libras - mediação intercultural
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FAP- Faculdade do Baixo Parnaíba
José Magno Lopes da Silva Oliveira
Katia da Costa Cardoso Chaves
Maria do Socorro Rego Ferreira
Wellenn Araújo
Gabriela
Francisco Jonato Lima Santos
Conceição
Valdinéia
Liana
Jorge de Moraes Costa
Delta Maria Bastos Rodrigues
Luana Rodrigues ferreira
Maria Betânia Alves dos Santos
Pit
Antonia Mara
Joselina Oliveira Chaves
FAP- Faculdade do Baixo Parnaíba
Perda Auditiva Audiometria Tonal
Audição normal – de 0 a 25 db;
Perda leve – de 26 a 40 db;
Perda moderada – de 41 a 71 db;
Surdez severa – de 71 a 90 db;
Surdez profunda – mais de 91 db.
Reflexões sobre a Surdez
Quanto ao momento em que ocorre a surdez:
Os primeiros anos de vida se caracterizam como um momentológico e cronológico do registro dos primeiros traços psíquicos,das primeiras marcas constitutivas do funcionamento psíquicoque irão dar origem à constituição do Eu.
SURDEZ PRÉ-LINGUAL OU PRÉ-LINGUÍSTICA - ocorridaantes da aquisição da linguagem, caracterizada pela totalausência de memória auditiva ( 0 a 3 anos);
SURDEZ PERI-LINGUAL - surge quando o indivíduo está nafase inicial da aquisição de linguagem oral ( 3 a 6 anos);
SURDEZ PÓS-LINGUAL - surge quando o indivíduo já fala e lê(A partir dos 7 anos).
Pressupostos filosóficos, sociais, educacionais e culturais da história da surdez
VYGOTSKY aponta que "Uma palavra adquire o seu sentido no contexto emque surge: em contextos diferentes altera o seu sentido" (1987: 125).
Na Antiguidade, ocorria o sacrifício de surdos em função do ideal grego de beleza eperfeição. O nascimento de uma pessoa narrada como "deficiente" era concebidocomo um castigo dos deuses, o que justificava a sua eliminação1.
Rômulo, o fundador de Roma, por volta de 753 a.C decretou que todos os surdosrecém-nascidos e crianças de até 3 anos teriam de ser exterminadas. (RADUTZKY,1992)
Além disso, a fala era considerada o único meio de expressão do pensamento.Desse modo, a partir da significação cultural característica dessa época, os surdossão nomeados como sujeitos incompletos e, portanto, incapazes de aprender.
Apenas no século XVI, o médico italiano Girolamo Cardano (1501-1576) advoga afavor da capacidade de aprendizado dos sujeitos surdos. Entretanto, o mongebeneditino Pedro Ponce de Léon (1520 – 1584) é o primeiro professor de surdos de
que se tem registro histórico.
Pressupostos filosóficos, sociais, educacionais e culturais da história da surdez
Ponce de León viveu no monastério de San Salvador, em Oña,na Espanha, onde se dedicou à instrução dos dois irmãos surdosde um conde. Esta educação caracterizava-se, portanto, peloregime de preceptorado. Era, então, uma educação voltada paraassegurar os direitos dos descendentes da nobreza (Botelho,1998).
Contemplando esse tópico, comenta Sérgio André Lulkin(2000, p.53): Assim como a Espanha preserva a memória do FreiPedro Ponce de León como um "mito paternal" da educação desurdos, autorizando a comunicação sinalizada e criandométodos de ensino da fala e da escrita, na França temos umaoutra figura lendária que assume esse papel: o abade CharlesMichel de L'Epée.
Pressupostos filosóficos, sociais, educacionais e culturais da história da surdez
Na segunda metade do século XVIII, o abade deL'Epée (1712-1789) inicia um trabalho pedagógicorelacionado à surdez ao deparar-se casualmentecom duas irmãs surdas. Inicialmente, seu intuitoera apenas catequizador.
No entanto, mais tarde, comovido com a situaçãode pobreza dos surdos da capital francesa, fundaem 1760 o estabelecimento que viria a se tornar aprimeira escola pública para surdos no Ocidente: oInstituto Nacional de Surdos-Mudos de Paris.
Em 1856, chegou ao Brasil o professor Ernest Huet, surdo
francês que trouxe o alfabeto manual francês e alguns
sinais para o Brasil. Os surdos brasileiros, que deviam
usar algum sistema de sinais próprio, em contato com a
Língua de Sinais Francesa (LSF), produziram a Língua de
Sinais Brasileira.
