução CFP N.º 007/2003 |
Considerações Iniciais
A avaliação psicológica é entendida como o processo técnico-científico de coleta de dados,
estudos e interpretação de informações a respeito dos fenômenos psicológicos, que são
resultantes da relação do indivíduo com a sociedade, utilizando-se, para tanto, de estratégias
psicológicas - métodos, técnicas e instrumentos. Os resultados das avaliações devem considerar e
analisar os condicionantes históricos e sociais e seus efeitos no psiquismo, com a finalidade de
servirem como instrumentos para atuar não somente sobre o indivíduo, mas na modificação
desses condicionantes que operam desde a formulação da demanda até a conclusão do processo
de avaliação psicológica.
O presente Manual tem como objetivos orientar o profissional psicólogo na confecção de
documentos decorrentes das avaliações psicológicas e fornecer os subsídios éticos e técnicos
necessários para a elaboração qualificada da comunicação escrita.
As modalidades de documentos aqui apresentadas foram sugeridas durante o I FÓRUM NACIONAL
DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA, ocorrido em dezembro de 2000.
Este Manual compreende os seguintes itens:
I. Princípios norteadores da elaboração documental;
II. Modalidades de documentos;
III. Conceito / finalidade / estrutura;
IV. Validade dos documentos;
V. Guarda dos documentos.
I - Princípios Norteadores na Elaboração de Documentos
O psicólogo, na elaboração de seus documentos, deverá adotar como princípios norteadores as técnicas da
linguagem escrita e os princípios éticos, técnicos e científicos da profissão.
1- Princípios Técnicos da Linguagem Escrita
O documento deve, na linguagem escrita, apresentar uma redação bem estruturada e definida, expressando o
que se quer comunicar. Deve ter uma ordenação que possibilite a compreensão por quem o lê, o que é fornecido
pela estrutura, composição de parágrafos ou frases, além da correção gramatical.
O emprego de frases e termos deve ser compatível com as expressões próprias da linguagem profissional,
garantindo a precisão da comunicação, evitando a diversidade de significações da linguagem popular,
considerando a quem o documento será destinado.
A comunicação deve ainda apresentar como qualidades: a clareza, a concisão e a harmonia. A clareza se traduz,
na estrutura frasal, pela seqüência ou ordenamento adequado dos conteúdos, pela explicitação da natureza e
função de cada parte na construção do todo. A concisão se verifica no emprego da linguagem adequada, da
palavra exata e necessária. Essa "economia verbal" requer do psicólogo a atenção para o equilíbrio que evite
39
uma redação lacônica ou o exagero de uma redação prolixa. Finalmente, a harmonia se traduz na correlação
adequada das frases, no aspecto sonoro e na ausência de cacofonias.
2 - Princípios Éticos e Técnicos
2.1. Princípios Éticos
Na elaboração de DOCUMENTO, o psicólogo baseará suas informações na observância dos princípios e
dispositivos do Código de Ética Profissional do Psicólogo. Enfatizamos aqui os cuidados em relação aos deveres
do psicólogo nas suas relações com a pessoa atendida, ao sigilo profissional, às relações com a justiça e ao
alcance das informações - identificando riscos e compromissos em relação à utilização das informações presentes
nos documentos em sua dimensão de relações de poder.
Torna-se imperativo a recusa, sob toda e qualquer condição, do uso dos instrumentos, técnicas psicológicas e da
experiência profissional da Psicologia na sustentação de modelos institucionais e ideológicos de perpetuação da
segregação aos diferentes modos de subjetivação. Sempre que o trabalho exigir, sugere-se uma intervenção
sobre a própria demanda e a construção de um projeto de trabalho que aponte para a reformulação dos
condicionantes que provoquem o sofrimento psíquico, a violação dos direitos humanos e a manutenção das
estruturas de poder que sustentam condições de dominação e segregação.
Deve-se realizar uma prestação de serviço responsável pela execução de um trabalho de qualidade cujos
princípios éticos sustentam o compromisso social da Psicologia. Dessa forma, a demanda, tal como é formulada,
deve ser compreendida como efeito de uma situação de grande complexidade.
2.2. Princípios Técnicos
O processo de avaliação psicológica deve considerar que os objetos deste procedimento (as questões de ordem
psicológica) têm determinações históricas, sociais, econômicas e políticas, sendo as mesmas elementos
constitutivos no processo de subjetivação. O DOCUMENTO, portanto, deve considerar a natureza dinâmica, não
definitiva e não cristalizada do seu objeto de estudo.
Os psicólogos, ao produzirem documentos escritos, devem se basear exclusivamente nos instrumentais técnicos
(entrevistas, testes, observações, dinâmicas de grupo, escuta, intervenções verbais) que se configuram como
métodos e técnicas psicológicas para a coleta de dados, estudos e interpretações de informações a respeito da
pessoa ou grupo atendidos, bem como sobre outros materiais e grupo atendidos e sobre outros materiais e
documentos produzidos anteriormente e pertinentes à matéria em questão. Esses instrumentais técnicos devem
obedecer às condições mínimas requeridas de qualidade e de uso, devendo ser adequados ao que se propõem a
investigar.
A linguagem nos documentos deve ser precisa, clara, inteligível e concisa, ou seja, deve-se restringir
pontualmente às informações que se fizerem necessárias, recusando qualquer tipo de consideração que não
tenha relação com a finalidade do documento específico.
Deve-se rubricar as laudas, desde a primeira até a penúltima, considerando que a última estará assinada, em
toda e qualquer modalidade de documento.
II - Modalidades de Documentos
1. Declaração *
2. Atestado psicológico
3. Relatório / laudo psicológico
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4. Parecer psicológico *
* A Declaração e o Parecer psicológico não são documentos decorrentes da avaliação Psicológica, embora muitas
vezes apareçam desta forma. Por isso consideramos importante constarem deste manual afim de que sejam
diferenciados.
III - Conceito / Finalidade / Estrutura
1 - Declaração
1.1. Conceito e finalidade da declaração
É um documento que visa a informar a ocorrência de fatos ou situações objetivas relacionados ao atendimento
psicológico, com a finalidade de declarar:
a. Comparecimentos do atendido e/ou do seu acompanhante, quando necessário;
b. Acompanhamento psicológico do atendido;
c. Informações sobre as condições do atendimento (tempo de acompanhamento, dias ou horários).
Neste documento não deve ser feito o registro de sintomas, situações ou estados psicológicos.
1.2. Estrutura da declaração
a) Ser emitida em papel timbrado ou apresentar na subscrição do documento o carimbo, em que conste nome e
sobrenome do psicólogo, acrescido de sua inscrição profissional ("Nome do psicólogo / N.º da inscrição").
b) A declaração deve expor:
- Registro do nome e sobrenome do solicitante;
- Finalidade do documento (por exemplo, para fins de comprovação);
- Registro de informações solicitadas em relação ao atendimento (por exemplo: se faz acompanhamento
psicológico, em quais dias, qual horário);
- Registro do local e data da expedição da declaração;
- Registro do nome completo do psicólogo, sua inscrição no CRP e/ou carimbo com as mesmas informações.
Assinatura do psicólogo acima de sua identificação ou do carimbo.
2 - Atestado Psicológico
2.1. Conceito e finalidade do atestado
É um documento expedido pelo psicólogo que certifica uma determinada situação ou estado psicológico, tendo
como finalidade afirmar sobre as condições psicológicas de quem, por requerimento, o solicita, com fins de:
a. Justificar faltas e/ou impedimentos do solicitante;
b. Justificar estar apto ou não para atividades específicas, após realização de um processo de avaliação psicológica,
dentro do rigor técnico e ético que subscreve esta Resolução;
c. Solicitar afastamento e/ou dispensa do solicitante, subsidiado na afirmação atestada do fato, em acordo com o
disposto na Resolução CFP Nº 015/96.
2.2. Estrutura do atestado
A formulação do atestado deve restringir-se à informação solicitada pelo requerente, contendo expressamente o
fato constatado. Embora seja um documento simples, deve cumprir algumas formalidades:
a) Ser emitido em papel timbrado ou apresentar na subscrição do documento o carimbo, em que conste o nome e
sobrenome do psicólogo, acrescido de sua inscrição profissional ("Nome do psicólogo / N.º da inscrição").
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b) O atestado deve expor:
- Registro do nome e sobrenome do cliente;
- Finalidade do documento;
- Registro da informação do sintoma, situação ou condições psicológicas que justifiquem o atendimento,
afastamento ou falta - podendo ser registrado sob o indicativo do código da Classificação Internacional de
Doenças em vigor;
- Registro do local e data da expedição do atestado;
- Registro do nome completo do psicólogo, sua inscrição no CRP e/ou carimbo com as mesmas informações;
- Assinatura do psicólogo acima de sua identificação ou do carimbo.
Os registros deverão estar transcritos de forma corrida, ou seja, separados apenas pela pontuação, sem
parágrafos, evitando, com isso, riscos de adulterações. No caso em que seja necessária a utilização de
parágrafos, o psicólogo deverá preencher esses espaços com traços.
O atestado emitido com a finalidade expressa no item 2.1, alínea b, deverá guardar relatório correspondente ao
processo de avaliação psicológica realizado, nos arquivos profissionais do psicólogo, pelo prazo estipulado nesta
resolução, item V.
3 - Relatório Psicológico
3.1. Conceito e finalidade do relatório ou laudo psicológico
O relatório ou laudo psicológico é uma apresentação descritiva acerca de situações e/ou condições psicológicas e
suas determinações históricas, sociais, políticas e culturais, pesquisadas no processo de avaliação psicológica.
Como todo DOCUMENTO, deve ser subsidiado em dados colhidos e analisados, à luz de um instrumental técnico
(entrevistas, dinâmicas, testes psicológicos, observação, exame psíquico, intervenção verbal), consubstanciado
em referencial técnico-filosófico e científico adotado pelo psicólogo.
A finalidade do relatório psicológico será a de apresentar os procedimentos e conclusões gerados pelo processo
da avaliação psicológica, relatando sobre o encaminhamento, as intervenções, o diagnóstico, o prognóstico e
evolução do caso, orientação e sugestão de projeto terapêutico, bem como, caso necessário, solicitação de
acompanhamento psicológico, limitando-se a fornecer somente as informações necessárias relacionadas à
demanda, solicitação ou petição.
3.2. Estrutura
O relatório psicológico é uma peça de natureza e valor científicos, devendo conter narrativa detalhada e didática,
com clareza, precisão e harmonia, tornando-se acessível e compreensível ao destinatário. Os termos técnicos
devem, portanto, estar acompanhados das explicações e/ou conceituação retiradas dos fundamentos teórico-
filosóficos que os sustentam.
O relatório psicológico deve conter, no mínimo, 5 (cinco) itens: identificação, descrição da demanda,
procedimento, análise e conclusão.
1. Identificação
2. Descrição da demanda(essa expressão estava em laudo)
3. Procedimento
4. Análise
5. Conclusão
3.2.1. Identificação
É a parte superior do primeiro tópico do documento com a finalidade de identificar:
42
O autor/relator - quem elabora;
O interessado - quem solicita;
O assunto/finalidade - qual a razão/finalidade.
No identificador AUTOR/RELATOR, deverá ser colocado o(s) nome(s) do(s) psicólogo(s) que realizará(ão) a
avaliação, com a(s) respectiva(s) inscrição(ões) no Conselho Regional.
No identificador INTERESSADO, o psicólogo indicará o nome do autor do pedido (se a solicitação foi da Justiça, se
foi de empresas, entidades ou do cliente).
No identificador ASSUNTO, o psicólogo indicará a razão, o motivo do pedido (se para acompanhamento
psicológico, prorrogação de prazo para acompanhamento ou outras razões pertinentes a uma avaliação
psicológica).
3.2.2. Descrição da demanda
Esta parte é destinada à narração das informações referentes à problemática apresentada e dos motivos, razões
e expectativas que produziram o pedido do documento. Nesta parte, deve-se apresentar a análise que se faz da
demanda de forma a justificar o procedimento adotado.
3.2.3. Procedimento
A descrição do procedimento apresentará os recursos e instrumentos técnicos utilizados para coletar as
informações (número de encontros, pessoas ouvidas etc) à luz do referencial teórico-filosófico que os embasa. O
procedimento adotado deve ser pertinente para avaliar a complexidade do que está sendo demandado.
3.2.4. Análise
É a parte do documento na qual o psicólogo faz uma exposição descritiva de forma metódica, objetiva e fiel dos
dados colhidos e das situações vividas relacionados à demanda em sua complexidade. Como apresentado nos
princípios técnicos, "O processo de avaliação psicológica deve considerar que os objetos deste procedimento (as
questões de ordem psicológica) têm determinações históricas, sociais, econômicas e políticas, sendo as mesmas
elementos constitutivos no processo de subjetivação. O DOCUMENTO, portanto, deve considerar a natureza
dinâmica, não definitiva e não cristalizada do seu objeto de estudo".
Nessa exposição, deve-se respeitar a fundamentação teórica que sustenta o instrumental técnico utilizado, bem
como princípios éticos e as questões relativas ao sigilo das informações. Somente deve ser relatado o que for
necessário para o esclarecimento do encaminhamento, como disposto no Código de Ética Profissional do
Psicólogo.
O psicólogo, ainda nesta parte, não deve fazer afirmações sem sustentação em fatos e/ou teorias, devendo ter
linguagem precisa, especialmente quando se referir a dados de natureza subjetiva, expressando-se de maneira
clara e exata.
3.2.4. Conclusão
Na conclusão do documento, o psicólogo vai expor o resultado e/ou considerações a respeito de sua investigação
a partir das referências que subsidiaram o trabalho. As considerações geradas pelo processo de avaliação
psicológica devem transmitir ao solicitante a análise da demanda em sua complexidade e do processo de
avaliação psicológica como um todo.
Vale ressaltar a importância de sugestões e projetos de trabalho que contemplem a complexidade das variáveis
envolvidas durante todo o processo.
43
Após a narração conclusiva, o documento é encerrado, com indicação do local, data de emissão, assinatura do
psicólogo e o seu número de inscrição no CRP.
4 - Parecer
4.1. Conceito e finalidade do parecer
Parecer é um documento fundamentado e resumido sobre uma questão focal do campo psicológico cujo resultado
pode ser indicativo ou conclusivo.
O parecer tem como finalidade apresentar resposta esclarecedora, no campo do conhecimento psicológico,
através de uma avaliação especializada, de uma "questão-problema", visando a dirimir dúvidas que estão
interferindo na decisão, sendo, portanto, uma resposta a uma consulta, que exige de quem responde
competência no assunto.
4.2. Estrutura
O psicólogo parecerista deve fazer a análise do problema apresentado, destacando os aspectos relevantes e
opinar a respeito, considerando os quesitos apontados e com fundamento em referencial teórico-científico.
Havendo quesitos, o psicólogo deve respondê-los de forma sintética e convincente, não deixando nenhum quesito
sem resposta. Quando não houver dados para a resposta ou quando o psicólogo não puder ser categórico, deve-
se utilizar a expressão "sem elementos de convicção". Se o quesito estiver mal formulado, pode-se afirmar
"prejudicado", "sem elementos" ou "aguarda evolução".
O parecer é composto de 4 (quatro) itens:
1. Identificação
2. Exposição de motivos
3. Análise
4. Conclusão
4.2.1. Identificação
Consiste em identificar o nome do parecerista e sua titulação, o nome do autor da solicitação e sua titulação.
4.2.2. Exposição de Motivos
Destina-se à transcrição do objetivo da consulta e dos quesitos ou à apresentação das dúvidas levantadas pelo
solicitante. Deve-se apresentar a questão em tese, não sendo necessária, portanto, a descrição detalhada dos
procedimentos, como os dados colhidos ou o nome dos envolvidos.
4.2.3. Análise
A discussão do PARECER PSICOLÓGICO se constitui na análise minuciosa da questão explanada e argumentada
com base nos fundamentos necessários existentes, seja na ética, na técnica ou no corpo conceitual da ciência
psicológica. Nesta parte, deve respeitar as normas de referências de trabalhos científicos para suas citações e
informações.
4.2.4. Conclusão
Na parte final, o psicólogo apresentará seu posicionamento, respondendo à questão levantada. Em seguida,
informa o local e data em que foi elaborado e assina o documento.
V - Validade dos Conteúdos dos Documentos
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O prazo de validade do conteúdo dos documentos escritos, decorrentes das avaliações psicológicas, deverá
considerar a legislação vigente nos casos já definidos. Não havendo definição legal, o psicólogo, onde for
possível, indicará o prazo de validade do conteúdo emitido no documento em função das características
avaliadas, das informações obtidas e dos objetivos da avaliação.
Ao definir o prazo, o psicólogo deve dispor dos fundamentos para a indicação, devendo apresentá-los sempre que
solicitado.
