jessÉ romero cardoso a ruralidade no espaÇo … · benefícios na merenda escolar, mudança nos...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS
UNIFAL-MG
JESSÉ ROMERO CARDOSO
A RURALIDADE NO ESPAÇO URBANO DE ALFENAS (MG): UM
ESTUDO SOBRE AS HORTAS NAS ESCOLAS DO MUNICÍPIO
Alfenas/MG
2011
JESSÉ ROMERO CARDOSO
A RURALIDADE NO ESPAÇO URBANO DE ALFENAS: UM ESTUDO
SOBRE AS HORTAS NAS ESCOLAS DO MUNICÍPIO
Projeto de pesquisa
apresentado para o
desenvolvimento da Tese de
conclusão de curso da
Universidade Federal de
Alfenas.
Área de concentração:
Geografia Agrária Orientador:
Ana Rute do Vale
Alfenas/MG
2011
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus por tudo que tem me ajudado nesta graduação, e
pela família que me deram forças para concluir este trabalho.
À Universidade Federal de Alfenas por ter concedido a oportunidade de me graduar
em Geografia Licenciatura.
À Prof. Dr. Ana Rute do Vale, orientadora, pela dedicação e confiança concedida
neste trabalho.
A todos os professores da UNIFAL-MG que me ajudaram na minha formação.
Aos amigos da Geografia Licenciatura 2008. Aos Amigos do curso de Geografia
Bacharel 2008.
A todos que me ajudaram e confiaram na realização desta pesquisa, sendo de forma
direta ou indireta.
RESUMO A Agricultura urbana tem se intensificado e se difundido cada vez mais dentro do espaço urbano. Esta manifestação rural dentro do espaço urbano se intensificou mediante a tecnificação do campo a partir da década de 60 provocando um aumento no processo de êxodo rural. Assim muitos trabalhadores oriundos do campo buscam através da agricultura urbana formas de vida para driblar a falta de emprego na cidade, para o auto consumo e obtenção de renda. Esta atividade agrícola chega a ser encontrada nas escolas (hortas escolares), foco de nossa pesquisa, trazendo benefícios na merenda escolar, mudança nos hábitos alimentares, educação ambiental e alimentar, beneficiando a comunidade escolar carente com a distribuição de alimentos excedentes destas hortas e obtenção de renda abastecendo o mercado local. Os objetivos deste trabalho são; compreender os motivos pelos quais se praticam as hortas nos espaços escolares no município de Alfenas; caracterizar os indivíduos que praticam as hortas nas escolas, de modo a identificar o motivo de sua ligação com essa atividade; revelar a quem se destinam os produtos das hortas desenvolvidas nas escolas; analisar as características técnicas e agronômicas do sistema de produção das hortas escolares e analisar as contribuições das hortas para o ambiente escolar onde elas são realizadas, sobretudo com relação aos hábitos alimentares dos alunos. A pesquisa foi realizada em 10 escolas no município de Alfenas (MG), mediante revisão bibliográfica, aplicação de questionários e entrevistas na comunidade escolar. Constatamos que o principal motivo esta relacionado com a educação alimentar. A produção destes produtos são praticamente ao abastecimento da merenda escolar. Estas hortas são cultivadas na sua totalidade orgânica. Onde estas hortas estão ativas os benefícios são muitos significativos no que tange à educação ambiental e alimentar, gerando empregos e ao abastecimento da merenda escolar. As hortas desativadas aparecem dentro da escola pelo motivo da falta de mão-de-obra na sua manutenção e de subsídios para manter a horta produtiva. Palavras-chave: Horta escolar. Merenda escolar. Educação ambiental. Educação alimentar.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – E. E. Dr. Napoleão Sales..........................................................................19
Figura 2 – EMEI Bem Querer.....................................................................................20
Figura 3 – Professora, alunos e José.........................................................................21
Figura 4 – Alunos da Unifenas e José........................................................................21
Figura 5 – CEMEI ”Professor Leco”...........................................................................22
Figura 6 – Horta CEMEI ”Professor Leco”..................................................................23
Figura 7 – Horta E. E. Levindo Lambert.....................................................................24
Figura 8 – Horta EMEI Caensa..................................................................................25
Figura 9 – Horta CEMEI “João de Barro”...................................................................26
Figura 10 – Horta GRAAL..........................................................................................28
Figura 11 – Horta E. E. Judith Vianna........................................................................29
Figura 12 – Horta CEMEI “Dona Zinica”.....................................................................30
Figura 13 – Hidroponia APAE....................................................................................31
Figura 14 – Horta APAE.............................................................................................32
Figura 15 – Motivo das hortas escolares em Alfenas (MG).......................................33
Figura 16 – Responsáveis pela manutenção das hortas...........................................34
Figura 17 – Destino da produção das hortas escolares.............................................35
Figura 18 – Técnicas agrícolas no cultivo das hortas................................................35
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÂO ........................................................................................................ 6
2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 10
3. METODOLOGIA ................................................................................................... 17
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 18
4.1. HORTAS ESCOLARES NO ESPAÇO URBANO DE ALFENAS ........................ 18
4.1.1. E. E. Dr. Napoleão Sales ............................................................................... 18
4.1.2. EMEI Bem Querer .......................................................................................... 20
4.1.3. CEMEI José Vieira Rodrigues “Professor Leco” ........................................ 21
4.1.4. Escola Estadual Levendo Lambert .............................................................. 23
4.1.5. EMEI Caensa .................................................................................................. 25
4.1.6 CEMEI São João da Escócia “João de Barro” ............................................. 26
4.1.7. EMEI Ararinha Azul “GRAAL” ...................................................................... 27
4.1.8. Escola Estadual Judith Vianna..................................................................... 28
4.1.9 CEMEI Maria Conceição Carvalho “Dona Zinica” ........................................ 29
4.1.10. APAE ............................................................................................................ 31
4.2. ANÁLISE DOS DADOS ...................................................................................... 33
5. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 36
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 38
APÊNDICE A ............................................................................................................ 40
6
1. INTRODUÇÂO
A modernização da agricultura a partir da década de 1960, aliada ao histórico
processo de concentração fundiária no Brasil, propiciou o intenso processo do êxodo
rural, levando para a cidade os pequenos produtores, sobretudo os agricultores
familiares. Essa dificuldade em se manter no campo se agrava ainda mais pela falta
de subsídio para mecanizar sua produção e consequente aumentar sua
produtividade. Assim, o pequeno produtor se vê subordinado a uma política agrícola
que privilegia o agronegócio, que cada vez mais, expande se e territorializa sobre o
espaço geográfico brasileiro.
A policultura que geralmente é realizada pela agricultura familiar fica sendo
subsidiada pelos salários urbanos e a monocultura se torna o centro de gravidade da
agricultura, surgindo a “empresa rural”, que visa somente o lucro com a produção
agrícola, tornando a policultura subordinada aos grandes produtores agrícolas, como
salienta Moreira (1990).
Com as transformações no campo, os camponeses agora se refugiam na
cidade, aumentando assim a população urbana drasticamente. Segundo MARÇAL;
SILVA; SILVA (2003) os graves problemas de carência alimentar que surgiram com
o crescimento populacional da cidade nas ultimas décadas, a oferta de trabalho não
é garantida a todos. Com isto, algumas pessoas buscam fazer da Agricultura Urbana
(AU), uma forma de vida para driblar a falta de trabalho gerado com a crescente
urbanização, o que (DRESCHER, 2000) destaca como uma “estratégia induzida pela
crise”.
