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1
Grupo de Comunicação
CLIPPING 30 de agosto de 2019
PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO MAR
2
Grupo de Comunicação
SUMÁRIO
ENTREVISTAS ............................................................................................................................... 4
Produtores aprovam hidrômetros .................................................................................................... 4
DAEE atualiza norma sobre hidrômetro para melhor gestão da água no Estado ..................................... 6
DAEE atualiza norma sobre hidrômetro para melhor gestão da água no Estado ..................................... 7
SP +Bonito ................................................................................................................................... 8
Programa SP +Bonito .................................................................................................................... 8
Abel pede rapidez na liberação de licença ambiental a empresários ..................................................... 9
SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE ..................................................................... 10
Desassoreamento da lagoa e reparos no Bosque seguem apenas no papel ......................................... 10
Destaques de Franca – Ponte Jd. Palmeira ...................................................................................... 12
Governo do Estado publica regras para uso de Hidrômetro ............................................................... 12
Caminhoneiro reclama de rigores da CETESB contra a categoria ........................................................ 12
Departamento dee águas atualiza norma sobre hidrômetros ............................................................. 13
Estado libera hidrômetros mais baratos para áreas agrícolas do Alto Tietê .......................................... 14
Programa Nascentes recupera área em assentamento em Presidente Bernardes ................................. 15
O Brejinho de César é um capítulo de resistência contra a destruição ambiental .................................. 16
Rodeio Itu é pioneiro em neutralização de carbono .......................................................................... 17
Espuma no rio Tietêe em Salto ...................................................................................................... 18
Córrego em Ribeirão pode estar contaminado ................................................................................. 18
Multada em R$ 212,2 mil, prefeitura não fiscaliza e queimadas castigam ........................................... 19
Menos queimadas ........................................................................................................................ 20
Itapecerica realiza audiência para debater lei de preservação ambiental ............................................. 21
IBGE: região Noroeste Paulista também cresce apesar dos recuos ..................................................... 22
Projeto de despoluição do Rio Pinheiros inclui limpeza de córregos da Zona Sul ................................... 23
Prefeito conversa com comunidade das Chácaras Recreio Alvorada sobre melhorias no bairro ............... 24
Sabesp – obra em Santo André ..................................................................................................... 24
Cliente reclama de cobrança da Sabesp .......................................................................................... 25
Investidores demonstram apetite por projetos de iluminação e saneamento ....................................... 26
Sistema Alto Tietê opera com 91% da capacidade ........................................................................... 28
Vereadores aprovaram projeto proibindo que Elektro e Sabesp corte fornecimento de serviços junto aos inadimplentes às vésperas de fi nal de semana e feriados prolongados .............................................. 29
Sabesp corre contra o tempo para limpar córrego Ipiranga até 2022 ................................................. 30
Biólogos resgatam bicho-preguiça em quintal de imóvel em Peruíbe, SP ............................................. 31
Fiscalização apreende mais de 400kg de carvão vegetal transportados sem documentação de origem em
Martinópolis ................................................................................................................................ 33
Melhores Infraestrutura ................................................................................................................ 34
VEÍCULOS DIVERSOS .................................................................................................................. 35
Governo e 24 prefeituras firmam convênios de R$ 26,6 milhões para obras ........................................ 35
Doria anuncia investimentos na indústria automotiva ....................................................................... 37
Decadência à beira-mar: Baixada Santista enfrenta problemas ......................................................... 38
Covas briga com empresas por buracos no asfalto e podas ............................................................... 41
3
Grupo de Comunicação
FOLHA DE S. PAULO .................................................................................................................... 42
Gestão Covas briga com Sabesp, Comgás e Enel por buracos no asfalto e poda de árvores em SP ......... 42
Painel: Fachin entra na mira de colegas do STF; risco de o plenário manter revés à Lava Jato é real ..... 45
Desenvolvimento verde ................................................................................................................ 47
Governo Bolsonaro acaba com subsídio da Petrobras no gás de cozinha ............................................. 49
Nos últimos 33 anos no Brasil, pasto aumentou e floresta encolheu ................................................... 51
Por uma resposta à altura da nossa potência ambiental ................................................................... 52
Mônica Bergamo: Convite de Doria a Moro é visto como desastre por aliados...................................... 54
Não é nada pessoal, é a realidade, diz Bolsonaro após ataque a Doria................................................ 56
ESTADÃO ................................................................................................................................... 58
Nova regra pode colocar Petrobrás entre as maiores pagadoras de dividendos da Bolsa ....................... 58
O papel do Brasil na catástrofe climática ........................................................................................ 59
'Nunca mamei em teta nenhuma', diz Doria após ataque de Bolsonaro ............................................... 61
Olavo de Carvalho defende ocupação militar da Amazônia ................................................................ 62
VALOR ECONÔMICO .................................................................................................................... 64
Fogo e desmate ameaçam negócios florestais ................................................................................. 64
Madeira nativa é destinada ao Sul e Sudeste do país ....................................................................... 66
Dividendo da Petrobras pode quadruplicar ...................................................................................... 68
Elo comércio-ambiente vai pesar mais em acordos .......................................................................... 69
O novo normal dos negócios é aliar lucro a critérios mais sustentáveis de aplicação ............................. 70
José de Souza Martins: Transformar Amazônia em dinheiro súbito não é próprio de verdadeiros empresários e governos ............................................................................................................... 76
A Amazônia e o comércio internacional .......................................................................................... 78
Nova política de dividendos da Petrobras não será imediata .............................................................. 80
Queimadas na Amazônia acendem alerta de gestores ...................................................................... 82
Veto a queimadas afeta as usinas da região Nordeste ...................................................................... 84
Trump oferece parceria estratégica e iniciativa ambiental ao Brasil .................................................... 85
Suíça Precious Woods estima avanço de 20% das vendas neste ano .................................................. 86
4
Grupo de Comunicação
ENTREVISTAS Veículo: O Diário de Mogi
Data: 30/08/2019
Produtores aprovam hidrômetros
5
Grupo de Comunicação
http://cloud.boxnet.com.br/y39lrfo2
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6
Grupo de Comunicação
Veículo: Portal Governo SP
Data: 29/08/2019
DAEE atualiza norma sobre hidrômetro
para melhor gestão da água no Estado
Nova regulamentação técnica atende à
demanda dos pequenos empresários
possibilitando a instalação de hidrômetros
mais acessíveis
O Departamento de Águas e Energia
Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE)
publicou nesta quinta-feira, 29 de agosto, no
Diário Oficial, norma que estabelece as
características técnicas e as especificações
mínimas de equipamentos e instalações de
medidores hidrométricos em território
paulista. A portaria n°4.676/2019 altera o
inciso I do artigo 4º e o art. 5º da Portaria
DAEE nº 5.578, de 5 de outubro de 2018. O
texto atualizou a Instrução Técnica nº 14,
elaborada pela Diretoria de Procedimentos de
Outorga e Fiscalização (IT-DPO),
Com a publicação, os cidadãos e os pequenos
empresários detentores de outorga para uso
de água terão mais opções para instalar
equipamentos com custos mais acessíveis.
“Essa regulamentação vai possibilitar que o
Governo de São Paulo administre melhor a
gestão dos recursos hídricos no Estado
evitando o desperdício de água”, explica o
Secretário de Infraestrutura e Meio
Ambiente, Marcos Penido.
A diretriz altera o artigo sobre o medidor de
vazão e totalizador de volume de água para
condutos forçados aceitando hidrômetros
mecânicos e eletrônicos. Muda também o
artigo 5,° que trata do caso em que o uso está
em área de restrição e controle, em que
poderá ser exigida a teletransmissão dos
dados de vazão em tempo real ampliando os
tipos de hidrômetros possíveis de serem
utilizados.
“Estamos atendendo ao pleito principalmente
dos micro e pequenos produtores rurais com
esta opção mais acessível de aquisição do
equipamento sem perder a eficiência”,
comenta o Superintendente do DAEE,
Alceu Segamarchi Junior.
Os hidrômetros mecânicos, tangenciais e
eletrônicos deverão ser dimensionados de
acordo com o volume máximo diário
outorgado para a captação, não devendo
exceder a vazão instantânea máxima de cada
medidor.
A normativa de 2018, agora atualizada,
contempla ainda os procedimentos de
instalação para os hidrômetros especificados
assim como as definições relativas a medições
em condutos livres, procedimentos para
instalação das calhas Parshall e vertedores.
Todas as condições e os procedimentos foram
definidos com base nas normas da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Em São Paulo, o departamento concede as
outorgas para uso da água de acordo com a
Política de Recursos Hídricos no Estado e todos
os usuários devem possuir cadastramento no
DAEE, conforme determina a legislação.
http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/dae
e-atualiza-norma-sobre-uso-de-hidrometros-
para-melhor-gestao-da-agua-no-estado/
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7
Grupo de Comunicação
Veículo1: O Dia
Veículo2: O Ouvidor
Data: 30/08/2019
DAEE atualiza norma sobre hidrômetro
para melhor gestão da água no Estado
http://cloud.boxnet.com.br/y4pe9ygw
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=30285235&e=577
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8
Grupo de Comunicação
Veículo: Rádio Trianon
Data: 29/08/2019
SP +Bonito
O Melhor Para A Melhor Idade / Parte V
RÁDIO TRIANON 740 AM/SÃO PAULO |
Programa Lucas Neto Data Veiculação:
29/08/2019 às 11h34
Duração: 00:08:44
Transcrição
SP +Bonito. Sabesp. Marcos Penido.
Benedito Braga. João Doria
http://cloud.boxnet.com.br/y2nmwqee
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Veículo: Rádio Trianon
Data: 29/08/2019
Programa SP +Bonito
O Melhor Para A Melhor Idade / Parte V
RÁDIO TRIANON 740 AM/SÃO PAULO |
Programa Lucas Neto Data Veiculação:
29/08/2019 às 11h08
Duração: 00:03:01
Transcrição
SP +Bonito. Sabesp. Marcos Penido.
Benedito Braga. João Doria
http://cloud.boxnet.com.br/y3gpl3fz
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9
Grupo de Comunicação
Veículo: Gazeta Regional – Mogi
Data: 29/08/2019
Abel pede rapidez na liberação de licença
ambiental a empresários
http://cloud.boxnet.com.br/y6ry7jgp
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10
Grupo de Comunicação
SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E
MEIO AMBIENTE Veículo: Jornal de Nova Odessa
Data: 29/08/2019
Desassoreamento da lagoa e reparos no
Bosque seguem apenas no papel
por Redação JNO 29/08/2019, 09:36
Obra bastante aguardada pelas muitas
famílias que desfrutam de momentos de lazer,
o desassoreamento da lagoa do Bosque
Manoel Jorge, no jardim Santa Rosa, ainda
não saiu do papel, mesmo depois de inúmeras
reuniões entre a Prefeitura de Nova Odessa e
representantes de vários órgãos do governo
estadual, como DAEE (Departamento de Águas
e Energia Elétrica) e Secretaria de
Infraestrutura e Recursos Hídricos.
Nem os reparos necessários após a obra de
drenagem no bosque foram realizados até
agora, mesmo com a promessa da EMTU
(Empresa Metropolitana de Transportes
Urbanos) de que cobraria a construtora
Camargo Corrêa antes de liberar o termo
definitivo da obra.
Enquanto isso, o cenário para quem usa o
Bosque Manoel Jorge para as caminhadas
diárias ou qualquer outra atividade física não é
dos melhores. “A gente fica triste sim porque
a lagoa recebeu muita terra que vinha com as
enxurradas e aqui era um lugar muito bonito.
Eu até li na imprensa mesmo que havia um
projeto pra desassorear essa lagoa, mas até
agora não teve qualquer movimentação por
aqui não. Eu pelo menos não vi”, disse o
personal trainer Alexandre Boaventura. “Tem
muita terra na lagoa. Dá dó dos peixes,
parecem que até atrapalha a respiração deles,
não sei direito”, endossa a auxiliar de
enfermagem Verônica Salles, que fazia
caminhada no Bosque na manhã desta
segunda-feira.
Procurada pela reportagem do JNO, a
Prefeitura de Nova Odessa respondeu que vem
lutando, desde o final do ano passado, pelo
desassoreamento da lagoa e também pelos
reparos nas obras de drenagem que foram
realizadas no local. “O prefeito Benjamim Bill
Vieira de Souza já se reuniu com o secretário
de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos
Penido; com o presidente da EMTU, Marco
Antônio Assalve; ao então secretário de
Saneamento e Recursos Hídricos, Ricardo
Borsari; e também com representantes do
DAEE solicitando urgência na realização das
obras, devido a sua importância, e espera que
elas aconteçam o mais rápido possível”, traz
nota da assessoria de imprensa.
A reportagem do JNO também ouviu o DAEE
sobre o desassoreamento e a EMTU sobre os
reparos nas obras de drenagem. O DAEE
respondeu que já desenvolveu o projeto para
limpeza e desassoreamento da lagoa do
Bosque Manoel Jorge, que será realizado em
parceria com a Prefeitura de Nova Odessa. “A
Prefeitura local já obteve as licenças
ambientais necessárias, encaminhada ao DAEE
em julho, e deverá definir a área de bota-fora
do material que for dragado. Caberá também
à Prefeitura realizar as intervenções
necessárias para recuperação do sistema de
drenagem local. O DAEE está concluindo a
elaboração do processo de licitação”,
esclareceu a nota.
Já a EMTU afirmou que está em tratativas com
o Consórcio Biléo Soares, formado pelas
empresas Camargo Corrêa Infraestrutura e
Galvani Engenharia, para que sejam feitos os
reparos da obra de drenagem no Bosque
11
Grupo de Comunicação
Manoel Jorge. “O Termo de Recebimento
Definitivo da obra para o Consórcio Biléo
Soares só será emitido após solucionadas
todas as pendências que constam no Termo de
Recebimento Provisório e posterior aprovação
desses serviços pela EMTU/SP. Cabe ressaltar
que as obras de desassoreamento da lagoa do
bosque não são de responsabilidade da
EMTU/SP”, finalizou a nota.
https://www.jornaldenovaodessa.com.br/notic
ias/desassoreamento-da-lagoa-e-reparos-no-
bosque-seguem-apenas-no-papel/
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12
Grupo de Comunicação
Veículo: Rádio CBN
Data: 29/08/2019
Destaques de Franca – Ponte Jd. Palmeira
RÁDIO CBN 90,5 FM/RIBEIRÃO PRETO |
MANHÃ CBN Data Veiculação: 29/08/2019 às
09h47
Duração: 00:04:07
Transcrição
muitas denúncias, Prefeitura, prazo, entrega,
ponte, caiu, 2018, burocracias, projeto, nova
data de entrega, reformada, Secretário
(sonora), 60 dias, proprietário, solução,
CETESB, DAEE,
http://cloud.boxnet.com.br/y6hnedyr
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Veículo: Rádio Metropolitana
Data: 30/08/2019
Governo do Estado publica regras para
uso de Hidrômetro
RÁDIO METROPOLITANA 1070 AM/MOGI
CRUZES | RADAR NOTICIOSO Data
Veiculação: 30/08/2019 às 07h13
Duração: 00:02:11
Transcrição
DAEE.
http://cloud.boxnet.com.br/y4nyxyau
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Veículo: Rádio Morada do Sol
Data: 30/08/2019
Caminhoneiro reclama de rigores da
CETESB contra a categoria
RÁDIO MORADA DO SOL 640 AM/
ARARAQUARA | Jornal da Morada Data
Veiculação: 29/08/2019 às 10h51
Duração: 00:03:00
Transcrição
CETESB, Polícia Rodoviária, caminhoneiros,
infrações, atenção, queimadas, mau cheiro,
Heineken,
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13
Grupo de Comunicação
Veículo: DCI - Radar SP
Data: 30/08/2019
Departamento dee águas atualiza norma
sobre hidrômetros
http://cloud.boxnet.com.br/y4wy4o3y
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14
Grupo de Comunicação
Veículo: Diário de Suzano
Data: 30/08/2019
Estado libera hidrômetros mais baratos
para áreas agrícolas do Alto Tietê
http://cloud.boxnet.com.br/y69mhqab
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15
Grupo de Comunicação
Veículo: Portal Governo SP
Data: 29/08/2019
Programa Nascentes recupera área em
assentamento em Presidente Bernardes
Foram plantadas 21 mil mudas de espécies
nativas em aproximadamente 12,4 hectares
O Programa Nascentes, da Secretaria de
Infraestrutura e Meio Ambiente, em
parceria com quatro empresas, plantou cerca
de 21 mil mudas de espécies nativas em
aproximadamente 12,4 hectares no
assentamento Santo Antônio II, em Presidente
Bernardes, no extremo oeste do Estado de
São Paulo. Outros 26,2 hectares em áreas de
preservação permanente estão em estágio
inicial de regeneração natural.
O assentamento beneficiado tem 699,88
hectares, sendo destinados 234,32 hectares
para áreas ambientais, entre reserva legal e
área de preservação permanente, dos quais na
época de criação do assentamento
apresentava fragmentos florestais de
aproximadamente 127,20 hectares e um
passivo de áreas degradadas de 107,12
hectares.
As áreas ambientais apresentavam alta
densidade de plantas nativas regenerantes,
incluindo rebrotas, devido à proximidade com
remanescentes de vegetação nativa, solo sem
compactação, ausência de espécies invasoras
e/ou baixa presença de espécies invasoras a
exemplo de gramíneas. No início da
implantação do assentamento foram isoladas
das áreas destinadas para a produção
agrícola, o que propiciou que o processo de
regeneração natural atuasse livremente.
A estratégia de isolamento das áreas
ambientais desde a implantação do
assentamento proporcionou a regeneração
natural de cerca de 68,50 hectares, resultando
numa redução de passivo para 38,62 hectares.
Essa técnica juntamente com a presença de
banco de sementes pode favorecer a
recuperação ambiental, desde que a área
apresente certas condições consideradas
favoráveis.
Desta forma para a recuperação das áreas de
preservação permanente e de reserva legal,
atualmente bastante degradadas e ocupadas
por pastagens, recomenda-se o isolamento
através de cerca, combate ao incêndio através
de aceiro de três metros de largura, e plantio
de mudas de espécies florestais nativas do
bioma em toda área ocupada por pasto.
No assentamento Santo Antonio II, as demais
áreas ambientais que estavam degradadas,
que foram anteriormente ocupadas por pasto
pelos antigos proprietários, estão sendo
recuperadas através de quatro empresas
parceiras provenientes do Programa
Nascentes. Juntas as empresas parceiras
estão restaurando cerca de 12,37 hectares
com o plantio com cerca de 21.000 mudas de
espécies nativas da região.
Restam atualmente 26,25 hectares em
diversos fragmentos de áreas de reserva legal
e de preservação permanente, que estão em
estágio inicial de regeneração devido à
presença de floresta nativa em seus entornos
que, através do isolamento e dos novos
plantios criarão um ambiente favorável para
sua regeneração, proporcionando no decorrer
do tempo (nos próximos 10 a 15 anos) sua
completa regeneração natural.
Assim sendo o assentamento Santo Antonio II
apresenta hoje suas áreas de preservação
ambiental totalmente recuperadas e
preservadas.
http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/pro
grama-nascentes-recupera-area-em-
assentamento-em-presidente-bernardes/
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16
Grupo de Comunicação
Veículo: O Diário de Mogi
Data: 29/08/2019
O Brejinho de César é um capítulo de
resistência contra a destruição ambiental
Editorial
Ainda vítima de maus-tratos e crimes
ambientais, alguns sinais de recuperação do
Brejinho de César de Souza são medidos neste
ano pela presença de pássaros e outras aves
visitantes da área verde e alagadiça próxima
do Distrito Industrial Alcides Celestino, na
Avenida Presidente Castello Branco.
Mogi das Cruzes é um ponto da passagem de
espécies que cruzam o centro-oeste brasileiro
em direção aos estados do sul entre os meses
de agosto, setembro e outubro. Esse ritual era
esperado por observadores de pássaros e
integrantes do grupo Amigos do Brejinho,
formado no ano passado, justamente para
defender o local dos crimes ambientais
praticados por empresas e desconhecidos no
território instalado em 370 mil m².
Além de queimadas, entre 2017 e 2018, o
Brejinho de César foi alvo frequente de
problemas como o despejo de lixo e, no mais
grave dos casos, o derrame criminoso de óleo,
punido com a aplicação de multas pelos
técnicos da Regional da Cetesb
(Companhia de Saneamento Ambiental).
Desde a descoberta dessa “estação” de
passagem de animais ameaçados de extinção,
como o bicudinho-do-brejo paulista, o que
acontece nesse ecossistema passou a ser
protegido por defensores ambientais e
lideranças, como alguns vereadores, entre
eles, Fernanda Moreno (PV).
A divulgação dos crimes e a pressão por mais
fiscalização e a punição aos infratores podem
ser responsáveis pela melhora das condições
de vida para a fauna e flora. Também contam
as condições climáticas impróprias para as
queimadas garantidas pelas chuvas dos
últimos meses.
Mesmo com a melhora das condições gerais do
Brejinho, ainda há passivos ambientais,
apontados pelo veterinário e observador de
aves, Jefferson Renan de Araújo Leite aponta
passivos ambientais. Nas águas, ainda há
sinais de parte do óleo despejado ali. Focos de
lixo clandestino foram flagrados por nossa
reportagem.
O Brejinho de César de Souza é um capítulo
de resistência na defesa de Mogi e contra a
destruição ambiental com mais vitórias do que
derrotas.
Este jornal faz questão de registrar, esse
resultado se deve a um grupo de cidadãos,
como os integrantes do “Amigos do Brejinho”
e também dos poderes executivo, legislativo e
judiciário, que resistem à atuação de alguns
grupos poderosos e inescrupulosos que
teimam em explorar as nossas reservas. Essas
pessoas estão conseguindo reagir, ainda bem,
antes de se consumar as perdas do capital
ambiental que diferencia Mogi das Cruzes.
É por força da atuação comunitária que Mogi
chega aos 459 anos de fundação com uma
parte de seus patrimônios conservados e por
isso mesmo atrai gente interessa em aqui
viver.
O Brejinho de César é uma parte da mata
ciliar do Rio Tietê, um dos corredores de
conexão das serras do Itapeti e do Mar. Cuidar
desse eixo é cuidar da vida futura de todos
nos. Da fauna e flora preservadas, depende a
qualidade do ar e da nossa água.
http://cloud.boxnet.com.br/yyt62ce5
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17
Grupo de Comunicação
Veículo: R7.com Notícias
Data: 29/08/2019
Rodeio Itu é pioneiro em
neutralização de carbono
Faltam pouco mais de uma semana para a tão
aguardada 13ª edição do Rodeio Itu, o Rodeio
do Bem! E esse nome não é por acaso, já que
o evento foi pioneiro em seu segmento no
quesito responsabilidade social e ambiental
ainda em 2007.
Um dos pontos mais marcantes e inovadores
foram as implantações da neutralização das
emissões de gás carbônico, a triagem e
destinação correta de todo o lixo e resíduos
gerados no evento e o uso de fontes de água
particulares, sem utilização de água da rede
pública.
O Rodeio Itu garante o bem-estar dos animais
e participantes do evento através de rígido
controle monitorado por peritos veterinários e
ainda realiza o controle e inibição da emissão
de ruídos gerados pelo evento através de
parceria com a Cetesb.
Rodeio Itu 2019
O evento, que será realizado nos dias 6 e 7 e
13 e 14 de setembro (duas semanas), trará ao
público como novidade festivais de música
com três grandes shows por noite de
renomados artistas do país.
