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Lagarta-borboleta
A vida em versos contada
Verônica Vincenza
Os poemas deste livro foram publicados em antologias e escolhidos em
concursos literários
2ª. Edição: Junho 2014
Capa: Verônica Vincenza
Revisão: Antônio Terra
A reprodução total ou parcial de qualquer poesia desta obra, por qualquer
meio, sem a autorização da autora constitui violação da Lei 5.988.
Vincenza, Verônica, 1978 Lagarta- borboleta - A vida em versos contada PerSe 2014 120p. ; 14 cm ISBN: 978-85-8196-668-7 978-85-8196-667-0
1. Poesia brasileira contemporânea
Dedicatória
És tu que me fazes sonhar Sabes teu amor me dar E a cada vez que me elogias É mais um poema, Cheio de alegrias E é assim que eu escrevo Expressão da minha vida, De tudo que te desejo De inesperadas inspirações E de vãs recordações Saúdo a vida cada dia mais Escolho as palavras Pois essas são o meu cais
Prefácio
Escrever é sempre um desafio, escrever poemas que
façam sentido, não apenas para mim, mas que possam
contextualizar uma história de vida é ainda mais desafiante.
Este livro surgiu fruto de um concurso literário em
Portugal e foi um dos ganhadores. Porém, não o editei.
Continuei escrevendo e o aprimorei, pois sentia que a obra
ainda não estava completa. Amadurecemos juntos.
Hoje, compartilho essas palavras soltas nestes versos
cheios de sentimentos e que unidos ajudam a compor os
momentos de vida de uma mulher, que nada mais é que um
mosaico de mulheres que encontrei na vida e que fazem parte
de mim assim como eu fiz parte delas pelo simples motivo de
estar presente.
Mulheres fortes, que encaram o desafio de se
transformar em lindas borboletas, reinventando suas vidas
com o singelo intuito de ser livre, feliz, amar e poder sentir o
prazer de viver como quiser.
Verônica Vincenza.
Sumário
Livro aberto 13 A Arte da vida 15 Nus 17 O Pedido de Natal 19 Menina Moleca 21 O Tal de Português 22 A Prova 23 Quantos anos? 25 O Tempo 26 Com os pés no chão 27 Poetisa 28 Um Amor e um Coqueiro 30 Tulipas Amarelas 31 No meu mundo 33 De Coração 35 Encontro de carnaval 37 Em cima do muro 39 Flores de Amores 40 Olhar 41 Aventuras da Paixão 42 O Amor Bitransitivo 43 O Ex-quecimento 45 Século Vinte e Um 46 A vida imita o circo 47 Um Dia de Folga 49 Des...Ilusão 51 Caindo na teia 52 O verso do avesso 54 Os blocos de concreto 55 Esperar 56 O Amor pelo Vento 57 Até quando? 58 Sou Água 59
Lagarta-borboleta 61
Caminhada 63 Quero ver o verde 65 A cor do esmalte 67 Revoar 68 Uma Noite 70 Amor Fraterno 71 Uma rosa por amor correspondido 73 Concessão de Amor 75 Amor 77 O Casamento 78 O verso 80 Parceiros no Amor 81 Moderna concepção 82 Mais um dia com você 83 Anjo 84 Nuvens 85 Nos teus braços 86 Grávida 88 Filho 89 Mãe 90 Verdejar 91 Cuspe, cusparada, cuspidinha 92 Amor Infinito 94 Vitória 95 Dia de Sol, Dia de Chuva 96 Sou poetisa 98 Viajar 99 Saudades do Litoral 101 Barco de papel 103 Inveja 104 Vaidade 105 Correr, correr 106 Noite e Dia 108 Mãos que falam 109 O Ser 110 A folha seca 111 Acerto dos Erros 112
Amigo 113 Só Netos 114 Call Center 115 Dia frio, coração quente 117 Gotas no papel 119 Cruel Certeza 120 Fim 121
Prólogo
Um dia uma menina chegou a casa, abraçou seus pais
e disse com propriedade:
“- Eu não sou uma menina ruim, pois Papai Noel se lembrou de mim! Agora acho que sei quem sou, mas o futuro eu ainda não sei... Um belo dia cheguei cedo à escola, entrei para fazer prova e, em seguida, fui fazer faculdade pra virar doutora...cresci!”
Estamos todos à mercê do tempo, é o que acontece
conosco, crescer e amadurecer faz parte da vida. E com os pés
no chão, ela seguiu o seu caminho, pois ser poeta é assim,
achar rimas até não ter mais fim... Porém ao despertar do
novo dia ainda não tinha um amor, mas sabia que no seu
caminho haveria coisas boas, um novo lar, um amor de
coração, que poderia lhe encontrar. Então escreve:
“E entre meus pensamentos voo, sonho. Por vezes sou da turma do meio... De amores quebrados... que conheci de outros carnavais, quem sabe estive com ele ha um ano atrás...”