Roese (2004) citado por Arruda (2005), salienta que a agricultura urbana é
realizada dentro da cidade, ou nas suas imediações (peri-urbano), onde esta
agricultura é destinada à produção de consumo próprio e para venda em pequena e
média escala nos mercados locais, pois a área para esta atividade é restrita, os
conhecimentos técnicos são escassos por partes dos envolvidos e geralmente não
há dedicação exclusiva dos produtores urbanos.
Dessa forma, a população empobrecida busca nesta Agricultura Urbana (AU)
e Periurbana, uma alternativa para atender suas necessidades na alimentação e
melhorar seu nível de renda criando oportunidades de emprego, podendo combater
7
a miséria e melhorando a segurança alimentar e nutricional de algumas
comunidades urbanas e capaz de criar um habitat urbano melhor, (CRIBB, 2009).
O município de Alfenas, localizado no Sul de Minas, não se dissocia dos
fenômenos que se apresentam acima, uma vez que também procura na Agricultura
Urbana uma forma de vida alternativa, buscando transpor as barreiras imposta pela
cidade.
Trata-se de um município, cuja principal atividade agrícola é a cafeicultura,
considerada como um agronegócio, que cada vez mais vem se modernizando e
concentrando terras no Sul de Minas. Dessa forma, a utilização de mão-de-obra
restringe-se a determinados períodos do ano, sobretudo na colheita, na qual
emprega-se trabalhadores que moram na cidade e região, embora venha se
intensificando cada vez mais a contratação de migrantes no Norte de Minas e
Nordeste deste país.
Em Alfenas, foco de nossa pesquisa, as tensões entre os citadinos e os
camponeses que se instalam na cidade, acontecem de forma mais branda por ser
uma cidade média, onde sua economia principal é a agricultura, a população urbana
não convive com esta atividade como sendo “invasora” do espaço urbano e nem nas
áreas de produção agrícola as famílias encontram dificuldades em se relacionarem
com os agricultores que ali ocupam o espaço urbano.
O município sofreu grande mudança a partir de 1960, com a implantação da
usina hidrelétrica de Furnas, que desapropriou muitos produtores familiares do
campo – ao alagar enormes áreas agrícolas que deram origem ao reservatório da
usina – que agora sem ter onde produzir seu próprio sustento migram para a cidade.
Na década seguinte outra fonte de trabalho foram as grandes lavouras de laranja e
café, segundo EMATER (1990).
Considerando que Alfenas possui uma vocação agrícola ainda muito forte,
características da ruralidade no espaço urbano se fazem presentes, embora possua
93% de sua população urbana, segundo IBGE(2010). Uma dessas manifestações da
ruralidade é a agricultura urbana, que aparece nas áreas centrais e nos bairros
periféricos e mais próximos do centro.
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Esse é o caso das hortas cultivadas dentro das escolas do município,
denominadas por Arruda (2005), como “hortas escolares”, que são apenas um
formato de agricultura urbana, destacando outras como: hortas domésticas, hortas
comunitárias e comerciais, onde procuram com esta atividade amenizar os impactos
desta sociedade que está em constante transformação, no que tange a alimentação
e disponibilidade dos alimentos praticados nestas hortas dentro do espaço urbano,
contribuindo com o abastecimento das demandas locais.
Nossa análise se baseou na premissa de que a AU possui um papel
importante para as classes menos desfavorecidas na cidade, oferecendo trabalho,
alimento e corroborando diretamente para uma segurança alimentar (CRIBB, 2009).
Nesta direção que buscamos analisar a importância dessas atividades agrícolas
praticadas dentro do espaço escolar, como forma de não apenas abastecer
merendas escolares, bem como influenciar nos hábitos alimentares mais saudáveis
para os alunos. Sem esquecer que, muitas vezes são eles próprios que ajudam no
cultivo dessas hortas. Mais especificamente, os objetivos desse trabalho foram: a)
compreender os motivos pelos quais se praticam as hortas nos espaços escolares
no município de Alfenas; b) caracterizar os indivíduos que praticam as hortas nas
escolas, de modo a identificar o motivo de sua ligação com essa atividade; c) revelar
a quem se destinam os produtos das hortas desenvolvidas nas escolas; d) analisar
as características técnicas e agronômicas do sistema de produção das hortas
escolares e; e) analisar as contribuições das hortas para o ambiente escolar onde
elas são realizadas, sobretudo com relação aos hábitos alimentares dos alunos.
Uma das dificuldades encontradas no decorrer desta pesquisa foi a falta de
dados e artigos sobre agricultura urbana no município de Alfenas. Procurando a
Secretaria de Desenvolvimento Rural notamos que a prefeitura está desprovida de
informações sobre a agricultura urbana, sobretudo as hortas escolares. Única
informação encontrada foi na Secretaria de Educação de Alfenas, que disponibilizou
uma lista onde estas atividades agrícolas (hortas escolares) acontecem ou
aconteceram, porém não foram disponibilizados dados sobre as hortas e os
trabalhos realizados nas escolas.
A falta de informações sobre as características e processo de formação
destas hortas escolares nos encorajou a tentar compreender os motivos e como
9
estas manifestações agrícolas se realizam dentro do espaço urbano por meio das
hortas escolares.
Nesse contexto nosso trabalho inicia-se com a revisão da literatura
pesquisada sobre agricultura urbana e hortas escolares, seguida pelos
procedimentos metodológicos utilizados para desenvolver a pesquisa, resultados
obtidos durante a coleta de dados e sua discussão, caracterizando todas escolas
visitadas e finalmente, as nossas conclusões a respeito da importância das hortas no
ambiente escolar.
10
2. REVISÃO DE LITERATURA
A agricultura urbana se diferencia da agricultura rural pelo fato dessa
acontecer dentro do perímetro urbano e seus espaços de produção serem muito
restrito. No geral, essa atividade acontece em terrenos baldios, cedidos ou domicílio
próprio, e seu principal objetivo esta em autoconsumo e abastecer o mercado local.
No âmbito federal, o Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN),
que é coordenado pelo Ministério de Desenvolvimento Social (MDS), direciona o
estabelecimento de uma política nacional de agricultura urbana e periurbana para
que possa promover a Segurança Alimentar e Nutricional. Como salienta o estudo
realizado pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (2008, p. 8) ressaltando que,
a agricultura urbana, enquanto uma ferramenta de gestão do espaço urbano, também tem interface com ações do Ministério das Cidades e do Ministério do Meio Ambiente. No âmbito estadual, destaca-se a incorporação da agricultura urbana como ação estratégica no Plano Estadual de SAN e a recente regulamentação da Lei 15.973/06, que criou a Política Estadual de Apoio à Agricultura Urbana.
Esta atividade agrícola dentro dos centros urbanos está crescendo na mesma
proporção que a cidade se expande. A urbanização desenfreada causada pelo
êxodo rural e pelo próprio crescimento da cidade corrobora para que esta prática
aconteça no perímetro urbano.
De acordo com Mougeot (2000), também é possível distinguir a agricultura
urbana da agricultura rural por estar inserida no sistema econômico e ecológico
urbano, o chamado “ecossistema” urbano. Essa integração da AU e mudança no
sistema de produção agrícola para suprir a cidade faz com que o abastecimento dos
seus produtos alimentícios sejam produzidos por uma agricultura de caráter rural,
periurbano, e intraurbano, pois elas interagem e se completam em diversos graus.
Moustier (1999), citado por Mougeot (2000), ressalta que essas integrações da
agricultura urbana com a agricultura rural, se completam em termos de
autoconsumo, fluxos de comercialização e fluxos de abastecimento de mercado, por
exemplo.
