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IX Congreso Internacional sobre Patología y Recuperación de Estructuras IX International Congress on Pathology and Repair of Structures João Pessoa‐PB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013
Anais do IX Congresso Internacional sobre Patologia e Recuperação de Estruturas – CINPAR 2013
Manifestações patológicas na construção
Levantamento, caracterização e proposição de tratamento de manifestações patológicas presentes nas residências do Conjunto Habitacional Nova Matinha,
Tucuruí ‐ PA
Idetification, characterization and treatment of proposition pathological manifestations in these residences of new housing set Matinha ‐ Tucuruí ‐ PA
Fernanda Pereira Gouveia (1); Danielen de Freitas Pereira(2); Deigo Alerrandro Braga da Silva (3)
(1) Doutor, UFPA
(2) Graduado, UFPA (3) Graduado, UFPA
fp_gouveia@hotmail.com
Resumo
O presente trabalho apresenta o diagnóstico e recomendações de tratamento de patologias incidentes no Conjunto Habitacional Nova Matinha (CHNM), na cidade de Tucuruí‐PA. O levantamento de dados foi realizado através de vistorias técnicas nas 164 residências utilizando fichas para mapeamento e anamnese das patologias. Deste total, 84 casas apresentaram algum dando. Dentre eles; fissuras, umidade, manchas e desplacamento do revestimento argamassado. No caso das fissuras, foi utilizado pasta de gesso nas regiões afetadas para o acompanhamento da evolução da abertura das mesmas. Com base nas informações coletadas sobre a execução da obra e literaturas técnicas, foi possível identificar as possíveis causas do surgimento das patologias. A partir desta etapa, foram propostos materiais e métodos necessários para o tratamento das patologias. A grande ocorrência de manifestações patológicas no CHNM foi motivada pela inobservância das normas técnicas que deveriam ser seguidas na etapa de execução e negligência de procedimentos indispensáveis para o bom desempenho e a durabilidade dos subsistemas. Palavra‐Chave: Manifestação Patológica, fissuras, umidade, desplacamento, tratamentos.
Abstract
This paper presents the diagnosis and recommendations for treatment of pathologies incidents housing estate Nova Matinha (CHNM), in the city of Tucuruí‐PA. The survey was conducted through technical inspections on 164 homes, using chips for mapping and history of pathologies. Of this total, 84 homes had some pathologies. Among them, cracks, moisture, stains and spalling of the mortar wall. In the case of cracks, gypsum slurry was used in the affected regions to monitor the evolution of the opening. Information about the houses construction and technical literature, were used date sheet to identify the possible causes of the pathologies. From this stage, were proposed materials and methods for the treatment of pathologies. The high incidence of pathological manifestations in CHNM was motivated by the not use of technical standards, very important for construction stage and neglect procedures necessary for the performance and durability of the subsystems. Keywords: pathological manifestation, cracks, moisture, spalling, treatment.
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Anais do IX Congresso Internacional sobre Patologia e Recuperação de Estruturas – CINPAR 2013
1 Introdução
O termo patologia é empregado quando o desempenho de uma estrutura, ou parte, dela não está conforme planejado seja na capacidade mecânica, funcional ou estética. São analisados também o tempo e condições de exposição, que remetem a associação a aspectos de durabilidade, vida útil e desempenho [1].
No presente estudo de caso, as patologias surgiram logo nos primeiros meses, quando os moradores ocuparam as residências do Conjunto Habitacional Nova Matinha (CHNM), localizado na cidade de Tucuruí – PA . Isto demonstra a baixa qualidade do produto entregue aos moradores, por parte da prefeitura municipal, uma vez que, com apenas cinco anos de existência as habitações já apresentam várias patologias. As manifestações patológicas de maior incidência observadas foram: fissuras nas paredes, presença de umidade e manchas nas paredes e desplacamento do revestimento argamassado. Estes problemas têm criado desconforto aos moradores tanto em relação à aspectos estéticos, quanto no comprometimento da funcionalidade dos subsistemas construtivos.
Desta forma, buscou‐se identificar primeiramente, as possíveis causas destas patologias e posteriormente foram recomendadas formas de tratamento para saná‐las, por meio de consulta à manuais técnicos de fabricantes.
2 Metodologia
A metodologia da pesquisa contemplou as seguintes etapas: caracterização do estudo de caso, identificação e caracterização das manifestações patológicas por meio de vistoria técnica, análise das possíveis causas e a proposição dos tratamentos.