VI - Guarda dos Documentos e Condições de Guarda
Os documentos escritos decorrentes de avaliação psicológica, bem como todo o material que os fundamentou,
deverão ser guardados pelo prazo mínimo de 5 anos, observando-se a responsabilidade por eles tanto do
psicólogo quanto da instituição em que ocorreu a avaliação psicológica.
Esse prazo poderá ser ampliado nos casos previstos em lei, por determinação judicial, ou ainda em casos
específicos em que seja necessária a manutenção da guarda por maior tempo.
Em caso de extinção de serviço psicológico, o destino dos documentos deverá seguir as orientações definidas no
Código de Ética do Psicólogo.
http://revisandopsicologia.blogspot.com.br/2012/02/bibliografia-concurso-psicologia.html
Concurso do BNDES/2009 - Cesgranrio I ‐ PSICOLOGIA E PRÁTICAS DO TRABALHO: Psicologia e modos de produção. Função da psicologia aplicada ao campo do trabalho e suas implicações. O trabalho como instituição. Transformações no mundo do trabalho e mudanças nas organizações. II ‐ PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL: História e desdobramentos. Os principais sistemas, processos e técnicas da psicologia organizacional. Procedimentos de recrutamento, seleção, treinamento/ desenvolvimento, avaliação e planejamento de carreira. Análise e desenvolvimento organizacional. Cultura e clima organizacional. Diagnóstico de conflitos organizacionais. Desenvolvimento de estratégias para a prevenção e solução de problemas humanos nas organizações. III ‐ COMPORTAMENTO HUMANO NAS ORGANIZAÇÕES: Processos cognitivos, motivacionais, emocionais e processos de aprendizagem e de linguagem. Visão interdisciplinar para compreensão do sujeito em suas relações no ambiente de trabalho. Personalidade e comportamento. Subjetividade humana. Identidade e relação com o universo laboral. Motivação no trabalho – teorias e técnicas. IV ‐ ASPECTOS PSICOSSOMÁTICOS DO COMPORTAMENTO: Saúde e doença no contexto do trabalho. O saber do psicólogo na prevenção, reabilitação e promoção da saúde dos trabalhadores. Processos psicopatológicos gerados na interação entre o homem e o trabalho. Depressão, estresse e outras psicopatologias ocupacionais. Assédio moral e sexual. Qualidade de vida no trabalho – fundamentos, planejamento e desenvolvimento de programas. Aspectos psicossociais em ergonomia. Segurança do Trabalho – aspectos psicológicos. V ‐ PROCESSOS DE APRENDIZAGEM NAS ORGANIZAÇÕES: Teorias de aprendizagem aplicadas à Gestão e ao Desenvolvimento Humano. Metodologias em desenvolvimento humano. Capacitação e treinamento em ambientes organizacionais. Gestão por competências. VI ‐ GRUPOS DE TRABALHO E LIDERANÇA NAS ORGANIZAÇÕES: O indivíduo na organização e padrões de interação social. Análise das relações interpessoais e interfuncionais nos
45
ambientes de trabalho. Poder nas organizações. Liderança – Personalidade e estilos; Formação de líderes nas organizações; Liderança e suas implicações no clima organizacional e no desenvolvimento de equipes. Dinâmica de grupo – Diferentes abordagens e teorias. Vivência de relações humanas em grupo. Técnicas de coordenação e avaliação do processo grupal. VII ‐ ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAS: Dimensões da responsabilidade social corporativa e suas implicações para a gestão de pessoas. Ética, valores e cultura e sua relação com a responsabilidade social. Implicações éticas na atuação do psicólogo.
ASHLEY, Patrícia Almeida (Org.). Ética e Responsabilidade Social nos Negócios. São Paulo: Saraiva.BERGAMINI, C. W. Psicologia aplicada à Administração de empresas: psicologia do comportamento organizacional. 4a Ed. São Paulo: Atlas, 2009.CAMPOS, Dinael Correia de. Atuando em psicologia do trabalho, psicologia organizacional e recursos humanos. São Paulo: LTC, 2008CHARAN, Ram. O Líder Criador de Líderes. Ed. Campus.CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas. 2a Ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2004.DAVEL, E.; VERGARA, S. C. Gestão com Pessoas e Subjetividade. SP: Atlas, 2001.DRUMMOND, V. S. Confiança e Liderança nas Organizações. São Paulo: Thomson Learning Edições, 2007.DUTRA, Joel de Souza. Competências: Conceitos e Instrumentos para a Gestão de Pessoas na Empresa Moderna. Ed. AtlasFLEURY, H. J. & MARRA, M. M. Intervenções Grupais nas Organizações. SP: Agora, 2005.FRANÇA, Ana Cristina Limonge. Qualidade de vida no trabalho. Rio de Janeiro: Atlas, 2004.FRANÇA, Ana Cristina Limonge. Stress e Trabalho: uma abordagem psicossomática. São Paulo: Atlas, 2005.GOULART, Iris Barbosa (org.). Psicologia organizacional e do trabalho. Teoria, pesquisa e temas correlatos. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002.GRIFFIN, R. W. & Moorhead, G. Fundamentos do comportamento organizacional . São Paulo: Ática, 2006.KRUMM, Diane. Psicologia do Trabalho. São Paulo: LTC, 2005.MINICUCCI, A. Relações humanas: psicologia das relações interpessoais. São Paulo: Atlas, 2000.NEBENZAHL, L. C. A rejeição nas organizações. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004.PEREIRA, Ana Maria Benevides. Burnout: Quando o trabalho ameaça o bem‐estar do trabalhador. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002.ROBBINS, S. P. Comportamento organizacional. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.RUAS R., ANTONELLO C. S., BOFF L. H. Os novos horizontes de gestão: aprendizagem organizacional e competências. São Paulo: Bookman, 2005.TAMAYO, A. & Porto, J. B. Valores e comportamento nas organizações. Petrópolis: Vozes, 2005.ROTHMANN, I. & Cooper, C. Fundamentos de Psicologia organizacional e do Trabalho. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.SPECTOR, P. E. Psicologia nas Organizações. 2a ed. São Paulo: Saraiva, 2005.TAMAYO, Álvaro. Cultura e saúde nas organizações. Porto Alegre: Artmed, 2004.ZANELLI, J. C., Borges‐Andrade, J. E. & Bastos, A. V. B. Psicologia, organizações e trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2004.
Ministério da Justiça/2008 - Funrio
A atuação do profissional de psicologia no contexto organizacional.
46
Perspectivas clínicas e institucionais. Personalidade e teorias psicodinâmicas. Psicopatologia: etiologia, diagnóstico e tratamento das doenças mentais. O instrumento clínico de intervenção do psicólogo: entrevista, o sentido do sintoma, avaliação, prognóstico e indicação terapêutica. Áreas de interesse especial:
Doenças ocupacionais, Dependência química, Deficiências físicas e mentais, Psicossomatizações orgânicas, Violência doméstica e sexual.
O processo grupal; teoria e técnicas: grupo operativo. O psicólogo na equipe multidisciplinar. Ética em psicologia e direitos humanos. Ética no serviço público: comportamento profissional; atitudes no serviço; organização do trabalho; prioridade em serviço.
BAREMBLITT, G. Grupos: teoria e técnicas. Rio de Janeiro, Graal, 1986.BLEGER, J. Temas de Psicologia - entrevista e grupos. Col. Psicologia e Pedagogia. SP, Ed. Martins Fontes, 2007.Conselho Federal de Psicologia - Psicologia, ética e direitos humanos. Casa do Psicólogo, SP.Conselho Federal de Psicologia - Código de Ética dos PsicólogosDALGALARRONDO, PAULO. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais, 2ª parte - pg 47 á 171, Porto Alegre: Artmed, 2000.Decreto n.° 1.171/1994 (e suas atualizações).FRANCA, Ana Cristina Limongi. Stress e Trabalho. Ed. Atlas, 2002.FRANCA, Ana Cristina Limongi. Comportamento Organizacional - Conceitos e Práticas. Editora Saraiva.FREUD, Sigmund. Luto e melancolia. Obras Completas. Ed. Imago.______________. Psicologia de grupo e análise do ego.______________. A perda da realidade na neurose e psicose.KALINA, E. Psicoterapia de adolescentes: teoria, técnica e casos clínicos. RJ. Artmed, 1998.LINDZEY, G. Teorias da personalidade. vol.1. SP. EPU, 1990.MANNONI, M. A primeira entrevista em psicanálise. RJ. Ed. Campus, 1988.PICHON-RIVIÈRE, E. O processo grupal. São Paulo, Martins Fontes, 1998.RAPPAPORT, C. Psicologia do desenvolvimento, vol. I - teorias do desenvolvimento. SP, EPU, 1996.SAIDÓN, O. A análise institucional no Brasil. Ed. Rosa dos Tempos.SIDNEY SHINE. Avaliação psicológica e lei: adoção, vitimização, separação conjugal, dano psíquico e outros temas. São Paulo, Casa do Psicólogo, 2005.ZANELLI, José Carlos. O Psicólogo nas Organizações de Trabalho. Editora Artmed.
Corpo de Saúde da Marinha/2009 - Marinha
PSICODIAGNÓSTICO - O processo de avaliação diagnóstica; A dinâmica da entrevista; e Psicodiagnóstico psicodinâmico. PSICOPATOLOGIA - Funções psíquicas e suas alterações; e Classificação e tratamento dos transtornos mentais e do comportamento da CID-10.
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DEPENDÊNCIA QUÍMICA - Classificação e tratamento. PSICOLOGIA HOSPITALAR E PSICOSSOMÁTICA - A atuação do psicólogo no hospital; Relação médico-paciente; Doença e família; Doenças auto-imunes; Câncer; Dor; Doença coronariana; A morte e o morrer; O impacto da cirurgia; Tratamento psicoterápico; AIDS: aspectos psicossomáticos; e Estresse. PSICOTERAPIAS E PRÁTICA CLÍNICA - O processo terapêutico e Teorias e Técnicas Psicoterápicas: psicanálise, analítica (Jung), Gestalt, sistêmica e breve (grupal, individual, familiar e casal).PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO - Ciclo vital completo. ÉTICA EM PSICOLOGIA.
ALVES, Irai Cristina Boccato; ESTEVES, Cristiano. O Teste Palográfico na Avaliação da Personalidade. 1. ed. São Paulo: Vetor, 2004.AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV). 4. ed. rev Porto Alegre: Artmed, 2002.ANASTASI, Anne; URBINA, Susana. Testagem Psicológica. 7. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2000.ANZIEU, Didier. Os Métodos Projetivos. 4. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1984. BENTHAM, Susan. Psicologia e Educação. São Paulo: Edições Loyola, 2006.BERGAMINI, C. W. & BERALDO, D. G. R. Avaliação de Desempenho Humano na Empresa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1988.BERGAMINI C. W. Motivação nas Organizações. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1997.BLEGER, José. Psico-higiene e Psicologia Institucional. 1. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1984.______. Temas de Psicologia: entrevista e grupos. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.CAMPOS, Dinah Martins de Souza. Psicologia da Aprendizagem. 31. ed. Petrópolis: Vozes, 2001.CAVALCANTI, Vera Lucia; CARPILOVSKY, Marcelo; LUND, Myrian; LAGO, Regina Arczynska. Liderança e Motivação. 1. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2005.CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2004.______. Gestão de Pessoas: e o novo papel dos Recursos Humanos nas Organizações. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.COSTA, Flavio Rodrigues. CPS - Escala de Personalidade de Comrey: Manual. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Vetor, 2003.CUNHA, J. A. Psicodiagnóstico. 5. ed. rev. e ampl. Porto Alegre: Artmed, 2000. v. 5.FIORINI, Hector J. Teoria e Técnica de Psicoterapias. 12. ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1999.FREUD, Sigmund. Estudos sobre a histeria. [S.l.]: [s.n.], 1893-1895.______. A interpretação dos sonhos. [S.l.]: [s.n.], 1900.______. A Psicopatologia da vida cotidiana. [S.l.]: [s.n.], 1901.______. Três ensaios sobre a teoria da sexualidade. [S.l.]: [s.n.], 1905.______. Além do princípio de prazer. [S.l.]: [s.n.], 1920.______. O mal-estar na civilização. [S.l.]: [s.n.], 1930.GABBARD, G. O. Psiquiatria Psicodinâmica. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.HAWTON, Keith; SALKOVSKIS, P. M.; KIRK, J.; CLARK, D. M. Terapia Cognitivo-Comportamental para ProblemasPsiquiátricos - um guia prático. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 1997.JUNG, C. G. Tipos Psicológicos. Petrópolis: Vozes, 1991. v. 6.KAPLAN, H. I.; SADOCK, B. J.; GREBB, J. A. Compêndio de psiquiatria: ciências do comportamento e psiquiatria clínica. 7. ed. Porto Alegre: ArtMed, 1997.KATZ, Daniel & KAHN, Robert L. Psicologia Social das Organizações. 3. ed. São Paulo: Atlas S.A., 1987.
48
KERLINGER, Fred Nichols. Metodologia da Pesquisa em Ciências Sociais: um tratamento conceitual. 9ª reimpressão. São Paulo: E.P.U., 2003.LEMGRUBER, Vera. O Futuro da Integração: Desenvolvimentos em Psicoterapia Breve. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.LEVENFUS, Rosane Schotgues e SOARES, Dulce Helena Penna. Orientação Vocacional Ocupacional. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002.LEVIN, Jack. Estatística Aplicada a Ciências Humanas. 2. ed. São Paulo: Harbra Ltda, 1987.MELLO FILHO, Júlio de. Concepção Psicossomática - Visão Atual. 10. edSão Paulo: Casa do Psicólogo, 2002.______. Psicossomática hoje. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.MIRA, Alice M. G. de. PMK: Psicodiagnóstico Miocinético. 3. ed. rev. e ampl. São Paulo: Vetor, 2004.MURRAY, H. A. e cols. Teste de Apercepção Temática. 3. ed. rev. e ampl. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005.OCAMPO, M. L. S.; ARZENO, M.E.G.; PICCOLO, E.G. e cols. Processo Psicodiagnóstico e Técnicas Projetivas. 10. ed.São Paulo: Martins Fontes, 2001.PAIM, Isaías. Curso de Psicopatologia. 11. ed. rev. e ampl. São Paulo: EPU, 1993.PASQUALI, L. Psicometria - Teoria dos Testes na Psicologia e na Educação. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2004.______. (Org.). Técnicas de Exame Psicológico - TEP: Manual. Fundamentos das técnicas psicológicas. 1. ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2001. v. 1.PERVIN, Lawrence A.; JOHN, O. P. Personalidade: teoria e pesquisa. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.PIAGET, Jean. A Linguagem e o Pensamento da Criança. 7. Ed Rio de Janeiro: Martins Fontes, 1999.RANGÉ, Bernard. Psicoterapia cognitivo-comportamental - um diálogo com a Psiquiatria. Porto Alegre: Artmed, 2001.RAVEN, J. C. Matrizes Progressivas – Escala geral. 3. ed. Rio de Janeiro: CEPA, 2003.RODRIGUES, Aroldo; ASSMAR, Eveline Maria Leal; JABLONSKI, Bernando. Psicologia social. 22. ed. Petrópolis: Vozes, 2003.MAY, Rollo. A Arte do Aconselhamento Psicológico. 11.ed. Petrópolis: Editora Vozes, 1998.ROSENBERG, Rachel L. Aconselhamento Psicológico Centrado na Pessoa. São Paulo: EPU, 1987. (Temas Básicos de Psicologia; v. 21).SEIBEL, S. D. e TOSCANO A. JR. Dependência de Drogas. São Paulo: Editora Atheneu, 2001.SPITZ, René A. O 1º ano de vida. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004.VAZ, Cícero E. Z-TESTE: Técnica de Zulliger: Forma coletiva. 2. ed. rev. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002.VILLEMOR-AMARAL, Anna Elisa. As pirâmides coloridas de Pfister. São Paulo: Centro Editor de Testes e Pesquisas em Psicologia, 2005.WINNICOTT, D. W. Da pediatria à psicanálise - obras escolhidas. Rio de Janeiro: Editora Imago, 2000.ZANELLI, J. C.; BORGES-ANDRADE, J. E.; BASTOS, A. V. B. Psicologia, organizações e trabalho no Brasil. 1. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2004.ZIMERMAN, D. E. Fundamentos Básicos das Grupoterapias. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.ZACHARIAS, José Jorge de Morais. QUATI: Questionário de Avaliação Tipológica (Versão II): Manual. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Vetor, 2003.
49
OBSERVAÇÃO: A bibliografia sugerida não limita nem esgota o programa. Serve apenas como orientação para as bancas elaboradoras de provas e para os candidatos.
