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MACHADO, Anna Rachel. A perspectiva interacionista sociodiscursiva de Bronckart. In: MEURER, J.L.; BONINI, Adair; MOTTA-ROTH, Désirée. (Orgs.). Gêneros: teorias, métodos, debates. São Paulo: Parábola Editorial, 2005, p. 237-259.

Objetivo: apresentar uma visão da perspectiva do ISD

Unidades de estudo privilegiadas

Ações verbais e não verbais

Intervenção na educação

Ferramentas de ensino Aluno Professor Interação professor-ferramenta-

aluno Interação professor em formação –

ferramenta-formador

ISD

Ciência do humano

ISD

Os trabalhos de pesquisa na área de Estudos da Linguagem retratados nesta obra ancoram-se no quadro teórico-metodológico do interacionismo sociodiscursivo (BRONCKART, 1999, 2006) cuja base epistemológica está na concepção de que ‘as condutas humanas’ são construídas em um processo histórico de socialização, marcado, principalmente, pelo uso de artefatos simbólicos, como a linguagem, e determinado por dimensões culturais. Também defende o caráter social do desenvolvimento da atividade e do psiquismo humano e a importância do papel que a linguagem e o trabalho desempenham na construção do pensamento consciente, além da necessidade de constante superação das determinações culturais para transformação do ambiente social e do próprio indivíduo.

LINGUAGEM

Mais recentemente, Bronckart (2008) esclarece que sua visão de linguagem está embasada na definição de Coseriu, qual seja: linguagem como atividade significante. O conceito tem como base cinco argumentos: a linguagem é dialógica ; a linguagem se materializa em uma língua natural reconhecida em uma determinada comunidade; a língua não é estável; a linguagem é significação na constituição do pensamento e na construção de conhecimento; a dimensão comunicativo-social da linguagem implica em marcas de alteridade, de intersubjetividade.

IMPORTANTE:as dimensões históricas e sociossemióticas do funcionamento humano.

Para estudarmos as ações humanas, precisamos recorrer às dimensões sociais, discursivas e constitutivas, em uma perspectiva dialógica e histórica. Adotando e desenvolvendo o pensamento vygotskyano, o ISD defende a tese de que “o comportamento humano é o resultado de uma socialização particular capacitada por meio da emergência histórica de instrumentos semióticos” (BRONCKART, 1999, p.78). Dessa afirmação decorre o entendimento de que é nas atividades sociais em uma formação social que se desenvolvem as ações de linguagem.

Pressuposto do ISD

a relação entre o agir humano e a linguagem com seu papel central no desenvolvimento, na construção das atividades coletivas, nas formações sociais e nas mediações

Pressuposto

Em consonância com a concepção da relação entre linguagem e agir (com base em releituras de Habermas), Bronckart também se orienta (com base em uma reformulação da proposta de Ricoeur) pela proposta de que qualquer texto pode ter a função de reconfiguração do agir porque todo texto contribui para a construção de “modelos de agir”.

IMPORTANTE:

Assim, pela análise do uso da linguagem em textos (orais e/ou escritos) se pode construir a interpretação do agir pelas escolhas lingüísticas. Essas unidades lingüísticas podem caracterizar tanto o agir comunicativo, constituído por ações de linguagem em práticas sociais relacionadas a esferas de atividade, quanto o agir praxiológico, composto pelo agir prático que ajuda a construir a sociedade em seus três mundos (objetivo, social e subjetivo). É essa análise que nos pode levar à interpretação do agir, de um tipo de agir.

Gêneros de textos como reguladores e como produtos das atividades (sociais) de linguagem

ATIVIDADE

AÇÃO

GÊNERO

GÊNEROS DE TEXTOS

“Pré-construtos, isto é, construtos existentes antes de nossas ações, necessários para sua realização.

Objetos de avaliações sociais permanentes, o que acaba por constituí-los, em determinado estado sincrônico de uma sociedade, como uma espécie de “ reservatório de modelos de referência”, dos quais todo produtor deve servir para realizar ações de linguagem.

Se encontram indexados ‘as situações de ação de linguagem, isto é, são portadores de um ou de vários valores de uso” (250)

gêneros

“meios sócio-historicamente construídos para realizar os objetivos de uma ação de linguagem; em termos marxistas, são, portanto, instrumentos, ou mega-instrumentos mediadores da atividade dos seres humanos no mundo.” (SCHNEUWLY, 1994)

intertexto

conjunto de gêneros de textos elaborados pelas gerações precedentes, tais como são utilizados e eventualmente transformados e reorientados pelas formações sociais contemporâneas. (...) a organização desses gêneros apresenta-se na forma de uma nebulosa, constituída por conjuntos de textos muito claramente delimitados e rotulados pelas avaliações sociais e por conjuntos mais vagos, compostos de espécies de textos para os quais os critérios de rotulação e de classificação ainda são móveis e/ou divergentes. Esses gêneros são necessariamente indexados, isto é, são portadores de um ou de vários valores de uso. (...) Em um determinado estado sincrônico, essa nebulosa de gêneros indexados constitui uma espécie de reservatório de modelos textuais, ao qual todo agente de uma ação de linguagem deverá necessariamente recorrer. (BRONCKART, 2003, p.100-101)

Gênero como ferramenta da ação de linguagem e a ação de linguagem como reformuladora do gênero

Gêneros são ferramenta semióticas complexas

MACHADO, 2007

Atividade de trabalho

Atividade docente

Procedimentos de análise

Com a finalidade de analisar o agir, o ISD propõe como procedimentos a análise de duas grandes dimensões:

a) do ambiente humano ( das atividades coletivas, das formações sociais, dos textos e dos mundos formais de conhecimento);

b) de textos (orais e/ou escritos) em três conjuntos: i) as características dos sistemas educacionais e formativos,

institucionalizados, ou não, que permitem a transmissão dos pré-construtos sociais às novas gerações;

ii) a dimensão didática e pedagógica da educação formal; iii) as avaliações das práticas sociais e dos conhecimentos

construídos.

Os procedimentos incluem identificação das condições de produção dos textos e análises textuais .

O ISD propõe uma análise de suas condições de produção com o exame:

- do contexto sócio-histórico mais amplo (para responder em que contexto sócio-histórico interacional o texto foi produzido);

- da situação de produção. Na análise do contexto de produção, consideramos as informações disponíveis sobre o contexto físico e social em que os textos pertencentes aos gêneros estudados se desenvolvem, além de nossas representações para quaisquer dados que não nos forem acessíveis. Assim, de acordo com Bronckart (1999), levantamos: emissor: a pessoa física que produz o texto; receptor: a(s) pessoa(s) física(s) que recebe(m) o texto; lugar de produção do texto; momento de produção: o tempo concreto da produção do texto; enunciador: o papel social do emissor naquela situação específica; destinatário: o papel social do receptor naquela situação específica; lugar social: a formação social do lugar onde o texto é produzido; objetivo: o efeito que se quer produzir sobre o destinatário.

O córpus é analisado quanto à ocorrência das unidades lingüísticas em relação a sua freqüência a fim de serem interpretados. Assim, a análise de textos prevê :

- Análise de conteúdo : resumo dos temas e sua planificação global ;

- Análise textual-discursiva: identificação das características textuais-discursivas em textos como os tipos de discurso;

- Análise de uma semiologia do agir (fonte, objeto desse agir), razões para o agir (determinantes externas ou motivos), intencionalidade do agir (finalidades e motivos), etc.), assim como os destinatários desse agir.

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