2.1 Caracterização do Estudo de caso
O estudo de caso trata‐se das residências que compõem o Conjunto Habitacional Nova Matinha (CHNM), localizado no município de Tucuruí ‐ PA. O CHNM foi construído no ano de 2007, pela prefeitura municipal de Tucuruí com recursos federais do ministério das cidades, e teve como objetivo abrigar as famílias dos ribeirinhos que foram afetados pelas enchentes, e as famílias do bairro da velha matinha localizado às proximidades da eclusa que faz parte do projeto de transposição do desnível do lago da usina de Tucuruí. O conjunto é composto de 188 residências sendo dois tipos de layout, casas de um e de dois quartos, o que equivale a 54,68 m2. A Fig. 1 apresenta uma vista geral do conjunto.
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Fig. 1 – Vista geral do CHNM
2.2 Vistorias Técnicas
Foram realizadas inspeções locais por meio de vistorias, fazendo o uso de ficha de coleta de dados (Fig. 2), contendo a data da vistoria, o nome e o endereço do proprietário. Logo abaixo, havia uma lista contendo sugestões de patologias mais comuns. Conforme a identificação do dano era identificado no croqui da planta baixa a região afetada, e em seguida descrevia‐se o detalhamento da patologia (tamanho, profundidade, cor e etc.). Por fim havia um campo para o preenchimento da anamnese (informações sobre o histórico do dano). Esta etapa de vistoria, contou com um tempo de aproximadamente 6 meses, sendo inspecionadas 164 residências.
Fig. 2 – Ficha utilizada para a vistoria das residências
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Além do preenchimento das fichas, foram feitos registros fotográficos de todas as patologias identificadas para caracterização das mesmas. No caso dos danos passiveis de aferição, a exemplo de fissuração, efetuaram‐se medições de comprimento e espessuras, utilizando – se trena e paquímetro digital (Fig. 3 e Fig. 4). Para a classificação das fissuras, foi utilizado pasta de gesso na região afetada para o acompanhamento da movimentação da base, para assim, identificar se as fissuras encontravam‐se estabilizadas ou continuavam ativas. Ressalta‐se que este procedimento só foi possível de ser realizado nas residências onde houve a permissão do proprietário.
Fig. 3 – Material e instrumentos utilizados para a inspeção das fissuras
Fig. 4 – Aferição da abertura das fissuras
2.3 Identificação das possíveis causas
Em virtude da dificuldade de obter acesso ao memorial descritivo da obra, junto à prefeitura, buscou‐se coletar informações sobre as etapas de construção, por meio de relatos dos profissionais que participaram da obra.
2.4 Propostas de Tratamento
A partir de consultas em manuais técnicos de fabricantes e literatura técnicas foi possível indicar os tratamentos mais adequados para as patologias identificadas. Dentre os vários tratamentos, optou‐se pelos mais usual e econômico, para que assim, caso seja realizado, o proprietário venha a obter soluções mais viáveis.
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3 Análise dos Resultados e Propostas para o Tratamento das Patologias 3.1 Identificação e caracterização das patologias Dentre o total de casas vistoriadas, 84 apresentaram patologias e 80 não apresentaram nem um tipo de dano. As principais manifestações patológicas identificadas nas residências afetadas foram, conforme Fig. 5: fissuras (42% dos danos); umidade (o que equivale a 24% das patologias); mancha e desplacamento do revestimento argamassado (21% e 13%, respectivamente).
Fig. 5 – Gráfico contendo as proporções das patologias identificadas nas residências
Outro dado interessante observado foi em relação à incidência das patologias encontradas em cada residência vistoriada. Conforme Fig. 6 nota‐se que aproximadamente 40% das casas apresentavam 3 ou mais danos distintos, 33% dois danos e 30% somente uma patologia. Vale ressaltar que tal resultado é preocupante, uma vez que o CHNM trata‐se de uma construção recente, e a maioria das casas já encontram‐se com 3 ou mais patologias, comprometendo o desempenho das funções dos subsistemas construtivos.
Fig. 6 – Gráfico indicando as incidências patológicas por residência vistoriada
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Durante as vistorias, no caso de presença de fissuras, fez‐se uso de pasta de gesso nas regiões afetadas com o objetivo de monitorar a movimentação das aberturas das fissuras, para assim, classificá‐las como ativas ou passivas. A Fig. 7 ilustra tal procedimento.
