manual de procedimentos para auditoria de obras rodoviarias
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CONSELHEIROS
PresidenteConselheiro Valter Albano da Silva
Vice-presidenteConselheiro Antnio Joaquim
Corregedor GeralConselheiro Jos Carlos Novelli
Ouvidor GeralConselheiro Alencar Soares Filho
ConselheirosHumberto BosaipoWaldir Jlio TeisDomingos Neto
Auditores Substitutos de ConselheirosLuiz Henrique LimaIsaias Lopes da CunhaLuiz Carlos Azevedo Costa Pereira
MINISTRIO PBLICO DE CONTAS
Procurador GeralAlisson Carvalho de Alencar
Procurador Geral SubstitutoGetlio Velasco Moreira Filho
Procuradores de ContasGustavo Coelho DeschampsWilliam de Almeida Brito Jnior
IDENTIDADE INSTITUCIONAL
Misso
Garantir o controle externo da gesto dos recursos pblicos,
mediante orientao, fiscalizao e avaliao de resultados, visando
qualidade dos servios, em benefcio da sociedade.
Viso
Ser a referncia em controle externo no Brasil.
Valores
Agilidade: Agir com dinamismo nas aes do controle externo;
Compromisso: Cumprir e respeitar os pilares da identidade
organizacional;
tica: Agir conforme os princpios da moralidade, legalidade e
impessoalidade;
Inovao: Promover aes inditas nos processos institucionais;
Qualidade: Garantir a eficincia e eficcia do controle externo;
Transparncia: Dar publicidade e clareza aos atos do controle
externo.
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Manual de Procedimentos para Auditoria em Obras Rodovirias
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Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso, 2011.
Tiragem: Exemplar digital disponvel para download no portal do TCE-MT (www.tce.mt.gov.br)
permitida a reproduo total ou parcial de texto desta obra, desde que citada a fonte.
PROduO de COntedO
Superviso Conselheiro Antonio Joaquim
Vice-presidente do TCE-MT
Coordenao Narda Consuelo Vitrio Neiva Silva
Secretria da Secex-Obras
elaborao Elci Pessoa Junior
Consultor em Auditoria de Obras Rodovirias
Validao Andr Luiz Souza Ramos
Auditor Pblico Externo Secex-Obras
Benedito Carlos Teixeira Seror
Auditor Pblico Externo Secex-Obras
Narda Consuelo Vitrio Neiva Silva
Auditor Pblico Externo Secex-Obras
Adriana Lcia Preza Borges de Carvalho
Tcnico de Controle Pblico Externo Secex-Obras
PROduO editORiAl
AssessoriA especiAl de comunicAo
Superviso Dora Lemes
Assessora Especial de Comunicao
editorao e Capa Doriane Miloch
Gerente de Publicidade
Reviso textual Cristina Campos
Rua Conselheiro Benjamin Duarte Monteiro, s/nCentro Poltico e Administrativo CEP: 78049-915 Cuiab-MT(65) 3613-7500 tce@tce.mt.gov.br www.tce.mt.gov.brHorrio de atendimento: 8h s 18h, de segunda a sexta-feira
FICHA CATALOGRFICADados Internacionais para Catalogao na Publicao (CIP)
M 433c Mato Grosso. Tribunal de Contas do Estado Manual de procedimentos para auditoria em obras rodovirias / Tribunal de Contas do Estado. Cuiab : TCE, 2011. 100p. ; 21x29,7 cm.