No ano seguinte, no dia 26 de setembro de 1857, foi
fundado o Instituto dos Surdos-Mudos do Rio de Janeiro,
e denominado o atual Instituto Nacional de Educação de
Surdos ( INES ).
NARRATIVAS CULTURAIS - geralmente na teoria
cultural se identifica como narrativas aqueles discursos
dos sujeitos ou grupos que estão marcados por praticas
culturais.
CULTURA SURDA: Os resultados das interações dos surdos
com o meio em que vivem, os jeitos de interpretar o mundo,
de viver nele se constitui no complexo campo de produções
culturais dos surdos com uma serie de produções culturais
que podem ser todas como produções culturais ou seja: língua
de sinais, identidades, pedagogia, política, leis, artes, etc...
INTERCULTURAL: para Fleuri (2000). o que é inovador emeducação é o iniciar a focalizar momentos e processosproduzidos face as diferenças culturais. Nesta direção, aperspectiva intercultural pode estimular os surdos a enfatizaros aspectos de identidade/alteridade com estímulos paradesenvolver a capacidade de reflexão sobre a diferençacultural, ao lado da possibilidade solidária de interação comoutros grupos culturais.
IDENTIDADE CULTURAL– é uma forma de distinguir osdiferentes grupos sociais e culturais entre si. A identidadecultural pode ser melhor entendida se considerarmos aprodução da política da identidade, que também dá origem aesta metodologia da educação do surdo.
Ouvintismo: “(...) é um conjunto de representações dos ouvintes,a partir do qual o surdo está obrigado a olhar-se e narrar-se comose fosse ouvinte”.(SKLIAR, 1998, p 15).
Visão Clínica: nesta visão a escola de surdos só se preocupa com asatividades da área de saúde, vêem os sujeitos surdos comopacientes ou doentes nas orelhas’ que necessitam serem tratados atodo custo por exemplo: os exercícios terapêuticas de treinamentoauditivos e os exercícios de preparação dos órgãos fonador, quefazem parte do trabalho do professor de surdos quando atua naabordagem oralista. Nesta visão clinica geralmente categorizam ossujeitos surdos através de graus de surdez.
Povo Surdo: “Quando pronunciamos ‘povo surdo’, estamos nos referindo aos sujeitos surdos que não habitam no mesmo local, mas que estão ligados por uma origem, por um código ético de formação visual, independente do grau de evolução linguística, tais como a língua de sinais, a cultura surda e quaisquer outros laços”. (STROBEL, 2008, p.29).
Comunidade Surda: Então entendemos que a comunidade surdade fato não é só de sujeitos surdos, há também sujeitos ouvintes-membros de família, intérpretes, professores, amigos e outros-que participam e compartilham os mesmos interesses emcomuns em uma determinada localização. (...) Em que lugares?Geralmente em associação de surdos, federações de surdos,igrejas e outros. (STROBEL, 2008, p.29).
Ser Surdo: (...) olhar a identidade surda dentro doscomponentes que constituem as identidades essenciais com asquais se agenciam as dinâmicas de poder. É uma experiência naconvivência do ser na diferença(PERLIN E MIRANDA, 2003,p.217)
Etnocentrismo: De acordo com ROCHA (1984), ’etnocentrismo’
é “uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomadocomo centro de tudo e todos os outros são pensados (...) atravésdos nossos valores...”, partindo deste conceito, dentro do contextode história de surdos, podemos dizer que etnocêntrica ouvintista éa ideia de sujeitos ouvintes que não aceitam os sujeitos surdoscomo diferença cultural e sim que eles tem de moldar com modeloouvinte, isto é, tem de imitar aos ouvintes falando e ouvindo.
AASI : é o aparelho de amplificação sonora individual, queaumenta os sons, possibilitando que o sujeito com surdezconsiga escutar, este aparelho auditivo, tem vários tipos defabricações e de diferentes modelos, o mais tradicional é ocolocado atrás da orelha com molde da orelha interna, éconhecido popularmente como ‘aparelho auditivo’.
Etnocentrismo: De acordo com ROCHA (1984), etnocentrismo é“uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomadocomo centro de tudo e todos os outros são pensados (...) atravésdos nossos valores...”, partindo deste conceito, dentro docontexto de história de surdos, podemos dizer que etnocêntricaouvintista é a ideia de sujeitos ouvintes que não aceitam ossujeitos surdos como diferença cultural e sim que eles tem demoldar com modelo ouvinte, isto é, tem de imitar aos ouvintesfalando e ouvindo.
Legislação
A regulamentação da LIBRAS a partir de 24 de abril de2002- Lei nº 10.462 -reconhece oficialmente a LínguaBrasileira de Sinais como língua das comunidadessurdas do Brasil.
