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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE ODONTOLOGIA
JOÃO DA SILVA
LESÕES PROFUNDAS DE CÁRIE: UMA INTRODUÇÃO
Porto Alegre 2013
Atenção: Estes dados deverão constar na capa padrão, a ser adquirida na Secretaria
JOÃO DA SILVA
LESÕES PROFUNDAS DE CÁRIE: UMA INTRODUÇÃO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Odontologia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, como requisito parcial para obtenção do título de Cirurgião-Dentista. Orientador: Prof. Dr. Pedro Pereira Co-orientador: (se houver)
Porto Alegre 2013
CIP – Catalogação na Publicação
Elaborada por Fulana de Tal – CRB-10/000
Silva, João da Lesões profundas de cárie: uma introdução / João da Silva. – 2013. 50 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade de Odontologia, Curso de Graduação em Odontologia, Porto Alegre, BR-RS, 2013. Orientador: Pedro Pereira
1. Odontologia. 2. Cárie dentária. 3. Dentina. 4. Radiografia dentária. I. Pereira, Pedro. II. Título.
Atenção:
A ficha catalográfica será elaborada pela bibliotecária e deve ser impressa no verso
da folha de rosto.
Aos meus pais, Jorge e Maria, que me deram, além da vida, os princípios que me
conduziram até aqui.
À minha irmã, Amélia, pela amizade e incentivo.
(OPCIONAL)
AGRADECIMENTOS
Ao professor Pedro Pereira, pelas oportunidades de crescimento e aprendizado, pelo conhecimento transmitido, pela confiança e compreensão. À professora Verônica Sales, pelas palavras de otimismo, pelos ensinamentos e pela importante contribuição a este trabalho. Aos pacientes pelo interesse e colaboração.
(OPCIONAL)
Tu não tens o direito de evitar um esforço, a não ser em nome de outro esforço, pois tua obrigação é crescer.
Antoine de Saint-Exupéry
(OPCIONAL)
RESUMO
SILVA, João da. Lesões profundas de cárie: uma introdução. 2013. 50 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) – Faculdade de Odontologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013. Foram avaliados clínica e radiograficamente dentes com lesões profundas de cárie submetidos ao selamento de dentina cariada por 10 anos. Trinta e dois dentes permanentes foram submetidos à remoção parcial de dentina cariada da parede pulpar da cavidade, remoção completa da dentina cariada das paredes laterais, forramento com cimento à base de hidróxido de cálcio, selamento provisório por seis meses, reabertura da cavidade e restauração. O selamento de dentina cariada mostrou-se uma terapia efetiva para o tratamento de lesões profundas de cárie, sendo capaz de paralisar o processo carioso, promover reações dentino-pulpares e induzir ganho mineral na dentina cariada. Palavras-chave: Odontologia. Cárie dentária. Dentina. Radiografia dentária.
ABSTRACT
SILVA, João da. Deep caries lesions: an introduction. 2013. 50 f. Final Paper
(Graduation in Dentistry) – Faculdade de Odontologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013. There were assessed clinically and radiographically teeth with deep caries lesions submitted to the sealing of carious dentine over a 10-year period. Thirty-two permanent teeth were submitted to partial caries removal from the pulpal cavity wall, complete removal of carious dentine from the surrounding walls, capping with a calcium hydroxide cement, temporary sealing for 6 months, cavity reopening and filling. Partial carious dentine removal is an effective therapy for deep caries lesions on a long-term basis, being able to arrest carious process, promote pulp-dentin reactions and induce mineral gain in the carious dentine.
