livro - supply chain
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Supply Chain
2011Curitiba-PR
Srgio Luiz Pirani
Francisco Del Ducca Corra
PARANEducao a Distncia
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Catalogao na fonte pela Biblioteca do Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia - Paran
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAO, CINCIA E TECNOLOGIA - PARAN - EDUCAO A DISTNCIAEste Caderno foi elaborado pelo Instituto Federal do Paran para o Sistema Escola Tcnica Aberta do Brasil - e-Tec Brasil.
Presidncia da Repblica Federativa do Brasil
Ministrio da Educao
Secretaria de Educao a Distncia
Prof. Irineu Mario ColomboReitor
Prof. Mara Christina Vilas BoasChefe de Gabinete
Prof. Ezequiel WestphalPr-Reitoria de Ensino - PROENS
Prof. Gilmar Jos Ferreira dos SantosPr-Reitoria de Administrao - PROAD
Prof. Paulo Tetuo YamamotoPr-Reitoria de Extenso, Pesquisa e Inovao - PROEPI
Neide AlvesPr-Reitoria de Gesto de Pessoas e Assuntos Estudantis - PROGEPE
Prof. Carlos Alberto de vilaPr-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional - PROPLADI
Prof. Jos Carlos CiccarinoDiretor Geral de Educao a Distncia
Prof. Ricardo HerreraDiretor Administrativo e Financeiro deEducao a Distncia
Prof Mrcia Freire Rocha Cordeiro MachadoDiretora de Ensino de Educao a Distncia
Prof Cristina Maria AyrozaCoordenadora Pedaggica de Educao aDistncia
Prof. Adriano StadlerCoordenador do Curso
Adriana Valore de Sousa Bello Fbio Decker Karmel Louise Pombo Schultz Ktia FerreiraSuelem Sousa Santana de FreitasAssistncia Pedaggica
Prof Ester dos Santos OliveiraProf Linda Abou RejeiliLdia Emi Ogura Fujikawa Reviso Editorial
Diogo AraujoDiagramao
e-Tec/MECProjeto Grfico
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e-Tec Brasil
Apresentao e-Tec Brasil
Prezado estudante,
Bem-vindo ao e-Tec Brasil!
Voc faz parte de uma rede nacional pblica de ensino, a Escola Tcnica
Aberta do Brasil, instituda pelo Decreto n 6.301, de 12 de dezembro 2007,
com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino tcnico pblico, na mo-
dalidade a distncia. O programa resultado de uma parceria entre o Minis-
trio da Educao, por meio das Secretarias de Educao a Distncia (SEED)
e de Educao Profissional e Tecnolgica (SETEC), as universidades e escolas
tcnicas estaduais e federais.
A educao a distncia no nosso pas, de dimenses continentais e grande
diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao
garantir acesso educao de qualidade, e promover o fortalecimento da
formao de jovens moradores de regies distantes, geograficamente ou
economicamente, dos grandes centros.
O e-Tec Brasil leva os cursos tcnicos a locais distantes das instituies de en-
sino e para a periferia das grandes cidades, incentivando os jovens a concluir
o ensino mdio. Os cursos so ofertados pelas instituies pblicas de ensino
e o atendimento ao estudante realizado em escolas-polo integrantes das
redes pblicas municipais e estaduais.
O Ministrio da Educao, as instituies pblicas de ensino tcnico, seus
servidores tcnicos e professores acreditam que uma educao profissional
qualificada integradora do ensino mdio e educao tcnica, capaz de
promover o cidado com capacidades para produzir, mas tambm com auto-
nomia diante das diferentes dimenses da realidade: cultural, social, familiar,
esportiva, poltica e tica.
Ns acreditamos em voc!
Desejamos sucesso na sua formao profissional!
Ministrio da Educao
Janeiro de 2010
Nosso contato
etecbrasil@mec.gov.br
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e-Tec Brasil
Indicao de cones
Os cones so elementos grficos utilizados para ampliar as formas de
linguagem e facilitar a organizao e a leitura hipertextual.
Ateno: indica pontos de maior relevncia no texto.
Saiba mais: oferece novas informaes que enriquecem o assunto ou curiosidades e notcias recentes relacionadas ao
tema estudado.
Glossrio: indica a definio de um termo, palavra ou expresso utilizada no texto.
Mdias integradas: sempre que se desejar que os estudantes desenvolvam atividades empregando diferentes mdias: vdeos,
filmes, jornais, ambiente AVEA e outras.
Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em diferentes nveis de aprendizagem para que o estudante possa
realiz-las e conferir o seu domnio do tema estudado.
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e-Tec Brasil
Sumrio
Palavra dos professores-autores ............................................... 11
Aula 1 - Conceituando Supply Chain ........................................ 131.1 Supply Chain .................................................................. 13
Aula 2 - Conceitos de produtos em uma cadeia de suprimento .192.1 Conceituando produto ................................................... 19
Aula 3 - A importncia do gerenciamento da cadeia de suprimento ................................................................................. 25
3.1 Objetivos da cadeia de suprimento .................................. 253.2 Configuraes da cadeia de suprimento construo do projeto .................................................................................. 27
Aula 4 - Entendendo o cenrio da cadeia de suprimento ....... 314.1 Globalizao e a cadeia de suprimento ............................ 314.2 Novo cenrio da cadeia de suprimento ............................ 314.3 Cooperao na rea de distribuio ................................. 33
Aula 5 - Estratgia competitiva da cadeia de suprimentos .... 355.1 Conceituando estratgias ................................................ 355.2 O alinhamento estratgico .............................................. 37
Aula 6 - A importncia do sistema de armazenagem na cadeia de suprimento ............................................................................ 39
6.1 Histrico sobre armazenagem ......................................... 39
Aula 7 - Tipos de armazenagem utilizada na cadeia de supri-mentos ........................................................................................ 45
7.1 Os tipos de armazns ...................................................... 457.2 O conceito do centro de distribuio (CD) ....................... 46
Aula 8 - Unitizao e Conteinerizao de cargas ..................... 518.1 Conceituando Unitizao ................................................ 518.2 Configurao de carga .................................................... 528.3 Estabilizao de carga unitizada ...................................... 538.4 Planejando uma carga unitizada ...................................... 558.5 Conceituando conteinerizao ........................................ 56
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Aula 9 - A funo a e importncia da embalagem na cadeia de suprimento ................................................................................. 59
9.1 Introduo histrica sobre a embalagem ......................... 599.2 Conceituando embalagem .............................................. 60
Aula 10 - A embalagem e a Logstica ....................................... 6510.1 Sistema logstico............................................................ 6510.2 O fluxo da embalagem .................................................. 65
Aula 11 - Previso de demanda em uma cadeia de suprimento .7111.1 O papel das previses em uma cadeia de suprimentos .. 71
Aula 12 - Planejamento e gerenciamento de estoques na ca-deia de suprimento .................................................................... 75
12.1 A funo do estoque na empresa .................................. 7512.2 Planejamento dos estoques ........................................... 76
Aula 13 - Gerenciamento do estoque de segurana na cadeia de suprimento ............................................................................ 79
13.1 A funo do estoque de segurana na empresa ............. 79
Aula 14 - A importncia do setor de compras na cadeia de suprimento ................................................................................. 83
14.1 Definies da funo compras ...................................... 83
Aula 15 - Os parmetros de ressuprimento da cadeia de suprimento ................................................................................. 89
15.1 Parmetro de ressuprimento ......................................... 89
Aula 16 - Transporte em uma cadeia de suprimento............... 9316.1 A funo do transporte na cadeia de suprimento .......... 9316.2 Fatores que influenciam no preo do transporte ............ 96
Aula 17 - Projeto de rede em uma cadeia de suprimento ....... 9917.1 A importncia do projeto de rede de transporte dentro da cadeia de suprimento ............................................................ 9917.2 Coletas programadas .................................................. 101
Aula 18 - A tecnologia da informao aplicada cadeia de su-primento ................................................................................... 103
18.1 A tecnologia da informao (TI) na cadeia de suprimento .10318.2 Fluxos de informaes .......................................................10418.3 Tendncias .........................................................................106
Aula 19 - Os quatro pilares da cadeia de suprimento ........... 10919.1 Sistema de informao ......................................................10919.2 Instalaes .........................................................................110
e-Tec Brasil
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e-Tec Brasil
19.3 Transporte ..........................................................................11019.4 Estoques ............................................................................111
Aula 20 - Negcios eletrnicos: ebusiness e a cadeia de suprimentos .............................................................................. 113
20.1 Fluxo de informaes pelo e-business .................................... em uma cadeia de suprimento ..................................................11320.2 Tarefas executadas por empresas que ..................................... praticam o e-business ...............................................................11420.3 Como funciona a cadeia de suprimen ..................................... to com negociao eletrnica ....................................................115
Referncias ............................................................................... 119
Atividades autoinstrutivas ...................................................... 123
Currculo dos professores-autores .......................................... 141
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e-Tec Brasil
Palavra dos professores-autores
Prezado aluno,
Na histria documentada da humanidade, as mercadorias mais necessrias no eram pro-
duzidas prximas aos lugares de consumo, e nem estavam disponveis nas pocas de maior
procura. As dificuldades de obteno, produo e armazenamento eram constantes. Mesmo
hoje em algumas regies do mundo globalizado, o consumo e a produo ainda sofrem os
efeitos da falta de abastecimento de insumos e produtos. Este livro foi escrito para que voc
compreenda a importncia estratgica do projeto, planejamento e operao da cadeia de
suprimentos em qualquer organizao. Voc ser capaz de entender e visualizar como um
bom gerenciamento da cadeia de suprimentos pode representar uma vantagem competitiva
para uma organizao. Vamos iniciar com uma breve apresentao conceitual sobre produto
logstico, sua concepo e caractersticas fsicas. Os princpios da cadeia de suprimentos sero
abordados a partir da aula dois. Diversos exemplos foram utilizados para ilustrar essa ideia e
criar uma estrutura estratgica, as instalaes, a informao, o estoque e o transporte so
identificados como condutores chaves do desempenho da cadeia de suprimentos. Observe
que procuramos associar os conceitos tericos prtica desenvolvida dentro da cadeia de
suprimentos utilizando a tecnologia da informao e a automao como fatores competitivos
nas organizaes. Abordaremos, nesse livro, as tcnicas de armazenagem e de transporte,
sempre acompanhados de exemplos prticos, pois assim voc poder avaliar a importncia
desses fatores para o sucesso da cadeia produtiva. Por fim, proponho uma reflexo aos cuida-
dos que devemos ter ao criarmos um produto logstico e o entendimento do planejamento,
armazenagem e transporte da cadeia produtiva para que ele possa ter sucesso na gesto das
organizaes. Desejo a voc uma tima leitura e muita discusso com os colegas!
