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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA
COORDENADORIA INSTITUCIONAL DE PROGRAMAS ESPECIAIS
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
LICENCIATURA EM LETRAS/PORTUGUÊS
KATIÚSCIA SILVA MELO CUNHA
RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
CAMPINA GRANDE PB
2014
KATIÚSCIA SILVA MELO CUNHA
RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
Relatório final de Estágio Supervisionado,
apresentado ao curso de Letras- EAD, da
Universidade Estadual da Paraíba, como pré-
requisito para a obtenção do título de
graduada.
Orientadora: ProfªMs. Cléa Gurjão Carneiro
Campina Grande– PB
2014
AGRADECIMENTOS
A Deus, por ter me dado saúde e força para superar as
dificuldades.
A esta universidade, seu corpo docente, direção e
administração que oportunizaram a janela que hoje vislumbro um horizonte
superior, contagiado pela pura confiança no mérito e ética que aqui estão
presentes.
A minha orientadora Cléa Gurjão Carneiro, pelo suporte,
dedicação e comprometimento para conosco.
Ao meu esposo e filha, pelo amor, compreensão e apoio
incondicional.
Aos meus pais pelo o apoio e incentivo para que eu pudesse
chegar até aqui.
E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha
formação, o meu muito obrigado.
Dedico esse trabalho em primeiro
lugar a Deus por ter me conduzido e
iluminado nesta caminhada. A minha
Família, que esteve presente em
cada momento vivido nesta jornada
e com o apoio, a compreensão e o
incentivo para continuar, me fizeram
chegar até aqui.
RESUMO:
Esse processo analisa as experiências vivenciadas e realizadas por atividades
propostas de forma específica no curso de Licenciatura em Letras/ Português
na modalidade à distância. Objetivando projetos de estágio, cuja ótica é a
prática educacional nas escolas públicas. Diretamente ligada à melhoria da
qualidade da educação, que busca a formação de profissionais competentes ao
mérito de docência na prática pedagógica. Essa prática está inserida na
disciplina de Estágio Supervisionado que traz reforço à disciplina de língua
portuguesa e ainda, adquiri competência lingüística para produção textual,
além do desenvolvimento da oratória e apresentação pessoal.
Palavras chave: Docência. Estágio Supervisionado. Licenciatura em Letras à
distância.
Summary:
This process analyzes the experiences made by proposed activities specifically
in the undergraduate course in Arts / Portuguese in distance mode. Aiming
internship projects whose perspective is educational practice in public schools,
directly linked to improving the quality of education that seeks to prepare
competent professionals to the merits of teaching in pedagogical practice. This
practice is embedded in the discipline that brings Supervised strengthening the
discipline of Portuguese and also acquires language skills for textual
production, and the development of oratory and personal presentation.
Keywords: Teaching. Supervised. Letters Bachelor in the distance.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO....................................................................................................9.
CAPÍTULO I: REFLEXÃO SOBRE AS PRÁTICAS PEDAGOGICAS A PARTIR
DO CURSO DE LETRAS EAD E ESTÁGIO SUPERVISIONADO....................10
CAPÍTULO II: Fundamentação teórica
CAPÌTULO III: BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTÁGIO
SUPERVISIONADO E Descrição das atividades............................................17
1. - DESCRIÇÃO E ANÁLISE DO PERÍODO DO ESTÁGIO
1.2- Estrutura física da Escola
1.3- Descrição dos alunos
1.4-Analise do corpo docente
1.5-Minha atuação educativa
1.6- Descrição das aulas
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................22
REFERÊNCIAS...............................................................................................23
ANEXOS.................................................................................................. .......24
9
INTRODUÇÃO
O presente relatório almeja discorrer sobre as experiências apreendidas
durante as aulas de graduação em Licenciatura em Letras português na
modalidade a Distância da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) Campus
I na cidade de Campina Grande, Paraíba, e o desenvolvimento das atividades
inseridas referente à disciplina de Estágio supervisionado, coordenado pela
professora e orientadora Cléa Gurjão Carneiro.
Atividades essas em observações e em regências na Escola Estadual de
Ensino Fundamental e Médio Professor Itan Pereira em Campina Grande,
Paraíba. Em sumo das aulas de regência na disciplina de Estágio
Supervisionado com aulas administradas na semana no período de 15 de
março a 15 de abril de 2014 no 2º ano do ensino médio EJA na orientação da
professora Rejane Rocha Batista Estágio Supervisionado tem como objetivo
proporcionar o entrelaçamento entre teoria e prática ao cotidiano do alunado,
promovendo assim, a vivência no âmbito escolar sobre tudo atrelando o ensino
às questões sociais, onde se obtém através destes um resultado mais
satisfatório. A disciplina também promove que todo o trabalho estudado e
realizado em sala possa ser efetivamente transportado para a prática escolar,
ajustando-se apenas à realidade da escola e dos alunos.
Os embasamentos teóricos que assimilamos no curso de letras consistem
em sua essência, que questionemos nossas aulas de língua portuguesa e nos
encarreguemos de mudar e inovar nossa prática docente. Este relatório
objetiva, portanto, mostrar como foram as diversas experiências no âmbito
acadêmico, com um capítulo especial demonstrando em resumo, fatos
vivenciados através do ensino aprendizagem, bem como atividades planejadas
com escolha dos textos e exercícios. Sendo assim, este relatório se divide em
três partes essenciais: a primeira comporta de um capítulo contendo relatos de
experiências vivenciadas no curso de Letras à distância e Estágio
Supervisionado, os fundamentos teóricos que foram abordados durante o
curso, desde as disciplinas Língua Portuguesa, Prática Pedagógica, Processo
Didático Planejamento e Avaliação e as disciplinas de Estágio Supervisionado
que objetivam uma inovação e que repensemos sobre a importância do ensino
de língua/literatura. A segunda parte refere-se às análises de observações da
escola enquanto espaço educativo: como é organizada, sua estrutura,
aparência; descrição dos alunos e de seus comportamentos e sua faixa etária e
também do corpo docente, como é a relação entre eles, com os alunos, com a
diretoria; lembrando que esta análise é limitada visto que as observações
ocorreram quatro vezes por semana. A terceira parte do relatório descreverá
sobre minha atuação enquanto estagiária nas respectivas turmas do 2º ano
médio EJA, a descrição das atividades ministradas na referida escola. Por fim
apresento as considerações finais, as referências e os anexos.