Esta complementaridade vai além dos limites da cidade, que segundo
Drescher (2000), uma vez que esta atividade está sendo praticada nesse espaço
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urbano, ela libera terras agrícolas rurais para a produção de produtos destinados á
exportação (agronegócio), reduzindo a pressão para o cultivo de novas áreas rurais,
aliviando a carga sobre as terras rurais marginais e sobre as florestas. O autor
destaca que a AU oferece à cidade produtos que a agricultura rural não pode
proporcionar tão eficientemente, como por exemplo: produtos muito perecíveis ou
produtos de exportações que devem ser exportados assim que acabam de ser
colhidos.
Outra relação observada pelo autor supracitado, é que quanto maior for a
cidade, maior será as manifestações de AU nela praticada. Esta relação é provada
por um estudo realizado no Quênia, onde, a intensidade e a produtividade
aumentam de acordo com o tamanho da cidade, e um aumento também no uso de
insumos orgânicos e a presença de redes de intercâmbio ou comércio, (LEE-SMITH,
1998) citado por (MOUGEOT, 2000).
Sabe-se que a urbanização caminha na direção das áreas rurais, levando a
crer que o rural está totalmente fadado ao desaparecimento, porém, esta afirmação
é vaga, não se sustenta pelo motivo que, ao mesmo tempo em que a cidade se
expande, ela recria novos espaços possibilitando que a população proveniente do
campo, possa utilizar deste crescimento da para estabelecer dentro dela as práticas
rurais, como por exemplo, a AU.
Segundo Maia (2001), nesta mesma proporção que a cidade se expande,
esta configuração vai consumindo o campo, dissolvendo em alguns momentos, até
anulando em outros, como também permitindo a recriação de subespaços rurais que
hora estão convivendo de forma harmoniosa ou em conflitos. Esses resíduos
mostram de certa forma uma expressão de resistência, podendo até ocupar dentro
da cidade espaços de forte especulação imobiliária.
Com a inserção da AU na cidade esta atividade acaba sendo de certa forma a
incorporação e valorização de características rurais na cidade, trazendo
manifestações e a cultura rural para o meio urbano. O aparecimento desta cultura
rural na cidade está apresente em várias formas além da agricultura urbana, como:
rodeios, festas agropecuárias, vestuários country e bailes country, (MARÇAL; SILVA;
12
SILVA; 2003). Nota-se nestas manifestações a intensificação e presença da
ruralidade no espaço urbano fazendo com que esta relação entre campo/cidade e
rural/urbano, segundo Biazzo (2007), a cidade/campo seriam formas materiais,
enquanto ruralidades/urbanidades seriam conteúdos de construções sociais,
expressões culturais. Explicando melhor:
Campo e cidade são, portanto, materialidades. Concretizam-se como paisagens contrastantes. Ruralidades e urbanidades são racionalidades ou lógicas. Manifestam-se por meio de nossos atos, através de práticas sociais. [...] são representações provenientes de diferentes universos simbólicos, reproduzidos por cada indivíduo em seu convívio social (BIAZZO, 2007, p. 17).
Muitas vezes estas atividades urbanas não se comportam de forma tão
harmoniosa, podendo ocorrer vários conflitos entre os produtores agrícolas nos
centros urbanos, como relata Ferreira (2006). Para o autor que analisou as tensões
geradas pelas populações que habitam esta área de produção agrícola na região
metropolitana de Recife-PE, elas se mostram em vários âmbitos. Essas tensões ora
acontecem para conseguirem posse de maior área da terra, para poderem ampliar
suas plantações, ora esta tensões acontecem com os próprios agricultores
pressionando e Estado para conseguirem infra-estrutura, financiamentos,
implementos agrícolas e instalações elétricas, entre outras.
Merecem destaque os conflitos gerados pelos agricultores e a população
trabalhadora, como no caso que acontece em Recife. Existem nestas áreas de
produção agrícolas, unidades de famílias que compraram lotes de antigos
produtores e não procuraram dialogar com estes para compreender as relações
sociais da área adquirida, para os produtores que ocupam esta área há mais tempo,
esta ocupação acontece de forma “invasiva”, o que gera tensões muito fortes
levando até as agressões físicas entre eles, podendo afetar até as pessoas que
circulam a região, que está localizada ao entorno do CEASA-PE (FERREIRA, 2006).
Um dos fatores que determinam onde estas atividades serão realizadas, é a
influencia e fluxo que a área disponibilizará para facilitar esta atividade, no caso de
Recife-PE, esta atividade acontece dentro da região metropolitana, pois temos a
presença do CEASA muito próximo à área de produção. Isso proporciona certa
facilidade para transportar os produtos e com mais qualidade e pouca perda de
produtos devido ao transporte mais rápido, que não deixam os produtos estragarem
13
por motivo de longo trajeto a ser percorrido até o destino final de consumo
(FERREIRA, 2006).
Segundo Mougeot (2000), durante o processo de urbanização a agricultura
urbana intensiva crescerá concomitante ao crescimento da cidade, devido à redução
dos lotes usados na agricultura enquanto os sistemas de produções se intensificam,
e buscam áreas maiores para produzirem estas atividades. Agora as atividades
agrícolas marginais foram substituídas por outras mais rentáveis, e removidas para
outros locais. O autor destaca o estudo de Yi-Zhang Cai (1999), que detectou em
Shanghai, na China, um exemplo destes processos, pois as operações que
necessitam de mais terrenos estão sendo deslocados para fora da cidade, e a
produção dentro do espaço urbano está se intensificando e cada vez mais eficiente
para gerar colheitas mais abundantes, utilizando mão-de-obra mais produtiva e
maior valor agregado aos produtos. Dessa forma, essas relações deixam a
agricultura cada vez mais urbana, mais integrada ao ecossistema urbano, com
processos que se estabelecem com o tempo e que são mais numerosos e efetivos
na cidade.
Nesse sentido, a agricultura urbana terá sempre presença garantida, uma vez
que a cidade necessita de alimentos perecíveis (frutas, legumes, verduras), que são
produzidos por estes agricultores urbanos. Esta produção agrícola na cidade tende a
aumentar, sabendo que ela abastece a cidade a AU também se projeta na cidade
como meio de driblar a falta de trabalho e suprindo a alimentação dos que a
praticam, contribuindo diretamente com a segurança alimentar, como ressalta Cribb
(2009).
Uma forma concreta dessa atividade no Brasil é a que destaca Arruda (2005),
sobre o programa “Hortas Comunitárias” de São Paulo, que beneficia anualmente 30
mil pessoas (PROGRAMA FOME ZERO, 2003), contribuindo e diminuindo a
exclusão social por meio de organização comunitária e cooperativismo, além de
complementar a alimentação e promover a educação ambiental nas famílias
carentes.
Em estudo realizado na África por ZEEUW; GÜNDEL; WAIBEL (2000),
constataram a presença de hortas nos programas habitacionais, como a venda de
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hortaliças diretamente do produtor para o consumidor em Dar Es Salaam, Tanzânia,
onde, esta atividade é uma integração da agricultura na cidade, com a inclusão de
espaços para hortas comunitárias e familiares, fazendo da agricultura urbana um uso
temporário ou permanente de áreas abertas em seus programas de habitação
popular.
Os autores supracitados destacam ainda que as áreas abandonadas e
degradadas possam servir para o cultivo destas hortas comunitárias ou divididas em
hortas familiares, contribuindo com o desenvolvimento social, como aumentando a
auto-estima e segurança nos bairros mais carentes, como foi enfatizado no
Seminário em Havana, onde, a AU tem papel importante no desenvolvimento social,
pois aumenta a coesão social no bairro e une as pessoas.