Prof. Francisco Del Ducca Corra
Prof. Sergio Luiz Pirani
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Aula 1 - Conceituando Supply Chain
Nesta aula iremos compreender os conceitos sobre Gerenciamento da
Cadeia de Suprimentos Supply Chain Management. Ser esclarecido
o que uma cadeia de suprimentos e seus processos, e para um melhor
entendimento, apresentaremos um exemplo de como funciona uma
cadeia de suprimentos.
1.1 Supply Chain
Voc j tinha ouvido falar em Supply Chain?
um termo que em ingls significa Cadeia de Suprimento. Surgiu dos con-
ceitos de logstica e logstica integrada, ou seja, a logstica o fluxo de mate-
riais armazns e transportes; a logstica integrada vai mais alm atingindo
a matria-prima, marketing, relacionamento com os clientes, e a integrao
de todos esses processos por meio do sistema de informao. O termo Su-
pply Chain ficou bastante conhecido na dcada de 80, pois foi a partir dela
que as empresas comearam a se preocupar com custos de todos os proces-
sos tanto o de produo quanto o de movimentao de materiais.
Vamos desvendar o que uma cadeia de suprimentos para podermos apro-
fundar o assunto. Uma cadeia de suprimento rene todos os processos para
atender ao pedido de um cliente. Quando se fala em atender ao pedido de
um cliente, devemos compreender que a cadeia de suprimentos atinge uma
grande quantidade de processos, tais como: a indstria que fabrica o produ-
Figura 1.1: Supply ChainFonte: www.shutterstock.com
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to, os fornecedores de matria-prima e os transportes. Tanto a matria-pri-
ma quanto o produto acabado devero ser armazenados em algum lugar,
mesmo em curto prazo, geralmente so guardados em armazns. Inclumos
ainda os varejistas que vendem o produto diretamente ao consumidor e lo-
gicamente o prprio cliente. Aqui j podemos perceber que o assunto ser
bastante interessante.
Nosso prximo passo ser compreender os processos dentro de uma cadeia
de suprimentos e para ajud-lo na compreenso desses processos, vejamos
como cada uma delas funciona.
1.1.1 Os processos de uma cadeia de suprimentosVoc aprendeu que a cadeia de suprimentos seguida de inmeros proces-
sos e trocas de informaes, as quais so necessrias para que cada est-
gio funcione corretamente. Vamos chamar esses processos de ciclos, pois
seguem uma determinada ordem. Dentro da cadeia de suprimentos temos
dois ciclos que so iniciados por meio dos pedidos dos clientes. Vejamos
primeiramente o ciclo empurrado (push), o cliente vai at uma loja de sua preferncia e compra um produto de sua necessidade. Imediatamente a in-
dstria dever produzir outro produto para repor na loja onde foi consumido
o produto. Assim o ciclo empurrado est ligado diretamente ao consumo de
um cliente. O ciclo puxado (pull) o inverso, ou seja, este processo anteci-pado ao pedido do cliente. Ento no processo empurrado, primeiramente o
cliente consome o produto para depois ser substitudo (empurra a produo
de um novo produto), e o outro processo produzido antes que haja o con-
sumo do produto pelo cliente.
1.1.2 Compreendendo melhor os ciclos dentro de uma cadeia de suprimentosExiste uma relao entre o cliente e o varejista, que se resume em satisfazer a
necessidade do cliente em, ou seja, que ele tenha sua disposio o produto
desejado a um preo adequado. Essa relao se inicia com a chegada do
consumidor na loja e a sua escolha pelo produto desejado, seu atendimento
e pagamento. O passo seguinte a emisso de uma nota fiscal e a entrega
do produto nas mos do cliente, fechando assim um ciclo.
O ciclo seguinte o reabastecimento do produto consumido pelo cliente.
Observe, na figura 1.2, os passos a serem seguidos para o reabastecimento:
Supply Chaine-Tec Brasil 14
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e-Tec Brasil15
A figura 1.2 ilustra a realizao da compra pelo varejista para suprir as suas
necessidades, seguido do recebimento do pedido do varejista pela indstria
que por sua vez carrega o produto na quantidade solicitada pelo varejista
que recebida e conferida.
Para reabastecer, a indstria dever produzir outro produto semelhante
quele que foi consumido. Aqui a relao de compra e venda se d entre o
varejista ou distribuidor e a indstria fabricante do produto. Assim, temos o
recebimento do pedido do varejista ou distribuidor, a indstria se programa
para produzir o produto na quantidade solicitada pelos seus clientes (varejis-
ta/distribuidor), fabrica o produto e realiza a entrega, que por sua vez re-
cebida pelo varejista/distribuidor. Vejamos o processo ilustrado na figura 1.3.
Aula 1 - Conceituando Supply Chain
Figura 1.2: Processos para o reabastecimento do varejistaFonte: Elaborado pelos autores (2011).
Figura 1.3: Ciclo de fabricao do produto em relao ao pedido do cliente (varejista/distribuidor).Fonte: Elaborado pelos autores (2011)
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E por fim, temos o ciclo de suprimentos (Figura 1.4). Falamos da relao en-
tre a indstria e seus fornecedores. Nessa etapa tambm so includos todos
os processos necessrios para a produo do produto final (compra, venda,
transporte, fabricao, etc). Assim a indstria baseada em sua carteira de
pedidos, programa a compra dos materiais necessrios com seus fornece-
dores para organizar a produo dos pedidos que estejam em sua carteira
(quantidade e tipos de produtos). Uma vez recebido os produtos de seus
fornecedores, a indstria ento produz e realiza a entrega de acordo com os
pedidos que esto em sua carteira.
ResumoNesta aula, voc pde perceber que a cadeia de suprimento tem vrios pro-
cessos que, vo desde a compra de um cliente at a reposio dos produtos
consumidos. Voc aprendeu que todo produto vendido precisa de reposio.
A indstria precisa fabricar um novo produto para atender ao pedido do va-
rejista e tambm para realizar os pedidos de seus fornecedores que por sua
vez atendem as necessidades dos varejistas e distribuidores.
Atividades de aprendizagem1. Imagine a cadeia de suprimentos do ltimo produto que consumiu e des-
creva alguns estgios e as diferentes trocas de informaes que deveriam
ocorrer nesses estgios.
Supply Chaine-Tec Brasil 16
Figura 1.4: Ciclos de suprimentos para a indstriaFonte: Elaborado pelos autores (2011)
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2. Descreva os processos e as informaes necessrias para o processo de reabastecimento.
3. Diferencie os ciclos cliente/varejista e indstria/fornecedores.
4. Pense, pesquise e descreva um processo empurrado (push) e outro puxado (pull).
Aula 1 - Conceituando Supply Chain
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Aula 2 - Conceitos de produtos em uma cadeia de suprimento
Nesta aula conheceremos os conceitos de um produto logstico dentro
da cadeia de suprimento. E ao final desta aula, voc estar apto a
identificar as caractersticas de um produto facilitando o planejamento
logstico dentro da cadeia de suprimentos, projetando a maneira como a
embalagem, o transporte, o armazenamento e a sua distribuio.
2.1 Conceituando produto O produto o centro do foco no projeto do sistema logstico porque ele
o objeto do fluxo da cadeia de suprimentos, e, em sua forma econmica,
o gerador das receitas da empresa. O produto formado por uma parte
tangvel e outra intangvel, e juntas completam a oferta de produtos de uma empresa. A parte tangvel da oferta de produtos composta de ca-
ractersticas como peso, volume e forma alm de aspectos de desempenho
e durabilidade. A parte intangvel da oferta de produtos tanto pode ser o
suporte ps-vendas, a reputao da empresa, entre outras.
2.1.1 Classificao dos produtosOs produtos so classificados quanto ao seu estado fsico em lquidos, s-
lidos e gasosos, podendo ainda ser classificados em produtos explosivos,
perecveis, perigosos, etc. Com certeza voc conhece e sabe classificar um
produto quanto o seu estado fsico. Por exemplo: pense em um produto
qualquer. Sabe classific-lo? Perceba o seu formato, peso, cor, estado fsi-
co, etc. Agora voc ver que o conhecimento da classificao fsica desses
produtos vai facilitar o seu planejamento logstico dentro da cadeia de supri-
mentos, isto , como projetar a embalagem, o transporte, o armazenamento
e a distribuio. Os produtos tambm podem ser classificados em industriais
e de consumo. Os primeiros so dirigidos especificamente aos usurios fi-
nais, e os industriais so dirigidos aos indivduos ou organizaes que deles
fazem uso na elaborao de outros bens ou servios.
2.1.2 Ciclo de vida dos produtosO ciclo de vida do produto um conceito conhecido dos operadores de mer-
cado. Todo produto passa por esse ciclo que definido em quatro diferentes
fases: introduo, crescimento, maturao e declnio. Observe a figura 2.1,
e veja a demanda de um produto na unidade do tempo.
Tangvel: algo que pode ser tocado, medido ou pesado. Ex-emplo de um produto logstico: computador. Intangvel: algo que no pode ser tocado, pesado ou dimensionado. Exemplo: um servio de distribuio do produto logstico.
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Em meados do sculo passado, os produtos tinham um ciclo de vida mais
longo; quando um produto era lanado no mercado sua permanncia no
planejamento de venda era em longo prazo. No final do sculo XX e incio
do sculo XXI percebemos uma mudana muito grande na reduo do ciclo
de vida dos produtos. Muitos quando lanados j esto no ciclo de vida da
maturao e ou no declnio. Como exemplo, citamos o DVD que encurtou a
vida do vdeo cassete, e logo que foi lanado teve o impacto do lanamento
da TV a cabo, onde voc pode assistir a vrios filmes sem a necessidade de
grav-los. Como consequncia, as locadoras de vdeos tiveram um impacto
em seus negcios reduzindo o ciclo de vida desse tipo de negcio. J no h
mais a necessidade de se locomover at uma locadora, esperar em uma fila,
alugar um vdeo e voltar para casa. Os filmes tornaram-se arquivos digitais.