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REFLEXÃO SOBRE AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS A PARTIR
DO CURSO DE LETRAS EAD EESTÁGIO SUPERVISIONADO
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Memórias da minha vivência e experiência obtida através do curso de
Letras EaD
Em Agosto de 2010, começa minha trajetória nesse curso. Estava cheia
de planos, sonhos e esperanças. Abracei com muito afinco e garra esta
oportunidade que para mim seria única, um verdadeiro presente de Deus.
Certa de quê este é o curso da minha vida e que eu estava pronta para
adentrar neste mundo universitário.
Tudo isso me vislumbrava, porque cada encontro que nós tínhamos mais
eu me projetava neste curso e no mundo acadêmico. Tendo sempre em vista o
objetivo de concluir, o que não foi fácil, mesmo porque, grandes foram as
dificuldades enfrentadas e que ainda às enfrento, mas cultivo a vontade de
seguir por caminhos que ainda não sei, sem perder a confiança e nem o foco
de buscar cada vez mais novos desafios, porque acredito que nossa vida é
tecida por oportunidades, desafios e vitórias. E nesta certeza o curso de
Letras/Português o qual me orgulho de ser da turma pioneira da UEPB à
distância, acendi em mim uma luz e me mostra um novo caminhar. Apesar de
que muitos olham para essa modalidade à distância de forma discriminatória,
porém eu vejo como um desafio não somente para nós alunos, mas para a
coordenação e colaboradores, pois se tratando da primeira turma o desafio se
tornou ainda maior e entre acertos e erros, hoje estamos aqui prestes a
concluir o nosso curso com todo louvor e merecimento por parte de todos.
Este curso me permitiu, através de toda trajetória, adquirir experiências,
saberes e conhecimentos acerca dos componentes curriculares a nós proposto
em cada semestre. O material que nos disponibilizavam no ambiente, foi
sempre de muita qualidade e bem elaborado por nossos professores. Um fator
muito interessante na educação à distância, foi trabalhar com o sistema Moodle
onde tudo para mim era novidade, até mesmo como manusear essas
ferramentas eletrônicas, pois eu era muito leiga e ao passo em que eu estava
fazendo um curso universitário eu também estava crescendo e conhecendo
esses novos meios tecnológicos da educação. Tudo isso somado, me
possibilitou atrelar a teoria com a prática que veio através dos Estágios
Supervisionados o qual foi de suma importância para minha vivência
profissional. Sabendo que a realidade acadêmica é uma e a escolar é outra
totalmente diferente e conseguir unir uma com a outra foi algo bem desafiador.
Foi neste propósito que iniciei meus estágios. Acredito, contudo ter podido
expressar um pouco da minha caminhada quanto aprendiz, que permitiu que
eu fosse como sou, e que, também faz com que eu deseje ser um pouco
diferente do que eu sou, pois como nos ensinou Freire (1996) onde afirmava
que somos seres inacabados, somos seres em construção que se constituem a
partir de experiências sociais, culturais e históricas. São estas experiências que
me marcam como ser humano, por isso sempre busco expandir minhas
relações sociais, acadêmicas e profissionais. A lição maior que tenho de Freire
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é a preocupação com o social, a busca de alternativas que resgatam o ser
humano para o exercício de sua cidadania e de sua dignidade. No entanto
penso que os estágios que realizei me deram a oportunidade de expressar
realmente que a profissão de educar/ensinar deve estar de acordo com
atitudes éticas abertas à ação e a reflexão sobre o que realizamos no nosso dia
a dia na escola. Ainda através dos estágios despertei-me para um olhar mais
crítico e reflexivo diante daquilo que devemos melhorar e transformar quanto
educador, pois na qualidade de formador de opiniões, devemos estreitar as
relações professor/aluno, e ensino/aprendizagem. Foi nesta perspectiva que
iniciei meus estágios.
EXPERIÊNCIAS ADQUIRIDAS NOS ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS I II III
Cronograma de atividades do estágio supervisionado. Apresentadas em quatro
etapas:
Estágio I: Vivência da realidade escolar e planejamento do ensino
fundamental. (nesse estágio foram observadas aulas de professores do ensino
fundamental).
Estágio II: Intervenção no ensino fundamental. (aplicação das aulas no ensino
fundamental), sob a supervisão e orientação da professora de estágio, em uma
escola da rede pública estadual.
Estágio III: Vivência da realidade escolar e planejamento do ensino médio.
(observação de aulas no ensino médio).
Estágio IV: Intervenção no ensino médio. (aplicação das aulas no ensino
médio), sob a supervisão e orientação do professor de estágio, em uma escola
da rede pública estadual.
ESTÁGIO SUPERVISIONADO I
O meu primeiro estágio foi realizado na Escola Estadual de Ensino
Fundamental e Médio Escritor Virgínius da Gama e Melo, no ano de 2012 no
período de 21/09 a 22/12, em Campina Grande, fui muito bem acolhida pela
direção da escola como também pela professora Tereza Neumann, a
orientadora do estágio, onde inicialmente orientou-me a fazer parte como
ouvinte, para familiarização com a turma. Na oportunidade acompanhei seus
alunos do 6º ano, no turno da tarde. Lembro-me que cheguei num momento
muito relevante para essa turma, onde me senti privilegiada por isso, pois, a
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professora estava desenvolvendo com eles um projeto de leitura em parceria
com as outras disciplinas bastante interessante. Do qual fui convidada a fazer
parte, não somente observar, mas também para participar do mesmo,
fotografando os momentos deles em atividades, como também participando
das rodas de leituras. Para esse projeto chamado de Motivando Leituras (Re)
conquistando Leitores, foram utilizados vários recursos como: dramatizações,
variados livros de leituras infanto-juvenis, bulas de remédios, jornais e palestras
de pessoas relatando suas experiências com a leitura. Esta experiência
foi riquíssima para o meu aprendizado. A partir desses momentos os alunos
foram mostrando interesse pela leitura e a cada aula mais eles se motivavam.