Neste momento onde a cidade está se transformando no mesmo ritmo em
que se estabelecem novas relações do homem com a natureza, desestruturação
social, perdas de identidades das relações humanas em nível ontológico. A
presença do concreto no espaço urbano demonstra nitidamente como o modelo de
produção atual dissocia cada vez mais o homem da natureza. A AU torna-se uma
expressão contrária à artificialização do espaço urbano, onde, o agricultor urbano
aprende sobre o tempo da natureza, sentindo prazer em cultivar esta atividade
dentro da cidade e se opondo crueza que toma a vida urbana (MARINHO et al,
2009).
Esta atividade no espaço urbano pode ser um grande passo rumo à auto-
sustentabilidade alimentar, podendo ser realizada em quintais, terrenos baldios,
dentro do espaço escolar etc. E está cada vez mais se inserindo no ecossistema
urbano como meio de sustentabilidade alimentar da cidade.
Segundo MARINHO et al (2009), esta produção da agricultura dentro do
espaço urbano necessita da escola para que seja irradiada na comunidade. A escola
que fomenta a formação de pequenos produtores urbanos e estimula a criação de
novos sentidos em seu papel pedagógico e a associação entre o aluno e seu lugar.
Na escola, a agricultura urbana busca estimular os alunos a produzirem novos
hábitos que contribuam para a sustentabilidade do ambiente urbano. Estas
atividades praticadas no ambiente escolar, denominadas hortas escolares, buscam
15
aguçar o costume de cultivar a terra em suas residências ou em espaços onde esta
atividade possa ser realizada, propiciando a criação de um ambiente em que a
relação do homem com a natureza se torna cada vez mais forte. As atividades
pedagógicas concomitante com as hortas escolares estabelecem a construção de
conhecimentos referentes às origens e modo de produção dos alimentos que
consumimos, prejuízos sócio-ambientais oriundos da “Revolução Verde”, mudança
de hábitos de consumo, alimentação, solos etc. (MARINHO et al, 2009)
Um exemplo desta atividade agrícola dentro das escolas foi o projeto
realizado no Estado de Goiás, por meio da Secretaria da Educação e a Gerência da
Educação Ambiental do Estado de Goiás, que incentivaram a criação de hortas
escolares em todas as escolas estaduais que possuem espaços para esta atividade.
Este projeto tem por objetivo a complementação e enriquecimento nutricional da
merenda escolar, além de conscientizar a importância do meio ambiente e a
formação de bons hábitos alimentares. A partir destas hortas escolares será possível
levar os alunos a consumirem mais hortaliças que são fonte de vitaminas, fibras e
sais-minerais, ou seja, oferecendo uma merenda escolar de qualidade, e
incentivando o trabalho voluntário fortalecendo as atividades de cooperação entre os
alunos. (Secretaria da Educação do estado de Goiás)
As hortas escolares apresentam várias alternativas de vida e consumo na
sociedade, como notamos no trabalho realizado no Programa Xingó, em parceria
com a CNPq, UFRPE, UFPE, Universidades Estaduais da Bahia e Feira de Santana,
Embrapa, o INPE, o CEPEL e a SUDENE. Neste projeto as hortas implantadas em
uma creche e em um asilo que totaliza uma área de 360 m² e tem como o objetivo
de mostrar a viabilidade econômica e social do cultivo das hortaliças, e também
incentivar novos hábitos alimentares na comunidade. (EMBRAPA, 2004)
Nesse Programa Xingó além de melhorar a qualidade da merenda escolar,
tem uma proposta de geração de renda, comercializando o produto excedente,
chegando a obter um lucro de R$ 300,00 semanal, afirma o coordenador do projeto,
prof. Ailton Pacheco. Alunos, pais e professores de um colégio municipal participam
na construção deste projeto, o que é produzido nestas hortas será dividido entre a
creche, o asilo, a escola e a comunidade que participa do projeto, o excedente será
16
comercializado, e a renda desta comercialização será aplicada na complementação
da merenda escolar.
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3. METODOLOGIA
Revisão bibliográfica de textos (livros, artigos e teses), referentes à geografia
agrária, agricultura urbana e hortas escolares. As pesquisas serão realizadas junto
às bibliotecas virtuais e artigos disponíveis em revistas eletrônicas.
Coleta de dados:
Dados indiretos: Prefeitura Municipal de Alfenas (MG), EMATER, IBGE e sites
especializados.
Dados diretos: aplicação de questionários junto aos membros responsáveis
pelas atividades de produção agrícola nas escolas: EMEI (Escola Municipal de
Educação Infantil) Caensa, EMEI Bem Querer, CEMEI (Centro Educacional de
educação Infantil) Maria Conceição Carvalho “Dona Zinica”, CEMEI José Vieira
Rodrigues “Professor Leco”, CEMEI São João da Escócia “João de Barro”, GRAAL,
E. E. Judith Vianna, E. E. Dr. Napoleão Salles, E. E. Levindo Lambert e na APAE
(Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Alfenas, buscando caracterizá-
los nos aspectos sociais, econômicos e culturais; entrevista com os alunos e
representante do poder público (Secretaria da Educação).
Tabulação dos dados coletados e elaboração do relatório.
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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A caracterização de ruralidade dentro do espaço urbano, por meio do estudo
das hortas escolares, transparece a importância desta atividade agrícola no contexto
escolar, como também nos benefícios alcançados pela comunidade onde estas
hortas estão presentes.
Conforme já mencionado, este trabalho foi realizado em dez escolas públicas,
onde notamos a diversidade e transformações que aconteceram nestas hortas
escolares no decorrer do tempo. Algumas escolas sofreram transformações
significativas que merecem destaque neste trabalho, onde muitas hortas foram
destituídas por falta de subsídios e vieram a ser praticamente extintas do ambiente
escolar. Faremos aqui a caracterização dessas escolas.
4.1. HORTAS ESCOLARES NO ESPAÇO URBANO DE ALFENAS
4.1.1. E. E. Dr. Napoleão Sales
A horta da E. E. Dr. Napoleão Sales, situada no Bairro Vista Grande, com
1050 alunos matriculados, possui um grande espaço para cultivo, porém, este não é
totalmente utilizado por falta de mão-de-obra para cuidar da horta e falta de mudas.
Em entrevista com o Vice – Diretor da escola, disse que a horta ficou certo tempo
sem ter alguém responsável pela manutenção da horta, mas que atualmente alunos
que cursam agronomia na Unifenas estão realizando o trabalho de manutenção da
horta por meio de um projeto de extensão concomitante com um o Paulo, funcionário
da escola. (Figura 1)
Nesta escola a horta foi implantada por idéia de um vizinho da escola no ano
de 2007, e a partir de então os professores, alunos e servidores procuraram manter
a horta produtiva, embora haja dificuldades por falta de mudas e adubos orgânicos.
Segundo o vice-diretor, a horta tem uma importância muito grande no
contexto escolar, pois ela é capaz de proporcionar uma “maior integração do corpo
docente com atividades interdisciplinares e conscientização sobre uma alimentação
saudável e socialização do aluno.”
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Figura 1 - Horta E. E. Dr. Napoleão Salles Fonte: Trabalho de campo (setembro e outubro de 2011)
A horta nesta escola tem como objetivo a produção de alimentos para
merenda escolar, educação ambiental e alimentar, desenvolvimento humano, que
são trabalhados nas atividades interdisciplinares. Esta atividade na escola esta
relacionada com o programa Horta na Escola que trabalham com os alunos do 9°
ano do ensino fundamental e do 2º ano do ensino médio, sob orientação dos
professores.
Os principais prudutos cultivados: alface, repolho, chicória, almeirão, couve,
beterraba, pimentão, jiló, cheiro verde, hortelã e erva cidreira. Todos os alimentos
são cultivados de forma orgânica – uma maneira de plantar e cuidar das hortaliças
com técnicas que não contaminam a terra, a água, plantas, plantadores e
consumidores. É uma forma de cultivo onde se utiliza adubos orgânicos em
substituição aos produtos químicos – e direcionados especificamente para merenda
escolar.