Voc pode baix-los ou receber um disco por correspondncia.
A seguir, outros exemplos de produtos que tiveram seu ciclo de vida encurtado.
Curiosidades
Vendas
Tempo
Introduo Crescimento Maturidade Declnio
Figura 2.1: Ciclo de vida de um produtoFonte: http://www.knoow.net/
a) Mquinas de faxAs mquinas de fax se tornaram me-
nos eficientes, nos dias de hoje e sua
tecnologia est ameaada. Os docu-
mentos que geralmente so enviados
por fax passaram a ter formato digital,
sendo mais prtico o envio diretamente
por e-mail. Figura 2.2: Mquina de faxFonte: www.shutterstock.com
Supply Chaine-Tec Brasil 20
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e-Tec Brasil21Aula 2 - Conceitos de produtos em uma cadeia de suprimento
b) Acendedores de cigarros em carrosA tecnologia dos acendedores de ci-
garros nos carros surgiu em meados
de 1920, e aperfeioada em torno de
1950. Dcadas mais tarde, a indstria
continua construindo carros com estes
conectores. Atualmente esses conec-
tores so usados para carregadores de
celulares, Mp3, etc.
c) CD de msica O CD teve seu auge na dcada de 80. Atu-
almente a tecnologia e a internet permi-
tem o acesso a sites, onde possvel fazer download de arquivos de msica e ouvi-los
em aparelhos de MP3. Alm dos arquivos
de msica, o CD permite o armazenamen-
to de outros arquivos digitais que tambm
foram substitudos por aparelhos como
pen drive, HD externo entre outros.
Figura 2.3: Acendedor de carro Fonte: www.shutterstock.com
Figura 2.4: CDFonte: www.shutterstock.com
2.1.3 Caractersticas do produtoAs caractersticas de um produto que mais influem sobre a estratgia logs-
tica so os seus atributos naturais: peso, volume, perecibilidade e inflama-bilidade. Quando observadas em combinaes variadas, essas caractersticas
so indicativas de necessidades de armazenagem, estocagem, transporte,
manuseio de materiais, processamento de pedidos e at mesmo uma legisla-
o especfica. Essas caractersticas so divididas em quatro categorias: quo-
ciente peso-volume, quociente valor-peso, substituibilidade e caracterstica
de risco. Vejamos na sequncia, um pouco sobre cada uma delas.
a) Quociente peso-volumeO quociente peso-volume est diretamente relacionado aos custos de
transporte e armazenagem. Exemplo: produtos com alta densidade
como as chapas de ao laminado tm custos baixos, pois mostram uma
boa utilizao do equipamento de transporte capacidade de carga uti-
lizada no limite, e instalao de armazenagem porque possui volume
capaz de ocupar espao nos armazns justificando o valor do metro qua-
drado utilizado.
Perecibilidade: So produtos que possuem um ciclo de vida curto, que devem ser manusea-dos rapidamente em tempo de serem utilizados no prazo de validade.
-
Ao passo que produtos com baixa densidade como uma bola inflvel de
praia tm custos altos de transporte e de armazenagem, pois no utili-
zam a capacidade plena do equipamento de transporte, mas ocupam
volume grande de espao fsico.
b) Quociente valor-pesoO quociente valor-peso est relacionado aos custos de movimentao e
armazenagem dos produtos. Exemplo: produtos com baixo quociente
valor-peso, como o carvo, minrio de ferro e areia que tm baixos custos
de armazenagem, porque podem ficar expostos ao ar livre, mas custos
elevados de movimentao o quociente peso utiliza a capacidade mxi-
ma do equipamento de transporte.
Ateno! Quando o valor agregado do produto baixo e o peso elevado, os custos de transportes representam alta proporo do preo de venda, ou
seja, uma grande parte do preo de venda do produto ser utilizada para o
pagamento do transporte.
c) SubstituibilidadeQuando os produtos oferecidos pela empresa A ou pela sua concorrente
B apresentam pouca ou nenhuma diferena, os clientes dizem que esses
produtos so altamente substituveis.
d) Caractersticas de riscoOs riscos de um produto esto relacionados a vrias caractersticas, tais
como: produtos perecveis, inflamveis, explosivos, passveis de roubo e
de elevado custo. Nesses casos, os custos de armazenagem e de trans-
porte so elevados, pois exigem tratamento especial ao transportar, ar-
mazenar ou embalar aumentando os custos de distribuio.
Resumo Nesta aula conhecemos os conceitos de um produto logstico dentro da ca-
deia de suprimento. Sabemos agora identificar as principais caractersticas
dos produtos e a sua relao peso x volume. Atravs destes conhecimentos
podemos planejar o sistema de embalagem, transporte, armazenagem e dis-
tribuio dos produtos.
Atividades de aprendizagem1. Olhe ao seu redor, escolha um produto qualquer que esteja prximo a
voc, e determine suas caractersticas fsicas.
Supply Chaine-Tec Brasil 22
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e-Tec Brasil23
2. Discuta com seu colega sobre os atributos logsticos para esse produto dentro do conceito que aprendemos nessa aula.
3. Agora imagine onde est localizado esse produto na curva do ciclo de vida. Que concluso voc tirou da anlise realizada?
Aula 2 - Conceitos de produtos em uma cadeia de suprimento
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e-Tec Brasil25
Aula 3 - A importncia do gerenciamento da cadeia de suprimento
O objetivo dessa aula explicar a importncia eficaz do gerenciamento
da cadeia de suprimento e de como isso influencia na lucratividade final
da cadeia. Voc tambm ser capaz de compreender as fases de decises
dentro de uma cadeia de suprimento para garantir seu sucesso.
3.1 Objetivos da cadeia de suprimento gerenciar, ou seja, administrar para se obter o melhor resultado possvel
com os recursos que se dispe no momento. Afinal, o que administrar? Es-
tamos falando em comprar matrias-primas, transformar produtos, contro-
lar estoques e at de sua distribuio a nvel mundial. Para que isso acontea
o administrador precisa ter experincia e conhecer bem os produtos a serem
gerenciados, garantindo assim, a lucratividade da cadeia de suprimento.
Assim, o principal objetivo da cadeia de suprimento otimizar o valor total
gerado. Esse valor compreendido entre a diferena do valor do produto
final para o consumidor e a contabilizao de todos os esforos necessrios
para atender o que foi solicitado pelo cliente.
Por exemplo: Para entender melhor a cadeia de suprimento, imagine que
voc seja um produtor de leite, daqueles que somente produz o leite e en-
trega in natura para o laticnio. O laticnio, que receptor, far a transforma-o do leite em inmeros produtos, como queijo, iogurte, manteiga, entre
outros. O leite in natura tem a sua validade bastante curta, dura questes de horas. Voc como produtor do leite cumpriu o seu papel de produzir e deixar
o leite disposio do laticnio, que incumbido de recolher o produto sem-
pre no mesmo horrio. Caso isso no ocorresse, voc perderia o produto, e
certamente teria problemas em receber de forma correta pelo seu trabalho
e produto.
Dentro deste contexto podemos compreender a importncia da parceira na
cadeia de suprimento, pois se a situao fosse ao contrrio, ou seja, se voc
no produzisse o leite necessrio e no entregasse para o laticnio, os clien-
tes do laticnio ficariam sem os produtos derivados do leite, os quais seriam
produzidos graas a voc. Assim de um lado temos o produtor com a sua
tarefa de produzir na quantidade certa e no tempo adequado; e do outro
-
lado temos a empresa que transforma o produto, no caso, o laticnio. Assim,
temos a origem da matria-prima o leite e a transformao do leite em
outros produtos pelo laticnio que, aps a transformao, entrega aos seus
clientes, podemos ento compreender esse ciclo como a cadeia de supri-
mento.
Portanto, a lucratividade, ou seja, a soma total dos lucros dever ser dividida
por cada um dos processos - compra de matrias-primas, transformao de
produtos, sua distribuio, etc - da cadeia de suprimento. Dessa forma, o
gerenciamento eficaz ser aquele que produzir a maior lucratividade pos-
svel dentro de todos os processos, tais como: recebimento de mercadoria,
entrega correta dos produtos e sem retrabalho, aproveitamento otimizado
das matrias-primas, etc.
Para somar esses dados, devemos contabilizar o tempo de cada processo,
e como o processo tem mo de obra, mquinas, servios administrativos,
energia eltrica, etc., esses itens podem ser facilmente medidos e a soma
total de seus valores dever ento ser dividida no total de processos. Portan-
to, quanto menor for o custo para realizar um processo mais eficiente ser a
cadeia de suprimento.
Vejamos os estgios para a entrega de um computador desde os fornece-
dores, a montadora, o distribuidor, o varejista e o cliente final. Observe na
figura 3.1, a entrega de um computador. Perceba todos os estgios desde o
seu fornecimento, sua montagem, sua distribuio, seu varejo e a entrega
do produto ao cliente.
Figura 3.1: Exemplos de alguns estgios dentro da cadeia de suprimentoFonte: Elaborado pelos autores (2011)
Supply Chaine-Tec Brasil 26
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e-Tec Brasil27Aula 3 - A importncia do gerenciamento da cadeia de suprimento
No esquema ilustrado na figura 3.1, voc percebeu que estamos lidando
com decises a serem tomadas em cada estgio da cadeia de suprimento.
Essas decises devem ser tomadas ao longo da cadeia, aps a avaliao de
satisfao dos clientes. Veremos ainda os trs estgios bsicos que serviro
como fatores de deciso que so: a construo do projeto, planejamento da
cadeia e os sistemas operacionais.
Mas antes de qualquer coisa, deve ficar esclarecido que a cadeia de supri-
mento trabalha focada num objetivo: o cliente. Pois sem ele no h receita,
no h venda, no h razo para tudo o que estudamos at agora.
As decises tomadas ao longo da cadeia devem ser sustentadas nas informa-
es que vem dos processos, como o atendimento ao cliente; se o mesmo foi
bem ou mal atendido, por exemplo. Vejamos ento os pontos que compete
ao profissional de logstica ficar atento para a otimizao de toda a cadeia.
3.2 Configuraes da cadeia de suprimento construo do projetoRefere-se estrutura e a maneira como realizado cada processo sem des-
perdcio de tempo e matria-prima. Devemos fazer as seguintes perguntas:
Qual a capacidade de produo?
As instalaes e equipamentos suportam um aumento da demanda?