Ao final do projeto, foi feito um vídeo com tudo que foi fotografado e depois
mostramos para a turma, utilizando data show. Ainda no decorrer desse
primeiro estágio, continuei as observações, fui analisando cada aula da
professora, e por mais que as coisas tem se evoluído inclusive em relação ao
ensino, percebi que ainda é muito tradicionalista, me permitindo refletir sobre
esse tipo de prática tão comum nas escolas, porque o que agente aprende na
universidade é que devemos ter um olhar crítico pautado no embasamento
teórico e também ser criativo, sempre buscar novas alternativas e fontes para
se dar com eficácia as relações de ensino/aprendizado de forma que tenha
resultados significativos para a vida do aluno. Enfim, considero esse estágio
muito importante para o meu desempenho quanto docente, posso dizer que
comecei a dar os meus primeiros passos, tão pequenos, mas que vão se tornar
maiores para buscar o que me reserva para o futuro.
ESTÁGIO SUPERVISIONADO II
Neste segundo estágio, começa de fato o meu desafio, porque agora eu
iria cair em campo para ministrar as aulas e ter meu desempenho avaliado.
Com o inicio na vigência de 01 de abril a 18 de maio de 2013, na Escola
Estadual de ensino Fundamental e Médio Escritor Virgínius da Gama e Melo
com alunos do 6º ano, do turno da tarde, em Campina Grande, referente à
disciplina de Estágio Supervisionado II coordenado pela professora Elza Gurjão
Pontes e orientado pela professora Tereza Neumann. Nesta faze, comecei o
estágio já com algumas dificuldades, mas tentei ir superando para poder dar o
melhor de mim. E assim, os alunos pudessem ter um bom proveito das aulas.
Para iniciar, a professora titular da turma me passou o conteúdo que já havia
ensinado para eles, serviu apenas de revisão de matéria, mas até aí tudo bem,
eu somente teria que usar de muita criatividade para explorar novamente o
conteúdo com eles sem cansá-los. Confesso que não foi fácil, era uma turma
bastante inquieta e rebelde, eram poucos os que queriam alguma coisa,
mesmo assim segui em frente. Dominar eles era um desafio, porque já
estavam habituados com a maneira rígida da sua professora, de estar
chamando a atenção deles constantemente, como a turma não era minha tive o
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cuidado de não me exceder e saber dosar as coisas. Procurei usar meios
atrativos para deixar as aulas movimentadas, e com isso fui ganhando a
confiança deles, ao ponto de quererem que eu permanecesse na turma até o
fim do ano letivo. Nesse estágio, pude me avaliar quanto docente e vi que tive
várias dificuldades, porém a maior delas foi à falta de experiência de sala de
aula, pois eu nunca havia ensinado antes, realmente me senti meio perdida em
alguns momentos, mas nada que fosse prejudicar os alunos. O que eu
gostaria e posso sugerir é que a universidade nos preparasse melhor para cair
em campo, porque é um choque quando agente se depara com a realidade das
escolas, sobre tudo quando a instituição ainda adota métodos tradicionalistas
de ensinar. Por outro lado sei bem que é para isso que existem os estágios
supervisionados, para termos um meio de buscar experiências para nosso
currículo, mas em muitos casos o que deveria ser para nos ajudar, se torna
mesmo um trauma, falo pelo próprio exemplo, esse estágio deveria ter me
traumatizado, mas não! Consegui sobre sair e pelas dificuldades que enfrentei
nele, tive ainda mais a certeza de que essa é a profissão que quero abraçar,
pois a Educação Brasileira precisa cada vez mais de mudanças e na minha
concepção começa por nós que estamos saindo da universidade para fazer a
diferença lá fora.
ESTÁGIO SUPERVISIONADO III
No estágio supervisionado III mudei de escola, agora eu estava sendo
acolhida na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Profº Itan
Pereira, em Campina grande que teve a vigência no dia 02/09 à 31/10 de 2013
sob a orientação da Profª Rejane Rocha Batista, na turma do 3º ano médio
EJA. Através desse estágio, pude observar e acompanhar as aulas com muito
afinco, pois queria adquirir o máximo de experiência possível para mais tarde
ser aplicada no estágio final. Foi nesta perspectiva que iniciei com a profª
Rejane que me acolheu muito bem juntamente com os alunos, foram dias
maravilhosos, confesso que terminei o estágio, mas com o desejo de
permanecer na turma. Nesta etapa, observei a postura da professora, como
também eram distribuídos os conteúdos, a divisão do tempo para cada assunto
e sobre tudo a interação que ela mantinha com os alunos. Tudo isso, num
tempo limitado, porque são apenas seis meses para se trabalhar com uma
turma do EJA. A prática pedagógica adotada pela professora era simples,
porém muito relevante, foi nesta simplicidade que despertei melhor para as
relações professor/aluno e ensino/aprendizagem, somente então, pude
estabelecer uma ponte entre a teoria e a prática, mas entendi que no fim a
prática se sobre sai, embora, eu compreenda que a teoria é suporte para a
prática. Procurei sempre manter um olhar crítico durante as observações para
refletir e fazer um paralelo as práticas existentes no sistema educacional
brasileiro. Contudo, posso dizer que saí desse estágio com um forte exemplo
de dedicação, humildade, simplicidade, disponibilidade e competência,
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sabendo que essas são atitudes que devemos adotar sempre para se alcançar
objetivos, tanto na vida pessoal como na profissional.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
É indiscutível que o ensino de língua materna no Brasil é um dos assuntos
mais debatidos e questionados atualmente. Discorre-se, sobretudo a qualidade
dos saberes aprendidos na escola e sua funcionalidade no cotidiano dos
alunos. Com a publicação da lei n. 9.294/96- Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional- em dezembro de 1996, alterações são propostas tanto
para as instituições formadoras como para os cursos de formação de
professores, tendo sido definido período de transição para efetivação de sua
implantação. Em 2002, as Diretrizes Curriculares Nacionais para formação de
professores são promulgadas e, nos anos subseqüentes, as Diretrizes
Curriculares para cada curso de licenciatura passam a ser aprovadas pelo
Conselho Nacional de Educação. No ensino médio que será o corpus desse
trabalho, o ensino de língua tem se configurado em uma prática enfadonha,
descontextualizada, tendo como único objetivo os fenômenos gramaticais,
desvinculando assim o real objetivo de formar “[...] transformar a experiência
educativa em puro treinamento técnico é amesquinhar o que há de
fundamentalmente humano no exercício educativo: o seu caráter formador.”
