iso 6579 tc (2)
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Padrão Internacional ISO 6579
4ª. Edição (15/07/2002)
Microbiologia de Alimentos para consumo humano e
de animais – Método Horizontal para detecção de
Salmonella spp.
Número de referência: ISO 6579:2002 (E)
2
Conteúdo
Prefácio................................................................................................................3
Introdução............................................................................................................4
1 Escopo..............................................................................................................5
2 Referências Normativas....................................................................................5
3 Termos e Definições.........................................................................................6
4 Princípios..........................................................................................................6
4.1 Geral .............................................................................................................6
4.2 Pré-enriquecimento em meio líquido não seletivo ........................................7
4.3 Enriquecimento em meio líquido seletivo .....................................................7
4.4 Plaqueamento e identificação .......................................................................7
4.5 Confirmação da identidade ...........................................................................7
5 Meios de cultura, reagentes e soros ...............................................................8
5.1 Geral .............................................................................................................8
5.2 Meios de cultura e reagentes ........................................................................8
5.3 Soros .............................................................................................................9
6 Equipamentos e vidraria ..................................................................................9
7 Amostragem .....................................................................................................10
8 Preparação das amostras de teste ..................................................................10
9 Procedimento (Veja diagrama no Anexo A) .....................................................11
9.1 Parte do teste e suspensão inicial ................................................................11
9.2 Pré-enriquecimento não seletivo ..................................................................12
9.3 Enriquecimento seletivo.................................................................................12
9.4 Plaqueamento e identificação........................................................................12
9.5 Confirmação...................................................................................................13
10 Expressão de resultados.................................................................................19
11 Reporte do teste..............................................................................................19
12 Garantia da Qualidade.....................................................................................19
Anexo A (normativa) Diagrama de Procedimento ................................................20
Anexo B (normativa) Composição e preparação de meios de cultura e reagentes... ...............................................................................................................................21
Anexo C (informativo) Resultados de ensaios interlaboratoriais ..........................34
Bibliografia ............................................................................................................39
3
Prefácio
ISO (a Organização Internacional para Padronização) é uma federação mundial
de órgãos nacionais de padronização (organismos membros da ISO). O
trabalho de elaboração das Normas Internacionais é geralmente realizado
através de comitês técnicos da ISO. Cada organismo membro interessado em
um assunto para o qual um comitê técnico foi estabelecido tem o direito de ser
representado no comitê. Organizações internacionais, governamentais e não-
governamentais, em ligação com a ISO, também tomam parte do trabalho. A
ISO colabora estreitamente com a Comissão Eletrotécnica Internacional (CEI -
IEC) em todos os assuntos de normalização eletrotécnica.
Normas Internacionais são elaboradas de acordo com as regras estabelecidas
nas diretivas ISO / IEC, Parte 3.
A principal tarefa de comitês técnicos é preparar Padrões Internacionais. Os
projetos de Padrões Internacionais aprovados pelos comités técnicos são
distribuídos aos organismos membros para votação. A publicação como
Padrão Internacional exige aprovação de pelo menos 75% dos organismos
membros com direito a voto.
Atenção para a possibilidade de que alguns dos elementos do presente Padrão
Internacional pode ser objeto de direitos de patente. A ISO não deve ser
considerada responsável pela identificação de quaisquer direitos de patente.
A ISO 6579 foi preparada pelo Comitê Técnico ISO/TC 34, Produtos
Alimentícios, Subcomitê SC 9, Microbiologia.
Esta quarta edição cancela e substitui a terceira edição (ISO 6579: 1993), que
foi tecnicamente revisada.
Os anexos A e B formam a parte normativa deste Padrão Internacional. O
anexo C é somente para informação.
4
Introdução
Por causa da grande variedade de alimentos para consumo humano e animal,
este método horizontal pode não ser apropriado em cada detalhe para
determinados produtos. Neste caso, métodos diferentes, que sejam específicos
para estes produtos, podem ser utilizados se absolutamente necessário por
questões técnicas justificadas. No entanto, toda atenção deve ser dada para
aplicar este método horizontal, tanto quanto possível.
Quando esta Norma Internacional estiver próximo de ser revisada, serão
levadas em consideração todas as informações então disponíveis,
considerando a extensão em que este método horizontal tem sido seguido e as
razões para desvios deste método em caso de produtos distintos.
A harmonização dos métodos de ensaios não pode ser imediata, e para certos
grupos de produtos, Padrões Internacionais e/ou padrões nacionais podem já
existir e não estar de acordo com este método horizontal. Espera-se que
quando tais normas sejam revisadas elas serão modificadas para estarem em
conformidade com este Padrão Internacional e que, eventualmente, somente
partidas restantes deste método horizontal sejam necessárias para estabelecer
o método.
5
Microbiologia de Alimentos para consumo humano e de animais –
Método Horizontal para detecção de Salmonella spp.
AVISO - A fim de preservar a saúde do pessoal de laboratório, é essencial que
os testes para a detecção de Salmonella, em especial Salmonella Typhi e
Salmonella Paratyphi, só sejam realizados em laboratórios equipados
corretamente, sob o controle de um microbiologista qualificado, e que um
grande cuidado seja tomado na eliminação de todos os materiais incubados.
1 Escopo
Este Padrão Internacional especifica um método horizontal para a detecção de
Salmonella, incluindo Salmonella Typhi e Salmonella Paratyphi.
Sujeito às limitações discutidas na Introdução, esta Norma é aplicável a:
- produtos destinados ao consumo humano e à alimentação de animais
- amostras ambientais na área de produção de alimentos e manipulação de
alimentos
AVISO – O método pode não recuperar todas as cepas de Salmonella Typhi e
Paratyphi.
2 Referências Normativas
Os seguintes documentos normativos contêm disposições que, ao serem
citadas neste texto, constituem prescrições para este Padrão Internacional.
Para referências datadas, as emendas subseqüentes ou revisões de qualquer
uma destas publicações não se aplicam. No entanto, as partes em acordos
baseados no presente Padrão Internacional são encorajadas a investigar a
possibilidade de aplicarem as edições mais recentes dos documentos
normativos indicados abaixo. Para referências não datadas, a última edição do
documento normativo referido se aplica. Os membros da ISO e IEC mantém
registos de Padrões Internacionais atualmente válidos.
ISO 6887-1, Microbiologia de alimentos para consumo humano e animal -
Preparação de amostras de teste, suspensão inicial e diluições decimais para
análise microbiológica - Parte 1: Regras gerais para a elaboração da
suspensão inicial e das diluições decimais.
6
ISO 7218:1996, Microbiologia de alimentos para consumo humano e animal –
Regras Gerais para análises microbiológicas.