A localizao da indstria ou do armazm adequada?
H facilidade em receber mercadorias em qualquer horrio?
H facilidade em entregar os produtos acabados em qualquer horrio?
As matrias-primas e os centros consumidores esto em localidades prximas?
Nossos meios de transportes so adequados para atender a empresa ou precisamos contratar servios terceirizados?
Observe que essas decises esto ligadas ao projeto da cadeia de suprimen-
to, e devem anteceder as instalaes e as operaes, ou seja, devem ser
decididas na fase do projeto.
3.2.1 Planejamento da cadeia de suprimentoUma vez projetada cadeia de suprimento, devemos planejar como ser
realizada cada uma das fases dos processos. Aqui, estamos falando das po-
lticas operacionais para que todo processo acontea dentro do esperado. O
-
planejamento geralmente apoiado nos estudos de mercados e suas ten-
dncias, ou do consumo de mais ou de menos produtos. Para isso utilizada
s projees de demanda, um estudo que indica o consumo futuro daquilo
que a empresa pretende produzir ou distribuir. Da surge necessidade da
empresa estar localizada perto da matria-prima ou dos produtos acabados
para distribuio num centro consumidor prximo.
Na fase do planejamento, devemos incluir as decises sobre o mercado a ser
abastecido, e preparar os estoques de forma adequada para que no sobre
e nem falte mercadoria aos clientes. O que fazer se houver uma poca de
aumento de consumo? E se vier a ter um plano de atitude, a indstria ser
aumentada ou sero contratados servios de outras empresas para atender
esse aumento das vendas? Como dever ser a atuao do marketing na or-
ganizao? Como dever ser a propaganda e a publicidade do produto e da empresa? Quais polticas devero ser adotadas?
3.2.2 Sistemas operacionaisOs sistemas operacionais dentro de uma cadeia de suprimento esto for-
temente ligados ao tempo. Esse tempo depender de qual deciso e qual
processo estar sendo analisado. Tais decises esto ligadas aos pedidos dos
clientes. Assim a empresa consegue alinhar o estoque e o sistema produtivo,
planejar as entregas e o tipo de transporte que sero mais adequados para
a realizao dessa tarefa.
ResumoPercebemos que para a cadeia de suprimento ser lucrativa a mesma dever
ser eficiente em todos os processos. As decises so amparadas no projeto
da cadeia que deve ser adequado ao ramo de negcio e a dimenso do
mercado. Devemos ter um planejamento minucioso para evitar falhas, na
fabricao, entrega, compras, etc. Ser eficiente nas operaes globais, ou
seja, em cada etapa e cada processo dentro da cadeia de suprimento.
Atividades de aprendizagem1. Explique por que o cliente o principal objetivo da cadeia de suprimento.
Propaganda: difuso de mensagem, geralmente de
carter informativo e persuasivo, por parte de anunciante
identificado, mediante compra de espao em rede de televiso,
jornal, revista, etc.Publicidade: Publicao de
matria jornalstica, geralmente de interesse de uma empresa, pessoa, organizao, etc., por
veculo de comunicao, jornal, revista, rede de televiso, etc.
Supply Chaine-Tec Brasil 28
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e-Tec Brasil29
2. Pesquise mais sobre a funo do marketing dentro da cadeia de supri-mento e explique como a produo e as entregas podem ser afetadas
numa empresa.
3. O que voc compreende como poltica (de processo, vendas, compras, etc) dentro da cadeia de suprimento? Explique a sua resposta.
4. Descreva os trs estgios que esto ligados s decises dentro da cadeia de suprimento. Escolha um dos estgios e explique as suas fases.
Aula 3 - A importncia do gerenciamento da cadeia de suprimento
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e-Tec Brasil31
Aula 4 - Entendendo o cenrio da cadeia de suprimento
Nesta aula voc no s entender os novos cenrios da cadeia de
suprimento criados para responder aos efeitos da globalizao, como
tambm conhecer a importncia da parceria na cadeia de suprimento.
4.1 Globalizao e a cadeia de suprimento
A globalizao trouxe vrias mudanas na economia mundial, e com essas
mudanas, as empresas de vrios pases passaram a se preocupar com in-
vestidores que comearam a aplicar o dinheiro em pases que apresentassem
maiores oportunidades de retorno aos seus investimentos. Essas empresas
tm investido um grande volume de capital e tecnologia trazendo preocu-
pao s empresas despreparadas. Tais empresas tm experimentado um
novo cenrio de competio na produo e na cadeia de suprimento para a
distribuio dos produtos acabados. Veja a seguir como isso ocorreu.
4.2 Novo cenrio da cadeia de suprimentoA poltica mais comum que ainda se v na atualidade so empresas operan-
do de forma independente, mas esse cenrio est mudando devido aber-
tura econmica do Brasil e de outros pases. Como uma pequena ou mdia
empresa pode concorrer com gigantes do setor? Essa nova situao para as
pequenas e mdias empresas foi um fator decisivo para que mudassem o
cenrio de atuao?
Figura 4.1: Empresas de classe mundialFonte: http://www.geomundo.com.br/
-
A Emlia Romagna uma regio situada ao norte da Itlia com apro-
ximadamente quatro milhes de habitantes, cuja capital Bolonha.
Por entenderem quo difcil competir com empresas do porte de uma
FEDEX ou DHL, que as pequenas e mdias empresas encontraram nas
parcerias um meio para competir num patamar de igualdade com as gran-
des empresas. Essas parcerias acontecem de vrios modos. Por exemplo, a
empresa italiana Benetton, grande produtora de roupas, no estava con-
seguindo sozinha abastecer os seus mais de 5.000 pontos de vendas em
todo o mundo. Faltavam produtos e a Benetton no conseguia produzir na
quantidade necessria para realizar as entregas. Essa empresa ento per-
cebeu que na regio de Emlia Romagna, tambm na Itlia, existiam vrias
pequenas empresas de vesturios e, assim, convidou essas empresas que por
serem pequenas no conseguiriam vender seus produtos para outros pases,
mas que com o auxlio da Benetton isso seria possvel. A cooperao veio dos
dois lados: as pequenas empresas produziam os produtos de acordo com a
qualidade e o modelo exigido pela Benetton, e essa por sua vez realizava a
distribuio dos produtos em seus inmeros pontos de vendas no mundo.
Assim surgiu um novo cenrio na cadeia de suprimento: o cenrio de coo-
perao entre as empresas.
Voc sabia?
Esse cenrio se repetiu aqui, em nosso pas, no chamado Arranjo Produtivo
Local (APL). Voc sabe como agem as empresas dos APL? Elas se concentram
numa mesma cidade ou regio. No Paran, por exemplo, temos o APL de
metais sanitrios em Loanda; em Cianorte existe uma grande concentrao
Figura 4.2: Emilia RomagnaFonte: http://europa.eu
Supply Chaine-Tec Brasil 32
-
e-Tec Brasil33Aula 4 - Entendendo o cenrio da cadeia de suprimento
de fbricas de roupas. Mas isso no seria uma concorrncia? Na verdade isso
conhecido como concorrncia amiga ou coopetio. So concorrentes na hora de vender e sair caa de clientes; mas na hora de fazer compras essas
empresas se juntam e ficam com um grande poder de negociao, pois o
volume de compra imenso.
Para que sejam realizadas as compras, essas empresas criaram uma asso-
ciao chamada de central de compras, onde cada empresa realiza o seu
pedido na quantidade que necessita. A associao junta todos os pedidos e
inicia a negociao com os fornecedores que conseguem disponibilizar seus
produtos com um preo bastante razovel. Isso foi possvel graas ao gran-
de volume de compras realizado pela central dessas empresas. difcil uma
empresa de pequeno porte ter condies, sozinha, de concorrer com uma
empresa gigante como a Alpargatas. Quem voc acha que dominaria a ne-
gociao? Obviamente que seria a Alpargatas, pois ela que tem o melhor
preo e produto desejado. Conseguiu entender como a cooperao entre
essas empresas na atualidade se tornou importante?
4.3 Cooperao na rea de distribuioSeja no transporte rodovirio, areo ou ferrovirio, por exemplo, a prtica
de cooperao tambm est se tornando bastante comum. No setor ferro-
virio, por exemplo, recentemente duas empresas uma do ramo de logstica
ferroviria e outras de produo de alimentos fizeram um acordo. A empresa
ferroviria no tinha capital suficiente para investir na compra de 400 va-
ges para suprir a necessidade da empresa produtora de alimentos, no caso
gros. Essa ltima empresa ento investiu na compra desses 400 vages e a
empresa ferroviria conseguiu dessa forma escoar as produes da empresa
parceira e pagar a dvida por meio dos transportes dos gros.
No transporte rodovirio no diferente, num condomnio empresarial situado na cidade de Araucria/PR, onde so realizadas as distribuies de
combustveis lquidos e gasosos, as empresas que transportam esses pro-
dutos se ajudam mutuamente. Por exemplo, se uma empresa vai para uma
determinada regio fazer entrega e no tem a carga completa, essa procura
outra empresa dentro do condomnio que tem uma parcela de carga para a
mesma regio, assim essa empresa leva o produto da outra e o frete dividi-
do de forma proporcional entre as duas. Como o caminho no vai com uma
parte vazia, o frete fica mais barato para as duas. Conseguiu compreender
como a colaborao vantajosa para as empresas? Elas podem ser concor-
rentes para a venda de seus produtos, mas podem se ajudar mutuamente
Condomnio Empresarial: a concentrao de vrias empresas do mesmo ramo de atividade num mesmo parque, onde existe uma empresa que proprietria e administradora das instalaes. Essa aluga o excedente para outras empresas. Assim os equi-pamentos, refeitrio, estaciona-mento, etc. so de uso comum, mas obedecendo aos regimentos impostos pela administradora do condomnio empresarial.
Aprenda mais sobre a Gesto da Cadeia de Suprimentos acessando o stio do GELOG, e veja como funciona o jogo que simula uma cadeia de suprimento. Grupo de Estudos Logsticos (GELOG) desenvolve Simulador de Cadeia de Suprimentos veja no link a seguir e participe.http://tinyurl.com/gelogufsc
Coopetio: a unio das palavras cooperao e competio criada recentemente nos meios organizacionais com o intuito de definir como trabalhar em conjunto com os concorrentes de forma favorvel para ambas as partes. Essa competio colaborativa abrange a pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, produo, distribuio de bens e servios.