Keywords: Dentistry. Dental caries. Dentin. Dental radiography.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Evolução da cárie .................................................................................... 11
Figura 2 – Lesão de cárie dentária ........................................................................... 12
(OPCIONAL)
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
BDA British Dental Association
BVS Biblioteca Virtual em Saúde
CFO Conselho Federal de Odontologia
(OPCIONAL)
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 10
2 A DOENÇA CÁRIE ……………………………………………………………… 11
2.1 ASPECTOS CLÍNICOS E HISTOPATOLÓGICOS DA LESÃO DE CÁRIE
DENTINÁRIA ................................................................................................... 11
2.2 REAÇÕES DO COMPLEXO DENTINO-PULPAR À LESÃO DE CÁRIE
DENTINÁRIA.....................................................................................................12
3 O TRATAMENTO RESTAURADOR .............................................................. 14
3.1 CRITÉRIOS PARA REMOÇÃO DE DENTINA CARIADA ............................... 14
3.2 SELAMENTO DE DENTINA CARIADA SOB RESTAURAÇÕES ................... 14
4 A AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO ................................................................15
4.1 AVALIAÇÃO CLÍNICA ..................................................................................... 15
4.2 EXAME RADIOGRÁFICO CONVENCIONAL ................................................. 15
4.3 SUBTRAÇÃO DIGITAL DE IMAGENS RADIOGRÁFICAS ............................. 16
4.3.1 Raios X ……………………………………………………………………………. 16
4.3.2 Imagens digitalizadas .................................................................................. 16
5 CONCLUSÃO ................................................................................................ 17
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 18
APÊNDICE – FICHA CLÍNICA DO PACIENTE ............................................ 19
ANEXO A – CRITÉRIOS DE RESTAURAÇÃO DE ACORDO COM USPH .. 20
ANEXO B – CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO.................................................... 21
10
1 INTRODUÇÃO
O conceito atual de cárie dentária define a doença como um processo dinâmico
localizado na superfície dentária coberta por biofilme, caracterizado pelo
desequilíbrio nos processos de desmineralização e remineralização que ocorrem
constantemente na cavidade bucal. Ao longo de um determinado período de tempo,
a predominância de momentos de perda mineral dos tecidos duros do dente
(principalmente íons cálcio e fosfato) para o biofilme e saliva resulta no
estabelecimento da lesão cariosa. Diversos fatores, não só biológicos, mas também
sociais, ambientais e comportamentais parecem estar envolvidos e interagindo no
processo para determinar o estabelecimento da doença ( HOLST et al., 2001).
11
2 A DOENÇA CÁRIE
O perfil da cárie dentária tem se alterado significativamente nas últimas décadas.
A menor prevalência da doença bem como a menor velocidade de progressão das
lesões ativas rumo à cavitação têm sido observadas (KRASSE, 1996; BARMES,
1999; BAELUM; HEIDMANN; NYVAD, 2006). Entretanto, apesar destas evidentes
alterações, a doença cárie continua sendo a maior causa de perdas dentárias em
todas as idades (BAELUM et al., 1997).
A lesão de cárie inicia em um nível subclínico, podendo evoluir, se não tratada,
para a formação de cavidade e, em estágios avançados, levar à perda dentária,
como pode ser observado na Figura 1.
Figura 1 – Evolução da cárie
Fonte: CONSOLARO, 1996, p.15.
Apesar do aperfeiçoamento dos métodos e critérios de diagnóstico (o que
possibilita a identificação cada vez mais precoce das lesões cariosas) e da
existência de medidas para o controle da doença, lesões de cárie em estágios
avançados ainda são rotina na prática clínica. Fatores como condição sócio-
econômica e acesso aos serviços de saúde podem estar relacionados ao atraso no
diagnóstico e à tardia oportunidade de tratamento observadas em lesões profundas
de cárie.
Para identificar as condições bucais do paciente foi eleaborada uma ficha clínica
para registro das informações (APÊNDICE).
2.1 ASPECTOS CLÍNICOS E HISTOPATOLÓGICOS DA LESÃO DE CÁRIE
DENTINÁRIA
A lesão de cárie dentinária pode ser dividida, morfologicamente, na direção da
superfície para a polpa, em cinco regiões: (1) zona de destruição e desorganização
total, constituída por uma dentina necrótica; (2) zona de demineralização avançada
12
ou superficial; (3) zona de invasão bacteriana, caracterizada pela presença de
microrganismos no interior dos túbulos dentinários; (4) zona de demineralização
inicial ou profunda, promovida por produtos bacterianos, como ácidos e enzimas,
provenientes da zona de invasão bacteriana e (5) zona de esclerose dentinária
(CONSOLARO, 1996). A Figura 2 ilustra lesão de cárie dentinária.