ISO 8261, Leite e produtos lácteos – Guia geral para a preparação de amostras
de teste, suspensões iniciais e diluições decimais para análise microbiológica
3 Termos e Definições
Para as propostas deste Padrão Internacional, os seguintes termos e
definições se aplicam.
3.1
Salmonella
microorganismos que formam colônias típicas ou menos típicas em meios
sólidos seletivos e que exibem as características bioquímicas e sorológicas
descritas quando os testes são realizados em conformidade com o presente
Padrão Internacional.
3.2
Detecção de Salmonella
determinação da presença ou ausência de Salmonella (3.1), em uma massa ou
volume particular do produto, quando testes são realizados em conformidade
com este Padrão Internacional.
4 Princípios
4.1 Gerais
A detecção de Salmonella necessita de quatro estágios sucessivos (veja
também Anexo A).
NOTA – A Salmonella pode estar presente em pequenos números de colônias
e são frequentemente acompanhadas por números consideravelmente maiores
de outros micro organismos da família Enterobacteriaceae ou outras famílias.
Além disso, o pré-enriquecimento é necessário para permitir a detecção de
baixos números de Salmonella ou células injuriadas de Salmonella.
7
4.2 Pré-enriquecimento em meio líquido não seletivo
A amostra teste é inoculada a temperatura ambiente em água peptonada
tamponada e, então, incubada a 37°C ± 1 °C por 18h ± 2h.
Para certos alimentos, o uso de outros procedimentos de pré-enriquecimentos
é necessário. Veja 9.1.2.
Para grandes quantidades, a água peptonada tamponada deve ser aquecida a
37 °C ± 1 °C antes da inoculação com a amostra teste.
4.3 Enriquecimento em meio líquido seletivo
O meio Rappaport-Vassiliadis com soja (caldo RVS) e caldo Muller-Kauddmann
tetrationato/novobiocina (caldo MKTTn) são inoculados com a cultura obtida em
4.2.
O caldo RVS é incubado a 41,5°C ± 1 °C por 24h ± 3h e o caldo MKTTn a 37
°C ± 1 °C por 24 h ± 3 h.
4.4 Plaqueamento e identificação
Para as culturas obtidas em 4.3, dois meios sólidos seletivos são inoculados:
- Agar Xilose Lisina Desoxicolato (Ágar XLD)
- Algum outro meio sólido seletivo complementar ao Agar XLD e especialmente
apropriado para o isolamento de cepas de Salmonella lactose-positivo e
Salmonella Typhi e Salmonella Paratyphi; o laboratório pode escolher qual
meio usar.
O Agar XLD é incubado a 37 °C ± 1 °C e avaliado após 24 h ± 3 h. O secundo
Agar seletivo é incubado de acordo com as recomendações do fabricante.
NOTA – Para informação, o Agar Verde Brilhante (AVB), Agar Bismuto Sulfito,
etc., podem ser usados como o segundo meio de plaqueamento.
4.5 Confirmação de identidade
Colônias de Salmonella presuntivas são subcultivadas, então plaqueadas como
descrito em 4.4, e sua identidade é confirmada por meio de testes bioquímicos
e sorológicos apropriados.
8
5 Meios de cultura, reagentes e soro
5.1 Geral
Para práticas laboratoriais atuais, veja ISO 7218.
5.2 Meios de cultura e reagentes
NOTA - Por causa do grande número de meios de cultura e reagentes, é
considerado preferível, por clareza, dar suas composições e preparações no
Anexo B.
5.2.1 Meios de pré-enriquecimento não seletivo: água peptonada
tamponada
Veja B.1.
5.2.2 Primeiro meio de enriquecimento seletivo: meio Rappaport-
Vassiliadis com soja (caldo RVS).
Veja B.2.
5.2.3 Secundo meio de enriquecimento seletivo: caldo Muller-Kauffman
tetrationato novobiocina (caldo MKTTn)
Veja B.3.
5.2.4 Meio sólido seletivo de plaqueamento
5.2.4.1 Primeiro meio: Agar Xilose Lisina Desoxicolato (Agar XLD)
Veja B.4.
5.2.4.2 Segundo meio
A escolha do segundo meio apropriado é deixada ao critério do laboratório de
teste. As instruções do fabricante devem ser precisamente seguidas
considerando seu preparo para uso.
5.2.5 Agar nutriente
Veja B.5.
5.2.6 Agar Açúcar /ferro triplo (Agar TSI)
Veja B.6
5.2.7 Agar Uréia (Christensen)
Veja B.7.
9
5.2.8 Meio Descarboxilação L-Lisina
Veja B.8
5.2.9 Reagente para detecção de β-galactosidase (ou preparados de
discos de papel utilizados conforme as instruções do fabricante.
Veja B.9
5.2.10 Reagentes para reação Voges-Proskauer (VP)
Veja B.10
5.2.11Reagentes para reação Indol
Veja B.11
5.2.12 Agar nutriente semi-sólido
Veja B.12
5.2.13 Solução salina fisiológica
Veja B.13
5.3 Soros
Vários tipos de soros aglutinantes contendo anticorpos para um ou vários
Antígenos-O estão disponíveis comercialmente; isto é, anti-soros contendo um
ou mais grupos "O" (chamado soro monovalente ou polivalente anti-O), soro
anti-Vi e anti-soros contendo anticorpos para um ou vários fatores H (chamado
soro monovalente ou polivalente anti-H).
Cada tentativa deve ser feita para garantir que os anti-soros utilizados são
adequados para fornecer para a detecção de todos os sorotipos de Salmonella.
Assistência para este objetivo pode ser obtido utilizando apenas os anti-soros
preparados por um fornecedor reconhecido como competente (por exemplo,
por uma agência governamental apropriada).
6 Equipamentos e Vidrarias
Aparelho descartável é uma alternativa aceitável para vidrarias reutilizáveis, se
ele tem as especificações adequadas. Equipamentos usuais de laboratório de
microbiologia (ver ISO 7218) e, em particular, o seguinte
10
6.1 Equipamento para esterilização a seco (estufa) ou esterilização úmida
(autoclave)
Veja ISO 7218.
6.2 Cabine de secagem ou estufa, ventilado por convecção, capaz de operar
entre 37 °C e 55 °C.
6.3 Incubadora, capaz de operar a 37 °C ± 1 °C
6.4 Banho de água (Banho Maria), capaz de operar a 41,5°C ± 1°C, ou
incubadora, capaz de operar a 41,5 °C ± 1 °C
6.5 Banho de água (Banho Maria), capaz de operar a 44°C a 47°C
6.6 Banho de água (Banho Maria), capaz de operar a 37°C ± 1 °C
É recomendado usar um banho de água (6.4, 6.5 e 6.6) contendo um agente
antibacteriano por causa da baixa dose infecciosa de Salmonella.