O rodeio faz parte do tradicional calendário de
festividades do município. É considerado um
dos grandes eventos do gênero no cenário
nacional, pois recebe anualmente milhares de
visitantes de diversos cantos do Estado e
também de outras localidades do país. A festa
cresceu ainda mais em relação ao ano
passado, com novidades na programação,
novo layout, ampliação e melhorias nas áreas
de estacionamento e de acesso ao evento,
novos setores para o público e uma arena de
rodeio ainda maior, que promete ser uma das
grandes surpresas desta edição. A praça de
alimentação estará ainda mais integrada com
a arena, facilitando a circulação do público
entre estes espaços.
Camarote Único é novidade
Uma das grandes novidades desta edição é o
Camarote Único, que é a fusão do antigo
Camarote Itu com o Camarote Sertanejo.
Trata-se de um espaço exclusivo e amplo, com
capacidade para 6 mil pessoas. Ele será
posicionado em um local privilegiado da festa,
bem próximo ao palco principal, na lateral.
Além disso, terá um lounge com comidas e
bebidas e, todas as noites, ao final dos shows,
festa com DJs de projeção nacional até o sol
raiar.
O Camarote Único ficará logo acima dos bretes
– local onde os peões iniciam a montaria -, o
que proporcionará aos visitantes do espaço
uma visão privilegiada das competições. O
rodeio contará, ainda, com o Camarote
Corporativo, que também terá um lounge
exclusivo destinado a patrocinadores, grupos e
famílias.
Prova de montaria e dos três tambores
Além da grade de shows renovada e da
ampliação de sua infraestrutura, o Rodeio Itu
contará neste ano novamente com as
tradicionais provas de montaria da Ekip Rozeta
e dos três tambores.
A Ekip Rozeta conta com alguns dos principais
peões do Brasil e está presente nos maiores
rodeios do país. A competição surgiu com o
objetivo de valorizar esportistas e animais e
tem como principal meta a evolução do rodeio
no Brasil. Já a prova de três tambores é
dividida por categorias e se baseia em tempo
e equilíbrio: vence o competidor que contornar
os três tambores no menor tempo.
Além das provas, o rodeio contará novamente
com a tradicional Fazendinha. O local terá
belíssimos animais como touro de cela,
minitouro de cela, mini-horse e minicabra –
alguns bastante dóceis e receptivos ao contato
dos visitantes.
Serviço
Site: http://www.rodeioitu.com.br
Facebook: Rodeio Itu
Instagram: @rodeioitu
Pontos de venda e ingressos online:
http://www.rodeioitu.com.br/2019/ingressos
http://cloud.boxnet.com.br/y6oq5x8x
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18
Grupo de Comunicação
Veículo: Jornal Noticidade
Data: 29/08/2019
Espuma no rio Tietêe em Salto
JORNAL NOTICIDADE/SBT/SOROCABA Data
Veiculação: 29/08/2019 às 19h33
Duração: 00:00:34
Transcrição
Cetesb
http://cloud.boxnet.com.br/y6zl3vwm
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Veículo: Jornal da Clube
Data: 29/08/2019
Córrego em Ribeirão pode estar
contaminado
JORNAL DA CLUBE 2ª EDIÇÃO/TV
BANDEIRANTES/RIBEIRÃO PRETO Data
Veiculação: 29/08/2019 às 19h17
Duração: 00:03:10
Transcrição
Odor. Mau cheiro. Peixe morto. Estação de
Esgoto. Rio Pardo. Descarte direto. Cetesb.
http://cloud.boxnet.com.br/y3vro5et
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19
Grupo de Comunicação
Veículo: O Dia – Marília
Data: 30/08/2019
Multada em R$ 212,2 mil, prefeitura não
fiscaliza e queimadas castigam
http://cloud.boxnet.com.br/y2gp7dbr
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20
Grupo de Comunicação
Veículo: Gazeta de Piracicaba
Data: 30/08/2019
Menos queimadas
http://cloud.boxnet.com.br/y3ma46qu
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21
Grupo de Comunicação
Veículo: Gazeta de São Paulo
Data: 30/08/2019
Itapecerica realiza audiência para
debater lei de preservação ambiental
http://cloud.boxnet.com.br/y5qsdkqf
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22
Grupo de Comunicação
Veículo: A Cidade – Votuporanga
Data: 30/08/2019
IBGE: região Noroeste Paulista também
cresce apesar dos recuos
http://cloud.boxnet.com.br/y4ojuqff
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23
Grupo de Comunicação
Veículo1: Itaim News
Veículo2: Gazeta Santo Amaro
Veículo3: Interlagos News
Veículo4: Jornal de Moema
Veículo5: Gazeta do Brooklin e Campo
Belo
Data: 30/08/2019
Projeto de despoluição do Rio Pinheiros
inclui limpeza de córregos da Zona Sul
http://cloud.boxnet.com.br/y6d2mdhs
http://cloud.boxnet.com.br/y25eobve http://cloud.boxnet.com.br/y6rypra5
http://cloud.boxnet.com.br/y5d4bz7b
http://cloud.boxnet.com.br/y4d4u7ay
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24
Grupo de Comunicação
Veículo: Portal de Hortolândia
Data: 29/08/2019
Prefeito conversa com comunidade das
Chácaras Recreio Alvorada sobre
melhorias no bairro
Nesta quinta-feira (29/08), o prefeito Angelo
Perugini recebeu representantes do bairro
Chácaras Recreio Alvorada dando continuidade
à reunião feita no bairro, com participação de
toda comunidade, há três meses. O objetivo
dessas reuniões é atender uma luta antiga dos
moradores por rede de esgoto e asfalto.
O bairro se tornou prioridade nas negociações
com a Sabesp (Companhia de Saneamento
Básico do Estado de São Paulo) que
assumiu o compromisso de, no próximo ano,
iniciar a rede coletora de esgoto. Tão logo a
rede coletora seja realizada, a Prefeitura fará
o asfalto.
O prefeito assumiu o compromisso de
apresentar aos moradores adequação de
projetos de arruamento que mantenham as
características de chácara para a comunidade
opinar sobre o melhor modelo.
http://cloud.boxnet.com.br/y5czlxpk
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Veículo: Rd Repórter Diário
Data: 30/08/2019
Sabesp – obra em Santo André
http://cloud.boxnet.com.br/y2a9vp9f
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25
Grupo de Comunicação
Veículo: A Cidade – Votuporanga
Data: 30/08/2019
Cliente reclama de cobrança da Sabesp
http://cloud.boxnet.com.br/y5o7ov28
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26
Grupo de Comunicação
Veículo: DCI
Data: 30/08/2019
Investidores demonstram apetite por
projetos de iluminação e saneamento
Momento de falta de recursos do setor público
estimula modelo de PPP para a realização de
serviços e BNDES estima potencial de aportes
na casa de R$ 1 trilhão na soma das duas
áreas
RICARDO CASARIN • SÃO PAULO
Mercado vê apetite de investidores privados
por projetos de iluminação pública e
saneamento básico. O Banco Nacional do
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
estima potencial de aportes de mais de R$ 1
trilhão nas áreas.
“Fica claro o apetite do capital privado para
fazer mais barato aquilo o que o setor público
não tem recursos para fazer. É o momento
propício para o País fazer esse tipo de
parceria. Não podemos perder esse ciclo”,
declarou o presidente do BNDES, Gustavo
Montezano, em coletiva de imprensa após o
leilão da parceria público-privada (PPP) de
iluminação pública de Porto Alegre (RS).
O certame foi realizado em São Paulo na
quinta-feira (29) e teve como vencedor o
consórcio I.P. Sul, grupo formado por
Quantum Engenharia, GCE SA, Fortnort
Desenvolvimento Ambiental e Urbano, STE
Serviços Técnicos de Engenharia, que ofereceu
proposta da contraprestação de R$ 1,745
milhão, a menor entre os oito proponentes. O
lance corresponde a um deságio de 45,64%.
A assinatura do contrato deve ser feita no
quarto trimestre deste ano, e os serviços já
começam a ser executados no início do ano
que vem. O edital prevê a troca dos mais de
100 mil pontos de iluminação por lâmpadas de
LED.
Durante a coletiva, o chefe do departamento
de desestatização e estruturação de projetos
municipais do BNDES, Osmar Lima, destacou
que a entidade trabalha em mais oito PPPs de
iluminação pública. “A expectativa é que as
licitações sejam concluídas até meados de
2020.” A estimativa é que os nove projetos
totalizem R$ 1,5 bilhões em investimentos.
O diretor de Smart Cities da Itron, Helder
Bufarah, vê uma alta movimentação no setor.
“O mercado está movimentado e montante de
recursos é grande. Estamos vendo grandes
oportunidades. O modelo PPP traz vantagens
para os municípios, em função dos contratos
mais longos.”
Ele conta que em 2019, foram iniciados trinta
projetos de PPPs no País. “Se o setor público
estivesse com recursos e poder de
investimento, talvez o processo não fosse tão
atraente. O momento está impulsionando
esses contratos.”
A Itron, multinacional especializada em
soluções para uso eficiente de água e energia,
possui uma fábrica em Americana (SP). “A
partir do momento que o mercado ganhar
escala, pretendemos trazer para o Brasil o
mesmo ecossistema de cidades inteligentes e
iluminação pública que temos no resto do
mundo, encontrando parceiros que produzam
controles de luminárias”, diz Bufarah.
Saneamento
Montezano dimensiona que o setor de
iluminação pública tem potencial para gerar
R$ 30 bilhões em investimentos no País. “Se o
apetite é grande para esse setor, para o
saneamento básico é enorme. O potencial de
investimentos chega a R$ 1 trilhão. O desafio
nessa área é político.
”Ele destacou a importância do novo marco
legal para o saneamento básico, que
atualmente está em discussão na Câmara
Federal. “Nos próximos meses a lei deve ser
aprovada, abrindo a torneira do capital
privado.”
A Fluxus Soluções em Energia, empresa criada
pelo empresário Caio Mario Mutz, firmou uma
parceria com a Sabesp, companhia
responsável pelo saneamento básico do estado
27
Grupo de Comunicação
de São Paulo, para o fornecimento de um
sistema movido a gás para o acionamento de
máquinas.
Atualmente, máquinas de médio e grande
porte, como bombas d’água, são acionadas
exclusivamente por sistemas elétricos.
“Escolhemos o setor de saneamento por ser
um serviço com uma estrutura industrial. A
Sabesp é a maior consumidora de energia
do estado”, explica Mutz.
A solução foi desenvolvida em parceria com o
grupo Kaula e a Jordão Engenharia. Mutz
afirma que o projeto piloto demonstrou que o
sistema oferece um mínimo de 10% de
economia por máquina e maior segurança
operacional, uma vez que a regularidade na
distribuição de gás é 88 vezes maior do que a
elétrica segundo dados das concessionárias do
setor. “A ideia agora é começar a fomentar
esse mercado.” Além do saneamento, a
solução tem aplicação em setores da indústria
como a metalurgia e papel e celulose.
https://www.dci.com.br/neg%C3%B3cios/inve
stidores-demonstram-apetite-por-projetos-de-
iluminac-o-e-saneamento-1.827532
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28
Grupo de Comunicação
Veículo: Diário de Suzano
Data: 30/08/2019
Sistema Alto Tietê opera com 91% da
capacidade
http://cloud.boxnet.com.br/y2ztuh4y
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29
Grupo de Comunicação
Veículo: Regional News – Caieiras
Data: 30/08/2019
Vereadores aprovaram projeto
proibindo que Elektro e Sabesp corte fornecimento de serviços junto aos
inadimplentes às vésperas de fi nal de semana e feriados prolongados
http://cloud.boxnet.com.br/y2husqo6
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30
Grupo de Comunicação
Veículo1: Ipiranga News
Veículo2: Jabaquara News
Data: 30/08/2019
Sabesp corre contra o tempo para limpar
córrego Ipiranga até 2022
http://cloud.boxnet.com.br/yyqkbwya
http://cloud.boxnet.com.br/yxu4acuf
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31
Grupo de Comunicação
Veículo: G1 Santos / TV Tribuna
Data: 29/08/2019
Biólogos resgatam bicho-preguiça em
quintal de imóvel em Peruíbe, SP
Macho adulto de bicho-preguiça foi encontrado
em uma árvore no quintal de uma residência
no bairro Josedy, em Peruíbe, SP.
Por Gabriel Gatto, G1 Santos
29/08/2019 14h20 Atualizado há 19 horas
Biólogos resgatam bicho-preguiça em imóvel
de Peruíbe, SP
Um bicho-preguiça foi resgatado após ser
flagrado no quintal de uma residência em
Peruíbe, no litoral de São Paulo. Imagens
obtidas pelo G1 mostram o momento em que
biólogos da Secretaria de Meio Ambiente e
Agricultura realizaram a soltura do animal em
um parque natural do município.
Segundo testemunhas, o animal apareceu em
uma residência no bairro Josedy e foi
removido por moradores para uma área de
mata, na última terça-feira (27). Porém, ele
retornou na manhã de quarta-feira (28).
O animal foi encontrado pelos moradores e
pendurado em uma árvore no quintal de uma
casa. Eles acionaram o Centro de Controle de
Zoonoses, da Secretaria de Meio Ambiente. O
bicho-preguiça foi resgatado pelas equipes que
o levaram para uma avaliação veterinária.
Após a realização dos exames, os biólogos
constaram que se tratava de um macho adulto
de bicho-preguiça, com boas condições físicas
e sanitárias. O animal foi solto em uma árvore
do Parque Natural Municipal do Vilão. O
momento da soltura foi registrado pela equipe.
Biólogos resgatam bicho-preguiça em Peruíbe,
SP — Foto: Arquivo Pessoal/Viviana Fonseca
Uma das responsáveis pelo resgate e pela
soltura do bicho-preguiça, a bióloga Viviana
Alves Fonseca explica que, apesar da alta
quantidade de residências, o bairro possui
fragmentos de mata, o que propicia o
aparecimento de animais silvestres.
Viviana lembra, também, da importância de
não tocar nos animais silvestres que venham a
aparecer em áreas urbanas e de aciona um
profissional para realizar o resgate. "A medida
é para preservar a segurança tanto dos
animais quanto das pessoas, pois animais
silvestres podem ter alguma zoonose, além de
poderem ficar agressivos caso sejam
manuseados. Nesse caso, é importante
chamar o Centro de Controle de Zoonoses ou
o policiamento ambiental", finaliza.
Bicho-preguiça é resgatado após ser
encontrado por moradores de Peruíbe, SP —
Foto: Divulgação/Prefeitura de Peruíbe
32
Grupo de Comunicação
Bicho-preguiça é resgatado após ser localizado
em quintal de imóvel em Peruíbe, SP — Foto:
Divulgação/Prefeitura de Peruíbe
https://g1.globo.com/sp/santos-
regiao/noticia/2019/08/29/biologos-resgatam-
bicho-preguica-em-quintal-de-imovel-em-
peruibe-sp.ghtml
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33
Grupo de Comunicação
Veículo: G1 Presidente Prudente
Data: 29/08/2019
Fiscalização apreende mais de 400kg de
carvão vegetal transportados sem
documentação de origem em Martinópolis
Carga estava em uma caminhonete que foi
abordada pela Polícia Militar Ambiental, nesta
quinta-feira (29), na Rodovia Osvaldo
Campioni Ascêncio, em Martinópolis.
Por G1 Presidente Prudente
Carga de carvão vegetal foi apreendida em
Martinópolis — Foto: Polícia Militar Ambiental
A Polícia Militar Ambiental apreendeu mais de
400 quilos de carvão vegetal que eram
transportados sem documentação em uma
caminhonete que foi abordada pela
fiscalização na Rodovia Osvaldo Campioni
Ascêncio, em Martinópolis, nesta quinta-feira
(29).
Durante patrulhamento preventivo na estrada
vicinal que faz a ligação entre o perímetro
urbano de Martinópolis e o Balneário Laranja
Doce, os policiais avistaram a caminhonete
com as sacas de carvão e abordaram o
veículo.
Segundo a polícia, um homem de 60 anos,
identificado como proprietário da carga, não
portava documentos que comprovassem a
origem do material.
Ele recebeu um auto de infração ambiental, na
modalidade de advertência, pelo transporte da
carga.
A carga apreendida, que totalizou 445 quilos
de carvão distribuídos em 105 sacas, ficou
recolhida na sede do 1° Pelotão da Polícia
Militar Ambiental, em Presidente Prudente.
Carga de carvão vegetal foi apreendida em
Martinópolis — Foto: Polícia Militar Ambiental
https://g1.globo.com/sp/presidente-prudente-
regiao/noticia/2019/08/29/fiscalizacao-
apreende-mais-de-400kg-de-carvao-vegetal-
transportados-sem-documentacao-de-origem-
em-martinopolis.ghtml
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34
Grupo de Comunicação
Veículo: Exame – Melhores e Maiores
Data: 30/08/2019
Melhores Infraestrutura
http://cloud.boxnet.com.br/yxjohkxl
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35
Grupo de Comunicação
VEÍCULOS DIVERSOS Veículo: Portal Governo SP
Data: 29/08/2019
Governo e 24 prefeituras firmam
convênios de R$ 26,6 milhões para obras
Ações contam com recursos do Fundo Estadual
de Defesa dos Interesses Difusos e visam
revitalizar áreas urbanas e verdes das cidades
O Governador em exercício Rodrigo Garcia
assinou nesta quinta-feira (29) convênios que
somam R$ 26,6 milhões para financiamento
de obras em 24 cidades, por meio de recursos
do Fundo Estadual de Defesa dos Interesses
Difusos (FID), da Secretaria da Justiça e
Cidadania.
“O FID auxilia prefeituras e entidades que
precisam de investimento para gerar emprego
e que necessitam melhorar os seus
equipamentos públicos”, disse Garcia. Os
termos foram firmados em cerimônia no
Palácio dos Bandeirantes.
Os convênios, que totalizam R$ 26,6 milhões,
contam com R$ 22,8 milhões disponibilizados
pelo FID e R$ 3,8 milhões de contrapartidas
das prefeituras.
Os municípios beneficiados e as obras que
serão realizadas são:
– Altinópolis: revitalização de parques
ecológicos e da lagoa;
– Aramina: Parque Ecológico;
– Birigui: Parque Ecológico do Biriguizinho;
– Braúna: reforma, ampliação e revitalização
do Cessibra;
– Bragança Paulista: reforma e restauro do
Mercado Municipal “Wlademar de Toledo
Funck”;
– Gavião Peixoto: implantação de rampas de
acessibilidade;
– Guará: implantação do Parque Ecológico;
– Ibirá: recuperação e reestruturação do
Balneário Joaquim Lemos;
– Ipaussú: revitalização da orla do Lago
Municipal;
– Itapetininga: reforma e revitalização da
Lagoa Regina Freire;
– Monte Alto: elaboração de projetos de
acessibilidade;
– Monte Azul Paulista: barracão de reciclagem
Reciclazul e reforma, e manutenção do prédio
histórico da Casa da Cultura;
– Monteiro Lobato: logística reversa com
revitalização das Praças “Deputado Antonio
Silva Cunha Bueno”, “Magalhães” e
“Comendador Freire”;
– Nova Independência: implantação de canal e
galeria de drenagem;
– Palmital: construção do Centro Ambiental;
– Pradópolis: implantação da rede de
distribuição de água no assentamento Horto
Guarany;
– Sagres: construção de Centro de Lazer;
– Sales Oliveira: implantação do projeto Pelos
Trilhos da Mogiana nasceu Sales Oliveira;
– Santa Gertrudes: revitalização do Parque
Municipal Ruy Raphael da Rocha;
– São José do Rio Preto: projeto de
restauração da catedral de São José do Rio
Preto;
– Serrana: revitalização do Parque
Permanente de Exposição Expocana;
– Valentim Gentil: revitalização e ampliação
da infraestrutura do Parque Ecoturístico
Municipal “Menotti Celeri”;
36
Grupo de Comunicação
– Viradouro: preservação e proteção de
manancial de captação de água com obras de
drenagem e adequação de acessibilidade
turística e paisagística;
– Vitória Brasil: desassoreamento da nascente
do córrego Ararinha, com recuperação de área
degradada.
Os projetos objetos dos convênios integram a
lista de 146 projetos aprovados no último
edital do FID, lançado no final de 2017, que
recebeu quase 800 inscrições, recorde
histórico do Fundo. Para a viabilização desses
projetos selecionados, o FID vai liberar o total
de R$ 117 milhões.
Também foi firmado termo aditivo de convênio
entre o FID e a Prefeitura de Mirassol,
ampliando por mais 12 meses o prazo para
execução do projeto de restauração da Casa
de Cultura Dr. Ariovaldo Correia/Cine Theatro
São José. O convênio tem valor total de R$ 3
milhões, sendo R$ 2,7 milhões do FID e R$
300 mil de contrapartida do município.
Objetivo do FID
O Fundo Estadual de Defesa dos Interesses
Difusos tem como objetivo financiar projetos
destinados ao ressarcimento, à coletividade,
dos danos causados ao meio ambiente, ao
consumidor, a bens e direitos de valor
artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico, no âmbito do território do Estado
de São Paulo.
Esses recursos podem apoiar projetos
apresentados por órgãos da administração
pública direta e indireta nos âmbitos estadual
e municipal; organizações não-
governamentais, organizações sociais,
organizações da sociedade civil de interesse
público e entidades civis sem fins lucrativos
que tenham por finalidade a atuação nestas
áreas.
O FID tem recursos advindos de condenações
judiciais em ações civis públicas e multas
decorrentes do não cumprimento de Termos
de Ajustamento de Conduta (TACs).
Mediante chamamento público, por meio de
edital convocatório, os interessados podem
submeter projetos nessas áreas, os quais são
analisados e submetidos à aprovação do
Conselho Gestor do FID, presidido pelo
Secretário da Justiça e Cidadania.