Fig. 7 – Aplicação de pasta de gesso para o monitoramento das fissuras
Após seis meses, novas vistorias foram realizadas nas residências com presença de fissuras, a fim de observar se a fina camada de pasta de gesso havia fissurado (juntamente com a base) ou continuava intacta. Constatou‐se que de 48 fissuras monitoradas nas 22 residências, 34 eram fissuras do tipo passivas e 14 eram ativas (Fig. 8 ). Mesmo com a maioria das fissuras estabilizadas é importante ressaltar que as fissuras em movimento necessitam de uma maior atenção, pois se não forem tratadas continuarão incidindo nas alvenarias. A Fig. 9 apresenta uma fotografia exemplificando uma fissura do tipo ativa.
Fig. 8 – Classificação das fissuras identificadas
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Fig. 9 ‐ Fissura ativa identificada por meio de pasta de gesso.
3.2 Análise das possíveis causas das patologias 3.2.1 Fissuras As fissuras constituem o tipo de manifestação patológica que apresentaram a maior diversidade quanto às causas. Em alguns casos, as fissuras podem ter sido originadas devido ao recalque diferencial da fundação (tipo baldrame), considerando que o solo no qual foi assente, apresenta características de solo “alagado”. Não foi possível obter o laudo de sondagem do local, entretanto, participantes da construção relataram que o local servia de bota fora, onde era depositado material advindo das detonações das obras das eclusas. Outra informação obtida sobre o terreno foi de que, neste local, havia a presença de minadouros de água. Conclui‐se então que a fundação do tipo baldrame, não demonstrou ser uma solução adequada para este caso. A opção por fundação do tipo radier poderia ser mais eficiente uma vez que, tem por característica, uniformizar os recalques. A Fig. 10 exemplifica as fissuras originadas por recalque diferencial.
Fig. 10 – Fissuras originadas por recalque diferencial do terreno Algumas das fissuras identificadas ocorreram em função da deformação dos panos de paredes, devido à inexistência, ou a execução inadequada de vergas e contra vergas, que segundo [2]
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devem ser colocadas ou moldadas sobre vãos, e devem exceder a largura do vão de pelo menos 20 cm de cada lado e devem ter altura mínima de 10 cm. (Fig. 11)
Fig. 11 – Fissura originada pela ausência ou execução inadequada de contra vergas
Na maioria dos casos, houve uma grande incidência das fissuras do tipo mapeada que se apresentaram na superfície do revestimento argamassado (Fig. 12 e Fig. 13). Esta patologia pode ser explicada devido à retração da argamassa de revestimento. Para [3] o mecanismo de retração ocorre da seguinte forma: a porção superficial da argamassa aplicada começa a retrair, sendo que em seu interior ela ainda se apresenta úmida e não retrai na mesma velocidade, surgindo assim tensões de tração, que por sua vez pode causar fissurações.
Fig. 12 – Fissuras mapeadas
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Fig. 13 – Fissuras mapeadas
3.2.2 Umidades e Manchas Outra patologia que foi encontrada com bastante incidência foi a presença de umidade, localizada na base da alvenaria (Fig. 14). Este tipo de patologia é causado pela infiltração da água do solo úmido, de forma ascendente. Seu aparecimento ocorre nas áreas inferiores das paredes das edificações, uma vez que estas tendem a absorver a água do solo úmido. Isso acontece pela ineficiência ou ausência de impermeabilização na fundação. É importante ressaltar que a características do terreno contribuiu com o surgimento da referida patologia.
Em alguns casos, devido à presença avançada da umidade, as paredes já apresentavam manchas devido à proliferação de microorganismo, ou seja, presença de lodo na superfície afetada (Fig. 15)
Fig. 14 – Presença de umidade nas paredes
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Fig. 15 – Presença de umidade nas paredes, com incidência de manchas.
3.2.3 Desplacamento do revestimento argamassado Esta patologia pode ter ocorrido devido ao desrespeito ao tempo adequado de cura das camadas, considerando que [4] define que após a aplicação do chapisco deve‐se aguardar no mínimo três dias para a execução do emboço ou camada única e sete dias, do emboço para início dos serviços de reboco (Fig. 16). O não cumprimento dos tempos de cura das camadas, foi motivado, segundo relatos de profissionais envolvidos na construção, devido ao cronograma encontrar‐se atrasado; o velho e conhecido “ cronograma apertado”.
Fig. 16 – Despalcamento do revestimento argamassado
3.3. Propostas de Tratamento das Patologias
O Tratamento proposto para as patologias identificadas foram baseados em manuais técnicos de produtos para reparo.