6.7 Alças estéreis, de aproximadamente 3 mm de diâmetro ou 10 µl ou
pipetas estéreis.
6.8 pHmetro tendo uma precisão de calibração de ± 0,1 unidade de pH de
20°C a 25 °C
6.9 Tubos de ensaio ou frascos de capacidade apropriada
Garrafas ou frascos com roscas metálicas não tóxicas ou de plástico podem
ser utilizados
6.10 Pipetas graduadas ou pipetas automáticas de capacidade nominal de
10mL e 1mL graduados respectivamente em divisões de 0,5mL e 0,1mL.
6.11 Placas de Petri, de tamanho pequeno (diâmetro de 90mm a 100mm) e/ou
tamanho maior (140mm).
7 Amostragem
É importante que o laboratório receba uma amostra que é verdadeiramente
representativa e não tenha sido danificada ou alterada durante o transporte ou
armazenamento.
A amostragem não é parte do método especificado neste Padrão Internacional.
Veja o Padrão Internacional específico que lida com o produto em questão. Se
não há um Padrão Internacional específico, é recomendado que as partes
interessadas cheguem a um acordo sobre este assunto.
11
8 Preparação da amostra de teste
Preparar a amostra de teste de acordo com o Padrão Internacional específico
que lida com o produto em questão. Se não houver Padrão Internacional
específico, é recomendável que as partes envolvidas cheguem a um acordo
sobre este assunto.
9 Procedimento (Veja diagrama Anexo A)
9.1 Parte do teste e suspensão inicial
9.1.1 Geral
Veja ISO 6887-1 e o Padrão Internacional específico que lida com o produto
em causa. Ver ISO 8261 para o leite e produtos lácteos.
Para a preparação da suspensão inicial, no caso geral, usar como como
diluente o meio de pré-enriquecimento especificado em 5.2.1(água peptonada
tamponada) e item 4.2.
Se a massa especificada da porção de teste é diferente de 25 g, utilizar a
quantidade necessária de meio de pré-enriquecimento para produzir uma
diluição 1/10.
Para reduzir o volume de trabalho de análise quando uma porção maior que
25g de um lote específico de alimento tem que ser analisado e quando existem
evidências de que a composição (junção das porções de teste) não afeta o
resultado para aquele particular alimento, as porções do teste podem ser
compostas. Por exemplo, se 10 partes do teste de 25 g estão para ser
analisados, combinar as 10 unidades para formar uma porção de teste
composta de 250 g e adicionar 2,25L de caldo de pré-enriquecimento.
Alternativamente, a porção de 0,1mL (em 10mL de caldo RVS) e 1 mL (em 10
mL de caldo MKTTn) do caldo de pré-enriquecimento a partir das 10 porções
de testes separados (ver 9.3.1) pode ser composta para o enriquecimento em
100 mL de meio de enriquecimento seletivo.
9.1.2 Preparações específicas da suspensão inicial para certos alimentos
NOTA - As seguintes preparações específicas dizem respeito apenas ao caso
de Salmonella. Preparações específicas aplicáveis para a determinação de
quaisquer microorganismos são descritas nas normas ISO 6887-2, ISO 6887-3,
6887-4 ISO e ISO 8261.
12
9.1.2.1 Cacau e produtos que contenham cacau (i.e., mais que 20%)
Adicionar à água peptonada tamponada (5.2.1), de preferência 50 g/L de
caseína (evitar o uso de caseína ácida), ou 100 g/L de leite em pó desnatado
estéril e adicionar, após cerca de 2 h de incubação, 0,018 g/L de Verde
Brilhante se o alimento é susceptível de ser altamente contaminada com
microbiota Gram-positivo.
9.1.2.2 Alimentos ácidos e acidificantes
Assegurar que o pH não cai para baixo de 4,5 durante o pré-enriquecimento.
NOTA - O pH dos alimentos ácidos e acidificantes é mais estável se a água
peptonada tamponada em concentração dupla é usada.
9.2 Pré-enriquecimento não seletivo
Incubar a suspensão inicial (9.1) a 37°C ± 1 °C por 18 h ± 2 h.
9.3 Enriquecimento seletivo
9.3.1 Transferir 0,1mL da cultura obtida em 9.2 para o tudo contendo 10mL de
caldo RVS (5.2.2). Transferir 1mL da cultura obtida em 9.2 ao tubo contendo
10mL de caldo MKTTn (5.2.3).
9.3.2 Incubar o caldo RVS inoculado (9.3.1) a 41,5°C ± 1°C por 24h ± 3h e o
caldo MKTTn inoculado a 37°C ± 1°C por 24h ± 3h. Cuidado deve ser dado
para que o máximo da temperatura de incubação (42,5°C) não seja excedido.
9.4 Plaqueamento e identificação
9.4.1 Após incubação durante 24h ± 3h, usar a cultura obtida no caldo RVS
(9.3.2), inocular por meio de uma alça (6.7) na superfície de uma placa de Petri
de maior tamanho (6.11) contendo o primeiro meio de plaqueamento seletivo
(Agar XLD,veja 5.2.4.1), de modo que colônias bem isoladas serão obtidas.
Na ausência de grandes placas, utilizar duas pequenas placas, um após a
outra, usando a mesma alça.
Proceder da mesma forma com o segundo meio seletivo de plaqueamento
(5.2.4.2), utilizando uma alça estéril e placas de Petri como descrito acima.
9.4.2 Após incubação por 24h ± 3h, usar a cultura obtida no caldo MKTTn
(9.3.2), repetir o procedimento descrito em 9.4.1 com os dois meios seletivos
de plaqueamento.
13
9.4.3 Inverta as placas (9.4.1 e 9.4.2) para que o fundo fique no alto e colocá-
los então na incubadora (6.3) regulada a 37°C para o primeiro meio de plaqueamento (5.2.4.1). As instruções do fabricante devem ser seguidas para o segundo meio de plaqueamento (5.2.4.2).
9.4.4 Após incubação por 24h ± 3h, analisar as placas (9.4.3) para a presença
de colônias típicas de Salmonella e colônias atípicas que podem ser
Salmonella (veja nota). Marcar a sua posição sobre o fundo da placa.
As colônias típicas de Salmonella cultivadas em ágar XLD tem um centro negro
e uma zona ligeiramente transparente de cor avermelhada devido à mudança
de cor do indicador.