-
para serem mais eficientes nas entregas e, logicamente baratear os custos do
transporte realizado por elas.
ResumoNessa aula vimos como a abertura econmica em vrios pases impactou a
forma de gerir as empresas na atualidade. Vimos tambm como as empresas
responderam com as concorrentes que entraram, agindo de forma colabo-
rativa entre elas para vencer as grandes empresas. Compreendemos como
importante a colaborao entre as empresas para que se tornem mais
competitivas.
Atividades de aprendizagem1. Como o novo cenrio econmico mundial impactou as empresas brasilei-
ras do ramo de distribuio de produtos acabados?
2. Pesquise e d um exemplo de empresas que praticam a coopetio no ramo logstico.
3. Como as empresa podem ser colaborativas dentro de um condomnio empresarial? Que vantagens conseguem tirar na distribuio dos seus
produtos?
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e-Tec Brasil35
Aula 5 - Estratgia competitiva da cadeia de suprimentos
O objetivo dessa aula explicar por que o alinhamento estratgico
fator decisivo para o sucesso da organizao. Voc aprender como
a empresa consegue o alinhamento estratgico entre a estratgia da
cadeia de suprimento e sua estratgia competitiva.
5.1 Conceituando estratgias importante que voc conhea os conceitos de estratgias para poder com-
preender como essas so aplicadas dentro das empresas e principalmente
dentro da cadeia de suprimento. As estratgias so planos importantes den-
tro das organizaes ou dentro de um determinado setor para diferenci-las
das outras empresas que atuam dentro de um mesmo ramo de atividade.
A estratgia tem sempre o intuito de colocar a empresa em vantagem em
relao as suas concorrentes. Vamos conhecer o conceito e os tipos de es-
tratgias?
5.1.1 Estratgias
Figura 5.1: EstratgiasFonte: www.shutterstock.com
um plano de ao elaborado pela organizao com a inteno de conse-
guir uma vantagem competitiva sustentvel no mercado globalizado onde
a empresa atua. No ambiente de grande competitividade do setor, surge
necessidade de as empresas encontrarem estratgias que as possibilitem
concorrer no mercado. As organizaes tentam encontrar formas de se dife-
renciarem, dentro do segmento de mercado em que atuam.
-
5.1.2 Estratgias competitivas
Figura 5.2: Estratgias competitivasFonte: www.shutterstock.com
Todas as organizaes definem o conjunto de necessidades dos seus clientes
que ela pretende atender atravs dos produtos ou servios. Por exemplo, a
Casas Bahia, uma loja reconhecida no mercado brasileiro, tem como estra-
tgia competitiva oferecer aos seus clientes produtos com financiamento
de mdio prazo e prestaes pequenas. A maioria dos produtos ofertados
pela Casas Bahia comum a maioria das lojas do mesmo segmento. O que
a Casas Bahia oferece de vantagens competitiva a facilidade do seu crdito
sem a necessidade de comprovao de renda.
As lojas Mveis Campo Largo, localizada no sul do pas, uma empresa que
fabrica e vende seus prprios mveis. A estratgia competitiva dessa empre-
sa atender os clientes com produtos de alta qualidade, personalizados e
no competir simplesmente com preos baixos. Com esses dois exemplos,
podemos notar que as estratgias dessas organizaes so bem distintas.
5.1.3 Cadeia de valorPara entendermos melhor a estratgia competitiva e a estratgia da cadeia
de suprimentos primeiramente vamos compreender o que cadeia de valor
para as organizaes. A cadeia de valor comea com a criao de novos
produtos agregando especificaes e funes a esse novo produto. As reas
de marketing e vendas, atravs de pesquisa de mercado, geram a demanda
dos produtos. Os sistemas de produo transformam os recursos disponveis
em produtos atendendo essas especificaes tcnicas e as expectativas dos
clientes. O sistema de distribuio leva os produtos at os clientes traz os
recursos necessrios para organizao e responde as solicitaes dos clien-
tes durante ou aps venda. Outros setores da organizao como a rea de
finanas, recursos humanos, etc. apoiam e facilitam a cadeia de valor. Para a
estratgia competitiva funcionar de fato necessrio que todos esses setores
estejam alinhados com objetivo estratgico da organizao.
Supply Chaine-Tec Brasil 36
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e-Tec Brasil37Aula 5 - Estratgia competitiva da cadeia de suprimentos
5.1.4 Estratgias de cadeia de suprimentoDetermina a natureza da obteno dos recursos atravs do suprimento, do
processo de transformao, do armazenamento e da distribuio. muito
conhecida entre as organizaes a estratgia da cadeia de suprimento e so
divididas em estratgia de fornecedores, estratgias de operaes e estrat-
gias de distribuio.
5.2 O alinhamento estratgicoAs organizaes precisam estar com as estratgias alinhadas para poder au-
mentar o seu potencial competitivo dentro do mercado globalizado. Uma
organizao que tem o seu produto ou sua linha de produtos desenvolvidos
para competir com preo baixo no mercado tem como objetivo reduzir cus-
to no processo da cadeia produtiva. Esse fato leva a organizao a reduzir
todos os seus custos, como os de aquisio, os de transformao e movi-
mentao de materiais e os de distribuio do produto. Em outra situao,
podemos ter uma organizao que tem como estratgia competitiva o pro-
duto diferenciado, ou seja, aquele produto desenvolvido de forma exclusiva
para um determinado cliente que est disposto a pagar o preo da inovao,
da exclusividade. Essa cadeia produtiva tem outra cadeia de valores e o foco
est na exclusividade, na inovao e no no custo baixo. Veja, existem vrios
tipos de cadeias de suprimentos e cada uma dessas cadeias projetada para
desempenhar diferentes tarefas com sucesso.
ResumoAprendemos nessa aula que a estratgia competitiva faz parte de todas as
organizaes, e que a cadeia produtiva gera uma cadeia de valores depen-
dendo da estratgia que a organizao escolher para competir no mercado.
Atividades de aprendizagemAgora que voc conhece o conceito da estratgia competitiva das organiza-
es e sua cadeia de valores, como voc caracteriza a estratgia competitiva
de uma loja de departamentos alto padro? Justifique sua resposta.
-
Supply Chaine-Tec Brasil 38
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e-Tec Brasil39
Aula 6 - A importncia do sistema de armazenagem na cadeia de suprimento
Nesta aula voc conhecer a importncia da armazenagem na cadeia
de suprimento. Ao final desta aula voc ser capaz de reconhecer os
diversos tipos de armazenagem e como eles atuam estrategicamente na
cadeia de distribuio como fator competitivo para as organizaes.
6.1 Histrico sobre armazenagemA histria da armazenagem bastante antiga. Surgiu quando o homem
percebeu que poderia guardar suprimentos em momentos de fartura para
utiliz-lo em momentos de escassez. Atualmente as organizaes so de-
safiadas a operar suas atividades de forma eficiente e eficaz para garantir a
competitividade e a sustentabilidade da sua organizao no mercado global.
O aumento da demanda imposta pela complexibilidade operacional da ca-
deia produtiva e as exigncias imposta pelos clientes obrigam as organiza-
es a uma estratgia que possa agregar valor e ao mesmo tempo reduzir
o custo operacional. Uma dessas estratgias sem dvida a armazenagem
de produtos.
A armazenagem atividade que diz respeito estocagem ordenada e a
distribuio de produtos acabados dentro da prpria fbrica ou em locais
destinados a este fim, pelos fabricantes ou atravs de um processo de distri-
buio. Os produtos estocados so considerados recursos materiais que so
Figura 6.1: Armazm antigoFonte: www.shutterstock.com
-
os itens ou componentes que uma organizao utiliza nas suas operaes do
dia a dia, na elaborao do produto final.
6.1.1 Atividades bsicas de um armazmAs atividades bsicas de um armazm consistem em quatro operaes: rea
de recebimento, Guarda dos produtos, Controle dos recursos armazenados
e rea da expedio dos produtos.
A seguir, detalhes sobre cada uma dessas operaes:
rea de recebimento A funo bsica da rea de recebimento de materiais em um armazm
para assegurar que o produto entregue esteja em conformidade com as es-
pecificaes constantes no pedido de compra, especificaes essa de quan-
tidade de produto, valor unitrio, condies de embalagem, qualidade do
produto como prazo de vencimento, dimensional, caractersticas fsica como
cor, etc. A funo bsica a conferncia qualitativa e quantitativa. Na
rea de recebimento ainda podemos constatar algumas no conformidades
como: prazo de entrega, erro na cobrana do frete, etc.
Guarda dos produtosA guarda do produto consiste em moviment-lo com segurana, utilizando-se
de equipamentos adequados para a movimentao e armazenagem. A guarda
dos produtos deve ser de forma ordenada, identificadas por cdigos numricos
ou cdigos de barra. A funo bsica da guarda dos produtos consiste na em-
balagem dos produtos em paletes e os registros das operaes de entrada e sada de produtos.
Controle dos recursos armazenados Os produtos e insumos armazenados so os recursos circulantes que com-
pem o patrimnio de uma organizao. Por serem to importantes pre-
cisam ser controlados na estocagem e na movimentao. A forma mais
eficiente de controle desses recursos a automatizao do sistema. A auto-
matizao consiste em classificar, enderear, codificar os produtos atravs de
um cdigo de barra. O controle dos recursos materiais ser feito atravs do
inventrio fsico e contbil realizado de forma peridica pela organizao.
rea de expedio A funo bsica da rea de expedio de produtos em um armazm para
assegurar que o produto expedido esteja em conformidade com as especifi-
caes constantes na nota fiscal, especificaes essa de quantidade de pro-
Paletes: Plataforma de madeira sobre a qual se empilha carga a fim de
transportar em bloco, grande quantidade de material.
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e-Tec Brasil41Aula 6 - A importncia do sistema de armazenagem na cadeia de suprimento
duto, valor unitrio, condies de embalagem, qualidade do produto como
prazo de vencimento, dimensional, caractersticas fsica como cor, etc. Na
rea de expedio ainda podemos constatar algumas no conformidades
como: produto mal condicionado em embalagens, erros de contagem, troca
de produtos, etc.