Corpo de Saúde da Marinha/2011 - Marinha
DEPENDÊNCIA QUÍMICA - Classificação e tratamento. PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO - Ciclo vital completo. ÉTICA EM PSICOLOGIA. PSICODIAGNÓSTICO - O processo de avaliação diagnóstica; A dinâmica da entrevista; e Psicodiagnóstico psicodinâmico. PSICOLOGIA HOSPITALAR E PSICOSSOMÁTICA - A atuação do psicólogo no hospital; Relação médicopaciente; Doença e família; Doenças autoimunes; Câncer; Dor; Doença coronariana; O impacto da cirurgia; Tratamento psicoterápico; AIDS: aspectos psicossomáticos; e Estresse. PSICOPATOLOGIA - Funções psíquicas e suas alterações; e Classificação e tratamento dos transtornos mentais e do comportamento da CID-10. PSICOTERAPIAS E PRÁTICA CLÍNICA - Teorias e técnicas psicoterápicas: breve, psicanálise e sistêmica; e Prática clínica: atendimentos grupal, individual, familiar, de casal, de paciente especial, de transtorno mental e de transtornos de aprendizagem. ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS PRODUZIDOS PELO PSICÓLOGO - Atestado, declaração, parecer e laudo. NEUROPSICOLOGIA - Princípios Gerais e Domínios Específicos. O Exame Neuropsicológico na Idade Pré- Escolar, na Infância, na Idade Adulta e em Idosos.
ANGERAMI-CAMON, Valdemar Augusto; CHIALTONE, H.B.; MELETE, M.R. A Psicologia no Hospital. 2. ed. São Paulo: Editora Thomson Learning, 2003.BEE, Helen. O Ciclo Vital. Porto Alegre: Artmed Editora, 1997.CÓDIGO DE ÉTICA DO PSICÓLOGO. Resolução CFP 010/05.CORDIOLI, A.V. Psicoterapias - Abordagens Atuais. 3. ed. Porto Alegre: Ed. Artmed, 2008.CUNHA, JUREMA ALCIDES e Colaboradores. Psicodiagnóstico- V. 5. ed. São Paulo: Artmed Editora, 2002.GABBARD, Glen O.; BECK, Judith S.; HOLMES, Jeremy. Compêndio de Psicoterapia de Oxford. Porto Alegre: Ed.Artmed, 2007.GIGLIOTTI, A.; GUIMARÃES, A. Diretrizes Gerais para Tratamento da Dependência Química. 1. ed. Rio de Janeiro: Editora Rubio, 2010.HALL, Calvin S.; LINDZEY, Gardner; CAMPBELL, John B. Teorias da Personalidade. 4. ed. Porto Alegre: Artmed Editora, 2000. JÚNIOR, Francisco Baptista Assumpção. Psicopatologia: Aspectos Clínicos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.KAPLAN, Harold I.; SADDOCK, Benjamin J.; GREBB, Jack A. Compêndio de Psiquiatria: Ciências doComportamento e Psiquiatria Clínica. 9ªEd. Porto Alegre, Artmed Editora, 2007.LEMGRUBER, Vera (Organizadora). O futuro da Integração: Desenvolvimentos em Psicoterapia Breve. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.MALLOY-DINIZ, L. F.; FUENTES, D.; MATTOS, P.; ABREU, N. e colaboradores. Avaliação Neuropsicoló-gica. Porto Alegre: Editora Artmed, 2010. MELLO FILHO, Julio de. Concepção Psicossomática: Visão Atual. 9. ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002.
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______. Psicossomática Hoje. 2. ed. Porto Alegre, Artes Médicas, 2010.OMS. Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10. Porto Alegre: Artmed Editora.PERESTRELLO, Danilo. A Medicina da Pessoa. 5. ed. Rio de Janeiro; São Paulo: Livraria Atheneu, 2005.RESOLUÇÃO DO CFP Nº07/2003.ROTTA, N. T.; OHLWEILER, L.; RIESGO, Rudimar dos Santos. Transtornos da Aprendizagem- Abordagem Neurobiológica e Multidisciplinar. Porto Alegre: Editora Artmed, 2006.ZIMERMAN, D. E. Fundamentos Básicos das Grupoterapias. 2. ed. Porto Alegre: Artmed Editora, 2000.
EA EAOT CIAAR/Oficiais da aeronáutica/2009 -Aeronáutica
Clínica
A psicologia clínica dentro das diferentes modalidades de atuação do psicólogo. Psicologia clínica e desenvolvimento: aplicação nas diferentes faixas etárias – infância, adolescência e idoso. Psicologia Clínica e Políticas Públicas para a Saúde no Brasil; A função do psicólogo nos campos da promoção, vigilância e atenção integral à saúde e educação. O psicólogo clínico e o trabalho interdisciplinar; Histórico das práticas terapêuticas psicológicas; Relações Terapêuticas: estabelecimento do vínculo, o diagnostico, o plano de tratamento, contrato terapêutico e término do tratamento; A relação terapeuta-paciente no processo psicoterápico; A entrevista inicial no processo do atendimento clínico; O processo de psicodiagnóstico; Psicopatologia: perturbações psíquicas O papel do psicólogo na equipe multidisciplinar; Procedimentos de intervenção nas Psicoterapias Humanistas; A Psicologia e o Humanismo; Os princípios psicoterapêuticos da Abordagem Centrada na Pessoa; O Psicodrama dentro do contexto clínico; ALCHIERI, João Carlos; CRUZ, Roberto Moraes. Avaliação psicológica: conceito, métodos e instrumentos. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. 132p. ARZENO, Maria Esther Garcia. Psicodiagnóstico Clínico: novas contribuições. 2 ed. Porto Alegre; Artmed: 2003. FIGUEIREDO, L. C. M. Revisitando as Psicologias – da Epistemiologia à Ética das Práticas e Discursos Psicológicos. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2008. GUENTHER, Z. Educando o ser humano: uma abordagem da Psicologia Humanista. Campinas: Mercado das Letras, 1997. BARLOW, David. Manual Clínico dos Transtornos Psicológicos. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 1999. BRAIER, Eduardo Alberto. A Psicoterapia Breve de Orientação Psicanalítica. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2008. CORDIOLI, Aristides Volpato. Psicoterapias: abordagens atuais – 3. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2008. PERVIN, Lawrence; JOHN, Oliver. Personalidade: teoria e pesquisa – 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.
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ROGERS, Carl. Sobre o Poder Pessoal. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001. SCHULTZ, Duane; SCHULTZ, Sidney Ellen. História da Psicologia Moderna. 9 ed. São Paulo: Thomson Learning, 2009. STERNBERG, Robert. Psicologia Cognitiva. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
Organizacional
Formação e atribuições profissionais do psicólogo. Organização e funcionamento de serviços de psicologia;A importância do diagnostico na educação;A problemática emocional no rendimento e nas relações escolares; Problemas de adaptação escolar. Piaget e os modelos estruturais na inteligência no campo da psicologia escolar. Definição da psicologia organizacional. Os efeitos das novas organizações do trabalho sobre os trabalhadores e suas organizações. O trabalho na clinica psicológica; Saúde mental e trabalho; O individuo e a organização;O contrato psicológico; Fatores motivadores do trabalho; Personalidade e os mecanismos de ajustamento;Comportamento individual e comportamento social; O impacto da organização sobre os indivíduos,O condicionamento do comportamento na organização.Teoria de Campo e comportamento organizacional. Diferentes abordagens da Psicologia Social.Análise dos processos intergrupais e técnicas de dinâmica de grupo nas diversas áreas de atuação. Atuação do Psicólogo em comunidades e instituições.
AGUIAR, Maria Aparecida Ferreira de. Psicologia aplicada à administração: teoria crítica e a questão ética nas organizações. São Paulo: Saraiva, 2005. CODO, Wanderley, Sampaio; Jose Jackson C. Saúde Mental e Trabalho - Sofrimento Psíquico nas Organizações. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2003. NOVAES, Maria Helena. Psicologia Escolar. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1972. TELES, Antônio Xavier. Psicologia Organizacional – A Psicologia na Empresa e na Vida em Sociedade. 4. ed. São Paulo: Atica, 1994. ANTUNES, R. Os Sentidos do Trabalho: Ensaio sobre a Afirmação e a Negação no Trabalho. 5. ed. São Paulo: Boitempo Editorial, 2000. BITTENCOURT, Cláudia . Gestão Contemporânea de Pessoas – Novas práticas, Conceitos Tradicionais. 2 ed. Porto Alegre: Bookman, 2010. DEMO, G. Políticas de Gestão de Pessoas nas organizações: Papel dos Valores Pessoais e da Justiça Organizacional. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2010. SPECTOR, P. E. DA SILVA, N. Psicologia nas organizações. 3. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2009.
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EducacionalProcessos grupais: fundamentos teóricos e técnicos; classificação geral dos grupos.Teorias e técnicas classificação psicoterápicas e o atendimento psicológico.Aspectos básicos do diagnóstico psicopedagógicoO uso de provas e testes, diagnósticos operatório, devolução e encaminhamento.Configuração clínica da prática psicopedagógica. Psicopedagogia institucional, familiar e comunitária; O papel do psicólogo nesta perspectiva e sua inserção na equipe multidisciplinar.
BOSSA, Nadia A. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto Alegre: Artmed, 2007. WEISS, Maria Lucia Lemme. Psicopedagogia clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem. 13 ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2008. AMARAL, Silva (Cord). Psicopedagogia: Um portal para a inserção social. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2004. CONTINI, M.L. O Psicólogo e a promoção da saúde na Educação. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2001. COLL, César et’alli. Desenvolvimento Psicológico e Educação. São Paulo: Artmed, 2004. PAIN, Sara. Diagnóstico tratamento dos Problemas de Aprendizagem. São Paulo: Artmed, 1985. PATTO, M.H.S. A produção do processo escolar histórico de pub missão e rebeldia. São Paulo T. A. Queiroz, 1990. PILLETI, N. Psicologia Educacional. 17. ed. Atica, 1999. PICHON-RIVIÈRE, Enrique.O processo grupal. São Paulo: Martins Fontes, 1998.FERNANDEZ, Alícia. A Inteligência Aprisionada. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.SOUZA, Audrey. Pensando a Inibição Intelectual. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1995.**************************************************************************
Esse livro, assim como uma série de 2 ou 3 livros do Enrique Rocha e Cristina Duran (Editora
ELsevier - Gestão de Pessoas para Concursos), Vale a pena!
Lembre-se o importante não é ler 20 livros, mas sim compreender a matéria, e isso um bom livro já
dá uma boa base .livro do Chiaveenato de Gestão de Pessoas, o sumário tem os seguintes temas:
OS NOVOS DESAFIOS DA GESTAO DE PESSOAS
1 - Introdução a Moderna Gestão de Pessoas
2 - A Gestão de Pessoas em um Ambiente Dinâmico e Competitivo
3 – O Planejamento Estratégico da Gestão de Pessoas
AGREGANDO PESSOAS
4 - O Recrutamento de Pessoas
5 – A Seleção de Pessoas
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APLICANDO PESSOAS
6 – A Orientação das Pessoas
7 – A Modelagem de Cargos
8 – A avaliação do Desempenho Humano
RECOMPENSANDO PESSOAS
9 - Remuneração
10 - Programas de Incentivos
11 - Benefícios e Serviços
DESENVOLVENDO PESSOAS
12 - Treinamento
13 – O Desenvolvimento de Pessoas
MANTENDO PESSOAS
14 – O Relacionamento com Empregados
15 - Higiene, Segurança e Qualidade de Vida.
MONITORANDO PESSOAS
16 – O Banco de Dados e Sistemas de Informações de RH
0 FUTURO DA GESTAO DE PESSOAS
17 – A avaliação da Função de Gestão de Pessoas
Técnicas de entrevista psicológica: objetivos (diagnóstico, terapia, encaminhamento).
Psicodiagnóstico e
Entrevista
Psicodiagnóstico Conceito Fundamentos e etapas da medida psicológica Objetivos Instrumentos de avaliação: critérios de seleção, avaliação e interpretação de resultados. Inventários aprovados pelo Conselho Federal de Psicologia: fundamentos, aplicação, correção, levantamento, análise, elaboração de laudos e tabelas. Testes de habilidade, projetivos, cognitivos, humor, gráficos, psicomotores, neuropsicológicos, personalidade. Uso de testes psicológicos: tipos de decisão: individuais e
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institucionais Diagnóstico diferencial Diagnóstico clínico, organizacional e psicossocial. Aplicação em crianças, adolescentes, contextos escolar, hospitalar, organizacional , adultos, idosos. Técnicas de abordagem do retorno das avaliações aos candidatos: Elaboração de documentos decorrentes de avaliações psicológicas. Resolução CFP nº 007/2003. Perícias psicológicas: pareceres, laudos e relatórios.
Entrevista Conceito O estabelecimento do rapport A dinâmica da entrevista, o sentido do sintoma, avaliação, prognóstico e indicação terapêutica Técnicas de entrevista psicológica: objetivos (diagnóstico, terapia, encaminhamento, seleção, orientação); tipos de entrevista (estruturada, livre, semi-estruturada). Entrevistas clínicas (abordagens). Entrevista lúdica Exame do estado mental Anamnese
Relações
Humanas
· Qualidade no atendimento ao público.
· Relações humanas.
Dependência e vício
Álcool, tabagismo, outras drogas e redução de danos. Alcoolismo e uso de substâncias psicoativas: suas repercussões no trabalho. Dependência química, Transtornos relacionados ao uso e abuso de substancias psicoativas. Uso de drogas lícitas e ilícitas
Psicologia da Saúde
Conceito Psicologia da saúde: fundamentos e prática. Psicologia hospitalarO Psicólogo
A atuação do psicólogo na interface saúde/ trabalho/ educação. O papel do psicólogo na equipe de cuidados básicos à saúde. O papel do psicólogo no contexto hospitalar: atuação em enfermarias
clínicas e cirúrgicas, UTIS, ambulatórios, pronto-socorro. O psicólogo na atenção de portadores de doença crônica.
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Atuação multidisciplinar e comunitária.Enfermidades
Processo saúde-doença: doenças crônicas e doenças agudas; aspectos psicológicos das enfermidades agudas e crônicas;
Comportamento psicológico na doença crônica em crianças e adultos. Doenças crônicas; Sequelas e estilo de vida; Doenças sexualmente transmissíveis Estilos de enfrentamento; Impacto da doença e da hospitalização sobre o doente e a família. Estresse e saúde mental Saúde do trabalhador: conceitos e práticas. Saúde Mental. Conceito. Promoção e Prevenção. Ressocialização.Intervenções
Ações básicas de saúde: promoção; prevenção; reabilitação e readaptação; barreiras e comportamentos de saúde; níveis de atenção a saúde.
Prevenção e tratamento de toxicomanias e das DST/AIDS na adolescência. Informação ao doente para tomada de decisões Interconsulta: aspectos da teoria Modalidades de tratamento: intervenções individuais e grupais. Modelos teóricos de comportamento de saúde: teoria da ação planejada;
modelos de crenças em saúde; o sistema psiconeuroendocrinológico; adesão ao tratamento; teorias e manejos do estresse e da dor;
Modelo biomédico Modelo biopsicossocial de saúde. Repertório básico para intervenção: avaliação do nível funcional e
necessidades psicossociais do doente; Qualidade de vida. Cuidados paliativos. Psico-oncologiaTanatologia
Aspectos psicológicos e culturais da morte: iminência e realidade da morte.Ética
Ética em saúde e no contexto hospitalar. Bioética na saúde.Legislação
Reforma Psiquiátrica e SUS (Política de saúde do SUS – Lei 8080 de 19/09/90)
Propostas para a Saúde Mental. Lei 10.216 de 06/04/01 (reforma Psiquiátrica). Lei 11.064/1994 - Rede de Atenção Integral à Saúde Mental. Lei Federal 10.216/2001 - Direitos das Pessoas Portadoras de Transtornos
Mentais e redirecionamento do Modelo Assistencial; Política nacional do idoso.