Entre 2010 e 2019, a Secretaria de Justiça e
Cidadania, por meio do FID, firmou 110
convênios, com um aporte total de recursos de
R$ 206,7 milhões e contrapartidas no valor de
R$ 25 milhões, totalizando R$ 231,7 milhões.
http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/gov
erno-e-24-prefeituras-firmam-convenios-de-r-
266-milhoes-para-obras/
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37
Grupo de Comunicação
Veículo: RedeTV
Data: 29/08/2019
Doria anuncia investimentos na indústria
automotiva
REDETV NEWS/REDE TV!/SÃO PAULO Data
Veiculação: 29/08/2019 às 20h06
Duração: 00:04:25
Transcrição
Em seu segundo dia na Alemanha, o
governador de São Paulo João Dória anunciou
investimentos de dois bilhões e meio de reais
da indústria automotiva paulista. O que deve
gerar mil e quinhentos empregos diretos e
indiretos. Veja na reportagem da enviada
especial a vou subúrbio da Alemanha, Eric
abril. Dória fez o anúncio na sede da
Volkswagen, ao lado do chefe de operações da
empresa Ralf Brand presidente para América
Latina Papa disse o secretário da Fazenda e
Henrique Meirelles e do prefeito de São
Bernardo Orlando morando, o dinheiro será
usado na montadora da companhia em São
Bernardo do Campo na Grande São Paulo com
os recursos está previsto o lançamento de um
novo cargo no próximo ano. O setor
automotivo no Brasil é um dos mais
importantes para a economia brasileira são
vários os modelos mais vendidos e cobiçados
pelos consumidores e montadoras como essa
aqui na Alemanha, juntamente com o Brasil
estão preparando novidades para aquecer
ainda mais esse mercado primeira vez mil e
treze tem sessenta anos de Brasil. Que a
desenvolver um produto nacional, inclusive
com design brasileiro ao longo desses meses a
ela incremento acelerou o processo de design
aprovou a nesta última semana com a
presença do senhor. O presidente mundial de
operações da Volkswagen, que a pouco falou
com jornalistas brasileiros aqui na Alemanha,
A E o produto não só será fabricado é com
base nesse desenho no Brasil, como também
exportados para a América Latina, A e até
alguns países aqui da própria Europa. Além do
novo automóvel, abastecer o mercado interno
será exportado para toda a América Latina e
alguns países aqui da Europa Alemanha é o
quarto maior parceiro comercial do Brasil. O
governador de São Paulo ainda falou sobre o
que tem feito para melhorar a economia.
primeiro os pólos de desenvolvimento são
doze polos de desenvolvimento que foram
criados e no nosso Governo anunciadas no
último mês de junho a entre os quais o da
indústria automobilística e nos polos e aí me
refiro a indústria de automóveis, nós temos a
responsabilidade de oferecer condições de
formação de mão de obra através de Sedex e
das Fatecs isso agiliza e facilita muito o
trabalho das empresas das indústrias e
também o programa de logística rodoviária
ferroviária e metroviária e de aeroportos. Aí o
programa de incentivos, como é o caso
incentivar que oferece para cada novo bilhão
de reais investidos com garantia de
quatrocentos novos empregos oferece um
desconto gradual progressivo. No ICMS Dória
falou das possibilidades de investimentos com
o programa de Desestatização no estado esse
é um volume de investimentos será a mínima
de vinte e quatro bilhões de reais. Que a
projeção para os programas de concessão que
fez de privatização em rodovias ferrovias e no
metrô a igualmente nos tema Metropolitana de
três a um a Intel a ser na CPTM e também não
nos programas de saneamento da
Sabesp, direção, valor mínimo que nós temos
por expectativa é poder aumentar se a
economia brasileira melhorar a economia
melhorando tornar mais competitivo do
governo. A dor também falou de meio
Ambiente, ele disse que há uma forte
preocupação dos europeus em relação ao
desmatamento na Amazônia e a política
ambiental do governo brasileiro. Para a gente
ter cuidado de sistemas e acho que a
humildade também. No diálogo na
compreensão entendimento e na proteção
ambiental, como tem São Paulo São Paulo, a
não temos que matar mesmo e contrário, a
gente mata muito negativo, estamos
crescendo. A oferta de árvores plantadas na
mata atlântica, graças sobretudo
entendimentos com homens com mais um
atacante e e temos um programa de
investimento de duzentos milhões de reais
para não ser recentemente, na Fapesp e de
pesquisa para o desenvolvimento florestal e
para a proteção do meio Ambiente crê que
esse é um bom caminho que estamos
seguindo aqui em São Paulo espera que o
Brasil também seguia na mesma rua. Érika
Abreu da Alemanha para o Rede TV News.
http://cloud.boxnet.com.br/yxbmvtjl
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38
Grupo de Comunicação
Veículo: Governo SP
Data: 26/07/2019
Decadência à beira-mar: Baixada Santista
enfrenta problemas
39
Grupo de Comunicação
40
Grupo de Comunicação
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=30309775&e=577 http://cloud.boxnet.com.br/yy7965zn
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41
Grupo de Comunicação
Veículo: Agora São Paulo
Data: 30/08/2019
Covas briga com empresas por buracos
no asfalto e podas
http://cloud.boxnet.com.br/y5gscle5
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Data: 30/08/2019
42
Grupo de Comunicação
FOLHA DE S. PAULO Gestão Covas briga com Sabesp, Comgás e
Enel por buracos no asfalto e poda de
árvores em SP
Prefeitura crê que intervenções das
concessionárias estão danificando vias da cidade
Guilherme Seto
Thiago Amâncio
SÃO PAULO
A gestão Bruno Covas (PSDB) decidiu comprar
briga com as concessionárias que prestam
serviço na capital para obrigá-las a melhorar a
maneira com que lidam com o asfaltamento e
com a poda das árvores em São Paulo.
A prefeitura quer que a Sabesp (concessionária
de água e esgoto paulista) e a Comgás (que
distribui gás canalizado) melhorem o padrão de
preenchimento dos buracos que fazem no asfalto
ao realizarem suas instalações.
No caso da Enel, que fornece energia elétrica, a
administração pede que a empresa faça a poda
completa das árvores que têm contato com fios
de eletricidade, e não somente a poda em
formato de V, que estaria desequilibrando as
árvores e facilitando as suas quedas.
A administração tucana definiu como uma de
suas prioridades o recapeamento do asfalto.
Chamado inicialmente de Asfalto Novo, o
programa de melhoria do pavimento começou em
novembro de 2017; até o final de julho de 2019,
290,8 km de vias foram renovados. Ao longo de
toda a gestão, que termina em dezembro de
2020, a prefeitura fará o investimento de R$ 550
milhões no programa, que deverá ser uma das
bandeiras de Covas em sua campanha à
reeleição em 2020.
No entanto, a gestão tucana percebeu ao longo
do processo que diversas vias que haviam sido
recapeadas estavam voltando a apresentar
problemas. Isso porque concessionárias como
Sabesp e Comgás estavam fazendo intervenções
no asfalto para tratarem das instalações de
esgoto e de gás e preenchendo os buracos feitos
com asfalto de qualidade inferior, deixando
muitas vezes de nivelar o asfalto, o que tem feito
com que se formem vãos ou protuberâncias que
incomodam os motoristas.
Em fevereiro, por exemplo, a prefeitura recapeou
a av. do Estado com material similar ao utilizado
em pistas de aeroportos, de alta qualidade e
bastante resistência. Pouco tempo depois, a
Sabesp fez um buraco para uma obra no local e o
preencheu com asfalto de qualidade baixa, que
pouco depois já deformou e gerou irregularidade
na pista. Esse caso é usado como demonstração
clássica do problema por parte da prefeitura.
"Para quem passa de carro, parece que a
prefeitura fez um trabalho ruim, mas não foi o
que aconteceu. A Sabesp vai ter que refazer o
serviço com o SMA [Stone Mastic Asphalt, o
asfalto mais durável], mas ela não tem serviço
contratado de SMA. Então tem que abrir
licitação", diz o secretário municipal de
Subprefeituras, Alexandre Modonezi. Segundo
ele, a relação com a Sabesp começou tensa, mas
tem evoluído bastante na busca de uma solução
que contemple todos os envolvidos.
Asfalto na avenida do Estado
Trecho da avenida do Estado recapeado pela
prefeitura de São PauloTrecho da avenida do
Estado após intervenção da Sabesp
Prefeitura recapeou o asfalto da avenida do
Estado, e intervenção da Sabesp o danificou -
Prefeitura de São Paulo - fev.2019
Por ano, cerca de 400 mil buracos são abertos na
cidade pelas concessionárias, segundo estimativa
da prefeitura —300 mil pela Sabesp e 100 mil
pela Comgás.
Diante desse cenário, a gestão municipal tem
negociado com Comgás e Sabesp um protocolo
básico de tratamento do asfalto. Essas empresas
deverão lidar com o asfalto de maneira similar à
Data: 30/08/2019
43
Grupo de Comunicação
que a prefeitura faz, respeitando normas técnicas
já publicadas por ABNT e CET.
Isso implica em avisar previamente os órgãos
municipais sobre os planos de fazer buracos;
utilizar massa asfáltica da mesma qualidade que
a prefeitura para preenchê-los; fazer um recorte
no entorno do buraco e encher o espaço por
igual, sem gerar desnível; aplicar o asfalto a uma
temperatura específica. Essas determinações
estão em decreto publicado em maio de 2019.
Modonezi diz que caso a concessionária faça
diversos buracos em uma via, terá que recapear
toda sua extensão. Se cavar em um
entroncamento, terá que refazer todo o
entroncamento, para assim garantir um nível
mínimo de qualidade.
Segundo o secretário, a Comgás aceitou com
facilidade os termos estabelecidos e já os está
implantando.
No caso da Sabesp, existe uma negociação em
curso para a aplicação das normas técnicas. Para
que não haja impacto significativo nos custos da
concessionária, prefeitura e Sabesp têm buscado
uma solução conjunta, como a possibilidade de
aplicar material de qualidade superior nas vias
principais e asfalto menos resistente em ruas
pouco movimentadas.
O decreto prevê multa diária de R$ 3.279 (em
valores atualizados) por m2 em áreas recapeadas
fora do padrão pelas concessionárias.
A gestão Covas também pede que a Sabesp
tenha o cuidado de nivelar as tampas dos poços
de visita à tubulação (aquelas de metal que ficam
no meio da pista) ao restante do asfalto no
momento da instalação.
Segundo pesquisa da Escola Politécnica da USP
que a prefeitura usa como referência, 70% das
reclamações de desconforto de motoristas no
trânsito estão relacionadas a trancos ao passar
por tampas desniveladas. Modonezi diz que a
empresa já se comprometeu a elaborar um plano
para nivelamento de 10 mil tampas na capital.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a
Sabesp nega que exista tensão na relação com a
prefeitura e fala em "trabalho conjunto". A
empresa diz que elabora um "Termo de
Cooperação Técnica com a Prefeitura de São
Paulo para adequar os critérios adicionais dos
serviços de reparo dos pavimentos estabelecidos
por meio do novo Decreto nº 58.756/2019".
A Sabesp também diz que prepara um edital de
licitação para contratar a execução de medidas
complementares previstas no novo decreto e que
as tampas dos poços de visitas são "reniveladas
após a comunicação de conclusão do serviço pela
prefeitura."
Também por meio de sua assessoria, a Comgás
reitera que "executa as intervenções nas vias e
calçadas de acordo com as normas e
procedimentos aplicáveis pelo município". A
empresa acrescenta que não tem necessidade de
abrir grandes buracos em toda a extensão das
ruas e que faz algumas pequenas valas, "o que
minimiza os impactos da obra".
Tampa de acesso à tubulação de esgoto na avenida Duque de Caxias, no centro de São Paulo - Zanone Fraissat/Folhapress
JUSTIÇA PODE SER ACIONADA PARA RESOLVER
PROBLEMA DAS ÁRVORES
As negociações da gestão Covas com a Enel têm
sido mais tensas e podem acabar na Justiça.
O secretário Modonezi explica que a prefeitura
não consegue fazer a poda das árvores da cidade
que têm contato com a rede de energia, já que
isso coloca em risco os funcionários. No ano
passado, um trabalhador que prestava serviço
para a prefeitura morreu após levar choque de
um fio elétrico durante a poda.
No entanto, diz o secretário, a Enel recusa-se a
interromper a rede elétrica para que sejam feitas
as podas. Remunerada pelo tempo que fornece
energia, a concessionária argumenta que
perderia dinheiro caso desligasse a energia
continuamente.
Data: 30/08/2019
44
Grupo de Comunicação
"Estamos diante de um impasse. Entendo o
argumento de que a empresa é remunerada para
manter a rede energizada, mas, por outro lado, a
cidade não pode ficar à mercê desse problema.
Eles não fazem a poda, eu não faço porque não
posso, e então a árvore cai. Não consigo avançar
sem a ajuda deles", diz Modonezi.
Entre janeiro e julho de 2019, a prefeitura podou
59.440 árvores, além de ter removido outras
9.482. Há ainda 47.500 árvores cuja poda foi
solicitada por munícipes. Dessas, 42.614 estão
próximas à rede elétrica.
Dessa forma, tendo resolvido praticamente todas
as solicitações de podas de árvores distantes dos
fios de eletricidade, a prefeitura tenta acordo
com a Enel sobre o que fazer, mas não tem tido
sucesso. Por isso, considera recorrer à Justiça
para conseguir mais colaboração da
concessionária. A Procuradoria Geral do Município
já estuda quais as melhores alternativas jurídicas
para o caso.
A gestão Covas também aponta problemas
derivados da poda parcial de árvores que é feita
pela Enel. De acordo com a administração
municipal, a concessionária faz uma poda de
desobstrução, em formato de V, no entorno da
região em que a fiação entra em contato com a
árvore, o que faz com que ela fique
desequilibrada e com mais risco de queda.
Segundo Modonezi, esse é o maior motivo de
queda de árvores hoje na cidade. "Eles têm que
fazer poda de desobstrução e também de
equilíbrio, é responsabilidade deles com o
munícipe. Aquilo tudo pode cair na cabeça de
alguém."
"A Enel faz a poda, não avisa a prefeitura e deixa
a árvore desequilibrada. Então temos que
descobrir onde eles fizeram a poda e mandar
outra equipe para o lugar. Isso é um absurdo",
completa o secretário.
Em nota, a Enel diz que "está realizando triagem
em uma lista recém encaminhada pela Prefeitura
de São Paulo, com solicitações de podas por
parte de munícipes à Prefeitura".
A concessionária diz ter constatado
inconsistências na lista, como árvores distantes
da rede elétrica ou inexistentes. "A empresa já
está com reuniões de trabalho agendadas com
algumas subprefeituras para iniciar as podas de
árvores que realmente estejam próximas à rede
elétrica, as quais precisam da aprovação prévia
do Poder Público local."
A Enel afirma ter realizado 5.200 podas
solicitadas pela prefeitura e outras 72.065 podas
preventivas. Até o final do ano, diz que fará
outras 6.600 podas.
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/0
8/gestao-covas-briga-com-sabesp-comgas-e-
enel-por-buracos-no-asfalto-e-poda-de-arvores-
em-sp.shtml
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Data: 30/08/2019
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Grupo de Comunicação
Painel: Fachin entra na mira de colegas do
STF; risco de o plenário manter revés à Lava
Jato é real
Gregos e troianos Edson Fachin desagradou a
duas alas do Supremo ao levar ao plenário caso
que pode rever a decisão da Segunda Turma em
habeas corpus do ex-presidente do BB Aldemir
Bendine. O colegiado havia determinado que réus
devem apresentar alegações finais à Justiça
depois dos delatores que os acusam. Fachin
submeteu caso similar ao de Bendine a todos os
colegas, dando margem a novo veredito. Um
grupo o chamou de “mau perdedor”. Outro viu
tentativa de manietar a opinião pública.
Fez que não viu
Ministros que não julgaram o caso de Bendine
observam que foi de Fachin a decisão de levar o
caso do ex-dirigente do Banco do Brasil à turma
na ausência de Celso de Mello, afastado para
tratamento de saúde. Com só quatro juízes aptos
a analisar a ação, o relator da Lava Jato no STF
podia prever que o risco de derrota era alto,
dizem.
Fez que não viu 2
Esses integrantes do Supremo afirmam que
Fachin sabe que Gilmar Mendes e Ricardo
Lewandowski são garantistas. Por isso, ainda que
Carmen Lúcia votasse contra o entendimento dos
dois colegas, um empate já seria suficiente para
beneficiar Bendine.
Fez que não viu 3
Um ministro que só agora vai analisar o tema diz
que Fachin tenta remendar o resultado levando
um novo caso ao plenário após receber os
protestos da Lava Jato e de parte da opinião
pública. E alerta: o risco de a maioria manter o
que a turma decidiu existe e não deve ser
desprezado.
Narciso
A Lava Jato de Curitiba está com moral baixa no
STF. Um integrante da corte define assim o saldo
das mensagens obtidas pelo The Intercept: “Só
eles prestavam. A Justiça estadual era
provinciana, o Ministério Público estadual era
lixo, a imprensa era manipulável e as cortes
superiores eram corruptas”.
Eterno enquanto dure
Recebida com desconfiança por políticos, a
trégua entre Jair Bolsonaro e Sergio Moro foi
confirmada por aliados do presidente. Segundo
assessores do Planalto, tudo foi resolvido em
conversa na qual o chefe deixou claro ao ex-juiz
que não gosta de receber recados pelos jornais.
Onde pega
O presidente disse que cabe ao ministro analisar
a atuação do diretor-geral da PF, Maurício
Valeixo. Bolsonaro recebeu queixas de que o foco
em crimes de colarinho branco ofusca outras
atribuições da PF e ficou incomodado.
Passa a régua
A Controladoria-Geral da União enviou ao
Planalto parecer no qual pede que o presidente
vete 27 itens do projeto de lei de abuso de
autoridade. A maioria dos dispositivos foi
questionada pelo órgão sob o argumento de que
há margem à subjetividade na interpretação e,
portanto, insegurança jurídica.
Ampulheta
Bolsonaro vai definir até o dia 3 de setembro
qual será a abrangência de seu veto. Ele
conversa com os presidentes da Câmara e do
Senado para tentar chegar a um acordo. Tenta
contemplar parte de sua base sem desencadear
uma rebelião no Congresso.
Todos por um
O relatório que será levado à análise da direção
do PSB a partir desta sexta (30) deve pregar a
expulsão de apenas um dos onze deputados que
entraram na mira da sigla após votar a favor da
reforma da Previdência, contrariando orientação
do partido.
Contexto
A expectativa é que somente Atila Lira (PSB-PI)
seja alvo da punição máxima, sob o argumento
de que ele votou junto com o governo em outras
matérias. Os demais parlamentares serão alvo de
punições mais brandas. A discussão do tema
deve terminar só no sábado (31).
7 a 1
A decisão dos caciques do PSDB de SP de
recorrer ao diretório nacional contra o veredito
da executiva que negou a expulsão sumária de
Aécio Neves (PSDB-MG) irritou a bancada da
sigla, que viu desrespeito à decisão da maioria do
partido e mais um ato de desgaste gratuito.
Articula-se nova derrota aos paulistas.
SOS
Bolsonaro deve conversar nesta sexta (30) com a
chanceler alemã Angela Merkel sobre a crise na
Amazônia.
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Grupo de Comunicação
Visita à Folha
Caio Magri, diretor-presidente do Instituto Ethos,
visitou a Folha nesta quinta (29). Estava
acompanhado de Felipe Saboya, diretor-adjunto,
e Rejane Romano Silveira, coordenadora de
comunicação.
TIROTEIO
Sempre é tempo para se arrepender por fake
news do passado. Pior é quem só tem a mentira
como projeto de futuro
Do deputado Orlando Silva (PC do B-SP), sobre
os protestos de aliados de Bolsonaro à punição a
quem espalha mentiras na eleição
https://painel.blogfolha.uol.com.br/2019/08/30/f
achin-entra-na-mira-de-colegas-do-stf-risco-de-
plenario-manter-reves-a-lava-jato-e-real/
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Data: 30/08/2019
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Grupo de Comunicação
Desenvolvimento verde
Questão ambiental deve ser tratada como
oportunidade de investimento em infraestrutura
O aumento das queimadas na Amazônia colocou
o Brasil no centro do debate mundial sobre o
clima, por maus motivos.
O descaso de Bolsonaro com o ambiente é
realmente chocante, mas, se considerarmos os
últimos cem anos, o aquecimento global ainda se
deve mais às emissões de gases efeito estufa por
países desenvolvidos do que ao desenvolvimento
de emergentes.
Ainda assim o desafio climático é global e requer
ação imediata por parte de todos, com
contribuições maiores dos países mais ricos,
devido ao seu histórico ambiental e à maior
renda per capita.
Do ponto de vista econômico, o combate ao
aquecimento global pode abrir uma nova frente
de investimentos, gerando uma "destruição
criadora" do atual modo de produção e consumo
mundiais, em prol de padrões mais sustentáveis.
No passado, guerras e militarismo foram grandes
indutores de investimentos e transformação
econômica, mas com grande custo humano.
Felizmente essa "saída" de crises não é mais
possível hoje.
O combate ao aquecimento global pode ser o
equivalente econômico do século 21 às guerras
do século 20, só que sem custo humano e com
melhoria do padrão de vida de todos.
Traduzindo do economês: combater o
aquecimento global pode gerar mais
investimento e empregos em reflorestamento,
preservação de rios e oceanos, reciclagem,
geração de energia renovável, transporte urbano
e, principalmente, renovação de toda a
infraestrutura existente para maior "eficiência
ambiental" (menos poluição e menor uso de
energia por unidade produzida).
Como tudo em economia, mudar a infraestrutura
de produção e consumo tem um custo e um
benefício.
O custo é geralmente mais claro, pois sabemos
quanto pagar por cada investimento ou ação
ambiental. O benefício é mais difuso, pois o
ganho é nacional ou global, isto é, não
necessariamente apropriado por quem incorreu
no custo.
Diante desse problema, que nós, economistas,
chamamos de "externalidade", cabe geralmente
ao governo definir o preço da preservação do
ambiente e cobrá-lo da sociedade via impostos
sobre a renda corrente ou emissão de dívida (que
são impostos sobre a renda futura).
Mesmo com boas intenções ambientais, aumento
de impostos tendem a dar errado em um
contexto de lento crescimento econômico, como
evidenciou o recente fracasso de Macron ao
elevar a tributação sobre combustíveis na França.
No contexto atual de lento crescimento mundial e
baixas taxas de juro real, o caminho mais
adequado é financiar o "desenvolvimento verde"
via emissão de dívida, deixando o ajuste de
impostos para se e quando a renda se recuperar
de modo duradouro.
Propostas nesse sentido têm sido feitas nos EUA,
no âmbito dos debates entre pré-candidatos do
partido democrata às eleições presidenciais de
2020.
Chamado de "New Green Deal", a ideia é lançar
amplo programa de investimentos e regulação
ambiental para incentivar inovações e aumentar
a renda e o emprego de modo sustentável.
O mesmo tipo de iniciativa poderia ser adotado
no Brasil, acrescentando o reflorestamento da
Amazônia e da mata atlântica como prioridades
imediatas, além de renovar e melhorar a
infraestrutura urbana, gerando empregos nas
cidades.
Existe saída para nossa crise econômica, mas
isso exige pensar diferente em termos fiscais e
ambientais.
Ajuste fiscal sim, só que mais gradual em relação
ao que vem sendo feito. E tratar a questão
ambiental não só como custo mas também como
oportunidade de investimento em nova
Data: 30/08/2019
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Grupo de Comunicação
infraestrutura, para gerar emprego e renda de
modo sustentável no século 21.
Nelson Barbosa
Professor da FGV e da UnB, ex-ministro da
Fazenda e do Planejamento (2015-2016). É
doutor em economia pela New School for Social
Research.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/nelson-
barbosa/2019/08/desenvolvimento-verde.shtml
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Data: 30/08/2019
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Grupo de Comunicação
Governo Bolsonaro acaba com subsídio da
Petrobras no gás de cozinha
Na avaliação do governo, resolução deve levar a
uma redução de preço para o consumidor
Julio Wiziack
Nicola Pamplona
BRASÍLIA e RIO DE JANEIRO
Uma resolução do CNPE (Conselho Nacional de
Política Energética) publicada nesta quinta-feira
(29) pôs fim à política de subsídio na venda do
gás de cozinha que vinha sendo praticada pela
Petrobras. A medida se tornará permanente a
partir de março de 2020.
O CNPE é um colegiado formado por ministros e
presidido pelo ministro de Minas e Energia, Bento
Albuquerque.
Com o fim da vantagem competitiva da estatal, o
governo considera que concorrentes vão se
mobilizar para importar o GLP (combustível do
gás de cozinha), a exemplo do que fez a
Copagas, que passou a importar diretamente da
Bolívia para atender o Mato Grosso.
“Esse movimento ao longo dos próximos seis
meses levará a uma redução de preço para o
consumidor final”, disse o ministro Bento
Albuquerque.
"A resolução anterior [que previa descontos] era
inócua porque a baixa renda já não se
beneficiava da diferença de preços, pagando
preços similares ao da indústria."
Com a nova resolução, o governo pretende
manobrar 37% da composição do preço,
incluindo tributos e margens de lucro na cadeia
de produção e distribuição. Isso deve levar a
uma redução de preço para o consumidor, na
avaliação do governo.
