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1
Grupo de Comunicação
CLIPPING 7 de outubro de 2019
DIA MUNDIAL DO HABITAT
A data foi criada na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em 1985 e se comemora
anualmente na primeira segunda-feira de outubro. Neste ano, com o tema "Tecnologias de fronteira como
uma ferramenta inovadora para transformar resíduos em riqueza", a ONU-Habitat está defendendo o uso
de tecnologias inovadoras e apropriadas para o gerenciamento sustentável de resíduos dentro do Objetivo
de Desenvolvimento Sustentável 11: cidades inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis.
2
Grupo de Comunicação
SUMÁRIO
ENTREVISTAS ............................................................................................................................... 5
Sabesp vai regularizar 152 mil ligações de água na Grande São Paulo ................................................. 5
CETESB divulga relatório sobre a qualidade das águas costeiras .......................................................... 6
SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE ....................................................................... 7
Gaema vai apurar causas de incêndio na Revap ................................................................................ 7
Ministério público abriu inquérito para apurar incêndio na REVAP ........................................................ 7
Ministério Público abriu inquérito para apurar as causas do incêndio na Revap ...................................... 8
A Revap foi multada por causa de incêndio ....................................................................................... 8
Secretaria do Meio Ambiente fiscaliza postos de combustíveis em Avaré ............................................... 9
Mogi das Cruzes perde 110 mil m² de Mata Atlântica em um ano ...................................................... 10
Tecnologia detectável é aposta para aumentar segurança na indústria de alimentos ............................ 12
Presidente da Cetesb participa de reunião em S. José ...................................................................... 14
Lair pede ação contra morte de peixes ........................................................................................... 15
Senado aprova financiamento do CAF e abre caminho para a terceira ponte ....................................... 16
O destino das cavas subaquáticas.................................................................................................. 17
MP-SP apura possível poluição em pontos de captação e tratamento de água da BRK em Limeira .......... 19
Cetesb multou a Revap em mais de R$ 190 mil por danos ambientais ................................................ 21
O Presidente da Emdurb Avalia que o serviço de coleta atualmente prestado pela empresa está a altura da Cidade ....................................................................................................................................... 22
Diretora presidente da Cetesb, Patrícia Faga Lemos estará em SJC para reunião do Desenvolve Vale ..... 23
Fácil São João passará a atender anistia de juros e multas de dívidas com o Saae ............................... 24
Água suja na torneira .................................................................................................................. 25
Entrevista com Secretária de Relações Sociais de Guarujá, no litoral de São Paulo, Thaís Margarido ...... 26
Alunos distribuem redutores de pressão por consumo consciente ...................................................... 27
Cidade vai ganhar Museu da Água ................................................................................................. 28
Novo Rio Pinheiros terá foco nos córregos ...................................................................................... 29
Dia da Criança será comemorado dia 11 no Parque Sabesp Butantã .................................................. 31
Réveillon Hidrológico marca o início do período de chuvas ................................................................ 32
Agenda para visitas à ETE é aberta no Bairro da Ponte ..................................................................... 35
Fernando Ciaramello destaca preocupação com abastecimento dc água cm Charqucada ....................... 36
Sabesp vai regularizar 152 mil ligações de água em cidades da Grande S. Paulo ................................. 37
Controle de perdas é um dos focos da companhia ........................................................................... 38
Sabesp alerta cubantenses ........................................................................................................... 39
Entrevista com o Secretário da Habitação do Estado de SP, Flávio Amary - Parte 1 .............................. 40
Gaema vai apurar causas de incêndio na Revap .............................................................................. 41
Ministério público abriu inquérito para apurar incêndio na REVAP ...................................................... 41
Ministério Público abriu inquérito para apurar as causas do incêndio na Revap .................................... 42
3
Grupo de Comunicação
Setor do agronegócio alavanca seguro especializado no interior ........................................................ 43
Vereador pede ação política para evitar mortandade de peixes .......................................................... 45
Simulado de Defesa ..................................................................................................................... 46
Projeto para melhorias de vicinal deve ser entregue em até 15 dias à Cetesb ..................................... 47
Acidente envolvendo caminhão tanque interdita trecho da Rodovia Ayrton Senna, em Guararema ......... 48
Incêndio de grandes proporções destrói área de cerrado do Jardim Botânico de Bauru ......................... 49
VEÍCULOS DIVERSOS .................................................................................................................. 51
Assédio moral e seus malefícios nos ambientes de trabalho .............................................................. 51
WhatsApp na empresa: até onde vai a liberdade do empregado?....................................................... 53
FOLHA DE S. PAULO .................................................................................................................... 55
Painel: Reação de Moro a crise de candidaturas laranjas no PSL surpreende juízes e MPF, que falam em ‘parcialidade’ .............................................................................................................................. 55
Papa abre encontro sobre Amazônia e diz que fogo foi ateado por interesses que destroem .................. 57
São Paulo monitora parques para tentar conter avanço de barbeiros ................................................. 59
Incêndio atinge sítio arqueológico com pinturas rupestres de 11 mil anos no Pará ............................... 62
Mônica Bergamo: Proposta de Moro de prisão em 2ª instância deve gerar resistência no STF ................ 63
A concessão do parque Ibirapuera precisa ser revista ...................................................................... 65
Urbanização não pode deixar de atender às necessidades infantis ..................................................... 67
O QUE A FOLHA PENSA: Queima de fogos ...................................................................................... 69
Prioridade ................................................................................................................................... 70
O QUE A FOLHA PENSA: Sonhos de cidade ..................................................................................... 71
Cervejaria quer preservar abelhas nativas ...................................................................................... 72
Painel S.A: Ligado à sustentabilidade, dono da Osklen viu exagero em crise ambiental ....................... 74
'Chuva é medo', diz moradora da zona leste de SP que sofre com enchentes há 28 anos ...................... 76
ESTADÃO ................................................................................................................................... 78
Aos trancos e barrancos ............................................................................................................... 78
Falta rumo .................................................................................................................................. 80
Águas paradas ............................................................................................................................ 82
Como ousa? ................................................................................................................................ 84
Miguel Reale Júnior ...................................................................................................................... 84
Governo decide retomar mineração de urânio e ampliar programa nuclear ......................................... 86
Para Itamaraty, boicote ao agronegócio segue em pauta .................................................................. 88
‘Não podemos ficar esperando dinheiro do governo’, diz presidente da INB......................................... 90
O gás natural está na moda .......................................................................................................... 92
Fora da agenda, Maia e Bolsonaro discutem partilha dos recursos do megaleilão do pré-sal .................. 94
Papa pede respeito aos indígenas e diz que 'ideologias são uma arma perigosa' .................................. 96
Evento debate despejo irregular de esgoto em rios de SP ................................................................. 97
‘Sínodo é um momento propício para soluções’, diz climatologista ..................................................... 98
VALOR ECONÔMICO ................................................................................................................... 100
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Grupo de Comunicação
5
Grupo de Comunicação
ENTREVISTAS Veículo: Portal do Governo SP
Data: 06/10/2019
Sabesp vai regularizar 152 mil
ligações de água na Grande São Paulo
Autorização do Senado para transferências do
BID e do Banco Mundial à companhia
totalizam US$ 550 milhões e vão permitir
novos investimentos
A Companhia de Saneamento Básico do
Estado de São Paulo (Sabesp) foi
autorizada pelo Senado Federal a tomar
empréstimos junto a organizações financeiras
internacionais para investir em obras do
Projeto Tietê e do programa de ampliação dos
serviços de saneamento e de preservação
ambiental.
As duas autorizações foram aprovadas na
quarta-feira (2) pelos senadores, totalizando
até US$ 550 milhões, que poderão ser
captados para o financiamento de obras e
ações. Os recursos são importantes para que a
companhia invista ainda mais na despoluição
do principal rio do Estado e na melhoria dos
serviços de água e esgoto da Região
Metropolitana de São Paulo (RMSP), dando
mais qualidade de vida à população.
Com a autorização referente ao Projeto Tietê,
a Sabesp poderá tomar empréstimos de até
US$ 300 milhões junto ao Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID)
para investir em obras da quarta etapa do
programa. Iniciado em 1992, o Projeto Tietê
levou coleta e tratamento de esgoto para mais
10 milhões de pessoas na Grande São Paulo,
com investimentos de quase US$ 3 bilhões em
obras realizadas.
Nesse período, o índice de coleta de esgoto na
RMSP passou de 70% para 89% e o
tratamento de esgoto mais que triplicou,
saltando de 24% para 78%. Com as obras em
andamento, a expectativa é chegar a 2025
com 92% de coleta e 92% de tratamento,
ampliando os serviços de tratamento de
esgoto a mais 7 milhões de pessoas.
Controle de perdas
Já a outra autorização aprovada pelo Senado
permite à companhia tomar empréstimos de
até US$ 250 milhões junto ao Banco Mundial
(BIRD) para o Programa Saneamento
Sustentável e Inclusivo.
A iniciativa prevê investimentos na distribuição
de água na Região Metropolitana da capital,
principalmente na substituição de redes,
visando ao controle de perdas, e na coleta e
tratamento de esgoto no entorno da represa
do Guarapiranga, de modo a contribuir com
despoluição do reservatório.
Além disso, haverá ampliação de rede de
abastecimento voltada à população de baixa
renda pelo programa Água Legal, a ação da
Sabesp para regularização de ligações de água
em regiões de alta vulnerabilidade social, em
que os moradores recorrem com frequência a
soluções improvisadas de abastecimento.
Ligações
Está prevista a execução de cerca de 152 mil
ligações de água e 38 mil de esgoto, além da
troca de 850 km de rede de água, o que
contribuirá para a redução de perdas na
Grande São Paulo.
A aprovação de processos de financiamento
junto a organismos multilaterais, como BID e
BIRD, exige um trabalho complexo e extenso
de formatação dos projetos, envolvendo
diferentes diretorias e áreas da Sabesp em
missões técnicas e institucionais dos bancos
com a Companhia.
Já a obtenção da garantia da União passa por
várias instâncias estaduais e federais, o que
incluiu a aprovação de lei na Assembleia
Legislativa para o Estado conceder a
contragarantia.
http://www.saopaulo.sp.gov.br/ultimas-
noticias/com-novos-emprestimos-sabesp-
executa-obras-e-regulariza-ligacoes-de-agua-
em-sp/
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Grupo de Comunicação
Veículo: Jornal da Tribuna
Data: 04/10/2019
CETESB divulga relatório sobre a
qualidade das águas costeiras
JORNAL DA TRIBUNA 1ª EDIÇÃO/TV
GLOBO/SANTOSData Veiculação: 04/10/2019
às 12h10
Duração: 00:05:04
Transcrição
A Cetesb divulga relatório.
Patrícia Iglecias
http://cloud.boxnet.com.br/yydhup2d
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7
Grupo de Comunicação
SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E
MEIO AMBIENTE Veículo: Band Cidade
Data: 04/10/2019
Gaema vai apurar causas de incêndio na
Revap
BAND CIDADE 1ª EDIÇÃO/TV
BANDEIRANTES/SÃO JOSÉ DOS CAMPOSData
Veiculação: 04/10/2019 às 13h05
Duração: 00:00:45
Transcrição
Notificada a Cetesb
http://cloud.boxnet.com.br/yyrjdjj3
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Veículo: Rádio Band Vale
Data: 04/10/2019
Ministério público abriu inquérito para
apurar incêndio na REVAP
RÁDIO BAND VALE FM 102,9/SÃO JOSÉ DOS
CAMPOS | JORNAL DO MEIO DIAData
Veiculação: 04/10/2019 às 12h38
Duração: 00:00:47
Transcrição
Cetesb informa por meio de nota que
auxiliará nas informações
http://cloud.boxnet.com.br/y4ooafdb
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8
Grupo de Comunicação
Veículo: Balanço Geral Record
Data: 04/10/2019
Ministério Público abriu inquérito para
apurar as causas do incêndio na Revap
BALANÇO GERAL VALE/RECORDTV VALE/SÃO
JOSÉ DOS CAMPOSData Veiculação:
04/10/2019 às 13h08
Duração: 00:01:21
Transcrição
Cetesb informou quae já havia feito uma
vistoria e já havia um rompimento do teto de
um dos tanques
A Cetesb deve se manifestar
http://cloud.boxnet.com.br/y6pj2tc8
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Veículo: SP Record
Data: 04/10/2019
Ministério Público abriu inquérito para
apurar as causas do incêndio na Revap
SP RECORD/RECORDTV/SÃO JOSÉ DOS
CAMPOSData Veiculação: 04/10/2019 às
19h10. Duração: 00:01:57
Transcrição
Cetesb informou quae já havia feito uma
vistoria e já havia um rompimento do teto de
um dos tanques
A Cetesb deve se manifestar
http://cloud.boxnet.com.br/y57dphnb
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Veículo: Balanço Geral Record
Data: 04/10/2019
A Revap foi multada por causa de
incêndio
A Revap foi multada por causa de incêndio
BAND CIDADE 2ª EDIÇÃO/TV
BANDEIRANTES/SÃO JOSÉ DOS CAMPOSData
Veiculação: 04/10/2019 às 18h51
Duração: 00:06:18
Transcrição
Cetesb
http://cloud.boxnet.com.br/y44csrj7
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9
Grupo de Comunicação
Veículo: A Comarca
Data: 04/10/2019
Secretaria do Meio Ambiente fiscaliza
postos de combustíveis em Avaré
http://cloud.boxnet.com.br/y59xzzkv
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Grupo de Comunicação
Veículo: O Diário de Mogi
Data: 04/10/2019
Mogi das Cruzes perde 110 mil m² de
Mata Atlântica em um ano
Natan Lira
CLARÕES As construções tanto regulares
quanto irregulares são os principais fatores da
devastação de áreas da Mata Atlântica,
segundo avaliação de especialistas. (Foto:
arquivo)
Mogi das Cruzes é o segundo município da
Região Metropolitana do Estado de São Paulo
que mais perdeu área de Mata Atlântica entre
2017 e 2018. Mauá está no topo do
levantamento da SOS Mata Atlântica e do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe), com a redução de 14 hectares. Em
seguida aparece Mogi, com a perda de 11
(ha). O município, considerado parte do
cinturão verde do Estado, vinha desde 2008
sem registrar redução na vegetação, mas
voltou a ter nova diminuição de oito hectares
de 2016 para 2017. Bióloga ouvida por O
Diário atribui o problema a construções
regulares e invasões.
Em todo o Alto Tietê, além de Mogi, apenas
Suzano perdeu Mata Atlântica no último ano –
dois hectares -, segundo levantamento
finalizado em maio último. O estudo mostra
ainda que atualmente a região tem 51,9 mil
hectares de Mata Atlântica preservada.
DADOS Na Região Metropolitana do Estado,
Mogi é a cidade que mais perdeu área de Mata
Atlântica. (Foto: arquivo)
Nadja Soares de Moraes, bióloga e presidente
da ONG Bio-Bras, acompanha a situação do
desmatamento no município e explica que o
principal fator para a perda de mata em Mogi
são as construções, tanto regulares quanto
irregulares. “São áreas remanescentes e
vegetação secundárias, em que as pessoas
vão loteando e avançando para a floresta. A
gente vê um grande crescimento dessa
situação, sobretudo nas divisas de Mogi com
Guararema e Bertioga, mas também na parte
próxima a Mauá, no Quatinga, que sempre foi
de característica rural, porém vem sofrendo
com a urbanização”, explica.
Para a bióloga, o desafio está nas mãos do
poder público, que deve fiscalizar, mas
também da população, que pode denunciar o
problema.
Outro fator são os grandes condomínios
abertos em meio às regiões de mata na
cidade. Apesar de se tratar de loteamentos
licenciados, Nadja alerta que é necessário
pesar a importância das florestas para as
cidades, porque a compensação ambiental não
garante, de fato, a manutenção da área verde
na cidade.
“Normalmente, as áreas de compensação são
monitoradas por apenas cinco anos. É viável
em alguns casos, mas quando falamos em
zonas de amortecimentos, não existe
compensação ambiental que vai recompor a
perda de biodiversidade retirada neste
momento. Um exemplo é retirar duas mil
mudas de uma diversidade de espécies
vegetais que você não vai conseguir
reproduzir todas as espécies daquela região, e
também não irá recuperar os seres vivos dali.
11
Grupo de Comunicação
Porque, não é só o vegetal, tem toda a
biodiversidade. Temos uma cadeia bem
fechada e qualquer perda conta muito”,
detalha, ressaltando que a retomada do
desmatamento por dois anos seguidos é uma
má notícia para a cidade e influencia na
identidade mogiana, no clima, qualidade de
vida e diversos fatores. “Vamos perdendo
nossas características de uma biodiversidade
tão rica e próxima da Capital”, enfatiza.
Segundo o secretário municipal do Verde e
Meio Ambiente, Daniel Teixeira de Lima, a
Prefeitura desenvolve estudo em parceria com
a Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) para
a elaboração dos planos municipais de Mata
Atlântica e de Arborização, mas há
divergências entre os dados apontados por
estes trabalhos e as informações da SOS Mata
Atlântica. “Este estudo da SOS Mata Atlântica
apresenta incongruências porque aponta um
pico de desmatamento em um período e
depois consta como se não houvesse
desmatamento em outro. Na metodologia que
eles aplicam, a qualidade da imagem tem a
resolução de 30 centímetros, enquanto a
nossa é de 50 centímetros, o que significa que
conseguimos contar até as copas das árvores
e mapear uma área muito maior, com precisão
da área degradada e em regeneração. A
pesquisa da SOS diz que temos 15.170 mil
hectares de Mata Atlântica, mas nós
identificamos 24.508 hectares e o Mapbiomas
indica 29.610 hectares. São critérios
diferentes de metodologia”, explicou.
O secretário disse ainda que o estudo do
município monitora o desenvolvimento do
corredor ecológico da cidade e aponta que a
zona urbana conta com 52 mil árvores, sendo
que a área de menor densidade é Jundiapeba
e a de maior volume corresponde à Vila
Oliveira. Lima também destacou o trabalho de
fiscalização a invasões, com a criação da
Patrulha Rural. “Ao detectar qualquer
ocupação irregular, a Guarda Municipal atua
para conter o avanço destas invasões, com
ações junto ao Ministério Público, Cetesb,
Delegacia do Meio Ambiente e Polícia
Ambiental”, completa. (Colaborou Carla
Olivo)
https://www.odiariodemogi.net.br/mogi-
perde-110-mil-m%C2%B2-de-mata-atlantica-
em-um-ano/
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12
Grupo de Comunicação
Veículo: Portal Terra / Dino
Data: 04/10/2019
Tecnologia detectável é aposta para
aumentar segurança na indústria de
alimentos
Antes de chegar aos supermercados, açougues
e à mesa dos consumidores, a carne passa por
um processo industrial cada vez mais rigoroso.
Por estar sempre na berlinda quando o
assunto é gestão e crise ligadas à marca, o
setor alimentício, sobretudo o de bens
refrigerados perecíveis ou de frigoríficos, está
intimamente ligado às inovações pertinentes a
novos processos e tecnologias que assegurem
padrões mais elevados de higiene e segurança
no manuseio e comercialização.
Um dos exemplos é a Norma
Regulamentadora 36 - Segurança e Saúde no
Trabalho em Empresa de Abate e
Processamento de Carnes e Derivados, que
tem como objetivo estabelecer um padrão de
qualidade para avaliação, controle e
monitoramento dos riscos existentes nas
atividades de abate e processamento de
carnes e derivado destinados ao consumo
humano. A finalidade dessa NR é garantir mais
segurança, saúde e qualidade de vida para os
colaboradores deste setor, estabelecendo
requisitos mínimos para realizar as atividades,
priorizando a proteção dos trabalhadores.
Por outro lado, os consumidores também
estão no foco quando o tema é segurança na
manipulação de carnes e frios, que, como
atesta o Guia Técnico-ambiental de Frigoríficos
(carnes bovina e suína), estão submetidos ao
conceito de P+L (Guias Ambientais de
Produção mais Limpa), publicado pelo
Sindicarnes (Sindicato da Indústria de Carnes
e Derivados no Estado de São Paulo) em
parceria com a Fiesp e a SMA/Cetesb.
Segurança de produção e consumo
A Sunnyvale é um bom exemplo que define as
tendências desse segmento em relação à
preocupação com higiene. A empresa está
lançando no Brasil a linha Sunnyvale
Detectáveis, composta pela caneta que conta
com tecnologia avançada para fácil e rápida
detecção caso seja perdida em trabalhos de
corte e processamento de gêneros
alimentícios, como carne. Usa, em seu corpo,
metais detectáveis visíveis em raios-X que são
compatíveis com as normas regulativas da
FDA. A família de produtos ainda inclui luvas e
toucas que compartilham do mesmo princípio
das canetas, ou seja, oferecem altíssimo grau
de segurança em níveis de higiene e detecção
para linhas de produção de alimentos, bebidas
e embalagens.
No caso, todos os produtos possuem
componentes que podem ser facilmente
detectados por sistemas de raios-X e de
inspeção de qualidade. Especificamente no
caso das luvas, fabricadas em vinil detectável,
tratam-se de produtos certificados para uso e
contato com alimentos dentro das normas
norte-americanas e europeias.
Além disso, o portfólio também inclui luvas
fabricadas com látex nitrílico ideais para uso
em ambientes internos e externos para
trabalhos que exijam manipulação de itens e
resistência. A matéria-prima usada faz com
que a água, o óleo e a graxa deslizem para
fora da luva, enquanto uma superfície
texturizada ajuda a reter as peças úmidas e
secas. Possuem forro reforçado e durável com
algodão e estão aptas e certificadas para uso
com alimentos ácidos e gordurosos.
"Com a nova linha de itens de segurança, a
Sunnyvale está ampliando seu portfólio de
tecnologias para criação de linhas de produção
seguras e padronizadas para mercados em
que higiene e normas de processamentos são
13
Grupo de Comunicação
essenciais, como frigoríficos e bebidas",
salienta João Fortes, gerente de produtos da
Sunnyvale.
Fortes prossegue, destacando as soluções de
inspeção que já são comercializadas pela
empresa. "Já disponibilizamos com sucesso no
mercado brasileiro a tecnologia do sistema de
raio-X XR75, da Anritsu, um equipamento
ideal para inspeção de corpos estranhos
metálicos e não metálicos como vidros,
cerâmicas, borrachas, plásticos de alta
densidade e até ossos calcificados em
alimentos. Agora, juntamente com os itens da
Sunnyvale Detectáveis, fechamos o ciclo para
oferecer ao mercado um processo
verdadeiramente eficaz de controle de
produção e inspeção", diz.
https://www.terra.com.br/noticias/dino/tecnol
ogia-detectavel-e-aposta-para-aumentar-
seguranca-na-industria-de-
alimentos,43b6b1c43d38cd1bb329d6d83f8b9a
30rmzz61bl.html
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14
Grupo de Comunicação
Veículo1: Gazeta de Taubaté
Veículo2: O Vale São José dos Campos
Data: 06/10/2019
Presidente da Cetesb participa de reunião
em S. José
http://cloud.boxnet.com.br/yyhtp7h5
http://cloud.boxnet.com.br/y6xv9d55
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15
Grupo de Comunicação
Veículo: Gazeta de Piracicaba
Data: 05/10/2019
Lair pede ação contra morte de peixes
http://cloud.boxnet.com.br/y2fnhax2
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16
Grupo de Comunicação
Veículo: Diário de Jacareí
Data: 05/10/2019
Senado aprova financiamento do CAF e
abre caminho para a terceira ponte
http://cloud.boxnet.com.br/y69msexm
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17
Grupo de Comunicação
Veículo: Tribuna
Data: 06/10/2019
O destino das cavas subaquáticas
Projeto que impede a construção de cavas no
Brasil recebeu parecer favorável nesta semana
Rosana Valle06.10.19 6h51 - Atualizado em
06.10.19 6h59
Elas são grandes crateras escavadas nos leitos
de rios para receber resíduos tóxicos ()
Esta semana, recebi a notícia que a Comissão
de Meio Ambiente do Congresso Nacional, deu
parecer favorável ao meu projeto de lei (PL nº
3.285 de 2019) que impede a construção de
novas cavas subaquáticas no Brasil.