(FREIRE, 1996. p. 33). Ressaltaremos também a importância de se trabalhar
na sala de aula através de sequência didáticas. Para isso tomaremos como
base os pressupostos de alguns dos documentos oficiais que regem o ensino
no Brasil: os Parâmetros Curriculares do Ensino Médio – PCNEM (2000), os
PCN+ Ensino Médio: orientações educacionais complementares aos
parâmetros curriculares nacionais do Ensino Médio (2002), as Orientações
Curriculares do Ensino Médio – OCEM (2006), e alguns aportes teóricos como
Dolz & Scheneuwly (2004), Freire (1998) que preceituam por mudanças nas
aulas de português.
Quando se fala sobre as problemáticas do ensino o primeiro
questionamento que se realiza diz respeito à metodologia do professor. De
acordo com as OCEM (2006) “[...] as ações realizadas na disciplina Língua
Portuguesa, no contexto do ensino médio, devem propiciar ao aluno o
refinamento de habilidades de leitura e de escrita, de fala e de escuta.” (p. 18),
ou seja, o ensino de língua não deve deter-se apenas nos fenômenos
lingüísticos, ele deve envolver a linguagem como forma de comunicação,
sendo assim o professor deve ser visto não apenas como uma transferência de
conteúdo e sim, aquele que instiga aos alunos a fim de investigar as respostas,
não aceitando tudo com uma verdade absoluta “[...] é a força criadora do
aprender de que fazem parte a comparação, a repetição, a constatação, a
dúvida rebelde, a curiosidade não facilmente satisfeita, que supera os efeitos
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negativos do falso ensinar.” (FREIRE, 1996. p. 25). Deve predominar assim no
ensino de português o questionar, as indagações, para que os alunos possam
atuar de forma crítica em sociedade, isto compreende que: “[...] estar formado
para a vida significa saber se informar, comunicar-se, argumentar,
compreender e agir; participar socialmente, de forma prática e solidária; ser
capaz de elaborar críticas ou propostas; e especialmente, adquirir uma atitude
de permanente aprendizado.” (PCN+ Ensino Médio, 2002. p. 06). Dessa forma
o ensino de língua portuguesa, ao contrário do que muitos pensam, é um
essencialmente reflexivo, visando funcionalidades reais, o que o aluno aprende
na escola deve interferir de alguma forma em seu cotidiano, caso contrário
continuaremos a ouvir questionamentos como: “isso serve para que?”, “eu não
vou usar isso nunca na minha vida!”. Muitas dessas afirmações poderiam ser
evitadas se o professor trabalhasse na perspectiva da seqüência didática. A
definição de sequência didática, específica para o ensino-aprendizagem de
produção de textos, dada por Dolz e Schneuwly (2004), é a seguinte: “um
conjunto de módulos escolares organizadas sistematicamente em torno de uma
atividade de linguagem dentro de um projeto de classe” (p. 93), ou seja, o
professor planeja suas aulas através de um tema e utiliza gêneros textuais
baseados na realidade e o cotidiano da turma e desenvolve atividades
sistematizadas em torno desses gêneros que envolveriam desde leitura dos
textos, produção e análise linguística. O ensino sob o viés da sequência
didática estabelece uma segurança maior para o professor, visto que se
planejada com antecedência o professor pode ficar livre por um tempo, sem
contar que se a turma for a um ritmo acelerado, o professor pode antecipar
aulas já previstas e não inventá-las como muitas vezes ocorre. Com base
nesse método de ensino, e depois de apontar alguns problemas mais comuns
na docência, em seguida especificaremos como trabalhar português em
comunhão com outras disciplinas, “[...] promover a expansão da compreensão
de mundo, pois pretendem ensinar os alunos a entender as relações entre as
disciplinas pedagógicas – em vez de ensinar as matérias escolares de maneira
isolada, ou seja, voltadas para si mesmas” (OCEM, 2006. p. 96), isto é o ensino
através do processo de interdisciplinaridade. Esta prática reflexiva encontra
amparo nas palavras de Pimenta e Lima (2009, p. 102): Em seminários
conjuntos com os professores das escolas e com os estudantes estagiários
supervisionados pelos professores da universidade, pode-se promover um
processo interativo de reflexão e de análise crítica em relação ao contexto
sócio histórico e as condições objetivas em que a educação escolar acontece.
Nessa oportunidade à teoria e a prática reconhece a escola em seu momento
atual, favorecendo a reflexão, a análise e a avaliação das diferentes atuações
do profissional no amplo mercado de trabalho apresentado ao graduando em
Letras.
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BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO
O estágio supervisionado IV foi realizado no período de duas semanas.
O mesmo tem o objetivo de colocar em prática a teoria já estudada e
vivenciada as experiências dentro de uma prática pedagógica junto ao corpo
docente de uma escola, com isso ter um aprendizado de nossa realidade do
curso de letras proporcionando assim uma maior interação com os alunos.
Prestei meu estágio na Escola Estadual de Ensino Fundamental e
Médio Profº Itan Pereira, situada a rua: Luiz Motta, S/N Bodocongó, Campina
Grande/PB. Sob o auxílio da professora Rejane Rocha Batista, na turma do 2º
ano EJA à noite.