Figura 2 – Lesão de cárie dentinária
Fonte: CONSOLARO, 1996, p. 20.
2.2 REAÇÕES DO COMPLEXO DENTINO-PULPAR À LESÃO DE CÁRIE
DENTINÁRIA
A dentina pode ser classificada em três tipos básicos: (1) primária, secretada
durante o período de odontogênese; (2) secundária, depositada lentamente ao longo
da vida biológica do dente, como uma resposta a estímulos de baixa intensidade
decorrentes da função fisiológica normal e (3) terciária, depositada frente a
agressões intensas, como a lesão cariosa. A dentina secundária caracteriza-se por
apresentar túbulos dentinários em menor número e com menor diâmetro do que a
dentina primária e desenvolve-se em toda a extensão da região circumpulpar,
determinando a redução lenta e gradual da luz da câmara pulpar. Já a dentina
terciária apresenta túbulos irregulares e tortuosos, em pequeno número ou mesmo
ausentes e é depositada subjacente ao local da injúria.
De acordo com Bjorndal, Darvann e Thylstrup (1998), as primeiras reações do
complexo dentino-pulpar à cárie dentária já podem ser observadas em lesões não
cavitadas em esmalte. Nestas situações, embora não sejam observadas alterações
no grau de mineralização da dentina subjacente, já se verificam as primeiras
reações celulares, como a redução da proporção citoplasma/núcleo dos
13
odontoblastos. A esclerose dentinária, como é denominada, baseia-se na acelaração
da deposição normal de dentina peritubular, constituindo-se em uma tentativa de
bloquear a evolução da lesão cariosa (CONSOLARO, 1996).
À medida que a lesão cariosa evolui, as reações do complexo dentino-pulpar,
antes restritas a alterações nas dentinas primária e secundária, passam a envolver a
formação de dentina terciária.
A Tabela 1 mostra as características das mães com relação à realização do
exame pré-natal.
Tabela 1 - Distribuição (%) das mães segundo variáveis demográficas e de processos de assistência ao pré-natal, 2010
(continua) VARIÁVEIS
Casos % (n)
Controles % (n)
Total % (n)
Idade da mãe (anos) 10 a 19 20 a 34 35 ou mais
18,0 (34) 68,8 (130) 13,2 (25)
15,5 (77) 72,8 (362) 11,7 (58)
16,2 (111) 71,7 (492) 12,1 (83)
Cor da pele Branca Preta Parda Amarela Indígena
16,3 (33) 4,5 (9) 76,7 (155) 1,5 (3) 1,0 (2)
19,6 (98) 2,8 (14) 73,6 (369) 3,0 (15) 1,0 (5)
18,6 (131) 3,3 (23) 74,5 (524) 2,6 (18) 1,0 (7)
Situação conjugal Casada ou vive com companheiro Tem companheiro, mas não vive com ele Não tem companheiro
81,2 (164) 3,5 (7) 15,3 (31)
78,1 (392) 7,8 (39) 14,1 (71)
79,0 (556) 6,5 (46) 14,4 (102)
Realização pré-natal Não
4,9 (10)
2,6 (13)
3,3 (23)
Início do pré-natal 4 meses ou mais
28,6 (58)
22,5 (113)
24,2 (171)
Número de consultas pré-natal Até 6 consultas
58,5 (113)
46,3 (227)
49,8 (340)
14
Tabela 1 - Distribuição (%) das mães segundo variáveis demográficas e de processos de assistência ao pré-natal, 2010
(conclusão) VARIÁVEIS
Casos % (n)
Controles % (n)
Total % (n)
Exame de sangue Não
4,3 (8)
1,6 (8)
2,4 (16)
Exame de urina Não
4,3 (8)
2,5 (12)
3,0 (20)
Aferição pressão arterial Nunca Às vezes Sempre
2,7 (5) 19,3 (35) 78,1 (146)
1,6 (8) 14,0 (68) 84,4 (410)
1,9 (13) 15,5 (104) 82,6 (556)
Peso ao nascer < 1.500g 1.500-2.500g > 2.500g
Idade gestacional no nascimento < 37 semanas ≥ 37 semanas
16,3 (33) 19,2 (39) 64,5 (131)
46,2 (92) 53,8 (107)
1,4 (7) 8,5 (43) 90,1 (453)
10,3 (51) 89,7 (445)
5,7 (40) 11,6 (82) 82,7 (584)
20,6 (143) 79,4 (552)
TOTAL
203 (28,8)
503 (71,2)
706 (100)
Fonte: BRASIl. Ministério da Saúde (2010)
Após obtenção dos artigos na íntegra, leitura dos mesmos, exclusão dos