A LIBRAS poderá ser aprendida por qualquer pessoainteressada pela comunicação com a comunidadesurda.
Gestuno/Esperanto
É uma língua de modalidade gestual-visual queutiliza, como canal ou meio de comunicação,movimentos gestuais e expressões faciais que sãopercebidos pela visão;
Portanto difere-se da língua portuguesa, umamodalidade oral-auditiva, que utiliza como canal oumeio de comunicação, sons articulados que sãopercebidos pelos ouvidos.
Gestuno/Esperanto Apresenta estrutura linguística diferenciada da Língua
Portuguesa, em seus níveis linguísticos: fonológico,morfológico, sintático, semântico e pragmático.
Sinais ≠ Gestos ≠ Mímica
Parâmetros gramaticais próprios: Configuração das mãos,ponto de articulação, movimento, orientação, expressão faciale corporal.
Não é universal.
LIBRAS ≠ Português Sinalizado
Como a criança surda aprende?
A criança surda deve estar - desde bebê -inserida em um contexto sociolinguístico queprivilegie o canal visual-gestual como meio decomunicação e nesse sentido, a Língua de Sinaistorna-se fundamental para as primeiras trocasde significação com o outro.
Recursos de Comunicação
Expressões faciais e corporais
Toque físico
Pistas visuais
Instrutor/Intérprete (comomodelos linguísticos)
Aprendizagem da LínguaPortuguesa escrita, como modode inclusão escolar, social eexercício da cidadania.
A Pessoa surda Em geral o surdo mostra-se franco e objetivo.
Alguns apresentam um vocabulário aparentemente reduzido.
Por viverem num meio onde a comunicação e a expressãogeralmente é por via oral, tendem ao isolamento.
Modo diferente de falar e de se comunicar.
Grita para chamar a atenção e pela dificuldade de controlar aaltura da voz.
A Pessoa Surda
Para o surdo, a expressão corporal é o veículo para manifestarsuas emoções.
A impulsividade e agressividade de muitos surdos estãorelacionadas a incompreensão por parte das pessoas de seuconvívio, pouco habituadas a responderem aos pedidos poruma via não verbal.
A timidez, a inibição e a desconfiança do surdo provém dofato de ele não compreender perfeitamente as conversações, oscódigos, às vezes acompanhados de risos, e pela linguagem oral.
Qualquer pessoa se sente assim, quandoestá ao lado de uma pessoa ou de um grupo deestrangeiros, cuja língua não domina.
PLURALISMO CULTURAL, MULTICULTURALISMO E INTERCULTURALIDADE
A mediação interculturalO pluralismo
cultural
Entendido como a confluência de diversas culturas num mesmo território é
algo positivo pela riqueza que proporciona: amplia a nossa visão na medida
em que esta se constrói a partir de diferentes pontos de partida. Os diferentes
olhares, as outras identidades, levam-nos a questionar a nossa própria
identidade social e territorial.
O multiculturalismo
Põe ênfases na cultura própria de cada pessoa e procura a convivência das
diferentes culturas com base no respeito e na tolerância, mantendo, no
entanto, cada qual os seus próprios rasgos culturais. Procura legalizar a
diversidade, fazendo com que todas as pessoas tenham os mesmos direitos.
O respeito de cada pessoa culturalmente diferente aplica-se aos princípios de
igualdade e diferença. Constroem-se leis e programas que permitem
incorporar as pessoas imigrantes na sociedade de acolhimento sem
influenciar os seus quadros culturais de referência.
A interculturalidade
Respeita as diferencias e o exercício de direitos de todas as
pessoas (imigrantes ou não), mas a interculturalidade respeita
outro principio que é o da interação positiva. Na perspetiva
intercultural, as pessoas de diferentes culturas convivem e
interatuam, dando lugar a intercâmbios culturais. A
interculturalidade admite a possibilidade de emergir um novo
quadro de referências culturais fruto destas interações culturais.
FAP- Faculdade do Baixo Parnaíba
www.themegallery.com
mediação intercultural: teia de aranha
A mediação preventiva
Consiste em facilitar a
comunicação e a compreensão entre
pessoas com referentes culturais
diferentes.
Que intervêm na resolução de
conflitos de valores, entre minorias culturais e a
sociedade maioritária, ou entre as próprias minorias.
Consiste num
processo de
transformação das
normas, ou melhor da
criação de diferentes
normas e
oportunidades
relacionais ,baseadas
em novas relações
entre as partes.
A mediação intercultural pode definir-se como: Preventiva, reabilitadora e
transformadora.