DESCRIÇÃO E ANÁLISE DO PERÍODO DE ESTÁGIO
ESTRUTURA FÍSICA DA ESCOLA
A escola tem como entidade mantenedora a Secretaria Estadual de
Educação, O nome da escola foi escolhido em homenagem ao professor Itan
Pereira (Ex. secretário de educação), atualmente é dirigida pelo (a) gestor (a)
Maria do Socorro de Souza Cordão. Criada em Fevereiro de 2000, e publicado
no Diário Oficial do estado, em maio do mesmo ano, a escola esta a servir a
comunidade dos bairros circunvizinhos, nos três turnos, começou com níveis
de ensino infantil, fundamental e suplência do ensino fundamental, mais agora
só está com ensino fundamental I e II e implantado novamente o ensino médio,
pois, antes existia na escola. Procurando aproximar a família das atividades
escolares, e torná-la participativa no processo de formação dos filhos,
desenvolvendo atividades pedagógicas culturais, visando à participação efetiva
dos pais/alunos, para aumentarem a auto estima valorizando-os enquanto ser
social. A escola conta com uma boa infra-estrutura, têm 10 salas de aula todas
iluminadas, cada sala possui capacidade média para 40 alunos, tem um
auditório, uma quadra de esportes, uma cantina, uma sala de direção, sala dos
professores não muito ampla, mas, bem organizada, além de um espaço
coberto para os alunos ficarem nas horas vagas, porém não há nenhum acesso
para as pessoas com necessidades especiais. Tem 01 banheiro masculino com
03 boxes, 01banheiro feminino com 04 boxes, 01 banheiro para os professores
01 na cozinha e outro para os funcionários, estes banheiros estão todos bem
conservados. Tem uma biblioteca que é bastante frequentada pelos alunos,
atendendo e suprindo as necessidades de pesquisas destes. Possui um
excelente laboratório de informática, com 14 computadores, sendo que 01
computador é na sala dos professores e são todos ligados à internet, e no
laboratório os alunos fazem muitas as suas pesquisas. A Escola Estadual de
Ensino Fundamental e Médio Professor Itan Pereira, possui um quadro com 40
docentes, 07 pedagogas e outros funcionários que se distribuem nas seguintes
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ordens: 29 pessoas incluindo a gestão e todas as funções de apoio fazem parte
na área administrativa, com 05 auxiliares de serviços gerais, 03 vigias e mais
02 porteiros que trabalham em turnos diferenciados, 02 merendeiras 01
secretária e 04 auxiliares de secretaria. De acordo com o censo 2012 a escola
comporta 768 alunos. A escola funciona nos três expedientes (manhã, tarde e
noite), à noite funcionam as turmas do EJA, Educação de Jovens e Adultos e
ensino Médio. A escola passou por uma reforma final do ano passado com:
Pintura de toda escola e troca de mesas e cadeiras das salas de aulas.
1.2- DESCRIÇÃO DOS ALUNOS
A turma era composta por 38 alunos matriculados, mas que freqüentavam
apenas de 15 a 20 alunos do 2º ano entre eles adolescentes e adultos a
maioria trabalham durante o dia, por isso, o índice de evasão é grande, porque
muitos não passam sequer das primeiras semanas de aulas. Considero o
comportamento deles normal, mas que em alguns momentos se tornavam
agitados. Enfim, apesar de ser uma turma que muitas vezes chegavam para
estudar cansados da luta diária, eram alunos que tinham uma ótima
participação e interação tanto com a professora titular como também comigo.
Isso tornava as aulas mais agradáveis de ministrar, além de mais interativas e
movimentadas, dando uma resposta positiva e satisfatória quanto ao
aprendizado.
1.3- BREVE ANÁLISE DO CORPO DOCENTE
O corpo docente da escola é formado por profissionais qualificados e muito
bem capacitados. Eles têm a preocupação de estarem inovando, incluindo
motivarem os alunos e tornarem suas aulas mais dinâmicas. Durante o período
do estágio pude perceber um ambiente tranqüilo e harmonioso, além de uma
ótima interação entre os professores e funcionários. Mas, quero destacar aqui
em especial a professora Rejane Rocha Batista a quem tive o privilégio de tê-la
como minha orientadora, falar dela é me reportar com carinho ao começo do
meu 3º estágio, onde ela foi acolhedora, disponível, atenciosa, e generosa.
Sem contar que tem uma capacidade incrível de ministrar as aulas de língua
portuguesa. Para mim, ela é um exemplo de profissional, um modelo a ser
seguido por todos que assim como eu, busca experiências na perspectiva do
estágio supervisionado.
1.4-MINHA ATUAÇÃO DOCENTE
Quanto ao meu desempenho tentei dar o melhor de mim, freqüentando o
estágio rigorosamente. Certa de que enfrentei algumas dificuldades, mas que
consegui realizar com êxito as aplicações das aulas, é claro que a professora
Rejane, orientou-me quanto ao plano de aula, mas deixou livre para preparar e
usar a criatividade para planejar as aulas, porém conforme o seu esquema de
conteúdos. Foram duas semanas que passamos juntos, momento muito
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significativo para minha vida profissional, mas nem tudo são flores, tive com
inimigo o tempo, por se tratar do turno da noite, os horários são mais
reduzidos, então houve dia da aula ser em apenas 30 minutos impossibilitando
de realizar numa aula só aquilo que havia preparado para esse dia, então se
tornava corrido demais às aulas. Acredito, contudo que dentro da proposta do
estágio consegui um bom desempenho, sabendo que tenho muito, o que
aprender, porque não pretendo parar por aqui, logo o professor tem que
sempre estar num processo de formação contínua, para poder realizar com
sucesso a profissão que abraçou.
1.5 - DESCRIÇÃO DAS AULAS
Em anexo estão presentes os conceitos e atividades feitas em sala com os
alunos.
Primeira semana
Apresentação aos alunos da 2º ano
No primeiro dia 01 de Abril (duas aulas).