ISBN 978-85-98587-18-9
1. Auditoria. 2. Obras rodovirias. 3. Anlise oramentria 4. Obras em andamentos. 5. Obras concludas. I- Ttulo.
CDU 657.6:625.096
Jnia Gomes da SilvaBibliotecria CRB1 2215
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Sumrio
Resumo / Palavras-chave Abstract / Keywords ......................................................................................................................................7
lista de Siglas e Abreviaturas ............................................................................................................................................................................8
APReSentAO ........................................................................................................................................................................................................9
1. PlAnOS de AuditORiAS ...............................................................................................................................................................................10
1.1. Dimensionamento de Equipes ............................................................................................................................................................10
1.2. Critrios para a seleo de obras ........................................................................................................................................................10
1.3. Prazos ...........................................................................................................................................................................................................12
2. AuditORiA eM PROCediMentOS liCitAtRiOS ..............................................................................................................................14
2.1. Solicitao de documentos .....................................................................................................................................................................14
2.2. Anlise dos termos e exigncias do edital .........................................................................................................................................14
2.3. Anlise preliminar do projeto .................................................................................................................................................................17
2.4. Anlise da planilha oramentria ..........................................................................................................................................................21
3. AuditORiA eM OBRAS eM AndAMentO ..............................................................................................................................................23
3.1. Solicitao de documentos .....................................................................................................................................................................23
3.2. Anlise preliminar .......................................................................................................................................................................................24
3.3. Inspees em campo .................................................................................................................................................................................26
3.4. Monitoramento contnuo ........................................................................................................................................................................36
3.5. Relatrio Quadrimestral de Auditoria ..................................................................................................................................................39
4. AuditORiA eM OBRAS COnCludAS ......................................................................................................................................................42
4.1. Anlise preliminar .......................................................................................................................................................................................42
4.2. Inspees em campo .................................................................................................................................................................................46
5. AuditORiA de QuAlidAde..........................................................................................................................................................................52
5.1. Atividades preliminares ............................................................................................................................................................................52
5.2. Avaliao em pavimentos asflticos .....................................................................................................................................................53
5.3. Avaliao em pavimentos de concreto ...............................................................................................................................................54
5.4. Relatrio Preliminar de Auditoria ..........................................................................................................................................................54
6. AuditORiA eM OBRAS PARAliSAdAS ....................................................................................................................................................56
6.1. Atividades preliminares ............................................................................................................................................................................57
6.2. Inspees em campo .................................................................................................................................................................................58
6.3. Relatrio de Obras Rodovirias Paralisadas .......................................................................................................................................60
AneXOS ...............................................................................................................................................................................................................62
1. OT-IBR 001/2006..............................................................................................................................................................................................63
2. Modelo de Ofcio de apresentao da equipe do TCE-MT ..............................................................................................................72
3. Ofcio para a solicitao de documentos (obras em andamento) ................................................................................................73
4. Composio de preo para a instalao de conjunto de britagem .............................................................................................75
5. Modelo de ficha para levantamento fsico de obras ..........................................................................................................................76
6. Ficha para acompanhamento de furos de densidade in situ .........................................................................................................77
7. Esquema da caixa dosadora de Larsen ...................................................................................................................................................78
8. Termo de Inspeo para obras em andamento ou concludas ......................................................................................................79
9. Termos de inspeo para auditorias de qualidade .............................................................................................................................81
10. Relatrio Preliminar de Auditoria ...........................................................................................................................................................87
11. Planilha de informaes sobre contratos ............................................................................................................................................90
11. Termo de Inspeo para Obras Paralisadas .........................................................................................................................................91
12. Relatrio de Obras Rodovirias Paralisadas ........................................................................................................................................93
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Manual de Procedimentos para Auditoria em Obras Rodovirias
ResumoEste Manual visa estabelecer os procedimentos mnimos a serem observados pelas equipes de auditoria da Secretaria de Controle Externo de Obras e Servios de Engenharia do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso, quando da anlise de obras rodovirias.Para tanto, partindo-se das caractersticas prprias do rgo citado, como quantidade e quali-ficao do corpo tcnico, disponibilidade de equipamentos, Lei Orgnica e Regimento Interno, e de informaes sobre a geografia do Estado e os rgos locais responsveis pela execuo de estradas, foi elaborada uma forma de atuao especfica para cada uma das modalidades de controle, quais sejam: auditoria em procedimentos licitatrios; em obras em andamento; em obras concludas; auditoria de qualidade em obras j entregues; e auditoria em obras paralisadas.
Palavras-chaveAuditoria; auditoria de obras; obras rodovirias; procedimentos.
AbstractThis Manual aims to establish the minimum procedures to be observed by the audit staff of Secretaria de Controle Externo de Obras e Servios de Engenharia of Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso, in analysis of road works.Thus, based on the characteristics of the agency, as the number and qualifications of staff, avail-ability of equipment, the Organic Law and Internal Rules, and information on the geography of the state and local governments responsible for implementation of roads, it was developed an specific way of action for each of the control methods, namely: audit in bidding procedures; in works in progress; in completed works; audit in quality of works already delivered; and audit in stopped works.
KeywordsAudit; audit in works; road works; procedures.