repetidos e dos que não se encontravam nos critérios de inclusão, foram
selecionados 5 artigos na BBO , 9 artigos no LILACS e 19 na Wiley . (Tabela 2)
15
Tabela 2 – Busca nas bases de dados BBO, LILACS, Wiley com o termo dental health education educação em saúde bucal julho a novembro de 2011
Base de dados
Artigos encontrados 2000-2011
Selecionados pela leitura do título/resumo
Total de artigos
Artigos repetidos
Seleção Final
BBO
19
17
5
5
--
LILACS
28
25
9
1
8
Wiley
31
25
19
3
16
Fonte: SÁ; VASCONCELOS, 2009
16
3 O TRATAMENTO RESTAURADOR
O tratamento da doença cárie visa restabelecer o equilíbrio entre os processos
de desmineralização e remineralização através do controle dos diversos fatores que
integram neste processo, como o controle de biofilme através da higiene bucal, o
controle da dieta, o acesso ao flúor, entre outros. O tratamento restaurador
representa uma parte do tratamento da doença, sendo responsável pela substituição
da estrutura dentária perdida. As principais indicações do tratamento restaurador
são: impossibilidade de controle mecânico de biofilme, restabelecimento da função
ou da estética e proteção da estrutura dentária.
Uma das etapas do tratamento restaurador de lesões cariosas é a confecção do
preparo cavitário, o qual implica na remoção de tecido cariado permanente.
3.1 CRITÉRIOS PARA REMOÇÃO DE DENTINA CARIADA
A discussão acerca da quantidade de dentina cariada a ser removida durante o
preparo cavitário é bastante antiga. Já em 1859, Sir John Tomes escreveu “é melhor
permitir que uma camada descolorida de dentina seja deixada para proteção da
polpa do que correr o risco de sacrificar o dente.” Por outro lado, Black (1908), nos
primórdios do século XX, ao idealizar uma sequência lógica de procedimentos para
a confecção do preparo cavitário, sugeriu que a remoção de toda a dentina cariada
deveria ser realizada, seguindo critérios clínicos, como dureza e coloração. Segundo
o autor, o material restaurador não poderia ser colocado sobre a dentina amolecida,
pois causaria irritação nos tecidos dentários e induziria reações contra este corpo
estranho. Assim, o tecido dentinário estaria adequadamente limpo e pronto para
receber o material restaurador quando apresentasse resistência à sondagem
suficiente para promover o grito da dentina, além da coloração semelhante à dentina
hígida.
3.2 SELAMENTO DE DENTINA CARIADA SOB RESTAURAÇÕES
Diversos estudos foram conduzidos a fim de avaliar os possíveis efeitos do
selamento de dentina cariada sob restaurações. Características microbiológicas e
clínicas do tecido cariado selado foram investigadas tanto em lesões cariosas rasas
quanto em lesões profundas (BESIC, 1943).
Um dos primeiros estudos microbiológicos que avaliou a contagem bacteriana
antes e após o selamento de dentina cariada foi conduzido por Besic (1943).
17
4 A AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO
O acompanhamento longitudinal de longo prazo é essencial para a avaliação da
taxa de sucesso de uma determinada terapia. A ocorrência de fracassos tende a
aumentar ao longo do tempo (LUNDIN; KOCH, 1999), demonstrando que taxas de
sobrevivência obtidas em curto prazo podem superestimar a real efetividade do
tratamento avaliado. Apesar de todas as evidências indicativas da paralisação do
processo carioso após o selamento de dentina cariada em lesões profundas de
cárie, os períodos de acompanhamento dos pacientes são geralmente reduzidos, o
que impossibilita a avaliação dos dentes tratados ao longo do tempo.