A professora Rejane pediu que eu me apresentasse em seguida pediu para os
alunos também que se apresentasse pelo os alunos. Neste dia eu tinha ido
para conversar com a professora e para ela passar o conteúdo que eu iria
trabalhar durante as duas semanas, mas ela pediu que eu assistisse à aula,
uma forma até dos alunos já irem se acostumando com a minha presença. E
assim fiquei observando suas aulas durante dois dias, porque iria concluir o
assunto para que eu começasse as minhas intervenções. Nesta aula a
professora continuou o assunto sobre classificação dos substantivos, eles já
estavam em mãos com o texto chamado Pombo Correio, pediu que eles
identificassem os substantivos à medida que eles diziam a professora colocava
no quadro para uma melhor fixação do conteúdo. Ainda nessa aula ela falou
sobre substantivos compostos, e elementos onomatopaicos. Ela aproveitou
também para falar sobre verbos e advérbios que não vão para o plural, extraído
do mesmo texto. Terminada a aula combinamos os próximos passos.
No Segundo dia 02 de Abril (duas aulas).
Neste dia continuei observando a aula da professora, como havia dito antes ela
precisou de mais um dia para concluir o conteúdo sobre substantivos. Dessa
vez ela colocou no quadro um poema Canção do Amor e Imprevisto de (Mário
Quintana), analisou todo o poema com os alunos e em seguida chamou um
aluno e pediu que ele escolhesse alguém para recitar o poema para a pessoa,
isso valeria um ponto de participação, e assim o aluno fez, ele foi muito
interpretativo, mereceu o ponto da professora. Em seguida com aula já
terminando ela falou para os alunos que as próximas aulas seriam comigo e
que iniciaríamos com o Romantismo Brasileiro.
20
Nos dias 03 e 04 de Abril, não haveria aula, devido a uma paralisação nas
escolas estaduais.
Segunda semana
No dia 07 de Abril (duas aulas).
Neste dia, cheguei antes de começar a aula para mostrar para a professora
como eu tinha planejado a aula. Em seguida fui para a sala do 2º ano com
aquele friozinho na barriga, por causa da estréia. Entrei dei boa noite, esperei
alguns alunos que estavam chegando entrar e sem perder muito tempo
comecei uma breve contextualização sobre o Romantismo Brasileiro, depois
continuei explorando bem o assunto com as características, principais autores
e obras. Fiz algumas perguntas oralmente sobre o tema, para eu testar até que
ponto eles conheciam sobre o assunto. Em seguida tudo o que eles iam
falando eu escrevia no quadro, para depois eles mesmos terem posse daquilo
que eles disseram. Depois continuei explanando mais sobre o assunto, como a
professora me deixou a vontade com a turma eu também deixei Rejane a
vontade para fazer qualquer intervenção se ela achasse preciso. Faltando
pouco para terminar a aula fiz a chamada e passei para eles uma pesquisa
sobre Gonçalves Dias.
No dia 08 de Abril (duas aulas).
Nesta aula, cheguei mais cedo que os alunos, logo serviu para ganhar tempo,
então coloquei no quadro o poema Canção do Exílio, quando eles chegaram,
pedi que copiassem, em seguida fizessem uma leitura silenciosa e analisassem
o poema. Depois sintetizei no quadro tudo que eles falaram. Dando
continuidade fiz uma breve revisão sobre o que eu tinha dado na aula anterior e
então cobrei deles a pesquisa sobre Gonçalves Dias, alguns trouxeram, outros
não, quem fez a professora Rejane deu um ponto, pois dessa forma ela
também os avalia pela participação.
No dia 09 de Abril (duas aulas).
Nesta aula dei continuidade ainda sobre a pesquisa que tinha pedido para eles
sobre a biografia de Gonçalves Dias. Em seguida fomos comentar a vida e as
obras de um autor tão importante para a literatura brasileira, como de costume
fui anotando tudo o que eles falavam no quadro, até porque teve aqueles
alunos que não fizeram a pesquisa e para não ficarem sem as informações as
listeis no quadro. Depois entreguei para a turma levar pra casa e me devolver
na próxima aula uma atividade referente ao poema e uma paródia sobre
Canção do Exílio, esta atividade valeria uma nota complementar a pedido da
professora Rejane. Considerei essa aula muito proveitosa, pois os alunos
participaram ativamente. Isto me deixou muito feliz.
21
No dia 10 de Abril (duas aulas).
Comecei a aula pedindo à atividade que levaram para casa, mas antes de
corrigir pedi que alguém lesse o poema. Depois fui explorando a atividade e
conforme ia corrigindo agente ia comentando as questões. Depois a professora
Rejane passou para eles fazerem a pesquisa biográfica de dois autores da
segunda geração romântica Casimiro de Abreu e Álvares de Azevedo, para a
próxima aula.
No dia 11 de Abril (duas aulas).
Nesta aula, comecei pedindo a pesquisa sobre os dois autores, mas só deu
tempo de comentar e realizar também uma atividade sobre um poema de
Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu ficou para a próxima aula. Essas
pesquisas também foi valendo ponto, logo à professora Rejane gosta de avaliá-
los pela participação. Essa aula foi muito legal, pois os alunos estavam
bastante participativos.
No dia 14 de Abril (duas aulas).
Comecei a aula Já em clima de Saudade, mas deixei a despedida para o final
da aula. A surpresa dos alunos foi à professora Rejane ter saído da sala e me
deixado sozinha com eles, para que eu pudesse observar meu desempenho
sem a presença dela. Continuei a aula anterior sobre a análise da vida e obra
de Casimiro de Abreu, mas estava difícil de dar a aula, pois os alunos estavam
agitados, conversando muito, sem concentração, tudo isso porque Rejane saiu
da sala. Mas tudo bem, continuei mesmo assim a desenvolver o que eu tinha
planejado para o dia. Retomando, pedi a pesquisa de Casimiro de Abreu, uns
fizeram, outros não, então começamos a discutir o assunto, enquanto uns
participavam, outros conversavam, parei muitas vezes a aula para tentar
acalmar os ânimos deles. Foi difícil contê-los, mas em alguns momentos eu
conseguia. Assim mesmo continuei explorando a biografia de Casimiro. Depois
trabalhei um poema dele chamado Meus oito anos, depois da análise distribuí
perguntas para a turma responder tanto sobre o poema como sobre a vida
dele. Encerrei a aula, agradeci pelas duas semanas que passamos juntos, falei
algumas palavras de motivação para a caminhada deles. E Saí com a certeza
do dever cumprido, mesmo com falhas, mas considero bastante relevante a
experiência adquirida através da minha atuação nesta turma. Saindo da sala fui
de encontro com a professora Rejane, comentei sobre a aula e sobre tudo
agradeci imensamente por ela ter me acolhido por duas vezes na sua turma.