Psicologi Conceito
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a Social, Grupos comunitários e instituições
Diferenças Individuais e de Classes. Estratégias de intervenções psicosociais diversas, a partir das
necessidades e clientelas identificadas. Interação Social Subjetividade social Identidade e estereótipo Percepção social (Percepção, atitudes, valores e diferenças individuais) Exclusão Psicologia Social no Brasil O papel social e histórico da ciência: o lugar da ciência nas práticas de
regulação e emancipação do paradigma da modernidade. Globalização, capitalismo flexível e pós-modernidade: novas configurações de tempo e espaço; as consequências humanas; as novas modalidades de exclusão social; novas formas de subjetivação;
Psicologia e Apoio Social. Psicologia sociohistórica. Relacionamento interpessoal.Institucional
Conceitos de instituição, estratégias de trabalho da instituição, utilização de recursos institucionais e comunitários;
Grupos sociais nas instituições. Objetivos, metodos e tecnicas de intervencao do psicologo no campo
institucional. Perspectivas clínicas e institucionais. Psicologia institucional e análise institucional: práticas do psicológico na
instituição; método do trabalho institucional; “grau de dinâmica” da instituição; os grupos nas instituições; o hospital como instituição;
Objetivos e niveis da higiene mental. Tipos de decisão: individuais e institucionais.Grupos
Dinâmica de grupo; O processo grupal; Grupo operativo. Psicologia social e os fenômenos de grupo. Topologia de Lewin;Violência
A violência na infância, adolescência, na velhice e na família. Criança e adolescente em situação de risco e exclusão social. Prevenção e assistência à crianças e ao adolescente vítimas de
violência. Violência doméstica, sexual e urbana,Família
A família contemporânea Adoção Família, proteção à infância e delinqüência juvenil. Vitimologia: estratégia de diagnóstico, terapêuticas, redes de
assistência e famílias de alto risco;Jurídica
Psicologia jurídica – conceito
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Alternativa para a resolução de conflitos: conciliação e mediação Áreas de atuação do psicólogo jurídico: guarda, interdição, curatela,
separação e divórcio, processo jurídico e atuação do psicólogo Estatuto da criança e do adolescente. Estatuto do idoso. Estatuto do portador de necessidades especiais. Psicologia do crime e do criminoso, penas alternativas e
ressocialização; Questões de abandono e delinquência infanto-juvenil, trajetória
delinquências e o papel da família, do psicólogo e da justiça;
O psicólogo em equipe multidisciplinar
Trabalho em equipe interprofissional: relacionamento e competências. O psicólogo na equipe Equipes interdisciplinares: interdisciplinaridade e multidisciplinaridade em saúde; Relações interprofissionais;
TTP Conceitos Bases conceituais das terapias em psicologia. Perspectivas clínicas e institucionais. Processos de Mudanças em PsicoterapiaOs tipos
A clínica da terceira idade Clínica de adolescentes: teoria e técnica. Psicoterapia dos adolescentes. Clínica infantil: teoria e técnica. Intervenção psicológica em problemas específicos (clínicos e funcionais). psicoterapia individual e grupal.Abordagens
Psicanálise (e suas diversas versões) Fenomenológica e corporal Humanista (e suas versões) Comportamental Cognitiva comportamental Terapia Sistêmica. Psicoterapia breve: diagnóstico, técnicas e tratamentos. Aconselhamento psicológico Dinâmicas de grupo e técnicas situacionais e Práticas grupais. Estratégias de intervenções psicossociais diversas, a partir das
necessidades e clientelas identificadas. Psicofarmacologia. Psicologia sócio-histórica. Psicossomática, doenças orgânicas psicossomática e psicanálise.
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Ética A ética, sua relação com a cultura e sua influência na constituição do psiquismo. Aspectos éticos e políticos na intervenção e pesquisa psicológica. Código de Ética Profissional dos Psicólogos. Ética em psicologia e direitos humanos. Ética no atendimento clínico de crianças e adolescentes. Ética profissional e na justiça; Bioética
Psicopatologia
Bases biológicas do comportamento Fatores Sociais na Anormalidade. O normal e o patológico: norma e média; variabilidade e patologia. Diagnostico diferencial. Deficiências físicas e mentais; Retardo Mental Transtornos mentais e orgânicos Transtornos associados ao uso de substâncias Esquizofrenia e afins Transtornos de humor Transtornos neuróticos e somatoformes Transtornos alimentares Transtornos do sono Transtornos de Personalidade Disfunções sexuais Transtornos da infância e adolescência
Psicologia Organizacional e Gestão de Pessoas
Psicologia Organizacional Conceito História Transformações no trabalho O trabalho como instituição Psicologia e modos de produção. Conceitos e tipos de Organizações (Organizações: estrutura,
processos e dinâmica) Relações indivíduo-organização (O indivíduo e o contexto
organizacional: variáveis individuais, grupais e organizacionais) Atuação do Psicólogo Organizacional Pesquisa e intervenção nas organizações: planejamento,
instrumentos (escalas, questionários, documentos, entrevistas, observações), procedimentos e análise.
Ética nas Organizações Poder Grupos e equipes Comportamento organizacional e relações interpessoais. Comunicação Comprometimento organizacional Cultura
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Clima Motivação Liderança Estilos de Gerencia Psicodinâmica do Trabalho (psicopatologia e saúde mental no
trabalho) Sociometria e SocioprofissionaisGestão de Pessoas
Conceito Evolução histórica Mudanças de paradigmas Planejamento nas organizações e na Gestão de pessoas O papel do gestor, liderança e gerenciamento Capital Intelectual e a capacitação Políticas e técnicas1)Agregar pessoasA)Recrutamento
B) Seleção de pessoal2)Aplicar pessoas
A) SocializaçãoB) Desenho e análise do cargoC) Avaliação de desempenho
3)Manter pessoasA) DisciplinaB) Higiene e segurança no trabalhoC) Doenças ocupacionais, fatores psicossociais e QVTD) ErgonomiaE) Satisfação no trabalhoF) Relações sindicaisG) CulturaH) ClimaI) MotivaçãoJ) LiderançaK) Comprometimento organizacional
4)Monitorar pessoasA) Banco de dadosB) Sistemas de informaçãoC) Suporte Organizacional
5)Recompensar pessoasA) RemuneraçãoB) Benefícios
6)Desenvolver pessoasA) TreinamentoB) DesenvolvimentoC) Educação e aprendizagem OrganizacionalD) Educação corporativa
7)Evolução do RHA) Gestão por competência
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B) Gestão por conhecimentoC) Gestão no setor públicoD) Gestão (gerenciamento) de conflitos
E) Gestão de mudançaF) Gestão estratégica de pessoasG) Gestão participativaH) CoachingI) Balanced Scorecard (BSC)
Teorias da Personalidade
Bibliografia de Personalidade
Fadiman, J & Frager, R. Teorias da Personalidade. São Paulo: HARBA. 1986.
Schultz, D.P. & Schultz, S. E. História da Psicologia Moderna. São Paulo: Cultrix. 1992
Hall, C.S.; Lindzey, G e Campbell, J.B. Teorias da Personalidade. São Paulo: Artmed. 2000.
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Personalidade
Conceito Definição e pesquisa Cultura e Personalidade: “Status”, papel e o indivíduo.Teóricos Adler Bandura Erickson Freud Fromm Horney Jung Kelly (Teoria Cognitiva) Klein (melaine) Lacan Lewin e a Psicologia Topológica Luria Maslow Perls Reich Rogers Skinner Sullivan Winnicot
Freud e a sua Psicanálise:
A Psicanálise nasceu separada daquilo que se conhecia por Psicologia objetiva e
metodológica da época.
A psicologia na época era centrada no método, enquanto a Psicanálise, no problema;
A Psicanálise foi diversa da continuidade histórica da Psicologia como ciência na época.
Freud trabalhava com neurologia (afasias, paralisias, lesões cerebrais e patologias da fala).
Aprendeu muito com Breuer, que fazia hipnose.
Freud observou o famoso caso de Anna O.; que com 21 anos apresentava sérios sintomas
histéricos. Anna tinha com Breuer o que este denominou de transferência positiva. Esse
caso introduziu Freud aos conceitos de catarse e cura falada.
O objeto de estudo de Freud era o comportamento anormal, sendo o método de estudo a
observação clínica.
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A Psicanálise é voltada para o inconsciente.
A Psicanálise introduziu este conceito na Psicologia.
Freud percebeu que pacientes neuróticos não se beneficiavam com a hipnose completamente.
Freud adquiriu conhecimento com Breuer e a hipnose que aplicava. Com o conhecimento
adquirido pelo método catártico (por hipnose, as lembranças traumáticas supostamente
escondidas apareceriam), Freud investiu no método de associação livre, pois percebeu que
se ele deixasse de falar, os pacientes fariam associações livremente.
Assim, propõe nova abordagem para o tratamento de doenças mentais.
Começou análise de conteúdo dos sonhos e falas dos pacientes
O corpo é à base de toda e qualquer experiência mental.
Os eventos mentais, por sua vez, são contínuos, e que a sua constância existencial originam
o determinismo psíquico: nada ocorre sem que haja um motivo, cada evento mental ocorre
causado por algo consciente ou inconsciente, determinando por fatos que os antecederam.
Surge a teoria dinâmica da personalidade, ou seja, existem estruturas psíquicas (modelos
de tópicas ou lugares) - o aparelho psíquico -, que se organizam "guardam" forças que se
arranjam entre si, arranjos entre essas instâncias psíquicas, que estão sempre em
movimento.
Teoria psicodinâmica - personalidade se dá pelo arranjo da dinâmica entre as tópicas
(lugares dinâmicos) do aparelho psíquico. Porém, essa articulação não é harmônica, pois as
tópicas são diferentes, além disso, as forças que cada uma possui lutam entre si a fim de se
satisfazerem (as pulsões, libido e necessidades).
Cabe à Psicanálise descobrir as causas dos sintomas (pensamentos e comportamentos) que
expõem uma necessidade que está sendo imperfeitamente satisfeita por esses. Por exemplo,
alguns pensamentos podem não reduzir a tensão, mas sim aumentá-la, mostrando que um
instinto ou pulsão esta sendo bloqueado.
Em um primeiro momento Freud chamou as instâncias de Consciente, Pré-consciente e
Inconsciente - essa é a primeira tópica.
O Consciente é uma pequena parte da mente, é o sistema percepção-consciência
(tudo que temos ciência); está ligado ao inconsciente, opostamente, pois não guarda
informações, sensações e representações, apenas registra e processa as percepções.
O Pré-consciente está ligado ao inconsciente, mas pode tornar-se consciente com
facilidade. Pequeno arquivo que contém representação de palavras. A consciência
precisa das lembranças desse arquivo para funcionar.
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O Inconsciente possui elos escondidos dos arranjos psíquicos. Estão os elementos
instintivos, total desconhecidos da consciência. Há também aquilo que foi excluído,
censurado ou reprimido da consciência. Ideias sociais estranhas, necessidades
fisiológicas, medos, emoções dolorosas. Para Freud, essa instância estava no sintoma
que a pessoa apresentava, sendo necessária a aplicação de associação livre, análise
dos sonhos e dos atos falhos da fala para interpretá-los.
As forças do aparelho psíquico são:
Instinto - pressões que dirigem o organismo para um fim particular. Esquema herdado. Segue
sequencia temporal e inflexível. Suprema causa de toda atividade. Necessidades físicas. Desejos
mentais. Incita a ação.
Pulsão - trieb. Dinâmico. Pressão ou força que leva à ação, motricidade, carga energética que se
volta para o objeto de satisfação. Componentes:
Fonte (surge da necessidade ou desejo),
Finalidade (apenas aquela ação é necessária naquele momento),
Pressão (força ou energia)
Objeto (coisa, ação ou expressão que leva à satisfação).
A Pulsão dá sentido à impulsão. Canais que as pulsões seguem têm suas próprias leis. Acumulam-
se gerando tensão, e o objetivo é diminuir a tensão interna com o objeto de satisfação. As pulsões
básicas foram dividas em:
Pulsões de vida (sobrevivência)- Em um primeiro momento, Freud classificou as pulsões sexuais (erótica,
fisicamente gratificante), mas optou por maior ampliação do conceito de pulsões de vida.
Pulsões de morte (destrutivas).
As pulsões seguem o modelo tensão-redução. Os pensamentos e necessidades seguem a
combinação das duas pulsões.
Segunda tópica de Freud
Surge a segunda tópica de Freud: Id, Ego e Superego. Os três componentes básicos da psique.
Determinam a forma como o processo de descarregamento se dá. Essas estruturas possuem
elementos conscientes, pré-conscientes e inconscientes. Atribuiu assim maior complexidade à
estrutura da personalidade.
Id - tudo que é herdado. Inacessível. Quase todo inconsciente. Material nunca declarado ou
reprimido pela consciência (que possuem o mesmo poder de ação, mas sem o controle
da consciência). Reservatório de instintos e energias libidinais. Fonte de toda a energia. Tem poder
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de direcionar a vida mental. Primeira expressão psíquica dos instintos. Amorfo. Caótico.
Desorganizado. Há contradição coexistindo. Atemporal. Orientado pelo princípio do prazer.
Primitivo. Instintivo.
Ego - contato com a realidade externa. Desenvolve-se a partir o Id (conforme o bebê vai se tornando
consciente das necessidades do Id) para reduzir a tensão e aumentar o prazer. É a casca. Comanda o
movimento voluntário. Autopreservação. Defesa protetora. Racional. Planejador. Ajuda o Id a
satisfazer-se. Investimentos libidinais do Id passam pelo Ego. Sintático. Possui elementos
inconscientes consequentes dos mecanismos de defesa. Receptivo às excitações externas e internas
(memórias, fugas, adaptações, atividades; e, respectivamente, instintos satisfeitos ou não).
Responde ás oportunidades. Lida realisticamente com as pulsões do Id. É Mediador entre o
Superego, Id e realidade.
OBS - Não há distinção nas obras de Freud sobre o ideal do ego (ou ideal do eu) e ego ideal (ou eu
ideal). O primeiro é resultante da convergência do narcisismo, das identificações com os pais e seus
substitutos, e com o ideal coletivo - aqui, há a busca da conformação. No segundo, é um
ideal narcísico de onipotência, que vem do modelo narcísico infantil.
Superego - surge do Ego, a partir do declínio do complexo de Édipo, com internalização das
imagens idealizadas dos pais. Consciência, auto-observação e formação de ideias. Juiz. Censor do
ego. Código moral. Modelo de conduta. Inconsciente (compulsões e proibições). Consciente
(autoestima e culpa). Modelo para o ideal e obstáculo para o proibido. Freio moral aos interesses
práticos do Ego. Normas que definem e limitam o Ego
O objetivo do Ego é manter-se aumentando o prazer e diminuindo o desprazer. O propósito da
Psicanálise é fortalecer o ego, de forma que fique mais independente do superego, ampliando sua
percepção e expandindo a sua organização, para poder lidar com novas formas do Id.
Outros conceitos importantes que Freud desenvolveu na primeira tópica:
Impulso - energia interna. O da vida é o Eros. Somático.
Libido - mensurável. Fácil mobilidade. Instintos da vida.
Energia do instinto de agressão - ou de morte (thanatos). Não muito explicado por Freud.
Semelhante à libido.
Catexia - investimento da energia libidinal disponível na psiquê. Presa a algo. A libido catexizada
perde mobilidade. Algo atrai e segura na psiquê. Cabe à Psicanálise saber onde a libido está
catexizada erroneamente, precisando ser liberada para satisfazer-se funcionalmente.
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Principio do prazer - processo primário. Busca de prazer. Primeira experiência na vida. Descarta
realidade. Evita desprazer. No caso do bebê, há satisfação alucinatória, por ter revivência do prazer
(baseado no passado) a ausência do objeto de prazer.
Principio da realidade - processo secundário. Considera a realidade para não precisar da alucinação.
Considera adiamentos e atrasos.
OBS - os processos primários e secundários não se excluem; formam complexo mecanismo de
funcionamento.
Fantasia - regido pelo processo primário. Pensar inconsciente que desconsidera a realidade.
Fases psicossexuais do desenvolvimento humano (desenvolvimento libidinal):
OBS - Fixação é o que ocorre quando não há progresso de uma fase de desenvolvimento para outra
de forma normal. Permanência em uma fase infantil. Libido parte ou total investida em uma fase,
consequente de excessiva satisfação na fase anterior ou frustração na fase atual.
Fase Oral - boca e língua. Depois dentes, amamentação e seio materno. Pulsão básica são fome e
sede. Associa prazer à diminuição da tensão causada por estas pulsões de necessidades pela
amamentação (Fixação = beijar com barulho lamber, roer unhas, mascar chicletes). Tardiamente,
após os dentes, pode incluir instintos agressivos como morder o seio (Fixação = sarcasmo, fofoca,
arrancar alimentos). A fixação é patológica quando a pessoa for excessivamente dependente de
hábitos orais para aliviar a ansiedade. Formação do ego.
Fase Anal - esfíncteres anais e bexiga. 2 a 4 anos. Quanto mais controle dos esfíncteres, mais
atenção e elogio dos pais (Fixação = ordem, parcimônia e obstinação. Dominação, controle,
retenção - Caráter anal. Doação). Contradição entre os elogios e a ideia de tabus e sujeira ao ir ao
banheiro. Normas sociais.
Fase Fálica - percebem a diferença sexual. 3 anos aos 5 anos. Genital - somente o pênis e a falta
dele. Dúvidas sobre questões sexuais e fantasias. Desejos incestuosos e masturbação (satisfação
pulsional). Moral dos pais em conflito com os impulsos do Id.
Nesse período, a menina se vê castrada. Isso lhe pode gerar 03 consequências:
Inibição sexual ou neurose;
Complexo de masculinidade;
Feminilidade normal
A criança luta pela intimidade que os pais compartilham entre si, assim os pais se tornam ameaça
parcial à satisfação das necessidades. A criança quer e teme os pais.
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No menino, como consequência ocorre o Complexo de Édipo:
Desejo de tomar o lugar do pai, por desejar a mãe, e ao mesmo tempo tem medo de ser
machucado, perder o pênis.