Estimativas iniciais indicam que, com a entrada
de novos competidores, o preço do gás de
cozinha deve cair de R$ 23 na refinaria para
cerca de R$ 16.
A política de redução de preço para os botijões
de 13 kg pela Petrobras vigorava desde 2005 e
foi instituída no governo do ex-presidente Lula
para ajudar as famílias de baixa renda.
No entanto, o ministro considera que essa
política distorceu preços sob o pretexto de ajudar
a baixa renda que hoje paga cerca de R$ 90 por
um botijão de gás.
Dados do ministério mostram que cerca de 70%
do gás de cozinha é vendido em botijões de 13
kg, volume muito acima do que seria consumido
se somente a baixa renda utilizasse esse insumo.
Para o governo, no passado, essa política se
justificava porque a diferença entre o preço do
gás produzido internamente e o importado era
grande.
Nesse cenário, a Petrobras praticamente
monopolizou esse mercado ao oferecer descontos
que chegaram a 74% para o distribuidor que
comprava o gás na refinaria.
“Hoje, essa diferença é de 5%”, disse
Albuquerque.
O desconto era concedido de um lado e era
compensado de outro, com preços mais elevados
para os botijões de maior volume. Para obter o
abatimento, o distribuidor tinha de comprovar
sua base de botijões, uma forma da Petrobras
de “fidelizar” esse cliente. A estatal domina
99,9% do mercado de produção e importação.
Caso a diferença entre os dois produtos fosse
eliminada hoje, com alta no preço do gás
residencial para equiparação ao industrial, o
impacto seria de R$ 1,30 por botijão, o
equivalente a alta de 1,9% sobre o preço médio
do produto, que estava em R$ 68,69 na semana
retrasada.
O valor cobrado pela Petrobras representa 35%
do valor final de venda –o restante vai para
impostos e margens.
A conta considera que, desde o último reajuste, o
preço médio do gás vendido para botijões, em
média, é de R$ 1,853 por quilo, segundo a ANP
(Agência Nacional do Petróleo, Gás e
Biocombustíveis). O valor é 5% mais barato do
que os R$ 1,953 por quilo cobrado para outros
vasilhames.
A diferença, que já chegou a ser superior a 30%,
vem sendo reduzida ao longo dos últimos meses,
como parte de política da Petrobras para "ter um
alinhamento maior" entre os dois produtos,
segundo comunicado do início de agosto.
Distribuidoras, porém, defendem que o resultado
pode ser a redução do preço, já que a estatal
Data: 30/08/2019
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Grupo de Comunicação
tem vendido o produto mais caro do que as
cotações internacionais.
"No momento que que o governo sinaliza com
preços mais alinhados com a paridade
internacional, dá um sinal para investidores de
que podem investir em infraestrutura e atuar
como importadores", diz o presidente do Sindigás
(Sindicato das Empresas Distribuidoras de GLP),
Sérgio Bandeira de Mello.
"E, trazendo competição, a Petrobras vai ter que
decidir se mantém os preços e perde mercado ou
se reduz seus preços para manter o mercado",
completa. Hoje, a estatal importa 20% do
consumo nacional do combustível.
Em nota técnica enviada ao Cade (Conselho
Administrativo de Defesa Econômica), a ANP diz
que a Petrobras vem praticando preços
superiores ao mercado internacional desde
novembro de 2018. Em junho, o valor cobrado
pela estatal para o envase em botijões de 13
quilos estava 46% acima da cotação do noroeste
da Europa, usada como referência pela estatal.
A diferença com relação ao mercado americano,
de onde vêm 80% das importações do produto é
ainda maior: 125%. Considerando o preço de
referência para importação pelos portos de
Suape e Santos, os dois principais pontos de
entrada, o preço da Petrobras é 50% mais caro.
A diferença ocorre, diz a ANP, porque a política
de preços da Petrobras usa como referência
médias dos últimos 12 meses, retardando o
repasse de quedas nas cotações internacionais do
produto. "Assim, tal diferencial pode se inverter
em um cenário futuro de elevação dos preços
internacionais", diz a nota técnica.
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/08
/governo-poe-fim-a-politica-de-subsidio-da-
petrobras-no-gas-de-cozinha.shtml
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Data: 30/08/2019
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Grupo de Comunicação
Nos últimos 33 anos no Brasil, pasto
aumentou e floresta encolheu
Houve perda de 89 milhões de hectares de
florestas, equivalente a cerca de 3,5 vezes o
tamanho de SP
SÃO PAULO
Desde 1985, o Brasil perdeu milhões de hectares
de florestas e ganhou praticamente a mesma
quantidade de áreas destinadas à agropecuária.
Nos últimos 33 anos houve perda de florestas na
casa dos 89 milhões de hectares, o equivalente a
cerca de 3,5 vezes o tamanho do estado de São
Paulo.
Mais da metade dessa perda, 47 milhões de
hectares, aconteceu na Amazônia. A maior parte
desse montante transformou-se em pastagem ou
em área de cultivo.
Em todo o país, as áreas agropecuárias
cresceram 86 milhões de hectares de 1985 até o
ano passado.
Os resultados da iniciativa foram apresentados
nesta quinta-feira (29) como parte do seminário
anual do MapBiomas, iniciativa que envolve
diversas ONGs e universidades (como a UFRGS e
a Universidade Estadual de Feira de Santana),
além de empresas (como o Google).
A edição anterior do MapBiomas mostrava que a
maior porção das florestas perdidas acabam
virando áreas de pastagem ou de cultivo.
De acordo com os dados mais recentes do
projeto, 59% do Brasil é composto de florestas —
em 1985 o valor era de 69%— e 31% é área de
agropecuária —o valor em 1985 era de 20%.
De acordo com Tasso Azevedo, coordenador do
MapBiomas, a análise dos dados aponta para
uma interrupção no crescimento das áreas de
pastagem, estabilização delas e até leve declínio.
Enquanto isso, terras destinadas à agricultura
cresceram nos últimos, o que mostra a transição
das áreas de pastagem para a atividade agrícola.
As informações disponibilizadas pelo MapBiomas
são originárias de imagens de satélite
posteriormente analisadas com a expertise de
diferentes laboratórios no país. Cada segmento
das imagens (pixel) é classificado num processo
que inclui aprendizado de máquina e
processamento em nuvem.
A ferramenta MapBiomas é uma iniciativa do
Observatório do Clima e monitora todos os
biomas do país: Amazônia, cerrado, pantanal,
caatinga, mata atlântica e pampa. E as
informações podem ser obtidas em nível
nacional, estadual ou municipal.
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/0
8/nos-ultimos-33-anos-no-brasil-pasto-
aumentou-e-floresta-encolheu.shtml
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Data: 30/08/2019
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Grupo de Comunicação
Por uma resposta à altura da nossa potência
ambiental
Comissão vai ajudar o país a retomar políticas
públicas adequadas e transparentes
Natalie Unterstell
Paulo Gontijo
Gabriel Santos
Governo do Amazonas declarou estado de
emergência em função do alastramento das
queimadas em agosto. Mesmo sem nenhuma
queimada legal ter sido autorizada neste ano,
ainda assim o número de focos de calor alcançou
níveis sem precedentes.
No vizinho estado do Acre, foi a população que
reagiu rápido, depois de sofrer com problemas
respiratórios. Um grupo de Rio Branco iniciou
uma petição pela instalação da CPI das
Queimadas que já alcançou 4 milhões de
assinaturas. A urgência do tema mobilizou a
sociedade civil no Brasil e no exterior, que foi às
ruas cobrar por uma resposta à emergência
climática. E o que fez o governo?
Bolsonaro chegou atrasado. O número de
queimadas atingiu maior nível o nesta década —
acima dos 80 mil focos no Brasil e mais de 43 mil
na Amazônia— enquanto o país acumulava
milhões de reais em prejuízo. E nós estamos
apenas na metade da estação seca na região
Norte do país. Historicamente, é na segunda
metade dela que a situação piora.
O que nos levou ao nível de emergência não
foram ventos fortes associados a extremos
climáticos. Também tem pouco a ver com o uso
produtivo: em geral, quem realiza atividades no
ambiente amazônico costuma dominar técnicas
de manejo do fogo ou fazer agricultura sem
queimar. Segundo a bióloga Erika Berenger, da
Universidade de Oxford, a Amazônia não sofre
incêndios espontâneos. De acordo com os nossos
melhores climatologistas, este não é um ano de
seca em função de eventos climáticos.
Queimadas iniciadas de forma intencional e
criminosa são a causa e têm como objetivo
arrebatar ilegalmente terras públicas. A sensação
de impunidade motivou e cresceu a olhos vistos,
uma vez que os principais interlocutores do
governo com a sociedade afirmaram para quem
quisesse ver, ler ou ouvir, o intento de acabar
com a fiscalização e o cumprimento das leis
ambientais. Um governo que se elegeu com o
discurso de combate à corrupção, fecha os olhos
para as ilegalidades ambientais e se torna aliado
e protetor de quem destrói a biodiversidade do
país.
Até hoje, o Ministério do Meio Ambiente não
apresentou nenhuma estratégia, plano ou política
pública para cuidar da nossa biodiversidade. O
orçamento destinado à prevenção e ao controle
de queimadas foi cortado pela metade neste ano.
Distribuídos nos estados, a maioria dos cargos de
superintendentes do IBAMA continuam vagos por
decisão do ministro.
Os planos de controle do desmatamento
sumiram. A área responsável por adaptação
climática foi excluída da estrutura e hoje não há
um único servidor cuidando do assunto. E há um
forte negacionismo do conhecimento já
acumulado por instituições na gestão das
florestas e na agricultura de vanguarda. Todos
esses fatores já ameaçam o acordo entre o
Mercosul e a União Europeia, para o qual o
compromisso ambiental é essencial.
Diante da inação governamental e da falta de
diálogo, os movimentos cívicos Acredito, Agora! e
Livres propuseram uma resposta imediata, com
base nas milhões de assinaturas, pedindo
providências concretas. Propõe-se a instalação de
uma comissão externa, que terá papel
fiscalizatório, envolvendo as duas casas
legislativas federais sobre o Ministério do Meio
Ambiente. Precisamos que o Brasil priorize uma
política ambiental efetiva e eficiente.
Data: 30/08/2019
53
Grupo de Comunicação
Não é sobre colocar agentes públicos para apagar
fogo, tampouco proibir por decreto as queimadas
—que mais parece uma ação para inglês ver. O
verdadeiro desafio é assegurar que, em matéria
ambiental, o poder público aja com
responsabilidade e transparência. O Brasil, país
megadiverso e rico em natureza, só se tornará a
potência ambiental que é se tiver política pública
adequada para isso.
Natalie Unterstell é mestre em política pública
pela Universidade de Harvard e co-fundadora do
Agora!; Paulo Gontijo é empreendedor e
presidente do Livres; Gabriel Santos é advogado
e coordenador do Acredito/Acre
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/0
8/por-uma-resposta-a-altura-da-nossa-potencia-
ambiental.shtml
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Data: 30/08/2019
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Grupo de Comunicação
Mônica Bergamo: Convite de Doria a Moro é
visto como desastre por aliados
Ministro da Justiça é visto como persona non
grata no universo político
A informação de que João Doria (PSDB-SP)
poderia convidar Sergio Moro para integrar sua
equipe caso o ministro da Justiça deixasse o
governo de Jair Bolsonaro causou forte reação
nos partidos que apoiam o tucano —e podem
seguir com ele na eleição de 2022.
RECADO
Moro é persona non grata no universo político —e
a ideia de convidá-lo para o governo paulista foi
vista como desastrosa. A insatisfação foi
transmitida a Doria.
PAREDE
Além do perfil antisistema político, Moro, em SP,
faria sombra à candidatura presidencial do
governador.
ESTRANHO...
Entre líderes de partidos que apoiam o tucano há
descontentamento também em relação ao
convite para o deputado Alexandre Frota entrar
no PSDB.
...NO NINHO
Eles afirmam que Doria, abraçando ex-
bolsonaristas, surfa em uma agenda radical que
já tem dono —o próprio Bolsonaro.
DE VOLTA
O julgamento do ministro Aroldo Cedraz, do TCU
(Tribunal de Contas da União), deve voltar à
pauta do STF (Supremo Tribunal Federal) na
terça (3). O ministro Edson Fachin já votou pelo
afastamento dele do cargo até o encerramento
da ação penal.
NO MEIO
O debate deve rachar a 2ª Turma, onde tramita a
acusação de tráfico de influência.
CAMA DURA
Preso há uma semana na custódia da Polícia
Federal de Curitiba, o ex-diretor jurídico da
Odebrecht Maurício Ferro tem passado algumas
noites em um colchão no parlatório. O local é
reservado para conversas dos presos com seus
advogados, que falam com eles por uma janela
de vidro.
CELA ESPECIAL
Ferro, que é genro de Emílio Odebrecht, patriarca
da família, teve que dormir no local porque não
havia cela em que ele pudesse ficar sozinho. A PF
prefere deixar os presos isolados para evitar
representações junto à OAB.
NÔMADE
Ferro é retirado do local em dias de visita ou
quando há muitos advogados para falar com seus
clientes. Nesses momentos, ele fica com outros
presos.
SOLTA O SOM
A cantora Maria Bethânia se apresentou na festa
de 50 anos da Natura, na Casa Natura Musical,
em SP, na quarta (28). O rapper Emicida e a
cantora Vanessa da Mata compareceram, assim
como a atriz Fernanda Torres. Os cofundadores
da empresa, Guilherme Leal, Luiz Seabra e Pedro
Passos passaram por lá.
VESTIU A CAMISA
A única torcida organizada do Poços de Caldas
Futebol Clube (MG) em atividade diz que o
goleiro Bruno, recém-contratado pelo time, “com
certeza” terá o seu apoio e que vai bolar algum
canto de arquibancada para o atleta.
OLÉ
“Gritos e cantos sempre tivemos, mas buscamos
renovar a cada ano. Agora, não será diferente. O
mesmo vale para o Bruno. Vamos bolar algo,
sim”, diz Leonardo Santos, diretor da torcida
Kuatiloko, fundada em 2007.
MILHO
Data: 30/08/2019
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Grupo de Comunicação
Ex-jogador do Flamengo, Bruno Fernandes de
Souza foi condenado em 2010 pelo homicídio de
sua ex-companheira Eliza Samudio. A pena
imposta foi de 20 anos e 9 meses em regime
fechado. Ele conseguiu progressão para o regime
semiaberto e foi solto em 19 de julho.
TAMO JUNTO
"Claro que [a contratação de Bruno] gera
polêmica e até mesmo revolta na sociedade. Aqui
na cidade, não foi diferente. Há os que criticam e
os que são a favor”, afirma Santos. “Nossa parte
como torcida é apoiar o clube em quaisquer
circunstâncias.”
PÁGINAS
O novo livro do jornalista britânico Malcolm
Gladwell, “Falando Com Estranhos”, será lançado
no Brasil em novembro pela Sextante. A obra,
que foi indicada pela apresentadora americana
Oprah Winfrey como leitura obrigatória, já teve
os direitos vendidos para outros 26 países.
CHEQUE
Henrique Prata, presidente do Hospital de Amor,
vai reunir os representantes de empresas
parceiras de incentivos fiscais da instituição para
o evento anual de prestação de contas de 2018,
na próxima segunda (2).
COFRE VAZIO
Ele vai informar que o valor arrecadado, de R$
69,4 milhões, caiu em relação ao ano anterior.
Segundo Prata, o montante não foi suficiente
para custear o funcionamento e a manutenção de
todas as 34 unidades do hospital espalhadas pelo
Brasil. O objetivo é arrecadar 10% a mais em
2019.
ELE MERECE
O advogado e ex-deputado Sigmaringa Seixas
receberá o título de doutor honoris causa (post
mortem) do IDP (Instituto Brasiliense de Direito
Público). A instituição, que tem entre os sócios o
ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo
Tribunal Federal), fará a homenagem no
Congresso de Direito Constitucional que realiza
no fim de outubro, em Brasília.
PARA TODOS
O dono da construtora Cyrela, Elie Horn, o CEO
da Record TV Internacional, Marcelo Cardoso, a
apresentadora Patrícia Abravanel, sua mãe, Íris
Abravanel, e o CEO da Record, Marcus Vinícius
Vieira, foram ao jantar oferecido pelo secretário
de Comunicação da Presidência da República,
Fábio Wajngarten, e sua mulher, Sophie, em SP.
O evento, que incluiu palestra de Fábio Silva
sobre voluntariado, reuniu ainda o empresário
Luciano Hang, da Havan, e a bispa Sônia
Hernandes, e também Paulo Saad, vice-
presidente do Grupo Bandeirantes, e Neusa
Tahan.
CURTO-CIRCUITO
O advogado Sérgio Rosenthal coordena hoje o
30º Colóquio sobre o STF, em Campos do Jordão
(SP). O evento terá participação de Gilmar
Mendes, Carlos Ayres Britto e Dias Toffoli.
Eugênio Pacelli, Nefi Cordeiro e Sebastião dos
Reis Júnior lançam hoje o livro “Direito Penal e
Processual Penal Contemporâneos”.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabe
rgamo/2019/08/convite-de-doria-a-moro-e-visto-
como-desastre-por-aliados.shtml
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Data: 30/08/2019
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Grupo de Comunicação
Não é nada pessoal, é a realidade, diz
Bolsonaro após ataque a Doria
Um dia antes presidente disse que governador
paulista 'mamou' em governos do PT
Fábio Fabrini
BRASÍLIA
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) tentou
amenizar nesta sexta-feira (30) o tom de suas
críticas ao governador de São Paulo, João Doria
(PSDB), pela compra de um jatinho com juros
subsidiados do BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social) durante os
governos federais do PT.
Em entrevista, ele disse que sua posição em
relação ao negócio feito pelo tucano “não é nada
pessoal”. “Não estou atacando em hipótese
alguma o João Doria, estou mostrando a
realidade.”
Bolsonaro, no entanto, procurou novamente
vincular Doria às gestões petistas. O tucano é
potencial adversário dele nas eleições de 2022. O
tucano tem feito uma série de críticas indiretas à
atuação do presidente.
“No passado, quem era amigo do PT tinha
facilidade no governo. Não foi ilegal a compra do
jatinho dele, por R$ 40 milhões. Imoral é a taxa
de juros, porque, com todo o respeito, se você
precisasse fazer a mesma coisa, não ia
conseguir. Não era amigo do rei”, comentou.
Um dia antes, Bolsonaro havia dito em vídeo que
Doria havia "mamado nas tetas do BNDES", em
referência à compra de jatinho a juros
subsidiados do BNDES.
Doria reagiu nesta sexta, na Alemanha. "Nunca
precisei mamar em teta nenhuma", disse o
governador tucano. "Não vou entrar nessa
polêmica", afirmou.
"Essa informação já era pública. Já tínhamos
comprado, assim como o Luciano Huck, e não
tinha nenhuma caixa preta", disse Doria, citando
o apresentador de TV, que também é visto como
possível candidato nas próximas eleições
presidenciais.
Doria também reagiu à declaração de Bolsonaro
de que é "amigão do Lula, da Dilma". "Quero Lula
e Dilma distantes, se possível do Brasil, até. Que
fiquem onde estão, Lula na prisão e Dilma no
ostracismo."
Questionado sobre se Bolsonaro estaria
antecipando a campanha presidencial de 2022, o
governador disse que "não é hora de antecipar a
campanha. Continuo focado na administração de
São Paulo".
Segundo Doria, o presidente não deve ter tido a
intenção de atacá-lo, porque o caso da compra
dos jatos "não tem problema nenhum". "Não
devolvo a ofensa nem vou entrar dentro dessa
linha de confronto."
O BNDES divulgou neste mês uma lista com 134
contratos de financiamento de jatos executivos
da Embraer a juros subsidiados, no valor total de
R$ 1,9 bilhão.
A empresa Doria Administração de Bens, do
governador paulista, é uma das citadas, com um
empréstimo de R$ 44 milhões. Segundo o
governador, o financiamento é normal como
parte de uma competição internacional e
garante empregos e investimentos no Brasil.
Já Huck pegou R$ 17,7 milhões com o BNDES
por meio do Finame (Financiamento de Máquinas
e Equipamentos). O empréstimo se deu em 2013
por meio da empresa Brisair, da qual é sócio
junto com sua mulher, Angélica Huck.
Huck disse, em texto enviado à coluna da Mônica
Bergamo na semana passada, que o empréstimo
que fez junto ao BNDES para comprar um avião
foi "transparente, pago até o fim, sem atraso".
Não há indícios de ilegalidades nos empréstimos,
o que Bolsonaro reconheceu no vídeo.
PONTOS DE DISTANCIAMENTO ENTRE DORIA E
BOLSONARO
Corrupção
Governador não mantém na equipe membros
importantes com acusações de irregularidades,
mesmo sem provas. Caíram assim Gilberto
Kassab (Casa Civil), antes de assumir, e Aloysio
Nunes (InvestSP). Enquanto isso, o ministro do
Data: 30/08/2019
57
Grupo de Comunicação
Turismo, implicado no laranjal do PSL, segue no
cargo
GP Brasil
O presidente faz campanha aberta para tirar o GP
Brasil de Fórmula-1 de São Paulo para o Rio,
embora haja impedimentos técnicos. Doria
rejeita a ideia e diz que vai brigar para que a
prova siga em Interlagos
Ditadura
Bolsonaro sugeriu que o pai do presidente da
OAB não desapareceu na ditadura, e sim foi
morto por colegas de luta armada. Ele o fez sem
provas e sofreu críticas. Já Doria reagiu e criticou
o presidente, até porque teve o pai cassado pelo
regime de 1964
Moro
Desde que Sergio Moro entrou na linha de tiro
pelo caso The Intercept, Doria vem distribuindo
afagos ao ex-juiz. Já Bolsonaro tem subido a
temperatura da fritura do seu ministro, a ponto
de aliados do governador defenderem convidá-lo
para integrar seu governo.
Nepotismo
O tucano disse que não nomearia parente para
cargo público, ao comentar a indicação de
Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, para
ocupar a embaixada do Brasil em Washington
Extremismo
Em entrevista na China, Doria defendeu a
moderação e o centrismo na política como um
desejo da sociedade, e disse esperar que
Bolsonaro retomasse o caminho do diálogo após
uma série de declarações e acenos à fatia mais
radical de sua base eleitoral
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/08/n
ao-e-nada-pessoal-e-a-realidade-diz-bolsonaro-
apos-ataque-a-doria.shtml
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Data: 30/08/2019
58
Grupo de Comunicação
ESTADÃO Nova regra pode colocar Petrobrás entre as
maiores pagadoras de dividendos da Bolsa
Segundo especialistas, contudo, dividendos mais
robustos só devem ser depositados a partir de
2021
O Estado de S.Paulo
O conselho de administração da Petrobrás
aprovou nesta semana uma nova política de
remuneração aos acionistas. A alteração tem
potencial de colocar a empresa entre as maiores
pagadoras de dividendos da Bolsa. No entanto,
especialistas pedem paciência aos investidores,
uma vez que, para que a nova tabela entre em
vigor, a companhia precisa reduzir seu
endividamento bruto abaixo de R$ 60 bilhões. E
segundo os analistas do mercado, isso não deve
acontecer antes de 2021.
Pela nova diretriz, a Petrobrás passa a
condicionar sua dívida bruta como parâmetro
para pagamento de proventos aos investidores
que detém ações preferências (PN) da
companhia. Assim, se a dívida bruta da petroleira
estiver abaixo de US$ 60 bilhões, incluindo os
compromissos relacionados a arrendamentos
mercantis, a empresa poderá distribuir 60% da
diferença entre o fluxo de caixa operacional e os
investimentos.