Garanto que o exemplo dessa professora de profissionalismo, dedicação,
humildade e tantas outras qualidades me marcaram e vão me acompanhar
pela vida, a experiência que levo desses quatros estágios será suporte para
galgar novos caminhos, confio e espero fazer valer essa profissão que abraço
com tanto amor.
22
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante de todo o exposto concluo que, O estágio é um momento de
fundamental importância no processo de formação profissional. Constitui-se em
um treinamento que possibilita ao estudante vivenciar o aprendizado. Por meio
dele o estudante pode perceber as diferenças do mundo organizacional e
exercitar sua adaptação ao meio em que vai atuar.
O estágio funciona como uma “janela do futuro” através do qual o aluno
antevê seu próximo modo de viver. Deve ser uma passagem natural do “saber
sobre” para o “saber como”; um momento de validação do aprendizado teórico
e prático em confronto com a realidade. O Estágio Supervisionado tem
cumprido de forma eficiente o papel de elo entre os mundos acadêmico e
profissional ao possibilitar ao estagiário a oportunidade de observar a prática
docente e o cotidiano escolar em instituições de educação, realizando leituras e
análises pertinentes ao contexto observado.
A realização de estágio é incentivada como forma de aproximar os alunos
das necessidades do mundo do trabalho, criando oportunidades de exercitar a
prática profissional, além de enriquecer e atualizar a formação acadêmica
desenvolvida no Curso de Letras. Poder vivenciar na prática o que acontece
durante algumas aulas, foi muito importante, porque observei e aprendi com a
realidade, pude também confrontar o que já havia visto no ambiente
universitário com as experiências vividas com tutores e todo corpo docente,
livros, revistas e mídias com a prática.
Garanto que para minha formação, essa oportunidade de poder adquirir um
olhar sistêmico através dos estágios, efetivou uma segurança necessária em
relação ao que realmente desejo realizar na prática em sala de aula. De
maneira esclarecedora, ir à prática facilita subtrair um pouco do receio que
existe quando se desconhece o que acontece dentro das instituições escolares
no dia a dia. O estágio é o meio pelo qual o futuro professor, adquiri
experiência e possibilita a análise sobre sua ação como docente. Tendo a
possibilidade de colocar em prática o que aprendeu no âmbito acadêmico,
adequando às necessidades e realidades em que estão inseridas essas
escolas e com isso, se tornar um profissional competente.
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REFERÊNCIAS:
BRASIL. MEC. Orientações Curriculares para o Ensino Médio. Volume 1 –
Linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília: MEC, Secretária da Educação Básica,
2006.
____________. Parâmetros curriculares nacionais (ensino médio): Parte II –
Linguagens, códigos e suas tecnologias. Secretária de Ensino Fundamental. Brasília:
MEC/SEF, 2000.
____________. PCN+ Ensino Médio: orientações educacionais complementares aos
Parâmetros Curriculares Nacionais. Vol. Linguagens, códigos e suas tecnologias.
Brasília: MEC/ Semtec, 2002.
DOLZ, J. NOVERRAZ, M. SCHENEUWLY, B. Sequências didáticas para o oral e a
escrita: apresentação de um procedimento. In: ROJO, Roxane. Gêneros orais e escritos
na escola. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2004.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São
Paulo: Paz e Terra, 1996.
Educação e diversidade Ensino Médio – Paraíba
LIMA SILVA, Cláudia, Gramática- Linguagens, códigos e suas tecnologias. Soler
edições pedagógicas.
LOPES DIAS, Jaíza. Literatura- Linguagens, códigos e suas tecnologias.
LOPES DIAS, Jaíza. Redação- Linguagens, códigos e suas tecnologias.
FIDALGO, Lúcia. Col. Brasileirinhos, Ilustrações: VARGAS, DEMOSTENES, Luiz
Maia_ ARAUJO, Robson. Ed. Paulus.
PIMENTA, Selma Garrido; ANASTASIOU, Léa das Graças Camargo.
Docência no ensino superior. São Paulo: Cortez, 2002. (Coleção
Docência em Formação).
______; LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e docência. São Paulo:
Cortez, 2004. (Coleção Docência em Formação).
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ANEXOS
Plano de aula: (Gramatica: Substantivo/ adjetivo, Literatura: Romantismo e
produção textual)
Atividade: Substantivo/ adjetivo
Classificação dos substantivos
Liste os substantivos do texto:
"Pombo-correio leva celular para presos"
A polícia da cidade paulista de Sorocaba apreendeu nas imediações da
penitenciária Danilo Pinheiro; dois pombos-correio que carregavam peças de
telefones celulares. O primeiro foi capturado por um agente penitenciário que
achou o corpo da ave, pousada num fio elétrico, volumoso demais. Os pombos-
correio sempre voltam ao lugar onde nasceram - por isso, a polícia acredita que
eles tenham nascido na prisão e foram treinados fora dela para transportar, da
rua para dentro dos muros, celulares e chips.
(Isto é reportagem)
1- Cidade 9- correio
2- Danilo 10-celular
3- Ave 11-peças
4- Fio elétrico 12- muros
5- Telefone 13- chips
6- Pombo 14- copo
7- Policia 15- telefone
8- Penitenciário
Compreensão do texto (substantivo/ adjetivo)
Canção do Amor Imprevisto
Eu sou um homem fechado.
O mundo me tornou egoísta e mau.
E minha poesia é um vicio triste,
Desesperado e solitário
Que eu faço tudo por abafar.
Mas tu apareceste com tua boca fresca de madrugada,
Com teu passo leve,
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Com esses teus cabelos...
E o homem taciturno ficou imóvel, sem compreender
nada, numa alegria atônita...