Temor ou angústia da castração, que leva à desistência da fantasia,
Declínio do complexo e a internalização das regras sociais.
Nas meninas, é o Complexo de Electra (esse nome não foi dado por Freud) e a necessidade de
reprimir o desejo é menos severa:
Mas a filha tem hostilidade frente à mãe por ela não poder lhe dar um pênis
O deseja o pai, que tem o pênis (segundo Freud, a menina pode conviver com o complexo por
tempo indeterminando, chegando a nunca destruí-lo completamente);
Nas meninas, o inicio do complexo está na castração.
OBS - o complexo é sempre reprimido, e é tarefa do superego impedi-lo e evitá-lo.
Período de latência - superego atua e não há interesses sexuais. Ocorre por volta dos 05 anos a 06
anos. Os desejos sexuais não são resolvidos e nem atendidos pelo ego. Perdura até a puberdade.
Atuação do superego. Objetos são dessexualizados. Ternura, amizades, laços sociais.
Fase Genital - puberdade. Fase do retorno da energia libidinal aos órgãos sexuais. Parceiros.
O narcisismo:
Narcisismo primário - na primeira tópica era o autoerotismo do bebê (chupar o dedo, o pé). Quando
isto não era mas passível de ser direcionado para si, ele era direcionado para o externo, levando ao
amor objetal. Termina com o fim do desenvolvimento psicossexual.
Narcisismo secundário - duas formas de escolha:
Anaclítica (na busca do objeto de amor renuncia o próprio narcisismo);
Narcisista (busca a sua imagem no amor objetal).
Formas de manifestações do inconsciente:
Sonhos e elaborações oníricas - os sonhos ajudam a satisfação e na defesa da psiquê. Equilibram
somática e psicologicamente. Impede a perturbação do sono (biológico), canalizando os desejos não
realizados conscientemente de forma que não seja necessário acordar. Considerado a realização de
um desejo, pois realizam de forma alternativa os desejos do Id. Energias são descarregadas.
67
Conteúdo manifesto (o conteúdo latente é diferente, pois estes não aparecem). Estão sob
determinação dos mecanismos de:
Defesa
Deslocamento
Condensação (assim, o ego assimila o conteúdo, sem precisar temer a punição e a repressão
moral - superego).
A interpretação tem sentido no discurso da pessoa, pois se analisa as associações que a
pessoa faz com o seu próprio sonho. Sonhos repetidos podem ocorrer quando algo no dia
leva a ansiedade ligada ao sonho original. Base mais segura da psicanálise é a sua
interpretação. Os sonhos contêm indícios que remetem às causas subjacentes das doenças.
Chiste - brincadeiras, piadas. Mecanismos de deslocamento e condensação.
Atos falhos - trocas na fala. Mecanismos de deslocamento e condensação. Lapso
freudiano (sintomas neuróticos e ideias inconscientes lutam para aparecer e
se expressar, sendo capazes de modificar comportamentos e pensamentos)
Transferência - deslocamento inconsciente de sentimentos para outro. Instrumento
terapêutico principal. Atualiza os conteúdos inconscientes presentes nos
relacionamentos interpessoais da pessoa.
Contratransferência - afetos do analista como outro. Pode ser obstáculo.
A ansiedade
É o aumento da tensão ou desprazer gerado por um evento real ou imaginário. É uma indicação de
que o ego está sendo ameaçado.
A ansiedade objetiva está ligada a algo real.
A ansiedade neurótica vem do perigo potencial.
A ansiedade moral vem do medo da própria consciência. Ameaça muito grande para o ego (perda
de um objeto desejado, perda de amor, perda de identidade, perda de autoestima). Dois modos de
lidar com a ansiedade:
Normal, enfrentando diretamente.
Deformando ou negando a situação. Os mecanismos de defesa patogênicos (bloqueiam a
expressão direta das necessidades instintivas). Possíveis sintomas neuróticos.
A sublimação
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É uma defesa bem sucedida, pois há o direcionamento de energias sexuais ou agressivas para novas
finalidades como as artes (socialmente aceitos). Canais alternativos. Diminui a tensão. Sublimado
reduz pulsões originais e é responsável pela civilização. Resolve e elimina a tensão.
Os outros mecanismos de defesa são:
Repressão - afasta. Mantém distante o que provoca ansiedade. Despende energia. Provoca mais
ansiedade. Histeria. Pré-consciente. Superego. Censura. Repressão moral. Atua nas lembranças, na
percepção do presente, no funcionamento do corpo.
Negaçã o - Relacionado com a repressão. Nega. Não aceitar a realidade. Lembrar incorretamente
fato passado.
Racionalização - redefine a realidade. Motivos aceitáveis para o que é inaceitável (pensamentos e
ações). Culpa objeto por falhas pessoais. Cede ao superego. Impede o trabalho com forças
genuinamente motivadoras menos recomendáveis.
Formação reativa - Inversão da realidade. O contrário. Impulso quanto mais negado, mais ocultado.
Desenvolvido na infância. Inversão clara e diametralmente oposta ao desejo real, mas inconsciente.
Pode prejudicar relacionamentos sociais. Excesso, rigidez e extravagância. Comportamento
excessivo (superproteção). Oculta parte da personalidade e impede a capacidade de responder a
eventos sociais. Inflexibilidade.
Projeção - coloca o interno no externo. Atribui ao outro o que é seu. A ameaça é tratada como força
externa. Não enxerga em si, mas sim no outro.
Isolamento - ideia se rompe em relação às demais, e isolada não recebe reação emocional.
Embotamento afetivo. Relato sem sentimento do fato. Pode ter isolamento maior das ideias e
afastamento dos sentimentos. É um mecanismo de defesa quando ajuda a lidar com a ansiedade de
alguns aspectos.
Regressão - escapa da realidade. Retorna a etapas de desenvolvimento agradáveis. Etapa anterior da
vida. Comportamento infantil para diminuir a ansiedade (que antes era diminuta). Fumar, roer
unhas, comer demais, beber demais, mascar chiclete, apostam...
Deslocamento - na ausência do objeto de desejo, desloca-se o impulso para outro.
Identificação - assume a identidade total ou parcial de outra pessoa que julga ser menos suscetível à
ansiedade que sofre.
A Psicanálise,
É teoria e prática (terapia).
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Procedimento para investigação de processos mentais inacessíveis por outro modo. Método
investigativo.
Trata distúrbios neuróticos.
Libera materiais inacessíveis para serem tratados conscientemente, e a energia liberada pode ser
usada pelo ego para atividades mais saudáveis, minimizando as atitudes autodestrutivas.
O propósito é libertar os complexos reprimidos pelo desprazer e que geram resistência. Trazer à
lembrança as primeiras manifestações da vida sexual infantil.
É nas primeiras 3 fases de desenvolvimento(Oral , Anal e Fálica) que se constroem as formas
como o ego vai lidar com os impulsos libidinais, a forma de solucionar e de se defender deles (a
forma como a personalidade reagirá socialmente). Reestabelecer o melhor funcionamento do ego.
O corpo é a base e o centro da personalidade, pois a energia libidinal deriva da energia física
e as pulsões básicas são somáticas.
As primeiras relações sociais estão no núcleo familiar e são determinantes. Principalmente na
fase fálica, frente às primeiras demandas eróticas em relação aos pais.
A vontade determina a repressão do que causa ansiedade. Obsessão muito poderosa pode
causar paralisia de vontade.
As emoções são vias para o alivio das tensões e apreciação do prazer. Ligada às forças
motivadoras e permite ao ego evitar o que lhe causa ansiedade.
O intelecto é instrumento do ego.
O self = corpo+instintos+processos conscientes+inconsciente.
O terapeuta
Ajuda o paciente a relembrar, recuperar e reintegrar os materiais inconscientes.
Não expondo sua personalidade ele ajuda o paciente a transferir infinitos materiais, trazendo o que
está no passado para a terapia.
O terapeuta vai expor explorar e isolar os instintos negados e distorcidos.
Para Freud, não há acaso psicológico. Mecanicista, ou seja, para toda ação tinha uma causa.
Aceitou que todos os fenômenos podem ser reduzidos ás explicações físicas (fisicialismo).
Dividiu as neuroses em:
Psiconeuroses - causas psíquicas. Expressão simbólica de conflitos na infância.
Neurose atual - causadas por disfunções somáticas. Insatisfação sexual. Os sintomas
não passam pelo psíquico.
70
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Skinner e o Behaviorismo Radical
Base do seu trabalho foi o comportamento observável e a modificação tópica e não globais.
Skinner nunca negou a existência da mente como muito acreditam.
É uma teoria extensa e complexa como a de Freud.
Behaviorismo é uma filosofia da ciência.
Analise científica do comportamento - isolar partes específicas de um evento complexo e
analisá-las. Síntese e análise. Indução.
Método objetivo, rigor metodológico experimental. Ciência descritiva preocupava-se com
leis.
Darwin - seleção e adaptação. Os comportamentos são moldados pelo ambiente.
Controle, predição e interpretação do comportamento.
O comportamento é aquilo que é passível de observação.
Os behavioristas: Metodológico considerava apenas o que era público.
Radicais analisam a funcionalidade do comportamento operante e respondente.
O comportamento é um produto de forças que agem sobre a pessoa e não apenas uma escolha
pessoal; fruto de algo singular em um processo circular de eventos. É tudo que responde às
mudanças em contingências.
Personalidade é a coleção de padrões comportamentais. Situações diferentes, comportamentos
diferentes. Skinner foi indiferente às variáveis estruturais, foi mais funcional, tratando de
comportamentos modificáveis e não de fixações. História de comportamentos adquiridos pela
pessoa. Singularidade ou idiossincrasia consequente da variabilidade comportamental.
O Condicionamento pode ocorrer com ou sem consciência; e assim se mantém. É mais eficaz
quando há consciência e cooperação.
Conceitos básicos:
1-Condicionamento respondente - comportamento reflexo. Lembram o cachorrinho de Pavlov?
Ele babava só de ouvir o barulho que foi emparelhado com o estímulo comida. São estímulos
neutros (barulho) que após serem associados a um estímulo eliciador reflexo (comida) são capazes
de produzir a mesma resposta (babar) que o estímulo original. Controlado por seus antecedentes. O
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estimulo condicionado pode ser emparelhado com outros estímulos neutros, o que o torna também
um estímulo condicionado pelo processo de condicionamento de ordem superior ou de ordem
múltipla (aquisição de comportamentos emocionais, por exemplo).
2-Condicionamento operante - enfraquecido ou fortalecido por eventos que seguem à resposta
emitida. Aumenta se após vem um reforço. Controlado por seus consequentes. A pessoa modifica o
ambiente é modificada por essa ação. Influenciado pelos efeitos do ambiente. As consequências
regulam a sua frequência. Classe de respostas. Probabilidade de ocorrer ou não.
3-Contingência - alinhamento estímulo - resposta - consequente.
Discriminação - estimulo discriminativo gera resposta discriminada. Medida de resposta.
Generalização - também medida de resposta. Situações antes específicas são ampliadas, de
forma que estímulo específico pode levara a diferentes respostas ou estímulos semelhantes e
amplos podem levar a uma resposta específica.
Reforçamento - qualquer estímulo que aumenta a probabilidade de uma resposta ocorrer.
Punição - estímulo aversivo associado a um comportamento que deve ser proibido. Reforça o
punidor. Punição positiva (apresenta o estímulo aversivo). Punição negativa (retira o reforço).
Modelagem - processo de reforçamento por aproximações sucessivas com um
comportamento alvo.
Reforço positivo (aumenta o comportamento desejado).
Reforço negativo (retirada da punição. Fuga).
Reforço primário (reforço direto).
Reforço secundário (estímulo neutro que foi emparelhado com o reforço primário. Exemplo é
o dinheiro).
Análise funcional - análise em termos de causa e efeito. Maneira mais adequada de obter controle.
Variável: Dependente (aquela que é observada)
Independente (aquela que é manipulada)
A análise funcional estabelece a relação entre as variáveis acima.
Descrições de comportamentos nessas bases ajudam a prever os comportamentos futuros e
promover mudanças. Sem necessidade de se remeter a explicações internas e circulares.
Eventos como emoções são fruto de contingências.
Esquemas de reforço - por intervalo (independe total ou parcial de emissão de respostas, porque o
reforço é liberado após a primeira resposta emitida após o final do tempo)
72
Por razão (depende de resposta).
1-Esquemas de intervalo fixo (após x tempo recebe reforço. Alta frequência de resposta no final do
intervalo).
2-Esquemas de intervalo intermitente (tempo aleatório. Alta frequência de resposta o tempo todo).
3-Esquema de razão fixa (tem que emitir x respostas para ter reforço. Facilita a discriminação.
Alta frequência de resposta)
4-Esquema de razão variável (aleatório). Contínuo (todas as respostas são reforçadas. usado após
modelagem)
OBS: O intermitente é o melhor para a manutenção de respostas.
Lei empírica do efeito - um evento reforçador aumenta a probabilidade de o comportamento
ocorrer em situações futuras.
O corpo para Skinner é tudo o que se comporta. Ser uno.
Comportamento social - modificamos nosso comportamento por relações interpessoais que
estabelecemos. Comportamento verbal. A personalidade é grandemente expressa em contexto
social.
Cabe ao terapeuta:
Interessar-se por eventos reais e não em estruturas internas.
O sintoma é a doença
A sessão não é ameaçadora.
O terapeuta ensina, treina.
Relacionamento positivo
Compreensão explícita e consensual do ocorrido.
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Lewin e a Teoria do Campo ou Psicologia Topológica
Vinculada à maneira como a pessoa interpreta, por suas percepções, a personalidade, as emoções e
o espaço de vida.
Base gestáltica
Fundamentos:
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1-o comportamento é função do campo em que está inserido no determinado momento, e deriva da
coexistência de fatos.
2-a pessoa concreta pode ser interpretada matematicamente se em uma situação concreta, pois as
pessoas devem ser interpretadas separadas do todo, por palavras ou por representação gráfica
diagramática, e esta pode ser representada matematicamente. A pessoa é uma figura fechada, dentro
de outra maior e também fechada.
3-faz-se análise, ou seja, parte-se do todo para as partes fragmentadas. O campo é a totalidade da
coexistência de fatos.
4-A região entre a pessoa e a figura que a circunda é chamada de ambiente psicológico (dividido
em regiões parciais, onde é possível fazer locomoção).
O espaço total é o espaço de vida (universo no qual o psicólogo trabalha. Totalidade de fatos
possíveis que determinam o comportamento de uma pessoa e que devem ser analisados e
compreendidos. -Rede de sistemas interconectados-).
E o que está fora é o não psicológico (mundo físico. Invólucro externo do espaço de vida e podem
influenciar o espaço psicológico).
5-Comportamento é função do espaço de vida. Portanto, cabe ao terapeuta analisar o que é ou não
possível nesse espaço. Estabelecer a natureza dos fatos. Compreender o momento psicológico
concreto e não predizer o que pode ocorrer.
Cabe compreender onde a pessoa está em seu ambiente psicológico.
Os fatos psicológicos também exercem influencia no mundo não psicológico, portanto há
permeabilidade entre as fronteiras.
A pessoa não é parte do ambiente psicológico, mas a fronteira entre a pessoa e o ambiente é
permeável. A pessoa é heterogênea. O ambiente é homogêneo.
As regiões parciais são definidas pelos fatos psicológicos separados que existem em um dado
momento. Os fatos das regiões intrapessoais são as necessidades, e os das regiões do ambiente
psicológico são as valências.
Locomoção - as regiões se entrelaçam e determinam o grau de influência no comportamento. Se
locomoções podem ser feitas entre as regiões, é porque elas estão estritamente conectadas e
com acessibilidade entre si.
A direção da locomoção é determinada por:
Força das fronteiras das regiões,
Fluidez dessas fronteiras das regiões
Fatores dinâmicos.
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Psicologia do vetor envolve conceitos dinâmicos que explicam a representação estrutural do espaço
de vida, ou o mapa do caminho. As dinâmicas são:
1-Energia - energia psíquica é liberada quando o sistema psíquico tenta se reequilibrar após situação
de desequilíbrio. A pessoa é um sistema complexo de energia e a energia psíquica é o trabalho
psicológico.
2-Tensão - causa o desequilíbrio, devido ao seu aumento em uma parte do sistema, e resulta de
estimulação externa ou mudança interna. A região com tensão é um sistema. As tensões são
igualadas por processos (pensar, agir, sentir, lembrar). Propriedade do sistema intrapessoal.
3-Necessidade - conceito motivacional. Gera a tensão. Cabe representar as necessidades na
realidade psicológica, para se compreender o momento. Dependem em grande parte de fatores
sociais. Difere de quase necessidade (intenção focal - fome). Conferem valor ao ambiente,
organizando-o em regiões convidativas e repelentes.