NOTA – Variantes de Salmonella H2S negativo (por exemplo, S. Paratyphi A)
cultivadas em Agar XLD são cor de rosa com um centro rosa escuro.
Salmonella Lactose-positivo cultivadas em Agar XLD são de cor amarela, com
ou sem o escurecimento.
Incubar o segundo meio sólido seletivo à temperatura apropriada e analisar
após o tempo apropriado para verificar a presença de colónias que, por suas
características, são consideradas presuntivas para Salmonella.
9.5 Confirmação
9.5.1 Geral
Se demonstrado que são confiáveis, kits de identificação comercialmente
disponíveis podem ser usados para a análise bioquímica de Salmonella. A
utilização de kits de identificação diz respeito à confirmação bioquímica de
colônias. Estes kits devem ser usado seguindo as instruções do fabricante.
NOTA - O reconhecimento de colônias de Salmonella é uma questão de
experiência, e sua aparência pode variar um pouco, não só de sorotipo a
sorotipo, mas também de lote a lote do meio de cultura seletivo utilizado.
9.5.2 Seleção de colônias para confirmação
Para confirmação, tirar de cada placa (duas placas pequenas ou uma placa
grande) de cada meio seletivo (veja 9.4), pelo menos uma colônia considerada
típica ou suspeita e mais quatro colônias se a primeira é negativa. É
recomendado que pelo menos cinco colônias sejam identificadas no caso de
estudos epidemiológicos. Se sobre uma placa existirem menos de cinco
colônias típicas ou suspeitas, isolar para confirmação todas as colônias típicas
ou suspeitas.
14
Estriar as colônias selecionadas sobre a superfície de placas pré-secas com
ágar nutriente (5.2.5), de maneira que permitirá que colônias bem isoladas se
desenvolvam. Incubar as placas inoculadas (9.4.3) a 37°C ± 1°C por 24h ± 3h.
Usar culturas puras para confirmação bioquímica e sorológica.
9.5.3 Confirmação bioquímica
9.5.3.1 Geral
Por meio de uma alça de inoculação, inocular os meios especificados em
9.5.3.2 a 9.5.3.7 com cada uma das culturas obtidas a partir das colônias
selecionadas em 9.5.2.
9.5.3.2 Agar TSI (5.2.6)
Estriar a superfície inclinada do Agar e perfurar o fundo. Incubar a 37°C ± 1°C
por 24h ± 3h.
Interpretar as alterações no meio como se seguem.
a) Fundo (base)
- Amarelo Glicose positivo (glucose utilizada)
- Vermelho ou inalterado Glicose negativo (glicose não utilizada)
- Negro Formação de sulfeto de hidrogênio
- Bolhas ou rachaduras Formação de gás da glicose
b) Superfície inclinada
- Amarelo Lactose e/ou sacarose positivo
(Lactose e/ou sacarose utilizada)
- Vermelho ou inalterado Lactose e sacarose não utilizada (Nem
lactose nem sacarose utilizadas).
Culturas típicas de Salmonella apresentam superfície inclinada alcalina
(vermelho) e ácida (amarelo) no fundo com formação de gás (bolhas) e (cerca
de 90% dos casos) a formação de sulfeto de hidrogénio (escurecimento do
ágar) (9.5.3.8).
Quando uma Salmonella lactose-positivo é isolada (veja 4.4), a inclinação em
TSI é amarela. Assim, a confirmação preliminar de culturas de Salmonella não
deve ser baseada nos resultados do teste de Agar TSI somente (ver 9.5.3).
9.5.3.3 Agar Uréia (5.2.7)
Estriar a superfície inclinada do Agar. Incubar a 37°C ± 1°C por 24h ± 3h e
analisar em intervalos regulares.
Se a reação for positiva, a quebra da uréia libera amônia, que muda a cor do
vermelho de fenol para rosa-pink e mais tarde para cor de cereja profunda. A
reação é frequentemente aparente após 2h para 4h.
15
9.5.3.4 Meio de descarboxilação de L-Lisina (5.2.8)
Inocular logo abaixo da superfície do meio líquido. Incubar a 37°C ± 1°C por
24h ± 3h.
A turbidez e uma cor púrpura, após incubação, indica uma reação positiva. A
cor amarela indica uma reação negativa.
9.5.3.5 Detecção de β-galactosidase (5.2.9)
Suspender uma alça cheia de colônias suspeitas em um tubo contendo 0,25
mL de solução salina (5.2.13).
Adicione 1 gota de tolueno e agitar o tubo. Colocar o tubo num banho de água
(6.6) a 37°C e deixar durante vários minutos (aproximadamente 5 min).
Adicionar 0,25 mL do reagente para a detecção de β-galactosidase e misturar.
Substituir o tubo em banho de água regulado a 37°C e deixar por 24h ± 3h,
examinando o tubo em intervalos regulares.
A cor amarela indica uma reação positiva. A reação é frequentemente aparente
após 20 min.
Se discos de papel preparados (5.2.9) são utilizados, seguir as instruções do
fabricante.
9.5.3.6 Meio para reação de Voges-Proskauer (VP) (5.2.10)
Suspender uma alça cheia de colônias suspeitas num tubo estéril contendo 3
mL do meio VP.
Incubar a 37°C ± 1°C durante 24h ± 3h.
Após a incubação, adicionar duas gotas da solução de creatina, três gotas da
solução alcóolica de 1-naftol e, em seguida, duas gotas de solução de
hidróxido de potássio; agitar após a adição de cada reagente.
A formação de uma cor rosa a cor vermelho brilhante dentro de 15 minutos
indica uma reação positiva.
9.5.3.7 Meio para reação Indol (5.2.11)
Inocular um tubo contendo 5 mL do meio de triptona/triptofano com a colônia
suspeita. Incubar a 37°C ± 1°C por 24h ± 3h. Após a incubação, adicionar 1 mL
do reagente de Kovacs.
16
A formação de um anel vermelho indica uma reação positiva. Um anel amarelo-
marrom indica uma reação negativa.
9.5.3.8 Interpretação de testes bioquímicos
Salmonella geralmente apresenta as reações mostradas na Tabela 1.
9.5.4 Confirmação sorológica e sorotipagem
9.5.4.1 Geral
A detecção da presença de antígenos O, Vi e H de Salmonella é testada por
aglutinação com o soro adequado, a partir de colônias puras (9.5.2) e após
cepas auto-aglutináveis terem sido eliminadas. Utilizar o anti-soro de acordo
com as instruções do fabricante se for diferente da descrição a seguir.
9.5.4.2 Eliminação de cepas auto-aglutináveis
Colocar uma gota da solução salina (5.2.13) cuidadosamente numa lâmina de
vidro limpa. Dispersar na gota, por meio de uma alça (6.7), parte da colónia a
ser testada, de forma a obter uma suspensão homogénea e turva.