O presidente da comissão, deputado Rodrigo
Agostinho (PSB/SP), que é uma referência nas
questões de meio ambiente no Brasil, deu aval
ao texto do projeto.
Também recomendou, que as duas cavas
existentes no país, localizadas no Rio de
Janeiro e em Cubatão, sejam desativadas
imediatamente, e extintas num prazo de 5
anos.
Além disso, os ambientes alterados deverão
ser recuperados pela empresa responsável
pelo passivo ambiental.
As cavas subaquáticas são grandes buracos,
ou crateras, que são escavadas nos leitos de
rios, mangues ou mares, para receber
resíduos químicos ou tóxicos.
Em Cubatão, na Baixada Santista, temos uma
cava quase totalmente preenchida com
resíduos químicos dragados do Canal de
Piaçaguera.
Ela está localizada junto ao manguezal, e tem
480 metros de diâmetro por 22 de
profundidade.
Esta cava tem a capacidade de abrigar 4
milhões de litros de sedimentos tóxicos e já
está praticamente cheia.
Em diversos países da Europa e Estados
Unidos o procedimento da cava é proibido ou
limitado à 200 mil metros cúbicos.
A cava de Cubatão já recebeu mais de 2,4
milhões de metros cúbicos de sedimentos
contaminados.
Existem mais duas cavas licenciadas pela
Companhia Ambiental do Estado de São
Paulo (Cetesb) uma na área de Santos, e
outra em Cubatão. Elas podem ser ativadas a
qualquer momento.
A Cetesb garante que as cavas atendem às
normas técnicas internacionais, e que não há
riscos de acidentes ambientais.
A cava de Cubatão é administrada por uma
empresa que opera um porto próximo.
Para que os navios tenham acesso ao berço de
atracação, a empresa, que tem como maior
acionária a Companhia Vale do Rio Doce,
precisa dragar o canal sem parar.
Por décadas, o Canal de Piaçaguera teve o
leito contaminado com material tóxico, jogado
por empresas poluidoras de Cubatão.
Ambientalistas temem que no caso de um
vazamento ou acidente ambiental com a cava,
os mangues, rios e mares da Baixada Santista
sejam contaminados de uma forma brutal.
A dispersão dos poluentes pela água, seria
incontrolável, causando danos ao meio
ambiente e à saúde das pessoas. A
contaminação pode causar o surgimento de
doenças respiratórias, cardiovasculares ,
neurológicas, gastrointestinais e até câncer.
Sabemos que a única alternativa
ambientalmente sustentável para o
enfrentamento do problema dos sedimentos
contaminados retirados do canal, são o
tratamento e disposição em aterros confinados
em terra. E não acondicioná-los sem
tratamento em buracos escavados em áreas
públicas da União, o que por si só, já é um
absurdo!
Sabemos também, que é muito mais barato
criar lixões submersos de sedimentos tóxicos,
do que tratá-los em terra.
18
Grupo de Comunicação
Com isso, várias perguntas ficam no ar:
quantas cavas teremos que cavar para manter
o porto em operação, uma vez que a
dragagem nunca para?
As cavas são boas para o Meio Ambiente? Para
a saúde das pessoas? Afinal as cavas são boas
para quem?
Daqui há duas semanas, o projeto deverá ser
votado pelo membros da Comissão do Meio
Ambiente.
O adiamento foi necessário, uma vez que o
deputado Paulo Bengston (PTB/PR) pediu
vistas ao projeto, isto é quer analisar melhor o
texto.
Acho que estamos perto de conseguir uma
vitória para o meio ambiente da nossa região.
Isso se deve ao trabalho de ambientalistas e
grupos organizados, como o Cava é Cova, que
se posicionaram com firmeza contra as cavas,
e me auxiliaram nesse projeto.
Vamos acreditar que desta vez, os interesses
econômicos não irão se sobrepor à vontade da
da população.
Pois não é possível deixemos esse legado de
desrespeito ao meio ambiente, para as futuras
gerações!
https://www.atribuna.com.br/opiniao/rosanav
alle/o-destino-das-cavas-
subaqu%C3%A1ticas-1.70202
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19
Grupo de Comunicação
Veículo: G1
Data: 06/10/2019
MP-SP apura possível poluição em
pontos de captação e tratamento de água da BRK em Limeira
Promotoria pede que Cetesb realize vistoria
principalmente no Rio Jaguari. Concessionária
afirma que as alterações encontradas na água
ocorreram de forma pontual e foram
corrigidas.
Por G1 Piracicaba e Região
O Ministério Público Estadual (MP-SP)
instaurou um inquérito para apurar se existe
poluição da água nos rios com estações de
captação e de tratamento utilizadas pela
concessionária BRK Ambiental para abastecer
a população de Limeira (SP). A abertura da
investigação ocorre após a promotoria receber
denúncia de que moradores reclamaram do
odor da água que chega nas torneiras.
Um dos argumentos do promotor Luiz Alberto
Bevilacqua para a abertura de inquérito é a
matéria do G1 sobre a reclamação dos
moradores em relação ao cheiro forte sentido
na água que saía das torneiras. Em nota, a
BRK informou que as alterações na água
ocorreram em situações pontuais e foram
corrigidas pela concessionária. "Além disso, a
água distribuída aos clientes atendia a todos
os padrões estabelecidos pelo Ministério da
Saúde".
A concessionária afirmou também que "ainda
que não foi notificada do inquérito da
promotoria e está à disposição das
autoridades para prestar os esclarecimentos
necessários." (Leia a nota completa ao final da
matéria).
Bevilacqua inclui que os moradores
reclamaram do cheiro semelhante à cloro
adocicado na água fornecida pela
concessionária. Diz ainda que no bairro Egisto
Ragazzo "a água distribuída para as
residências se apresentava com coloração
marrom". O inquérito foi instaurado na quinta-
feira (3).
Pedido de vistoria
A promotoria pede que a Companhia
Ambiental do Estado (Cetesb) realize, "com
a maior urgência possível" vistoria nas águas
relacionadas as estações de captação e de
tratamento, em especial o rio Jaguari.
O MP-SP quer saber, a partir do relatório da
Cetesb, se existe poluição nas águas dos rios
vistoriados e, caso tenha, se os níveis
encontrados podem ou poderiam resultar em
danos à saúde humana, mortandade de
animais ou, ainda, destruição significativa da
flora.
Um ofício também será encaminhado para a
Prefeitura de Limeira, que deverá responder
quais providências tomou em relação aos fatos
investigados pela promotoria, entre outras
informações. Outro ofício chegará para a
Agência Reguladora dos Serviços de
Saneamento das Bacias dos Rios Piracicaba,
Capivari e Jundiaí (Ares-PCJ).
Prazo para concessionária
O MP-SP estabeleceu prazo de 30 dias, a partir
da notificação, para que a BRK se manifeste
sobre os fatos apurados, "inclusive caso se
pronuncie pela inexistência de danos
ambientais (poluição), deve apresentar os
argumentos fáticos e jurídicos que alicerçam
suas assertivas, sobretudo por meio de prova
20
Grupo de Comunicação
técnica que demonstre a veracidade de suas
assertivas".
O promotor requer ainda a descrição de forma
pormenorizada sobre os atos realizados para
regularizar os fatos citados no inquérito.
A BRK
"A BRK informa que ainda que não foi
notificada do inquérito da promotoria e está à
disposição das autoridades para prestar os
esclarecimentos necessários. As alterações nas
características da água na última semana
ocorreram em situações pontuais e foram
identificadas e corrigidas pela concessionária.
Além disso, a água distribuída aos clientes
atendia a todos os padrões estabelecidos pelo
Ministério da Saúde.
Na madrugada de sábado (28), a empresa
identificou alterações nas características da
água do Rio Jaguari que apresentava cheiro
atípico. A empresa acionou a Cetesb e passou
a captar água exclusivamente do Ribeirão
Pinhal, outro manancial da cidade.
Na quarta-feira, dia 02, ocorreu falta de
energia elétrica por parte da Elektro na
captação e na ETA, estação de tratamento de
água, o que prejudicou a distribuição de água
nas regiões dos bairros Egisto Ragazzo, Olga
Veroni, Parque Hipólito e adjacências. Após a
normalização da energia, a concessionária
iniciou o processo de retomada do
abastecimento e realizou descarga monitorada
em vários pontos para garantir a qualidade da
água. Como em alguns pontos as redes são de
ferro fundido, ao retomar o abastecimento
pode ocorrer o desprendimento de algumas
partículas que, embora não afetem a
potabilidade da água, podem alterar a
coloração".
https://g1.globo.com/sp/piracicaba-
regiao/noticia/2019/10/05/mp-sp-apura-
possivel-poluicao-em-pontos-de-captacao-e-
tratamento-de-agua-da-brk-em-limeira.ghtml
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21
Grupo de Comunicação
Veículo1: Rádio Band Vale
Veículo2: Rádio SP Rio
Data: 06/10/2019
Cetesb multou a Revap em mais de R$ 190 mil por danos ambientais
http://cloud.boxnet.com.br/y6rndblx
http://cloud.boxnet.com.br/yx99pe2a
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22
Grupo de Comunicação
Veículo: Rádio Bauru
Data: 07/10/2019
O Presidente da Emdurb Avalia que o
serviço de coleta atualmente prestado pela empresa está a altura da Cidade
http://cloud.boxnet.com.br/yxexltqb
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23
Grupo de Comunicação
Veículo: Rádio Jovem Pan
Data: 07/10/2019
Diretora presidente da Cetesb,
Patrícia Faga Lemos estará em SJC para reunião do Desenvolve Vale
http://cloud.boxnet.com.br/y4p3lusm
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24
Grupo de Comunicação
Veículo: Guarulhos Hoje
Data: 05/10/2019
Fácil São João passará a atender
anistia de juros e multas de dívidas com o Saae
http://cloud.boxnet.com.br/yyk8v3cq
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25
Grupo de Comunicação
Veículo: O Ouvidor
Data: 05/10/2019
Água suja na torneira
http://cloud.boxnet.com.br/y38v45e4
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26
Grupo de Comunicação
Veículo: Rádio Jovem Pan
Data: 05/10/2019
Entrevista com Secretária de Relações Sociais de Guarujá, no litoral de São
Paulo, Thaís Margarido
http://cloud.boxnet.com.br/y44ldum7
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27
Grupo de Comunicação
Veículo: Jornal do Guruja
Data: 05/10/2019
Alunos distribuem redutores de
pressão por consumo consciente
http://cloud.boxnet.com.br/yycnuqct
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28
Grupo de Comunicação
Veículo: Gazeta de Pinheiros
Data: 05/10/2019
Cidade vai ganhar Museu da Água
http://cloud.boxnet.com.br/y4bwxsz8
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29
Grupo de Comunicação
Veículo: Morumbi News
Data: 05/10/2019
Novo Rio Pinheiros terá foco nos
córregos
A Sabesp inicia o processo de despoluição de
25 córregos dentro do Novo Rio Pinheiros, que
tem o objetivo de devolver o rio limpo
Sara a população até 2022.
• primeiro córrego a receber obras será o
Zavuvus, na zona sul de São Paulo. A licitação
para ampliar a coleta de esgoto na região foi
lançada na quinta (20/ 6).
De acordo com matéria do jornal O Estado de
São Paulo, a ideia por trás do projeto não é,
necessariamente, um contato direto da
população com o rio. Em evento, o presidente
da Sabesp, Benedito Braga, argumentou que o
objetivo é que o rio tenha utilidade para a
população da cidade.
A principal novidade do Novo Rio Pinheiros é a
adoção de inovações tecnológicas em áreas de
habitações irregulares, onde o esgoto acaba
lançado nos córregos porque a ocupação não
deixou espaço para a instalação de coletores.
Nesses locais, a Sabesp estuda, entre outras
possibilidades, construir estações especiais
que vão tratar a vazão de esgoto do próprio
curso-d'água.
Outro ponto importante será a adoção do
contrato de performance, uma forma moderna
de contratação de serviços que alinha com a
iniciativa privada o objetivo final: a melhoria
da qualidade da água do córrego. Com esse
modelo, a empresa fica responsável por todas
as obras de ampliação e adequação do
sistema de esgoto e sua remuneração
depende do resultado. Quanto mais limpa ficar
a água maior será a compensação financeira.
Para avaliar a performance, serão
consideradas metas como o total de novos
imóveis conectados à rede e a qualidade da
água do córrego. Das 25 sub-bacias, 16 terão
contratos de performance. As demais
receberão ações realizadas pela própria
Sabesp.
No Zavuvus, as obras vão beneficiar 173 mil
moradores. A expectativa é que em dois anos
e meio ocorra uma melhoria acentuada na
qualidade da água do córrego, com
perspectiva de retomada de vida aquática.
Com 7,8 km de extensão, o Zavuvus deságua
no Rio Jurubatuba, um canal do Pinheiros
próximo da Represa Guarapiranga.
Os outros córregos que estão no programa
são: Jaguaré, Vila Hamburguesa, Pirajussara,
Boaçava, Jockey /Cidade Jardim, Bellini,
Morumbi, Alto De Pinheiros, Cachoeira/Morro
do S, Corujas, Ponte Baixa, Rebouças,
Socorro, 9 de Julho, Sapateiro, Uberaba,
Traição, Água Espraiada, Cordeiro, Chácara
Santo Antônio, Pouso Alegre, Santo Amaro,
Poli e Pedreira.
Além de contribuir para a melhoria do rio, o
Novo Rio Pinheiros vai beneficiar diretamente
3,5 milhões de pessoas que moram nas
imediações (o equivalente à metade da
população da cidade do Rio de Janeiro), com
melhoria da qualidade de vida e do meio
ambiente, e será um incentivo à economia
paulista, com a criação de empregos e renda.
Educação e Engajamento
O Novo Rio Pinheiros é uma ação realizada
pela Sabesp e outros órgãos estaduais
coordenados pela Secretaria de
Infraestrutura e Meio Ambiente. A
despoluição dos córregos requer também a
participação efetiva da população, seja para se
conectar à rede de esgoto já existente, seja
para descartar adequadamente o lixo. Jogado
na rua, o lixo vai parar nas galerias de
drenagem da água da chuva e nos córregos,
contribuindo para a poluição.
Para engajar a população, a operação nos
corregos incluirá ações de educação ambiental
nos bairros e em espaços lúdicos, onde haverá
palestras com temas ambientais e mostras
sobre o andamento e o legado das obras. No
Zavuvus, o espaço ficará nas proximidades da
Estação Jurubatuba da CPTM.
O Novo Pinheiros atua em diversas frentes de
trabalhos da Sabesp e do Governo de São
Paulo para despoluir o rio e devolvê-lo limpo à
população. Uma delas é o programa Córrego
Limpo, feito desde 2007 em parceria com a
Prefeitura de São Paulo, para melhorar a
qualidade da água dos mananciais, rios e
córregos da capital. Já foram despoluídos 152
córregos. Além do meio ambiente, os
benefícios chegam às pessoas que moram
próximas dos cursos-d'água por meio de
adequações no sistema de esgotamento
30
Grupo de Comunicação
sanitário, limpeza, manutenção e educação
ambiental.
O Projeto Tietê, que também engloba o
Pinheiros, foi iniciado em 1992 para a criação
de infraestrutura para coleta, transporte e
tratamento de esgotos. Desde o seu início, a
mancha de poluição do rio Tietê diminuiu de
530 km para 122 km, uma redução de 77%.
Os dados são auditados pela SOS Mata
Atlântica. Com investimento de US$ 3 bilhões
no projeto, mais de 10 milhões de paulistas
passaram a ter coleta e tratamento de esgoto,
com a coleta passando de 70% para 87%, e o
tratamento, de 24% para 70%.
http://cloud.boxnet.com.br/y2zgzuyg
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31
Grupo de Comunicação
Veículo: Jornal do Butantã
Data: 05/10/2019
Dia da Criança será comemorado dia
11 no Parque Sabesp Butantã
http://cloud.boxnet.com.br/y2d8qaaw
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32
Grupo de Comunicação
Veículo: Agência Brasil
Data: 05/10/2019
Réveillon Hidrológico marca o início do período de chuvas
Este mês marca o início do período de chuvas
(outubro a março), que favorece o
abastecimento dos reservatórios e determina
também o fim da fase de seca (abril a
setembro). O período é chamado de Réveillon
Hidrológico e define a virada do ano para a
temporada de precipitações.
Segundo os dados da Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São
Paulo (Sabesp), as viradas para o período de
chuvas acontecem no momento em que a
situação dos reservatórios na Grande São
Paulo é considerada satisfatória. O volume
total armazenado na Região Metropolitana é
de 65,4%. Na última terça(1º), o volume era
de 41%. Isso ocorreu porque o ano hidrológico
anterior registrou boa quantidade de chuvas e
manteve as represas em bons níveis.
No Sistema Cantareira, o nível é de 46,9%. No
ano passado, na mesma época, era 33,8%.
Para esse novo ano hidrológico, as
perspectivas apontam um volume de chuva
perto da média histórica, o que seria o
suficiente para manter os reservatórios em
níveis confortáveis.
A Sabesp afirma que esse cenário de
segurança hídrica só foi possível com as obras
e ações executadas pela empresa no
enfrentamento da pior seca da história da
Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) em
2014/2015 e com a conscientização da
população no combate ao desperdício de água,
além da melhora dos índices de pluviometria.
Inaugurado em abril de 2018, o novo Sistema
Produtor São Lourenço ampliou a oferta de
água tratada em volume que pode chegar a
6.400 litros de água potável por segundo,
atendendo uma área que antes era abastecida
principalmente pelo Cantareira.
O superintendente de Produção de Água
Metropolitana da Sabesp, Marco Antônio Lopez
Barros, explicou que o sistema vem suprindo
uma lacuna que existia na região oeste da
RMSP. “O sistema está operando desde abril
do ano passado e gradativamente está sendo
inserido dentro do sistema integrado
metropolitano, então a gente continua fazendo
obras de interligação para poder aproveitar
todo o potencial que ele tem. Hoje temos até
4 metros cúbicos por segundo de água tratada
sendo distribuídos para os municípios da
região oeste, como Barueri, Carapicuíba,
Jandira, Itapevi, uma parte de Cotia, Vargem
Grande. Já começamos a ver os efeitos dele
em todo o sistema, colaborando para poder
suprir a demanda da região oeste que é a área
que mais crescimento tem”, destacou.
Outro trabalho foi a interligação Atibainha-
Jaguari, uma obra estruturante que beneficia
tanto a Grande São Paulo quanto o Vale do
Paraíba, entregue em março de 2018. Trata-se
da conexão entre duas represas de bacias
diferentes: a Atibainha, que pertence ao
Sistema Cantareira, e a Jaguari, que fica na
cidade de Igaratá e pertence à bacia do rio
Paraíba do Sul. Ela permite o bombeamento
de uma média de 5.300 litros de água por
segundo da Jaguari para a Atibainha, o que se
reflete em maior segurança para o Sistema
Cantareira. O bombeamento também pode ser
feito no sentido oposto, ou seja, da Atibainha
para a Jaguari.
A Sabesp também adotou uma série de
mudanças operacionais que deram maior
flexibilidade ao sistema de abastecimento da
Grande São Paulo, permitindo abastecer
33
Grupo de Comunicação
diferentes regiões com água de mais de um
reservatório, aliviando o Cantareira.
Novos hábitos
Após a crise hídrica, a população incorporou
novos hábitos com o uso racional da água. O
consumo de água nas residências é 18%
menor do que era registrado até 2014. No
início da crise hídrica, o consumo residencial
na Grande São Paulo era de 13,2 mil litros
mensais em média. Hoje, caiu para 10,8 mil
litros por mês. Apesar da queda no consumo e
da situação satisfatória dos mananciais, a
consciência para o uso racional da água é
permanente, ressalta o superintendente da
Sabesp. “Apesar da gente ter tido um ano com
chuvas favoráveis e o sistema está com nível
muito bom, é importante frisar que temos que
usar racionalmente a água, porque tem
sempre dois benefícios, primeiro a pessoa tem
um reflexo na própria conta com o consumo
baixo e ainda ajuda a preservar o meio
ambiente, preservando o recurso em sua
utilização, a gente guarda numa represa para
poder utilizar e ganhar mais autonomia”,
ressalta Barros.
Campanha
O Réveillon Hidrológico reforça a todos a
importância da água e de seu uso consciente
e, neste ano, vem com o tema Saneamento
Sustentável e Inclusivo. O slogan Não deixar
ninguém para trás incentiva a ligação de
esgoto das casas da população de baixa
renda.
“Também tem a ação para que as pessoas
possam fazer a ligação de água em
comunidades de baixa renda. A Sabesp faz um
plano de expansão, instala as redes e faz as
ligações de forma gratuita e permite que as
pessoas possam usufruir da água potável.
Essas pessoas também são cadastradas em
tarifas sociais, com valores mais baixos que a
média praticada. Os interessados devem ligar
para o 195 ou ir à agência de atendimento da
Sabesp ou ainda ir ao Poupatempo e fazer o
pedido. A Sabesp vai analisar as condições e
se consegue atendê-las”, completou Barros.
Tendência de chuvas para a Primavera
Segundo o meteorologista do Instituto
Nacional de Meteorologia (Inmet), Marcelo
Schneider, agora é uma época de transição,
começando um período mais chuvoso com
pancadas de chuvas isoladas. “Outubro marca
o período que, junto ao calor, tem a umidade
que vem da Amazônia, mas o auge do período
se dá em dezembro e janeiro”.
Ele explica que as chuvas do início do ano
ajudaram os reservatórios de São Paulo.
“Entre o ano passado e este melhorou um
pouco [o volume nos reservatórios] porque
teve alguns meses, principalmente entre o
verão e o outono, que foram mais chuvosos e
recuperou em parte esse déficit hídrico
grande, principalmente entre 2014 e 2015. Em
parte, essa chuva dos últimos meses
recuperou um pouco, então podemos dizer
que temos uma situação razoável para o início
da estação chuvosa”.