“Olhos nos olhos, sou toda sua, quero nadar contigo... deixa-os falarem à vontade, um dia vou te reencontrar e sei que mais um show vai começar, daqueles de perder a razão...”
- Acorda! Bem-vinda ao século vinte e um!
- Nem pensar, vai embora que eu quero descansar! Diz ela.
Mas o século novo não pede licença. E mais uma vez
ela teve um sonho lindo e, de pronto, voltou a recomeçar... E
disse, sem hesitar:
“- Sinta meu coração, ele está a palpitar, vamos ver no que vai dar... E pelo trabalho vamos nos apaixonar, estou segura que você vai voltar.”
Mas a vida traz reflexões.
“Deixei o coração bater, a mente sonhar... Mas parei pra pensar? Tenho que voltar a me amar. Sei que meus passos fazem o caminho...”
Lagarta-borboleta segue o caminho, segue a replantar
o verde do seu lugar. Mas cada vez que passa pelos corredores
da vida é transformada e tem que se adaptar.
A vida é como um livro aberto, de capa dura e páginas
frágeis. Nascemos como uma tela em branco, nus, mas aos
poucos nos vestimos e acordamos para a realidade de ser parte
de algo maravilhoso: a vida. Este livro, entre versos e versus,
conta a vida de uma menina, de uma mulher, de uma mãe, de
uma avó... de lagarta à borboleta. E esta história é mais ou
menos assim...
13
Livro Aberto
A vida é como um livro aberto
De capa dura, mas páginas frágeis
Livro que fica por anos na estante
Imóvel peso de papel á mercê do tempo...
Para alguns só serve para pegar pó
Para outros são de intenso manuseio
Surpreende-nos com suas surpresas:
Ora faz rir...
Ora faz chorar...
Com momentos únicos
Que não volta mais
Assim como a página escrita
Lida pela primeira vez
Podemos voltar e ler novamente
Mas nunca será como antes
E cada página da vida
Que pode passar despercebida
Será mais um capítulo escrito
Para alguns, uma história triste
Para outros, uma comédia
Depende do leitor
Depende do escritor
Mas o certo é que na vida
14
Assim como nos livros
Ninguém sabe como vai terminar
Basta apenas ler e ver no que vai dar
15
Arte da Vida
Nascemos como uma tela em branco
Com poucos traços delineando a figura
Aos poucos vamos escolhendo as cores
Antes borrões
Gentilmente corrigidos
Depois figuras
Gentilmente aplaudidas
Ora borrões, ora figuras, optamos...
Ao passar do tempo
A tela fica mais bonita
Ao passar dos anos
Temos mais detalhes,
Ficamos mais completos
Escolhemos cada tinta
Igual aquarela,
Precisamos de sutileza
Igual tinta a óleo,
Precisamos de espátulas firmes
16
E cada traço vai revelando
A beleza da tela inteira
A beleza de cada detalhe
Que transforma a tela em branco
Em uma obra de arte
17
Nus
Nus, nascemos
Despidos de qualquer maldade
Despidos de sentimentos perversos
Mas aos poucos
Nos vestimos
Por medo
Por vergonha
Colocamos a armadura
Carapaça de casca grossa
Máscaras de cores fortes
Vamos lutar,
Nos esconder
Nos defender,
Amar...
Mas a vida vai passando
A armadura enferrujando
A casca amolecendo
A máscara desbotando
E aos poucos sentimos
Que não precisamos mais de tanta roupa
Para esconder nossas vergonhas
Vergonhas de quê?
Somos envergonhados filhos do mundo
18
Que aos poucos perdem suas vergonhas
Sem vergonhas, vivemos
E nos despimos
Tiramos as armaduras
A carapaça
As máscaras
Ficamos novamente nus
E nus, perdemos:
O medo,
A vergonha,
A maldade.
19
O Pedido de Natal
Um pedido á luz da vela
Era o que a menina fazia
Queria a boneca mais bela
Era isso que ela escrevia
E assim chegou o Natal
Ganhou roupas etc. e tal
Mas nada da boneca
E a noite já estava completa
Na hora de dormir
Pensava no que havia faltado
E um frio começou a sentir
Quando viu que a carta, não tinha mandado
Seus pais ficaram preocupados
Pela reação aos presentes comprados
Eles não sabiam o que fazer
Vendo a menina, tão quieta, sofrer
O pai teve uma ideia muito boa
Entrou no quarto da menina como se estivesse á toa
Viu logo um bilhete
Leu devagar e saiu como um foguete
Mas a boneca demorou a chegar
Pois o pai teve que encomendar
E no dia do aniversário
20
Chega o presente legendário
Os olhos da menina brilhavam de felicidade
Abraçou seus pais e disse com propriedade
Eu não sou uma menina ruim, pois Papai Noel se lembrou
de mim!
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