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lista de Siglas e Abreviaturas
AnP = Agncia Nacional de Petrleo
CAP = Cimento Asfltico de Petrleo
CBR = California Bearing Ratio
CBuQ = Concreto Betuminoso Usinado a Quente
CPl = Comisso Permanente de Licitao
dAeR = Departamento Autnomo de Estradas de Rodagem
deR = Departamento de Estradas de Rodagem
dMt = Distncia Mdia de transporte
dneR = Departamento Nacional de Estradas de Rodagem
dnit = Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
dnPM = Departamento Nacional de Pesquisa Mineral
GPS = Global Positioning System
iBRAOP = Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Pblicas
iSC = ndice de Suporte Califrnia
lRF = Lei de Responsabilidade Fiscal
Pn = Prctor Normal
SeCeX-OBRAS = Secretaria de Controle Externo de Obras e Servios de Engenharia
SiCRO = Sistema de Custos Rodovirios
tCe = Tribunal de Contas do Estado
tCu = Tribunal de Contas da Unio
tSd = Tratamento Superficial Duplo
tSS = Tratamento Superficial Simples
nota: Aos Auditores menos experientes em obras rodovirias, recomenda-se ainda
consultas ao Glossrio de Termos Tcnicos Rodovirios1.
1 BRASIL. Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. Diretoria de Desenvolvimento Tecnolgico. Diviso de Capacitao Tecno-
lgica. Glossrio de Termos Tcnicos Rodovirios. Rio de Janeiro: IPR, 1997.
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APReSentAO
A presente publicao traz uma orientao a ser seguida por todos os servidores do
Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT), quando em auditoria de obras
rodovirias.
Como pea orientadora, no se tem a pretenso de engessar os trabalhos de auditoria,
mas de servir de guia quando do planejamento da mesma e das inspees a campo. Assim,
espera-se que os auditores sigam os roteiros aqui estabelecidos, mas sempre utilizando
suas experincias profissionais para detectar irregularidades no previstas, bem como para
aprofundar a atuao nos achados mais relevantes.
O Manual serve, ento, como um padronizador de procedimentos que permite ao TCE-
-MT um planejamento mais eficiente de suas auditorias e uma maior produtividade nos
trabalhos realizados em campo, alm de servir como parmetro na avaliao da qualidade
das auditorias realizadas.
Nesse sentido, foram uniformizados procedimentos inerentes ao planejamento das
atuaes (desde critrios para selees de obras at o dimensionamento das equipes e
estabelecimento de prazos), bem como aos trabalhos especficos de cada modalidade
de controle externo em obras rodovirias, tais como: Auditoria em procedimentos licita-
trios, obras em andamento e concludas; Auditoria de qualidade em obras j entregues
e paralisadas.
Por outro lado, por serem mutantes os procedimentos de auditoria em virtude da na-
tureza da prpria atividade que a perseguio a irregularidades que tendem a se
tornar to mais complexas quanto mais eficazes so os controles internos e externos ,
fundamental que o presente Manual seja revisto, ordinariamente, a cada dois anos.
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1. PlAnOS de AuditORiAS
1.1. dimensionamento de equipes
At o final de janeiro de cada ano, devem ser designados os servidores que ficaro en-
carregados das auditorias nas obras rodovirias do Estado. A permanncia desses mesmos
servidores ao longo dos anos deve, na medida do possvel, ser sempre perseguida, uma
vez que proporcionar a sua contnua especializao no ramo, bem como seu crescente
conhecimento acerca das peculiaridades das diversas regies do Estado e suas implicaes
na construo de estradas.
Recomenda-se a indicao de, no mnimo, quatro servidores, distribudos em equipes,
com disponibilidade de tempo suficiente para realizar inspees em campo, na frequncia
mnima de uma semana por ms. Cada equipe deve, ento, ser responsvel pela auditoria
de suas prprias obras (selecionadas conforme os critrios elencados no item 1.2, deste
Manual).
Definida a equipe, o Conselheiro Relator emitir um ofcio2 ao gestor do rgo audita-
do, apresentando-a e solicitando a indicao formal de, ao menos, um representante da
Secretaria para atuar junto ao TCE-MT, devendo este ser engenheiro, ter acesso a todos os
setores da Secretaria e disponibilidade de tempo para acompanhar as inspees em campo.
Na elaborao dos relatrios, os textos produzidos por cada equipe devero ser juntados
em um s documento, que ser assinado por todos3.
1.2. Critrios para a seleo de obras
Auditoria em procedimentos licitatriosCada equipe designada para o acompanhamento de obras rodovirias dever reali-
zar, no mnimo, uma auditoria especfica em procedimento licitatrio, na modalidade de
concorrncia, a cada quadrimestre.