Segundo Ballou (1993), h quatro razes bsicas para uma organizao uti-
lizar espao fsico de armazenagem:
I. Reduzir custo de transporte e produo;II. Coordenao de suprimentos e demanda; (produtos sazonais, commodities)III. Necessidades de produo;IV. Consideraes de Marketing
Observe abaixo as funes da armazenagem:
Manuteno do Preo: Estocar produtos sazonais. Podemos citar como exemplo a poltica do governo brasileiro que estocou produtos da cesta
bsica no perodo da safra para distribu-lo na entressafra mantendo o
preo competitivo.
Segurana: Manter o produto estocado/armazenado dentro das normas de segurana garantindo a qualidade por um longo perodo de tempo.
Estratgia: Manter o produto na quantidade certa, no momento certo, para atender o cliente quando for solicitado.
Figura 6.2: Vista geral de um armazmFonte: www.shutterstock.com
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Flexibilidade: Atender diversos clientes ao mesmo tempo com diversos produtos diferentes.
Consolidao: Unir as cargas de produtos de mais de um fabricante e envi-la a um nico cliente.
Transbordo: Receber a carga de produtos de um nico fabricante, rea-liza o picking (separao) e os envia a mais de um cliente em cargas de
menor volume.
6.1.2 Classificao dos armaznsOs armazns so classificados segundo sua utilizao. A primeira distino
que podemos fazer com referncia a armazenagem est relacionada ao ciclo
de produo de matrias-primas e componentes e como ciclo de distribui-
o, ou seja, armazenagem de produtos destinados a venda.
Quanto ao ciclo de produo, os armazns classificam-se em:
I. Matrias-primasII. IProdutos em processoIII. Peas adquiridas de terceirosIV. Peas semi-acabadasV. Materiais em processoVI. Produtos acabadosVII. Peas de manuteno.
Quanto distribuio, os armazns classificam-se em:
I. Armazns atacadistas II. Armazns varejistasIII. Armazns de assistncia tcnica.
ResumoAprendemos nessa aula a importncia da armazenagem como fator estra-
tgico da economia e como controlador de preos de produtos. Por isso
muito importante entender a funo de controle e caractersticas de um
armazm e saber quais as operaes que ele realiza.
Atividades de aprendizagemAgora que voc conhece os conceitos e caractersticas de um armazm, indi-
que quais das quatro razes bsicas para estocagem aplicam-se s seguintes
situaes:
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e-Tec Brasil43
a) Distribuio de derivados de petrleo ou gs;
b) Produo de soja ou milho.
Aula 6 - A importncia do sistema de armazenagem na cadeia de suprimento
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e-Tec Brasil45
Aula 7 - Tipos de armazenagem utilizada na cadeia de suprimentos
Nesta aula conheceremos os mais diversos tipos de armazns, suas
caractersticas e funes estratgicas dentro da cadeia de suprimentos.
Ao final desta aula voc ser capaz no apenas de identificar as
caractersticas
7.1 Os tipos de armaznsA funo de armazenagem representa uma porcentagem considervel no
custo total da distribuio fsica dos produtos. O processo de armazenagem
pode acontecer sob vrios aspectos econmicos, financeiros e legais. Dentre
os mais diversos tipos de armazenagem quatro alternativas distintas pare-
cem ser as mais importantes. As bsicas so:
I. Propriedade privadaII. Armazns pblicosIII. Espaos contratadosIV. Estocagem em trnsito
Os armazns de propriedade privada: A propriedade privada de armazenamento se refere aos prdios sob o
controle financeiro e administrativo da organizao. Estas instalaes po-
dem incluir depsitos orientados para a produo ou depsito de campo.
A propriedade privada de armazenagem uma alternativa atraente de
investimento que vem crescendo muito em nosso pas.
Armazns pblicos: So propriedades mantidas pelo governo para armazenagem de produ-
tos podendo ser propriedades prprias ou alugadas. Os armazns pbli-
cos no apresentam as mesmas variedades tecnolgicas dos armazns
privados e so classificados em nmeros limitados de grupos. A saber:
depsitos de mercadorias; depsitos de estocagem de graneis; depsitos
de estocagem refrigerada e os depsitos de carga geral.
Espaos contratados: Esses espaos podem ser classificados como armazenagem de oportu-
nidade, e so contratados por um perodo e utilizados de acordo com
-
a demanda atual. Podemos citar como exemplo os espaos contratados
pelos depsitos de construo ou empreiteiras para colocarem materiais
da construo civil como pedra, areais, etc. Outro exemplo utilizado na
agricultura ou na indstria so os armazns inflveis de fcil instalao e
remoo.
Estocagem em trnsito: a estocagem temporria de um produto como exemplo a soja que
estocada nos armazns dos portos aguardando o momento de embar-
que do produto para o cliente. Podemos considerar como estocagem em
trnsito os produtos que esto armazenados em modais de transporte, em trnsito aguardando para serem descarregados no destino final.
Figura 7.1: Modelo de armazm inflvelhttp://www.pistelli.com/
7.2 O conceito do centro de distribuio (CD)Os centros de distribuio (CD) de produtos logsticos tm como conceito
concentrar os pontos de estocagem em poucos armazns de grande porte
com os pedidos de abastecimento. Isso pressupe transportes em grandes
quantidades da fbrica para os centros regionais de distribuio, onde os
pedidos so atendidos pelas localidades mais prximas ao consumidor.
Figura 7.2: Estocagem em trnsitoFonte: www.universodalogistica.wordpress.com
Modais: So diferentes sistemas
de transporte de produtos logsticos. Modais areos,
ferrovirios, rodovirios etc.
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e-Tec Brasil47Aula 7- Tipos de armazenagem utilizada na cadeia de suprimentos
Algumas vantagens na implantao de um CD podem ser observadas no
custo de transporte. O sistema modal transporta grande quantidade de pro-
dutos de uma s vez. Os CD esto localizados em regies estratgicas como
prximos das principais estradas de acesso e na proximidade dos centros con-
sumidores. Outra vantagem permitir rpido atendimento s necessidades
dos clientes de uma determinada rea geogrfica distante dos grandes cen-
tros produtores. Com objetivo de ganhar tempo e reduzir custo de espera,
avanam-se os estoques para um ponto prximo aos clientes e os pedidos so
ento atendidos por este centro avanado, a partir do seu prprio estoque.
Como exemplo, apresentaremos outros tipos de armazns, suas funes e
caractersticas mais importantes:
Cross-docking: so armazns utilizados para produtos com elevados n-dices de giro de estoque e de perecibilidade e que no so estocados, mas
apenas cruzam o armazm indo direto aos pontos de venda sem passar pelo
processo de estocagem. As instalaes do tipo cross-docking operam sem
estoques, mas se caracterizam por envolver mltiplos fornecedores atenden-
do clientes comuns. O cross-docking pode ser definido como uma operao
do sistema de distribuio na qual os produtos de um veculo so recebidos,
separados, e encaminhados para outro veculo. Isso nos d uma clara viso,
de que a sincronizao entre o recebimento e a expedio de mercadorias se
faz essencial para a eficincia e at mesmo viabilidade do processo.
Figura 7.3: Centro de distribuioFonte: www.marko.com.br
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Armazm tipo silos: Os silos tm a funo de estocar produtos a granel como, por exemplo, rao, soja, milho, gasolina, lcool, etc. So produzi-
dos em chapas de ao galvanizado, de alta resistncia, tendo assim longa
vida til, suportando as adversidades do tempo.
Figura 7.4: Cross-dockingFonte: www.infofranco.com.br
Almoxarifados: So depsitos de produtos e objetos de um estabele-cimento que a organizao fornece aos seus demais setores internos. O
conceito de almoxarifado pode ser entendido como uma rea interna da
organizao que protege, guarda e fornece produtos para o consumo
interno da organizao.
ResumoAprendemos nessa aula sobre os diversos tipos de armazns e suas aplica-
es. O armazm tem como funo proteger e guardar os produtos con-
servando sua qualidade. Por isso muito importante entender a funo
econmica e financeira de um armazm como uma estratgia competitiva.
Atividades de aprendizagemDiscuta com seus colegas qual seria o armazm mais indicado para seguintes
situaes:
Figura 7.5: Modelos diversos de siloshttp: www.shutterstock.com
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e-Tec Brasil49
a) Estoque de produtos sazonais como chocolates
b) Estoque de lcool na refinaria
c) Estoque de geladeiras para uma grande rede lojas
Aula 7- Tipos de armazenagem utilizada na cadeia de suprimentos
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e-Tec Brasil51
Aula 8 - Unitizao e Conteinerizao de cargas
O objetivo dessa aula esclarecer os conceitos de carga unitizada e de
conteinerizao de cargas. Voc conhecer as funes e aplicaes dos
conceitos no transporte de carga.
8.1 Conceituando Unitizao o agrupamento de um ou mais itens de carga geral que sero transpor-
tados como uma unidade nica e indivisvel. Tem a finalidade de facilitar o
manuseio, transporte, movimentao e armazenagem da mercadoria.
8.1.1 Formas comuns de unitizar uma carga
Pr-lingagem: um objeto ou um conjunto de objetos agrupados, envolvi-dos por rede ou cintas com alas adequadas movimentao por iamento.
Tcnica utilizada principalmente para transporte de produtos embalados em
sacos. No indicada para caixas, pois no momento do iamento ocorre um
encurvamento da carga.
Figura 8.1: Pr-lingagemFonte: Embalagem Unitizao & Conteinerizao IMAN
Paletizao: utilizada uma plataforma disposta horizontalmente para car-regamento, constituda de vigas ou blocos, cuja altura compatvel com o
equipamento de movimentao e que permite o arranjo e o agrupamento de
materiais, possibilitando estocagem, movimentao e transporte como uma
nica unidade. a principal forma de unitizao. utilizado na movimen-
tao interna de empresas, na movimentao nacional e internacional. Na
-
rea comercial, o processo inicial se deu nos portos, onde a movimentao
de carga manual foi gradativamente sendo substituda pela movimentao
mecnica. Os paletes industriais so fabricados principalmente em madeira,
mas podem ser fabricados em ao, alumnio ou plstico.
Continer: recipiente construdo em ao, alumnio ou fibra. Possui alta re-sistncia, rapidez e reduo de custo. O continer pode ser utilizado para
unitizao, acondicionamento de granis, cargas consolidadas ou cargas de
peas nicas, indivisveis.
Figura 8.2: Palete com caixas envolvidas com filmeFonte: www.shutterstock.com
Figura 8.3: ContinerFonte: Embalagem Unitizao & Conteinerizao IMAN
8.2 Configurao de cargaAo unitizarmos uma carga, faz-se necessrio analisar qual a melhor forma
para a organizao das embalagens. Para isso existem alguns padres de
empilhamento, abaixo so apresentados dois deles.