Schneider conta que a tendência para a
primavera, entre os meses de outubro,
novembro e começo de dezembro, é o sul do
país com mais chuvas. “Não teremos nenhum
fenômeno controlando como El Niño ou La
Niña. Do centro para o sul entre São Paulo e
Mato Grosso do Sul a chuva deve ficar um
pouco acima da média e teremos uma
primavera chuvosa. Outras áreas pontuais
como Norte de Minas Gerais, parte de Goiás e
entre o Norte da Bahia e Sul do Piauí e interior
de Pernambuco podem ter chuva abaixo do
normal”, revela o meteorologista.
34
Grupo de Comunicação
Edição: Liliane Farias
Para registrar sua opinião, copie o link ou o
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Você será direcionado para o "Fale com a
Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a
melhorar nossos serviços, sugerindo,
denunciando, reclamando, solicitando e,
também, elogiando.
http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/
2019-10/reveillon-hidrologico-marca-o-inicio-
do-periodo-de-chuvas
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35
Grupo de Comunicação
Veículo: Jornal de Itatiba
Data: 06/10/2019
Agenda para visitas à ETE é aberta no Bairro da Ponte
http://cloud.boxnet.com.br/y4r4eqce
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36
Grupo de Comunicação
Veículo: O Regional
Data: 05/10/2019
Fernando Ciaramello destaca preocupação com abastecimento dc água cm Charqucada
Nesta terça-feira dia (1/10). durante a 25“
sessão ordinária da Câmara Municipal dc
Charqucada. o vereador Fernando Ciataincllo
(PSDB) fez uso ifa palavra na Tribuna do
Poder Legislativo Municipal c destacou sua
preocupação com a questão do abastecimento
dc água na cidade, gerido atualmente pela
SABESP (Companhia dc Saneamento
Básico do Estado dc SiO Paulo).
Ele cita como exemplo, o bairro da Tabela,
onde de acordo com moradores, tem havido
constantes problemas no a hasteei mento,
sobretudo devido a construção das casas do
loteamcnto Santa Kta.
"Essa semana tive uma audiência c recebí
relato de uma pessoa que presta serviços para
SABESP, mc contou sobre essa questão no
bairro da Tabela. Ele me disseque ante sca
construção drn casas próprias, a situação no
abastecimento dc água no bairro da Tabela
era uma. mas quando veio o bairro
Santa Rita aumentou muito a demanda por
água na região, klacicsccu exponcncí a Imente
Ele me disse que hoje a prefeitura pega água
no poço c isso antes não ocorra. Fiquei
preocupado cm saber como está a demanda
de água cm nossa cidade, porque se forem
aprovados novos kiteamentoscorremos o risco
de fitar sem água c precisamos saber dis-vi
tom dareza e todisse ele.
Fernando Ciaramello destaca que o Legislativo
deve estar atento ao tema, inelu si ve porque
a Câmara Municipal tem uma comissão que
analisa a implantação dc novos
cmprcendimcntose que também esse c um
lema sempre preocupante Ciaramello ressalta
ainda que apresentará um requerimento sobre
o tema na próxima sessão.
http://cloud.boxnet.com.br/y3y7oyt4
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37
Grupo de Comunicação
Veículo: Jornal Estação Free
Data: 07/10/2019
Sabesp vai regularizar 152 mil ligações de água em cidades da Grande S. Paulo
A Companhia de Saneamento Básico do
Estado de Sào Paulo (Sabesp) foi
autorizada peio Senado Federal a tomar
empréstimos junto a organizações financeiras
internacionais para investir em obras do
Projeto Tietê e do programa de ampliação dos
serviços de saneamento e de preservação
ambiental.
As duas autorizações foram aprovadas na
quarta-feira (2) pelos senadores, totalizando
até US$ 550 milhões, que poderão ser
captados para o financiamento de obras e
ações. Os recursos são importantes para que a
companhia invista ainda mais na despoluição
do principal rio do Estado e na melhoria dos
serviços de água e esgoto da Região
Metropolitana de São Paulo (RMSP), dando
mais qualidade de vida à população.
Com a autorização referente ao Projeto Tietê,
a Sabesp poderá tomar empréstimos de até
US$ 300 milhões junto ao Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID)
para Investir em obras da quarta etapa do
programa. Iniciado em 1992, o Projeto Tietê
levou coleta e tratamento de esgoto para mais
10 milhões de pessoas na Grande São Paulo,
com Investimentos de quase US$ 3 bilhões em
obras realizadas.
Nesse período, o índice de coleta de esgoto na
RMSP passou de 70% para 89% eo
tratamento de esgoto mais que triplicou,
saltando de 24% para 78%. Com as obras em
andamento, a expectativa é chegar a 2025
com 92% de coleta e 92% de tratamento,
ampliando os serviços de tratamento de
esgoto a mais 7 milhões de pessoas.
Está prevista a execução de cerca de 152 mil
ligações de água e 38 mil de esgoto, além da
troca de 850 km de rede de água, o que
contribuirá para a redução de perdas na
Grande São Paulo.
http://cloud.boxnet.com.br/y68zkkwt
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38
Grupo de Comunicação
Veículo: Jornal Estação Free
Data: 07/10/2019
Controle de perdas é um dos focos da companhia
http://cloud.boxnet.com.br/y445l99h
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39
Grupo de Comunicação
Veículo: A Tribina
Veículo2: G1 Nacional
Data: 07/10/2019
Sabesp alerta cubantenses
http://cloud.boxnet.com.br/yybb3335
http://cloud.boxnet.com.br/y3d8rn7k
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40
Grupo de Comunicação
Veículo: Rádio Ipanema
Data: 07/10/2019
Entrevista com o Secretário da
Habitação do Estado de SP, Flávio Amary - Parte 1
http://cloud.boxnet.com.br/y4xwae8y
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41
Grupo de Comunicação
Veículo: Band Cidade
Data: 04/10/2019
Gaema vai apurar causas de incêndio na
Revap
BAND CIDADE 1ª EDIÇÃO/TV
BANDEIRANTES/SÃO JOSÉ DOS CAMPOSData
Veiculação: 04/10/2019 às 13h05
Duração: 00:00:45
Transcrição
Notificada a Cetesb
http://cloud.boxnet.com.br/yyrjdjj3
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Veículo: Rádio Band Vale
Data: 04/10/2019
Ministério público abriu inquérito para
apurar incêndio na REVAP
RÁDIO BAND VALE FM 102,9/SÃO JOSÉ DOS
CAMPOS | JORNAL DO MEIO DIAData
Veiculação: 04/10/2019 às 12h38
Duração: 00:00:47
Transcrição
Cetesb informa por meio de nota que
auxiliará nas informações
http://cloud.boxnet.com.br/y4ooafdb
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42
Grupo de Comunicação
Veículo: Balanço Geral Record
Data: 04/10/2019
Ministério Público abriu inquérito para
apurar as causas do incêndio na Revap
BALANÇO GERAL VALE/RECORDTV VALE/SÃO
JOSÉ DOS CAMPOSData Veiculação:
04/10/2019 às 13h08
Duração: 00:01:21
Transcrição
Cetesb informou quae já havia feito uma
vistoria e já havia um rompimento do teto de
um dos tanques
A Cetesb deve se manifestar
http://cloud.boxnet.com.br/y6pj2tc8
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Veículo: SP Record
Data: 04/10/2019
Ministério Público abriu inquérito para
apurar as causas do incêndio na Revap
SP RECORD/RECORDTV/SÃO JOSÉ DOS
CAMPOSData Veiculação: 04/10/2019 às
19h10. Duração: 00:01:57
Transcrição
Cetesb informou quae já havia feito uma
vistoria e já havia um rompimento do teto de
um dos tanques
A Cetesb deve se manifestar
http://cloud.boxnet.com.br/y57dphnb
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43
Grupo de Comunicação
Veículo: Jornal de Piracicaba
Data: 06/10/2019
Setor do agronegócio alavanca seguro
especializado no interior
Esalq, um dos maiores centros em pesquisas
agrícolas, contribui à conscientização sobre
seguro rural
CRESCIMENTO EM CONJUNTURA DIFÍCIL
Crise? Que crise? Pelo menos no setor de
seguros essa palavra não existe no dicionário.
Hoje,Como lembra Alexandre mesmo com a
atual conjuntura econômica repleta de
desafios, o setor de seguros caminha para
responder por 3% do PIB total do país e
analistas já preveem que em poucos anos
essa participação poderá chegar a4e até 5%.
E no Brasil o setor de seguros está apenas
“começando”.
Ao contrário de países desenvolvidos como os
Estados Unidos, os países europeus e os
asiáticos Japão e Coréia do Sul, no Brasil
ainda não existe a chamada “cultura do
seguro” que os países citados já cultivam há
décadas, motivados por suas realidades
históricas com guerras e catástrofes naturais.
Mas o país está se educando rapidamente, um
bom exemplo éo recente debate que tomou
conta do país em torno do tema Previdência,
um tema particularmente sensível às novas
gerações.
O fato é que no setor de seguros no Brasil
existe aquilo que os economistas chamam de
“demanda reprimida”.Um dado ilustra bem
essa demanda: menos de 30% dos veículos
que rodam em nossas cidades e estradas têm
seguro de automóvel, um dos mais populares
ramos de seguros. Menos de 30%. Ea mesma
demanda re-Camillo, presidente do Sindicato
dos Corretores de Seguros do Estado de S.
Paulo, “reforçando a tendência de melhora dos
indicadores econômicos do país já verificada
nos últimos meses de 2018, temos um
crescimento de 9% no primeiro trimestre de
2019, quando comparado ao mesmo período
do ano anterior”.
Alexandre Camillo faz estas considerações
com a autoridade de quem preside o principal
sindicato da categoria de corretores no país, o
Sincor SP Um Estado que conta com
aproximadamente 40 mil corretores, sendo
mais da metade no interior. Um Estado que
responde por praticamente 50% da produção
total de seguros no país, o que representa um
impacto econômico considerável em nossas
cidades. Só para se ter uma ideia do que é
esse impacto do setor de seguros: a
estimativa de faturamento total para 2019
passa dos R$ 450 bi.
SEGURO RURAL
Todos sabemos da importância do agronegócio
no PIB do país. A boa notícia é que esse setor
vai continuar crescendo porque os
investimentos não cessam em máquinas,
equipamentos, fertilizantes e uma infinidade
de itens como ficou demonstrado na última
Agrishow 2019. Maior feira do gênero na
América Latina, a Agrishow que acontece
todos os anos em Ribeirão Preto, a Agrishow
2019 fechou um total de R$2,9 bilhões em
negócios e superou em 6,4% o volume
registrado em 2018, segundo balanço
divulgado pelos organizadores do evento que
teve um número recorde de visitantes: 159
mil pessoas.
Evidentemente, quanto mais sofisticação
tecnológica houver em máquinas e
equipamentos para o campo, mais
investimento em seguro especializado será
indispensável.
E com a modernização do agronegócio
brasileiro, cresce o Seguro Rural que envolve
todas as etapas do processo produtivo, desde
o plantio, passando pelo armazenamento de
insumos até o beneficiamento e
processamento de produtos.
44
Grupo de Comunicação
SEGURO AMBIENTAL
A Amazônia colocou o Brasil nas manchetes
mundiais. Independente do esforço em
controlar o desmatamento, o fato é que meio
ambiente é pauta prioritária da mídia e será
cada vez mais um fator determinante no
comércio internacional.
No Estado de São Paulo, a preservação
ambiental vai bem, obrigado. Os dados
publicados mensalmente pela Cetesb
(Companhia Ambiental do Estado de São
Paulo) mostram empresas constantemente
autuadas por transgressões ambientais. Nesse
tipo de seguro, uma boa assessoria é
fundamental, onde o corretor consultor analisa
em profundidade o perfil da empresa, seus
produtos, seus mercados interno e externo e
os riscos ambientais nas diferentes fases de
produção.
Estimativa de faturamento total para o setor
de seguros no país é de R$ 450 bilhões em
2019.
http://cloud.boxnet.com.br/y6s3aoff
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45
Grupo de Comunicação
Veículo: Jornal de Piracicaba
Data: 06/10/2019
Vereador pede ação política para evitar mortandade de peixes
http://cloud.boxnet.com.br/y29wf2fq
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46
Grupo de Comunicação
Veículo: DHoje SJRioPreto
Data: 05/10/2019
Simulado de Defesa
http://cloud.boxnet.com.br/y6b74uqh
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http://cloud.boxnet.com.br/y69msexm
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47
Grupo de Comunicação
Veículo: A Cidade / Votuporanga
Data: 05/10/2019
Projeto para melhorias de vicinal deve ser
entregue em até 15 dias à Cetesb
http://cloud.boxnet.com.br/yyskyo4n
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48
Grupo de Comunicação
Veículo: G1 Mogi das Cruzes e Suzano
Data: 05/10/2019
Acidente envolvendo caminhão tanque
interdita trecho da Rodovia Ayrton Senna,
em Guararema
Segundo a Ecopistas, motorista do caminhão
ficou gravemente ferido.
Por G1 Mogi das Cruzes e Suzano
Acidente envolvendo caminhão tanque
interdita trecho da Ayrton Senna — Foto:
Alessandro Batata/TV Diário
Um acidente envolvendo um caminhão tanque
com combustível e um carro de passeio, em
Guararema, provocou a interdição da Rodovia
Ayrton Senna na tarde deste sábado (5). Uma
pessoa ficou gravemente ferida e há risco de
explosão.
De acordo com a Polícia Rodoviária, o acidente
ocorreu na altura do km 67, sentido interior. O
corpo de bombeiros enviou um caminhão para
o local.
A Ecopistas, concessionária que administra a
via, informou que o motorista do caminhão
ficou gravemente ferido e precisou ser
resgatado pelo Helicóptero Águia. Outras
quatro vítimas, com ferimentos moderados,
foram levadas por uma ambulância.
Ainda segundo a Ecopistas, o caminhão está
vazando e a via precisou ser interditada a
partir do km 60 pelo risco de explosão. O
procedimento de retirada do combustível será
feito pela empresa responsável com
acompanhamento da Polícia e da Companhia
Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB).
Ainda não há previsão de liberação do
trânsito.
https://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-
suzano/noticia/2019/10/05/acidente-
envolvendo-caminhao-tanque-interdita-trecho-
da-rodovia-ayrton-senna-em-
guararema.ghtml
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49
Grupo de Comunicação
Veículo: TEM Notícias
Data: 05/10/2019
Incêndio de grandes proporções destrói
área de cerrado do Jardim Botânico de
Bauru
TEM NOTÍCIAS 2ª EDIÇÃO/TV
GLOBO/BAURUData Veiculação: 05/10/2019
às 19h24
Duração: 00:04:26
Transcrição
Cetesb. SIMA
http://cloud.boxnet.com.br/y3lpdsqh
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50
Grupo de Comunicação
Veículo: Diário do Grande ABC
Data: 07/10/2019
Piscinão
http://cloud.boxnet.com.br/y2upntj5
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51
Grupo de Comunicação
VEÍCULOS DIVERSOS Veículo: Revista Consultor Jurídico
Data: 04/10/2019
Assédio moral e seus malefícios nos ambientes de trabalho
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4 de outubro de 2019, 9h20
Por Raimundo Simão de Melo
A palavra assédio (HOUAISS), tem o sentido
de operação militar, ou mesmo conjunto de
sinais ao redor ou em frente a um local
determinado, estabelecendo um cerco com a
finalidade de exercer o domínio. No sentido
figurado é a insistência impertinente,
perseguição, sugestão ou pretensão
constantes em relação a alguém.
Nas relações de trabalho, relação de trabalho
lato sensu (gênero) e relação de emprego
(espécie), o tema vem ganhando repercussão,
porque, especialmente o contrato de trabalho
(contrato de adesão) é marcado pela
desigualdade entre as partes (patrão e
empregado). O patrão tem o poder de direção,
de fiscalização e de punição. A relação é
marcada pela subordinação (que, no entanto,
não significa posição moral inferior nem perda
da dignidade do trabalhador perante o
tomador de serviços).
O assédio moral, como vem definindo a
melhor doutrina, é violência psicológica,
constrangimento, humilhação, vexame ou
tortura psicológica.
Não é fenômeno novo. Na última década a
conduta começou a ser estudada, denunciada,
coibida e punida, quando estudos
multidisciplinares (Psicologia, Medicina,
Medicina do Trabalho, Administração de
Empresas, Direito etc.) passaram a se dedicar
e se preocupar com o assunto, embora, ao
contrário do assédio sexual (que é crime), o
assédio moral ainda não foi criminalizado,
nem, sequer regulamentado quanto aos seus
efeitos e punição.
O assédio moral no trabalho é toda ação
repetitiva/prolongada ou sistematizada com o
objetivo de afetar a dignidade do trabalhador
e criar ambiente humilhante, degradante,
constrangedor, desestabilizador e hostil.
O assédio moral no trabalho, embora não
regulamentado, significa abuso de direito,
proibido pelo art. 186 do CC, que diz que
"Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito e
causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito".
Fundamentos constitucionais são mais fortes
quanto à coibição do assédio moral no
trabalho, uma vez que o art. 5º da CF
estabelece que - Todos são iguais perante a
lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos
termos seguintes.
Já o art. 7º da CF assegura como direitos dos
trabalhadores urbanos e rurais, além de
outros que visem à melhoria de sua condição
social, como a redução dos riscos inerentes ao
trabalho, por meio de normas de SAÚDE,
higiene e segurança.
Isso é importante porque o assédio, seja
moral ou sexual, na maioria dos casos causa
doenças emocionais, às vezes graves, a ponto
de impedir a continuidade do trabalho da
vítima.
O assédio provoca consequências na saúde
dos trabalhadores, uma vez que mina a saúde
física e mental da vítima e corrói a sua auto-
estima, interfere na sua vida familiar, interfere
no relacionamento da vítima com colegas de
trabalho, interfere no crescimento profissional
da vítima, causando-lhe danos diversos.
As mulheres são mais humilhadas e
expressam sua indignação com choro, tristeza,
ressentimentos e mágoas, enquanto que os
homens sentem-se revoltados, indignados,
desonrados, com raiva, traídos e têm vontade
de vingar-se.
Em regra, o trabalhador assediado no trabalho
passa a conviver com depressão, angústia,
distúrbios do sono, conflitos internos,
sentimentos de fracasso e inutilidade,
palpitações, tremores, hipertensão, distúrbios
digestivos, dores generalizadas, alteração da
libido, transtornos bipolares. fobias e
pensamentos ou tentativas de suicídios que
configuram um cotidiano sofrido.
52
Grupo de Comunicação
O assédio moral ou sexual não interessa a
ninguém, nem à empresa, nem ao trabalhador
e muito menos à sociedade, porque o
trabalhador assediado produz pouco e de
baixa qualidade e custa caro para o Estado por
conta das doenças que pode adquirir e dos
afastamentos do trabalho.
Por isso, o papel das empresas deve ser de
orientar seus empregados, especialmente
superiores hierárquicos, dando-lhes
conhecimento da lei, realizando reuniões e
seminários sobre os limites daquilo em que
consiste o assédio, estabelecendo fórmulas
claras de punição aos assediadores, criando,
inclusive, efetivo canal de denúncia para o
assediado registrar suas queixas e propiciar
investigação rigorosa e transparente das
denúncias recebidas.
Raimundo Simão de Melo é consultor jurídico,
advogado, procurador regional do Trabalho
aposentado, doutor e mestre em Direito das
Relações Sociais pela PUC-SP e professor
titular do Centro Universitário UDF e da
Faculdade de Direito de São Bernardo do
Campo (SP), além de membro da Academia
Brasileira de Direito do Trabalho. Autor de
livros jurídicos, entre outros, Direito ambiental
do trabalho e a saúde do trabalhador e Ações
acidentárias na Justiça do Trabalho.
https://www.conjur.com.br/2019-out-
04/reflexoes-trabalhistas-assedio-moral-
maleficios-ambientes-trabalho
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53
Grupo de Comunicação
Veículo: Portogente
Data: 07/10/2019
WhatsApp na empresa: até onde vai a
liberdade do empregado?
Daniel Moreno*
As ferramentas de tecnologia são
fundamentais nas relações profissionais.
Entretanto se utilizadas de forma errônea,
podem gerar grandes problemas para
profissionais e empresas. Os empresários,
com objetivo de manter uma segurança no
cotidiano com seus funcionários, têm investido
em estabelecer normas internas para regular o
uso de aplicativos de mensagens, como por
exemplo o WhatsApp.
Além do controle do tempo despendido pelos
colaboradores no aplicativo, o que se tem
observado é um cuidado ainda maior por parte
do empregador: o quanto o uso do WhatsApp
compromete o resguardo de informações
sigilosas e da imagem da empresa? Qual o
risco de situações relacionadas ao aplicativo
resultarem em processos trabalhistas e qual o
limite da privacidade do empregado?
De acordo com dados do Facebook, empresa
proprietária do aplicativo, há no Brasil cerca
de 120 milhões de usuários ativos do
WhatsApp. É inegável que o aplicativo de
mensagens gera facilidades na comunicação
entre os colaboradores, inclusive por meio dos
conhecidos grupos de mensagens. Por outro
lado, esta facilidade pode gerar prejuízos à
empresa ou até mesmo ao trabalhador.
Mensagens enviadas via WhatsApp têm sido
aceitas como prova na Justiça do Trabalho,
gerando condenações como horas extras,
danos morais, demissão por justa causa, entre
outras. Um dos casos mais corriqueiros é o
assédio moral, que ocorre quando um superior
hierárquico constrange o trabalhador com
agressões verbais ou ameaças. Neste caso, o
trabalhador pode simplesmente “printar” a
tela e utilizar a imagem como prova em um
eventual processo trabalhista.
Há limites para o controle do uso do aplicativo
por parte do empregador. Via de regra,
diferentemente do telefone corporativo, a
empresa não pode exigir que o funcionário
forneça dados ou históricos presentes em seu
aparelho pessoal, sob pena de violação da
intimidade do trabalhador. Caso a empresa
acesse o telefone celular do trabalhador sem a
sua permissão, a mesma poderá ser
condenada, inclusive criminalmente.
Entretanto, faz parte das prerrogativas da
empresa proibir o uso do celular no ambiente
de trabalho e, caso a ordem seja descumprida,
o empregador poderá advertir, suspender ou
até mesmo dispensar o trabalhador. Em
alguns casos, o colaborador poderá ser
dispensado por justa causa logo na primeira
infração.
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não
prevê um número mínimo ou máximo de
advertências que caracterizem a justa causa.
A lei determina apenas que a aplicação da
pena deve ser proporcional à gravidade ou à
reincidência do fato. Caso o empregado não
concorde com a pena, poderá ingressar na
Justiça do Trabalho com o intuito de reverter a
justa causa aplicada.
A fim de evitar maiores transtornos, é
importante que as empresas orientem os seus
funcionários sobre as boas práticas no
aplicativo, de preferência por meio de um
Termo de Responsabilidade e Conduta. O
Termo deve versar sobre; a participação
voluntária em grupos do WhatsApp; a não
obrigatoriedade do empregado em responder
mensagens durante a jornada, após o
expediente ou durante as férias; a
comunicação à empresa a respeito da criação
de grupos com fins relacionados ao trabalho; e
o caráter sigiloso de determinadas
informações, sob pena das sanções cabíveis.