NOTA - É possível também dispersar parte da colónia a ser testada em uma
gota de água, e em seguida, misturar a solução com uma gota de solução
salina (5.2.13).
Balançar a lâmina suavemente por 30 a 60s. Observar o resultado contra um
fundo escuro, de preferência com o auxílio de um lupa.
Se as bactérias estiverem agregadas em unidades mais ou menos distintas, a
cepa é considerada como auto-aglutinável e não deve ser submetida aos
seguintes testes como a detecção dos antígenos não é possível.
17
Tabela 1. Interpretação de testes bioquímicos
Testea (9.5.3.2 a
9.5.3.7)
Cepa Salmonella
S. Typhi S. Paratyphi
A S. Paratyphi
B S. Paratyphi
C Outras cepas
Reação %b Reação %
b Reação %
c Reação %
c Reação %
b
TSI ácido de glicose
+ 100 + 100 + + + 100
TSI gás de glicose
-d 0 + 100 + + + 92
TSI ácido de lactose
- 2 - 100 - - - 1
TSI ácido de sacarose
- 0 - 0 - - - 1
TSI sulfeto de hidrogênio produzido
+ 97 - 10 + + + 92
Hidrólise de uréia
- 0 - 0 - - - 1
Descarboxilação de Lisina
+ 98 - 0 + + + 95
Reação β-galactosidase
- 0 - 0 - - - 2e
Reação Voges-Proskauer
- 0 - 0 - - - 0
Produção de Indol
- 0 - 0 - - - 1
a Referência [5]
b Esses percentuais indicam que nem todos os isolados do sorotipo Salmonella
mostram as reações marcadas como + ou -. Estas percentagens podem variar
entre e dentro dos sorotipos advindos de sorotipos de intoxicação alimentar a
partir de diferentes locais.
c Os percentuais não são conhecidos na literatura disponível
d Salmonella Typhi é anaerogênica
e A Salmonella enterica subespécie arizonae dá uma reação lactose positivo ou
negativo, mas é sempre β-galactosidase positivo. Para o estudo destas cepas
isto pode ser útil para realizar testes complementares.
9.5.4.3 Análise de antígenos O
Usando uma colônia pura não-autoaglutinante, proceder de acordo com
9.5.4.2, utilizando uma gota do soro anti-O (5.3) ao invés da solução salina
(5.2.13).
Se aglutinação ocorrer, a reação é considerada positiva.
Utilizar os soros poli e monovalentes um após o outro.
18
9.5.4.4 Análise de antígenos Vi
Proceder de acordo com 9.5.4.2, mas utilizando uma gota de soro anti-Vi (5.3)
ao invés da solução salina.
Se aglutinação ocorrer, a reação é considerada positiva.
9.5.4.5 Análise de antígenos H
Inocular o ágar nutriente semi-sólido (5.2.12) com uma colônia não auto-
aglutinável. Incubar o meio a 37°C ± 1°C por 24h ± 3h.
Utilize esta cultura para análise de antígenos H, procedendo de acordo com
9.5.4.2, mas usando uma gota de soro anti-H (5.3) ao invés da solução salina.
Se aglutinação ocorrer, a reação é considerada positiva.
9.5.5 Interpretação das reações bioquímicas e sorológicas
Tabela 2 dá a interpretação de testes confirmatórios (9.5.3 e 9.5.4) realizados
sobre as colônias utilizadas (9.5.2).
Tabela 2. Interpretação de testes confirmatórios
Reações bioquímicas
Auto-aglutinação Reações sorológicas
Interpretação
Típicas Não Antígeno O, H ou Vi positivo
Cepas consideradas como Salmonella
Típicas Não Todas reações negativas
Podem ser Salmonella
Típicas Sim Não testado (veja 9.5.4.2)
Reações não típicas Não/Sim Antígeno O, H ou Vi positivo
Reações não típicas Não/Sim Todas reações negativas
Não consideradas como Salmonella
9.5.6 Confirmação definitiva
As cepas que são considerados como Salmonella, ou que podem ser
Salmonella (veja Tabela 2), devem ser enviadas para um
reconhecido centro de referência para Salmonella tipificação definitiva.
19
Esta processo deve ser acompanhado de todas as informações possíveis
sobre a cepa (s) e se trata-se de um surto ou alimento.
10. Expressão dos resultados
Em conformidade com os resultados da interpretação, indicar a presença ou
ausência de Salmonella na porção de teste de x g ou x mL do produto (veja
ISO 7218).
Veja o anexo C para a precisão dos dados obtidos de ensaios
interlaboratoriais.
11. Reporte dos resultados
O reporte dos testes deve especificar:
- o método de amostragem utilizado, se conhecido;
- qualquer desvio no meio de enriquecimento ou nas condições de incubação
utilizadas
- todas as condições operacionais não especificadas neste Padrão
Internacional, ou considerado como opcional, juntamente com os detalhes de
quaisquer incidentes que possam ter influenciado os resultados
- os resultados obtidos
O relatório deverá indicar também se um resultado positivo foi obtido usando
um meio de plaqueamento (5.2.4) não especificado neste Padrão Internacional.
12. Garantia da Qualidade
Para verificar a capacidade do laboratório para detectar Salmonella com os
métodos e os meios descritos no presente Padrão Internacional, introduzir
amostras de referência dentro de frascos-controle contendo meio de pré-
enriquecimento (veja 5.2.1). Proceder com os frascos-controle como para as
culturas de teste.
20
Anexo A
(Normativa)
Diagrama de procedimento
21
Anexo B
(Normativa)
Composição e preparação dos meios de cultura e reagentes
B.1 Água peptonada tamponada
B.1.1 Composição
Digestão enzimática de caseína 10,0g
Cloreto de sódio 5,0g
Fosfato de hidrogênio dissódio Dodecahidratado (Na2HPO4.12H2O) 9,0g
Fosfato dihidrogênio de potássio (KH2PO4) 1,5g
Água 1.000mL
B.1.2 Preparação
Dissolver os componentes em água, por aquecimento, se necessário.
Ajustar o pH, se necessário, de modo que, após a esterilização, esteja em 7,0 ±
0,2 a 25°C.
Dispensar o meio em frascos (6.9) de capacidade adequada para se obter as
porções necessárias para o teste.
Esterilizar por 15 minutos em autoclave (6.1) a 121° C.