A mediação reabilitadora
A mediação Criativa
MEDIAÇÃO INTERCULTURAL
“Pontes para outras viagens”
FAP- Faculdade do Baixo Parnaíba
Reconhecimento da outra
Pessoa
ConvivênciaCriativa Nova
Cidadania
Integração
Enriquecimento Mutuo
Potenciar
Objetivos da Mediação Intercultural
FAP- Faculdade do Baixo Parnaíba
•Fale de frente com o surdo. Umaboa articulação dos lábios podefacilitar a comunicação.
•Ambiente claro e boa visibilidadesão importantes para um bomentendimento e compreensão.
•É preciso ser expressivo paramostrar seus sentimentos. Sãoimportantes as expressõesfaciais e corporais para facilitara compreensão.
DICAS
•Se você não entender o queuma pessoa surda está falando,não tenha vergonha, peça pararepetir e, se for preciso,escrever ou desenhar. O maisimportante é que existacomunicação.
•Se precisar falar com umapessoa surda chame a atençãodela tocando em seu braço ouacenando na sua frente. Nãoadianta chamar de longe.
DICAS
•As legendas nos programasde TV e filmes e os quadroscom intérpretes de LIBRAS sãoimportantes para a participaçãodo surdo no contexto escolar esocial.
• Os avisos visuais sãomuito importantes para aindependência do surdo.
DICAS
O aluno com surdez em turma comum
Inserir o aluno com surdez em um contexto sociolinguístico,onde seja possível ocorrer trocas com seus pares.
Oferecer modelo linguístico (contato com a comunidadesurda ou outros surdos fluentes) que propiciem a aquisiçãoda Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).
Atendimento Educacional Especializado (AEE) - Sala deRecursos e Professor Itinerante.
Instrutores de LIBRAS.
Intérpretes de LIBRAS.
Utilizar recursos visuais que facilitem a compreensão e aaprendizagem dos alunos, como desenhos, esquemas ediagramas.
Perspectiva de letramento, onde a leitura e escrita tenhamsentido e façam parte de suas vidas cotidianas. Leitura e escritacontextualizadas.
Utilizar-se de práticas de relatos diários de histórias incluindorelatos espontâneos das crianças e do professor.
Explorar os vários tipos de gêneros textuais e suportes visuaisque possibilitarão a criança ou jovem surdo ampliar sua leiturade mundo e a compreensão de significados.
Prática pedagógica
Para que o aluno aprenda a escrever é importante que participe demomentos de produção coletiva de textos, incentivando a reescrita dehistórias, elaborações de finais diferentes.
Antes de qualquer atividade sequencial de perguntas ou de exercício deampliação de vocabulário como os mostrados nas imagens, é necessáriovivenciar a criação e a expressão de ideias em LIBRAS.
Prática pedagógica
Sugestões para sala de aula
Quebra-cabeças
Jogo da memória
Cruzadinhas
Caça-palavras
Figuras em sequência
lógica
Balõezinhos apagados
“A construção de um trabalho, às
vezes, parece lento, mas é neste
pensar e repensar, ouvir e dizer, ir e
vir que as ideias são semeadas,
germinadas, brotam e florescem.”Sonia Fernandez
Sugestões Bibliográficas A Invenção da surdez: cultura, alteridade, identidades e diferença no campo da
educação (Org.) – THOMA, Adriana da Silva e LOPES, Maura Corcini - Santa Cruz do
Sul: EDUNISC, 2004.
A Invenção da surdez II: Espaços e tempos de aprendizagem na educação de surdos
(Org.) - THOMA, Adriana da Silva e LOPES, Maura Corcini - Santa Cruz do Sul:
EDUNISC, 2006.
A surdez: um olhar sobre as diferenças –SKLIAR, Carlos (Org.) – Porto Alegre:
Mediação,1997.
Feneis, LIBRAS em Contexto – Felipe, Tanya A. – Livro do Estudante. 5ª Edição. Rio de
Janeiro: Ed. Gráfica, 2005.
Pensamento e Linguagem – VYGOTSKY, L.S.- São Paulo : Martins Fontes, 1987.
Preconceito linguístico, o que é como se faz - BAGNO, Marcos – São Paulo: Edições
Loyola, 2003.
Surdez e Bilinguismo - FERNANDES, Eulália (Org.) – Porto Alegre: Editora Mediação,
2005.
Surdez – Processos educativos e subjetividade –LACERDA, Cristina B.F.de; GÓES,
M.C.R. de - SP: Lovise, 2000.
Vendo Vozes – Uma viagem ao mundo dos surdos - SACKS,Oliver - São Paulo:
Companhia das Letras,1998
http://pt.slideshare.net/magnorogelma/savedfiles?s_title=surdez-
16063795&user_login=AnaZliaBelo
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