Tais normais visam mitigar a chance de litígio
e a ocorrência de situações relacionadas ao
WhatsApp, que sejam desinteressantes tanto
para o empregador, quanto para o
empregado. Em suma, o ideal é que tanto
empresas quanto trabalhadores tenham bom
senso na utilização das ferramentas
54
Grupo de Comunicação
tecnológicas de trabalho. Prevenir nunca é
demais.
Daniel Moreno
* Especialista em Direito do Trabalho e sócio
do escritório Magalhães & Moreno Advogados
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Data: 07/10/2019
55
Grupo de Comunicação
FOLHA DE S. PAULO Painel: Reação de Moro a crise de
candidaturas laranjas no PSL surpreende
juízes e MPF, que falam em ‘parcialidade’
Cai o véu
Para além do impacto da revelação, na Folha, de
que a apuração sobre candidaturas laranjas no
PSL de Minas levou a menções à campanha de
Jair Bolsonaro, foi a reação de Sergio Moro
(Justiça) à notícia o que mais surpreendeu
membros do Judiciário e do Ministério Público. O
ex-juiz saiu em defesa do presidente, e
procuradores que atuaram na Lava Jato
demonstraram incredulidade. Ministros de cortes
superiores, alarde: o chefe da PF mostrou
parcialidade, disse um integrante do STJ.
Álibi
Moro escreveu nas redes sociais que “nem a PF e
nem o Ministério Público, que atuam com
independência, viram algo contra o presidente
nesse inquérito”. Ocorre que o caso está sob
sigilo e o ministro não deveria ter informações
privilegiadas. Um procurador disse que
“realmente não entende a estratégia dele”.
De boas intenções…
O mesmo procurador, que atuou na Lava Jato,
diz que o ex-juiz recebeu “o anel da política
quando deixou a magistratura com uma missão
clara —e acho que sincera”, mas que pode ter se
perdido por excesso de credulidade. “O próprio
presidente, em um de seus arroubos, disse que
ele era ‘ingênuo’”, concluiu.
Meu lado
Políticos de centro e centro-direita centraram
suas críticas em Moro, dizendo que é cedo para
atribuir responsabilidade pessoal a Bolsonaro
sobre irregularidades ocorridas no PSL mineiro.
Ganhou o coração
O presidente, que agiu de maneira incisiva na
Procuradoria-Geral da República, criticou a
Receita e defendeu decisões do STF que
beneficiaram seu filho, amealhou solidariedade
entre caciques de grandes partidos pela
“coragem de combater abusos”.
Serviços prestados
O ministro da Justiça não teve o mesmo
tratamento. “Moro virou um funcionário do
governo. A cada dia quer mostrar mais lealdade”,
afirmou um deputado que é próximo do Planalto.
Um dirigente de partido de centro segue a
mesma linha: diz que o ex-juiz já percebeu “que
o chefe não lida bem com divergência de
opinião”.
A grama do vizinho
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, diz que
Moro e Bolsonaro tentam lançar cortina de
fumaça sobre os escândalos que se avizinham do
Planalto ao insinuarem ligação do partido com o
crime organizado usando reportagem da TV
Record. O jurídico da sigla foi acionado e vai
apurar o caso.
Mateus 22:21
O ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) levou um
pastor da igreja que frequenta, a Sara Nossa
Terra, a uma viagem oficial para Porto Alegre,
em avião da FAB.
Dai a César…
O pastor Gerônimo Martins acompanhou o
ministro em diversos compromissos no dia 22 de
setembro. A agenda oficial incluía palestras
Associação Comercial de Porto Alegre e na
Federação do Comércio de Bens e de Serviços do
Estado do RS.
…o que é de César…
Onyx costuma ir aos sábados na Sara Nossa
Terra, em Brasília. Gerônimo, que já ministrou
cursos ao lado do bispo Rodovalho, presidente da
agremiação, atua em igrejas da capital, inclusive
a que é frequentada pelo ministro.
…e a Deus…
A Casa Civil já tem um pastor da Sara, Leandro
Lima, como assessor especial de Onyx. A
proximidade dos religiosos com o político irritou
membros da congregação.
…o que é de Deus
No início do governo, Bolsonaro distribuiu um
cartilha de normas éticas que recomenda que
somente o ministro e a equipe que o acompanha
usem aviões em viagens oficiais.
Sem pecado
Procurada, a assessoria de Onyx afirmou que,
“na referida data, além de palestras realizadas
em entidades empresariais, o ministro cumpriu
agendas políticas em Porto Alegre. O referido
passageiro acompanhou o ministro nessas
agendas e sua ida não resultou em nenhuma
despesa adicional para a União”.
Data: 07/10/2019
56
Grupo de Comunicação
Sob análise
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) aditou
representação que havia feito à OAB contra o ex-
procurador-geral Rodrigo Janot. O emedebista
pede que a entidade suspenda Janot por 180 dias
para a realização de “apuração psicológica e
toxicológica do mesmo”.
Tu o disseste
Renan cita um risco “iminente de atentado a
ministros do STF”.
TIROTEIO
A verdade que ora aflora só prova que não é
possível fazer campanha presidencial com pouco
mais de R$ 1 milhão
De Eugênio Aragão, advogado do PT, sobre o
depoimento à PF e a planilha que indicam caixa
dois na campanha de Jair Bolsonaro
https://painel.blogfolha.uol.com.br/2019/10/07/r
eacao-de-moro-a-crise-de-candidaturas-laranjas-
no-psl-surpreende-juizes-e-mpf-que-falam-em-
parcialidade/
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Data: 07/10/2019
57
Grupo de Comunicação
Papa abre encontro sobre Amazônia e diz
que fogo foi ateado por interesses que
destroem
No sínodo, pontífice afirma também que igreja
não pode ser só pastoral de manutenção
Michele Oliveira
CIDADE DO VATICANO
O fogo foi a palavra-chave da homilia feita pelo
papa Francisco na missa de abertura do Sínodo
da Amazônia, realizada neste domingo (6), no
Vaticano.
Em sua fala, que demorou cerca de dez minutos,
o papa mencionou o “fogo” 13 vezes, tanto para
comentar a necessidade de “reacender” o dom de
Deus recebido pelos bispos, em referência à ação
pastoral da Igreja Católica, quanto para criticar
as queimadas recentes na floresta.
“O fogo ateado por interesses que destroem,
como o que devastou recentemente a Amazônia,
não é o do Evangelho. O fogo de Deus é calor
que atrai e congrega em unidade. Alimenta-se
com a partilha, não com os lucros. Pelo contrário,
o fogo devorador alastra quando se quer fazer
triunfar apenas as próprias ideias, formar o
próprio grupo, queimar as diferenças para
homogeneizar tudo e todos”, disse o papa, sem
citar nenhum país.
Convocado há dois anos, o sínodo é uma reunião
do papa com 185 bispos dos nove países da
Amazônia (58 são brasileiros), além de outros
especialistas e convidados. A assembleia
acontece até 27 de outubro, sempre no Vaticano.
Na missa de aproximadamente uma hora e meia
realizada na Basílica de São Pedro, lotada e
transmitida ao vivo por um dos principais canais
da TV aberta italiana, o papa se dirigiu aos
bispos, sentados à sua frente.
“O dom que recebemos é um fogo. (...) O fogo
não se alimenta sozinho, morre se não for
mantido vivo, apaga-se se a cinza o cobrir. Se
tudo continua igual, se os nossos dias são
pautados pelo ‘sempre se fez assim’, então o
dom desaparece”, afirmou.
Em sua homilia, o papa pediu que a igreja não se
limite a uma “pastoral de manutenção” e que o
sínodo tenha inspiração para “renovar os
caminhos para a igreja” na região.
“A igreja não pode de modo algum limitar-se a
uma pastoral de manutenção para aqueles que já
conhecem o Evangelho de Cristo”, disse, citando
são Paulo.
A homilia é o momento durante a missa em que
o sacerdote usa um trecho do Evangelho para
fazer seus próprios comentários.
As palavras do papa resumem os eixos dos
debates que ocorrerão nas próximas semanas
entre os participantes do sínodo: como renovar
as ações da igreja na Amazônia e como lidar com
as questões ambientais e socioeconômicas que
afetam a população.
Para aumentar a presença de religiosos no
bioma, superar as grandes distâncias entre as
comunidades e dificuldades de acesso e reduzir a
perda de católicos para as igrejas evangélicas,
serão discutidas as possibilidades de ordenar
homens casados como sacerdotes, criar
ministérios oficiais para as mulheres e incorporar
costumes dos povos indígenas em rituais
católicos.
Sobre os povos tradicionais da região, o papa
criticou o colonialismo que, em vez de oferecer “o
dom de Deus”, o impôs.
“Quando sem amor nem respeito se devoram
povos e culturas, não é o fogo de Deus, mas do
mundo. (...) Quantas vezes houve colonização
em vez de evangelização. Deus nos preserve da
ganância dos novos colonialismos.”
Ao final, o pontífice acenou aos brasileiros ao
citar o cardeal d. Claudio Hummes, relator-geral
deste sínodo, para fazer uma homenagem aos
que “gastaram a sua vida na Amazônia”.
“Repito as palavras do nosso amado cardeal
Hummes: quando for àquelas pequenas cidades
da Amazônia, vá aos cemitérios procurar o
túmulos dos missionários. (...) Não se esqueça
deles. Merecem ser canonizados”.
A Amazônia está na mira do papa Francisco
desde o início do seu pontificado. Depois de ser
eleito em março de 2013, o papa participou em
julho daquele ano da Jornada Mundial da
Juventude, no Rio, e expressou ali o seu
interesse em discutir a ação da igreja na região.
Data: 07/10/2019
58
Grupo de Comunicação
A prática do sínodo foi instituída pela igreja em
1965 e esta será a sua 16ª edição.
Desde que o papa argentino assumiu, foram
realizadas duas assembleias ordinárias sobre
temas gerais da igreja (família, em 2015, e
jovens, em 2018) e uma extraordinária, para
assuntos urgentes (evangelização, em 2014).
Já as assembleias especiais, como este sínodo,
são pensadas para abordar temas de um lugar
específico. Em 2010, foi o Oriente Médio; em
2009, a África. Sob Francisco, o bioma será a
primeira região do mundo a receber atenção
exclusiva.
A apreensão da igreja é com a perda de fiéis
católicos na região e o crescimento das igrejas
evangélicas, evidenciada desde o Censo
Demográfico do IBGE de 2010, o último
realizado. Só no estado do Amazonas, o número
de evangélicos era de 31%, ante 21% em 2000.
Entre os que se declararam católicos, queda de
70,8% para 59,5%.
ENTENDA O SÍNODO
O que é sínodo
O Sínodo dos Bispos é uma reunião episcopal de
especialistas. Convocado e presidido pelo papa,
discute temas gerais da Igreja Católica (como
juventude, em 2018), extraordinários
(considerados urgentes) e especiais (sobre uma
região). Instituído em 1965, acontece neste ano
pela 16ª vez.
Especial Amazônia
Anunciado em 2017 pelo papa Francisco, o
Sínodo da Amazônia trata de assuntos comuns
aos nove países do bioma, organizados em dois
eixos: pastoral católica e ambiental. Depois de
meses de escuta da população local, bispos e
demais participantes se reúnem entre 6 e 27 de
outubro, no Vaticano.
Para que serve
O sínodo é um mecanismo de consulta do papa.
Os convocados têm a função de debater e de
fornecer material para que ele dê diretrizes ao
clero, expressas em um documento chamado
exortação apostólica. As últimas duas exortações
pós-sinodais foram publicadas cerca de cinco
meses depois de cada assembleia.
Quem participa
O Sínodo da Amazônia reúne 184 padres sinodais
(como são chamados os bispos participantes),
sendo 58 brasileiros. Além dos bispos da região,
há convidados de outros países e de
congregações religiosas. Também participam
líderes de outras comunidades cristãs, da
população e especialistas —no total, há 35
mulheres. O papa costuma presidir todas as
sessões.
Principais polêmicas
Este sínodo tem recebido críticas do governo
brasileiro, incomodado com o viés ambiental e
pressionado pela situação na Amazônia, e da ala
conservadora da igreja, que vê como
inapropriado o debate sobre a ordenação de
homens casados como sacerdotes, a criação de
ministérios oficiais para mulheres e a
incorporação de costumes indígenas em rituais
católicos.
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/10/fo
go-na-amazonia-foi-ateado-por-interesses-que-
destroem-diz-papa.shtml
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Data: 07/10/2019
59
Grupo de Comunicação
São Paulo monitora parques para tentar
conter avanço de barbeiros
Inseto pode transmitir doença de Chagas se
estiver contaminado; não há transmissão da
doença na região metropolitana
Patrícia Pasquini
SÃO PAULO
As autoridades de saúde pública estão
preocupadas com a dispersão do inseto barbeiro
da espécie Panstrongylus megistus a partir de
Taboão da Serra, na região metropolitana de São
Paulo, para a capital.
O barbeiro transmite a doença de Chagas se
estiver infectado pelo protozoário Trypanosoma
cruzi, causador da doença de Chagas.
Atualmente, a espécie Panstrongylus megistus
tem importância epidemiológica porque
geralmente vem infectada pelo parasita.
Os sintomas iniciais da doença de Chagas são
febre, dor de cabeça e fraqueza. Na fase aguda,
o fígado e o baço aumentam e aparecem
distúrbios cardíacos. Na crônica, compromete o
coração e o aparelho digestivo. Em crianças, a
doença pode levar à morte.
Além dela, outra espécie de barbeiro também
existe no estado: a Rhodnius neglectus, presente
na região Noroeste, mas sem infecção pelo
protozoário.
Mesmo que não ainda exista transmissão da
doença de Chagas na região metropolitana e na
capital paulista, a Sucen (Superintendência de
Controle de Endemias) do Estado de São Paulo
iniciará neste mês um monitoramento em quatro
parques da capital: Villa-Lobos, do Povo e
Água Branca (na zona oeste); e Ibirapuera
(zona sul).
O objetivo é fazer a busca ativa por exemplares
do barbeiro, bem como identificar sua rota de
deslocamento.
Segundo Rubens Antonio da Silva, biólogo,
pesquisador e coordenador técnico do Programa
de Controle de Doença de Chagas da Sucen, a
hipótese é de que os corredores verdes estejam
facilitando a dispersão dos insetos.
"Examinando os locais de ocorrência de barbeiros
nos últimos anos, concluímos que eles podem
estar se movendo através das conexões de
matas e parques, a partir da região entre as
rodovias Régis Bittencourt e Raposo Tavares."
Dos parques, os barbeiros invadem as casas,
fazem colônias e usam as pessoas e os animais
domésticos como fonte de alimentação.
“No caso do Parque da Água Branca, a
situação é um pouco diferente. Já existe a
possibilidade de ter espécies de barbeiros no
local. Estes bichos precisam de sangue quente de
pessoas e de animais, e lá há mais de 1.300
galinhas que podem servir de fonte de
alimentação”, afirma Silva.
Um dos exemplares do bicho barbeiro
encontrados em Taboão da Serra, na Grande SP -
Arquivo pessoal
O monitoramento dos parques inclui ações
educativas e orientação aos frequentadores e
moradores do entorno destes locais.
“Quando tivemos a grande transmissão, entre as
décadas de 1950 e 1970, a região metropolitana
de São Paulo não vivenciou a endemia e,
portanto, não possui conhecimento da doença de
Chagas. O que isso tem de relevante? Por não
estarem atentas ao monitoramento da espécie,
as pessoas podem ter o bicho dentro de casa e
desconhecer”, afirma Silva.
Os Panstrongylus megistus têm o corpo marrom
com manchas vermelhas e mede de 2,5 a 4 cm
de comprimento. Os bichos são de
comportamento noturno e atraídos pela luz.
Voam num raio de 400 metros, distância que
pode ficar maior se houver corrente de vento.
Data: 07/10/2019
60
Grupo de Comunicação
Quem vive perto de matas e de parques deve
fechar portas e janelas ao escurecer, além de
vedar frestas.
A dispersão dos barbeiros começou em setembro,
com a primavera, quando ficou perceptível um
aumento de exemplares adultos, porque eles
buscam novos ambientes para colonização.
A transmissão da doença se dá pelas pelas fezes
que o barbeiro deposita sobre a pele enquanto
suga o sangue.
Geralmente, a picada provoca coceira e o ato de
coçar facilita a penetração do protozoário pelo
local. O parasita também pode entrar no
organismo através da mucosa dos olhos, do nariz
ou da boca ou de feridas e cortes recentes na
pele.
Silva explica que atualmente não é este tipo de
transmissão da doença de Chagas que preocupa
as autoridades. A mais frequente é pela ingestão
de alimentos à base de açaí ou de cana-de-
açúcar, por exemplo. Em locais sem higiene
adequada, o barbeiro pode ser triturado durante
o preparo do alimento.
Também deve-se tomar um cuidado especial com
os saruês (gambás), para que não permaneçam
nos forros das casas. Eles são reservatórios do
Trypanosoma cruzi. “Se os saruês servirem de
fonte de alimento para os barbeiros, o risco de
transmissão é amplificado”, diz Silva.
O RESSURGIMENTO
Desde 2016, foram encontrados 61 barbeiros
Panstrongylus megistus no município de Taboão
da Serra, todos em casas perto de matas,
segundo a prefeitura.
A publicitária Ana Luísa Cruz Suzigan, 40, achou
três em sua residência. A família levou um susto,
porque um deles estava no berço do filho dela.
A Sucen foi acionada e esteve no local. Os bichos
foram levados ao CCZ (Centro de Controle de
Zoonoses) e a família tomou providências: a
partir das 17h, os acessos à casa ficam fechados.
As janelas e portas ganharam telas e protetores,
respectivamente.
Itapecerica da Serra, Santana do Parnaíba, Embu
das Artes e Carapicuíba também tiveram casos
de barbeiro.
Em um caso em Embu das Artes, os bichos
moravam num colchão e utilizavam um casal
como fonte de alimentação.
Em Carapicuíba, o órgão coletou mais de 57
exemplares em diferentes estágios de
desenvolvimento. Eles estavam associados a
gambás que moravam nos forros de três casas
dentro de uma mesma propriedade, mas nenhum
apresentou positividade para o Trypanosoma
cruzi, segundo a prefeitura.
Desde 2018, as equipes da Sucen registraram
Panstrongylus megistus em áreas próximas a
matas nos bairros Jardim Amaralina, Cohab
Raposo Tavares, Jardim Esmeralda e Butantã
(zona oeste).
Se houver uma expansão territorial dos
barbeiros, a situação pode se agravar e no final
deste ano os moradores do Tucuruvi e entorno
do Parque da Cantareira [zona norte], e da
região do Zoológico [zona sul], deverão
encontrar exemplares dentro de casa.
Data: 07/10/2019
61
Grupo de Comunicação
Outras áreas também são vulneráveis ao
aparecimento de barbeiros —Cotia e Osasco
(Grande SP) e o ABC paulista.
Quem encontrar exemplares de barbeiro deve
acionar a prefeitura e encaminhá-los, de
preferência vivos, ao Centro de Controle de
Zoonoses ou órgão semelhante.
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/1
0/sao-paulo-monitora-parques-para-tentar-
conter-avanco-de-barbeiros.shtml
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Data: 07/10/2019
62
Grupo de Comunicação
Incêndio atinge sítio arqueológico com
pinturas rupestres de 11 mil anos no Pará
Bombeiros combatem o fogo desde sábado (5)
Matheus Moreira
SÃO PAULO
Um incêndio atingiu o sítio arqueológico Serra da
Lua, no Pema (Parque Estadual de Monte Alegre),
no Pará, na noite de sábado (5). O fogo na região
da Serra da Lua foi controlado, mas outros focos
de incêndio ainda são combatidos por bombeiros
e voluntários.
O parque e o centro de musealização são
gerenciados pelo Ideflor-bio (Instituto de
Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do
Estado do Pará). Com área de 58.251 hectares, o
parque faz parte da Área de Proteção Ambiental
Paytuna, criada em 2001. No local há pinturas
rupestres que comprovam que a região foi
habitada há pelo menos 11 mil anos.
Segundo o governo do Pará, o fogo segue em
progressão lenta, na direção contrária do vento,
o que facilita o trabalho dos brigadistas. Ainda
não se sabe a área total atingida.
Na manhã deste domingo (6), um grupo de
militares do Corpo de Bombeiros de Santarém foi
deslocado para auxiliar na extinção do fogo. Um
segundo grupo, destacado para a região no início
da tarde, deve levar mais equipamentos para os
brigadistas.
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/1
0/incendio-atinge-sitio-arqueologico-com-
pinturas-rupestres-de-11-mil-anos-no-para.shtml
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Data: 07/10/2019
63
Grupo de Comunicação
Mônica Bergamo: Proposta de Moro de
prisão em 2ª instância deve gerar
resistência no STF
Ministros afirmam que a presunção de inocência
até o fim do processo é garantida por cláusula
pétrea da Constituição
A proposta do ministro da Justiça, Sergio Moro,
de aprovar texto que consagre na lei a prisão de
pessoas depois de condenadas em segunda
instância deve gerar resistência no STF (Supremo
Tribunal Federal) mesmo se feita por meio de
emenda constitucional.
SIMPLES
Moro tenta inserir a tese em textos legais por
meio de simples projeto de lei. Com a resistência
de parlamentares, pode tentar apoiar uma PEC
(Proposta de Emenda Constitucional).
COMPLEXO
Ministros da corte contrários à ideia afirmam que
a presunção de inocência até o fim do processo é
garantida por cláusula pétrea da Constituição.
Assim, ela só poderia ser modificada por uma
Constituinte —e não por uma emenda.
SINAL TROCADO
O tribunal trava há anos debate sobre a questão
e deve voltar a se debruçar sobre o tema neste
mês. Pela interpretação atual, a segunda
instância é constitucional. Mas o entendimento
pode mudar.
BILHETE
O ministro Dias Toffoli pensava em pautar o tema
nesta semana. Ministros da corte, porém, vão
viajar. E ele deve transferir o debate para a
segunda quinzena do mês.
ORIGENS
“Tenho os pés no chão porque não esqueço de
onde vim”, diz a apresentadora Maisa à revista
Glamour de outubro; a publicação chega às
bancas nesta segunda (7)
MUDANÇA...
O Governo de SP quer acabar com a Furp, fábrica
de remédios vinculada à Secretaria da Saúde. No
programa de governo entregue por João Doria ao
Tribunal Superior Eleitoral em 2018, porém,
consta que uma “prioridade será a manutenção e
melhoria dos programas já existentes no estado,
tais como Dose Certa, farmácias de alto custo,
Furp e os institutos”.
... DE HÁBITO
O Executivo estadual afirma que a Furp causa
prejuízo anual de R$ 57 milhões aos cofres
públicos e alega que a sua extinção “não significa
redução na distribuição de remédios gratuitos,
tampouco descumprimento de qualquer
compromisso do governo na priorização da
saúde”.
MENOS
“O estado adquire medicamentos, em alguns
casos, pelo dobro do preço daqueles praticados
no mercado. Estudos técnicos apontam
ineficiência e a consequente necessidade de
otimizar recursos públicos”, diz o governo.
É PRIMAVERA
A peça “Apareceu a Margarida”, com direção de
Bruno Garcia e atuação de Marília Medina,
reestreou na quinta (2), no Teatro Eva Herz. O
músico João Suplicy e os atores Leonardo
Medeiros e Tato Gabus Mendes passaram por lá.