De acordo com o questionário aplicado na escola as principais vantagens
desta horta é o consumo de alimentos frescos e cultivados de forma orgânica para o
consumo dos alunos na merenda escolar.
20
Porém ressaltamos a falta de apoio na manutenção da horta, por parte da
Secretaria Estadual de Educação, além da falte de interesse por parte dos alunos
em manter a horta em boas condições.
4.1.2. EMEI Bem Querer
Essa escola também está situada no Bairro Vista Grande, com 160 alunos
matriculados, produz uma quantidade relativa de alimentos em sua horta (Figura 2).
No entanto, sua área de produção não é muito grande, mas é cuidada diariamente
por um funcionário da escola.
Figura 2 - Horta EMEI Bem Querer Fonte: Trabalho de campo (setembro e outubro de 2011)
Atualmente esta horta é cuidada pelo por um funcionário da prefeitura de
Alfenas, juntamente com os professores e alunos da escola.
Da mesma forma que ocorre na escola anterior, essa horta também é
atendida pelo projeto de extensão da Unifenas. (Figura 3 e 4)
O cultivo dos alimentos também é realizado de forma orgânica, com recursos
provenientes de doações. Uma das maiores dificuldades encontrada nesta escola é
a falta de infra estrutura já que a área do plantio é bem restrita.
21
Figura 3 – Professora, alunos e José Figura 4 – Alunos da Unifenas e José Fonte: Arquivo EMEI Bem Querer Fonte: Arquivo EMEI Bem Querer
A horta na escola Bem Querer surgiu no ano de 2008, com iniciativa de uma
professora, que em entrevista comentou a importância desta horta na escola, onde,
os alunos plantam, regam, colhem e participam do processo de preparo destes
alimentos que serão servidos na merenda escolar, ou seja, os alunos têm um
acompanhamento completo do plantio até chegar ao prato servido na escola,
proporcionando aos alunos a produção dos alimentos para merenda escolar,
educação alimentar e educação ambiental.
O destino dos alimentos produzidos na horta é para a merenda escolar e o
excedente é destinado para a comunidade, atendendo as famílias dos alunos menos
favorecidos da escola.
As vantagens da horta nesta escola é a produção de alimentos orgânicos
oferecidos na merenda escolar, que tem acompanhamento dos alunos no
desenvolvimento do plantio podendo proporcionar uma relação na educação
ambiental no que tange a aproximação entre a natureza e a sociedade, além de
contar com a integração de indivíduos na sociedade como ressaltado a trabalho
realizado com o ex-presidiário, a horta tem um poder de gerar emprego para
pessoas que trabalham com esta atividade no espaço escolar.
4.1.3. CEMEI José Vieira Rodrigues “Professor Leco”
Esta escola está situada no Bairro do Pinheiro, que é mais periférico e
caracterizado por uma população de baixa renda, onde estão matriculados 215
alunos. A horta nesta escola foi reativada no ano de 2009, com o Projeto Nossa
22
Horta, mas neste ano a horta deixou de ser produtiva, e está praticamente
desativada. (Figura 5)
Figura 5 – CEMEI Professor Leco (Projeto Nossa Horta) Fonte: Arquivo CEMEI Professor Leco
Neste Projeto a manutenção da horta era realizada pelos professores e
alunos. As mudas desta horta eram disponibilizadas pela comunidade e pela
prefeitura de Alfenas, a produção dos seus alimentos era destinada à merenda
escolar. Em entrevista com a Diretora da escola, ela ressaltou que a horta trouxe
muitos benefícios, como na alimentação dos alunos que muitas vezes não gostavam
de verduras, mas pelo fato de eles participarem do plantio e colheita daqueles
alimentos acabaram estabelecendo uma ligação com a horta, comendo os alimentos
ali produzidos, pois sabiam que era fruto de seus trabalhos.
Atualmente a horta dessa escola está desativada, por falta de funcionário
para cuidar dela e também de subsídios por parte da prefeitura para mante-la
funcionando. O trabalhador da prefeitura que cuidava da horta veio a falecer no ano
de 2010, a partir de então a horta esta desativada e atualmente o local encontra-se
praticamente abandonado. (Figura 6)
23
Figura 6 – Horta CEMEI Professor Leco Fonte: Trabalho de campo (setembro e outubro de 2011)
4.1.4. Escola Estadual Levendo Lambert
Esta escola se localiza no centro de Alfenas, estão matriculados 449 alunos.
Nota-se que esta horta está com uma infra estrutura boa e adequada para o cultivo
dos alimentos, com os canteiros bem distribuídos e delimitados. (Figura 7)
Porém nestes últimos seis meses a manutenção da horta esta sendo
realizada por um funcionário da escola. Ele ressaltou também que antes do trabalho
com esta horta nunca teve contato com atividades agrícolas, esta foi a única
atividade que ele esteve em contato com a agricultura.
Este funcionário da escola exerce outras funções dentro da escola e não pode
se dedicar somente na manutenção da horta. Devido a greve que aconteceu no 2º
semestre de 2011 a horta ficou abandonada, pois os alunos também cuidam da
horta juntamente com os professores, que buscam conciliar a produção de alimentos
para a merenda escolar, educação alimentar e educação alimentar por meio da
prática e cultivo da horta.
24
Figura 7 – Horta E. E. Levindo Lambert Fonte: Trabalho de campo (setembro e outubro de 2011)
Esta horta surgiu há três anos, com o principal intuito de suprir a merenda
escolar com alimentos orgânicos. A prefeitura auxilia na manutenção, porém a ajuda
é muito restrita, com estercos e mudas para o plantio dos alimentos. Nesta horta é
cultivado couve, alface, cheiro verde, repolho, tomate, milho e pimenta.
A principal vantagem citada sobre essa horta é a produção de alimentos para
ajudar na merenda na merenda escolar, além de trabalhar com os alunos os temas
de educação ambiental e alimentar. No entanto encontramos dificuldades em
manutenção da horta e disponibilidades de recursos e mão-de-obra.
Cabe ressaltar que no ano de 2009, o projeto de extensão Catuetê –
Sustentabilidade no Ambiente Escolar, desenvolvido por docente e discentes da
UNIFAL-MG, atuou nessa escola com trabalhando com horta orgânica, viabilizando
desenvolvimento sustentável, auxiliando na reciclagem do lixo escolar e reforçando o
cardápio da merenda. Atualmente este projeto está paralisado, devido a falta de
discentes para dar continuidade no projeto.
25
4.1.5. EMEI Caensa
Encontramos nesta escola uma horta que está praticamente desativada,
coberta por erva daminhas e sem manutenção constante, muito raramente alguns
funcionários da escola regam as poucas verduras que ainda restam nesta horta.
(Figura 8)
Figura 8 – Horta EMEI Caensa Fonte: Trabalho de campo (setembro e outubro de 2011)
Esta escola possui 218 alunos matriculados, que eram beneficiados pela
horta que foi iniciada pelo incentivo da direção, que já teve ligação com agricultura
familiar e observando o espaço na escola, sugeriu o inicio da horta. Segundo a
diretora, a importância desta horta estava ligada a incentivar a educação alimentar
por meio do contato com a horta e os conhecimentos que este contato pode gerar
aos alunos no que tange à educação ambiental, porém esta horta foi desativada nos
dois últimos anos.
O projeto instalado pela Horta Escolar proporcionava aos alunos temas como
a reciclagem de lixo, educação ambiental, Recreação e lazer, desenvolvimento
humano e educação alimentar, onde estes temas eram trabalhados com os
professores afetando todas as turmas da escola.