4-Valência - propriedade conceitual de uma região do ambiente psicológico. Coordenada com uma
necessidade. Também é influenciada por não psicológico. Não é a força motivadora da ação, apenas
conduz a pessoa pelo ambiente psicológico. Valência positiva (vetores apontam para a pessoa),
valência negativa (vetores apontam em direção oposta).
5-Força ou vetor - coordenada com a necessidade mas diferente de tensão. Existe no ambiente
psicológico. Direção, potência e ponto de aplicação - propriedades matemáticas de um vetor.
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Kelly e o Constructo Pessoal
Alternativa de constructo - o mundo pode ser percebido de diversas formas, com diferentes
alternativas, portanto não é preciso pensar que se está preso a um único arranjo.
Posição positiva em relação à Freud.
As pessoas são livres para escolher como querem ver o mundo e como desejam agir. As alternativas
exercem influências diversas nos comportamentos das pessoas.
Homem-cientista - desenvolvemos hipóteses sobre nosso comportamento e depois testamos as
teorias. Construindo-se sistemas antecipatórios que ajudam a compreender cada vez mais as
consequências dos comportamentos.
A pessoa não sadia é um mau cientista - não consegue adequar a antecipação com o
comportamento.
Portanto, a chave para entender o comportamento é compreender que as pessoas querem
adequar a consequência com a ação.
A personalidade é o conjunto de constructos pessoais que as pessoas usam para gerar as
predições. Como a pessoa constrói, compreende e interpreta o mundo.
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Portanto, o autoconceito é o mais importante para a sua teoria da personalidade, considerando-se os
contructos de papel nuclear para a compreensão do comportamento.
A teoria de Kelly depende da compreensão de como as pessoas entendem e interpretam o seu
mundo.
Para esse autor, as pessoas são ativas por definição, sem precisar explicar o porquê - essa é a sua
critica às teorias da motivação. Elas agem devido às percepções que seguem às suas
interpretações do mundo, e não por forças que agem sobre elas.
Rejeitava os rótulos.
Constructo pessoal - unidade fundamental de sua teoria. Infere identidade a uma pessoa ao mesmo
tempo em que determina semelhanças entre as pessoas. São bipolares (como dois são iguais ao
mesmo tempo em que são diferentes de um terceiro).
Possui um intervalo de conveniência (intervalo limitado de aplicação)
Um foco de conveniência (classe de objetos para qual ele é mais relevante).
Compreensão do mundo.
Oferece um movimento, de forma que haja uma escolha dual entre:
Percepções alternativas
Ações alternativas,
Ou seja, tem natureza dicotômica (o mundo é interpretado com gradações).
Constructos dicotômicos geram escalas supraordenadas dessas gradações.
A permeabilidade de um constructo o diferencia de outros constructos.
Parecido com o conceito de generalização (como podem ser aplicados a outros constructos):
Preemptivo - nada mais sobre o objeto é importante.
Constelatório - desencadeia outros constructos, mas sem adicionar informações.
Proposicionais - difere constructo nuclear (essenciais na definição de quem à pessoa é, e por
isso são difíceis de mudarem)
Periférico (menos importantes e mais fáceis de serem mudados).
Consciência cognitiva - seria o inconsciente de constructos que não estão accessíveis.
Os constructos são representados e modificados por palavras, porém, existem aqueles anteriores à
aquisição da linguagem.
Ou, um dos pólos do constructo fica suprimido pelo fato da pessoa não conseguir tolerar qualquer
significado proveniente dessa estrutura.
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Postulado fundamental - a pessoa una possui uma rede de significados com expectativas do que
pode acontecer ao se comportar de determinada maneira. Antecipação dos eventos.
Os 11 corolários de Kelly:
1-De construção - interpreta a reprodução de evento de forma que possa antecipá-lo. Como se fosse
à interpretação de um reforço.
2-De individualidade - as pessoas diferem por suas interpretações a eventos e por seus sistemas de
interpretação das antecipações dos eventos.
3-De organização - os constructos estão organizados de forma hierárquica e que define a sua
personalidade. Flexível.
4-De dicotomia - número finito de constructo dicotômico no sistema de interpretação de uma
pessoa.
5-De escolha - quando se escolhe os valores que regem os constructos dicotômicos para que se faça
uma escolha. A escolha se dá pela interpretação daquilo que pode melhorar a antecipação dos
eventos. Comportamento seguro ou arriscado. Ampliar o intervalo de conveniência do constructo.
6-De intervalo - antecipação de um intervalo finito de possibilidades.
7-De experiência - é a constante análise da interpretação do sistema e a sua consequência real.
Interpretação e reinterpretação. Os dados que validam as hipóteses e que também mudam a sua
significação.
8-de modulação - a interpretação feita por um sistema é limitada pela permeabilidade entre os
constructos.
9-de fragmentação - fluidez dos constructos. São flexíveis, ou seja, não se mantém fixos com o
passar do tempo. A consistência está relacionada com o momento em que a pessoa vive.
10-de comunalidade - interpretações iguais levam a comportamentos iguais (ou semelhantes),
independente da semelhança do evento eliciador.
11-de sociabilidade - relações interpessoais, entre elas a terapêutica. As pessoas só se relacionam se
conseguirem compreender os sistemas de interpretação uma da outra. Conflitos são explicados por
essa falta de compreensão.
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Fromm e o Humanismo Dialético
Marxista - uma orientação pelo Socialismo Comunitário Humanista.
A personalidade é fruto do social. Maneira real de realizar potencialidades internas
determinadas por arranjos sociais; desenvolvendo-se em concordância com a sociedade em
que está inserida.
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Quando a pessoa se separa da natureza e da sociedade, ela se sente solitária e isolada.
A liberdade é ruim, pois tornou o homem, com o passar do tempo, sozinho. O homem
começou a tentar escapar da liberdade. E para isso ele precisa se unir com outras pessoas, no
amor e no trabalho compartilhado.
Obstáculos ao tentar escapar da liberdade:
1-Fuga pelo autoritarismo
2-Fuga pela destrutividade
3-Fuga pela conformidade de autômato - o pseudo self.
Buscava resolver a contradição básica dos seres humanos - ser parte da natureza x ser
separado dela. Animal x humano.
Na condição de existência humana, e consequentes da evolução, surgem 06 necessidades:
1-de relacionar-se - arrancados da união primária de animal com a natureza. Precisa do
amor produtivo.
2-de transcendência - ser criativo e deixar de ser criatura (animal). Se impulsos criativos
forem frustrados, a pessoa se torna destruidora. Amor e ódio são respostas às tentativas de
transcendência.
3-de enraizamento - ser parte integral do mundo. Quando bebê tem raízes com a mãe, mas
se esta persistir passa a ser fixação perniciosa. São os sentimentos de afinidade com outros
homens e mulheres.
4-de identificação - único. Pessoal. Esforço criativo individual. Pertencer a alguém, grupo.
5-de estrutura de orientação - referência. Pode ser:
Irracional
Racional
Ou ambas.
Estabilidade de compreensão e percepção do mundo.
6-de excitação e estimulação - estímulos simples (entendiantes. Produzem respostas
automáticas em termos de pulsões) x estímulos ativadores (buscar objetivos)
Fromm definiu 05 tipos de caráter social (maneiras de se relacionar com o mundo):
1. Receptivo
2. Explorador
3. Açambarcador
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4. Comerciante
5. Produtivo - único saudável.
Esses tipos de caráteres sociais existem ao mesmo tempo em cada ser humano, porém uns
podem se sobrepor aos outros.
Além disso, Fromm definiu, posteriormente, mais dois tipos:
1-Necrófilo
2-Biófilo
Definiu também dois modos de vida:
1-Modo de ter - possuir e consumir recursos
2-Modo de ser - compartilhar.
Fromm acreditava que as crianças precisam ser educadas para agir de modo que um dado
sistema econômico e social seja mantido. Mas, ao mesmo tempo, se a sociedade tem
interesses e exigências contrárias à natureza humana, isso frustra; é a sociedade que está
doente.
Quando a sociedade muda algum aspecto, isso se reflete no caráter social da pessoa.
Se a antiga estrutura não se ajustar na nova sociedade, aumenta o senso de alienação e
desespero na pessoa.
A sociedade deveria ser capaz de possibilitar a transcendência da pessoa, o seu sistema de
orientação e devoção.
Fromm definiu, por fim:
Natureza humana é inata
A sociedade tem como objetivo possibilitar ao ser humano expressar sua natureza
Nenhuma sociedade até hoje conseguiu cumprir isso
Essa sociedade pode ser criada a qualquer tempo.
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Horney e suas modificações e extensões da Psicanálise de Freud
Discordava de Freud quanto à imutabilidade das forças biológicas.
Negava o complexo de Édipo.
Desprezava: A prioridade sexual;
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Os conceitos de libido;
As estruturas freudianas de personalidade.
O termo inveja do pênis
Acreditava que os homens poderiam mudar e continuar mudando conforme seus desejos.
Era feminista.
O complexo de Édipo para ela é uma ansiedade devido às perturbações como:
Rejeição,
Superproteção
Punição de pai ou mãe.
Acreditava que os homens tinham inveja do útero da mulher e por isso a depreciavam.
A psicologia feminina tinha ênfase:
No relacionamento amoroso
Na falta de confiança.
A psicanálise poderia ser uma ciência dos seres humanos.
Foco cultural - a pessoa com problema é enteada da cultura que está inserida.
Seu conceito fundamental foi o de ansiedade básica:
1-sentimento que a criança tem de estar desamparada e isolada em um mundo hostil.
2-Pode resultar de várias ações dos pais com os filhos quando crianças.
3-As crianças experienciam naturalmente a ansiedade, o desamparo e a vulnerabilidade.
Mal básico - fatores adversos. Experienciado na forma de ressentimento gera a
hostilidade básica.
4-Internalização de estereótipos culturais negativos e de conflitos internos
5-Tudo que perturba a segurança da criança em relação aos pais.
6-Produz necessidade excessiva de afeição
Preocupações com segurança e a alienação intrapsíquica e interpessoal são as forças
motivacionais primárias da personalidade.
As crianças lidam com a hostilidade básica reprimindo-a.
A criança ansiosa pode ficar:
Hostil contra os que lhe causaram dor
Submissa para retomar o amor perdido.
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Pode tentar obter poder sobre os outros.
Obstáculos:
1-Preocupações - estrutura protetora que leva a um falso sentimento de segurança.
2-Tendências neuróticas - o centro das perturbações são as tentativas de lidar com a vida.
3-Repressão alta da hostilidade - aumentando o conflito e levando a círculo vicioso.
Pela agressão, os seres humanos tentam proteger sua segurança.
Necessidades neuróticas (que para Horney são irrealistas e que são a origem de todos os
conflitos internos):
1-de afeição e aprovação - desejo indiscriminado de agradar outros
2-de um parceiro que assuma a vida da pessoa - parasita
3-de restringir a vida a limites estreitos - contenta-se com pouco
4-de poder - desrespeito pelos outros
5-de explorar o outro
6-de prestígio - quantidade de reconhecimento público recebido
7-de admiração pessoal - desejo de ser sempre admirado
8-de realização pessoal - realizações cada vez melhores;
9-de autossuficiência e independência - solitário.
10-de perfeição e não vulnerabilidade - infalível. Buscam falhas em si a serem
corrigidas.
Posteriormente, Horney definiu apenas 03 grupos de necessidades:
1. Aproximar-se das pessoas
2. Afastar-se das pessoas
3. Ir contra as pessoas
A diferença entre um conflito anormal e um normal é o grau de disparidade. O neurótico pode
afastar do self real e buscar uma solução idealizada.
A criança devido à hostilidade e à ansiedade pode ver o self real como inadequado.
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Autoimagem negativa. Self desprezado. Cria uma imagem idealizada do que deveria ser. Self
idealizado. É a tirania do deveria ou busca da glória.
O neurótico busca a pessoa que deveria ser. Desenvolvendo pontos cegos ou compartimentos
que dificultam que ele enxergue as discrepâncias entre o seu comportamento e o self
idealizado. Pode também se expressar por racionalização (pseudossoluções).
Podem também achar que os eventos estão externos.
Os conflitos decorrem de condições sociais e de experiências da infância; diferentemente de
Freud que os considerava inatos.
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Sullivan e a Teoria Interpessoal da Psiquiatria
Defendia uma visão social dos estágios definidos de desenvolvimento da
personalidade.
Não quer dizer que a duração dos estágios é taxativo, pois o organizamo é plástico e
maleável, a personalidade pode mudar a qualquer tempo em função de interações sociais.
A personalidade é um padrão duradouro de situações interpessoais contínuas e
recorrentes. Entidade hipotética. Ilusão. Não pode ser separada do social sob risco de não ser
possível estudá-la assim. A unidade de estudo é a interação social. Dinâmica e centro de
interação de campos interpessoais. cabe a ela reduzir as tensões, pois é um sistema de
energia.
Comportamento interpessoal é tudo que se pode observar como personalidade.
Não há entendimento isolado, apenas contextualizado no social.
Desde o nascimento o homem é membro de um campo social.
Os produtos humanos são frutos de interações sociais.
O organismo é social, deixando de ser biológico a partir do momento em que o social
modifica o biológico. Ex: maneira socializada de respirar.
Todos os processos psicológicos tem caráter interpessoal.
A estrutura da personalidade possui alguns processos como:
1. Dinamismo - menor unidade a ser estudada. Padrão duradouro,
persistente e recorrente de transformação de energia (comportamentos).
82
Caracteriza o organismo vivo. Hábito. Caracterizam as relações
interpessoais. Os dinamismos básicos são os mesmos para todos, mas a
forma de expressão depende do contexto social. Satisfazer necessidades
básicas.
2. Autossistema - dinamismo que nasce da ansiedade (dinamismo
do self ou autossistema). Ansiedade é produto das relações
interpessoais. Tramita da mãe para o bebê. Sanciona alguns
comportamentos, proíbe outros e exclui os desagradáveis da
consciência. Filtro da consciência. Isolado do resto, tende a se inflar
conforme a ansiedade aumenta na pessoa, impedindo-a que faça
julgamentos objetivos. Produto dos aspectos irracionais da sociedade.
3. Personificações - imagem que possui de si e de outro. Decorrem
das experiências de satisfação e de ansiedade. Representações que
carregam informações que distorcem o real. Eu-bom e eu-mau.
4. Processos cognitivos - como a experiência é assimilada. Para
Sullivan são três formas: protáxica (primeiros meses de vida. condição
para que surjam os outro meios. Descontínuo); paratáxica (relaciona
casualmente eventos que ocorrem ao mesmo tempo mas que não estão
relacionados, como supertições); sintáxica(atividade simbólica real e
verbal. Pensamento elaborado)
Estereótipos são personificações compartilhadas, com ampla aceitação social e
transmitidas por gerações.
Obstáculos:
1. Autossistema inflado.
2. Autopersonificações tendem a atrapalhar a autoavaliação
objetiva.
Fontes de tensões:
1. das necessidades do organismo
2. resultam das ansiedades
Ansiedade é a resultante de tensão gerada por ameaças reais ou imaginárias. Varia de
intensidade, e quanto maior mais afeta a eficiência da pessoa, perturbando suas relações
interpessoais e gerando confusão de pensamentos.
83
Na forma menos grave a ansiedade pode ser informativa.
O dinamismo é conectado à zonas corporais que são receptores de estímulos.
Estágios de desenvolvimento da personalidade definitivos:
1. Infância - nascimento até fala articulada. Zona oral é a zona
primária. Amamentação como primeira experiência primária. Transição
do modo prototáxico para o paratáxico. Dinamismo de pataia e
desligamento sonolento. Movimentos coordenados. Autossistema
rudimentar. Organização das personificações e da aprendizagem.
2. Meninice - organização sintáxica. Aprendizagem da linguagem.
Autossistema mais coerente. Início da concepção de gênero.
Dramatizações (brincar de ser adulto). Aparece a sublimação
(substituição do que causa dor por comportamentos sociais aceitos), se
dedica a atividades que visam diminuir a ansiedade e evitar a punição.
Transformação malevolente (sentimento de que vive com inimigos
causada por experiências dolorosas)
3. Idade juvenil - anos iniciais do ensino fundamental.
Socialização, competitividade e cooperação. Ostracismo, desprezo e
sentimento de pertencer a um grupo. Controle internos, presta atenção
somente ao que interessa. Estereótipos. Diferenciação da fantasia e do
real. Surge a orientação na vida.
4. Pré-adolescência - breve. Necessidade de relacionamento íntimo
com mesmo sexo. Amigo. Relacionamentos humanos genuínos.
5. Adolescência inicial - padrão de atividade heterossexual.
Puberdade experienciada como desejo sexual. Zona genital.
Necessidade erótica com o sexo oposto. necessidade de intimidade com
o mesmo sexo. Se essas necessidades não se separarem, surge a
homossexualidade (????????? Que viagem!!). Período persiste até que
um padrão de satisfação das pulsões genitais seja encontrado.