CALMA LÁ
Deputados como Áurea Carolina (PSOL-MG),
David Miranda (PSOL-RJ), Benedita da Silva (PT-
RJ) e Túlio Gadêlha (PDT-PE) vão entrar com
uma representação no Ministério Público Federal
contra o ministro Osmar Terra, da Cidadania,
nesta segunda-feira (7).
CALMA 2
Os parlamentares querem que o órgão avalie a
legalidade das exonerações no Centro de Artes
Cênicas da Funarte e se houve perseguições
políticas e ideológicas.
CORTES
Na sexta (4), Terra exonerou 19 servidores do
departamento, que é chefiado por Roberto Alvim.
O ministério, via assessoria de imprensa, diz que
não vai se pronunciar.
CORO
Arnaldo Antunes, Zélia Duncan, Moreno Veloso,
Fernanda Takai, Céu e Ná Ozzetti são alguns dos
artistas que participarão da gravação de um clipe
da música “Para Onde Vamos”, de Beto Villares e
Carlos Rennó, que chama a atenção para a
questão climática.
CORO 2
O projeto é idealizado pelos grupos ativistas
@familiasPeloClima, @fridaysForFutureBrasil e
#ParentsForFutureGlobal.
Data: 07/10/2019
64
Grupo de Comunicação
“A questão climática não é de esquerda, é de
todo mundo. Nós queremos falar com todos, e a
música é uma forma de dialogar com as
pessoas”, diz Isabella Prata, produtora executiva
do projeto.
ESTÚDIO
As gravações vão ocorrer em São Paulo e no Rio
neste mês, e o vídeo deverá ser lançado até
novembro.
DOU-LHE UMA
O Instituto Moreira Salles adquiriu e incorporou
ao seu acervo um conjunto de 98 imagens do
fotógrafo alemão Albert Frisch, realizadas entre
os anos de 1867 e de 1868, em uma expedição
na Amazônia.
DOU-LHE DUAS
A instituição pagou US$ 81 mil (cerca de R$ 330
mil) pela série em um leilão na Sotheby’s, em
Nova York, realizado no dia 3 de outubro.
APETITE
O chef Matthew Kenney, referência em comida
crua, e Bruce Friedrich, cofundador do instituto
The Good Food, participarão do congresso Mesa
Tendências, do Mesa SP 2019, produzido pelo
Mundo Mesa.
APETITE 2
O evento, que ocorre entre 24 e 27 deste mês
em São Paulo, debaterá o futuro da alimentação.
MEIO SÉCULO
O secretário municipal de Cultura de São Paulo,
Alê Youssef, esteve no lançamento de um livro e
de um documentário que celebram os 50 anos do
Balé da Cidade de São Paulo. O evento ocorreu
na semana passada na Praça das Artes, na
capital paulista. O ator Júlio Andrade e a
fotógrafa Elen Cunha também foram à cerimônia.
CURTO-CIRCUITO
Rodrigo Janot lança na segunda (7) o livro “Nada
Menos que Tudo”. Às 18h30, na Livraria da Vila
da alameda Lorena.
O livro “FMABC - Histórias e Memórias” será
lançado na quinta (10), às 19h, na Livraria da
Vila do shopping JK Iguatemi.
O advogado Luiz Gustavo Bichara, procurador
tributário do conselho federal da OAB, participa
de audiência pública sobre a reforma tributária
na Câmara dos Deputados nesta segunda (7)
com BRUNO B. SORAGGI, GABRIEL RIGONI e
VICTORIA AZEVEDO
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabe
rgamo/2019/10/proposta-de-moro-de-prisao-
em-2a-instancia-deve-gerar-resistencia-no-
stf.shtml
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Data: 07/10/2019
65
Grupo de Comunicação
A concessão do parque Ibirapuera precisa
ser revista
Plano Diretor para a área verde foi elaborado
após a definição da concessionária
Nabil Bonduki
Se o Judiciário não interferir em favor do
interesse público, em breve a Prefeitura de São
Paulo entregará a uma empresa privada, por 35
anos, o parque Ibirapuera, incluindo o maior
conjunto cultural da cidade, sem que as regras
para sua utilização futura estejam claramente
definidas.
A tentativa de evitar esse desenlace foi inócua.
Só poderia ser fake a elaboração de um plano
diretor para o parque (condição exigida pelo
Ministério Público para a assinatura do contrato)
depois de já ter sido realizado o certame
licitatório e estar definida a futura
concessionária. Isso porque qualquer mudança
significativa nas vagas condições estabelecidas
no edital geraria contestação e a anulação de
toda a concorrência.
Perder a oportunidade de abocanhar os R$ 70
milhões que irá receber imediatamente para
entregar o parque e, ainda, economizar seu custo
de manutenção, é um risco que a gestão Bruno
Covas não quer correr. Como a Folha mostrou,
no sábado (5), reforçar o caixa municipal para
gastar em ano eleitoral é a estratégia do prefeito
para tentar se reeleger.
É por isso que o plano diretor apresentado é
genérico, sem estabelecer com a necessária
precisão o que será feito em um período tão
longo, motivo que gerou sua rejeição pelo
Conselho Gestor do parque Ibirapuera. E, ainda,
por isso que a concessionária atuou
ostensivamente para influenciar a elaboração do
instrumento.
Esse é o vício original: o Plano Diretor do
Ibirapuera deveria ter sido elaborado antes da
licitação, como elemento orientador do edital, e
nunca após a definição do concessionário. Ao
inverter essa lógica elementar, a prefeitura
cometeu uma irregularidade que deveria gerar a
anulação do certame licitatório.
A presença de um grande número de funcionários
da empresa vencedora nas audiências públicas,
calculada em 45% pelo vereador Gilberto
Natalini, que denunciou a fraude, é resultado
dessa anomalia.
Isso, por si só, não significa que a participação
dos demais foi tolhida, mas um constrangimento
que nunca deveria ocorrer. Mais grave foi o curto
prazo para a elaboração e debate do plano, assim
como a falta de explicitação das fontes de receita
do concessionário, que afetarão o uso do parque
ou a ausência da Secretaria da Cultura nos
debates públicos, entre outras deficiências.
Como relator do Plano Diretor de São Paulo,
apresentei propostas para compatibilizar o
parque com as diretrizes de planejamento da
cidade como, por exemplo, a restrição a entrada
de automóveis no parque e sua melhor conexão
com o transporte coletivo, aspectos que não
foram considerados.
Também mostrei os projetos desenvolvidos pela
Secretaria de Cultura, no período em que fui
secretário. Mas, assim como no edital de
concessão, foi desconsiderado o projeto do
arquiteto Paulo Mendes da Rocha para reabilitar
o acesso principal do parque, segundo a
concepção original de Niemeyer, criando uma
praça de articulação do setor cultural, entre a
Oca, o Auditório e a entrada de marquise.
O projeto original do Museu das Culturas
Brasileiras está comprometido, pois foi reservado
apenas 4.000 dos 11 mil metros quadrados do
pavilhão para esse uso. Esse aliás, foi o único
aspecto que foi contestado pelo Ministério
Público, que exigiu a ampliação dessa área.
Data: 07/10/2019
66
Grupo de Comunicação
O plano diretor não especifica o uso do restante
do pavilhão, assim como da Oca e do Auditório,
espaços que deveriam ser integralmente
destinado a cultura, mas que, provavelmente,
serão explorados comercialmente.
Inovar a gestão dos parques e de outros
equipamentos, com mais agilidade e eficiência, é
necessário. A concessão pode ser uma
alternativa, desde que não contrarie o interesse
público, o que não está garantido nesse
conturbado processo.
Para não comprometer o próprio instrumento,
essa licitação deveria ser cancelada e pactuado
um plano diretor que definisse o futuro do parque
e seu modelo de governança, antes da realização
de uma nova licitação.
É o que se espera da juíza Cyntia Thomé que irá
dar o veredicto final.
Nabil Bonduki
Professor da Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo da USP, foi relator do Plano Diretor e
Secretário de Cultura de São Paulo.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/nabil-
bonduki/2019/10/a-concessao-do-parque-
ibirapuera-precisa-ser-revista.shtml
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Data: 07/10/2019
67
Grupo de Comunicação
Urbanização não pode deixar de atender às
necessidades infantis
Cláudio Bernardes
Falta de planejamento no processo prejudica
acesso de crianças a serviços básicos
O processo acelerado de urbanização mundial
não pode deixar de atender as necessidades
emergentes das crianças. Estimativas atuais
sugerem que 300 milhões de crianças vivem em
favelas urbanas, onde as condições de vida ficam
muito aquém do mínimo desejável, e as
oportunidades de crescimento individual e
comunitário são severamente limitadas.
Muitas cidades do mundo se esforçam para
privilegiar programas relacionados ao bem-estar
social e, por meio disso, criar ambientes onde as
crianças possam se desenvolver de forma
saudável. No entanto, o crescimento da
população urbana apresenta oportunidades e
desafios.
Em tese, as oportunidades geradas pelos efeitos
de escala resultantes do crescimento urbano
poderiam permitir maior acesso das crianças aos
serviços sociais e, dessa forma, auxiliar o Estado
na garantia dos seus direitos. Contudo, na
prática, essas oportunidades tornam-se limitadas
e o número de crianças que ficam alijadas do
processo de desenvolvimento saudável só
aumenta.
Projeções estimam que 1,4 bilhão de pessoas
viverão em favelas em todo o mundo até 2020.
Ao lado disso, as instabilidades geopolíticas e
ambientais distribuídas por todo o planeta
continuam a desencadear migrações em massa
para as cidades, o que acrescenta uma dimensão
preocupante ao processo de urbanização global e
proliferação de favelas.
Especialistas apontam que os efeitos negativos
da urbanização são mais prejudiciais para as
crianças que passam fome e ficam desnutridas,
abandonam a escola para trabalhar, e acabam
por renunciar aos necessários cuidados com a
saúde. A pobreza e o acesso limitado a serviços
sociais deixam esses cidadãos em desvantagem
desde a tenra idade e podem impactar toda a
vida futura de muitos deles.
Segundo relatório do Unicef (Fundo das Nações
Unidas para a Infância), a resiliência das
comunidades, ou sua capacidade de adaptação a
novos desafios do desenvolvimento, pode ser
importante aliada ao se pretender evitar o
aprofundamento da vulnerabilidade infantil.
Principalmente para as cidades em
desenvolvimento, a resiliência comunitária
depende de vários fatores inter-relacionados que
impactam diretamente as crianças e vão desde a
falta de moradia adequada até a ausência de
bem-estar psicológico.
A falta de planejamento adequado no processo
de urbanização provoca desafios específicos à
saúde e prejudica o acesso das crianças aos
serviços básicos. Essa lacuna é sentida de
maneira mais aguda por crianças pobres e
vulneráveis, que dependem de acesso a serviços
sociais não só para sobreviver, mas para romper
com os ciclos de pobreza. O Unicef reconhece
que todas as crianças têm o direito de ser
protegidas de quaisquer formas de violência,
exclusão social, exploração e abusos. No entanto,
milhões de crianças em áreas urbanas de todas
as partes do mundo sofrem com esses
problemas, e outras tantas estão em risco.
Por outro lado, a conexão com Internet, redes de
celular mais abrangentes e expansão da
distribuição de energia elétrica têm se tornado
Data: 07/10/2019
68
Grupo de Comunicação
cada vez mais importantes para a qualidade de
vida das crianças. Nas cidades em
desenvolvimento, a conectividade pode trazer às
comunidades com crianças vulneráveis os meios
de compreender aspectos importantes na
melhoria de suas vidas e receber informações
básicas de saúde.
Outra questão crítica é a desigualdade de
oportunidades. A distância entre os mais ricos e
os mais pobres atingiu seu pico nas últimas três
décadas em muitos países, segundo a ONU
(Organização das Nações Unidas). Esse modelo
extremamente excludente para as crianças mais
pobres resulta em experiências limitadas de
aprendizado e falta de acesso aos serviços
essenciais. Como consequência desse processo,
as crianças ficam desprovidas de habilidades
necessárias para enfrentar os desafios do século
21.
Está mais do que na hora de compreender que,
localmente, os governos devem estar preparados
para garantir os direitos e o bem-estar das
crianças. É o momento de unir governo e
sociedade civil organizada, setores privados,
academia e mídia para desenvolver o importante
trabalho de transformar as cidades em
comunidades mais amigáveis, resilientes
socialmente e voltadas ao desenvolvimento
saudável das crianças.
Claudio Bernardes
Engenheiro civil e presidente do Conselho
Consultivo do Sindicato da Habitação de São
Paulo. Presidiu a entidade de 2012 a 2015.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/claudiobe
rnardes/2019/10/urbanizacao-nao-pode-deixar-
de-atender-as-necessidades-infantis.shtml
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Data: 07/10/2019
69
Grupo de Comunicação
O QUE A FOLHA PENSA: Queima de fogos
Ministro celebra queda de incêndios em
setembro, mas quadro é desalentador
Após o dano à imagem do país causado pela
proliferação de queimadas na Amazônia e em
outros biomas, o governo Jair Bolsonaro (PSL)
tenta recompor seu discurso para a área
ambiental.
Na semana que passou, o ministro do Meio
Ambiente, Ricardo Salles, comemorou a redução
dos incêndios na região amazônica em setembro.
Verificou-se, no mês, o menor número de focos
desde 2013.
Deixe-se de lado a ironia de o ministro celebrar
dados do mesmo instituto que o governo atacou
quando os números eram desfavoráveis. Importa
mais saber se, de fato, há melhora digna de
nota.
O resultado sugere que o envio do Exército para
ajudar no combate ao fogo surtiu algum efeito.
Especialistas apontam, porém, que o elevado
índice de focos em agosto, o maior desde 2010,
também colaborou para a redução devido ao
consumo da matéria orgânica.
Apesar do alívio circunstancial, o quadro geral
ainda é desalentador.
A quantidade de queimadas na Amazônia de
janeiro a setembro é a terceira maior dos últimos
dez anos. Com 66,7 mil focos de incêndio
registrados, a cifra do período só ficou abaixo das
apuradas em 2010 e 2017. Na comparação com
o ano passado, o aumento foi de 42%.
Nos demais biomas, a situação também justifica
o alarme. Com exceção da caatinga, onde o
número de incêndios se mantém estável, os
demais apresentam, até o momento, crescimento
expressivo ante 2018: 58% no cerrado, 53% na
mata atlântica, 91% no pampa e incríveis 340%
no Pantanal.
Mesmo em setembro na Amazônia, a queda no
número de queimadas foi contrabalançada pela
elevação do desmatamento.
De 1º a 19 daquele mês, os alertas do sistema
Deter, do Inpe, indicaram uma destruição de
1.173 km² de floresta, ante 739 km² em todo o
setembro de 2018.
Salles voltou nesta semana de um tour
internacional com o declarado objetivo de
desmistificar um suposto sensacionalismo sobre a
situação brasileira.
Na Alemanha, que recentemente suspendeu o
envio de R$ 155 milhões ao Brasil para ações de
conservação, o ministro ouviu que os recursos
seguirão bloqueados até que fique claro o destino
do dinheiro. O país, como se vê, ainda precisará
fazer muito para recuperar sua calcinada imagem
ambiental.
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2019/10/
queima-de-fogos.shtml
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Data: 07/10/2019
70
Grupo de Comunicação
Prioridade
Executivo precisa de uma agenda organizada e
maior proximidade com o Congresso, pois há
muito a ser feito
Marcos Lisboa
O ano caminha para o seu fim com sinais de
alívio na economia. Lentamente, o desemprego
se reduz e a atividade se recupera. Menos do que
celebrar, porém, melhor cuidar da agenda de
trabalho para que a retomada não tenha vida
curta e frustre as expectativas novamente.
A reforma da Previdência tem sido desidratada
pelo Senado, que já reduziu a economia em mais
de R$ 100 bilhões. O seu trâmite lento
atravancou outras iniciativas, e a PEC paralela
promete novas bondades com o chapéu alheio.
A grave situação fiscal dos estados requer a
aprovação de medidas que diminuam o
crescimento dos gastos com servidores públicos.
As transferências de recursos para as
assembleias e o Judiciário são feitas com base no
Orçamento, com frequência superestimado, e
não na receita efetiva. O resultado é a redução
do dinheiro em caixa para políticas públicas
essenciais, como a manutenção da infraestrutura
ou a segurança.
Até quando a população aceitará passivamente a
elevada remuneração de servidores por meio de
penduricalhos enquanto assiste à degradação dos
serviços públicos?
A agenda fiscal deveria priorizar a contenção do
aumento do gasto com pessoal e a melhora da
gestão pública, com menos vinculações, de modo
a resgatar a capacidade de o Executivo direcionar
os recursos para as áreas prioritárias.
Atualmente, sobra dinheiro para construir sedes
suntuosas do Judiciário, mas faltam recursos
para ciência e tecnologia ou limpeza de bueiros.
A promessa de novas receitas para os
governadores, como os recursos do pré-sal,
acaba por permitir a ilusão de que as reformas
possam esperar. Tiro no pé. Como no passado, o
resultado pode ser apenas acomodar o
crescimento das despesas obrigatórias e uma
crise mais severa no futuro.
Além disso, os estados deveriam coordenar uma
redução progressiva dos subsídios e incentivos
fiscais que corroeram as suas receitas.
A reforma tributária, por sua vez, foi prejudicada
pelo debate atrapalhado sobre a versão
repaginada da CPMF conduzida pelo Ministério da
Economia.
Resta o consolo de que essa agenda pode
avançar por meio de medidas infraconstitucionais
bem menos polêmicas e que contribuiriam para
uma significativa melhoria no ambiente de
negócios, como acertar a base de arrecadação do
PIS e da Cofins e reduzir a ambiguidade das
normas.
Há muito a ser feito, mas isso requer que o
Executivo tenha uma agenda organizada e maior
proximidade com o Congresso para evitar novas
medidas inconsequentes e descabidas, como a
proposta do Fundeb.
Melhor deixar as bravatas e picuinhas de lado e
dedicar mais tempo à prancheta e ao diálogo.
Marcos Lisboa
Presidente do Insper, ex-secretário de Política
Econômica do Ministério da Fazenda (2003-2005)
e doutor em economia.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcos-
lisboa/2019/10/prioridade.shtml
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Data: 07/10/2019
71
Grupo de Comunicação
O QUE A FOLHA PENSA: Sonhos de cidade
São Paulo mira zeladoria, quando deveria buscar
transformações mais arrojadas
Décadas de gestões municipais que não
conseguem cumprir funções básicas achataram
os sonhos do paulistano médio para sua cidade.
Ruas limpas, lixo recolhido, parques e praças
com grama cortada e equipamentos bem
cuidados, árvores podadas, calçadas sem buracos
e asfalto liso parecem utopia, quando não
passam de obrigação.
A zeladoria urbana é um dos pontos de contato
mais frequentes do cidadão com a prefeitura, e
uma das razões que mais levam o munícipe a
reclamar. Precária, lega problemas visíveis que
impactam a qualidade de vida nos bairros onde
se mora, trabalha e transita.
Uma das apostas do até aqui pouco midiático
prefeito Bruno Covas (PSDB) para deixar sua
marca antes da provável campanha à reeleição
em 2020 é justamente aumentar os gastos com
esse tipo de manutenção. No próximo ano devem
ser destinados R$ 3 bilhões para a tal zeladoria,
o dobro do gasto previsto em 2019 e seis vezes o
gasto médio em anos anteriores.
Quem anda pela cidade pouco vê os sinais dessa
dinheirama sendo gasta. Calçadas, túneis,
semáforos, praças e passarelas sofrem com a
falta de cuidado.
Bom seria se a máquina estatal tratasse do
básico sem sobressaltos para que prefeito,
entidades e cidadãos pudessem vislumbrar
objetivos de vulto, adequados ao que deveria ser
a ambição da maior e mais rica cidade do país.
A gestão atual, tal como as anteriores, não deve
deixar um legado urbanístico mais amplo, com a
revitalização ou a transformação de um bairro ou
região em polo artístico, gastronômico ou
turístico.
Outras grandes cidades recorrem a concursos
arquitetônicos ou criam espaços públicos que
realmente vêm a ser ocupados e usados pela
população, gerando bem-estar e renda, como o
parque High Line em Nova York ou a revitalização
do Puerto Madero em Buenos Aires.
São Paulo já perdeu oportunidades, como as
reformas da praça Roosevelt e do largo da
Batata, que resultaram em ganhos apenas
modestos para os frequentadores. O projeto para
o Anhangabaú, controverso, está atrasado. O
parque Minhocão segue cercado de dúvidas
logísticas e jurídicas.
Passa da hora de a cidade —e aqui não se fala
apenas da prefeitura— abraçar ambições dignas
de sua dimensão e sua riqueza.
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2019/10/
sonhos-de-cidade.shtml
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Data: 07/10/2019
72
Grupo de Comunicação
Cervejaria quer preservar abelhas nativas
Colorado implanta meliponários para demonstrar
a importância das polinizadoras
Mara Gama
Meliponário da cervejaria Colorado em Ribeirão
Preto - Colorado/Divulgação
Na Toca do Urso, onde fica a sede da Colorado,
em Ribeirão Preto (SP), seis colmeias foram
instaladas para as abelhas Jataí, Mandaçaia e
Mirim droryana. Dentro da cidade, no escritório
de desenvolvimento rural (CATI), mais 12
colmeias dessas abelhas e mais Marmelada e
Mandaguari já estão funcionando.
Esses foram os dois primeiros meliponários que a
cervejaria abriu em setembro, como parte de
uma campanha de sensibilização para a
preservação das abelhas. As ações pretendem
beneficiar mais de 400 produtores e 4 milhões de
abelhas.
A intenção do projeto não é a de produzir mel
para venda e sim demonstrar o cultivo e chamar
a atenção para a importância dos polinizadores
nativos para a agricultura e as formas de
convivência com as abelhas. Segundo a empresa,
o primeiro curso já foi dado para 40 moradores
da região. A ideia é difundir a melicultura aos
trabalhadores rurais.
A Colorado também vai replantar uma área de
quatro hectares (40 mil metros quadrados) com
espécies de plantas que são facilmente
polinizadas e auxiliam na apicultura.
A cervejaria pretende abrir, ainda este ano,
outros dois meliponários urbanos em São Paulo,
também com capacidade de 50 mil abelhas cada
um.
A Colorado lançou este ano uma edição limitada
com mel de quatro abelhas diferentes:
Mandaçaia, Uruçu amarela, Tiúba e Jataí. Em
setembro, a campanha “Adeus Appia”, feita em
parceria com a National Geographic, alerta para o
risco de extinção das abelhas, que faria
desaparecer também a cerveja Appia, da
Colorado, que usa mel em sua fórmula.
Durante o primeiro ano, a Colorado será
responsável pela manutenção dos meliponários e
pelo treinamento aos funcionários dos parques
onde estão instalados. A Ambev não divulga
quanto investiu no projeto.
Na última quinta, 3 de outubro, era o dia
nacional da abelha. Tirando iniciativas como esta,
da Colorado, pouco há para comemorar.