26
A horta da escola Caensa era realizada de forma tradicional e totalmente
orgânica, onde eram cultivados: alface, couve, espinafre, salsa, cebolinha, cenoura,
beterraba, funcho, hortelã, alfavaca, canela de macaco, acerola, mamão, maracujá e
ora-pro-nóbis.
Os alimentos plantados na horta eram destinados à merenda escolar, e
trabalhados alguns temas com receitas com os alimentos ali produzidos. Os
recursos desta horta eram oriundos da comunidade escolar, porém a manutenção
realizada pelos alunos e professores foi se extinguindo, pois os alunos tinham pouco
acesso á horta e não havia os cuidados necessários para manter a horta saudável,
concomitante com estas situações, a falta de funcionário da prefeitura para dar
manutenção nas hortas corroborou para o término das atividades nesta horta.
4.1.6 CEMEI São João da Escócia “João de Barro”
Esta horta foi implantada segundo algumas funcionárias mais antigas, no ano
de 1993, e com o decorrer do tempo a escola foi aprimorando-a juntamente com
alunos, professores e funcionários. (Figura 9)
Figura 9 – Horta CEMEI “João de Barro”. Fonte: Trabalho de campo (setembro e outubro de 2011)
Hoje a horta está sendo cuidada por alunos professores, funcionários e a
diretora que sempre que possível também os auxilia. Em entrevista com a diretora,
27
constamos a importância que ela atribui à horta escolar, pois ela já trabalhou na
agricultura (colheita de café) e possui uma horta em sua residência.
Para ela a importância da horta escolar está também em possibilitar o saber
da origem dos alimentos que comemos e a alimentação saudável que a horta
proporciona. Nesta escola onde estudam 240 alunos, os professores trabalham
vários eixos pedagógicos com o cultivo da horta, como por exemplo, temas
relacionados à saúde, alimentação, natureza, sociedade, entre outros.
A horta escolar tem como objetivo a produção de alimentos para merenda
escolar, educação ambiental, recreação e lazer, desenvolvimento humano e
educação alimentar, que estão ligados á projetos em várias turmas.
Esta horta produz vários alimentos, como: alface, couve, tomate, cereja,
cenoura, salsa, cebolinha, alecrim, boldo, plantas medicinais, amendoeira, além de
um abacateiro e pé de canela, onde todos os produtos são cultivados de forma
orgânica. O destino dos alimentos plantados nesta horta é para a merenda escolar,
e também doados para comunidade escolar, com fim de melhorar os hábitos
alimentares dos alunos mediante estes alimentos oriundos da horta.
A origem dos recursos para a manutenção da horta é proveniente de doações
dos pais de alunos, professores e funcionários. Porém, os recursos não são
suficientes, a falta de mão-de-obra para manter a horta produzindo e realizar a
limpeza da horta diariamente causa um déficit na produção da horta. Antigamente a
escola possuía um funcionário que cuidava da horta, porém este não trabalha mais
na escola e com isso os únicos que cuidam esporadicamente da horta são os
professores, alunos e outros funcionários.
4.1.7. EMEI Ararinha Azul “GRAAL”
Esta escola, localizada no Bairro Santa Luzia com 45 alunos matriculados
está com sua horta praticamente desativava, com um amplo espaço para plantar a
escola não recebe da prefeitura recursos para manutenção da horta. Esta horta que
surgiu em 2010 foi incentivada por uma professora, e há dois anos esta horta esta
praticamente sem manutenção. (Figura 10)
28
Esta horta produzia cebolinha, alface, alho e couve. Atualmente observamos
um canteiro com poucas couves plantadas e alguns pés de alface que não morreram
e brotam esporadicamente.
Figura 10 – Horta GRAAL Fonte: Trabalho de campo (setembro e outubro de 2011)
Uma das principais causa desta horta estar paralisada é a falta de esterco
para o cultivo, uma vez que o solo desta escola é muito pobre em nutrientes
dificultando o cultivo. Outra demanda da escola manifestou é a presença de um
funcionário para cuidar especificamente da horta, pois os professores não dispõem
de tempo para a manutenção diária destas hortas.
4.1.8. Escola Estadual Judith Vianna
Nesta escola com 1004 alunos, localizada na região central de Alfenas,
também está com sua horta desativada. A horta surgiu no ano de 2008, com
incentivos da diretora, onde na entrevista ressaltou que quando a horta estava em
atividade eram produzidos muitos alimentos destinados à merenda escolar. (Figura
11)
Dentre as escolas pesquisadas esse escola é uma das que possui melhor
infra estrutura para a horticultura. A área da antiga horta é muito ampla e os
29
canteiros estão bem distribuídos, porém o mato e o lixo depositado neste espaço
corroboram para a paralisação das atividades nesta horta.
Figura 11 – Horta na E. E. Judith Vianna Fonte: Trabalho de campo (setembro e outubro de 2011)
Segundo a diretora da escola, a horta estava vinculada ao projeto Educação
Ambiental, que trabalhava com a produção de alimentos para a merenda escolar,
educação ambiental e educação alimentar.
Para continuar a produzir alimentos nesta horta a escola necessita de um
funcionário que possa dar manutenção diariamente nesta horta, mas esta é uma das
dificuldades encontradas nesta e em várias escolas estudas.
4.1.9 CEMEI Maria Conceição Carvalho “Dona Zinica”
Nesta escola localizada no Jardim São Carlos, com 240 alunos matriculados,
encontramos a horta em plena atividade e com uma pessoa que diariamente presta
manutenção na horta. (Figura 12)
A horta da escola Dona Zinica, surgiu desde a sua fundação, segundo
funcionário responsável pela sua manutenção. Este funcionário da escola está em
contato com a agricultura desde os 7 anos, e com esta experiência na agricultura ele
30
pode trabalhar de forma mais efetiva e produtiva no cultivo da horta, aumentando a
produção dos alimentos de forma tradicional e orgânica. Segundo ele a importância
da horta escolar reside do fato de que além de esta em ajudar na merenda escolar,
pode, mostrar aos alunos os cuidados de seu manejo e contribuir para educação
alimentar.
Figura 12 – Horta CEMEI “Dona Zinica” Fonte: Trabalho de campo (setembro e outubro de 2011)
Nesta horta são cultivados: alface, couve, cebolinha, salsa, beterraba, limão,
mandioca e várias ervas, sendo que todos destinados exclusivamente para a
merenda escolar e as necessidades da escola.
A interação dos alunos e professores no cultivo da horta é realizada
esporadicamente, pois os professores não possuem tempo para trabalhar
intensivamente com os alunos na horta. Quando esta interação acontece, os
professores trabalham temas como: a produção de alimentos para merenda escolar,
o desenvolvimento social, educação ambiental e educação alimentar.
As dificuldades encontradas nesta escola são a disponibilidade de
ferramentas para o cultivo, o esterco, as mudas, entre outros necessários para sua
manutenção. E as vantagens desta horta é a produção destes alimentos orgânicos
31
que contribuem positivamente em uma alimentação mais saudável corroborando
com a educação alimentar dentro do ambiente escolar.
4.1.10. APAE
Esta escola localizada na região central de Alfenas trabalha com um sistema
de produção diferenciada no cultivo das hortas. Esta escola trabalha com duas
hortas. Uma Hidropônica (Figura 13) e outra convencional (Figura 14).
Figura 13 – Hidroponia APAE Fonte: Trabalho de campo (setembro e outubro de 2011)
Essas hortas surgiram no ano 2000, segundo presidente da APAE, com o
intuito de suprir a merenda escolar e angariar fundos para a manutenção da
hidroponia e da escola. As hortas abastecem 599 pesoas, entre alunos e
funcionários, além de vender o excedente abastecendo o mercado local.