A súbita alegria de um espantalho inútil
Aonde viessem pousar os passarinhos!
(Mario Quintana)
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Texto A – Canção do Exílio (Gonçalves Dias)
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu têm mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho, à noite –
Mais prazer encontro eu lá:
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá:
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá:
Sem qu’inda aviste as palmeira,
Onde canta o sabiá.
Texto B- Canção do auxilio (autor
desconhecido)
Minha terra tem riqueza
Que não dá pra avaliar
Tudo aqui é muito farto,
Mas difícil de comprar;
Não permita Deus que eu morra,
Sem fortuna acumular.
A Praça dos Três Poderes
Mais parece mina de ouro,
Onde políticos espertos
Buscam, incansáveis, o tesouro.
Minha terra tem políticos que,
Em tempos de campanha,
Compram muitos eleitores
Usando conhecidas artimanhas.
Aqui se compra de tudo
Com a melhor intenção.
Compra-se até deputado
Para garantir eleição.
Minha terra tem fortuna
Que poucas nações têm.
Tem políticos corruptos
E corruptores também
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Os textos a seguir apresentados apontam qualidades e defeitos existentes no
Brasil. O primeiro poema, Canção do Exílio, do poeta Gonçalves Dias, é
conhecidíssimo e expressa um sentimento de saudade que idealiza a pátria
distante, tornando-a o paraíso mais desejável.
O segundo poema, Canção do Auxílio, é uma paródia, isto é, um texto
que retoma outro existente, utilizando-se de sua estrutura, mas alterando a
essência da mensagem, na maioria das vezes de forma sarcástica ou irônica.
Após a leitura atenta dos textos acima, responda:
1º) De acordo com a sua análise, qual o sentimento que o Texto A desperta no
leitor?
2º) E qual a mensagem que o Texto B tenta transmitir ao leitor?
3º) Qual a principal característica do Brasil que o Texto A destaca?
4º)E qual a principal característica do Brasil que o texto B destaca?
5º) Os dois textos mostram virtudes e defeitos existentes no país, vistos sob o
ponto de vista de cada autor. No primeiro texto, o autor só vê virtudes; no
segundo texto, o autor só vê defeitos. Baseado neles escreva um pequeno
texto, onde você mesclará tanto as virtudes quanto os defeitos que você
conhece e que existem no Brasil de hoje. Você pode e deve defender e criticar
as situações apresentadas.
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Meus oito anos
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é - lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida - um hino d'amor!
Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã.
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
De camisa aberto ao peito,
- Pés descalços, braços nus -
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!
29
Oh! Que saudades que tenho
Da aurora de minha vida (...)
(Casimiro de Abreu)
Atividade sobre o Poema Meus oito Anos (Casimiro de Abreu)
1-) Em "Meus oitos anos", Casimiro de Abreu aborda a infância como tema.
a- Na condição de adulto, como ele vê a infância?
b-Que elementos são valorizados pelo poeta na descrição de sua
infância?
2-) A partir da leitura do poema, assinale a alternativa CORRETA.
a- ( ) O autor anuncia a sua idade no título do poema e o texto confirma
que Casimiro de Abreu tinha oito anos de idade à época dessa
composição.
b- ( ) O autor relata a saudade dos passeios que fazia com sua mãe pelos
campos.
c- ( ) O poema é um canto de alegria pela vida que permanece serena e
inocente na maturidade do autor.
d- ( ) O escritor se utiliza de uma linguagem moderna, telegráfica e repleta
de neologismos.
e- ( ) O título do poema de Casimiro de Abreu é uma alusão à infância.
3-) Considerando o poema, assinale a alternativa CORRETA.
a- ( ) “despontar da existência” (verso 10) é uma alusão à morte.
b- ( ) “Naquelas tardes fagueiras” (verso 6) é uma referência ao tempo da
infância.
c- ( ) “como são belos os dias” (verso 9) é uma referência à vida adulta
do poeta.
d- ( ) “céu de primavera” (verso 26) refere-se à estação do ano em que foi
escrito o poema.
e- ( ) A palavra “aurora” (verso 2 e verso 17) tem o mesmo significado
nas duas ocorrências: “claridade que aponta o início da manhã”.
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E E.E.F.M PROF. ITAN PEREIRA Aluno (a):_______________________________________________________________ Turma:______________ Data: 11/04/2013 SE EU MORRESSE AMANHÃ Se eu morresse amanhã, viria ao menos Fechar meus olhos minha triste irmã; Minha mãe de saudades morreria Se eu morresse amanhã! Quanta glória pressinto em meu futuro! Que aurora de porvir e que amanhã! Eu perdera chorando essas coroas Se eu morresse amanhã! Que sol! que céu azul! que doce n'alva Acorda a natureza mais louçã! Não me batera tanto amor no peito Se eu morresse amanhã! Mas essa dor da vida que devora A ânsia de glória, o doloroso afã... A dor no peito emudecera ao menos Se eu morresse amanhã! m
Álvares de Azevedo ATIVIDADE DE INTERPRETAÇÃO: 01. “Se eu morresse amanhã, viria ao menos/ fechar meus olhos minha triste irmã”, a relação que existe entre os versos é de a) causa b) perda c) lealdade d) compensação 02. No verso “Minha mãe de saudade morreria” temos a) um desejo do eu lírico. b) uma previsão do eu lírico. c) uma hipótese do eu lírico. d) uma ordem do eu lírico. 03. “Se eu morresse amanhã”, o termo em destaque expressa
a) uma conseqüência b) uma finalidade c) uma condição d) uma comparação 04. Segundo o poema, qual seria o benefício caso o eu lírico morresse amanhã? a) a mãe também morreria. b) a dor no peito cessaria. c) a natureza acordaria graciosa. d) a irmã se entristeceria. 05. De acordo com o eu lírico, seu futuro seria a) promissor b) desastroso c) incerto d) seguro 06. A morte no poema representa para o eu lírico a) punição b) sacrifício c) alívio d) redenção
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FOTOS:
ENSINO FUNDAMENTAL II
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ENSINO MÉDIO
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