As abelhas são responsáveis por polinizar 75%
da cultura alimentar de todo o planeta. Sem elas,
não dá. Mas os riscos de extinção de espécies
continuam. O governo acaba de liberar mais 57
agrotóxicos, somando 382 registros em 2019.
As notícias sobre contaminação e morte em
massa de abelhas começaram a ficar mais
frequentes este ano.
Em janeiro, cerca de 50 milhões de abelhas
morreram em Santa Catarina e a principal causa
apontada por testes do Ministério Público foi o
Data: 07/10/2019
73
Grupo de Comunicação
inseticida fipronil, usado em lavouras de soja na
região. Os exames encontraram também o
fungicida trifloxistrobina e o inseticida
triflumuron. O estado é o maior exportador de
mel do Brasil e tem 99% de sua produção
certificada como orgânica.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina,
declarou recentemente sua ignorância sobre o
Brasil e sua intenção de abrir mais ainda as
portas para transgênicos e agrotóxicos, ao dizer
que o clima quente do Brasil não favorece a
produção de orgânicos.
Não tem qualquer fundamento científico. A
produção de orgânicos só cresce no mundo. De
2015 para 2016, a produção cresceu 15%: cobria
50,3 milhões de hectares cultivados e passou
para 57,8 milhões, em todos os continentes, com
diversas situações de clima.
Dados Ministério da Agricultura divulgados pelo
Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e
Sustentável (Organis) indicam que o número de
unidades de produção orgânica cresceu 300%
entre 2010 e 2018, passando de 5.406 para
22.064 propriedades.
O consumo também. Segundo a última pesquisa
Akatu - Panorama do Consumo Consciente no
Brasil houve um aumento significativo na compra
de produtos orgânicos, de 23% da população, em
2012, para 48%, em 2018.
Para quem quer saber mais sobre o tema, o SOS
Abelhas Sem Ferrão organiza cursos e palestras,
faz resgate de enxames, promove campanhas e
dá consultoria para quem quer instalar um
meliponário.
Mara Gama
Jornalista e consultora de qualidade de texto.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/maragam
a/2019/10/cervejaria-quer-preservar-abelhas-
nativas.shtml
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Data: 07/10/2019
74
Grupo de Comunicação
Painel S.A: Ligado à sustentabilidade, dono da Osklen viu exagero em crise
ambiental
Para Oskar Metsavaht foi oportunista a
suspensão da compra de couro brasileiro por
marcas estrangeiras
SÃO PAULO
Desde que o céu escureceu em plena tarde, em
agosto, detonando uma crise ambiental de
alcance global no governo Bolsonaro, o estilista
Oskar Metsavaht se manteve discreto. Passada a
repercussão, o fundador da Osklen diz agora que
viu exagero de imprensa, governo e empresas
sobre as queimadas na Amazônia. Para ele, foi
oportunista a suspensão da compra de couro
brasileiro por marcas estrangeiras. “Foi uma
grande chance para a agroindústria francesa e
americana.”
Floresta Metsavaht, que há mais de duas
décadas faz do conceito de sustentabilidade a
principal marca de sua grife, pondera a
responsabilidade de Jair Bolsonaro. “Não é culpa
dele o aumento de queimadas, mas foram
tomadas atitudes completamente retrógradas nos
primeiros meses, o que mostrou uma ignorância
muito grande”, afirma.
Raiz
O empresário diz que está se unindo a um grupo
de economistas, cientistas sociais e políticos para
propor mudanças nos incentivos da Zona Franca
de Manaus que favoreçam a implantação de um
Vale do Silício verde.
Carona
Controlada pela Alpargatas, a Osklen pretende
expandir sua internacionalização aproveitando a
rede de distribuição já desenvolvida pela
Havaianas, que pertence ao mesmo grupo e é
mais popular no mercado externo.
Passarela
Em setembro, peças feitas do couro do peixe
amazônico pirarucu criadas por ele participaram
pela primeira vez da semana de moda de Paris,
no desfile da marca Courreges. “O que antes era
jogado no lixo agora é visto como novo luxo”,
afirma.
PROSA
"O Brasil deveria criar uma marca associada à
sustentabilidade, assim como a Europa vende
luxo a partir de sua história e os EUA vendem o
‘american dream’"
Sem salto
A Abicalçados (associação da indústria calçadista)
vai revisar de 4% para 3% a projeção de
crescimento para o setor, retornando aos
patamares de 2014. A falta de empregos formais
e de investimentos públicos e privados
contribuem para o desempenho, segundo Marcos
Lélis, economista da associação.
Peso
A queda de juros pode favorecer investimentos,
mas os custos para projetos de infraestrutura
ainda recaem sobre contribuintes, disse Gabriel
Galípolo, presidente do Banco Fator, em evento
na semana passada com a BDO Brasil e o
escritório Leite, Tosto e Barros Advogados.
Volátil
Galípolo alertou para o risco da adoção de
soluções econômicas simples, como atrelar
contratos ao dólar. A volatilidade do câmbio
tornaria inviável qualquer medida desse tipo,
segundo ele.
Gota
A Emae (Empresa Metropolitana de Águas e
Energia) abriu chamada pública para teste da
produção de energia solar flutuante nos
reservatórios Billings e Guarapiranga. Os ensaios
vão durar 90 dias e podem render parcerias com
a estatal paulista.
Cálculos
José Carlos Grubisich cita quatro bancos na
acusação que levou à Justiça contra a Odebrecht
mencionando fraude contra os demais credores.
Segundo a petição, protocolada em 23 de
setembro, Bradesco, Banco do Brasil, Itaú e
Data: 07/10/2019
75
Grupo de Comunicação
Santander emprestaram dinheiro para que a
empresa pagasse eles próprios.
Roda
Teria sido, segundo Grubisich, uma rolagem de
dívida em que os bancos receberam reforço de
garantia com ações da Braskem. Procurada, a
Odebrecht nega veementemente. Itaú, Bradesco,
Banco do Brasil e Santander não quiseram se
manifestar.
Balanço
Internamente, o que se comenta na Odebrecht é
que a movimentação de Grubisich seria tática
jurídica e que ele já teria sido devidamente
remunerado após deixar a empresa, onde
trabalhou de 2001 a 2012. Ex-acionista, ele
cobra na Justiça mais de R$ 28 milhões do grupo.
com Filipe Oliveira e Mariana Grazini
Painel S.A.
Jornalista, Joana Cunha é formada em
administração de empresas pela FGV-SP. Foi
repórter de Mercado e correspondente da Folha
em Nova York.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/painelsa/
2019/10/ligado-a-sustentabilidade-dono-da-
osklen-viu-exagero-em-crise-ambiental.shtml
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Data: 07/10/2019
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Grupo de Comunicação
'Chuva é medo', diz moradora da zona leste
de SP que sofre com enchentes há 28 anos
Região passa a contar com sensores da Pluvi.on,
que vão dar alertas para minimizar perdas em
razão dos alagamentos na área
Cristiano Cipriano Pombo
Rodolfo Stipp Martino
SÃO PAULO
Moradora do Jardim Lapena, bairro da zona leste
de São Paulo que sofre constantemente com as
chuvas, Eliana Manotti, 57, está desanimada. Há
28 anos, ela com os alagamentos provocados
pelas enchentes.
Sem perspectivas de melhoria na região,
localizada em área da várzea do rio Tietê, a
moradora relata teve que construir em cima da
antiga casa e vive sem acesso à rede de esgoto.
Quando o céu escurece, o seu desespero
aumenta. Se estiver fora de casa, tenta voltar
correndo para tentar minimizar os danos que as
águas sempre provocam.
“Um dia, não consegui chegar em casa em
tempo. Minha filha pequenininha, de sete anos,
falou: ‘Mãe, a água tomou conta de tudo’",
recorda-se.
A região, próxima do Jardim Pantanal e da Vila
Itaim, bairro que ficou submerso por 65 dias em
2018, passou a contar com uma estação
meteorológica da startup Pluvi.on, fundada por
Diogo Tolezano, 35, finalista do Prêmio
Empreendedor Social de Futuro 2019.
Os sensores registram os dados e conseguem
fazer a previsão mais específica para a área.
Serão instalados mais 19 até o final do ano.
O objetivo é avisar os moradores da previsão do
tempo, com alertas mais precisos e com maior
tempo de antecedência, em mensagens enviadas
gratuitamente via aplicativo em celulares, tablets
ou computadores.
A Escolha do Leitor está com votações abertas;
conheça os finalistas e participe
Chuva, para mim, é medo. Enquanto outros
dizem ‘Graças a Deus, vai chover’, aqui a gente
chora, ainda mais se estiver longe de casa e ver
que não é possível salvar nada.
Já perdi casa, móveis, sonhos, fotos e até hoje
tenho um problema na perna, uma coceira que
não passa e que eu sei que foi do contato com a
água de chuva e esgoto.
Ninguém sabe a sensação de acordar com a água
invadindo sua casa, vindo por todos os lados,
subindo mais de um metro. Nem sair de casa a
gente consegue.
Se eu soubesse quando iria acontecer, com
antecedência, não teria perdido o que perdi, nem
teria permitido que meus filhos tivessem sofrido
tanto.
[Com o aplicativo com a previsão sobre as
chuvas], você, pelo menos, se previne. Eu mexo
no celular, sei usar o computador, gosto de
buscar informação. Por isso, sei que um recurso
desse vai me ajudar muito.
Minha história se perdeu aqui. Nasci e me criei
nesse lugar. Hoje em dia, está ficando difícil
viver aqui. Qualquer chuva alaga tudo. Por eu
ter perdido minha casa, hoje não tem esgoto.
Não podemos ficar nessa situação. Vivemos em
pleno século 21, mas antes tinha a fossa. Hoje,
vou deixar o esgoto a céu aberto?
Está cada vez pior. Estou desanimada, porque
trabalhei tanto para conquistar um canto e,
chegando perto da velhice, fiquei nessa situação.
Você está dormindo e, de repente, acorda com
água na altura do joelho. Já tive que prender a
geladeira na porta para que a água não a levasse
nem a virasse.
Não sabemos o que fazer com a casa antiga.
Quem vai querer comprar? Ninguém. E teve a
nossa luta. Não foi fácil Eu até filmei... [Eliana
começa a chorar].
A gente tem de começar tudo de novo. Passei a
ter pressão alta, tenho que tomar as aplicações
na perna porque coça muito. Tenho que entrar
Data: 07/10/2019
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Grupo de Comunicação
na água [quando há enchente]. Usar bota não
adianta nada.
Na hora [do alagamento], é impressionante. A
água sobe pelo ralo. Você não sabe para onde
correr. Você tenta tirar uma coisa, tenta tirar
outra.
Quando você vê o céu escurecer, começa a
correr. Onde você estiver, tem que vir embora.
Um dia, não cheguei em casa em tempo. Minha
filha pequenininha, de sete anos, falou: ‘Mãe, a
água tomou conta de tudo’. Meu vizinho me
ajudou.
Já enfrentei muitas enchentes. A primeira que eu
me lembro de ter pegado deve ter ocorrido há
uns 28 anos. Todo ano é esse sofrimento. E está
piorando. Acho que nós não temos mais saída.
Mexe, remexe, faz, monta, mas não adianta.
A chuva representa medo. Quantos daqui não
dormem à noite? Quantos vão perder tudo?
Quantos não vão poder trabalhar? E é isso direto.
https://www1.folha.uol.com.br/empreendedorsoc
ial/2019/10/chuva-e-medo-diz-moradora-da-
zona-leste-que-sofre-com-enchentes-ha-28-
anos.shtml
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Data: 07/10/2019
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Grupo de Comunicação
ESTADÃO Aos trancos e barrancos
Caminhar é o modo mais simples, ecológico,
agradável, econômico e saudável de se deslocar.
Nas calçadas brasileiras, contudo, é também uma
aventura
Notas & Informações, O Estado de S.Paulo
Caminhar é o modo mais simples, ecológico,
agradável, econômico e saudável de se deslocar.
Nas calçadas brasileiras, contudo, é também uma
aventura, pois “andar” torna-se sinônimo de
“desviar”, quando não de “tropeçar”. É o que
revela o estudo Calçadas do Brasil, empreendido
pelo projeto Mobilize.
Em parceria com outras instituições
comprometidas com a mobilidade urbana, os
pesquisadores desenvolveram uma rede de
critérios de “caminhabilidade” que podem ser
reduzidos a quatro: i) acessibilidade, isto é, a
regularidade das calçadas, largura, inclinação,
obstáculos, rampas de acesso, entre outros
quesitos; ii) sinalização, faixas, mapas e outros
instrumentos de orientação; iii) conforto, o que
inclui mobiliário e arborização, além da qualidade
atmosférica e acústica; e iv) segurança, tanto em
relação ao tráfego quanto ao crime. Nenhuma
das 27 capitais do País mostrou um nível
satisfatório.
Pelos critérios da pesquisa, a média brasileira foi
de 5,7 pontos em 10, ao passo que o mínimo
aceitável seria a nota 8. É uma melhora em
relação aos 3,47 pontos constatados em um
levantamento de 2012. É preciso considerar,
contudo, que, ao contrário da pesquisa anterior,
que avaliou todo tipo de calçadas, a atual se
limitou às calçadas sob responsabilidade do
poder público, ou seja, aquelas que margeiam
escolas, hospitais, repartições, terminais de
transporte, entre outros equipamentos. Isso
revela duas coisas: primeiro, que o poder público
(menos as prefeituras do que os Estados e a
União) cuida mal de suas próprias calçadas;
depois, que, sendo as calçadas públicas mais mal
cuidadas do que as privadas, a realidade é ainda
pior do que o retrato traçado pela pesquisa.
O retrato em si é bastante penoso. Mesmo as
capitais com médias altas ficaram abaixo da nota
7. Só um indicador superou o mínimo desejável:
“Inclinação da calçada” (8,5 pontos). Depois veio
“Largura e faixa livre” (7,31) e “Barreiras e
obstáculos” (6,96). É pouco: pavimentos planos,
largos e desimpedidos são condições necessárias,
mas não suficientes para uma caminhada
decente. Segundo o estudo, na maioria dos locais
faltam bancos, espaços de descanso ou abrigos
contra a chuva ou o sol excessivo. Também
faltam rampas de acessibilidade, essenciais para
cadeirantes ou carrinhos de bebês, por exemplo.
Das quatro categorias principais, a mais precária
é a sinalização. O indicador “Mapas e placas de
orientação”, ruim mesmo em cidades com
circulação de turistas, obteve média de 1,92
ponto. Os “Semáforos de pedestres” também
funcionam mal, agravando os riscos do tráfego
automobilístico. Isso sem falar na delinquência,
outro fator que afasta os brasileiros de suas
calçadas. Não à toa, uma pesquisa do Metrô de
São Paulo revelou que apenas 60% das viagens
de carro percorrem mais que 2,5 km. Ou seja:
em 40% das vezes o carro é utilizado para
percursos que poderiam ser feitos a pé. É
lamentável, porque mais pedestres nas calçadas
significaria menos carros nas ruas, ou seja,
menos congestionamentos, acidentes, fuligem e
barulho, e, ao mesmo tempo, mais pessoas se
exercitando, encontrando-se e desfrutando a
arquitetura local ou os serviços dos
estabelecimentos comerciais.
Reverter este quadro será um teste de civilidade.
Afinal, as calçadas no Brasil têm um estatuto
híbrido: são espaços públicos, mas cuja
manutenção cabe ao proprietário do imóvel
fronteiriço. Na última década, o País promulgou a
Lei de Mobilidade Urbana e a Lei de Inclusão, que
estabelecem bons padrões de qualidade e
acessibilidade. O poder público pode
eventualmente assumir para si a gestão de
calçadas estratégicas para a circulação da cidade,
como a Prefeitura de São Paulo fez com as
Data: 07/10/2019
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Grupo de Comunicação
Avenidas Paulista e Faria Lima, e pode também
lançar mão de termos de ajuste de conduta.
Sobretudo, deve promover campanhas de
conscientização e incentivo para que cada
proprietário cuide do seu quinhão. Mas antes
precisa ajustar sua própria conduta e prover
calçadas exemplares. Esse é o primeiro passo no
caminho que levará os brasileiros de volta às
ruas.
https://opiniao.estadao.com.br/noticias/notas-e-
informacoes,aos-trancos-e-
barrancos,70003039908
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Data: 07/10/2019
80
Grupo de Comunicação
Falta rumo
Os sinais de nova crise lá fora se somam às
dificuldades de sair dela aqui dentro
Fernando Henrique Cardoso*, O Estado de S.
Paulo
Há dias em que escrever é um prazer. Nem
sempre: hoje, por exemplo, este artigo me
custou bastante. Por quê? Cansaço de uma noite
mal dormida me fez sentir a velhice, o que em
mim é raro. Mas há também motivos que nada
têm que ver comigo. Dá certo desalento voltar
aos temas que têm dominado o noticiário do
cotidiano nacional: os enganos repetitivos (na
verdade, as crenças) do governo atual; a morte
absurda de crianças alvejadas à bala, as árvores
que queimam na Amazônia e alhures, tanto por
motivos cíclicos como pela devastação criminosa
em busca de discutível lucro... E por aí vamos, de
pequenas e grandes tragédias à estagnação das
ideias.
Por trás do “mesmismo” do dia a dia vão se
formando nuvens um tanto menos habituais e
que nos podem trazer maiores aborrecimentos. A
mais difusa e também a mais ameaçadora delas
diz respeito ao “estado do mundo”. Desde que
Kissinger convenceu Nixon a normalizar a relação
dos Estados Unidos com a China e os chineses,
levados por Deng Xiaoping, se dedicaram a
construir o “socialismo harmonioso” (seja lá o
que isso signifique), as apreensões de uma nova
guerra mundial sumiram do mapa. A antiga
União Soviética desabara, Cuba estava contida, a
Coreia do Norte ameaçava mais a do Sul do que
o mundo, a guerra entre Índia e Paquistão se
acalmara. Restava apenas o “Oriente Médio” e o
Norte da África como palcos de guerra, com os
americanos bombardeando e conquistando o
Iraque, a Europa fazendo o mesmo na Líbia.
Crises que pareciam muito longínquas de nós,
brasileiros.
Dava a impressão de que a “nova a ordem
mundial”, por certo assimétrica, conteria suas
desavenças nos limites das Nações Unidas, com
uma ou outra ação militar “corretora”, sem
abalar as estruturas internacionais de diálogo.
São elas que começam a se romper no atual
decênio. As ideias representadas por Trump
encontram eco na realidade de uma China que de
“copiadora” passou a criadora de novas
tecnologias e até mesmo de uma Coreia do Norte
cujos mísseis ameaçam chegar à costa do
Pacífico da América do Norte. Sem falar no
renascimento da Rússia como potência militar
que cobra seus “direitos” de vassalagem,
incorpora a Crimeia, invade terras da Ucrânia e
produz temor nos nórdicos.
Neste novo quadro assistimos, ao mesmo tempo,
a uma verdadeira revolução nas técnicas e nas
relações produtivas. O mundo contemporâneo
emprega cada vez mais tecnologias poupadoras
de mão de obra e criadoras de grandes volumes
de bens e serviços que se transformam em lucros
nas mãos de poucos (inteligência artificial, robôs,
revoluções na microbiologia, novas técnicas
agrícolas, e assim por diante). Em conjunto, elas
permitem o prolongamento das vidas humanas,
oferecem pouco emprego e, dado o regime social
prevalecente, criam não mais “exércitos de
reserva”, mas excedentes de mão de obra
dispensáveis para o aumento da produção. Em
suma, um mundo bem diferente do sonho tanto
dos liberais quanto dos marxistas.
Provavelmente é isso que, subconscientemente,
está por trás da reação “irracional” dos coletes-
amarelos na França, da desconfiança
generalizada quanto à democracia
representativa, da vontade de voltar ao
isolamento, com o Brexit ou com a guerra
comercial de Trump. Enfim, com a ascensão de
novos pretensos “homens fortes” que, pulando as
instituições, voltariam a fazer o “bem do povo”.
Fossem só razões ideológicas e já seria um
momento tenso. Mas há mais: os mercados
financeiros mundiais começam a dar sinais
preocupantes, refletindo a inquietação política e,
sobretudo, a diminuição da produção, com a
demanda fraca. Para responder à prolongada e
profunda crise de 2008 os bancos centrais dos
países desenvolvidos reduziram os juros
Data: 07/10/2019
81
Grupo de Comunicação
dramaticamente e inventaram o quantitative
easing (com injeções maciças de dinheiro nas
economias). Que fazer agora se uma nova crise
se apresentar, ainda que não tão grave como a
anterior? Ora, os juros já estão baixos (em
muitos lugares são negativos). E a situação fiscal
dos governos ricos não é de folga, limitando o
arsenal de medidas para estimular a economia.
No Brasil, ainda é possível reduzir os juros, mas
o desaguisado das contas públicas deixa o Estado
exaurido e sem capacidade para “puxar” os
investimentos. Os sinais de nova crise lá fora se
somam às dificuldades de sair dela aqui dentro.
É neste contexto que se torna imperioso, como
eu costumava dizer quando exerci o governo,
definir rumos. Mais do que isso: convencer o
povo de que os rumos propostos são bons para o
País e para as massas, sobretudo para os mais
pobres.
De uma coisa estou convencido: há que pôr um
ponto final na dinâmica de polarização que tomou
conta do País. Até o STF se deixou enredar nela:
os juízes discutem e brigam pelo adjetivo, dando
à Nação a impressão de que, uma vez mais, o
formalismo vai se impor à substância. Quando
não parecem não se dar conta das repercussões
mais amplas das decisões tomadas.
Não nos esqueçamos de que os presidentes que
marcaram nossa História recente (falando só dos
que já estão mortos) agregaram, não
dissolveram. Juscelino, mesmo enfrentando duas
sublevações militares (as revoltas de
Jacareacanga e Aragarças), pacificou o País e
modernizou o setor produtivo e a infraestrutura
do Brasil, somando capital nacional e estrangeiro.
E mesmo Vargas, apesar de ter chefiado um
governo forte, repressivo mesmo, e que teve
seus momentos de tensão, soube incorporar as
massas urbanas e definir um rumo para a
economia, nas condições da época. Percebeu que
a guerra se aproximava e, embora houvesse
negaceado com o Eixo, terminou por se juntar
aos Aliados. Cobrou preço, entretanto: a
indústria siderúrgica foi feita com empréstimos
dos americanos.
Será que estaremos condenados nas próximas
eleições presidenciais a votar em polos agarrados
a ideologias mofadas? Ou teremos capacidade
para unir o centro democrático e progressista
para retomar, com a vitória nas urnas, o rumo de
grandeza que o País necessita e merece?
* SOCIÓLOGO, FOI PRESIDENTE DA REPÚBLICA
https://opiniao.estadao.com.br/noticias/espaco-
aberto,falta-rumo,70003038697
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Data: 07/10/2019
82
Grupo de Comunicação
Águas paradas
Somente 5% das cargas no território nacional
são transportadas por rio, e apenas 30% dos rios
navegáveis são utilizados
Notas & Informações, O Estado de S.Paulo
Mais de dois terços da malha hidroviária
brasileira – 44 mil km – estão ociosos, por causa
de entraves estruturais, operacionais,
institucionais e burocráticos decorrentes da
carência de políticas públicas e programas de
investimento. É o que revela o levantamento
Navegação Interior no Brasil da Confederação
Nacional do Transporte (CNT).