Por outro lado, caso o valor da dívida bruta
esteja acima de US$ 60 bilhões, a Petrobrás
poderá distribuir os dividendos mínimos
obrigatórios previstos em lei e no Estatuto Social,
o que acontece hoje.
Os dividendos são parte do lucro das empresas
distribuído periodicamente aos acionistas.
Geralmente, empresas que são boas pagadoras
estão em estágio de crescimento avançado, não
necessitando de tantos investimentos para
financiar sua expansão.
Bem recebida
A novidade agradou o mercado. Os analistas
reiteraram o comunicado divulgado pela
petrolífera, segundo o qual a regra torna o
cálculo de pagamento de dividendos mais
objetivo e transparente para quem detém ações
preferenciais (PN) da estatal.
Em relatório, o banco Santander avalia a decisão
como positiva, uma vez que alinha melhor o
pagamento de proventos com geração de caixa,
capex (sigla em inglês para o montante
destinado ao investimento na capacidade
produtiva da empresa) e endividamento.
Segundo o Santander, a diretriz equilibra melhor
a sustentabilidade financeira e a capacidade de
investimento da estatal.
No texto, os analistas Christian Audi, Gustavo
Allevato e Rodrigo Almeida pedem paciência ao
investidor. Segundo os especialistas, não há
previsão de se baixa esse montante abaixo dos
R$ 60 bilhões em menos de dois anos.
Atualmente, a dívida bruta da Petrobrás gira em
torno de US$ 110 bilhões.
O banco Morgan Stanley é outro que comemorou
a decisão. "Saudamos a nova política de
dividendos da Petrobrás. Ela preserva a estrutura
de capital e compartilha fluxos de caixa futuros
com acionistas minoritários. Um melhor yield de
dividendos poderia fazer com que a ação da
Petrobrás negociasse nos mesmos termos de
uma grande multinacional privada do petróleo
(IOC)", apontam os analistas do Morgan Stanley.
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,
nova-regra-pode-colocar-petrobras-entre-as-
maiores-pagadoras-de-dividendos-da-
bolsa,70002989516
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Data: 30/08/2019
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Grupo de Comunicação
O papel do Brasil na catástrofe climática
Em seu próprio interesse, o País deve reverter a
destruição da Floresta Amazônica
Vinod Thomas*, O Estado de S.Paulo
30 de agosto de 2019 | 03h00
O Brasil e diversos outros países deveriam
alarmar-se pelo fato de que as evidências
científicas sobre a urgência de reverter o
aquecimento do planeta estão em desacordo com
as realidades em cada região. As emissões de
dióxido de carbono (CO2), a principal fonte do
aquecimento global, vêm aumentando nos
principais países emissores: China, Estados
Unidos e Índia. Para coroar essa tendência
inquietante, o Brasil, sob o novo governo,
depara-se com um aumento dos incêndios na
Amazônia. Por estar na linha de frente dos riscos
naturais, o Brasil deve reverter a tendência do
desmatamento em prol da saúde e do bem-estar
de sua população, assim como dos países
vizinhos.
A eleição de Jair Bolsonaro no Brasil, tal como a
de Donald Trump nos Estados Unidos, adotou a
falsa premissa de que a promoção de uma ampla
“desregulamentação” do meio ambiente
impulsionaria o crescimento econômico. A
evidência clara, contudo, é que o esgotamento
do capital natural, como as florestas no Brasil, só
prejudicou o crescimento no longo prazo,
especialmente para a população de baixa renda.
Nos últimos 50 anos não houve nenhuma
retomada do crescimento no País devida à
exploração madeireira ilegal e aos incêndios
florestais. De fato, observou-se o inverso,
especialmente quando os períodos de menor
desmatamento coincidiram com um crescimento
relativamente forte, em particular na agricultura.
O sensoriamento remoto do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe) indicou um aumento
do desmatamento desde a posse do novo
governo, em janeiro. Da mesma forma, o número
de incêndios florestais de janeiro a agosto deste
ano é o maior desde 2011, com um aumento de
82% comparado ao número de 2018. As
temperaturas locais estão subindo rapidamente
acima das tendências globais, produzindo
estações mais secas no sul da Amazônia, além de
secas generalizadas que favorecem a propagação
de incêndios. O Centro Nacional de
Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais
adverte sobre um ponto de inflexão acima do
qual o ecossistema da floresta tropical poderá
entrar em colapso.
No mundo inteiro, as emissões de carbono
levaram a concentração de CO2 atmosférico
atingir 415 partes por milhão (ppm) em maio,
pressionando o aumento das temperaturas
globais. No ritmo atual das emissões, o limite
catastrófico de 450 ppm poderá ser ultrapassado
em menos de 15 anos. O Brasil, como os Estados
Unidos, vem enfrentando extremos do clima, com
temperaturas mais altas intensificando secas,
tempestades e inundações juntamente com os
sinais de elevação do nível do mar.
Diante desse cenário, é vital que o Brasil invista
fortemente em adaptação, antecipando ajustes
da economia às mudanças causadas pelo
aquecimento global. Japão, Holanda e Cingapura
são líderes na construção de defesas contra a
elevação do nível do mar. É certo que a renda
per capita dessas nações é 4,5 vezes maior que a
do Brasil, mas, infelizmente, a mudança climática
não leva em conta as diferenças de renda entre
os países. Em todo caso, as nações com renda
média e baixa pagam um preço mais elevado
pelas consequências traduzidas por mortes e
destruição.
Visto sob a perspectiva dessa realidade, o Brasil
não tem atuado de modo suficiente para reforçar
suas defesas contra as mudanças do clima. A
prioridade das despesas com gestão dos
desastres naturais deve aumentar de modo
significativo, talvez multiplicar. Uma das
principais ameaças que o Brasil enfrentará é o
provável impacto na produção agrícola causado
pela mudança nos padrões pluviométricos no
cinturão de grãos do Centro-Oeste do País. O
desmatamento em larga escala na Amazônia
certamente afetará o clima em proporções
continentais. É urgente ampliar a resiliência da
agricultura, da pesca e dos sistemas de saúde e
energia.
No entanto, a adaptação sem mitigação para
descarbonizar as economias não acompanhará o
ritmo das mudanças climáticas descontroladas.
Todos os países, mas especialmente os maiores
emissores – China, Estados Unidos e Índia –
precisam substituir os combustíveis fósseis por
fontes de energia renováveis. As notícias boas
são de que a energia solar fotovoltaica e a
energia eólica, ambas não emissoras de carbono,
se tornaram as principais opções em todo o
mundo. O custo médio dessas fontes de energia
Data: 30/08/2019
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renovável se situa agora na faixa de custo dos
combustíveis fósseis.
Mesmo assim, os combustíveis fósseis
correspondem a mais de dois terços da
necessidade global de energia. Uma razão é ser
ainda baixo o uso da energia renovável no
transporte, nas residências e nos processos
industriais. As políticas destinadas à promoção
das energias renováveis e da eficiência
energética na indústria e nos edifícios são
esparsas. Além disso, o CO2 relacionado à
energia também vem aumentando por causa do
maior consumo de combustíveis fósseis,
incentivado por subsídios governamentais. Em
termos globais, esses subsídios em 2018
totalizaram cerca de US$ 400 bilhões.
Os riscos de catástrofes maiores e mais
frequentes causadas pelos desequilíbrios do clima
nos impõem tomar medidas imediatas. Nosso
prazo para agir são os próximos anos, na
vigência dos atuais governos. As mudanças no
Brasil poderão ser ainda mais dramáticas pela
possibilidade de a Amazônia, sem controle do
desmatamento, deixar de ser um reservatório de
carbono fixado na floresta para ser uma grande
fonte emissora, afetando a saúde, o bem-estar e
a economia dos brasileiros e seus vizinhos.
China, Estados Unidos e Índia devem promover
uma mudança radical e substituir os
combustíveis fósseis por energias renováveis. E o
Brasil, por compromisso com seu próprio futuro,
deve reverter a destruição da Floresta
Amazônica.
*Ex-diretor do Banco Mundial no Brasil e autor de
‘o brasil visto por dentro’ (josé olympio, 2006), e
‘climate change and natural disasters’(routledge,
2018). E-mail: vndthomas49@gmail.com
https://opiniao.estadao.com.br/noticias/espaco-
aberto,o-papel-do-brasil-na-catastrofe-
climatica,70002988790
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Data: 30/08/2019
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Grupo de Comunicação
'Nunca mamei em teta nenhuma', diz Doria
após ataque de Bolsonaro
Em live na quinta, presidente voltou a questionar
compra de avião pelo tucano com financiamento
do BNDES
Célia Froufe, O Estado de S. Paulo
BERLIM - O governador de São Paulo, João Doria,
disse nesta sexta-feira, 30, que nunca precisou
contar com benesses durante sua carreira, em
uma resposta ao presidente Jair Bolsonaro. Em
live na quinta à noite, Bolsonaro afirmou que
Doria "estava mamando" no governo do PT,
referindo-se, mais uma vez, à compra de aviões
com financiamento do BNDES. "João Doria,
comprou também? Explica isso aí. Só peixe,
amigão do Lula e da Dilma." Em Berlim, o
governador foi questionado pelo Broadcast se
manteria alguma relação de amizade com os ex-
presidentes do PT. "Não, ao contrário. Tenho
posição bem distinta. Nunca precisei mamar em
teta nenhuma."
Ainda sobre os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da
Silva e Dilma Rousseff, ele continuou: "Quero
Lula e Dilma distantes. Se possível, do Brasil até.
Que fiquem, se possível, onde estão: Lula na
prisão e Dilma no ostracismo", afirmou.
Doria foi abordado por jornalistas brasileiros em
Berlim, na Alemanha, onde está para participar
de uma apresentação da Volkswagen sobre
compartilhamentos de veículos. Na véspera, ele
estava em Wolfsburg, sede mundial da
montadora alemã, que confirmou o investimento
de R$ 2,4 bilhões em plantas para São Paulo de
um total de R$ 7 bilhões já anunciados
anteriormente.
No início da entrevista, o governador disse que
não entraria na polêmica com o presidente e que
responderia de forma "serena e equilibrada" à
questão. "O financiamento do avião que
compramos, um Legacy 650, foi feito juntamente
com outros 135 financiamentos de aviões
executivos para empresas brasileiras e
internacionais. É assim no mundo: os
competidores da Embraer também financiam os
aviões executivos e com isso gerou empregos,
impostos e oportunidades para brasileiros aqui
por meio da Embraer, que disputa o mercado
mundial com outros três competidores", afirmou.
Para o governador, não há problema em divulgar
a informação, que já era pública. "Assim como no
caso de Luciano Huck", acrescentou. O
apresentador de televisão também já havia sido
mencionado por Bolsonaro e, assim como Doria,
é um potencial candidato à próxima eleição
presidencial. "Luciano Huck, que teta hein? Sou o
último capitulo do caos?! Não foi ilegal a compra
(de Huck), reconheço, mas só pra peixe", disse o
presidente.
Doria afirmou que, além de não haver
irregularidade dos financiamentos, a informação
não revela "nenhuma caixa preta". "Até porque o
financiamento foi feito pelo BNDES junto à
Embraer, não apenas para estes que foram
divulgados como para outros também, é normal",
defendeu. "Faz parte de uma competição
internacional e a Embraer deve ter financiamento
feito pelo BNDES; não há irregularidade nisso",
acrescentou.
Para ele, o banco de fomento deveria divulgar os
investimentos feitos pelo Brasil em Cuba, na
Bolívia e na Venezuela. "(Sobre) Esses, como
cidadão brasileiro, quero conhecer mais
detalhes", afirmou. "É hora de fazer
administração, gestão, por isso não entro nessa
polêmica com o presidente Bolsonaro: estou
focado na gestão do Estado de São Paulo e não
devolvo a ofensa e nem vou entrar na linha de
confronto."
*A repórter viajou de Wolfsburg a Berlim a
convite da Volkswagen
https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,nu
nca-mamei-em-teta-nenhuma-diz-doria-apos-
ataque-de-bolsonaro,70002989388
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Data: 30/08/2019
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Grupo de Comunicação
Olavo de Carvalho defende ocupação militar
da Amazônia
Ao receber homenagem em Washington, escritor
diz que Macron ‘conseguiu unir Brasil em torno
de Bolsonaro’
Beatriz Bulla, Correspondente / Washington
O escritor Olavo de Carvalho defendeu a
“ocupação militar” da Amazônia como forma de
defesa contra interferências estrangeiras e
afirmou que o Brasil “saiu ganhando muito” com
a reação internacional sobre as queimadas na
região. Na avaliação do escritor, o presidente
francês, Emmanuel Macron, “conseguiu unir o
Brasil em torno do (presidente Jair) Bolsonaro”.
Macron tem sido uma das vozes mais críticas à
política ambiental de Bolsonaro desde o G-20,
em julho, e levou o tema das queimadas na
Amazônia ao G-7, no último final de semana. Em
transmissão nas redes sociais nesta quinta-feira,
29 Bolsonaro chamou de “esmola” a oferta de
US$ 20 milhões do G-7 para ajudar a combater a
crise ambiental na Amazônia. O Planalto tenta
isolar Macron em meio à repercussão
internacional negativa sobre a política ambiental
de Bolsonaro e ao aumento nas queimadas e
desmatamento na região. Diplomatas consideram
o questionamento à política brasileira, que
ocupou a primeira página de jornais estrangeiros
no último final de semana, como a maior crise
diplomática recente do País.
“Nós devíamos ter agradecido ao senhor Macron,
que foi o grande cabo eleitoral do Bolsonaro. Saiu
tudo ao contrário do que ele esperava, se deu
muito mal. Agora, essa ideia de uma intervenção
estrangeira na Amazônia é absurda. Nenhum
governo jamais aceitaria uma coisa dessas. Ele
conseguiu unir o Brasil em torno do Bolsonaro.
Qualquer presidente que estivesse lá
representaria a unidade nacional, falaria não, nós
não queremos esses caras mandando em nós, é
muito simples”, afirmou Olavo a jornalistas, após
receber homenagem na embaixada do Brasil em
Washington.
Em maio, Bolsonaro condecorou Olavo com o
grau máximo da Ordem Nacional de Rio Branco,
de Grã-Cruz, indicado para autoridades de alta
hierarquia. Segundo o Itamaraty, a Ordem
Nacional de Rio Branco é uma comenda que o
presidente do Brasil atribui a personalidades que
“pelos seus serviços ou méritos excepcionais, se
tenham tornado merecedoras dessa distinção”.
Como o escritor vive na Virgínia, nos Estados
Unidos, a cerimônia para receber a homenagem
foi feita na embaixada em Washington.
O evento foi conduzido por Nestor Forster –
encarregado de negócios em Washington, atual
chefe da embaixada brasileira. Amigo pessoal de
longa data do escritor, Forster é um diplomata
considerado alinhado com a chamada ala
ideológica do governo Bolsonaro. Ele foi
responsável por apresentar o chanceler, Ernesto
Araújo, a Olavo de Carvalho.
Forster está encarregado pela embaixada do
Brasil em Washington desde meados de junho,
quando foi promovido ao primeiro escalão da
carreira de diplomata. A cadeira de embaixador
estava vaga desde o início do mês, com a volta
do então embaixador, Sérgio Amaral, ao Brasil. A
expectativa na embaixada era de que Forster,
considerado um diplomata alinhado com o
governo Bolsonaro, fosse o nomeado para o
cargo. Em julho, no entanto, o presidente
anunciou o desejo de indicar o filho Eduardo
Bolsonaro, deputado federal pelo PSL-SP, para a
vaga.
Ao falar com jornalistas ao final do coquetel em
que recebeu a homenagem, Olavo disse que
“medidas legais e fiscalização” não adiantam
para defender a Amazônia de interesses
estrangeiros e defendeu a “ocupação militar”.
“A única coisa que adianta é o que ele disse, tem
que mandar o exército para lá. O resto tudo não
adianta, medidas legais, fiscalização, nesse
sentido, também não adianta, aquilo tem que ser
ocupado militarmente. A Amazônia é nossa e tem
que afirmar o poder nacional lá e acabou. A
ocupação militar é fundamental, você não pode
deixar um território à mercê de um invasor
estrangeiro e reclamar que eles estão indo lá. A
presença da autoridade é a base, é o negócio do
olho do dono”, afirmou o escritor.
Questionado se corrobora a ideia de que há
ameaça de uma invasão estrangeira na
Amazônia, o escritor criticou “ONGs e empresas”
que, segundo ele, têm uma “influência terrível”,
sem dar detalhes. Ele também voltou a criticar a
imprensa nacional e estrangeira.
Durante o discurso na cerimônia que o
homenageou, Olavo de Carvalho disse que
considera Bolsonaro o “melhor presidente que
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Grupo de Comunicação
nós já tivemos” pela sua “honestidade”. “Não
tenho menor ideia de quais são ideias políticas
dele. Ah, é a ideologia dele? Não tenho menor de
ideia de qual é a ideologia dele. Mas eu sei que
ele é um sujeito honesto e que vai dar o melhor
de si para resolver os problemas reais e isso ele
realmente está fazendo. E eu considero então
que o meu trabalho é um pedacinho deste
governo”, afirmou. O escritor, que rejeita o rótulo
de guru de Bolsonaro, disse que irá “continuar
ajudando em tudo o puder” o governo.
Antes dele, Forster fez um discurso de
homenagem de quase 20 minutos. “O professor
venceu a ditadura esquerdista que dominava a
vida intelectual brasileira até poucos anos atrás,
fingindo possuir o monopólio do que poderia ser
pensado”, disse o diplomata, que se referiu ao
escritor como “querido amigo”. Forster ainda
afirmou que a homenagem não era “apenas” do
presidente, do chanceler e “de todo o Itamaraty”,
mas de “todos os brasileiros de bem que,
cansados de ver a pátria aviltada e assaltada por
criminosos, saíram às ruas em protesto com
cartazes em que proclamavam 'Olavo tem
razão'”.
A cerimônia aconteceu na residência do
embaixador em Washington, entre pães de queijo
e brigadeiros. Depois, um pequeno grupo
permaneceu para um jantar oferecido a Olavo e
sua família. O cardápio incluiu uma entrada de
nome “Olavo's soup” – ou “sopa do Olavo” – em
homenagem ao convidado. O escritor permanece
em Washington até sexta-feira e deve se
encontrar com o filho do presidente deputado
Eduardo Bolsonaro e com Araújo, que estarão na
capital americana para um encontro com o
presidente Donald Trump.
https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/
geral,olavo-de-carvalho-defende-ocupacao-
militar-da-amazonia,70002988874
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Data: 30/08/2019
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VALOR ECONÔMICO Fogo e desmate ameaçam negócios
florestais
Por Stella Fontes | De São Paulo
O questionamento de dados do Instituto Nacional
de Pesquisa Espacial (Inpe) pelo presidente Jair
Bolsonaro e o maior número de incêndios na
região amazônica nesta temporada reacenderam,
com boa dose de desinformação, o debate sobre
o avanço do desmatamento no Brasil e a atuação
das madeireiras, historicamente associadas à
destruição das florestas nativas. De fato há um
problema grave de extração ilegal no Brasil. Mas
a dimensão que o assunto ganhou nas últimas
semanas, e a confusão entre exploração legal e
irregular, trazem riscos para o comércio de
madeira nativa certificada e para o segmento de
florestas plantadas, que juntos faturam mais de
R$ 100 bilhões ao ano e alcançaram posição de
protagonismo global justamente por causa do
manejo sustentável.
A madeira oriunda de floresta nativa brasileira
representa cerca de 10% da produção total do
insumo, hoje fortemente baseada no plantio de
eucalipto e pinus, diz o sócio diretor do grupo
Index e da Forest2Market do Brasil, Marcelo
Schmid. Segundo dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) compilados pela
consultoria americana, enquanto a produção de
madeira a partir de florestas plantadas foi de
216,7 milhões de metros cúbicos em 2017, a de
madeira nativa ficou em 35,6 milhões de metros
cúbicos. "A tendência é cada vez mais plantar
pinus e eucalipto", avalia.
Espalhados em diferentes regiões, são 7,8
milhões de hectares de árvores plantadas no
país, dos quais mais de 6 milhões certificados
com selos como o do FSC (do inglês Forest
Stewardship Council), que, especialmente na
Europa, funciona como pré-condição para o
comércio de produtos florestais. Além disso, para
cada hectare de plantio, há 0,7 hectare de
conservação, segundo números da Ibá,
associação que reúne as empresas de base
florestal.
A maior parte dessa madeira abastece os
produtores de papel e celulose, mas fabricantes
de painéis e pisos laminados, fornecedores de
carvão vegetal para a indústria siderúrgica e de
produtos sólidos de madeira também são
consumidores. O mercado externo tem baixa
representatividade no comércio de toras. No ano
passado, segundo a Forest2Market, as
exportações de toras de eucalipto ficaram em
234 mil toneladas, e 90% do total foi destinado à
China.
Da área total plantada no país, 35% pertencem
aos produtores de celulose e papel, 30% estão
nas mãos de produtores independentes, 13% são
destinados à produção de carvão vegetal, 9%
estão com investidores financeiros, 6% atendem
à fabricação de painéis de madeira e pisos
laminados e 7% são transformados em produtos
sólidos de madeira e outros fins.
Há uma semana, a Ibá alertou que as ações de
desmatamento e incêndio ilegais na Amazônia
iriam custar caro ao país, em carta aberta
assinada por seu presidente, Paulo Hartung. "São
irresponsáveis e não representam a mentalidade
de um mundo moderno, conectado com a
bioeconomia, que tanto buscamos e vai custar
caro ao Brasil, para o mundo e para as próximas
gerações", disse.
O estrago pode ser significativo. Os produtos
florestais são o terceiro item da pauta de
exportações do país, atrás apenas de soja e
derivados e carnes, com embarques de US$ 14,2
bilhões em 2018, segundo dados da Secretaria
de Comércio Exterior (Secex) compilados pelo
Ministério da Agricultura. O valor, 23% maior do
que o registrado no ano anterior, é bem maior do
que o que se exporta de açúcar e etanol e café,
por exemplo.
De acordo com Marcelo Schmid, da
Forest2Market, a desinformação é, neste
momento, o problema mais grave para a
indústria brasileira de base florestal. "O
Data: 30/08/2019
65
Grupo de Comunicação
desmatamento é ilegal e precisa ser combatido.
Mas a falta de informação acaba contaminando
todo o setor", afirma ele, acrescentando que a
situação atual impõe riscos à imagem e aos
negócios - legais - na área.
Para a diretora-executiva do FSC Brasil, Aline
Tristão Bernardes, o momento é delicado e é
preciso diferenciar desmatamento e manejo
florestal responsável. "O papel consumido nesse
país não vem de floresta nativa. São árvores
plantadas para esse fim, que promovem o
emprego e geram renda", afirma. "O Brasil é
líder mundial nesse sentido e é preciso cuidado
com os discursos que levam a retrocessos".
Quase 90% da certificação FSC no Brasil diz
respeito a plantios de pinus ou eucalipto, mas
tudo o que vem da floresta, nativa ou plantada, é
certificável. Nos últimos anos, o setor garantiu
uma plataforma de diálogo sobre o uso das
florestas, incluindo as comunidades no debate,
mas há temores crescentes. Entre eles está o
Projeto de Lei 2.362, do senador Flávio
Bolsonaro, que revoga todo o capítulo que trata
da reserva legal no Código Florestal.