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3.3.1 Fissuras
O tratamento para fissuras passivas deve ser realizado com material rígido a base de epóxi. Esres possuem boa resistência química, alta resistência mecânica, baixa viscosidade, grande aderência e pode ser aplicada em superfície úmida. A seguir serão descritos os procedimentos para o tratamento das fissuras do tipo passivas: Executar furos de aproximadamente de 10 mm de diâmetro ao longo da fissura
distanciando de 15 a 30 cm; Em fissuras menores que 0,2 mm, procede‐se à injeção das fissuras sob‐baixa pressão; Para fissuras maiores, porém poucas profundas são admissíveis o enchimento por
gravidade (sem necessidade de aplicação por pressão); Após o preenchimento das fissuras, procede‐se a selagem, que prevê a vedação dos
bordos, com o objetivo de arrematar a injeção, protegendo a própria resina, utilizando normalmente uma cola epóxi bicomponente, aplicada com colher de pedreiro.
No caso das fissuras ativas, originadas pelos recalques diferenciais do terreno, uma solução eficaz é o tratamento com resina de poliuretano. No entanto, o tratamento só obterá sucesso se o recalque for estabilizado ao longo do tempo. Caso contrário, deve‐se fazer uma melhor investigação da origem do recalque. A resina de poliuretano apresenta as seguintes características: é impermeável, tem excelente resistência à abrasão e ao intemperísmo, apresenta elasticidade permanente em até 25% e possui alta aderência. Os procedimentos para o tratamento das fissuras do tipo ativa estão descritos a seguir: Preparo do substrato: a fissura deve ser aberta em forma de “V” e todo o material solto
deve ser removido com o uso de ar comprimido; Introduzir resina de poliuretano até o seu completo preenchimento; Em fissuras verticais, ao longo de sua extensão, deverão ser abertos furos de 5/16” ou
3/8”(com intervalos de 30 a 90 cm entre cada um); Fixar tubos de plásticos nos furos; Aplicar a resina de poliuretano nos orifícios com um injetor pneumático ou agulha de
injeção; Iniciar pelo ponto mais baixo da fissura.
3.3.2 Umidades e Manchas
No caso das paredes com presença de umidade, com ou sem presença de manchas, levando‐se em conta que a impermeabilização da alvenaria não foi realizada, o tratamento indicado pode ser realizado da seguinte forma: Deve‐se escavar a base das alvenarias até a fundação; Impermeabilizar as fundações com emulsão asfáltica ou outro tipo de impermeabilizante;
caso contrário a umidade persistirá;
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3.3.3 Desplacamento do revestimento argamassado
O tratamento indicado para esta incidência patológica pode ser feito da seguinte forma: Corte e remoção do revestimento descolado; Aplicação de chapisco no traço 1:3; Aplicação de reboco novo, conforme traço realizado no antigo reboco.
4 Conclusões
Os programas habitacionais de cunho popular em nosso país não devem apenas prezar pela quantidade das edificações construídas, e sim pela qualidade das construções, sob pena de em poucos anos as residências apresentarem vários problemas patológicos, reduzindo assim a vida útil e o desempenho para a qual a mesma foi projetada. Esta realidade também esta presente no estudo de caso aqui apresentado. O CHNM com apenas seis anos de existência já apresenta problemas patológicos. Isso demonstra a falta de controle de qualidade ao longo da execução da obra.
As manifestações patológicas com maiores incidências, encontradas nas habitações foram: fissuras, presença de umidade e desplacamento do revestimento. Nesse contexto, diversas causas podem ter ocasionado tal situação, a exemplo: fundação inadequada, retração da argamassa de revestimento, ausência de contra vergas, ausência de impermeabilização da fundação, desrespeito aos tempos de cura das camadas de revestimento. Desta forma, é necessária a busca de soluções de tratamento para sanar as patologias. Para cada uma dessas, foram indicados tratamentos mais corriqueiros e econômicos, baseado em manuais e literaturas técnicas.
Referências
[1] ANDRADE, T.; SILVA, A.J.C. Patologia das estruturas. São Paulo: IBRACON, 2005.
[2] METHA, P.K., MONTEIRO, P.J.M.Concreto: estrutura, propriedades e materiais. São Paulo, pini 1994.
[3] SABBATINI, F.H. Alvenaria Estrutural – Materiais, execução da estrutura e controle tecnológico: Requisitos e critérios mínimos a serem atendidos para solicitação de financiamento de edifícios em alvenaria estrutural junto à Caixa Econômica Federal Caixa Econômica Federal, Diretoria de Parcerias e Apoio ao Desenvolvimento Urbano. Março, 2003.
[4] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7200: Execução de revestimento de paredes e tetos de argamassa inorgânica. Rio de Janeiro, 1998. 13p.
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