O modal hidroviário apresenta diversas
vantagens, a começar pelo custo: seu frete é
30% menor que o ferroviário e 60% menor que o
rodoviário. Um comboio de 4 barcaças transporta
o equivalente a 86 vagões de trem e 172
caminhões, o que o torna particularmente
conveniente para o traslado por grandes
distâncias de grandes volumes de baixo valor
agregado (como commodities agrícolas e
minerais). De resto, é de longe o mais ecológico
dos três, emitindo 80% menos gás carbônico que
o modal rodoviário e 14% menos que o
ferroviário.
Apesar disso, só 5% das cargas no território
nacional são transportadas por rio, e apenas 30%
dos rios navegáveis são utilizados. Para ter uma
ideia do grau de ociosidade, China e Estados
Unidos possuem, respectivamente, 11,5 km e 4,2
km de vias interiores para cada 1.000 km2 de
área. O Brasil dispõe de apenas 2,3 km por 1.000
km2, mas, se os 63 mil km disponíveis fossem
utilizados, a densidade aumentaria para 7,4 km
por 1.000 km2.
A CNT chega a ser mais enfática: a rigor, o Brasil
não possui hidrovias. “A falta de confiabilidade e
a impossibilidade de uma oferta constante
(sobretudo pelas recorrentes interrupções da
navegação para o atendimento a outros usos dos
recursos hídricos), a carência de manutenção das
infraestruturas, entre outros aspectos, fazem
com que essas vias interiores ainda não atendam
a todos os padrões de qualidade observados em
hidrovias de referência em outros países”. Para
que um rio navegável seja efetivamente uma
hidrovia, deve dispor de balizamento, sinalização,
monitoramento, além de terminais e conexões
com outros modais (particularmente importantes,
já que o transporte hidroviário raramente é capaz
de acessar os pontos de origem e de destino das
cargas).
Não à toa, a malha encolheu nos últimos anos.
Em 2016 (último ano avaliado), a extensão
utilizada diminuiu 11,7% em relação a 2013.
Conjuntamente às variações climáticas, que
podem reduzir os níveis hidrométricos em certas
localidades, isso se explica pelos poucos e
incertos investimentos em infraestrutura capazes
de garantir a navegabilidade de diversos trechos.
Surpreendentemente, o transporte de cargas,
sobretudo de granéis sólidos como soja, milho ou
bauxita, cresceu 35% entre 2010 e 2018,
especialmente na Amazônia (a maior extensão
hidrográfica, com cerca de 16 mil km) e
Tocantins/Araguaia (1,4 mil km). Nessas regiões,
o transporte hidroviário tem ainda uma
relevância social, sendo o principal meio de
transporte para o deslocamento e abastecimento
das comunidades ribeirinhas. Na Amazônia quase
10 milhões de passageiros utilizam este
transporte todos os anos.
“A diversidade de leis, decretos e resoluções,
aliada às constantes alterações e à falta de
atualização de alguns atos, proporciona um
cenário complexo para a atuação do poder
público e de entidades privadas”, diagnostica a
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Grupo de Comunicação
CNT. “Falta uma legislação única, mais robusta.”
A governança do setor é cronicamente
desarticulada. Os poucos recursos públicos
previstos em orçamento não têm sido totalmente
utilizados. Em consequência, a queda de
investimentos foi brutal: 80% entre 2009 e 2018.
Apesar de tudo, há oportunidades promissoras,
por causa do crescimento na produção de
produtos potencialmente transportáveis e à
demanda global por alternativas de transporte
amistosas ao meio ambiente. O desenvolvimento
do setor traria benefícios econômicos e sociais
sobretudo para a região amazônica, uma das
áreas mais pobres do País. Os recursos naturais
estão todos aí. Basta um tanto de energia no
planejamento e execução. Será uma pena o País
continuar a desperdiçar esse manancial de
oportunidades.
https://opiniao.estadao.com.br/noticias/notas-e-
informacoes,aguas-paradas,70003037751
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Data: 07/10/2019
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Como ousa?
Risco de a Amazônia ter apenas vegetação de
cerrado é iminente, e com secas no Sudeste
Miguel Reale Júnior*, O Estado de S.Paulo
A fuga da realidade no discurso de Bolsonaro na
Assembleia-Geral da ONU causou apreensão.
Como o chefe de Estado brasileiro é capaz de
produzir, perante representantes de 192 países,
um pot-pourri cujos assuntos desconexos têm
um elemento comum: a fantasia?
Por sua fala, vive-se uma cruzada em defesa dos
cristãos contra os invasores de almas para
sequestrar Deus e destruir a família, carregados
de ideologias. Além da convocação para a guerra
santa, o presidente disse sobre a Amazônia: “Ela
não está? sendo devastada e nem consumida
pelo fogo, como diz mentirosamente a mídia.
Cada um de vocês pode comprovar o que estou
falando agora”.
Não pretendo alistar-me no exército de
Bolsoleone na luta contra os imaginários
destruidores dos valores ocidentais cristãos, mas
aceito o desafio de saber o que acontece na
Amazônia. Os relatos de órgãos oficiais e de
ONGs, há décadas monitorando a região,
preocupam.
Já em 1981 o geógrafo Antonio Giacomini Ribeiro
(Acta Amaz. vol.11 n.º 2 Manaus Apr./Ju,
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid)
observava que o envio de umidade para a
atmosfera decorria principalmente da
evapotranspiração, antes da chuva, por intensa
atividade de fotossíntese e na chuva antes de a
água atingir o solo. E alertava o geógrafo que a
criação das nuvens tipo “u cumulus
esfarrapadus”, propícias para chuvas, ocorre na
floresta densa e nem sequer se dá em áreas de
campo e desmatamentos.
Esse fato é importante, pois se constatou, ao
longo do tempo, que a Amazônia produz metade
de suas próprias chuvas, formando um ciclo
hidrológico fechado, cabendo a pergunta de Elton
Alisson, da Fapesp: qual seria o nível de
desmatamento a partir do qual o ciclo hidrológico
amazônico se degradaria
(agencia.fapesp.br/print/desmatamento-na-
amazonia-esta-prestes-a-atingir-limite-
irreversivel)?
Respondem a essa pergunta os renomados
professores Thomas Lovejoy e Carlos Nobre, na
revista Science
Advance(http://advances.sciencemag.org/conten
t/4/2/eaat234) e no site de notícias Virtù.
Explicam que a Floresta Amazônica depende do
ciclo hidrológico que ela mesma produz, havendo
dessarte um nível de desmatamento além do
qual esse ciclo perde força a ponto de não mais
produzir a chuva necessária para a vida dos
ecossistemas da floresta tropical.
Lovejoy, então, esclarece que ele e Carlos Nobre,
diante de circunstâncias naturais e de
intervenção humana, reavaliaram para baixo a
porcentagem de desmatamento a partir da qual o
ecossistema amazônico passaria do ponto de não
retorno, sendo o tipping point entre 20% e 25%.
E o pior: “O ponto de não retorno está sendo
atingido. Esta situação uma vez instalada não
pode mais ser revertida. Uma vez quebrado o
ciclo hidrológico, o ecossistema amazônico entra
em colapso e não mais pode ser recuperado por
medidas de preservação”, havendo o perigo
iminente de a Amazônia vir a ter apenas
vegetação típica do cerrado e, por ricochete,
causando seca no Sudeste.
Com a participação de cientistas brasileiros e
estrangeiros, coordenado pelo climatologista José
Marengo, do Centro Nacional de Monitoramento e
Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), do
Ministério da Ciência e Tecnologia, pesquisa
sobre o clima na Amazônia e o que pode
acontecer pelo desmatamento em grande escala
(Frontiers in Earth Science, com o título Changes
in Climate and Land Use Over the Amazon
Region) concluiu: “Os efeitos combinados da seca
e do desmatamento, juntamente com o fogo,
podem ampliar os impactos e causar o colapso do
ecossistema da floresta tropical”
(www.cemaden.gov.br/impactos-na-amazonia).
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Grupo de Comunicação
Entre 1o de janeiro e 29 de agosto de 2019 o
Inpe detectou 45.256 focos de calor no bioma
Amazônia, o maior já registrado desde 2010.
Esse aumento expressivo de focos, comparado a
anos anteriores, se verificou em praticamente
todas as categorias fundiárias; e apesar da
proteção ambiental as unidades de conservação
em 2019 mostraram aumento surpreendente,
com o dobro dos focos registrados em relação à
média dos últimos oito anos, com concentração
em determinadas unidades, como a Floresta
Nacional do Jamanxim.
Conforme noticia a WWF Brasil
(www.wwf.org.br/?72843/
amazonia-um-em-tres-queimadas-tem-relacao-
com-desmatamento), na Amazônia 31% dos
focos de queimadas registrados até agosto deste
ano localizavam-se em áreas que eram floresta
até julho de 2018, conclusão essa fruto da
análise feita sobre focos de queimadas no bioma,
com base em séries históricas de imagens de
satélite e em dados do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe).
Outro dado trazido pela WWF Brasil é
significativo: a área com alertas de
desmatamento em agosto foi de 1.394 km2, um
valor 120% maior que o do mesmo mês em
2018. Somente nos oito primeiros meses de
2019 a área total com alertas de desmatamento
foi de 6 mil km2, 62% mais do que o observado
no mesmo período em 2018.
Conforme matéria do site G1
(1.globo.com/natureza/noticia/2019/08/21/aume
nto-das-queimadas-no-brasil-veja-12-perguntas-
e-respostas-sobre-o-tema.ghtml), Ane Alencar,
uma das maiores especialistas em incêndios na
Floresta Amazônia, diretora do Instituto de
Pesquisa Ambiental da Amazônia, diz: as
queimadas aumentaram por causa do
desmatamento, “é uma relação direta”, pois,
quando se desmata uma área para pastagem ou
agricultura, cabe se livrar daquela biomassa.
Essa ligação entre desmatamento e queimada é
acentuada em outra entrevista, disponível em
https://congressoemfoco.uol.com.
br/opiniao/forum/o-governo-nao-pode-espalhar-
o-fogo-na-amazonia/.
Em setembro, com atuação do Exército, reduziu-
se um pouco a queimada, mas o desmate, ação
ilegal que antecede o fogo, persiste elevado.
Estes dados impõem recorrer à expressão de
Greta Thunberg: como ousa, presidente?
*ADVOGADO, PROFESSOR TITULAR SÊNIOR DA
FACULDADE DE DIREITO DA USP, MEMBRO DA
ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS, FOI MINISTRO
DA JUSTIÇA
https://opiniao.estadao.com.br/noticias/espaco-
aberto,como-ousa,70003037784
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Data: 07/10/2019
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Governo decide retomar mineração de
urânio e ampliar programa nuclear
Diante das restrições de Orçamento, ideia é
firmar parcerias com iniciativa privada para
explorar o mineral em áreas nas quais ele não é
majoritário, para não alterar a Constituição
Anne Warth, O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - Após cinco anos, o governo pretende
retomar a mineração de urânio em território
nacional como estratégia para ampliar o
programa nuclear brasileiro. O ministro de Minas
e Energia, Bento Albuquerque, disse ao Estado
que esse não é apenas um desejo do governo,
mas uma decisão política que será adotada. A
expectativa é iniciar os trabalhos na mina do
Engenho, em Caetité, na Bahia, até o fim deste
ano.
A exploração será feita unicamente pela estatal
Indústrias Nucleares do Brasil (INB), mas a ideia
do governo, diante das restrições do Orçamento
para realizar investimentos, é firmar parcerias
com a iniciativa privada para explorar o potencial
de urânio em território nacional.
Com apenas um terço do território prospectado,
o Brasil tem hoje a sétima maior reserva
geológica de urânio do mundo – atrás de
Austrália, Casaquistão, Canadá, Rússia, África do
Sul e Nigéria. O urânio é matéria-prima para o
combustível utilizado em usinas nucleares, e sua
exploração é monopólio constitucional da União.
Hoje, apenas a estatal INB pode atuar na área.
Mas o governo avalia que é possível firmar
parcerias em casos específicos, particularmente
quando a presença de urânio é minoritária em
uma reserva. É o caso da mina de Santa
Quitéria, no Ceará, em que há 90% de fosfato e
10% de urânio. Por isso, a INB formou o
consórcio com o Grupo Galvani, que deve
começar a operar até o início de 2024, de acordo
com o presidente da INB, Carlos Freire (ler
entrevista na pág. B3). Para o ministro, esse será
o primeiro passo para a formação de outras
parcerias.
“Existem algumas alternativas sem necessidade
de alteração da Constituição para que essa
atividade minerária possa ser feita pela INB e
uma outra empresa de capital privado. No que
diz respeito ao urânio, a INB seria majoritária. Na
exploração, não tem só urânio, pode ter outro
mineral e normalmente tem”, afirmou o ministro
Albuquerque.
Mudança
Para o ministro, porém, é possível avançar. Ele
defende a quebra do monopólio da União na
exploração de urânio e até a exploração de
usinas nucleares pelo setor privado. Para isso, no
entanto, seria preciso aprovar uma Proposta de
Emenda à Constituição (PEC) no Congresso –
com apoio de três quintos dos deputados e
senadores, em dois turnos de votação em cada
casa legislativa.
“Segurança existe. Operamos usinas nucleares
há mais de 40 anos. Não existe problema com o
setor privado. Qual a diferença do setor privado e
do setor estatal? Nenhuma, desde que se tenha
condições de controlar e fiscalizar. Essa discussão
é coisa do passado e, se for hoje para o
Congresso, não vai haver esse tipo de
resistência. Essa é a minha opinião pessoal, até
pelo convívio que tenho com o Congresso e
diversos parlamentares”, disse.
Empresas estrangeiras de países como China,
Estados Unidos, França, Japão, Coreia do Sul e
Rússia já manifestaram interesse em explorar
urânio no País, segundo a secretária especial do
Programa de Parcerias de Investimentos (PPI),
Martha Seillier.
Segundo Martha, isso ficou claro em rodadas
sobre a retomada das obras de Angra 3 – quando
o governo encontrou o setor e apresentou
estudos e informações preliminares para testar
alternativas com o setor privado.
“Testamos alguns modelos para ver a reação dos
investidores potenciais e tentar montar algo mais
atrativo. O que tem aparecido nas conversas é o
interesse do investidor de não vir só para Angra
Data: 07/10/2019
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Grupo de Comunicação
3, mas muito mais voltado numa agenda de
continuidade do programa nuclear brasileiro, e
um interesse em toda a cadeia produtiva, em não
estar só na usina, mas também na exploração do
urânio”, disse ela.
Usinas
O Brasil tem hoje duas usinas nucleares em
operação – Angra 1 e Angra 2. Angra 3, com
67% das obras concluídas, foi paralisada em
2015, quando investigações da Operação Lava
Jato descobriram um esquema de desvio de
recursos por parte das empreiteiras. Agora, a
usina precisa de R$ 16 bilhões para ser concluída
e, para isso, o governo também estuda uma
parceria com o setor privado.
“Temos um limitador constitucional em relação à
atividade nuclear no Brasil. No caso de Angra 3,
não seria um controlador, mas um minoritário.
Para ser atrativo para o minoritário, estamos
considerando que ele tenha de fato 49% das
ações ou um número relevante”, disse.
A ideia, segundo a secretária especial do PPI, é
publicar o edital para a escolha de um parceiro
privado para Angra 3 no primeiro semestre de
2020 e retomar as obras da usina no segundo
semestre do ano que vem.
Dessa vez, porém, o governo fará restrições no
edital e vai exigir empresas com experiência na
área – empreiteiras, por exemplo, serão vetadas.
“O governo só tem praticamente feito sondagens
de mercado com empresas exploradoras de
atividade nuclear. Isso já é uma sinalização de
que o edital vai exigir esse nível de experiência
para participar da parceria”, disse.
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,
governo-decide-retomar-mineracao-de-uranio-e-
ampliar-programa-nuclear,70003039896
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Data: 07/10/2019
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Grupo de Comunicação
Para Itamaraty, boicote ao agronegócio
segue em pauta
Diplomatas acreditam que a chegada das chuvas
no Centro-Oeste e Norte eliminará as queimadas
e o assunto deve dar certa trégua
Coluna do Broadcast Agro, O Estado de S.Paulo
O Ministério das Relações Exteriores relatou à
Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) que
persiste a possibilidade de boicote aos produtos
do agronegócio brasileiro por questões
ambientais. Diplomatas acreditam que a chegada
das chuvas no Centro-Oeste e Norte eliminará as
queimadas e o assunto deve dar certa trégua. No
entanto, se o desmatamento avançar, o que já
está sinalizado, o veto aos produtos voltará à
pauta. Para o Itamaraty, são três possíveis
fontes de pressão: Organizações Não
Governamentais (ONGs); empresas,
principalmente no varejo europeu, e, no setor
público, especialmente parlamentos da União
Europeia e dos Estados Unidos. O MRE relatou
também à FPA a preocupação com o fato de
causas ambientais serem utilizadas de forma
ilegítima e destacou esforços realizados lá fora
para contestá-las, com envio de informações
pelos Ministérios do Meio Ambiente e da
Agricultura.
Vento a favor.
Num cenário em que o crédito rural caminha para
a era dos juros livres, o Bradesco investe para
conquistar mais espaço, conta à coluna Octavio
de Lazari, presidente do banco. De dois anos
para cá, o Bradesco instalou 25 regionais em
Estados de forte economia agropecuária, com
equipes especializadas em atender o produtor
rural. Com uma carteira de R$ 30 bilhões para
financiar o campo, Lazari diz que o volume de
empréstimos já cresceu 12% da safra passada
para esta, que se iniciou em 1º de julho. “Temos
estimativa de crescimento ainda maior até o fim
do ano”, comentou, em evento recente na
capital.
Ajustes.
Para avançar mais, Lazari diz que o maior
obstáculo aos bancos privados é não ter um
produto exclusivo que o Banco do Brasil tem: os
recursos da poupança rural. “Por isso, nosso
funding do crédito agrícola é menor”, diz. “Mas
temos feito várias tratativas com o Banco
Central, a fim de que ele libere os (depósitos)
compulsórios para que possamos aplicar mais no
crédito rural.”
A vez dos porquinhos.
O Brasil tenta conseguir a habilitação, pela China,
de mais frigoríficos para exportação de carne
suína. Na recente liberação de 25 unidades pelo
país asiático, apenas uma era de suínos. Uma
fonte diz à coluna que os chineses queriam
primeiro completar as autorizações para outras
proteínas animais, em negociação há mais
tempo, para depois tratar dos porcos. Além
disso, houve unidades com problemas no
preenchimento de questionários. Conforme a
fonte, algumas unidades estão em fase final de
análise na China, e a habilitação deve sair até o
fim do ano.
Preliminares.
Países do Mercosul estão negociando a divisão da
cota de 180 mil toneladas para a carne de frango
no acordo entre o bloco e a União Europeia. Na
feira Anuga, que ocorre esta semana na
Alemanha, representantes de empresas e
associações sul-americanas terão reuniões para
discutir os parâmetros usados para definir a
porcentagem à qual cada país terá direito. A
intenção é começar as conversas pelo setor
privado e, só mais à frente, envolver governos,
conta uma fonte. Todos esperam que a maior
cota seja do Brasil e, depois, Argentina.
Pão nosso...
A queda no consumo de pão francês preocupa a
indústria de panificação. Em 2018, as vendas da
principal fonte de receita das padarias caíram
4,6%, para R$ 20,4 bilhões. “Queremos mobilizar
padarias para melhorar ainda mais a qualidade,
Data: 07/10/2019
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Grupo de Comunicação
pois sabemos que as pessoas andam quarteirões
para comer um bom pãozinho”, diz Giovani
Mendonça, diretor executivo da Associação
Brasileira da Indústria de Panificação e
Confeitaria (Abip). Cerca de 1,7 milhão de
toneladas de pão francês são produzidas por ano.
...de cada dia.
Para puxar o consumo, a Abip vai lançar nesta
semana a campanha “Cada um tem um jeito de
comer pão francês. Qual é o seu?” Peças
publicitárias serão espalhadas no varejo e em
locais públicos, e haverá inserções na rede
nacional de rádio e TV e em redes sociais,
mostrando as várias formas de se comer
pãozinho. O dia “D” da campanha será 16 de
outubro, dia mundial do pão.
Mistura fina.
Representantes da União da Indústria de Cana-
de-Açúcar (Unica) aproveitarão o Global Ethanol
Summit, de 13 a 15 de outubro, em Washington
(EUA), para reuniões com produtores,
refinadores, compradores e negociadores do
etanol e de combustíveis no mercado
internacional. A ideia é criar uma agenda de
negócios internacional e atuar com norte-
americanos para incentivar produtores de
derivados de petróleo a adotarem a mistura do
etanol à gasolina.
Fora.
A B3 não deve criar um sistema de negociação
dos Créditos de Descarbonização (CBIOs) dentro
das regras do RenovaBio. Segundo a Bolsa
brasileira, não há clareza sobre a dinâmica de
negociação dos títulos – previstos para serem
emitidos por produtores de biocombustíveis e
adquiridos por distribuidoras e emissores de
gases causadores de efeito estufa – e nem sobre
os possíveis investidores.
Dentro.
A avaliação é que a posição da B3 abre caminho
para outros agentes estruturarem plataformas de
negociações dos CBIOs, previstos para serem
comercializados a partir de janeiro. A Balcão
Brasileiro de Comercialização de Energia, a IHS
Markit e até a Bolsa de Nova York já
demonstraram interesse. Este mercado deve
movimentar US$ 7 bilhões em 10 anos no Brasil.
/COLABORARAM AUGUSTO DECKER, ISADORA
DUARTE e TÂNIA RABELLO
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,
para-itamaraty-boicote-ao-agronegocio-segue-
em-pauta,70003039836
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Data: 07/10/2019
90
Grupo de Comunicação
‘Não podemos ficar esperando dinheiro do governo’, diz presidente da INB
Para Freire, do INB, País tem reservas e
conhecimento para produzir urânio, mas precisa
buscar parcerias
Entrevista com
Carlos Freire, presidente da Indústrias Nucleares
do Brasil (INB)
Anne Warth, O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - À frente da presidência da Indústrias
Nucleares do Brasil (INB) desde fevereiro, Carlos
Freire diz que sua prioridade é a busca da
autossuficiência na produção de urânio no País.
“Não é natural que não estejamos produzindo
urânio. Temos reservas e temos conhecimento”,
disse. A INB hoje importa urânio concentrado e
enriquecido e já comprou os produtos de países
como Rússia, Canadá e Casaquistão. Também faz
parte do plano de Freire que a estatal possa
fechar parcerias com empresas privadas. A
seguir, os principais trechos da entrevista.
Como transformar a INB numa empresa
independente do Tesouro Nacional?
Precisamos buscar parcerias. Não podemos ficar
esperando dinheiro do governo para ampliar
planta, sítios de mineração. Temos feito um
trabalho em relação ao marco legal de forma a
tentar flexibilizar o monopólio que hoje existe.
Estamos fazendo um esforço para propor
alterações na parte infralegal, sem precisar
mexer no monopólio, para dar maior liberdade à
INB para fazer parcerias.