B.2 Meio Rappaport-Vassiliadis com soja (caldo RVS)
B.2.1 Solução A
B.2.1.1 Composição
Digestão enzimática de soja 5,0g
Cloreto de sódio 8,0g
Fosfato dihidrogênio de potássio (KH2PO4) 1,4g
Fosfato de hidrogênio dipotássio (K2HPO4) 0,2g
Água 1.000mL
22
B.2.1.2 Preparação
Dissolver os componentes em água, aquecer a 70 °C, se necessário.
A solução deve ser preparada no dia da preparação do meio RVS completo.
B.2.2 Solução B
B.2.2.1 Composição
Cloreto de magnésio hexahidratado (MgCl2.6H2O) 400g
Água 1.000mL
B.2.2.2 Preparação
Dissolve-se o cloreto de magnésio em água.
Como este sal é muito higroscópico, é aconselhável dissolver todo o conteúdo
de MgCl2.6H2O a partir de um recipiente recém-aberto, de acordo com a
fórmula. Por exemplo, 250g de MgCl2.6H2O é adicionado a 625 mL de água,
dando uma solução de volume total de 788mL e uma concentração em massa
de cerca de 31,7g por 100mL de MgCl2.6H2O.
A solução pode ser mantida num frasco de vidro escuro bem fechado com
tampa à temperatura ambiente durante pelo menos 2 anos.
B.2.3 Solução C
B.2.3.1 Composição
Oxalato verde de malaquita 0,4g
Água 100mL
B.2.3.2 Preparação
Dissolver o oxalato verde de malaquita em água.
A solução deve ser mantida em frasco de vidro escuro à temperatura ambiente
por pelo menos 8 meses.
B.2.4 Meio completo
23
B.2.4.1 Composição
Solução A (B.2.1) 1.000mL
Solução B (B.2.2) 100mL
Solução C (B.2.3) 10mL
B.2.4.2 Preparação
Adicionar a 1.000 mL de solução A, 100 mL de solução B e 10mL de solução
C.
Ajustar o pH, se necessário, de modo que, após a esterilização, esteja em 5,2 ±
0,2.
Antes da utilização, dispensar em tubos de ensaio (6.9) em quantidades de 10
mL.
Esterilizar por 15 min na autoclave (6.1) a 115°C.
Armazene o meio preparado a 3°C ± 2°C. Use o meio no dia de sua
preparação.
NOTA - A composição final do meio é: digestão enzimática de soja, 4,5 g /L;
cloreto de sódio, 7,2 g /L; fosfato dihidrogênio de potássio (KH2PO4 + K2HPO4),
1,44 g /L; cloreto de magnésio anidro (MgCl2), 13,4 g / l ou cloreto de magnésio
hexahidratado (MgCl2. 6H2O), 28,6 g /L; oxalato verde de malaquita, 0036
verde.
B.3 Caldo Muller-Kauffmann tetrationato/novobiocina (MKTTn) [7]
B.3.1 Meio Base
B.3.1.1 Composição
Extrato de carne 4,3g
Digestão enzimática de caseína 8,6g
Cloreto de sódio (NaCl) 2,6g
Carbonato de cálcio (CaCO3) 38,7g
Tiosulfato de sódio pentahidratado (Na2S2O3.5H2O) 47,8g
Bile bovina para uso bacteriológico 4,78g
Verde brilhante 9,6mg
Água 1000mL
24
B.3.1.2 Preparação
Dissolver os componentes básicos desidratados ou o meio desidratado
completo na água em ebulição por 5 min.
Ajustar o pH, se necessário, de modo que esteja em 8,2 ± 0,2 a 25°C.
Misture bem o meio.
O meio base pode ser armazenado por 4 semanas a 3°C ± 2°C
B.3.2 Solução de iodeto-iodo
B.3.2.1 Composição
Iodo 20g
Iodeto de potássio (KI) 25g
Água 100mL
B.3.2.2 Preparação
Dissolver completamente o iodeto de potássio em 10 mL de água, então
adicionar o iodo e diluir até 100 mL com água estéril. Não aqueça.
Armazenar a solução preparada no escuro em temperatura ambiente num
recipiente hermeticamente fechado.
B.3.3 Solução de Novobiocina
B.3.3.1 Composição
Sal de novobiocina de sódio 0,04g
Água 5mL
B.3.3.2 Preparação
Dissolver o sal de novobiocina de sódio em água e esterilizar por filtração.
Armazenar por até 4 semanas a 3°C ± 2°C.
B.3.4 Meio completo
25
B.3.4.1 Composição
Meio Base (B.3.1) 1.000mL
Solução Iodeto-Iodo (B.3.2) 20mL
Solução Novobiocina (B.3.3) 5mL
B.3.4.2 Preparação
Adicionar assepticamente 5 mL da solução de novobiocina (B.3.3) para
1.000mL de meio base (B.3.1). Misture, em seguida adicione 20 mL da solução
de iodeto- iodo (B.3.2). Misture bem.
Dispensar o meio assepticamente em frascos estéreis (6.9) de capacidade
adequada para obter as porções necessárias para o teste.
O meio completo deve ser usado no dia de sua preparação.
B.4 Agar Xilose Lisina Desoxicolato (Agar XLD) [7]
B.4.1 Meio base
B.4.1.1 Composição
Extrato de levedura em pó 3,0g
Cloreto de sódio (NaCl) 5,0g
Xilose 3,75g
Lactose 7,5g
Sacarose 7,5g
Hidrocloreto de L-Lisina 5,0g
Tiosulfato de sódio 6,8g
Citrato amônico de Ferro III 0,8g
Vermelho de fenol 0,08g
Desoxicolato de sódio 1,0g
Ágar 9g a 18g1)
Água 1.000mL
1) Dependendo da força de geleificação do Agar
26
B.4.1.2 Preparação
Dissolver os componentes de base desidratados ou a base completa
desidratada em água em aquecimento, com frequente agitação, até que o meio
comece a ferver. Evitar o sobreaquecimento.
Ajustar o pH, se necessário, de modo que, após a esterilização, esteja 7,4 ± 0,2
a 25°C.
Verter a base nos tubos ou frascos (6.9) de capacidade apropriada.
Aquecer com agitação frequente até que o meio ferva e o ágar se dissolva.
Não sobreaquecer.
B.4.2 Preparação das placas de Agar
Transferir imediatamente para um banho de água (6.5) de 44°C a 47°C, agitar
e verter em placas. Deixa-se solidificar.
Imediatamente antes da utilização, secar as placas de Agar cuidadosamente
(de preferência com as tampas para fora e a superfície de agar para baixo)
na estufa (6.2) entre 37°C e 55°C até que a superfície do agar esteja seca.
Armazenar as placas invertidas até 5 dias a 3°C ± 2°C.