Tal atuao no se confunde com os trabalhos ordinrios de anlise de obras con-
cludas ou em andamento, uma vez que a investigao do seu processo de licitao po-
der ser feita em etapa posterior assinatura do contrato, enquanto que, nas auditorias
especficas, cujos procedimentos so regulamentados no item 2 deste Manual, todo o
trabalho deve ser concludo com o certame ainda em curso, antes da data prevista para
a abertura das propostas tudo isso visando possibilitar uma deciso do TCE-MT, em
tempo hbil de se impedir uma contratao que seja prejudicial ao Estado.
2 Vide modelo anexado Anexo 2.
3 A Auditoria, perante o ente fiscalizado, nica. No entanto, os prprios Termos de Inspeo, que sero anexados ao relatrio, indicaro
o mbito de atuao de cada equipe no processo.
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Com essa finalidade, devem ser selecionados todos os procedimentos licitatrios que
visem contratao de obras rodovirias de grande vulto, conforme definio do art. 6,
V, da Lei n 8.666/93.
O critrio padro para a seleo dos demais editais deve ser o de maior valor absolu-
to. No entanto, sob prvia justificativa ao secretrio da Secex-Obras, outros parmetros
podero subsidiar as escolhas, tais como: custo por quilmetro de rodovia destoante
da mdia verificada no Estado; licitao objeto de denncia junto ao TCE-MT; licitao
cujo objeto enfrentou grandes debates na sociedade; edital de licitao com clusulas
excessivamente restritivas; entre outros.
Para operacionalizar essa atuao, um dos servidores designados para o acompa-
nhamento de obras rodovirias4 deve ser encarregado de ler, diariamente, os avisos de
licitaes publicados no Dirio Oficial do Estado e informar aos demais a existncia de
concorrncias passveis de serem selecionadas. Sempre que uma equipe selecionar al-
gum edital para anlise, deve dar conhecimento s demais do grupo.
Auditoria em obras em andamentoDeve-se perseguir a atuao nas obras que, juntas, respondam por, no mnimo, 60%
do montante investido pelo Estado em rodovias. Cada equipe envolvida no processo
deve ser responsvel pelo acompanhamento de, no mnimo, quatro obras.
Todo e qualquer contrato inerente a obras rodovirias deve ser considerado para
efeito de totalizao dos recursos investidos e conseguinte clculo do valor a ser audi-
tado, seja ele referente implantao, pavimentao, restaurao, conservao ou at
mesmo aquisio de ligantes betuminosos para serem fornecidos s obras.
Para que isso seja adequadamente monitorado, no incio dos trabalhos, deve ser en-
caminhado um ofcio ao rgo auditado, solicitando-se que, mensalmente, sejam infor-
mados ao TCE-MT todos os pagamentos realizados em obras rodovirias.
A seleo deve priorizar as obras referentes implantao, pavimentao, restau-
rao e sinalizao. No obstante, os demais tipos de obras podem ser selecionados,
sendo at mesmo recomendvel que, uma vez obedecido o critrio do valor mnimo
auditado, alguns contratos sejam selecionados de forma meramente aleatria, de modo
a evitar-se a excessiva previsibilidade da atuao do Tribunal.
Assim, o critrio padro para a seleo a expectativa de despesa com cada obra ao
longo do ano (verificado pelo binmio valor e saldo contratuais), mas sempre subsidia-
do por outros, tais como: custo por quilmetro de rodovia destoante da mdia verificada
no Estado; ser a obra objeto de denncia junto ao TCE-MT; obra frequentemente citada
na mdia; obra que teve irregularidades relevantes (e no sanadas) relatadas em proces-
so especfico de anlise de procedimento licitatrio; e aleatoriedade.
Auditoria em obras concludasA seleo de obras j concludas deve ter um carter supletivo s auditorias em obras
em andamento, sempre que seja necessrio adicionar mais obras alm daquelas analisa-
das ao longo do ano para garantir o mnimo de 60% do valor executado.
4 Ou qualquer outro servidor previamente designado pelo secretrio da Secex-Obras.
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Alm do critrio acima, apenas denncias aparentemente procedentes podem suge-
rir a incluso de uma obra j concluda no rol das auditadas.
Auditoria de avaliao da qualidade em obras j entreguesPara essa espcie de auditoria, devem ser selecionadas as obras cujo ltimo paga-
mento tenha sido efetivado entre 3 (trs) e 5 (cinco) anos atrs5.