6. Adolescência final - do padrão de satisfação das pulsões
genitais até o estabelecimento de relações maduras interpessoais.
Aperfeiçoamento das relações interpessoais. Desenvolvimento
sintáxico. Ampliação do horizonte simbólico. Estabilização do
autossistema.
84
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Jung e a Psicologia Analítica
Descendente da Psicanálise, porém divergia de Freud quanto à origem da libido. Não a
considerava unicamente como sexual, para ele ela também tinha função nutricional e de
crescimento.
Buscou a compreensão da alma humana.
Rejeitava o complexo de édipo. Explicava o apego da criança em função de sua
dependência para sobreviver.
Teve contato com Bleuler que trabalhava com a teoria do associacionismo de base
verbal. Uma palavra indutora era dada para que a pessoa falasse o que lhe viesse à mente.
Jung acreditava que isso era suficiente para atingir conteúdos emocionais ou as áreas
de bloqueio que estavam no inconsciente. Surge o complexo psíquico (ideias ou
representações afetivamente carregadas e autônomas da consciência) como consequência
desse aprendizado.
Há um núcleo que possui alta carga afetiva e que estabelece relações com outros
elementos - psiquê parcelada.
Inconsciente para Jung era uma outra metade da psiquê. Composto de memórias
esquecidas, experiências reprimidas e percepções subliminares. Pessoal.
Inconsciente coletivo - impessoal e transpessoal. Conteúdos universais não
vinculados às experiências pessoais (os arquétipos). São sensações, pensamentos e memórias
compartilhadas por todos. É como o ar, todos respiram, mas não pertence a ninguém.
Arquétipos - imagens primordiais. Habitam o inconsciente coletivo. Surge da
interação co o ambiente, e são preenchidas por matéria da realidade. Necessários para a
autorregulação da psiquê. Condições ou modelos prévios de existência para a formação da
psiquê. Não possuem conteúdo próprio, podem ser integrados à consciência, mas não podem
ser recusados ou destruídos. Devem ser trabalhados a vida inteira. São arquétipos
as estruturas da personalidade (responsáveis pelo processo de individuação):
1. O ego - centro da consciência. Maior arquétipo. Contrapõe-se a
qualquer ameaça. Convence a sempre planejar e analisar. Conteúdos
conscientes derivados da experiência.
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2. A persona - forma que nos apresentamos ao mundo. Caráter.
Papéis sociais. Estilo de expressão pessoal. Aspectos positivos e
negativos. Arquétipo de conformidade (superficialidade no papel
social). Protege o ego e a psiquê das diversas forças sociais
invasivas. Instrumento de comunicação. Máscara. A identificação do
ego com a persona, ou sua ausência, é fonte de neurose (viver limites
sociais)
3. A sombra - centro do inconsciente social. Material reprimido
pela consciência. Inferior na personalidade. Surge com a rejeição do
ego da imagem ideal social. O material reprimido se aglutina formando
um self negativo. É perigosa quando não é reconhecida. É um depósito
de energia instintiva, espontânea e de vitalidade. Fonte da criatividade.
origem no inconsciente coletivo.
4. Anima (homens) e Animus (mulheres) - ponto de convergência
para todo o material psíquico que não se adapta à auto-imagem.
Contrassexual inconsciente. Mais influentes reguladores do
comportamento. Fonte de projeção.
5. Self - arquétipo central. Ordem e totalidade. Organizador.
Determina o desenvolvimento psíquico. centro do processo de
individuação, da complementação total do inconsciente e do
consciente. Nos sonhos é um círculo ou quadrado, velho ou velha,
criança divina, duplo...
O processo de individuação é a capacidade de tornar-se um ser único.
Autodesenvolvimento. aproximação do consciente e do inconsciente.
As atitudes:
1. Introversão - orientado para o seu interior. Introspecção.
Enclausuradas.
2. Extroversão - orientado para o seu exterior. Sociáveis.
Valorizam muito a ideia do outro em detrimento da sua.
Introversão e extroversão são mutuamente exclusivas. Não possuem hierarquia,
dependem de contexto. O ideal é o equilíbrio entre ambas, e não a fixação em um tipo. Exige-
se flexibilidade para ser equilibrado.
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As funções psicológicas fundamentais:
1. Pensamento - verdade que dá base para julgamentos impessoais,
lógicos e objetivos. Decisões. Grandes planos.
2. Sentir - sentimento. Alternativa para julgamentos e decisões.
Baseado em valores próprios. Emocional. Valor às consistências e
princípios abstratos.
3. Sensação - o que é concreto, pode ver, tocar, ouvir. Aquisição de
informação. Percepção de detalhes.
4. Intuição - processamento de informações com base no que
experienciou no passado. Importa mais o que poderia ser do que a
vivência propriamente dita. Processos inconscientes. Objetos futuros.
1 e 2 são formas de tomar decisões e julgar. 3 e 4 são formas de aprender
informações.
Para Jung: função que assegura que algo está aqui (3); função que estabelece o que é
(1); função que determina o significado (2); função que diz de onde veio e para onde vai (4).
Os símbolos - são formas de expressão do inconsciente. Não concretiza o arquétipo,
mas se muito ligado pode evocar resposta carregada afetivamente. É uma coisa em si.
Dinâmico. Representa uma situação psíquica da pessoa, e se torna a situação em si.
O signo é algo vago, representando alguma outra coisa.
Os sonhos possuem muitas imagens simbólicas e emoções intensas. Papel
complementar ou compensatório. Moldam o pensamento. Retomam o equilíbrio. Jung fazia
análise dos símbolos do sonhos, distanciando-se da livre associação psicanalista. Símbolos
com mais de um significado, portanto é preciso analisar as atitudes, a experiência e a
formação da pessoa.
Obstáculos para o crescimento:
1. No processo de individuação
2. Identificação com a persona
3. A sombra
4. Confronto com o anima ou animus
5. Material coletivo, sendo engolido pelo inconsciente. Ocorre a
inflação do ego ou impotência do ego.
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Cabe ao terapeuta estar aberto às mudanças, em consequência da unidade terapêutica.
Ouvir atentamente.
Existem dois estágios de processo terapêutico:
1. Análitico - confissão. Retomada do material inconsciente.
Elucidação do material. Dependência do terapeuta.
2. Sintético - educação (sair do insight para novas situações). Final
é a transformação (do relacionamento, com diminuição da
dependência).
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Adler e a Psicologia Individual
Acreditava que o comportamento era determinado por forças individuais - sendo
possível compreender a personalidade pela investigação dos relacionamentos sociais e
atitudes frente aos outros. Impulsos sociais propulsionam. Seres humanos são sociais.
Interesse social - potencial inato para cooperar com os outros. Se desenvolve por
aprendizagem na infância. Desenvolve o comportamento cooperativo. Ajudar a sociedade a
ser melhor. Contexto social. Trabalhar pelo todo compensa a fraqueza individual.
Os tipos de relacionamentos sociais são determinados pela natureza da sociedade em
que a pessoa vive.
Reconhecia a importância dos primeiros anos de vida na formação do individuo, como
Freud.
Minimizava o papel do sexo na determinação da personalidade. Era apenas mais um
força propulsora para o alvo premente da vida: a superioridade ou perfeição. Essa meta é
universal. Pode ser tanto positiva como negativa. A gressão é importante para a busca do
poder (desejo de poder):
1. Poder masculino; fraqueza feminino. Protesto masculino
(supercompensação)
2. Grande pulsão ascendente. Busca da perfeição
3. Idiossincrático.
4. Processo de continua adaptação com o meio ambiente.
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Os objetivos de vida é a busca do domínio da natureza. Inicia-se na infância como
forma de dominação do sentimento de inferioridade.
Seres humanos são conscientes de suas motivação (diferente do que Freud pregava),
eles sabem as razões de seus comportamentos.
Enfatizou a unidade do ser, e não topologias.
A luta pela superioridade se expressa em todos os aspectos da personalidade.
A família é fator de desenvolvimento da personalidade.
Adler tinha deficiência física.
Um sentimento de inferioridade (as deficiências) é a força determinante do
comportamento. A incapacidade de compensar adequadamente os sentimentos de
inferioridade pode ocasionar o complexo de inferioridade (a pessoa se torna incapaz de lidar
com os fatos da vida; falta de poder).
1. Moderadamente pode impulsionar para realizações positivas.
2. Surge do senso de incompletude em qualquer área da vida.
3. Causa de toda melhora da condição humana. Impulsionado para
superar a inferioridade, em ciclos contínuos.
O estilo de vida é a forma como a pessoa se comporta de forma a compensar a
inferioridade real ou imaginária. Forma um todo consistente. Princípio do sistema (o todo que
comanda as partes). Se a superioridade pessoal substitui o interesse social, a pessoa fica a
parte. Começa a se formas a partir dos 4 anos, tornando fixo. São 4 tipos:
1. Dominador - muita atividade e pouco interesse social
2. Obtentor - espera receber tudo que precisa
3. Evitante - pouca atividade e pouco interesse social
4. Socialmente útil - age pelo social.
O self - ajuda a realizar o estilo de vida. Personalidade como um todo integrado. Mais
complexo que o estilo de vida. Poder criativo. O homem constrói a sua personalidade. Self
criativo (age sobre os fatos do mundo). Dá significado á vida, criando metas e meios para
alcançá-las. Não é uma entidade. Sistema subjetivo que interpreta e dá significado às
experiências. Self criativo.
A personalidade é singular, unitária, dinâmica, pessoal.
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Esquema de apercepção indica a concepção que a pessoa tem de si e do
mundo. Estilo de vida. O conceito é determinado pelo comportamento a pessoa. Auto-
reforçador. Apercepção (interpretação subjetiva do que foi percebido).
Teoria econômica - alguns conceitos base.
Cabe ao terapeuta:
1. Compreender o estilo de vida - procura os temas nos
comportamentos do paciente. Busca dos obstáculos na infância. Análise
da entonação e postura.
2. Ajudar na autocompreensão - do próprio estilo de vida. Apender
a ver erros e as conseqüências do comportamento.
3. Fortalecer o interesse social - fortalecer o apoio social. Prover
cuidados sociais e cuidados que não recebeu de seus pais.
Os obstáculos ao crescimento são (tende ao insolamento, à não-cooperação e ao
desinteresse social) :
1. Inferioridade orgânica - crianças deficientes tendem a ser
autocentradas. Se superam isso desenvolvem habilidades em grau
incomum
2. Superproteção - mimadas. Não confiam na própria habilidade.
Tornam-se exigentes. Manipulam seus pais, com poucos sentimentos.
3. Rejeição - não tem amor e cooperação. Não aprendeu isso.
Maltratados. Desenvolvem dureza de caráter, inveja, ódio.
Finalismo ficcional - Outra diferença com Freud é que Adler acreditava que a
expectativa do futuro tinha maior influência do que o passado. As expectativas ficcionais.
Metas ficcionais são causadoras de eventos comportamentais, pois são reais para a pessoa.
Princípio do finalismo (diferente do Princípio da causalidade de Freud).
Neurose - sintomas são defensivos e interpretáveis. Compensação das inferioridades.
Circulo vicioso. Salvaguardas:
1. Desculpas
2. Agressão
3. Distanciamento
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Reich e a Psicologia do corpo
Grande envolvimento marxista.
Neurose é baseada na falta de satisfação sexual
Fundou clinicas de higiene sexual para trabalhadores
No instituto Orgon, buscou provar a existência da energia orgônica ou vital (seria a
força biológica vital por trás da libido). Acreditava que liberar essa energia dos pontos em que
estavam acumuladas era a base do tratamento.
Baseado em Baker, e nos estágios psicossexuais de Freud, Reich acreditava que a
couraça estava organizada em sete segmentos de armadura ou anéis. As couraças se centram
nesses anéis: Olhos, boca, pescoço, tórax, diafragma, abdômen e pélvis.
Definia que, nos 5 primeiros anos de vida, o desenvolvimento psicossexual passava
por 4 fases, e em cada uma poderia ocorrer traumas (por insatisfação - hipotonia; ou por
repressão - hipertonia). As defesas que surgem com esses traumas definem o caráter (que se
dá de acordo com a fixação da libido) e as couraças:
1. Estágio ocular - olhos. Trauma: alarme/ medo
2. Estágio oral - boca. Trauma: abandono/raiva
3. Estágio oral - cervical/pescoço. Trauma: medo de perder o
controle
4. Estágio anal - torácico. Trauma: mágoa/tristeza
5. Estágio anal - diafragma. Trauma: angústia/ansiedade
6. Estágio fálico - abdominal. Trauma: tristeza/alegria
7. Estágio fálico - pélvico. Trauma: excitação
Caráter:
1. Origem em uma defesa do ego, na luta entre as pulsões e o
externo.
2. Atitudes e valores conscientes. Estilos de comportamento e
atitudes físicas.
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3. O conflito desejo libidinal x mundo dura a vida toda. Cabendo
ao superego estrutrar o caráter diante do conflito. São os traços de
caráter.
4. Caráter esquizoide - tensão no anel ocular. Ansiedade por não
ser acolhido pela mãe (fria ou odiosa). Desenvolvimento difícil.
Bloqueia a energia vital se encolhendo por dentro. Não engordam. Se
segura contra ameça de desintegração. Mecânicas. tendências autistas.
Explodem. Focado em si. Terror de ser destruído pelo ódio que sente da
mãe. Inseguro. Confuso. Isolado. Sensíveis. Perceptivos. Criativos.
5. Caráter Oral - 2 anos. O precisar da mãe é reprimido antes de
ter as necessidades satisfeitas. Pode ocorrer privação (não é nutrida pela
mãe o suficiente. Não desenvolve confiança. Não recebe afeto. Vazio
interno. Tendência à dependência. Problema de ser adulta. Bulimia.
Anorexia. Encontra dificuldade no mundo adulto. Afáveis.
Relacionamento fácil); e pode ocorrer compensação (recebe exagerado.
Mãe ansiosa. Dificuldade de ouvir)
6. Caráter psicopata - mãe que humilha ou exibe o filho. Até 4
anos. Impotência. Precisa da mãe. Energia no peito. Desejo de agradar
a mãe. Menos elaborado.
7. Caráter Masoquista - aprendendo a andar. Mãe dominante, pai
omisso. sente-se pressionada. Amor por ser obediente. Culpa.
ressentimento. Perda. Dificuldade em expressar as emoções.
8. Caráter histérico - sabe a diferença entre os sexos. Pais não
prestam atenção na criança. Pais congelam frente à sexualidade da
criança, assim deseja ser criança para ter afeto dos pais. Triste.
Nervosa. Dramática e teatral.
9. Caráter fálico-narcisista - pai rejeita a criança que luta para ser
adulta. sabe a diferença entre os sexo. Frustrada no prazer. Cresce
rápido. Não é permitido ser criança. Reprime emoção.Esforça-se para
ser perfeita e é competitiva.
10. Caráter genital - pessoa com potência orgástica. Freud usou
essa nomenclatura. Livre das limitações. capacidade de autorregulação.
92
Foi o primeiro analista a considerar a análise do caráter e não apenas os sintomas.
Buscava auxiliar os pacientes a perceberem seus traços de caráter.
Couraça caracterológica:
1. Emoções bloqueadas, não expressas.
2. Tensão crônica e inconsciente na musculatura
3. Soma total de todas as forças repressoras, organizadas de forma
coerente no ego.
4. Começa na infância, com os desejos sexuais impetuosos e o
medo de ser punido. A primeira defesa é a repressão, que com o passar
do tempo torna-se traço de caráter ou couraça.
Traços de caráter não são sintomas neuróticos:
1. Traços de caráter neuróticos - parte expressiva da personalidade.
Sente como parte. Pode ser resolução de um conflito reprimido ou uma
repressão rígida aceita pelo ego.
2. Sintomas neuróticos - experienciados como externo á psique.
A energia acumulada adquire força. Parte da energia é usada pelo ego como formação
reativa para reprimir o alvo.
Começou a trabalhar de forma direta o relaxamento da couraça, do músculo. O que
liberava energia libidinal e ajudava na análise. A couraça reprime a raiva, a ansiedade ou a
excitação muscular.
Couraça psicológica e física são a mesma coisa.
A couraça impede a vivência de fortes emoções, limitando e mudando os sentimentos.
Corpo e mente = um.
A função do orgasmo é a capacidade de descarregar a excitação. Orgasmo tem 4
fases:
1. Tensão mecânica
2. Carga bioenergética
3. Descarga bioenergética
4. Relaxamento mecânico
A função do orgasmo é essencial para a fonte de energia da neurose.
93
Neurótico tem energia sexual acumulada e potência orgástica limitada.
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Erik Erickson e os estágios psicossociais do desenvolvimento humano
Teorias sociopsicológicas descendente da Psicanálise
Ampliou os estágios de desenvolvimento humano - a personalidade continua a se
desenvolver ao longo da vida. Estágios contínuos.