Se a proposta passar, alerta Aline, haverá uma
inundação no mercado de madeira "legal",
mesmo que proveniente de desmatamento, e que
não receberá o selo do FSC - o órgão não
certifica nada que venha de área desmatada
depois de 1994, dois anos depois da Eco-92,
quando foi lançado seu embrião. "O mercado
está questionando o aumento do desmatamento,
mas o país tem as ferramentas para garantir o
bom uso de suas florestas, em especial a
Amazônia", afirma a diretora do FSC.
Há duas semanas, o presidente da Suzano,
Walter Schalka, convocou as empresas de base
florestal a elevar o nome do setor globalmente.
"Temos de aumentar a nossa voz. Não podemos
permitir o desmatamento da floresta amazônica",
afirmou. A Ibá, na carta aberta, destaca que
seria positivo se o governo abrisse um canal de
diálogo com o setor para, em conjunto, "discutir
e propor soluções urgentes, sem levar o debate
para o lado do partidarismo ou viés ideológico
(...) Chegamos em um momento em que é
preciso ações integradas para garantir o
desmatamento ilegal zero na Amazônia e no
Brasil. Defender o meio ambiente e o futuro do
Brasil é de responsabilidade de todos nós".
https://www.valor.com.br/agro/6413907/fogo-e-
desmate-ameacam-negocios-florestais
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Data: 30/08/2019
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Grupo de Comunicação
Madeira nativa é destinada ao Sul e Sudeste
do país
Por Marina Salles | De São Paulo
Apesar de ter a maior floresta do mundo, o Brasil
responde por apenas 1,6% do mercado de
exportação de madeira nativa. O segmento é
liderado pelo Canadá, que tem participação de
22% em uma movimentação total da ordem de
US$ 35 bilhões por ano, de acordo com Rafael
Mason, presidente do Centro das Indústrias
Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado
de Mato Grosso (Cipem).
Ele explica que, no Brasil, a maior parte dos
negócios se dá no mercado interno, sobretudo
com as regiões Sul e Sudeste, e que a madeira
nativa exportada pelo país, que representa
apenas 2% da produção, sai serrada ou pronta
para construção de pisos e decks na Ásia, nos
Estados Unidos, na União Europeia e no Oriente
Médio. Mason, que também é produtor, conta
que protagonismo do Brasil não é maior por
causa de dificuldades no processo de obtenção de
licenças ambientais e de desinformação sobre a
cadeia produtiva.
"Muita gente acredita que a compra de madeira
da floresta Amazônica prejudica o bioma. Mas, na
verdade, é o que garante que a floresta se
mantenha em pé", afirma. Conforme dados da
Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso
(Sema), existe atividade florestal em 44 dos 141
municípios de Mato Grosso e o segmento é a
quarta maior fonte de renda do Estado. Mato
Grosso é segundo maior produtor de madeira
nativa do país, atrás apenas do Pará.
A família de Mason, que é dona da SM Agro
Florestal, trabalha há mais de 45 anos nesse
mercado e se dedica ao manejo florestal
sustentável em uma propriedade de 20 mil
hectares em Aripuanã, no centro-leste mato-
grossense. "Fazemos a retirada das árvores em
esquema de rotação, com licença de extração
válida por um ano, considerando-se o período
seco. Em uma área do tamanho de um campo de
futebol, temos permissão para tirar cinco árvores
por ano [no período seco]. Depois, essa área
precisa descansar por 25 anos até um novo
manejo".
Mauren Lazzaretti, secretária de Meio Ambiente
de Mato Grosso, informa que há duas formas de
trabalhar com manejo florestal sustentável no
Brasil. Uma delas é dentro de áreas de reserva
legal, geralmente como atividade complementar
de um produtor rural, e a outra é em fazendas
com vocação florestal, como é o caso dos Mason.
Nas duas situações, é feito um cálculo durante o
processo de licenciamento do manejo para
resguardar árvores porta-sementes, espécies
vulneráveis e também protegidas de corte. Em
situações como a da SM, Mauren afirma que
também têm de ser verificadas a reserva legal e
área de preservação permanente (APP).
Em Mato Grosso, atualmente existe manejo
florestal sustentável em 3,7 milhões de hectares,
e a Sema estima ser possível chegar a 6 milhões
de hectares em áreas privadas. Segundo o órgão,
as espécies nativas de interesse econômico, e
com maior comercialização, são o cambará (18%
do total), o cedrinho (15%) e a cupiúba (10%).
No que tange a exportação, o negócio rendeu R$
90 milhões no Estado em 2018, com a venda de
86 mil metros cúbicos de produtos de madeira
nativa, conforme o Cimpe, que tem cerca de 600
associados. No Pará, a Associação da Cadeia
Produtiva Florestal da Amazônia (Unifloresta),
que tem 165 membros, contabilizou receita de
R$ 830 milhões com a exportação de madeira
nativa e derivados no ano passado,
correspondentes a 2,7 milhões de metros
cúbicos.
Murilo Araújo, diretor e fundador da Unifloresta,
afirmou que a atividade vem crescendo com os
múltiplos esforços do segmento para corrigir
desvios e conquistar confiabilidade. Vendo a
necessidade dos importadores de checarem a
origem da madeira nativa brasileira, a Unifloresta
criou uma consultoria que presta serviço somente
a clientes estrangeiros que querem adquirir
madeira do Brasil, Bolívia e Colômbia.
Data: 30/08/2019
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Grupo de Comunicação
Esse programa conta hoje com 40 profissionais
de diversas especialidades. "O nosso Programa
de Verificação Legal faz a checagem dos
documentos das empresas da cadeia, verifica se
elas estão ativas, se estão na lista do trabalho
escravo, observa sua ação por imagens de
satélite e consegue levantar até a legalidade da
rota de transporte da madeira", diz Araújo.
Segundo ele, o processo elimina 85% do risco de
compras com qualquer irregularidade.
Além dessa iniciativa, a Unifloresta também
promove o Due Diligence, programa que prevê
visitas a áreas de manejo para realização de
auditorias. "Nesse caso, são engenheiros que vão
até o local, fazem uma avaliação e emitem um
laudo, que trata das práticas de manejo,
abertura de estradas etc, atendendo a padrões
regulatórios americanos e europeus", afirma
Araújo.
"De qualquer forma, o setor florestal no Brasil
ainda gera desconfiança em razão da exploração
ilegal feita por uma minoria e das acusações que
nos fazem", disse. Mencionando a divulgação dos
dados de aumento de 57% no desmatamento na
Amazônia em junho deste ano ante o mesmo
mês de 2018, pelo Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe), ele se queixou da
associação feita por veículos de imprensa dos
desmates à figura do madeireiro. "Colocam na
televisão imagens de toras indiscriminadamente,
sendo que muitas dessas áreas são abertas pela
agricultura e pecuária".
https://www.valor.com.br/agro/6413909/madeir
a-nativa-e-destinada-ao-sul-e-sudeste-do-pais
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Data: 30/08/2019
68
Grupo de Comunicação
Dividendo da Petrobras pode quadruplicar Por André Ramalho | Do Rio
Os dividendos pagos pela Petrobras só vão
aumentar de forma significativa quando a dívida
da estatal cair abaixo de US$ 60 bilhões. Hoje, a
dívida está em US$ 101 bilhões, o que faz o
Credit Suisse acreditar que apenas em 2021 a
nova política de dividendos, anunciada ontem,
melhore a remuneração dos acionistas.
O banco calcula que o pagamento anual, pela
nova fórmula, alcance entre US$ 8 bilhões e US$
12 bilhões. Até lá, a estatal pagará o mínimo
legal: 25% do lucro líquido ajustado. Em 2018, a
conta atingiu US$ 1,85 bilhão. Desde 2015, a
dívida da Petrobras vem diminuindo graças à
política de desinvestimento.
Os investidores reagiram bem à nova
sistemática. Na B3, a ação ordinária (com direito
de voto) valorizou-se 3,76% e a preferencial,
3,7%.
https://www.valor.com.br/empresas/6414007/di
videndo-da-petrobras-pode-quadruplicar
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Data: 30/08/2019
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Grupo de Comunicação
Elo comércio-ambiente vai pesar mais em
acordos
Por Assis Moreira | De Genebra
"A política comercial tornou-se um instrumento
para a política climática", avisou o presidente da
Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, diante
do presidente Jair Bolsonaro, ao anunciarem o
acordo de livre comércio UE-Mercosul, no dia 29
de junho, em Osaka (Japão).
Para Juncker, o acordo amarrava os países com
"compromissos assumidos para acabar com o
desmatamento na Amazônia, por exemplo".
Agora, a discussão sobre o futuro do tratado com
o Mercosul prossegue na agenda Europeia, no
rastro das queimadas na Amazônia e de ameaças
crescentes de alguns países de não ratificarem o
compromisso.
Na verdade, o forte vínculo entre comércio e
ambiente deverá pesar cada vez mais em
qualquer acordo comercial que o Brasil, com o
resto do Mercosul, tentar negociar.
O Canadá enfrentou nesta semana cobranças
para frear negociações de um acordo com Brasil,
Argentina, Paraguai e Uruguai. O governo de
Justin Trudeau reagiu prometendo que nas
negociações vai buscar com o Brasil uma
proteção mais forte para a Amazônia, incluindo
compromissos de reflorestamento e combate à
exploração ilegal de madeira.
A negociação de acordos comerciais com o Brasil
e o Mercosul tornou-se politicamente mais
sensível depois da chegada ao poder de Jair
Bolsonaro, que a revista "The Economist"
apontou como "provavelmente o chefe de Estado
mais perigoso no mundo para a área ambiental".
A percepção externa é de que as políticas de
Bolsonaro levam ao uso de recursos da Amazônia
em agricultura e mineração que provocam
queimadas e mais desmatamento.
Pouco antes da conclusão do acordo UE-
Mercosul, mais de 600 cientistas europeus e 340
organizações da sociedade civil se mobilizaram
pedindo para a Comissão Europeia abandonar a
negociação por verem uma deterioração
dramática na situação ecológica no Brasil. O
tamanho da oposição deverá aumentar quando a
discussão de ratificação chegar ao Parlamento
Europeu.
Na Suíça, também há repercussões políticas com
o acordo que o país acabou de concluir com o
Mercosul, como membro do EFTA (Associação
Europeia de Livre Comércio). Grupos opositores
avisaram que, se o Parlamento ratificar o tratado
EFTA-Mercosul, eles vão colher assinaturas para
um referendo popular, no qual o povo dirá se
aceita ou não esse compromisso.
Ontem o governo suíço recebeu petição com
mais de 65 mil assinaturas contra o acordo com o
Brasil. Uma questão que incomoda os suíços é
que o acordo tem cláusulas de desenvolvimento
sustentável que não são acompanhadas de
medidas de controle consideradas eficazes.
A secretária de Estado da Economia, Marie
Gabriele Ineichen-Fleisch, retrucou que a Suíça
não é favorável a sanções e prefere a cooperação
para convencer os parceiros a implementar os
compromissos.
Também no exterior alguns observadores notam
a tentativa de Bolsonaro de articular com Donald
Trump assistência à Amazônia, em contraponto à
ajuda proposta pelo G-7. Além da credibilidade
zero de Trump nessa área, os EUA são
competidores tradicionais do Brasil na
agricultura. Se a carne brasileira em algum
momento sofrer sanção na Europa, os
americanos certamente se beneficiarão dessa
situação.
Além do Canadá, o Mercosul negocia no
momento com a Coreia do Sul e Cingapura. O
governo do Japão ainda hesita em abrir
negociações com o Mercosul até agora, em razão
da forte competitividade da agricultura brasileira.
https://www.valor.com.br/brasil/6413967/elo-
comercio-ambiente-vai-pesar-mais-em-acordos
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Data: 30/08/2019
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Grupo de Comunicação
O novo normal dos negócios é aliar lucro a
critérios mais sustentáveis de aplicação
Por Vanessa Adachi | De São Paulo
Quando 181 CEOs de empresas americanas
divulgaram no dia 19 de agosto um manifesto
indicando que a era da supremacia dos acionistas
está chegando ao fim e deve ceder espaço a um
modo de se fazer negócios que valorize
consumidores, funcionários, fornecedores e as
comunidades onde estão inseridas, o mundo dos
negócios parou para ouvir. Afinal, não é todo dia
que os chefes de algumas das maiores
companhias dos EUA, como Amazon, J.P.Morgan,
Apple, Pepsi e Walmart, se unem para declarar
que o lucro não deve ser seu único objetivo e que
as empresas, e não só os governos e as
entidades filantrópicas, são responsáveis pelo
bem-estar da sociedade.
O forte posicionamento público desses líderes
empresariais da maior economia capitalista do
mundo, embora tenha ficado por ora apenas no
campo das intenções, trouxe para o centro do
debate das rodas de negócios e finanças uma
agenda de investimentos sustentáveis e de
impacto que é cultivada por setores ainda vistos
como um nicho pelo mainstream econômico.
"Eles estão respondendo a algo no 'zeitgeist'",
disse Nancy Koehn, historiadora da Harvard
Business School ao "The New York Times", ao
comentar o manifesto. "Eles perceberam que
'business as usual' não é mais aceitável."
No domingo, dia 25, num anúncio de página
inteira no "The New York Times", um grupo de
empresas conhecidas como B Corporations
respondeu ao manifesto dos CEOs reunidos no
Business Roundtable. Sob a frase "let's get to
work" em letras garrafais, executivos e acionistas
de companhias que integram o chamado Sistema
B saudaram a novidade, mas convocaram os 181
líderes a partir para a prática.
"Somos um grupo de negócios de sucesso que
atende aos mais altos padrões de impacto
positivo verificado para nossos trabalhadores,
clientes, fornecedores, comunidades e o meio
ambiente", dizia o texto, que arrematava
afirmando que "o propósito do capitalismo é
trabalhar por todos e pelo longo prazo". Entre os
signatários do anúncio estava Guilherme Leal,
cofundador da brasileira Natura, uma das
maiores empresas B do mundo e certamente a
maior no Brasil.
O movimento de empresas B nasceu em 2006
nos EUA e hoje está presente em 64 países e
envolve quase 3 mil empresas, que foram
certificadas depois de cumprir uma série de pré-
requisitos bastante rigorosos e objetivos, como
ter uma política ambiental para contratação de
fornecedores ou não apresentar diferenças
salariais gritantes entre seus níveis hierárquicos
mais baixos e mais altos.
O manifesto dos CEOs também atraiu a fúria de
alguns ao mexer com interesses há muito
consolidados. O Council of Institutional Investors
dos EUA, que reúne fundos de pensão,
endowments e gestoras de recursos de terceiros,
declarou que prestar contas a todos significa não
prestar contas a ninguém. Na posição de
acionistas das empresas, disseram que cabe aos
governos, e não às companhias, carregar a
responsabilidade de definir e encontrar soluções
para objetivos sociais.
Em nenhum outro lugar do planeta a supremacia
do acionista imperou como nos EUA nas últimas
cinco décadas. Consolidações de grandes
negócios, corte de custos, demissões, aumento
de lucro e crescente distribuição de dividendos
definiram a fórmula do sucesso a ser replicada -
e o foi, pelos quatro cantos. Mas, num mundo em
que as desigualdades sociais e a ameaça de
desastres climáticos só fazem crescer, em que os
avanços tecnológicos eliminam postos de
trabalho e fomentam nacionalismo e xenofobia,
enquanto os governos falham em oferecer
soluções à altura dos desafios, as empresas têm
sido cada vez mais cobradas a respeito do seu
papel em perpetuar e ampliar tais distorções.
Siga o dinheiro
Todos os anos, Larry Fink, o todo-poderoso
chairman e CEO da BlackRock, maior gestora de
recursos do mundo, com US$ 6,84 trilhões sob
Data: 30/08/2019
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Grupo de Comunicação
seus cuidados, escreve uma carta aos CEOs das
empresas em que seus fundos investem o
dinheiro dos clientes. Nos dois últimos anos, ele
usou o espaço para chamar as empresas e seus
dirigentes a olhar para além do lucro no curto
prazo. "O lucro não é de forma alguma
inconsistente com propósito; de fato, o lucro e o
propósito estão intimamente associados",
escreveu na carta deste ano. Para ele, as
empresas que não cumprirem seu propósito e
suas responsabilidades com todos os
"stakeholders" ficarão pelo caminho.
No frigir dos ovos, Fink indicou que cada vez
mais a BlackRock utilizará tais filtros, além da
boa e velha análise de risco e retorno, na hora de
decidir em quais empresas colocar os trilhões de
seus investidores. Os CEOs do Business
Roundtable, cujas empresas estão no portfólio da
BlackRock, parecem ter entendido a mensagem.
Grandes investidores institucionais europeus,
com destaque para fundos soberanos e de
pensão dos países nórdicos, já praticam isso há
anos. E, para alguns especialistas em
investimentos, inclusive Fink, uma questão
geracional tende a impulsionar ainda mais uma
guinada nesse sentido. Segundo essa tese, os
"millennials", que já representam 35% da força
de trabalho, querem comprar, trabalhar e investir
em empresas alinhadas a seus valores.
Estima-se que, só nos EUA, cerca de US$ 30
trilhões em ativos financeiros e não financeiros
sairão das mãos dos "baby boomers" (nascidos
entre 1946 e 1964) para seus herdeiros nos
próximos 30 a 40 anos, na maior transferência
de recursos entre gerações já ocorrida. O banco
Morgan Stanley colocou a questão sob o holofote
em 2015 ao lançar uma campanha chamada
"US$ 30 trillion dollar challenge", em que
apontava que os "millenials" devem transformar
a forma como os investimentos são feitos "dado
o seu forte desejo de produzir mudanças
positivas e comprometimento em devolver à
sociedade". Não à toa, universidades de negócios
de ponta, como Harvard e Stanford, criaram nos
últimos anos cursos sobre investimento de
impacto para os herdeiros de famílias muito
ricas.
Números indicam que boa parte do dinheiro no
mundo já começou a se mover em direção a
critérios mais sustentáveis de aplicação, num
movimento liderado pelos mercados europeus,
mas que tem ganhado adeptos nos EUA, no
Canadá e no Japão, para ficar nos maiores. O
mais amplo levantamento existente, divulgado
em abril deste ano pela Aliança Global de
Investimentos Sustentáveis (GSIA, na sigla em
inglês), apontou que no início de 2018 havia US$
30,7 trilhões aplicados em ativos de investimento
sustentáveis nos cinco maiores mercados do
mundo, o que indica crescimento de 34% em
apenas dois anos (ver gráfico abaixo).
O levantamento da GSIA é abrangente porque
leva em conta um amplo espectro de ativos, com
menor ou maior grau de impacto socioambiental
positivo: desde fundos que simplesmente
excluem empresas com claro efeito social
negativo, como as de fumo ou armas, passando
por aqueles que têm como política comprar
dívida ou ações de empresas que adotam
práticas positivas nas áreas ambiental, social e
de governança, o ASG (ESG em inglês), até
chegar a fundos de impacto propriamente,
aqueles que investem em negócios cuja atividade
principal é resolver um problema social ou
ambiental.
Na Europa, que responde por 46% dos
investimentos sustentáveis do mundo, esse
conjunto de fundos já equivale a quase metade
dos ativos totais sob gestão da indústria de
recursos de terceiros, segundo cálculos da GSIA.
Nos EUA, US$ 1,00 a cada US$ 4,00 investidos já
era aplicado em fundos sustentáveis no começo
de 2018 e tudo indica que o número segue
crescendo. Um levantamento da empresa de
dados e análises da indústria de fundos
Morningstar mostrou que no primeiro semestre
deste ano os fundos americanos que adotam
critérios ASG atraíram US$ 8,4 bilhões, ante uma
captação de US$ 5,4 bilhões em todo o ano de
2018, que já havia sido um recorde.
E o avanço tem se dado desde os ativos de
curtíssimo prazo, "money market funds", que
servem para investir o caixa disponível das
empresas e famílias, até fundos de private
equity, de longa maturação.
Data: 30/08/2019
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Grupo de Comunicação
Em termos globais, um levantamento da Fitch
Ratings mostrou que fundos de curto prazo
(money market) que seguem critérios ASG
cresceram 15% no primeiro semestre, atingindo
US$ 52 bilhões. Embora seja ainda uma fração
dos US$ 6 trilhões alocados em fundos de curto
prazo no mundo todo, os números mostram uma
forte aceleração recente, já que em todo o ano
passado o crescimento havia sido de apenas 1%.
Na ponta oposta, tem havido uma corrida entre
os grandes gestores globais de private equity
para lançar fundos de impacto socioambiental
atendendo à demanda dos investidores. KKR,
Blackstone, TPG, Partners Group, CVC e Apollo
são algumas das casas que já captaram ou estão
em vias de captar fundos de mais de US$ 1
bilhão - ainda uma gota no oceano dos portfólios
multibilionários dessas firmas.
A Global Impact Investing Network (Giin), a
maior rede mundial de lideranças em
investimento de impacto, divulgou um estudo
neste ano que estimou que o tamanho desse
mercado no mundo todo chegou a uma cifra de
US$ 502 bilhões ao fim de 2018, geridos por
pouco mais de 1,3 mil instituições.
Propósito com lucro
Ainda há muita confusão entre investimentos
sustentáveis e filantropia. Os defensores da tese
dos investimentos de impacto ou aqueles que
seguem os critérios ASG não abrem mão do
lucro, mas propõem que é possível obter retornos
financeiros compatíveis com os de investimentos
convencionais e fazer o bem ao mesmo tempo,
algo que os mais entusiasmados se arriscam a
chamar de um novo capitalismo.
No passado, acreditava-se que investir em
fundos socialmente responsáveis significava
deixar o retorno financeiro em segundo plano,
uma vez que a adoção dos critérios limita o
universo de ações e títulos de dívida disponíveis.
Mais recentemente, no entanto, tem crescido a
percepção, amparada em números, de que a
adoção de parâmetros ASG podem ajudar o
investidor a evitar empresas que incorrem em
riscos que podem prejudicar o seu próprio
negócio no longo prazo, tais como o vazamento
de óleo da British Petroleum em 2010. A
mineradora brasileira Vale teve sua nota ASG
rebaixada por consultorias de rating em
sustentabilidade como a Sustainalytics depois do
rompimento da barragem de rejeitos de
Brumadinho, em janeiro deste ano, e suas ações
foram classificadas como proibidas por algumas
casas de gestão mais rigorosas na adoção de tais
práticas, como a holandesa Robeco, que tem um
patrimônio de € 170 bilhões.
Um estudo da Morningstar divulgado agora em
agosto mostrou que fundos europeus
classificados como sustentáveis têm desempenho
melhor do que fundos que não adotam esses
parâmetros. Mais de 34% dos fundos
sustentáveis apareceram entre os 25% mais
rentáveis de sua categoria nos 12 meses
terminados em junho - e 63% apareceram entre
os 50% de melhor retorno. Nos seis primeiros
meses de 2019, 168 fundos sustentáveis foram
lançados na Europa, ante 305 fundos criados
durante todo o ano passado. Um levantamento
semelhante da Morningstar nos EUA mostrou que
lá também 63% dos fundos sustentáveis do país
terminaram o ano passado entre os 50% mais
rentáveis de suas respectivas categorias.
No Brasil, impacto e sustentabilidade ainda
engatinham, mas têm entrado de vez na agenda
de um número cada vez maior de empresas e
investidores. Em sua segunda pesquisa de
sustentabilidade, realizada no ano passado, a
Anbima ouviu 78% da indústria de fundos,
responsável por gerir R$ 2,79 trilhões, e apontou
que 85% dos gestores levam em conta algum
critério ASG em suas análises de investimento,
com um aumento de 23 pontos percentuais sobre
o levantamento anterior, de 2016. Os critérios
adotados ainda são vagos, mas o número indica
uma tendência.