A hidroponia é cuidada por um funcionário que foi contratado pela escola, que
segundo o presidente da APAE, ele não possuía contato com atividades agrícolas
até entrar na APAE, a partir de então começou a cuidar das hortas se empenhando
e dando idéias novas no plantio de alimentos no sistema de hidroponia, que
segundo (SILVA, MELO, 2003),
32
A hidroponia ou hidropônica, termos derivados de dois radicais gregos (hydor, que significa água e ponos, que significa trabalho),
está-se desenvolvendo rapidamente como meio de produção vegetal, sobretudo de hortaliças sob cultivo protegido. A hidroponia é uma técnica alternativa de cultivo protegido, na qual o solo é substituído por uma solução aquosa contendo apenas os elementos minerais indispensáveis aos vegetais. (Graves, 1983; Jensen e Collins, 1985; Resh, 1996, apud Furlani et. al., 1999).
O presidente da APAE destacou que esta produção de alimentos
hidropônicos é a mais eficiente dentro do espaço urbano, pois esta atividade não
tem perca de água e demanda pouco espaço e produz uma quantidade elevada de
alimentos.
Pelo sistema de hidroponia são produzidos alface, agrião, rúcula, tomate
cereja, salsa, cebolinha e hortelã. Esta horta abastece o mercado local produzindo
em média 16.000 pés de verduras, tendo como carro-chefe a alface. Dentre esses
destinos destacam-se a Santa Casa, Restaurante Ipanema, o Restaurante
Universitário da UNIFAL, Banca da Amizade entre outros, conforme já ressaltado a
renda deste comércio é voltada para a manutenção da horta e manutenção da
escola.
Figura 14 – Horta APAE Fonte: Trabalho de campo (setembro e outubro de 2011)
33
Tendo em vista que esta escola trabalha com alunos especiais e a hidroponia
é uma plantação que possui um potencial de contaminação muito forte, a escola
possui outra horta convencional, com plantação de couve, milho e pimenta, para que
os alunos trabalham juntamente com o funcionário que cuida das duas hortas e os
professores, pois estes alunos necessitam de uma atenção especial, porém isso não
os priva de estar em contato com a produção de alimentos que são destinados ao
abastecimento do mercado local e á merenda escolar, assim eles podem estar em
contato direto com as atividades agrícolas realizadas dentro espaço escolar sem
interferir na produção da hidroponia.
Uma das dificuldades encontradas neste cultivo das hortas está relacionada
com a hidroponia, pois não se encontra profissionais qualificados para esse tipo de
cultivo, por ser é uma atividade pouco praticada.
4.2. ANÁLISE DOS DADOS
Neste trabalho realizado, constamos que o principal motivo pela prática de
hortas dentro do espaço escolar está relacionado 50% à educação alimentar, 40% à
merenda escolar e 10% no contato com a natureza. (Figura 15).
Figura 15 – Motivos da prática de hortas escolares em Alfenas (MG) Fonte: Trabalho de campo (setembro e outubro de 2011)
34
A Figura 16 mostra os indivíduos que ajudam na manutenção das hortas, onde 50%
desta manutenção é oriunda particularmente dos professores, 30% de funcionários
contratados pela escola e 20% de colaboração da comunidade.
50%
30%
20%
Professores e alunos
Funcionários contratados
Comunidade
Figura 16 – Responsáveis pela manutenção das hortas Fonte: Trabalho de campo (setembro e outubro de 2011)
Em geral os produtos destas hortas são destinados à merenda escolar 70%, porém
algumas escolas destinam produtos para a comunidade escolar carente 20% ou
para fins lucrativos, além de abastecer o mercado local 10%. A renda obtida nesta
produção é destinada à manutenção da horta ou aplicada em outros setores
carentes da escola. (Figura 17)
35
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
MERENDA ESCOLARES DISTRIBUIÇÃO PARA COMUNIDADE
VENDA AO MERCADO LOCAL
Figura 17 – Destino da produção nas hortas escolares Fonte: Trabalho de campo (setembro e outubro de 2011)
A Figura 18 mostra como é realizado o cultivo destas hortas, onde 90% das hortas
escolares estudadas apresentam um cultivo orgânico, oferecendo alimentos mais
saudáveis e mudança nos hábitos alimentares dos alunos e somente 10% das
hortas 8 faz uso de agrotóxico.
Figura 18 – Técnicas agrícolas no cultivo das hortas Fonte: Trabalho de campo (setembro e outubro de 2011)
36
5. CONCLUSÃO
Podemos observar que a implantação destas hortas escolares possui um
poder de transformação nas relações sociais e econômicas, onde muitas pessoas
podem ser beneficiadas, além de melhorar os hábitos alimentares da população,
podem fornecer alternativas de sobrevivência para enfrentar as barreiras impostas
pelo sistema de produção atual.
Sabendo a importância que a agricultura urbana exerce dentro do espaço
urbano no que tange a dificuldade das pessoas que a praticam como forma de
possuírem condições e alternativas de vida para driblar as barreiras impostas pelo
sistema econômico vigente, cabe-nos destacar a funcionalidade desta atividade
dentro do ambiente escolar.
Devemos ressalta que a inserção da agricultura nos ecossistemas urbanos
tem poder de transformar cidades, espalhando vida e alimentos, além de amenizar
as deseconomias sociais e aumentando o laço entre homem e natureza.
O trabalho realizado nas escolas apresentou resultados negativos em certas
escolas, por falta de subsídios para fazer a manutenção da horta, falta de mão-de-
obra, entre outros, as escolas que produziam alimentos com suas hortas hoje estão
paralisadas é devido estas demandas. Porém, estas escolas ressaltaram que
anteriormente havia o cultivo de hortas, e que eram de muita importância para
trabalharem com os alunos temas ligados a produção de alimentos para merenda
escolar, educação alimentar e educação alimentar, porém atualmente estes
potenciais não podem ser trabalhados, pois as hortas estão desativadas.
Neste trabalho constamos que as escolas que cultivam hortas dentro de seus
espaços é para ajudar primeiramente ao abastecimento dos alimentos nas merendas
escolares. Em segundo plano destacamos a presença de alunos trabalhando com o
cultivo destas hortas, relacionando o seu cultivo com a transdiciplinaridades,
tornando uma estratégia que viabiliza a interação entre a comunidade e a escola,
como já destacada acima a horta implantada na E. E. Napoleão Salles, que serve
como referência desta interação comunidade/escola.
Esta atividade dentro da escola é cultivada muitas vezes por alunos,
professores, estagiários ou pessoas contratadas pelo município ou pelo Estado.
37
Porém nas escolas onde este cultivo é realizado pelos professores, alunos e
estagiários a relação destes indivíduos com a horta escolar esta pautado em
interagir assuntos abordados em salas de aulas podendo aplicar à prática do cultivo
desta horta, trabalhando a interdisciplinaridade. Já as escolas que possuem
funcionários que se dedicam ao cultivo e manutenção destas hortas a relação destes
indivíduos com a horta escolar é diferenciada, pois na maioria dos casos estes
indivíduos já possuíram contato com a agricultura antes de trabalharem com a horta
escolar.
Os produtos destas hortas geralmente são destinados à merenda escolar,
porém existem algumas exceções, como na escola Bem Querer onde o excedente
da horta são destinados as famílias carentes e no caso da APAE, já mencionado
acima que utiliza esta horta com finalidade comercial para adquirir renda na
manutenção da horta e da escola. No que tange as características técnicas e
agronômicas das hortas todas são cultivas de forma tradicional e orgânica, a única
que destacamos aqui é a hidroponia que possui um sistema de cultivo diferenciado,
trabalhando com nutrientes sintetizados para suprir os nutrientes encontrados no
solo.