Empilhamento cruzado: maior estabilidade horizontal; menor resistncia vertical.
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e-Tec Brasil53Aula 8 - Unitizao e Conteinerizao de cargas
Figura 8.4: Demonstrao empilhamento cruzado Fonte: http: www.shutterstock.com
Empilhamento em colunas: maior resistncia vertical; menor estabilidade horizontal.
Figura 8.5: Paletes empilhados em forma de colunahttp: www.shutterstock.com
8.3 Estabilizao de carga unitizadaAps a configurao da carga, faz-se necessria a estabilizao para que ela
se mantenha configurada durante o manuseio.
Filme esticvel (STRETCH)Sua estrutura formada por trs camadas sobrepostas de plstico. atxico,
podendo entrar em contato direto com alimentos. Elevado brilho, transpa-
rncia e alta resistncia. Aplicaes: indstrias de refrigerantes, indstrias de
embalagens (latas, garrafas, tampas, frascos), indstrias de papel e celulose,
-
movimentao de cargas (transportes rodovirios, areos e martimos) e pro-
teo de equipamentos contra umidade.
Figura 8.6: Filme esticvelFonte: www.eclipseembalagens.com.br
Filme termo-retrtil (SHRINK)Filme plstico totalmente transparente e inodoro, mesmo quando submetido
a altas temperaturas. Aplicaes: indstrias de bebidas e indstria aliment-
cia em geral, eletrodomsticos, Indstria qumica, indstria de cosmticos,
indstria farmacutica entre outras. Este filme produzido com resinas de
polietileno de baixa densidade, de acordo com as necessidades e padres
exigidos pelo cliente.
Figura 8.7: Filme plstico unitizando as garrafas de refrigerantesFonte: http://www.centrocinco.com.br/shrink.htm
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e-Tec Brasil55
CintamentoSo presos uns aos outros por meio de cintas, arames ou fitas. O tipo de
cinta mais usado o de ao, mas, hoje, o emprego de fitas sintticas est
ganhando o mercado.
Figura 8.8 Carga amarrada por meio de cintamento cintasFonte: http://www.aprendendoaexportar.gov.br
Fonte: http://www.aprendendoaexportar.gov.br
Vantagens Desvantagens
Reduo dos custos de movimentao. Custo para formar a carga.
Eliminao da movimentao individual de itens. Custo para desformar carga.
Movimentao de cargas maiores.Investimento e manuteno do equipamento de movimentao.
Acelera a movimentao de materiais. Possvel danificao devido movimentao inadequada.
Reduz o tempo de carga e descarga. Os veculos comuns tm diferentes tamanhos.
Tabela 8.1: Vantagens e desvantagens do cintamento
8.4 Planejando uma carga unitizadaPara conseguir sucesso na unitizao de carga, devemos:
1. Determinar a aplicabilidade do conceito de carga unitizada (check list*). 2. Selecionar o tipo de unitizador. 3. Estabelecer a origem e o destino da carga unitizada. 4. Determinar o tamanho da carga unitizada. 5. Estabelecer a configurao da carga unitizada. 6. Determinar o mtodo de unitizao. 7. Estabilizar a carga unitizada.
Aula 8 - Unitizao e Conteinerizao de cargas
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8.5 Conceituando conteinerizao um meio pelo qual as mercadorias so transportadas dentro de contine-
res, podendo ser intercambiadas e convenientemente carregadas e trans-feridas entre diferentes modalidades de transporte. Sem dvida um im-
portante elemento de inovao em logstica, que revolucionou o comrcio
internacional. A utilizao de contineres padronizados reduziu o tempo de
carregamento e descarregamento em portos, otimizou espaos de arma-
zenamento e possibilitou a utilizao intermodal no transporte de cargas,
tornando todo esse processo mais rpido, seguro e eficaz.
Intercambiadas: a possibilidade de quando se monta um conjunto ou um lote
de produtos, pode-se trocar a pea ou o produto sem ter
problemas.
Figura 8.9: ContinerFonte: www.shutterstock.com
8.5.1 Benefcios1. Aumento da produtividade dos equipamentos. 2. Reduo de congestionamento e atrasos. 3. Menores custos de embalagem. 4. Influncias no decorrer do transporte. 5. Custos mais baixos no seguro martimo.
8.5.2 Riscos 1. Durante o carregamento ou descarregamento, podem ocorrer choques,
empurres, escorreges e quedas, no transporte e/ou utilizao de equi-
pamentos inadequados.
2. Na rodovia, pode ocorrer impactos no engate, ao da fora centrfuga nas curvas, queda do continer em cima do veiculo de transporte.
3. Na ferrovia, ao da fora centrfuga, vibrao repetitiva, choque de va-ges, movimento de balano causado pelos trilhos mal conservados e
desalinhados.
4. No mar e vias fluviais, podem ocorrer repetidas guinadas, oscilao, ba-lano, levantamento e deslizamento do percurso, impacto das ondas.
Para saber mais sobre a paletizao automatizada acesse:
http://www.seesistemas.com.br/p/sistemas-paletizacao-
despaletizacao/
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e-Tec Brasil57Aula 8 - Unitizao e Conteinerizao de cargas
5. Danos da gua que podem ser penetrao da gua, condensao refe-rente diferena de temperatura, inundao ou asperso.
ResumoAprendemos nessa aula que a unitizao e a conteinerizao de carga tm
vrias vantagens no custo, qualidade e na produtividade do sistema logstico.
Atividades de aprendizagemAgora que voc conhece o conceito de unitizao de carga e conteineriza-
o, precisa saber mais sobre rotulagem e marcao de volume. Visite o site http://www.aprendendoaexportar.gov.br/informacoes/embalage-mdamercadoria2.htm, e descreva sobre o que aprendeu
.
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e-Tec Brasil59
Aula 9 - A funo a e importncia da embalagem na cadeia de suprimento
O objetivo dessa aula apresentar a voc a importncia da embalagem
dentro da cadeia produtiva de um produto. Voc conhecer o conceito
e as funes das embalagens para o setor de marketing, setor de
distribuio e para o consumidor.
9.1 Introduo histrica sobre a embalagemDesde seus primrdios, a humanidade necessitou armazenar, proteger e trans-
portar seus produtos e para isso lanou mo das embalagens. Por volta do ano
1000 a.C os mdicos egpcios embalavam remdios em recipientes de bambu
rotulados, e jarros de barro gravados que eram comuns na Grcia antiga. Com
a evoluo do mercado e a maior competio entre os produtos fizeram com
que a embalagem se tornasse um fator de influncia na deciso de compra.
O progresso da indstria grfica e das indstrias em geral levou as embala-
gens a incorporarem cada vez mais recursos e efeitos visuais. A revoluo da
linguagem visual das embalagens dependeu sempre dos recursos grficos e
de produo existentes a cada poca. Em 1798, duas invenes levaram a
popularizao dos rtulos: a mquina de fazer papel e o princpio da litografia.
Em 1830, os rtulos j eram usados largamente em todas as formas de
embalagem para os mais variados tipos de produtos. Nas dcadas de 40 e
50, com o surgimento dos primeiros supermercados, a funo vendedora da
embalagem passou a receber maior destaque. Os aspectos visuais, como for-
ma e cor, tornam-se cada vez mais considerados. Praticidade de uso, apelo
esttico e funcionalidade passam a ser quesitos fundamentais para condicio-
nar o sucesso ou o fracasso de uma determinada embalagem. Os anos 60
so marcados pela ruptura de padres de consumo e mudanas nos hbitos
e estilos de vida da sociedade.
Percebe-se o poder e a fora da embalagem na vida dos consumidores. O
design de embalagens chegou a uma encruzilhada nos anos 70, pois uma
incrvel variedade de estilos influenciava a poca e a sociedade. A srie de
estilos que influenciou a dcada de 70 culminou com as embalagens mini-
malistas, as quais demonstram as mudanas e transformaes vividas pela
sociedade durante esses anos. Os anos 80 tornam a embalagem um veculo
cada vez mais poderoso no cenrio do consumo. A ideia , atravs da em-
-
balagem, transmitir qualidade e valor ao produto. Os anos 90 estreiam com
uma variedade excessiva de produtos similares disponveis no mercado, o que
levou a embalagem a extremos, a fim de atrair a ateno dos consumidores.
9.2 Conceituando embalagem
Figura 9.1: Conceito de embalagemFonte: www.shutterstock.com
Embalagem refere-se proteo externa da mercadoria para seu transporte,
armazenagem, proteo, manuseio e apresentao no mercado. So reci-
pientes ou qualquer forma de acondicionamento removvel ou no, desti-
nada a cobrir, empacotar, proteger, manter os produtos, ou facilitar a sua
comercializao. Uma embalagem pode ser fabricada nos mais diversos ma-
teriais. o invlucro que acondiciona o produto, com as funes de conter,
proteger, identificar, promover e ainda ajudar a vender. A embalagem no
apenas um meio de preservao do produto, tambm importante fator
de identificao. D individualidade ao produto, distingue-os dos demais
e, em muitos casos, um eficiente fator de vendas. Especialistas afirmam
que embalagem perfeita aquela que descreve o produto com exatido,
abre-se com facilidade, fecha-se quase que totalmente, acondiciona bem o
produto e permite o uso fcil.
O significado da embalagem para:
O Marketing - a apresentao do produto para gerar vendas.
O Distribuidor - a proteo durante a movimentao, estocagem e transporte.
O Consumidor - a satisfao de um desejo de consumo.
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e-Tec Brasil61Aula 9- A funo a e importncia da embalagem na cadeia de suprimento
9.2.1 As funes das embalagensToda embalagem - j desenvolvida ou que ainda ser criada - deve ser classi-
ficada de acordo com os cinco itens citados na sequncia.
Conteno: a capacidade de conter o produto. a embalagem que fica em contato direto com o produto e, portanto, exige compatibilidade
entre os componentes do produto.
Proteo: a capacidade de proteger o contedo de todos os perigos do transporte e manipulao.
Figura 9.2: Embalagem de conteno/proteoFonte: www.shutterstock.com
Apresentao: envolve a embalagem de conteno, apresentando o produto no ponto de venda. a comunicao atravs da sua forma, di-
menses, cor, grafia, smbolos e impresses.