"Tenho percebido uma aceleração da demanda
do investidor. Como empresa listada, não passa
uma semana em que investidores não solicitem
uma reunião ou informações sobre rating de
sustentabilidade da empresa. Como bolsa,
também temos sido demandados pelos
investidores", diz Sonia Favaretto, diretora de
Data: 30/08/2019
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Grupo de Comunicação
sustentabilidade da B3. "Eu tenho dito que nada
é mais poderoso do que uma ideia cujo tempo
chegou", afirma a executiva. Há 15 anos a bolsa
tem um índice de sustentabilidade, o ISE, que
passa por constante aprimoramento. No próximo
ano, uma nova metodologia deverá ser
implementada para começar a capturar dados
públicos das empresas por meio de inteligência
artificial. De novembro de 2005, quando o ISE foi
criado, até julho deste ano, o índice acumula
uma valorização de 243%, superior aos 219%
cravados pelo Ibovespa, o principal índice de
ações da bolsa - e ambos com volatilidade muito
semelhante.
No Brasil, o Sistema B tem 160 empresas
certificadas e 4,4 mil em processo de
certificação. "É o maior número no mundo", diz
Marcel Fukayama, cofundador e diretor-executivo
do Sistema B no país. Só neste ano, 180 novos
negócios devem ser certificados. O número só
não é maior porque o processo é trabalhoso e há
um gargalo para atender a toda a demanda de
uma vez. Até agora, a maior parte das
associadas ao sistema eram empresas pequenas,
de até US$ 10 milhões de faturamento, e a
Natura sempre se destacou por ser a única
grande companhia local a figurar na lista, que
inclui também a subsidiária da americana
Laureate, de educação, a segunda maior B Corp
do mundo, e a Mãe Terra, comprada pela
Unilever.
"Agora o que nos entusiasma é a possibilidade de
escalar o nosso alcance. A maior demanda que
temos recebido é de empresas com faturamento
acima de US$ 1 bilhão e até acima de US$ 5
bilhões", diz Fukayama. Segundo o executivo, a
B3 incluiu em seu último questionário para
seleção de empresas que integram o índice de
sustentabilidade ISE algumas perguntas sobre a
adoção de cláusulas do Sistema B e isso ajudou a
impulsionar a demanda.
Pelo menos duas companhias de capital aberto
estão em processo de certificação. A varejista
Magazine Luiza e a locadora de veículos Movida,
do grupo JSL, já aprovaram em assembleia de
acionistas a alteração de seus estatutos sociais
justamente para formalizar o compromisso de
gerar benefícios para a sociedade e não apenas
para seus acionistas, uma das exigências para a
certificação como B Corp.
"Estou convicto de que o Magalu só sobreviverá
por mais 63 anos se, como empresa,
desempenhar um papel importante em prol da
sociedade e do meio ambiente. Não é o valor da
ação por si só que nos move. Ou rentabilidade.
Ou participação de mercado. Não questiono a
ideia de que o capitalismo continua a ser a mais
eficiente invenção humana para gerar riqueza,
mas negócios - e o Magazine é um deles - devem
ser guiados por um propósito maior que o de
simplesmente maximizar lucro para o acionista",
diz Frederico Trajano, CEO do Magazine Luiza. "A
busca pela certificação B está em sintonia com
essa lógica: nos preocupamos em gerar
benefícios para todos os stakeholders, e
decidimos que queremos ter certeza de que os
nossos esforços para isso estão na direção
correta." Embora esteja em curso, a certificação
da empresa ainda deve levar um tempo.
Na Movida, a proposta de obter o selo de
Empresa B foi levada por Fernando Simões Filho,
herdeiro do grupo, integrante do conselho de
administração e membro dos comitês de
sustentabilidade das empresas do grupo JSL. Ele
conta que a ideia foi prontamente abraçada pelo
CEO da companhia, Renato Franklin, e que o
processo está bastante avançado.
Simões Filho, de 32 anos, neto do fundador do
grupo e filho de Fernando Simões, CEO da JSL, é
um típico exemplo da mudança cultural e
geracional em curso. Depois de trabalhar por dez
anos nas empresas da família, em 2013 resolveu
se afastar para estudar nos Estados Unidos e não
voltou mais. "Desde a época da escola eu sentia
um incômodo por perceber que recebia um
tratamento diferenciado por ter uma condição
financeira privilegiada", conta. "Resolvi
transformar esse incômodo para tentar resolver
problemas sociais, usando o acesso que tive à
educação e os relacionamentos que construí",
completa.
Em 2015, ele e dois sócios fundaram a Bemtevi
Investimento Social para captar recursos de
investidores e aplicar nos negócios sociais.
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74
Grupo de Comunicação
Diferentemente dos negócios de impacto, que
distribuem dividendos a seus acionistas, os
negócios sociais retêm o lucro gerado para
reinvestir e seus fundadores são remunerados via
salário. A ideia é que os investidores da Bemtevi
recebam o principal de volta, sem juros, abrindo
mão do retorno. A empresa não tem escritório
próprio e ocupa quatro estações de trabalho do
coworking Civi-co, voltado exclusivamente para
empreendimentos de impacto, na região de
Pinheiros, em São Paulo. O prédio envidraçado
está colado ao do Impact Hub, outro coworking
com proposta semelhante. Ambos estão lotados.
Daniel Izzo é cofundador e CEO da primeira
gestora de fundos de impacto do país, a Vox
Capital, criada em 2009 ao lado de Antonio
Ermírio de Moraes Neto e, portanto, um dos
profissionais mais experientes da área no Brasil.
Para ele, a crise econômica dos últimos anos
retardou o avanço do segmento de impacto
localmente, mas ele começa a ver uma retomada
de ritmo. A Mov, por exemplo, outra gestora de
impacto, está em fase de captação do seu
segundo fundo e desta vez mirando empresas
com um ticket maior. Izzo não revela planos da
Vox, mas deixa no ar que há intenção de avançar
em novas frentes.
A EB Capital, de Eduardo e Pedro Sirotsky, está
criando um novo fundo de private equity para
comprar participações em empresas de saúde e
educação com uma pegada de impacto, embora
não esteja classificando o fundo dessa maneira.
Em fase de captação está um fundo da Vinci
Partners com ambição de atingir entre R$ 600
milhões e R$ 800 milhões e que contará com
aporte de até 20% do total do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social. A gestora
não fala sobre o assunto, por conta da fase de
captação, mas no mercado o fundo vem sendo
apresentado como de impacto. A gestora não
tem tradição na área, o que deixa dúvidas sobre
os critérios que serão empregados para medir o
resultado das empresas escolhidas, mas dada a
escala que pretende atingir, o mais provável é
que a Vinci adote um conceito mais amplo de
impacto socioambiental, mirando empresas de
setores como de saneamento e mobilidade
urbana, por exemplo.
Do ponto de vista do arcabouço regulatório, têm
havido alguns pequenos avanços recentes para
contemplar o tema sustentabilidade. No ano
passado, o Conselho Monetário Nacional (CMN)
publicou a resolução 4.661, que dispõe sobre a
aplicação dos recursos pelos fundos de pensão, e
incluiu no texto que "sempre que possível" as
fundações deverão considerar em sua análise
aspectos relativos à sustentabilidade econômica,
ambiental, social e de governança dos
investimentos. Embora não seja ainda algo
mandatório, quem trabalha na área acredita que
a simples menção ao tema na regra já ajuda a
impulsionar a integração dos critérios ASG à
indústria de gestão de recursos do país.
Paulo Werneck, diretor de investimentos da
Funcef, o fundo de pensão dos funcionários da
Caixa, participou das discussões para elaboração
da resolução. Ele reconhece que, na prática,
pouco ou nada é feito pelas fundações brasileiras
nesse sentido hoje em dia. Werneck conta que a
Funcef está criando internamente um "score
card" para classificar as empresas segundo os
critérios ASG para avaliar sua carteira.
"Ainda não dá para excluir companhias que
tenham uma nota baixa, mas a nossa ideia é
começar a calibrar os investimentos segundo
esses critérios. Entre duas empresas que
oferecem perspectiva de retorno semelhantes,
ficaremos com aquela que tem melhores práticas
ASG", explica. "As empresas só vão se mexer de
verdade para incorporar essas práticas
socioambientais ao seu negócio quando houver
consequências sobre o acesso ao capital. Se não
vira uma modinha." Werneck ressalta ainda que,
particularmente no Brasil, o estrago da Lava-Jato
sobre os fundos de pensão também são um pano
de fundo para a adoção de práticas sustentáveis
de investimento. "Hoje quando vamos comprar
qualquer ativo, estamos sempre preocupados em
não direcionar recursos para empresas que
tenham uma governança ruim, por exemplo. Mas
ainda é algo pouco estruturado."
O ex-presidente Michel Temer havia editado em
2017 um decreto presidencial criando a
Enimpacto, a Estratégia Nacional de Investimento
e Negócios de Impacto, com o objetivo de
melhorar o ambiente para esses negócios. Na
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75
Grupo de Comunicação
semana passada, um novo decreto presidencial
assinado por Jair Bolsonaro revogou o anterior,
mas manteve a mesma política de melhorar o
acesso ao capital, incentivar o
empreendedorismo e disseminar a cultura de
avaliação de impacto socioambiental.
No Congresso, há ainda um projeto de lei para
que seja possível qualificar uma empresa como
sendo "de benefício", a exemplo das "benefit
corporations" americanas. Isso significaria prever
em lei o que as Empresas B já fazem na prática,
como definir seu objetivo social em estatuto,
vincular os administradores à obrigação de seguir
esses propósito, aprovar relatórios de impacto e
disponibilizar as informações a qualquer
"stakeholder".
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) vem
desenvolvendo estudos internos sobre como
atuar na regulação de investimentos sustentáveis
para atender a demanda dos investidores. "O
tema está no radar, estamos preparando
algumas coisas para levar ao colegiado, mas
ainda não temos nada de concreto em termos
regulatórios", diz Claudio Maes, gerente de
desenvolvimento de normas da CVM. "A
demanda mais frequente que recebemos dos
investidores é para que a gente colabore para
criar um mercado de títulos de dívida verdes no
Brasil, com recursos que gerem benefícios
socioambientais", completa. Hoje, os "green
bonds" não são reconhecidos pela regulação
brasileira.
A CVM também tem atuado para disseminar
conhecimento sobre investimentos sustentáveis
por meio do LAB, o Laboratório de Inovação
Financeira. Com representantes do governo e da
sociedade, o LAB trabalha para criar soluções
novas para alavancar recursos que ajudem no
cumprimento das metas brasileiras dos Objetivos
do Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU,
e também do Acordo de Paris, do clima.
De 30 de setembro a 6 de outubro, durante a
Semana Mundial do Investidor, um projeto das
comissões de valores mobiliários do mundo todo
e que neste ano está sob a coordenação da CVM,
a autarquia vai fazer uma série de eventos de
finanças sustentáveis. "Nesta edição, a World
Investor Week está mais verde", diz José
Alexandre Vasco, superintendente de orientação
e proteção aos investidores da CVM.
Com tudo isso, o fato é que ainda faltam ativos
que atendam a uma demanda de
sustentabilidade e impacto dos investidores
brasileiros. "Hoje eu consigo montar uma carteira
de ativos sustentáveis no exterior, variada, sem
abrir mão do retorno e até com uma volatilidade
menor. Mas, aqui no Brasil, isso ainda não é
possível", diz Fernanda Camargo, sócia da Wright
Capital, uma gestora de fortunas que só cuida de
famílias que aceitem investir ao menos 1% de
seu patrimônio em fundos de impacto
socioambiental. "A demanda dos clientes existe,
principalmente nas novas gerações, e o que nós
dizemos é para terem paciência, porque nós
vamos ajudar o mercado local a criar essas
opções", diz ela, uma das principais ativistas dos
investimentos sustentáveis no país.
https://www.valor.com.br/cultura/6413613/o-
novo-normal-dos-negocios-e-aliar-lucro-criterios-
mais-sustentaveis-de-aplicacao
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Data: 30/08/2019
76
Grupo de Comunicação
José de Souza Martins: Transformar Amazônia em dinheiro súbito não é
próprio de verdadeiros empresários e governos Por José de Souza Martins
A transformação da questão ambiental em
vômito de ignorância no templo da natureza
preocupa a parte humana do mundo cujo cérebro
não foi corroído pelos gases tóxicos da
voracidade incondicional de lucros incendiários.
Os obtidos à custa do presente e do nosso futuro.
Justificar a transformação da Amazônia em
dinheiro súbito, porque o país se tornou um
entreposto de commodities, não é próprio de
verdadeiros empresários e menos ainda de
competentes governos. O tempo do
desenvolvimento econômico e social não é o
tempo do imediato, é o tempo histórico da
prudência. Sem consciência do futuro, o atual é
pressa tola.
No Brasil, no entanto, não é incomum que o
governo e as autoridades, que devem fiscalizar e
reprimir os crimes e as atividades antissociais,
tenham sempre uma desculpa para o
indesculpável. É o caso em relação às queimadas
destrutivas do meio ambiente. Este é um
momento particularmente significativo dessa
violação do dever governativo.
Quando governantes acham que consumir o meio
ambiente com a motosserra e as chamas é lícito,
para assegurar os ganhos dos poucos em
prejuízo dos muitos, e que disso depende o PIB,
confessam que o dinheiro de poucos é mais
importante do que a vida de todos. Quando
dizem que o trabalho escravo, um item
amazônico, não é escravo, confessam que a
liberdade não é um valor essencial desta
sociedade. O que dessa liberdade faz mera
liberdade condicional.
Quando proclamam e asseguram que possam
armar-se os que quiserem, especialmente no
meio rural, onde é alta a violência dos que
podem contra os que não podem, revogam o
princípio de que é das Forças Armadas o
monopólio da violência, para cumprir as leis e
assegurar os direitos de todos. E os da própria
nação, como sujeito coletivo da nacionalidade.
Os problemas destes dias são apenas a ponta
flamejante de um conjunto de desorientações
conexas que nos põem aquém da civilização.
Estamos no rumo da desordem e da barbárie.
Adeus, ordem e progresso.
Bravata e ignorância não resolvem problemas
sociais e problemas ambientais. Além dos
prejuízos econômicos que no curto prazo
acarretará, a conduta brasileira em relação à
questão ambiental afetará o setor produtivo, do
lucro ao emprego. A desorientação do governo
indica uma inclinação que, pelas consequências
possíveis, poderá ser interpretada como
genocida.
A pátria está em perigo. Atualizando a palavra do
botânico Saint-Hilaire, que conheceu o Brasil
inteiro como ninguém antes de o Brasil ser
independente: ou o Brasil acaba com a saúva da
criminalidade ambiental, ou a saúva da
criminalidade ambiental acaba com o Brasil.
O empresariado brasileiro, não só o do
agronegócio, tem não só o direito, mas o dever
de se insurgir contra os negocistas desse novo
capitalismo, o neocapitalismo do prejuízo que
lhes virá. Capitalismo só vale um: o do lucro com
responsabilidade social. O capitalismo é um
sistema político de coadjuvantes, não só quem
investe e lucra, mas também quem ajuda e quem
trabalha. Ao que parece, é possível ganhar muito
dinheiro, rapidamente, com a mentalidade
anticapitalista desse neocapitalismo emergente, o
do lucro de hoje no lugar do lucro de sempre.
A ignorância palavrosa produziu em poucas
horas, nestes dias, para o capitalismo brasileiro,
um retrocesso e um prejuízo cujo tamanho não
será indicado pelos índices da bolsa. O
liberalismo econômico de botequim gera uma
democracia de bêbados, mas não supre nem
sustenta a carência de inteligência e de
prudência política e governativa.
Data: 30/08/2019
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Grupo de Comunicação
Essa espécie de pacto com satanás, de que nos
fala Guimarães Rosa, que disso soube como
capanga de Manuelzão para aprender as coisas
do sertão, como a que se esconde na ambição de
dinheiro e de poder, é coisa de gente que não
enxerga o que faz.
Disso, ouvi muito nos sertões do Brasil central,
caboclos me demonstrando, tim-tim por tim-tim,
cumaé que o coisa ruim, o pactário de
encruzilhadas e cemitérios, ensina o muito do
poder de ganhar em troca da alma do vivente, o
prejuízo do finalmente. Mesmo quem não sabe
que fez o pacto, está nele em pensamento,
palavras e obras. O dinheiro existe para ser
possuído e usado, e não para possuir as pessoas
que o usam.
Aqueles que se omitem e debocham dos dramas
do mundo, em nome do dinheiro fácil, parecem
não saber dessas coisas e de seus silêncios
ruidosos. Cada árvore tombada e queimada
indevidamente, pensando o queimador que o que
é de todos é só daquele um, é um ponto a mais
para a cota de azeite fervente no tacho em que
penam os que mandam derrubar a mata para
endinheirar-se. Quando chegar a hora quente dos
confins e dos confinamentos, o muito dinheiro
não vai refrigerar o modo anticapitalista de
ganhar e de gastar. É só esperar.
José de Souza Martins é sociólogo. Pesquisador
Emérito do CNPq. Membro da Academia Paulista
de Letras. Entre outros livros, autor de
“ Fronteira - A Degradação do Outro nos Confins
do Humano” (Contexto).
https://www.valor.com.br/cultura/6413647/jose-
de-souza-martins-transformar-amazonia-em-
dinheiro-subito-nao-e-proprio-de-verdadeiros-
empresari
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Data: 30/08/2019
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Grupo de Comunicação
A Amazônia e o comércio internacional Por Carla Amaral de Andrade Junqueira
A polêmica em torno da declaração do presidente
da França em deixar o Acordo Mercosul-UE e as
recentes notícias sobre os boicotes comerciais a
produtos exportados pelo Brasil, nos faz refletir
sobre a relação entre o meio ambiente,
protecionismo e o comércio internacional.
Essa reflexão nos obriga, em primeiro lugar, a
entender a diferença entre restrições comerciais
de natureza puramente privadas e sanções
econômicas aplicadas entre Estados. Sanções
internacionais comerciais são ações tomadas
pelos países contra outro e normalmente
assumem a forma de proibições de comércio.
Essas sanções visam desestabilizar a economia
de um certo território, por meio da restrição de
exportações e/ou trocas comerciais como
consequência direta de determinada conduta
internacional condenável.
Já os boicotes comerciais são aplicados
diretamente por entidades privadas, em geral
com base em normas desenvolvidas por
empresas transnacionais, além de padrões de
sustentabilidade defendidos por entidades não
governamentais.
Pode a França restringir o comércio internacional
usando como justificativa uma preocupação
ambiental com o território brasileiro?
Atualmente, as preocupações legítimas dos
países relacionadas à proteção do meio
ambiente, saúde pública e animal, que
justifiquem a imposição de barreiras ao comércio,
podem ser discutidas e tratadas no âmbito do
Órgão de Solução de Controvérsias da
Organização Mundial do Comércio (OMC). Já no
caso de restrições comerciais ou ainda dos
chamados "boicotes" fundados em padrões
privados de sustentabilidade, não existe um
fórum ou organismo internacional que regule a
legitimidade de sua aplicação.
No caso das queimadas da Amazônia, o assunto
é ainda mais complexo. A análise das recentes
medidas restritivas ao comércio dos produtos
brasileiros, incluindo a eventual saída da França
do acordo Mercosul-UE deve passar
necessariamente pelo questionamento sobre
eventual protecionismo revestido de preocupação
ambiental e pela questão da soberania nacional.
O artigo 20 do Gatt (Acordo Geral sobre Tarifas e
Comércio) estabelece exceções legítimas às
regras firmadas no âmbito da OMC, quando a
circulação de bens representa uma ameaça à
proteção ambiental, animal ou saúde pública. O
artigo e seus incisos não deixam claro se a
exceção pode ser aplicada de forma
extrajurisdicional. A pergunta que se faz é, pode
a França restringir o comércio internacional
usando como justificativa uma preocupação
ambiental com o território brasileiro? Existe a
possibilidade de aplicação extrajurisdicional das
exceções do artigo 20 do Gatt?
Não se pretende discutir aqui a
"internacionalização da Amazônia" que tanto tem
se falado. O olhar se debruça sobre as limitações
jurisdicionais dispostas no artigo 20 do Gatt. A
indagação é se os países, na persecução dos seus
objetivos ambientais, poderiam impor embargos
comerciais para assegurar mudanças nas
políticas ambientais dos outros países dentro de
sua própria jurisdição.
O órgão máximo da OMC, o Órgão de Apelação,
no caso United States - Import Prohibition of
Certain Shrimp and Shrimp Products (US -
Shrimp) julgado em 1998 entendeu que sim. O
caso analisou se os Estados Unidos poderiam
justificar seu embargo à importação de camarões
sob alegação da alínea (g) do artigo 20. Referido
embargo havia sido imposto como reivindicação
de que os países exportadores adotassem
condutas de proteção às tartarugas marinhas, as
quais estariam sendo incidentalmente extintas no
momento da captura do camarão.
O Órgão de Apelação, afirmando que a finalidade
do embargo americano a` importação de
camarões destinava-se principalmente a`
conservação dos recursos naturais, decidiu que a
Data: 30/08/2019
79
Grupo de Comunicação
medida não era meramente uma proibição geral
e constatou a existência da relação entre meio e
fins da medida adotada e a política de
preservação ambiental.
Por outro lado, o Órgão de Apelação também
considerou como medida discriminatória
arbitrária e injustificável a aplicação coercitiva de
política padrão uniforme em outros governos sem
atender as particularidades de cada região do seu
território.
Além disso, de acordo com o órgão máximo da
OMC, as restrições comerciais devem ser
acompanhadas de restrições na produção e no
consumo doméstico e aplicadas em conjunto com
medidas relacionadas a` conservação ambiental.
Trata-se de uma condição para a validade dessas
medidas de conservação, isto é, que restrições
comerciais sejam aplicadas em conjunto com as
políticas internas do país que aplica de forma
efetiva e cuidando para não impedir o livre
comércio. O objetivo é evitar que os países
importadores sejam parciais e que não criem
barreiras à livre circulação de mercadorias.
As declarações do presidente da França,
portanto, têm fundamento jurídico e precedentes
internacionais, desde que eventuais restrições
comerciais a serem impostas venham
acompanhadas das políticas públicas domésticas
correspondentes com os objetivos ambientais
que essas medidas se propõem a alcançar.
Assim, as perguntas que devem ser feitas são: os
países que ameaçaram o Brasil com suspensões
comerciais praticam domesticamente as mesmas
políticas públicas de conservação ambiental que
exigem do nosso governo? A política de
conservação exigida atende as particularidades
do nosso território brasileiro? A medida é
aplicada indiscriminadamente a todos os demais
países que não cumprem o mesmo padrão de
conservação?
A resposta para essas indagações poderá nos
esclarecer a legitimidade das recentes ameaças
de embargos comerciais.
Carla Amaral de Andrade Junqueira é doutora em
Direito Internacional e sócia de Mattos Engelberg
Advogados
https://www.valor.com.br/legislacao/6413845/a
mazonia-e-o-comercio-internacional
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Data: 30/08/2019
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Grupo de Comunicação
Nova política de dividendos da Petrobras
não será imediata
Por André Ramalho | Do Rio
A nova política de dividendos da Petrobras
promete aumentar a remuneração aos acionistas
da empresa, mas o benefício para os investidores
não será imediato. Segundo analistas
consultados pelo Valor, a petroleira só deve ter
condições de começar a pagar dividendos mais
substanciais, acima dos patamares mínimos
obrigatórios, a partir de 2021.