Influencias sociais, culturais e históricas sobre a personalidade. Mesmo considerando
o biológico, o desenvolvimento é influenciado por interações sociais e pela aprendizagem.
Princípio epigenético - depende de forças genéticas, mas o social e o ambiental influenciam.
Ego é parte independente da personalidade
E o desenvolvimento da personalidade se dá pela busca da identidade do ego positiva.
São 8 estágios, e em cada um existe conflito ou crise a ser resolvida, e que surge
conforme o ambiente exige novas ações. Crises são confrontos com o ambiente, que exigem
mudança de perspectiva. Escolhe dois modo de lidar com a crise:
1. Modo adaptativo - desfecho positivo da crise. Surgem forças
básicas ou virtudes, que são interdependentes, ou seja, precisa que a
anterior exista.
2. Modo inadaptativo - inadequado.
Somente quando resolve o conflito que tem forças para passar para outro estágio.
Se não for bem-sucedido em uma resolução, pode resolver com base na resolução
bem-sucedida da etapa ulterior (posterior). Há esperança para Erickson, pois pode-se buscar a
força básica ou virtude, resolver de forma positiva a crise e fazer tudo de forma
consciente. Diferentemente do que Freud acreditava.
Mas, concordava com Freud quanto às bases biológicas da diferenciação sexual -
presença ou ausência de pênis.
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Os que alcançam um forte sentido de identidade conseguem enfrentar problemas da
vida adulta, já os que não conseguem passam a ter crise de identidade.
O ego incorpora equilibradamente forças positivas e negativas de cada etapa.
Em cada estágio há a forma positiva e negativa de reação à crise, e a força básica que
surge com a sua resolução.
Os estágios são:
1. Oral-sensorial - nascimento até 1 ano. Força positiva -
Confiança x Força negativa - desconfiança. Força básica - Esperança.
Aprende a receber e a aceitar o que lhe é dado para conseguir doar.
desconfiança mínima é necessária para a prudência.
2. Muscular-anal - 1 a 3 anos. Força positiva - Autonomia x Força
negativa - Dúvida, vergonha. Força básica - Vontade de aprender, de
decidir. Maturação muscular. Controle dos esfincteres e verbalizações.
Heteronomia e autonomia.
3. Locomotora-genital - 3 a 5 anos. Força positiva - Iniciativa x
Força negativa - culpa. Força básica - Objetivo, desejo de ser, de fazer
e conviver. Inicio da aprendizagem sexual (real ou fantasia).
4. Latência - 6 a 11 anos (puberdade). Força positiva - Diligência x
Força negativa - Inferioridade. Força básica - Competência pessoal e
profissional. Diminuem os interesses sexuais. Aprendizagem cognitiva.
Criatividade.
5. Adolescência - 12 a 18 anos. Força positiva - Coesão da
identidade x Força negativa - Confusão de papéis. Força básica -
Fidelidade, constância, projeto de vida. Resolução da crise de
identidade básica do ego. Formação da autoimagem. Integração do que
pensa sobre si com o que os outros pensam.
6. Idade jovem adulta - 18 a 35 anos. Força positiva - Intimidade x
Força negativa - Isolamento. Força básica - Amor, doação aos outros.
7. Adulto - 35 a 55 anos. Força positiva - Generatividade x Força
negativa - Estagnação. Força básica - Cuidado. Cuidado e educação dos
filhos. Capacidade de amar, se superar a crise. Responsabilidade
universal.
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8. Maturidade e velhice - 55 em diante. Força positiva -
Integridade x Força negativa - Desespero. Força básica - Sabedoria.
Soma de todos os modos psicossexuais. Integrador. Saber acumulado
durante a vida. Compreensão do significado da vida.
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Melaine Klein e as relações dos bebês:
Também de orientação psicanalítica. Mas diferentemente de Anna Freud, que
acreditava que o trabalho com criança era mais pedagógico e formativo, para Klein, era mais
analítico.
Base para a técnica de análise de crianças (psicóticos, boderlines e autistas)
O brincar da criança pode representar simbolicamente suas ansiedades e fantasias.
Como para Freud era difícil fazer análise de crianças, por causa da dificuldade verbal de
associações livres, MKlein começou a brincar como forma de expressões verbais para
associações livres, como forma de expressões simbólicas de conflitos inconscientes.
Trabalhou com crianças de um ano também.
Afirmou ser possível a transferência na análise infantil, diminuindo ou excluindo
qualquer intervenção pedagógica com os pais.
Brincar = sonho do adulto (descoberta de conteúdos latentes pelo brincar.
Fantasia inconsciente)
Fantasias presentes desde muito cedo na criança. São representações mentais de das
pulsões instintivas, que se torna figurativas e eliciam emoções e afetos.
Afirmou que o superego e o Complexo de Édipo existem em fases bem anteriores ás
que Freud definiu; desde muito cedo na criança.
Surge a Psicanálise kleiniana que contribuiu com:
1. Existência precoce do Complexo de Édipo ;
2. Existência de forma arcaica do superego, desde o nascimento;
3. Existência de transferência na análise desde a primeira sessão; e
isso implica em narrar e reeditar as experiências e padrões de
96
relacionamentos, uma vez que tudo que está na analise é direcionado
para o terapeuta.
4. Desenvolveu concepção concreta do mundo interno, com
linguagem própria.
5. Foca o aqui e agora; análise do que se faz e diz na hora da
sessão. Contato imediato e vivo.
6. Tríade de trabalho - angustia, defesa e fantasia inconsciente.
7. Amplia o conceito de instinto de morte (medo de não
sobreviver, além de fonte de ansiedade). Para ela, impulsiona o
desenvolvimento.
Afirmou que o interpretar na brincadeira para criança exercia influência em seu
psiquismo, melhorando o que aflige a criança (corrigir fixações e resolver conflitos).
Observava as conexões gerais e as dinâmicas que eram estabelecidas nas brincadeiras
e desenhos.
Meta - alcançar o domínio de suas angústias. Cabendo ao analista ir ao encontro da
angústia, mobilizá-la, recebe-la e devolver decodificado para a criança.
Brincar gratificam o impulso de realização do desejo da criança pelo domínio do
brinquedo
No brincar há a busca pela superação de experiências ruins. Transformando dor em
prazer.Superando a realidade.
O brinquedo ajuda a superar os medos instintivos e o perigo interno pela projeção no
externo; além disso ajuda a lidar com eles no futuro.
A angústia estimula o desenvolvimento do ego, para ele lidar com a angústia. O
estabelecimento com a realidade o fortalecimento do ego era resultados da análise, e não o
necessário para a análise como acreditava Anna Freud.
O contato com o que causa angustia ajudava a criança a lidar com a realidade e
renunciar determinadas defesas.
O primeiro objeto interno do bebê é a mãe (total ou parcial) e que pode ser boa ou má.
As sucessivas associações das pulsões com os objetos internos geram significados
afetivos para as experiências internas e externas.
Ao nascer, a criança já lida com o embate - amor x ódio:
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1. Organiza e satisfaz as necessidades físicas (pulsões de vida)
2. Nega as necessidades (pulsões de morte) - ataques invejosos
(inveja primária) destrutiva com o seio materno. Surge a angústia de
aniquilamento ou ansiedade de morte (o medo de não sobreviver).
Surgem também os mecanismos de defesa do ego primitivo (negação
onipotente, dissociação, identificação projetiva, introjeção,
idealização). Isso é levado em consideração na análise.
Essas duas pulsões levam ao movimento permanente de projeção-introjeção, que
gera os significados das experiências e afetos. O ego introjeta objetos (se desenvolvendo) que
passam a pertencer a ele, e o externo é projetado pelas fantasias inconscientes e das
experiências prévias (combinação do self com aspectos dos objetos passados e presentes)
Introjeção projetiva - o que é para fora, ao mesmo tempo que é perdido passa a fazer
parte da identidade do objeto externo. Gera a sensação de controle do objeto e ao mesmo
tempo que se sente dono dele.
Outros conceitos de Klein:
1. Posição - modo de ver a si e o mundo. Integração entre o tipo de
ansiedade o o mode de defesa do ego. Perdura por toda a vida.
2. Posição esquizoparanoide - ou ansiedade paranoide. Ameaça à
integridade do ego. O objeto é fonte de ameaça e não de amor, portanto
não importa a sua sobrevivência. Defesa para sobrevivência do ego.
Dissociação (partura entre self e objeto, do todo em partes -
experiencia prazerosa x experiência dolorosa. Seio bom x seio mau) e
identificação projetiva. Utiliza ambos os mecanismos de defesa, pois o
ego frágil se rompe para se defender. Aos 4 meses. reconhece parte de
pessoas. Projeta no seio o objeto de aniquilamento (pulsão de morte) e
teme a perseguição. A libido também se divide (o seio que dá prazer e o
seio que é mau).
3. Posição depressiva - ansiedade depressiva. Ansiedade por perda
do objeto de amor. Defesa contra a dor. Integração do que está disperso
no self - obejto total. Introjeção do seio bom. Aceitação da perda
progressiva com a ausência temporária da mãe. Relação com o objeto
total. Integra. Teme que seus próprios impulsos destruam o objeto de
amor. Surge a culpa.
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Seio bom - amamenta. Seio mau - não amamenta na hora que a criança deseja. Ama o
seio bom, odeia o seio mau, mas tem medo que este o destrua por vingança. Medo da
vingança é a ansiedade paranoide.
Com o desenvolvimento percebe que o seio bom = seio mau. Tem medo de perder o
seio bom. É a ansiedade depressiva.
Para Klein essas duas posições determinam sintomas patológicos mentais. Não basta
liberar o reprimido, é preciso equacionar esses dois mecanismos de ansiedade. Não adianta
trabalhar o sintoma sem compreender e analisar os processos.
O nascimento é a primeira fonte de ansiedade. No útero era seguro e uno. O ego
primitivo defende dessa experiencia dolorosa, com relações com objetos primitivos, fantasia e
realidade. Tende a integração, mas por ser desorganizado, o ego primitivo se divide -
ansiedade paranoide. É superado quando as experiências satisfatórias de prazer superam as
dolorosas; a pulsão de vida predomina. O desenvolvimento muda.
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TTP
Bom, TTP é uma coisa muito complicada de se estudar, na minha humilde opinião, pois existem
diversas abordagens psicoterapêuticas! A maior vantagem é que as Teorias da Personalidade dão
uma boa base para as técnicas psicoterápicas...Porém é preciso saber mais coisas.
Não temos tempo hábil para ler e reler todas as técnicas. Uma breve separação para fins didáticos
em TTP pode ser, por abordagem teórica:
Terapias psicodinâmicas
Terapias Comportamentais
Terapias Cognitivas
Terapias existenciais-humanistas
Terapias sistêmicas (comunicação)
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Terapias corporais
Eu sei que muita gente tem preconceito com o Wikipédia, mas essa
página http://pt.wikipedia.org/wiki/Psicoterapia mostra bem basicamente as linhas teóricas.
Quanto ao tipo de psicoterapia, ela pode ser:
de curta ou longa duração
individual ou grupo
institucional ou comunitária
trabalho com arte...
Em CORDIOLI, A. V. (1993) Psicoterapias: abordagens atuais, ele separou da seguinte forma no
capitulo 1:
Definição e instrumentalidade da psicoterapia
As psicoterapias baseadas na Psicanálise - Psicanálise, Psicoterapia de Orientação
Analítica e Psicoterapias de Apoio. Entra aqui também a Psicodinâmica breve e o Aconselhamento.
A terapia Interpessoal de Sullivan - de base humanista -existencial. Portanto podemos
incluir aqui esse tipo de terapias.
Terapia Comportamental
Terapia Cognitiva
Terapia de família e de casal - a Sistêmica
Psicoterapia de grupo - o Psicodrama de Moreno; e de forma mais comunitária a de
Kurt Lewin.
O problema é que em cada tópico desse tem uma penca de teóricos que propuseram a base do
método e/ ou seguidores que propuseram modificações; por exemplo, Freud e posteriormente
Lacan. Por isso, eu acho que tinha que vir especificado no edital qual a linha teórica que cairá.
Bom, como disse no início saber a teoria da personalidade da maioria já ajuda muito a entender o
método terapêutico. De qualquer forma vou colocar tópicos das pelo jeito são consideradas as
principais formas de psicoterapia.
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Teorias da Personalidade
Algumas questões da própria FGV...foi difícil achar, pois tem apenas umas 6 provas disponíveis
para psicólogo, e muitas questões de Organizações!! No final das contas, tinham apenas 4 sobre
Psicanálise :(:(:( e nada sobre os demais teóricos :(:(:(
No TCU, que foi Cespe, metade da prova foi sobre Psicanálise de Freud, Klein e Lacan...quem
sabia essas viagens se deu bem!!! E tinha um monte de teórico no edital, tipo o do Senado, mas se
tem Freud é froida (dããã)! É muito provável que seja cobrado um bom número de questões sobre
Psicanálise se comparado aos outros 13 teóricos :(
De qualquer forma, é melhor ter essas 4 questões da FGV do que nada :):
Em J. Laplanche / J.B. Pontalis encontramos “o Complexo de Édipo não é redutível a uma situação
real, à influência efectivamente exercida sobre a criança pelo casal parental. Ele retira sua eficácia
do facto de fazer intervir uma instância interditória (proibição do incesto) que barra o acesso à
satisfação naturalmente procurada e que liga inseparavelmente o desejo à lei (ponto que J. Lacan
acentuou). Isto reduz o alcance da objecção introduzida por Malinovski e retomada pela chamada
escola culturalista, segundo a qual, em determinadas civilizações em que o pai é desprovido de toda
a função repressiva, não existiria Complexo de Édipo, mas um complexo nuclear característico de
tal estrutura social: na realidade, nessas civilizações, os psicanalistas procuram descobrir em que
personagens reais, e mesmo em que instituição, se incarna a instância interditória, em que
modalidades sociais se especifica a estrutura triangular constituída pela criança, o seu objeto natural
e o portador da lei.” Considerando os estudos psicanalíticos presentes na citação, sobre o Complexo
de Édipo, podemos afirmar:
A) Em determinadas civilizações em que o pai é desprovido da função repressiva, não ocorre a
vivência do Complexo.
B) O Complexo de Édipo não é universal.
C) A interdição do incesto não é a lei universal que diferencia cultura e natureza.
D) A relação triangular constituída pela criança, com sua instância interditória pode se especificar
em diferenciadas modalidades sociais.
E) O que irá ser interiorizado para a estruturação psíquica da pessoa, é somente o processo de
interdição vivido pela criança em sua relação com o casal parental.
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Assinale a afirmativa que apresenta o conceito psicanalítico de transferência.
A) A atualização para o sujeito de etapas ultrapassadas do seu desenvolvimento e a passagem a
modos de expressão e de comportamento de nível inferior do ponto de vista da complexidade, da
estruturação e da diferenciação.
B) Um dos modos essenciais do funcionamento dos processos inconscientes que consiste em que
uma única representação representa por si só várias cadeias associativas em cuja interseção ela se
encontra.
C) O processo pelo qual os desejos inconscientes se atualizam sobre determinados objetos no
quadro de um certo tipo de relação estabelecida com eles e, eminentemente, no quadro da relação
analítica.
D) O conjunto das reações inconscientes do analista relativos à pessoa do analisando.
E) O mecanismo de formação de sintomas que opera na histeria e consiste na transposição de um
conflito psíquico e numa tentativa de resolvê-lo em termos de sintomas somáticos, motores ou
sensitivos.
A expressão “mecanismo de defesa” aparece, entre outros, nas obras metapsicologicas de 1915
escritas por Freud, em duas acepções um tanto distintas: (1) designa o conjunto dos processos
defensivos em geral ou de determinada neurose e (2) exprime a utilização defensiva de um ou outro
“destino pulsional”. Assim, podemos afirmar serem mecanismos de defesa os seguintes processos:
A) recalque, retorno da pulsão sobre a própria pessoa e projeção.
B) narcisismo, retorno da pulsão sobre a própria pessoa e recalque.
C) recalque, projeção e processo primário.
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D) narcisismo, recalque e projeção.
E) recalque, retorno da pulsão sobre a própria pessoa e fixação.
O termo alemão Übertragung significa literalmente “transporte” e “transmissão”, mas sua tradução
por “transferência” está hoje consagrada pelo uso. Do ponto de vista de sua função, a transferência
é, antes de tudo, da forma mais explícita, classificada como um dos principais obstáculos ao
tratamento. Neste sentido, é correto afirmar que:
A) Somente a transferência negativa pode estar a serviço da resistência.
B) Somente a transferência positiva pode estar a serviço da resistência.
C) Nem a transferência positiva nem a transferência negativa podem estar a serviço da resistência.
D) Somente nos casos de histeria, ambas as transferências positiva e negativa podem estar a serviço
da resistência
E) Ambas as transferências positiva e negativa podem estar a serviço da resistência.
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