Tradicionalmente, critérios clínicos e radiográficos têm sido utilizados para
avaliar longitudinalmente a paralisação da progressão de lesões cariosas após
tratamento restaurador.
4.1 AVALIAÇÃO CLÍNICA
Em geral, a avaliação clínica longitudinal do tratamento restaurador restringe-se
à observação de sinais e sintomas, uma vez que a avaliação direta do tecido
dentário mediante a remoção do material restaurador consiste em um método
invasivo e clinicamente inviável. No caso de lesões profundas de cárie, o desfecho
principal a ser avaliado é a vitalidade pulpar, a qual pode ser verificada através do
teste de sensibilidade ao frio. Este teste é subjetivo e depende do relato do paciente,
sendo difícil utilização em crianças. O teste de sensibilidade pulpar deve ser
complementado pelo exame radiográfico a fim de avaliar a região periapical e a área
radiolúcida abaixo da restauração.
Resultados dos critérios de restauração e avaliação podem ser observados nos
Anexos A e B.
4.2 EXAME RADIOGRÁFICO CONVENCIONAL
A análise radiográfica é o método mais indicado para avaliar o comportamento
das lesões de cárie, seja sua progressão ou paralisação. Apesar de ser um método
de amplo conhecimento e utilização pelo clínico, a análise radiográfica convencional
apresenta algumas limitações. Toda lesão visível em uma radiografia
inevitavelmente será uma imagem bidimensional de uma estrutura tridimensional
(PITTS, 1983).
18
4.3 SUBTRAÇÃO DIGITAL DE IMAGENS RADIOGRÁFICAS
A subtração digital de imagens radiográficas foi proposta inicialmente por
Gröndahl, Gröndahl e Webber (1983) como um método potencialmente mais
sensível do que a análise radiográfica convencional para a detecção de pequenas
alterações minerais em tecidos duros. A técnica baseia-se em um par de
radiografias tomadas com um determinado intervalo de tempo.
As imagens radiográficas utilizadas nesta técnica devem estar disponíveis no
formato digital, para, assim, serem processadas por softwares apropriados. Além da
própria radiografia digital, na qual a imagem é capturada diretamente por um
receptor de imagens e transferida para o monitor do computador, radiografias
convencionais podem ser digitalizadas por um scanner com leitor de transparência
(KHADEMI, 1996).
4.3.1 Raios X
A qualidade da imagem radiográfica convencional é determinada no momento
em que o filme é retirado das soluções de processamento, não sendo passível de
alteração. As condições de exposição e de processamento do filme determinam o
resultado final, que, quando insatisfatório, leva à repetição da tomada radiográfica,
expondo o paciente à nova radiação (WENZEL, 1993).
4.3.2 Imagens digitalizadas
A possibilidade de modificar características da imagem radiográfica digital no
computador (processamento de imagens) é a diferença essencial entre este tipo de
imagem e a radiografia convencional.
O uso da radiografia digital oferece uma série de vantagens ao clínico, como
ajuste de contraste e brilho, aumento e aproximação da imagem, medição de
distâncias, inversão dos tons de cinza, entre outras, que podem aumentar a
capacidade diagnóstica do profissional (WENZEL, 1993).
19
5 CONCLUSÃO
Os resultados deste trabalho de acompanhamento de pacientes submetidos ao
selamento de tecido cariado em lesões profundas de cárie, com uma taxa de
sucesso de 63% após 10 anos contribuem para que a remoção parcial de dentina
cariada e restauração sejam consolidadas como uma abordagem de sessão única.
As evidentes reações pulpares observadas demonstram que a remoção superficial
da dentina necrótica associada ao adequado selamento da cavidade são suficientes
para modificar o ambiente cariogênico no sentido da paralisação do processo
carioso.
20
REFERÊNCIAS
ALKURT, M.T. et al. In vitro comparison of four different dental x-ray films and direct Digital radiography for proximal caries detection. Operat. Dent., Seattle, v. 32, no. 5, p. 504-509, Sept./Oct. 2007. ANSARI, G. et al. Caries detector dyes: an in vitro assessment of some new compounds. J. Oral Rehabil., Oxford, v. 26, no. 6, p. 453-458, June 1999. BAELUM, V.; HEIDMANN, J.; NYVAD, B. Dental caries paradigms in diagnosis and diagnostic research. Eur. J. Oral Sci., Copenhagen, v. 114, no. 4, p. 263-277, Aug.