As novas regras trazem um parâmetro mais
objetivo para os investidores: a companhia
poderá distribuir 60% da diferença entre o fluxo
de caixa operacional e os investimentos a partir
do momento em que atingir uma dívida bruta
inferior a US$ 60 bilhões. Caso o endividamento
se mantenha acima desse patamar, os
dividendos seguirão o percentual mínimo
obrigatório previsto na Lei das S.A. e no estatuto
social da Petrobras, de 25% do lucro líquido
ajustado.
Com isso, a expectativa é que os montantes
distribuídos cresçam. Em 2018, a estatal pagou
US$ 1,85 bilhão. Hipoteticamente, se a empresa
já estivesse desalavancada e a nova sistemática
de distribuição em vigor, os acionistas teriam
garantido US$ 8,5 bilhões no ano passado,
segundo um analista.
O Credit Suisse acredita que a nova fórmula só
deve ter efeitos práticos em 2021, mas vê como
positiva a iniciativa. O banco estima que a
Petrobras poderá pagar entre US$ 8 bilhões e
US$ 12 bilhões em dividendos por ano, de acordo
com a nova política de remuneração aos
acionistas. Já o Morgan Stanley estima que o
pagamento possa alcançar de US$ 11 bilhões a
US$ 13 bilhões em 2022.
Até lá, a estatal ainda precisa se desalavancar.
Embora venha reduzindo ano a ano o seu
endividamento, a companhia fechou o segundo
trimestre com uma dívida bruta ainda elevada,
de US$ 101 bilhões (com os efeitos do IFRS 16).
Vale lembrar que, com a norma contábil, a
Petrobras deixou de reconhecer custos e
despesas operacionais oriundas de contratos de
arrendamento de plataformas e passou a
contabilizar os efeitos da depreciação dos direitos
de uso desses ativos e a despesa financeira e a
variação cambial apurados com base nos
passivos financeiros dos contratos de
arrendamento. A mudança afetou a dívida bruta
da estatal, que de US$ 84,36 bilhões, em
dezembro de 2018, converteu-se em US$ 106
bilhões no trimestre seguinte, devido aos ajustes.
Com um endividamento desse tamanho, o Credit
prevê que os dividendos seguirão os patamares
mínimos obrigatórios entre 2019 e 2020. O
banco destaca que a Petrobras pretende usar
parte de sua posição de caixa para reduzir a
dívida a curto prazo, mas, ainda assim, serão
necessários US$ 30 bilhões adicionais para que
ela caia para menos de US$ 60 bilhões. O
aumento dos valores distribuídos vai depender,
nesse sentido, do ritmo da venda de ativos.
O mercado reagiu bem à nova política de
dividendos. Ontem, as ações ON da Petrobras
fecharam com alta de 4,24% e as PNs subiram
3,74% - acima da alta do Ibovespa, que subiu
2,3%, em meio à divulgação do PIB do segundo
trimestre, acima do esperado.
O Credit destaca que a nova regra de dividendos
transmite duas mensagens importantes ao
mercado: que a desalavancagem continua sendo
a principal prioridade da atual gestão da estatal e
que a remuneração aos acionistas será mais
transparente. Para o Morgan Stanley, a nova
regra foi uma "boa jogada" da Petrobras, por
vincular a distribuição a métricas mais objetivas.
O banco vê potencial para que os valores pagos
pela estatal se aproximem dos patamares das
grandes petroleiras - em 2018, a Shell distribuiu
US$ 15,6 bilhões, a ExxonMobil pagou US$
13,798 bilhões e a BP, US$ 8,1 bilhões.
As novas regras da Petrobras seguem racional
semelhante à política de dividendos da Vale -
suspensa desde o rompimento da barragem de
Brumadinho (MG) e que prevê o pagamento de
30% do lucro antes de juros, impostos,
depreciação e amortização (Ebitda) ajustado,
Data: 30/08/2019
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Grupo de Comunicação
menos o investimento corrente. Entre as
petroleiras, não há formulas rígidas. A Shell
informa, em seu site, que a distribuição
considera fatores como o ambiente macro, o
balanço financeiro e os planos de investimentos.
Já a BP cita que valores e prazos podem ser
alterados a qualquer momento.
https://www.valor.com.br/empresas/6413901/no
va-politica-de-dividendos-da-petrobras-nao-sera-
imediata
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Data: 30/08/2019
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Queimadas na Amazônia acendem alerta de
gestores
Por Juliana Machado | De São Paulo
Os incêndios na Amazônia deixaram em alerta
alguns grandes gestores de recursos que adotam
o conceito de boas práticas ambientais, sociais e
de governança (ESG, na sigla em inglês) nos
seus investimentos. Na avaliação de profissionais
ouvidos pelo Valor, o tema se soma ao já
conturbado ambiente internacional e deixa o
investidor estrangeiro ainda mais cauteloso com
o Brasil.
Embora as empresas não estejam diretamente
envolvidas nos incêndios, esse evento afeta a
imagem do país perante os investidores
estrangeiros focados em critérios ESG. Isso
porque tais fundos buscam maximizar o lucro, só
que via aplicação exclusivamente em empresas e
em países com compromissos e metas
ambientais, sociais e de governança corporativa.
Além disso, o evento vem forçando os gestores a
buscar as empresas investidas para medir
eventuais impactos sobre suas operações.
Globalmente, investidores vêm deslocando seus
portfólios para ativos ou fundos alinhados aos
critérios de ESG. O total de patrimônio gerido por
signatários que incorporam esses critérios já
soma US$ 86 trilhões em 2019, conforme dados
do PRI (Principles for Responsible Investing, em
inglês), rede internacional de investidores ligada
a Organização das Nações Unidas (ONU). Os
dados são de relatório recente da gestora Fama
Investimentos, uma das casas a utilizar nas suas
aplicações financeiras o conceito de ESG e que
vem demonstrando preocupação crescente com
os incêndios florestais.
"Não acredito que esse tipo de assunto vá
desencadear um movimento de saída de recursos
em massa porque as empresas não são as
responsáveis, mas sem dúvida é o tipo de evento
que muda a postura quanto ao Brasil, com uma
comunidade de investidores adotando um olhar
mais atento para os efeitos", afirma Fabio
Alperowitch, diretor na Fama Investimentos.
Boa parte dos clientes da Fama são investidores
institucionais e estrangeiros para os quais a
questão climática global é tema recorrente,
especialmente no caso dos europeus. Cerca de
80% dos ativos sob gestão na Fama, quase R$ 2
bilhões, pertencem aos não residentes. "A
situação do Brasil teve uma escalada tal que é
difícil de ignorar", diz Alperowitch.
O gestor também comenta a postura do
presidente da República, Jair Bolsonaro, que, na
visão dele, "só contribui para colocar mais peso
nas relações" com o exterior. Recentemente,
Bolsonaro teceu críticas contra líderes globais
que atacaram publicamente a sua forma de
conduzir o tema, caso de Emmanuel Macron, da
França. Macron havia declarado, inclusive, que
tem interesse de rediscutir o acordo de livre
comércio concluído entre a União Europeia (UE) e
o Mercosul, alegando que Bolsonaro não respeita
os compromissos assumidos na área ambiental.
A lista das consequências das queimadas no
Brasil só cresce. A VF Corporation, dona de
várias marcas internacionais de vestuário e
calçados como Timberland, Vans, Kipling e
JanSport, foi uma das companhias a suspender a
compra de couro do Brasil por causa dos
incêndios florestais. Já a norueguesa Mowi, maior
produtora mundial de salmão, informou que
considera interromper as compras de soja do
Brasil, caso a situação do desmatamento não
melhore.
Governos também se movimentaram em torno
do assunto. A Finlândia, que detém presidência
rotativa da União Europeia, pediu que o bloco
considerasse a possibilidade de banir importações
de carne bovina do Brasil por causa da
devastação das queimadas. O governo da Suécia,
por sua vez, vai investigar os investimentos de
seus fundos de pensão no Brasil por causa do
tema, e a Noruega já suspendeu os repasses ao
Fundo Amazônia previsto para este ano.
Ao Valor, o Norges Bank Investment
Management (NBIM), braço do banco estatal
norueguês Norges Bank, afirmou que não pode
comentar as suas decisões de alocação de
mercado especificamente, mas admitiu que vem
Data: 30/08/2019
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observando a "situação séria em curso" no Brasil
e espera que as empresas "tenham uma
estratégia para reduzir o desmatamento de suas
próprias atividades e cadeias de suprimentos".
"Esperamos que eles intensifiquem o
monitoramento da cadeia de fornecedores de
commodities ligadas a florestas para saber se
estão sendo adotadas práticas contra o
desflorestamento, em aderência aos padrões
internacionais e de manejo sustentável."
O NBIM diz ainda que vem mantendo contato
com companhias que compram e vendem
produtos na cadeia de soja e gado no Brasil para
entender o que as corporações vêm fazendo para
gerenciar os riscos de desmatamento.
"Desinvestimos de um produtor de soja na região
devido a laços com a produção insustentável e o
desmatamento", diz, por meio de nota.
"O quanto essa deterioração na imagem do Brasil
vai durar e qual será exatamente seu impacto na
alocação de capitais é difícil de dizer, mas
certamente esse tipo de acontecimento [as
queimadas] tem um impacto negativo
generalizado na percepção dos investidores",
afirma Peter Taylor, chefe de investimentos da
gestora Aberdeen no Brasil.
Para Taylor, o impacto mais direto dos incêndios
na Amazônia serão sentidos sobre empresas que
são de alguma forma afetadas pelo
desmatamento, caso do agronegócio. "Mas isso
poderia se estender para redes de alimentos e
produtos como o couro, porque as companhias
seriam submetidas a um maior escrutínio dos
investidores", pondera.
No Brasil, a NCH Capital, gestora americana com
US$ 3 bilhões, também vê as queimadas na
Amazônia como ponto adicional de ressalvas dos
investidores no exterior. James Gulbrandsen,
diretor de investimentos da casa, afirma que o
país não está no ponto de ver o fim de acordos
comerciais com economias europeias,
especialmente porque o time econômico do
presidente ainda é bem visto pelo mercado. No
entanto, a forma de Bolsonaro conduzir diversos
temas deixa o estrangeiro mais avesso,
sobretudo levando em conta que é uma classe de
investidor que busca estabilidade e horizontes de
maior prazo para alocar recursos.
"A postura tem que ser mais amigável, o
estrangeiro costuma ser bem refratário a essa
retórica", diz Gulbrandsen. "Existe uma
percepção favorável sobre o Brasil em termos
econômicos, mas a postura do presidente não é
adequada, causa estranhamento com o governo
e sua forma de dialogar com outros países."
Na semana passada, a Business Roundtable
(BRT), uma das maiores associações
empresariais dos Estados Unidos, emitiu uma
nova "declaração de propósito" em que abandona
a crença na "supremacia do acionista" e
conclama empresas a considerar o ambiente e o
bem-estar dos trabalhadores. Para Larry Fink,
membro da BRT e presidente da gestora
BlackRock, as empresas deveriam se esforçar
para ter um impacto positivo sobre a sociedade
que fosse além da geração de lucros. Visões
semelhantes foram reverberadas, mais
recentemente, por Ray Dalio, da gestora de
ativos Bridgewater Associates, e Jamie Dimon,
executivo-chefe do J.P. Morgan e presidente da
BRT.
"Meio ambiente é um tema que não pode ser
desprezado e vários países atuam para promover
uma consciência a respeito, na tentativa de
conter um dano de mudança climática. O Brasil
está ficando para trás", diz Alperowitch, da
Fama.
https://www.valor.com.br/financas/6413835/que
imadas-na-amazonia-acendem-alerta-de-
gestores
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Data: 30/08/2019
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Veto a queimadas afeta as usinas da região
Nordeste
Por Camila Souza Ramos | De São Paulo
A proibição da realização de queimadas em todo
o território nacional, que passou a valer por 60
dias desde ontem com um decreto do presidente
Jair Bolsonaro, pegou de surpresa e gerou muita
preocupação no segmento sucroalcooleiro do
Nordeste. Na região, as usinas estão iniciando a
nova safra (2019/20) neste momento e
dependem da queima da matéria-prima em
campo para viabilizar a colheita manual na cana.
"Nós ficamos surpresos porque essa era uma
decisão voltada para a Amazônia, e a situação na
zona costeira do Nordeste é completamente
diferente", protestou Renato Cunha, que preside
a Associação de Produtores de Açúcar e
Bioenergia - que reúne usinas das regiões Norte
e Nordeste, além das unidades instaladas em
Goiás e no Espírito Santo - e o Sindaçúcar/PE.
A queima dos canaviais é usada para permitir a
entrada dos trabalhadores nas lavouras para a
realização da colheita, evitando que eles se
cortem com a palha da cana. A técnica ainda é
empregada no Nordeste porque a topografia mais
acidentada das áreas produtoras da região
impede a entrada de máquinas colhedoras nos
campos, como acontece nos Estados da região
Centro-Sul como São Paulo Apenas a atividade
da colheita de cana no Nordeste emprega cerca
de 300 mil trabalhadores.
O decreto publicado ontem no Diário Oficial da
União (9.992/19) suspende o emprego do fogo e
só prevê como exceções medidas de controle
fitossanitário autorizado por órgão ambiental,
medidas de prevenção e combate a incêndios e
práticas de agricultura de subsistência de
populações tradicionais e indígenas. O emprego
do fogo em canaviais não se encaixa em
nenhuma dessas exceções.
Sem a garantia legal do emprego do fogo, o
segmento passa a enfrentar uma situação de
"insegurança jurídica", disse o representante do
segmento no Nordeste.
Neste momento, as usinas estão "em compasso
de espera" enquanto as lideranças do segmento
procuram o governo para rever a medida e
garantir a permissão da prática na Zona da Mata,
onde estão concentradas as mais de 50 usinas da
região Nordeste.
Mas as usinas da região não deverão paralisar
suas atividades pelos 60 dias previstos no
decreto. As unidades da Paraíba já começaram a
colher a cana da nova temporada (que é
contabilizada na região a partir de setembro). As
unidades de Pernambuco e Alagoas começando a
dar início aos trabalhos na nova temporada.
De acordo com Cunha, o mais provável é que a
questão seja judicializada caso não haja um
entendimento em breve com o governo. Porém,
ele afirmou que há receios de questionamentos
por parte dos bancos financiadores da atividade,
por exemplo.
O representante do segmento demonstrou
insatisfação com o sinal transmitido pela medida.
"São fatos sabidos por todo mundo. É preciso de
um freio de arrumação e olhar mais para o
Nordeste. As pessoas estão se sentindo
preteridas por atos que poderiam ser mais
pensados", afirmou Cunha.
O emprego do fogo nos canaviais é uma
atividade regulada pelos órgãos ambientais
estaduais e pelo Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama).
A prática, segundo Renato Cunha, tem que
obedecer a uma série de regras para minimizar
os impactos ambientais, como restrição das
queimadas ao período noturno e análise prévia
da direção do vento e das condições de umidade
do ar e do solo para evitar que a fumaça se
propague e alcance centros urbanos.
https://www.valor.com.br/agro/6413905/veto-
queimadas-afeta-usinas-da-regiao-nordeste
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Data: 30/08/2019
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Trump oferece parceria estratégica e
iniciativa ambiental ao Brasil
Por Daniel Rittner, Renan Truffi e Isadora Peron |
De Brasília
Em meio à crise de imagem causada pelas
queimadas na Amazônia, o presidente Donald
Trump e o governo Jair Bolsonaro querem
discutir uma nova iniciativa global para a defesa
do ambiente, com foco na "defesa da soberania"
dos Estados nacionais, segundo autoridades que
integram a visita-relâmpago de uma comitiva
brasileira à Casa Branca.
Trump receberá hoje, às 13h (horário local), o
chanceler Ernesto Araújo e o deputado federal
Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que já tem
"agrément" do governo americano para assumir
a embaixada do Brasil em Washington. O
assessor international da Presidência, Filipe
Martins, também faz parte da delegação. Eles
terão encontros ainda com o secretário de
Estado, Mike Pompeo, e com o chefe do conselho
de segurança nacional, John Bolton.
De acordo com um auxiliar direto de Bolsonaro, a
ideia do encontro partiu do próprio Trump, que
deu apoio público ao Brasil durante a ofensiva
internacional por causa das queimadas e se
contrapôs à posição do francês Emmanuel
Macron de "internacionalizar" o tema na reunião
do G-7.
Interessado em aprofundar o relacionamento
bilateral e demonstrar agradecimento ao
americano, o Palácio do Planalto aceitou
imediatamente a proposta. Trump estaria
disposto a declarar o Brasil como "parceiro
estratégico" dos Estados Unidos e falar sobre
essa nova iniciativa na área de ambiente. Não
envolveria, segundo fontes, uma saída do Acordo
de Paris pelo Brasil - mas talvez uma espécie de
alternativa ao tratado de 2015.
"Basicamente, concordaremos a respeito de
princípios comuns para desenvolver uma política
ambiental que preze pela soberania, que possa
engajar todos, e não apenas ambientalistas
radicais, e trabalharemos em conjunto para
construir um novo consenso internacional, com o
Brasil atuando junto aos países em
desenvolvimento, e os Estados Unidos focando
nos países desenvolvidos", afirmou ao Valor um
alto funcionário do governo, pedindo anonimato.
O simbolismo da reunião é importante. Não há
registros fáceis da última vez em que um
presidente americano se reuniu com o ministro
brasileiro das Relações Exteriores. De fato, a
prática não é comum na Casa Branca. Na
linguagem diplomática, isso mostra a
proximidade entre os dois países.
É de interesse do Brasil, nas reuniões com Trump
e com seus auxiliares, falar sobre o
estabelecimento de uma "moldura" para a
abertura de negociações comerciais com os
Estados Unidos - possivelmente por meio do
Mercosul, mas há incertezas relacionadas a uma
eventual vitória do kirchnerismo na Argentina.
A situação da vizinhança, segundo fontes, é outro
ponto que será discutido. Além da conjuntura
política e econômica na Argentina, a crise na
Venezuela deve voltar às discussões. O governo
Trump já ofereceu anistia a Nicolás Maduro para
facilitar a troca de regime.
As conversas de hoje lançam as bases de um
novo mecanismo, o Diálogo de Parceria
Estratégica, que vai ser instalado no dia 13 de
setembro. Um fórum semelhante chegou a
funcionar por dois anos no início da década, mas
sem a expressão "estratégico" para dimensionar
o grau de sinergia entre os dois governos, e
agora passa a operar de forma ampla - todas as
iniciativas do relacionamento bilateral serão
discutidas.
Ao falar sobre a reunião de hoje, durante evento
no Palácio do Planalto, Eduardo Bolsonaro disse
que "certamente" questões ambientais entrarão
nas conversas. "Infelizmente o Macron quis usar
a Amazônia para fins políticos, já que a
popularidade dele está em baixa. Tentou fazer
uma união dos franceses em torno de uma causa
de Estado, ou seja, suprapartidária, mas acabou
não tendo êxito. No G-7, Trump não deixou
prevalecer a tese do Macron de que as
queimadas aconteceram de agora, durante o
governo Bolsonaro. Essas queimadas, óbvio,
devem ser combatidas, mas dizer que
começaram no governo Bolsonaro é uma
canalhice", afirmou o deputado.
https://www.valor.com.br/brasil/6413965/trump
-oferece-parceria-estrategica-e-iniciativa-
ambiental-ao-brasil
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Data: 30/08/2019
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Suíça Precious Woods estima avanço de
20% das vendas neste ano
Por Marcos de Moura e Souza | De Belo Horizonte
Maior empresa de madeira tropical (nativa)
certificada em operação no Brasil, a suíça
Precious Woods caminha para fechar o ano com
crescimento superior a 20% de suas vendas em
relação a 2018, o que significará mais de € 15
milhões. Será um avanço um pouco menor que o
do ano passado, quando as vendas aumentaram
mais de 30% e chegaram a € 13 milhões. Ainda
assim, não deixa de confirmar que a demanda
internacional por madeiras certificadas continua
firme.
"A demanda está crescendo e esse é um mercado
que tem se tornando cada vez mais importante",
disse ao Valor o CEO da companhia, Markus
Brütsch. A Precious Woods explora uma área de
500 mil hectares (terras próprias e concessões
privadas) na região de Itacoatiara, a 170
quilômetros de Manaus, no Amazonas. A
empresa corta 45 espécies, entre elas cumaru,
cedrinho, jatobá, angelim, cupiuba, louro-gamela
e muiracatiara.
São madeiras certificadas com selos reconhecidos
internacionalmente de manejo florestal emitidos
pelo Forest Stewardship Council (FSC) e pelo
Programme for the Endorsement of Forest
Certification (PEFC). No ano passado, o volume
cortado foi de 154,4 mil metros cúbicos. Quase
toda a produção é exportada em forma de
madeira serrada e decks. Os principais destinos
são para empresas na Europa (70% das vendas)
e na Ásia. A maior parte é usada em construções,
como pontes e portos, e também acabamentos.
Brütsch concorda que os incêndios que ocorrem
nas últimas semanas na Amazônia -- e que
geraram controvérsia entre o governo brasileiro e
líderes europeus -- alimentaram no exterior
discursos negativos sobre a madeira tropical. "A
atenção que o assunto gerou nas pessoas ao
redor do mundo fez com que elas passassem a
falar mais agora sobre proteger a floresta e
defender que não se compre nenhuma madeira
da floresta tropical", afirmou ele.
"Estamos sempre numa posição defensiva porque
o comércio ilegal de madeira tropical sempre foi
maior do que o comércio de madeira sustentável
e legal", disse. Na prática, no entanto, as chamas
não chegaram perto da área da Precious Woods
nem produziram qualquer impacto na operação
ou nos preços da madeira tropical certificada da
região, de acordo com Brütsch. "Estou seguro
que nosso mercado não vai diminuir por causa
disso."
Em operação no Amazonas desde 1996, a
companhia continua interessada em expandir
suas operações no Brasil. Por ser uma empresa
estrangeira, a Precious Woods enfrenta barreiras
legais para comprar terras no país. O caminho
será disputar de concessões públicas de florestas.
Brütsch já havia contado ao Valor, no início do
ano passado, sobre seus planos de expansão. A
empresa tem em vista duas áreas de concessão:
uma pertence ao Estado do Amazonas e a outra,
à União. Juntas, as áreas somam cerca de 200
mil hectares. Se concretizadas as concessões, o
Brasil passará a ser a principal fonte de madeira
da Precious Woods, com 700 mil hectares. Hoje a
empresa tem sua maior área de corte de madeira
tropical no Gabão, onde explora 640 mil
hectares.
No Amazonas, a Polícia Federal tenta apostar na
ciência para combater o comércio ilegal de
madeira. O superintendente da PF no Estado,
delegado Alexandre Saraiva, afirmou que começa
a testar uma técnica de análise de isótopos das
árvores para identificar se toras a caminho do
exterior foram cortadas em áreas autorizadas ou
não. A PF também tem recorrido a um novo
sistema de análise de imagens de satélite. "A
inteligência artificial faz uma análise das
fotografia e nos aponta onde estão acontecendo
os focos de desmatamento e eu recebo as
imagens no dia seguinte.", disse ele. "Precisaria
de um exército de 100 mil homens para cobrir
toda a Amazônia e fiscalizar isso tudo. É
impossível. Temos de ser inteligentes e utilizar os
nossos esforços de forma mais eficaz."
https://www.valor.com.br/agro/6413911/suica-
precious-woods-estima-avanco-de-20-das-
vendas-neste-ano
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