Figura 9.3 Embalagem de apresentaoFonte: www.shutterstock.com
Comercializao: considerada embalagem secundria; contm um mltiplo da embalagem de apresentao, constituindo a unidade para a
extrao do pedido.
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Figura 9.4: Embalagem de comercializaoFonte: www.shutterstock.com
Movimentao: considerada uma embalagem terciria, transporta ml-tiplos da embalagem de comercializao para ser movimentada racional-
mente por equipamentos mecnicos.
Figura 9.5: Embalagem de movimentaoFonte: www.shutterstock.com
ResumoAprendemos nessa aula que embalagem tudo aquilo que envolve opera-
es e materiais necessrios para mover os produtos do ponto de origem at
o de consumo. Nenhum produto pode ser transportado sem embalagem.
Por isso muito importante entender a funo e as caractersticas de uma
embalagem.
Atividades de aprendizagemAgora que voc conhece os conceitos e caractersticas de uma embalagem,
discuta com os colegas e desenvolva o exerccio de fixao abaixo:
a) Para exercitar o que aprendeu neste captulo, pegue uma embalagem e descreva todas as funes dessa embalagem.
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e-Tec Brasil63
b) Procure na internet embalagem que atendam todas as funes apreen-didas nessa lio.
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Aula 10 - A embalagem e a Logstica
Nesta aula teremos uma viso geral da embalagem como uma funo da
logstica, com nfase para a relao com a movimentao de materiais.
A embalagem e a movimentao de materiais so inseparveis. Voc
conhecer as interaes entre a embalagem e a movimentao de
matrias, entre ela s a produtividade, o custo e o servio ao consumidor.
10.1 Sistema logstico
A logstica tem como princpio entregar a quantidade certa das mercadorias
ao ponto certo, nas condies de qualidade exigida e ao mnimo custo. A em-
balagem tem por objetivo especfico o de oferecer aos produtores um meio
que garanta sua integridade assim como sua fcil armazenagem, tambm
com o menor custo. A logstica integrou os diversos segmentos ou setores que
a compem como a embalagem, armazenagem, manuseio, movimentao,
transporte de um modo geral, condicionamento e a manipulao final at o
local de utilizao do produto pelo cliente.
10.2 O fluxo da embalagemO fluxo da embalagem comea na operao da embalagem e termina na casa
do consumidor final, que consiste basicamente das seguintes fases:
Figura 10.1: Sistema logsticoFonte: www.shuterstock.com
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Embalagem do produto
Paletizao
Transferncia para o armazm
Estocagem no armazm
Separao dos produtos no armazm
Transferncia para veculo de transporte
Transporte para o armazm atacadista
Movimentao e armazenagem ao atacadista
Transferncia para varejista
Movimentao e armazenagem no varejista
Colocao do produto no ponto de venda
Transferncia para o consumidor final
Descarte da embalagem ps-uso.
Em todas as fases, o produto embalado movimentado e tem que garantir a
integridade em todas as condies muitas vezes adversas, como calor, umida-
de, presso, choque, etc. Logo, de suma importncia, em termos de projeto,
a interao entre a embalagem, movimentao de materiais e o transporte
10.2.1 Custos da embalagem
Figura 10.2: Custos da embalagemFonte: www.shutterstock.com
Para a logstica, a embalagem um elemento de custo. Estes custos tm re-
lao com a embalagem de proteo dos produtos, eficincia na distribuio,
no armazenamento e no transporte. Sendo assim, os custos de uma embala-
gem so a soma dos trs elementos a seguir:
1. Materiais: na fabricao dos produtos importante a escolha correta dos ma-teriais utilizados, levando em considerao a estrutura fsica da embalagem e
sua fragilidade. Esses fatores influenciam no custo final da embalagem.
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e-Tec Brasil67Aula 10 - A embalagem e a Logstica
2. Equipamentos e mo de obra: os equipamentos de movimentao esto ligados s condies das embalagens e a produtividade da sua movimen-
tao. A mo de obra: o manuseio dos produtos embalados em ms
condies e em embalagens frgeis combinados com uma mo de obra
sem preparo eleva o custo dos danos causados nos produtos.
3. O custo da embalagem sob o ponto de vista transporte e distribuio: a embalagem sob a tica do transporte ou distribuio pode ser vista por
alguns dos seguintes fatores:
a) Tempo de entrega: embalagens frgeis, fora de padro, com produtos mal condicionados dificultam a movimentao dos produtos aumentan-
do o tempo de entrega.
b) Condio de carga na chegada: um dos melhores indicadores de desem-penho de uma embalagem est relacionado ao custo de danos causados
ao produto pela ineficincia da embalagem que no atende a especifica-
o de proteo do produto. Por exemplo, como entender o transporte
de um televisor LED, de 36 polegadas vindo de Manaus a Curitiba, seja
posto em uma embalagem frgil. Como voc acha que esse produto
chegaria ao destino final?
10.2.2 Materiais para fabricao das embalagensA escolha do material adequado para o projeto de uma embalagem deve ser
feita considerando os seguintes fatores:
a) Produto a ser embalado
b) Finalidade a qual se destina
c) Apresentao promoo
d) Processo de embalagem
e) Sistema de movimentao
f) Custo da embalagem x produto
g) Distribuio fsica e armazenamento (empilhamento).
Existem cinco categorias de materiais empregados na produo de embala-
gens: a madeira, o papel e o carto (papelo), o metal, o vidro e o plstico. A
seguir apresentaremos cada uma delas.
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Tipos de embalagem de madeira:
Caixas industriais
Caixas agrcolas
Engradados abertos e fechados
Caixas de compensados
Barricas, tonis e barrisFigura 10.3: Embalagem madeiraFonte: www.shutterstock.com
Tipos de embalagem de papel e papelo ondulado:
Caixas (diversas)
Envelopes
Papel de embrulho
Separadores
Tipos de embalagem de metal:
Figura 10.4: Caixa de papeloFonte: www.portuguese.alibaba.com
Latas
Contineres
Paletes
Contentores
Caambas
Tipos de embalagem de vidro:
Figura 10.5: Contentor aramadoFonte: http://www.logismarket.ind.br/
Vidros de remdio
Potes
Garrafas
Figura 10.6: Contentores de vidroFonte: www.shutterstock.com
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Tipos de embalagem de plstico:
Plstico bolha
Potes e sacos
Garrafas
Tambores filmes
ResumoAprendemos nessa aula que a logstica dependente da embalagem. A es-
colha correta de embalagem proporciona reduo de custos e diminuio de
danos nos produtos, alm da agilidade na operao de armazenamento e
distribuio. Portanto, importante saber definir a embalagem correta para o
produto oferecendo proteo e facilitando sua movimentao e o armazena-
mento, garantindo assim sua integridade.
Atividades de aprendizagemDetermine a embalagem ideal para armazenar, transportar e distribuir produ-
tos como: tomates e televisor de LED 36 polegadas.
Figura 10.7: Plstico bolhaFonte: www.shutterstock.com
Aula 10 - A embalagem e a Logstica
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e-Tec Brasil71
Aula 11 - Previso de demanda em uma cadeia de suprimento
O objetivo dessa aula compreendermos o papel da previso de demanda
em uma cadeia de suprimento, identificar seus componentes, analisar
suas previses e estimar seus erros.
11.1 O papel das previses em uma cadeia de suprimentos
A estimativa das demandas futuras a base para o planejamento das ne-
cessidades para a tomada de deciso. O papel das previses de demanda na
cadeia de suprimentos auxilia o planejamento do processo produtivo a obter
os recursos necessrios nas quantidades e nos prazos necessrios.
Com a previso de demanda, o sistema produtivo elabora a programao,
o controle do estoque e a distribuio dos recursos. O setor de marketing
consegue planejar as vendas e as promoes; e a campanha publicitria tem
como objetivo atender o pblico alvo. O setor de finanas consegue prever
os recursos financeiros necessrios para investimento e custeio do processo
produtivo. Outro recurso importante que precisa ser previsto o recurso
Figura 11.1: PrevisoFonte: www.shutterstock.com
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humano, isto , os colaboradores que precisam ser contratados. Toda f-
brica elabora sua prpria poltica de produo, com base em previses de
demanda.
Tal planejamento faz parte de uma demanda anual, que posteriormente
colocada na necessidade trimestral. Para a fbrica uma demanda mensal
realizada atravs de um plano mestre, que um documento onde so espe-
cificados quais e quantos itens sero produzidos em determinado perodo.
Normalmente, o perodo de tempo utilizado para a produo idealizada no
plano mestre de uma semana.
11.1.2 Tipos de demanda So divididos em dependente e independente. A demanda dependente
aquele em que o produto precisa da demanda de outro produto para ser
consumada. Exemplo: o pneu de carro considerado demanda dependente
que fornecido para a montadora, ou seja, para que haja demanda de pneu
preciso que haja venda do carro. A demanda independente quando a
fbrica de pneu vende o pneu diretamente para o varejo, ou seja, para o
consumidor final. Veja que o mesmo exemplo de pneu pode ser usado para
explicar as duas demandas.
11.1.3 Caractersticas das previsesAs previses de demanda so instveis em funo da mudana constante do
mercado. Vrios fatores contribuem para essa variao, podemos citar como
exemplo o crdito. Quando ele existe as previses so otimistas; e quando
ele passa a ser restrito as previses de demanda so planejadas com valores
menores do que as planejadas anteriormente. Outros fatores como excesso
de produo e mudanas climticas costumam alterar as previses. Para que
voc possa entender melhor essas caractersticas imagine uma pessoa casa-
da e sem filhos. Este casal faz previso de consumo de feijo para um ms.
O casal recebe a visita da sogra e do sogro que chegaram do interior para
passar quinze dias e aproveitar para fazer um tratamento de sade. Veja o
que acontece com a previso do casal para o consumo de feijo que era para
o ms todo, agora tem de ser revista, ou seja, a demanda deve aumentar.
Perceba que o exemplo poderia ser de reduo de demanda em caso do
casal sair de frias e viajar.
Abordagem bsica para previso da demanda As organizaes desenvolvem algumas etapas com o objetivo de melhorar
as previses. So elas:
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e-Tec Brasil73Aula 11- Previso de demanda em uma cadeia de suprimento
a) Compreender o objetivo da previso
b) Integrar o planejamento a previso de demanda
c) Identificar principais fatores que influenciam na pre
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