Quais são as empresas interessadas em atuar no
País em parceria com a INB?
Participei de um congresso em Londres, reunindo
empresas do setor, e conversei com diversas que
podem vir a se tornar parceiros na INB. Tivemos
os primeiros contatos, com excelente retorno, e
temos agendadas até fim do ano reuniões com
empresas francesas, canadenses e japonesas. Já
temos hoje parcerias no mercado internacional
com companhias coreanas e americanas. Vamos
sentar com esses parceiros e conversar, ver
como podemos desenvolver no mercado
brasileiro essa parceria.
Já há parcerias da INB com o setor privado hoje?
A INB já pode estabelecer parcerias, dentro da
estrutura legal, em qualquer local em que o
elemento principal não seja urânio. O exemplo é
Santa Quitéria (CE), uma mina de fosfato com
urânio associado – a cada 1.000 partes minerais,
900 são fosfato e 100 são urânio. Retomamos
esse projeto e estamos refazendo toda a parte da
engenharia do projeto com Fosnor, do Grupo
Galvani. Será muito bom, pois o Brasil hoje é
importador de fosfato.
O que pode ser feito no âmbito do Programa de
Parcerias de Investimentos (PPI)?
É importante que tenhamos parcerias na
prospecção e mineração de urânio. Apenas um
terço do território nacional foi prospectado.
Existe uma grande diferença em falar de recurso
mineral e reserva. Recurso é quando você sabe
que existe minério. Reserva é quando o potencial
foi medido, você diz quantos milhões de
toneladas de minério existem na área. Reservas
têm viabilidade econômico-financeira e atraem
investimento.
A mineração de urânio é segura?
A Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear) e
o Ibama acompanham isso. Tem normas para
isso, fiscais muito ativos. O urânio natural,
encontrado onde a gente trabalha, tem
porcentual baixo de radioatividade e não causa
problema. Em Caetité, a radiação não é danosa
ao ser humano, está dentro de um nível
perfeitamente aceitável.
Data: 07/10/2019
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Grupo de Comunicação
Por que há cinco anos não mineramos urânio?
É fácil dizer que a culpa é dos outros, mas vamos
ser pragmáticos. Quando temos uma planta de
mineração, precisamos de três coisas: licenciar a
mina, o local onde ficará o rejeito e a planta
química. Em Caetité, houve um desencontro: às
vezes, tínhamos licenciamento da planta química,
mas não da mina ou do depósito de rejeitos.
Agora, estamos trabalhando nessas três
vertentes para pôr todas no mesmo patamar de
trabalho. Acredito fortemente que vamos voltar a
produzir urânio até o fim do ano.
O sr. apoia o fim do monopólio constitucional da
União sobre o urânio?
Vamos fazer as coisas com a devida cautela. Para
mexer no marco legal, precisa de Proposta de
Emenda Constitucional (PEC), e isso passa pelo
Congresso. Essa opção de flexibilizar é para
agilizar o processo em um primeiro momento.
Mas a nossa percepção é que essa matéria, em
termos de Congresso, não teria toda a dificuldade
que se imagina.
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,
nao-podemos-ficar-esperando-dinheiro-do-
governo-diz-presidente-da-inb,70003039917
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Data: 07/10/2019
92
Grupo de Comunicação
O gás natural está na moda
O obstáculo para construir um mercado
garantindo preços mais competitivosé a falta de
infraestrutura
Adriano Pires*, O Estado de S.Paulo
O gás natural será a energia da transição
energética. O gás natural terá seu preço
decrescente em razão do grande crescimento da
oferta. O gás natural será o último fóssil a ter
posição preponderante na matriz energética. O
shale gas transformou os EUA no maior produtor
de gás natural. A Argentina poderá voltar a ser
uma grande produtora de gás natural com a
descoberta do Campo de Vaca Muerta. Com o
gás natural do pré-sal o Brasil deixará de ser
importador nos próximo sete anos.
Tanto em nível mundial como local, o gás natural
está na moda. Em alguns países, como nos EUA,
o gás é uma realidade. No primeiro ciclo da
transição energética, substituiu o carvão nas
térmicas, trouxe de volta a competitividade das
petroquímicas no solo americano e, agora, está
substituindo o diesel em caminhões, navios e
locomotivas. A penetração do gás na matriz
americana foi rápida por causa da existência de
grande infraestrutura de gasodutos, Unidades de
Processamento de Gás Natural (UPGNs) e
armazenamento. Além disso o shale gas, como é
produzido onshore, tem custo muito baixo, o que
ocasionou um choque de preços.
No Brasil, diante do crescimento da oferta de gás
natural – tanto o importado, em particular o GNL,
como o nacional vindo do pré-sal –, o governo
vem tentando promover políticas que incentivem
uma maior participação dessa fonte na matriz
energética. Tivemos o programa Gás para
Crescer, no governo Temer, e agora, no governo
Bolsonaro, o Novo Mercado de Gás. Tivemos,
ainda, algumas medidas infralegais: o Decreto
9.616 no governo Temer e, no governo
Bolsonaro, a Resolução CNPE 16, o Termo de
Compromisso de Cessação entre o Cade e a
Petrobrás e o Decreto 9.934.
Todas essas medidas trazem propostas de
mudanças comportamentais, por meio de novas
regulações, bem como a venda de empresas pela
Petrobrás. As medidas comportamentais, sem
dúvida, são as mais difíceis de serem
implantadas. Mas com certeza serão as que
possibilitarão a concorrência e,
consequentemente, preços mais baixos do gás
natural no Brasil.
Nesse sentido, a proposta de dar acesso a
infraestruturas como gasodutos de escoamento,
transporte e UPGNs é bem-vinda para promover
a concorrência. Afinal, a concorrência existe na
produção de gás, já que transporte e distribuição
são monopólios naturais. Além do mais, o
principal responsável pelo fato de o gás no Brasil
ser caro é o preço da molécula, e não as tarifas
reguladas de transporte e distribuição. Daí ser
fundamental promover a diversidade de
fornecedores com o objetivo de reduzir o preço
da molécula de gás natural.
O grande obstáculo para construir um mercado
de gás garantindo preços mais competitivos é a
falta de infraestrutura no Brasil. Caso não se
ampliem as infraestruturas de gasodutos e de
UPGNs, grande parte do gás do pré-sal será
reinjetada. Com isso não teremos choque de
oferta, tampouco de preços.
E como viabilizar novas infraestruturas de gás
natural? Assim como nos primeiros ciclos
tarifários do setor de energia elétrica, é
necessário que no transporte e na distribuição de
gás o foco seja a rentabilidade dos
investimentos, incentivando sua expansão, e não
a modicidade tarifária, que virá, como também
ocorreu no setor elétrico, nos ciclos posteriores.
Aliado a isso, viabilizar a “bancabilidade” e a
atração de capital de risco para os investimentos
no desenvolvimento da infraestrutura do setor.
Para isso será preciso criar mecanismos de
garantia que permitam à iniciativa privada
executar esses investimentos.
Data: 07/10/2019
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Grupo de Comunicação
Há vários exemplos pelo mundo, e um dos mais
interessantes são os Master Limited Partnerships
(MPLs) usados nos EUA. Sua primeira emissão no
mercado americano foi em 1981. Esse modelo de
financiamento é caracterizado pela criação de
uma sociedade limitada com isenção de Imposto
de Renda. Nos EUA já existem 87 empresas que
são a principal fonte de financiamento da malha
de transporte do shale gas. O modelo da Receita
Anual Permitida (RAP), amplamente utilizado no
setor elétrico, poderia, junto com os MPLs,
viabilizar a expansão da infraestrutura. Esta é a
discussão para construir o novo mercado de gás.
O resto é populismo e oportunismo político.
*É DIRETOR DO CENTRO BRASILEIRO DE
INFRAESTRUTURA (CBIE)
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,o
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Data: 07/10/2019
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Grupo de Comunicação
Fora da agenda, Maia e Bolsonaro discutem
partilha dos recursos do megaleilão do pré-
sal
Maia negou ruído entre o Legislativo e o governo
na questão do valor da destinação aos estados
Renato Onofre, O Estado de S.Paulo
Em um encontro fora da agenda, o presidente
Jair Bolsonaro recebeu o presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), na manhã deste domingo
no Palácio da Alvorada. De acordo com Maia, o
encontro serviu para tratar da pauta da Câmara
como o novo texto para a "regra de ouro" e para
tratar da discussão da partilha dos recursos do
megaleilão do pré-sal.
O governo defende dividir os R$ 106,5 bilhões
previstos do bônus da assinatura do leilão,
marcado para novembro, da seguinte forma:
depois do pagamento de R$ 33,6 bilhões à
Petrobrás, Estados, municípios e parlamentares
ficariam, cada um, com 10%, o que corresponde
a R$ 7,3 bilhões. O Rio teria R$ 2,19 bilhões e, a
União, a fatia maior de R$ 48,9 bilhões. Maia
afirmou a Bolsonaro que a proposta da equipe
econômica não tem chance de passar no
Congresso e defendeu a manutenção dos 15%
para cada.
“O grande problema é que os Estados do Sul,
Centro-Oeste e Sudeste também querem
participar dos 15%. Nós vamos construir um
texto em conjunto que vai ser votado muito
rápido e vai garantir, ainda este ano, os 15% do
FPM para os municípios e a regra dos Estados,
que o presidente Davi (Alcolumbre) e os líderes
do Senado e da Câmara entenderem relevante
dos 15%, vamos respaldar também”, afirmou
Maia.
Maia negou ruído entre o Legislativo e o governo
na questão do valor. "Não houve ruído. É todo
mundo tentando ajudar; Paulo Guedes (ministro
da Economia), Bolsonaro tentando ajudar. Houve
um ruído com o senador Cid Gomes, que foi
deselegante e não foi correto. A forma que ele
ataca é a mesma forma que os radicais de direita
atacam na rede social”.
Os presidentes da Câmara e do Senado, Davi
Alcolumbre (DEM-AP), articulam uma reunião
com todos os governadores para tentar acertar a
divisão do dinheiro. O objetivo é pôr fim à
disputa deflagrada entre os Estados do Norte e
do Nordeste, maiores contemplados pela
proposta aprovada no Senado, e os das demais
regiões, que reclamam de terem sido “excluídos”
da negociação.
“Na questão da cessão onerosa, eu disse que o
presidente Davi (Alcolumbre) estava tocando
isso. Que ia dialogar com os senadores, com os
nossos líderes, para a gente mostrar que há
unidade nas duas casas”.
Reportagem do Estadão mostrou no sábado que
a proposta do governo de incluir na partilha,
além de Estados e municípios, senadores e
deputados por meio de emendas parlamentares
foi descartada. O megaleilão foi destravado com
a revisão do acordo da chamada cessão onerosa,
fechado pela Petrobras com a União em 2010 e
que permitiu, em troca de R$ 74,8 bilhões, à
estatal explorar 5 bilhões de barris de petróleo
em campos do pré-sal na Bacia de Santos, sem
licitação. O governo estima, porém, que a área
pode render de 6 bilhões a 15 bilhões de barris, o
que levou a disputa pelos recursos.
O presidente da Câmara disse ainda que o
governo vai encaminhar até o dia 17 o novo
texto sobre "a regra de ouro" - mecanismo que
proíbe o governo de fazer dívidas para pagar
despesas correntes, como salários, benefícios de
aposentadoria, contas de luz e outros custeios da
máquina pública. Quando a regra é descumprida,
os gestores e o presidente da República podem
ser enquadrados em crime de responsabilidade.
Reforma
Maia afirmou que ainda não há prazo para o
governo encaminhar ao legislativo a sua versão
de reforma tributária e que pediu para priorizar a
discussão da reforma administrativa.
Data: 07/10/2019
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Grupo de Comunicação
“O que eu pedi ao ministro Paulo Guedes é que
ele encaminhe primeiro aquilo que trata das
despesas, até porque já tem uma proposta na
Câmara e no Senado com cuidado. Precisamos
rapidamente, ainda este ano, controlar as
despesas”, afirmou.
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ora-da-agenda-maia-e-bolsonaro-discutem-
partilha-dos-recursos-do-megaleilaodo-pre-
sal,70003039677
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Data: 07/10/2019
96
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Papa pede respeito aos indígenas e diz que
'ideologias são uma arma perigosa'
Na abertura do Sínodo, Francisco fez mea-culpa e
disse que a Igreja, no passado, acabou por
'menosprezar' povos e culturas
Edison Veiga, especial para o Estado
No discurso de abertura dos trabalhos do Sínodo
dos Bispos Sobre a Amazônia, na manhã desta
segunda-feira, 7, o papa Francisco recordou o
passado em que a Igreja Católica procurou
catequizar povos indígenas, cobrou respeito às
diferentes culturas e afirmou que "as ideologias
são uma arma perigosa".
Para o pontífice, colonizações ideológicas
"destroem ou reduzem as idiossincrasias das
pessoas" e esse tipo de conduta é um risco, pois
não se pode "domesticar os povos nativos".
Francisco fez um mea-culpa, afirmando que a
própria Igreja, quando se esqueceu disso, acabou
por "menosprezar" povos e culturas.
"(As ideologias) são redutivas e nos levam ao
exagero em nossa pretensão de entender
intelectualmente, mas sem aceitar, entender sem
admirar, receber a realidade em categorias, em
'ismos'. Quando precisamos nos aproximar da
realidade de algumas pessoas nativas, falamos
sobre indigenismos e, quando queremos dar a
eles uma pista para uma vida melhor, não
perguntamos, falamos sobre
desenvolvimentismo", disse o pontífice.
Francisco afirmou que é preciso abordar os povos
amazônicos "respeitando sua história, suas
culturas, seu estilo de vida".
"Porque todos os povos têm sua própria
sabedoria, autoconsciência, os povos têm
sentimento, uma maneira de ver a realidade,
uma história e tendem a ser protagonistas de
suas histórias com essas qualidades", disse.
O papa destacou que o encontro dos religiosos no
Vaticano tem quatro dimensões: pastoral,
cultural, social e ecológica.
"A dimensão pastoral é o essencial, que abrange
tudo. Nos aproximamos com um coração cristão
e vemos a realidade da Amazônia com os olhos
de um discípulo para entendê-la e interpretá-la
com os olhos de um discípulo, porque não há
hermenêutica neutra, hermenêutica asséptica."
https://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,papa
-pede-respeito-aos-povos-indigenas-e-afirma-
que-as-ideologias-sao-uma-arma-
perigosa,70003040394
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Data: 07/10/2019
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Evento debate despejo irregular de esgoto
em rios de SP
Setores responsáveis por tratar, planejar, regular
e controlar esgotos no País estarão em discussão
promovida por Fiesp e pelo 'Estado'
Redação, O Estado de S.Paulo
A Federação das Indústrias do Estado de São
Paulo (Fiesp), em parceria com o Estado, realiza
nesta terça-feira e na quarta-feira o seminário A
Despoluição dos Rios, para debater o problema
ainda recorrente do despejo irregular de esgoto
nos rios de São Paulo.
O evento vai reunir representantes dos setores
responsáveis por tratar, planejar, regular e
controlar esgotos no País para refletir como
mudar essa situação. Na Grande São Paulo, por
exemplo, 45% do esgoto gerado ainda não é
tratado. No Estado, essa situação chega a 50%.
Participam do debate representantes dos
governos federal, estadual e municipal, além de
organizações da sociedade civil, que
apresentarão questionamentos, propostas e
soluções para o problema. Serão discutidos, por
exemplo, a necessidade de melhorar a qualidade
dos rios, a importância de se fazer planejamento
de médio e longo prazo, a demanda por
investimentos, a integração das políticas
públicas, assim como um olhar sobre erros do
passado para que não sejam repetidos.
O objetivo, explicam os organizadores, é chegar
a conclusões que possam se transformar em
bandeiras para efetivamente despoluir os rios de
São Paulo. E isso passa por conseguir resolver a
coleta e o tratamento de esgoto, que têm
impacto direto na saúde da população.
Gratuito. O seminário é aberto ao público, que
pode participar gratuitamente, mediante
inscrição no site da Fiesp. O site também traz a
programação completa do evento.
Serviço
‘A DESPOLUIÇÃO DOS RIOS’
Local: Prédio da Fiesp. Avenida Paulista, nº
1.313. São Paulo
Data: 8 de outubro (terça) e 9 de outubro
(quarta)
Horário: das 8h30 às 17h
Inscrições: Gratuitas. Podem ser feitas pelo site
da Fiesp
https://sao-
paulo.estadao.com.br/noticias/geral,evento-
debate-despejo-irregular-de-esgoto-em-rios-de-
sp,70003038798
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Data: 07/10/2019
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‘Sínodo é um momento propício para
soluções’, diz climatologista
Carlos Nobre é um dos 12 convidados que falarão
neste domingo, 6, no início da cúpula católica
sobre a região amazônica
Entrevista com
Carlos Nobre, climatologista do IEA-USP
Giovana Girardi, O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - Assim como ocorreu na elaboração
de sua encíclica Laudato si’, o papa Francisco
voltou a recorrer à ciência para entender os
riscos atuais à Amazônia. No sínodo que começa
neste domingo, 6, pesquisadores brasileiros e
estrangeiros estarão lá, entre religiosos, para
ajudar a elaborar o texto final que vai sair do
encontro. Com o tema Amazônia: Novos
Caminhos para a Igreja e para uma Ecologia
Integral, o sínodo deve trazer um posicionamento
forte contra a destruição da floresta, mas
também pode sugerir soluções com base no
melhor conhecimento científico.
Um dos principais climatologistas do País, Carlos
Nobre, do Instituto de Estudos Avançados da
Universidade de São Paulo (IEA-USP), está no
grupo de 12 convidados especiais que terão
direito a fazer um pronunciamento de quatro
minutos, na abertura.
“O sínodo é um momento propício para não só
discutir os riscos, não só revelar a pressão que as
populações e floresta vêm sofrendo, mas
também passar para o terreno das soluções.” Em
entrevista ao Estado, ele discute como a religião
pode se tornar uma aliada da ciência na defesa
de uma Amazônia preservada e desenvolvida.
Como será sua participação no sínodo?
Fui chamado dentro de um grupo de convidados
especiais, que tem 12 pessoas, e cada uma terá
o direito de fazer um pronunciamento, de quatro
minutos. Neste grupo estão (o ex-secretário
geral da ONU) Ban Ki-Moon, o (economista
americano) Jeffrey Sachs (da Rede de Soluções
para o Desenvolvimento Sustentável da ONU).
Essa será a minha participação oficial, mas vou
ficar por um semana à disposição.
Qual é a mensagem que o senhor vai passar?
Em um primeiro momento minha intenção era
falar dos riscos à Amazônia, mas eu fui um dos
revisores do documento preparatório do sínodo e
lá já está essa identificação do que está
acontecendo, a alta do desmatamento, os riscos
para o clima, e os organizadores não queriam
que eu repetisse isso, mas lançasse alguma ideia
nova. Então eu levo a defesa de que o potencial
que existe na floresta, que é a biodiversidade, e
o conhecimento das populações tradicionais
podem levar a uma nova revolução na economia:
uma bioeconomia da floresta em pé. Existe um
enorme potencial de usar as tecnologias
modernas para isso e desenvolver um novo
paradigma que garanta que a floresta vale mais
em pé que derrubada. Falo das tecnologias
modernas que se tornaram acessíveis, amigáveis
para as cadeias de produtos da floresta. E mostro
o sentido de urgência que precisa pautar essa
discussão. O futuro da Amazônia, das pessoas
que vivem lá, depende de abandonarmos o
modelo atual que destrói a floresta.
Como essa união da ciência com a religião pode
ajudar a lidar com os problemas da região? É
uma abordagem que pode ajudar na concepção
de um desenvolvimento sustentável?
A igreja, não só a católica, mas também a
evangélica, tem uma penetração muito grande
na Amazônia, no seio da sociedade, na vida das
pessoas da região que, em sua maioria, vivem na
pobreza. Um grande potencial inexplorado é a
biodiversidade. O fato de a igreja ao menos
querem ouvir esse tipo de proposta é positivo. O
Brasil quer ser um país de classe média. Como
pode conseguir isso? Com a industrialização e
com o que temos em abundância, que é a
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biodiversidade. Vamos juntar isso. Minha
intenção é mostrar que podemos inovar, criar
uma economia de floresta em pé com altas
tecnologias, que podem empoderar a população
local em um modelo bioindustrial
descentralizado. Já há muitas décadas a igreja
defende o direito das populações tradicionais,
principalmente as indígenas. O documento que é
a base do sínodo mostra um grande respeito
pelos valores das populações tradicionais. O
sínodo é um momento propício para não só
discutir os riscos, não só revelar a pressão que as
populações e floresta vêm sofrendo, mas
também passar para o terreno das soluções. O
papa critica muito o modelo de tecnocracia, em
que a tecnologia torna os sistemas econômicos e
as pessoas escravas. A nossa proposta é que as
populações tradicionais possam ser libertadas por
novas tecnologias ao conseguirem extrair valor
econômico daquilo que já tem valor cultural para
eles.
Que tipo de impacto o senhor espera que o
sínodo possa trazer para o momento crítico atual
da Amazônia?
Acho que nem o papa Francisco, quando decidiu
fazer o sínodo após visitar o Peru e Bolívia,
conseguiria imaginar que estaríamos hoje vendo
esse recrudescimento do desmatamento e das
queimadas em toda a Amazônia e, no caso do
Brasil, um discurso político de desrespeito ao
direitos e à vontade da maioria dos povos
indígenas. Por tudo isso é um momento muito
importante. Uma das razões da existência do
sínodo é a avassaladora dominância do modelo
de substituição da floresta acompanhado da
diminuição dos direitos da populações
tradicionais. Tira-se a floresta e quem vive da e
na floresta. Nesse momento em que a política
atual compartilha a visão que floresta não tem
valor e que os valores dos povos da floresta não
devem ser mantidos, mas integrados aos valores
do povos sem floresta, a importância se torna
ainda maior.
Há quatro anos, quando o papa lançou a encíclica
Laudato si’, muitos cientistas que trabalham com
mudanças climáticas receberam o texto com a
esperança de que uma mensagem vinda do
maior líder espiritual do mundo poderia ajudar a
trazer um senso de moralidade para a questão. Ir
além da ciência e mostrar que há um imperativo
moral em combater as mudanças climáticas.
Passados quatro anos, o senhor acha que isso fez
diferença?
Acho que a Laudato si’, ainda que seja um texto
religioso, extrapolou sua mensagem para além
dos fiéis católicos aos trazer a visão da “nossa
casa comum”. Acho que sim, fez diferença. A
nossa capacidade de comunicar o risco é
limitada. Mesmo com todos os relatórios do IPCC
(Painel Intergovernamental sobre Mudanças
Climáticas), mesmo com toda a cobertura da
impressa sobre os riscos, sobre o papel das
atividades humanas, as emissões de gases de
efeito estufa (responsáveis pelo aquecimento
global), continuam aumentando. Um setor com
tamanha penetração na sociedade, que traga,
além da preocupação com a qualidade de vida,
mas também com o lado espiritual, é um aliado
muito importante.
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o-e-um-momento-propicio-para-solucoes-diz-
climatologista,70003038481
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