2006. BAELUM, V. et al. Predictors of tooth loss over ten years in adult and elderly Chinese. Community Dent. Oral Epidemiol., Copenhagen, v. 25, no. 3, p. 204-210,
June 1997. BJORNDAL, L.; DARVANN, T.; THYLSTRUP, A. A quantitative light microscopic study of the odontoblast and subodontoblastic reactions to active and arrested enamel caries without cavitation. Caries Res., Basel, v. 32, no. 1, p.59-69, 1998. CASAGRANDE, L. et al. In vivo outcomes of indirect pulp treatment using a self-etching primer versus calcium hydroxide over the demineralized dentine primary molars. J. Clin. Pediat. Dent., Birmingham, v. 33, no. 2, p.131-135, Winter 2008. CASTRO, V.M. et al. In vitro comparison of conventional film and direct digital imaging in the detection of approximal caries. Dentomaxillofac. Radiol., Tokyo,
v. 36, no. 3, p. 138-142, Mar. 2007 CONSOLARO, A. Cárie dentária: histopatologia e correlação clínico-radiográficas. Bauru: FOB, 1996. 48 p. CORRALO, D.J. Efeito de diferentes materiais forradores sobre o comportamento biológico da dentina cariada e presença bacteriana análise clínicas e ultraestrutural. 2003. 87 f. Dissertação (Mestrado em Clínica
Odontológica) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Faculdade de Odontologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2003. GRÖNDAHL, H.G.; GRÖNDAHL, K.; WEBBER, R.L. A digital subtraction techique for dental radiography. Oral Surg. Oral Med. Oral Pathol., St. Louis, v. 55, no. 1, p. 96-102, Jan. 1983.
21
APÊNDICE – FICHA CLÍNICA DO PACIENTE
FICHA CLÍNICA DO PACIENTE
1 – Dados de identificação do paciente Nome: _____________________________ Data do nascimento: ___/___/___ Idade: ___ anos ___ meses. Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino Endereço: _______________________________________________________ Observações: ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 2 – História odontológica Realizou algum tratamento dentário? ( ) Sim Qual: ________________________________________________ ( ) Não 3 – Higienização bucal
Periodicidade da higiene bucal ( ) 1 X ao dia ( ) 2 X ao dia ( ) 3 X ao dia ( ) Após as refeições ( ) outra: _________________________________________________________
22
ANEXO A – CRITÉRIOS DE RESTAURAÇÃO DE ACORDO COM USPHS
Tabela 1 – Critérios de restauração de acordo com USPHS ___________________________________________________________________ Integridade marginal A B C Total ___________________________________________________________________ Formato anatômico 13 5 2 20 Descoloração marginal 10 7 2 19 Textura da superfície 8 10 2 20 ___________________________________________________________________ Fonte: BAELUM, 2006, p. 206
23
ANEXO B – CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Tabela 2 – Crítérios de avaliação
Variável n Sucesso (%) Falha (%) ___________________________________________________________________
Gênero Masculino 13 8 (61,5) 5 (38,5) Feminino 18 13 (72,2) 5 (27,8) Arco do dente Superior 8 6 (75) 2 (25) Inferior 23 15 (65,2) 8 (34,8) Superfícies restauradas Uma 17 15 (88,2) 2 (11,8) Duas ou + 14 6 (42,9) 8 (57,1) Crescimento anaeróbico Presença 11 8 (72,7) 3 (27,3) Ausência 20 13 (65) 7 (35) Cor da dentina Marrom claro 5 3 (60) 2 (40) Marrom escuro 26 18 (69,2) 8 (30,8)
Fonte: CASTRO, 2007, p. 140.
A T E N Ç Ã O
ESTE MODELO, MERAMENTE ILUSTRATIVO, NÃO DISPENSA O USO DAS
NORMAS TÉCNICAS E DO MATERIAL DE APOIO PARA ELABORAÇÃO DE
TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO DE GRADUAÇÃO (TCC)
PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA
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