A horta escolar proporciona aos alunos o interesse em conservar o meio
ambiente escolar, assim como a reciclagem de lixo, garrafas pet, caixa de leite, entre
outros, além disso, pode-se aproximar as crianças que vivem na cidade a terem
maior contato com a natureza. Outro aspecto de suma importância com o cultivo das
hortas escolares é a modificação dos hábitos alimentares por meio do cultivo de
alimentos mais saudáveis, corroborando com uma melhor alimentação e mudança
nos hábitos alimentares dos alunos.
38
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARRUDA, Juliana. Agricultura urbana e peri-urbana em Campinas/SP: análise do
programa de hortas comunitárias como subsídio para políticas públicas. 2006. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) – Faculdade de Engenharia Agrícola, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2006. BIAZZO, P. P. Campo e rural, cidade e urbano: distinções necessárias para uma perspectiva crítica em Geografia Agrária. In: MARAFO, G. J.; SALAZAR, V. L. P. Interações geográficas: a conexão interdisciplinar de grupos de pesquisa. Uberlândia: Roma, 2007. CRIBB, S. L. P. Contribuições Da Educação Ambiental e Horta Escolar na Promoção de Melhorias ao Ensino, à Saúde e ao Ambiente, REMPEC - Ensino, Saúde e Ambiente, v.3 n 1 p. 42-60, abril de 2010. Disponível em: http://www.unipli.com.br/mestrado/img/conteudo/artigo3.pdf Acesso em: 25 outubro 2011. ______;CRIBB, André Yves. Agricultura urbana: alternativa para aliviar a fome e para a educação ambiental. XLVII Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia rural, 2009, Porto Alegre. Anais – XLVII Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural, 2009. Disponível em: http://w.sober.org.br/palestra/5/512.pdf. Acesso em: 07 março 2011. DRESCHER, A. W. Segurança alimentar Urbana: Agricultura urbana, uma resposta à crise?. Friburgo: Cooperação Alemã para o Desenvolvimento – GTZ, 2000.Disponível em: <http://www.agriculturaurbana.org.br>. Acesso em: 20 abril 2011. EMATER. Diagnóstico da comunidade rural de Bárbaras – Município de Alfenas
(MG), 1990 (mimeo) EMBRAPA. Programa Xingó inicia implantação de hortas escolares. Poço Redondo (SE). 2004. Disponível em: <http://www.embrapa.br/imprensa/noticias/1999/abril/bn.2004-11-25.2024931035/> Acesso: 15 de setembro 2011. FERREIRA, R.J. O Processo de Produção Agrícola em Áreas do Entorno da CEASA-Recife/PE: Uma Atividade Rural no Centro de uma Metrópole: Quais as perspectivas de inclusão social para os trabalhadores envolvidos? In: Anais do Congresso de Iniciação Científica da UFPE. 14. Recife. Anais... Recife: UFPE. MAIA, D. S. Hábitos rurais em vidas urbanas. In: DAMIANI, A. L.; CARLOS, A. F. A.; SEABRA, O. C. L. O espaço no fim do século: a nova raridade. São Paulo:
Contexto, 2001, p. 214-220. MARÇAL, A. R.; SILVA, C. M.; SILVA, A. M. Práticas agrícolas na metamorfose do espaço urbano da cidade de Uberlândia – MG. In: II Simpósio Regional de
39
Geografia “Perspectiva para o cerrado no século XXI”, Uberlândia, Novembro de 2003. MARINHO, J. O. et al; Hortas Escolares, Agricultura Urbana E O Ensino Voltado À Identidade Terrena. In: Conferência Internacional Sobre os Setes Saberes Para a
Educação do Presente, Fortaleza, Setembro de 2010. Disponível em: http://www.uece.br/setesaberes/anais/pdfs/trabalhos/488-04082010-230905.pdf. Acesso em 20 outubro 2011. MOUGEOT, L. J. A. Urban agriculture: definition, presence, potential and risks. In: BAKKER, N.; DUBBERLING, M.; GUNDEL, S.; SABEL-KASCHELLA, U.; ZEEUW, H. (Ed.). Cidades que crescem cultivando alimentos: Agricultura
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<http://www.agriculturaurbana.org.br>. Acesso em 19 março 2011. MOREIRA, R. Formação do espaço agrário brasileiro. São Paulo: Brasiliense, 1990. PREFEITURA MUNICIPAL DE ALFENAS. Plano Diretor Participativo de Alfenas (MG). Leitura Técnica. Alfenas: Secretaria de Planejamento e Coordenação, 2006. PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE. Agricultura Urbana: Belo Horizonte Cultivando o Futuro. LARA, A. C. F.; ALMEIDA, Daniela. Rede de Intercâmbio de Tecnologia alternativa (REDE). Belo Horizonte, Rede de Intercâmbio de Tecnologia alternativa, 2008. SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DE GOIÁS. Gerência da merenda escolar. Hortas Escolares. Disponível em: <http://www.see.go.gov.br/administracao/merendaescolar/hortasescolares> Acesso em 26 de Outubro de 2011. SILVA, A. P. P.; MELO, B. Hidroponia. 2003. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/44273418/Silva-a-P-P-e-Melo-B-Hidroponia-Doc-Rev> Acesso em: 13 Novembro de 2011. TAVARES, A. G.; BRAGA, A. V. P.; TELES, T. A.; A Horta Escolar Numa Perspectiva De Preservação Ambiental E melhoria Na Qualidade De Vida. In: I
Congresso Brasileiro de Educação Ambiental Aplicada e Gestão Territorial, Fortaleza, Abril de 2010. Disponível em: < http://dc300.4shared.com/doc/KwLzf4L4/preview.html> Acesso em: 25 outubro 2011.
40
APÊNDICE A
ENTREVITAS RESPONSÁVEIS PELAS HORTAS ESCOLARES
Nome da escola:______________________________________________________________
Número de alunos:___________________________________________________________
Nível de ensino:______________________________________________________________
Responsável pela horta:_______________________________________________________
1. O senhor (a) já teve algum tipo de ligação com a agricultura?
( ) sim. Qual? ____________________________________________________________
_______________________________________________________________________
( ) não.
2. Por que acha importante ter horta na escola?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
3. Como e quando surgiu a horta no espaço dessa escola?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
4. Quais são os objetivos dessa horta:
( ) Produção de alimentos para a merenda escolar.
( ) Reciclagem de lixo
( ) Educação ambiental
( ) Recreação e lazer
( ) Desenvolvimento humano
( ) Educação alimentar
5. A horta está vinculada a algum projeto escolar?
( ) sim. Qual? Que turma (s)? qual professor (a)?________________________________
________________________________________________________________________
41
( ) não.
6. Quais são os alimentos cultivados na horta?
a) Verduras: _____________________________________________________________
b) Legumes:______________________________________________________________
c) Ervas:_________________________________________________________________
d) Outros________________________________________________________________
7. Qual o destino dos alimentos cultivados na horta:
( ) merenda escolar
( )
outros.__________________________________________________________________
8. Quais as técnicas agrícolas utilizadas na horta:
( ) convencional (agrotóxicos)
( ) orgânico
9. Qual a origem dos recursos para a manutenção da horta?
( ) Prefeitura Municipal de Alfenas
( ) APM
( )
Outro.___________________________________________________________________
10. Quais as maiores dificuldades para a manutenção da horta na escola?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
11. Na sua opinião, quais seriam as principais vantagens e desvantagens das hortas
escolares?
a) Vantagens:____________________________________________________________
_____________________________________________________________________
b) Desvantagens:__________________________________________________________
_____________________________________________________________________
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