B.5 Agar nutriente
B.5.1 Composição
Extrato de carne 3,0g
Peptona 5,0g
Agar 9g a 18g 1)
Água 1.000mL
1) Dependendo da força de geleificação do Agar
B.5.2 Preparação
Dissolver os componentes ou o meio completo desidratado em água, com
aquecimento, se necessário.
Ajustar o pH, se necessário, de modo que após a esterilização, esteja 7,0 ± 0,2 a
25°C.
27
Transferir o meio de cultura para os tubos ou frascos (6.9) de capacidade apropriada.
Esterilizar por 15 minutos em autoclave (6.1) a 121°C.
B.5.3 Preparação de placas de Agar nutriente
Transferir cerca de 15mL do meio fundido para pequenas placas de Petri
estéreis (6.11) e proceder conforme B.4.2
B.6 Agar açúcar/ferro triplo (Agar TSI)
B.6.1 Composição
Extrato de carne 3g
Extrato de levedura 3g
Peptona 20g
Cloreto de sódio (NaCl) 5g
Lactose 10g
Sacarose 10g
Glicose 1g
Citrato de Ferro III 0,3g
Tiosulfato de sódio 0,3g
Vermelho de fenol 0,024g
Ágar 9g a 18g1)
Água 1.000mL
1) Dependendo da força de geleificação do Agar
B.6.2 Agar uréia (Christensen)
B.7.1 Meio base
28
B.7.1.1 Composição
Peptona 1g
Glicose 1g
Cloreto de sódio (NaCl) 5g
Fosfato dihidrogênio de potássio (KH2PO4) 2g
Vermelho de fenol 0,012g
Ágar 9g a 18g1)
Água 1.000mL
1) Dependendo da força de geleificação do Agar
B.7.1.2 Preparação
Dissolver os componentes ou a base completa desidratada em água, com
aquecimento, se necessário.
Ajustar o pH, se necessário, de modo que, após a esterilização, esteja em 6,8 ± 0,2 a
25°C.
Esterilizar por 15 min em autoclave (6.1) a 121°C.
B.7.2 Solução de uréia
B.7.2.1 Composição
Uréia 400g
Água 1.000mL
B.7.2.2 Preparação
Dissolver a uréia em água. Esterilizar por filtração e checar a esterilidade.
Veja a ISO 7218:1996, 7.3.2.
B.7.3 Meio completo
B.7.3.1 Composição
Base (B.7.1) 950mL
Solução de uréia (B.7.2) 50mL
29
B.7.3.2 Preparação
Adicionar, sob condições assépticas, a solução de ureia à base, previamente
fundidos e então manter a 44°C a 47°C.
Dispensar o meio completo em tubos estéreis (6.9) em quantidades de 10 mL.
Deixe-o numa posição inclinada.
B.8 Meio Descarboxilação L-Lisina
B.8.1 Composição
Monohidrocloreto de L-Lisina 5g
Extrato de levedura 3g
Glicose 1g
Vermelho de bromocresol 0,015g
Água 1.000mL
B.8.2 Preparação
Dissolver os componentes em água, por aquecimento, se necessário.
Ajustar o pH, se necessário, de modo que, após a esterilização, esteja em 6,8 ±
0,2 a 25°C.
Transferir o meio em quantidades de 2mL a 5mL para limitar as culturas nos
tubos (6.9) com tampas de rosca.
Esterilizar por 15 min em autoclave (6.1) a 121°C.
B.9 Reagente de β-galactosidase
B.9.1 Solução tampão
B.9.1.1 Composição
Fosfato dihidrogênio de sódio (NaH2PO4) 6,9g
Hidróxido de sódio, solução 10mol/L 3mL
Água para um volume final de 50mL
30
B.9.1.2 Preparação
Dissolver o fosfato dihidrogênio de sódio em aproximadamente 45mL de água
em um frasco volumétrico.
Ajustar o pH a 7,0 ± 0,2 at 25°C com solução de hidróxido de sódio.
Adicionar água para um volume final de 50mL.
B.9.2 Solução ONPG
B.9.2.1 Composição
o-Nitrofenil β-D-galactopiranosídeo (ONPG) 0,08g
Água 15mL
B.9.2.2 Preparação
Dissolver o ONPG em água a aproximadamente 50°C.
Resfriar a solução.
B.9.3 Reagente completo
B.9.3.1 Composição
Solução tampão (B.9.1) 5mL
Solução ONPG (B.9.2) 15mL
B.9.3.2 Preparação
Adicionar a solução tampão à solução ONPG.
B.10 Reagentes para reação de Voges-Proskauer (VP)
B.10.1 Meio VP
B.10.1.1 Composição
Peptona 7g
Glicose 5g
Fosfato de hidrogênio dipotássio (K2HPO4) 5g
Água 1.000mL
31
B.10.1.2 Preparação
Dissolver os componentes em água, por aquecimento, se necessário. Ajustar o pH, se necessário, de modo que, após a esterilização, esteja 6,9 ± 0,2
a 25°C.
Transferir o meio para tubos (6.9), em quantidades de 3 mL.
Esterilizar por 15 min em autoclave (6.1) a em 121°C.
B.10.2 Solução de creatina (N-amidinosarcosina)
B.10.2.1 Composição
Monohidrato de creatina 0,5g
Água 100mL
B.10.2.2 Preparação
Dissolver o monohidrato de creatina em água.
B.10.3 1-Naftol, solução etanólica
B.10.3.1 Composição
1-Naftol 6g
Etanol, 96% (fração de volume) 100mL
B.10.3.2 Preparação
Dissolver o 1-Naftol em etanol.
B.10.4 Solução de hidróxido de potássio
B.10.4.1 Composição
Hidróxido de potássio 40g
Água 100mL
B.10.4.2 Preparação
Dissolver o hidróxido de potássio em água.
B.11 Reagentes para reação Indol
32
B.11.1 Meio triptona/triptofano
B.11.1.1 Composição
Triptona 10g
Cloreto de sódio (NaCl) 5g
DL-triptofano 1g
Água 1.000mL
B.11.1.2 Preparação
Dissolver os componentes em água em ebulição.
Ajustar o pH, se necessário, de modo que, após a esterilização, esteja 7,5 ± 0,2
a 25°C.
Dispensar 5mL do meio em cada um dos vários tubos (6.9).
Esterilizar por 15 min em autoclave (6.1) a em 121°C.
B.11.2 Reagente de Kovacs
B.11.2.1 Composição
4-Dimetilaminobenzaldeído 5g
Ácido clorídrico, D=1,18g/mL a 1,19 g/mL 25mL
2-Metilbutan-2-ol 75mL
B.11.2.2 Preparação
Misturar os componentes
B.12 Agar nutriente semi-sólido
B.12.1 Composição
Extrato de carne 3g
Peptona 5g
Agar 4g a 9g 1)
Água 1.000mL
1) Dependendo da força de geleificação do Agar
33
B.12.2 Preparação
Dissolver os componentes em água, com aquecimento se necessário .
Ajustar o pH, se necessário, de modo que, após a esterilização, esteja 7,0 ± 0,2
a 25°C.
Transferir o meio para frascos (6.9) de capacidade apropriada.
Esterilizar por 15 min em autoclave (6.1) a em 121°C.
B.12.3 Preparação de placas de Agar
Verter em placas de Petri pequenas e estéreis (6.11) cerca de 15mL de meio
preparado recentemente. Não permitir que as placas de Agar sequem.
B.13 Solução salina fisiológica
B.13.1 Composição
Cloreto de sódio (NaCl) 8,5g
Água 1.000mL
B.13.2 Preparação
Dissolver o Cloreto de sódio em água.
Ajustar o pH, se necessário, de modo que, após a esterilização, esteja 7,0 ± 0,2
a 25°C.
Dispensar quantidades de solução em frascos ou tubos (6.9) de modo que eles
irão conter entre 90mL e 100mL após a esterilização.
Esterilizar por 15 min em autoclave (6.1) a em 121°C.
34
Anexo C
(Informativo)
Resultados de testes interlaboratoriais
Um teste de colaboração internacional foi organizado em 2000 pela AFSSA-
Ploufragan na Europa e Sistemas BioControl nos EUA, no quadro do projeto
europeu SMT CT 96 2098 [6]. Esse teste envolveu 11 laboratórios em 9 países
da Europa e 10 laboratórios nos EUA, e foi realizado em requeijão fresco, ovo
desidratado, carne crua de aves e em um material de referência. As amostras
de alimentos foram testadas cada uma em dois níveis diferentes de
contaminação, além de um controlo negativo.
Os valores das características de desempenho derivados deste teste
colaborativo são mostrados por tipo de amostra nas Tabelas C.1 a C.4. Os
dados obtidos por alguns laboratórios foram excluídos dos cálculos apenas
com base em razões técnicas claramente identificadas (desvios do protocolo).
35
Tabela C.1 – Resultados dos dados de análise obtidos de amostras de
requeijão fresco
Requeijão fresco
(branco)
Requeijão fresco
(baixo nível de contaminação)
Requeijão fresco
(alto nível de contaminação)
Número de laboratórios que
tiveram resultados retornardos
23 23 23
Número de amostras por
laboratório 5 5 5
Número de laboratórios excluídos
2 2 2
Número de laboratórios retidos após
exclusão
21 21 21
Número de amostras aceitas
105 105 105
Precisão (especificidade),
% 100 - -
Precisão (sensibilidade), %
- 74,3 83,8
Conformidade, % 100 83,8 95,2
Concordância, % 100 60,5 71,7
36
Tabela C.2 – Resultados dos dados de análise obtidos de amostras de
ovo desidratado
Ovo desidratado
(branco)
Ovo desidratado
(baixo nível de contaminação)
Ovo desidratado
(alto nível de contaminação)
Número de laboratórios que
tiveram resultados retornardos
26 26 26
Número de amostras por
laboratório 5 5 5
Número de laboratórios excluídos
5 5 5
Número de laboratórios retidos após
exclusão
21 21 21
Número de amostras aceitas
105 105 104
Precisão (especificidade),
% 100 - -
Precisão (sensibilidade), %
- 98,1 99
Conformidade, % 100 96,2 98,1
Concordância, % 100 96,2 98,1
37
Tabela C.3 – Resultados dos dados de análise obtidos de amostras de
carne crua de aves
Carne crua de aves (branco)
Carne crua de aves (baixo nível de contaminação)
Carne crua de aves (alto nível
de contaminação)
Número de laboratórios que
tiveram resultados retornardos
25 25 25
Número de amostras por
laboratório 5 5 5
Número de laboratórios excluídos
5 5 5
Número de laboratórios retidos após
exclusão
20 20 20
Número de amostras aceitas
100 99 100
Precisão (especificidade),
% 100 - -
Precisão (sensibilidade), %
- 98 100
Conformidade, % 100 96,9 100
Concordância, % 100 96 100
38
Tabela C.4 – Resultados dos dados de análise obtidos de amostras de
referência
Material de referência (cápsulas contendo cerca de 5UFC de S.
Typhimurium
Número de laboratórios que tiveram resultados retornardos
26
Número de amostras por laboratório 5
Número de laboratórios excluídos 1
Número de laboratórios retidos após exclusão
25
Número de amostras aceitas 125
Precisão (especificidade), % -
Precisão (sensibilidade), % 94,4
Conformidade, % 88,8
Concordância, % 89,1
39
Bibliografia
[1] ISO 6887-2, Microbiologia de alimentos para consumo humano e animal –
Preparação de amostras de testes, suspensão inicial e diluições decimais para
análise microbiológica – Parte 2: Regras específicas para o preparo de carnes
e produtos derivados
[2] ISO 6887-3, Microbiologia de alimentos para consumo humano e animal –
Preparação de amostras de testes, suspensão inicial e diluições decimais para
análise microbiológica – Parte 3: Regras específicas para o preparo de peixes
e produtos derivados
[3] ISO 6887-4, Microbiologia de alimentos para consumo humano e animal –
Preparação de amostras de testes, suspensão inicial e diluições decimais para
análise microbiológica – Parte 4: Regras específicas para o preparo de outros
produtos que não sejam leite e produtos derivados, carnes e produtos
derivados e peixe e produtos derivados
[4] ISO/TR 11133-1, Microbiologia de alimentos para consumo humano e
animal – Guia de preparação e produção de meio de cultura – Parte 1: Guia
geral sobre garantia da qualidade para a preparação de meio de cultura no
laboratório
[5] Ewing, W. H. And Ball, M. M. As reações bioquímicas do gênero Salmonella.
Centro Nacional para Controle e Prevenção de Doenças. Atlanta, Georgia,
EUA, 1996.
[6] Feldsine, P. et al. Recuperação de Salmonella em alimentos selecionados
pelo procedimento ISO 6579 de cultura de Salmonella e pelo Método de
análise Oficial Internacional AOAC: Estudo colaborativo. J. AOAC Int. 2001.
[7] Meio de cultura para microbiologia de alimentos. Em: Progresso em
microbiologia industrial. Vol. 34. (Eds. Corry, J. E. L., Curtis, G. D. W. e Baird,
R. M. Elsevier, Amsterdam, 1995.
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