O critrio de seleo, ressalvada a disponibilidade e a capacidade operacional da
equipe, a totalidade das obras, com as seguintes excees:
Conservao rodoviria; Restaurao parcial de rodovias (tapa-buracos, reestabilizaes parciais de base,
entre outras);
Servios emergenciais; Simples locaes de equipamentos; Simples fornecimento de materiais; Pequenos servios contratados com dispensa de licitaes; Sinalizao rodoviria (tanto horizontal pois as especificaes usuais de servio
indicam a utilizao de materiais com durabilidade inferior a cinco anos quanto
vertical);
Servios de mera fresagem de pavimentos antigos; Reconformao ambiental (apenas); Obras de edificaes (passarelas para pedestres e construo de terminais rodovi-
rios, entre outras).
Auditoria em obras paralisadasDevem ser selecionadas todas as obras que estejam paralisadas, independentemente
de haver um documento formalizando tal situao. Para tanto, devem-se verificar os sal-
dos contratuais das obras em andamento, cujo ltimo pagamento foi efetivado h um
ano ou mais e, nesse caso, encaminhar, desde logo, um ofcio ao rgo auditado solici-
tando a regularizao da informao na planilha e a cpia da Ordem de Paralisao dos
Servios, ou a justificativa para a sua falta.
1. 3. Prazos
Quando se tratar de auditorias especficas em procedimentos licitatrios, deve-se redo-
brar a ateno quanto aos prazos, uma vez que, independentemente da data de incio
dos trabalhos, o relatrio final precisa sempre estar concludo em tempo hbil para que
o Relator do processo o coloque em pauta para a ltima sesso plenria que antecede a
data limite prevista em edital para a abertura das propostas.
Sendo assim, imprescindvel que haja a leitura diria dos avisos de licitao pu-
blicados no Dirio Oficial e que os prazos assinalados nos ofcios de solicitao de do-
cumentos sejam rigorosamente monitorados. Outro procedimento que se deve lanar
5 Esse prazo meramente prudencial, uma vez que a garantia legal de cinco anos, contados a partir do recebimento da obra.
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mo sempre que necessrio o de se ir pessoalmente at o rgo auditado em busca
da documentao.
Excepcionalmente, quando se fizer impossvel a concluso do relatrio em tempo
hbil para a apreciao do Pleno antes da abertura das propostas e ante a constata-
o de graves irregularidades que maculem o procedimento licitatrio, o Secretrio de
Controle Externo, instrudo acerca dos achados mais relevantes, dever se reportar ao
Conselheiro Relator do processo, o qual, nos termos dos arts. 82 e 83, III, da Lei Orgnica
do TCE-MT6, e dos arts. 297, 1 e 298, III, e Pargrafo nico de seu Regimento Interno7,
decidir liminarmente pela necessidade ou no de suspenso do certame em anlise.
Para auditorias em obras em andamento, a equipe deve fazer inspeo em campo em
cada uma das obras sob sua responsabilidade, no mnimo, uma vez a cada dois meses.
Findo o quadrimestre, cada equipe dever apresentar, at o 15 dia do ms subse-
quente, um relatrio quadrimestral de auditoria para cada uma das obras analisadas.
Ao final do exerccio, os relatrios quadrimestrais apresentados individualmente pelas
equipes envolvidas devem ser consolidados no Relatrio de Auditoria, no prazo estabe-
lecido pelo TCE-MT para a anlise de prestaes de contas.
Devido ao seu carter suplementar, o prazo para a concluso de auditorias em obras
concludas deve coincidir com o prazo final estabelecido pelo TCE-MT para a anlise de
prestaes de contas anuais das Secretarias de Estado.
Quando se tratar de Auditorias Especiais ou de processos de Denncia, as equipes
tero o prazo de 30 (trinta) dias para a apresentao do Relatrio de Auditoria.
No caso das auditorias de avaliao da qualidade em obras j entregues, dever ser for-
malizado um processo especfico para cada obra. A partir da data de abertura, a equipe
de engenharia dever realizar os procedimentos preliminares, concluir as inspees de
campo e emitir o Relatrio Preliminar de Auditoria, no prazo de 30 dias.
Por se tratar de anlise de gesto, mais do que meras anlises de obras, as auditorias
em obras paralisadas devem ser formalizadas em um nico processo por ano, preferen-
cialmente no segundo semestre8, que precisa ser concludo no prazo de 90 dias.
Em todos os casos, o prazo para a apreciao das peas de defesa apresentadas deve
ser de 30 dias, podendo ser prorrogado em funo do grau de complexidade envolvido
em sua anlise, mediante prvia justificativa ao secretrio da Secex-Obras.
6 Lei Complementar n 269, de 22 de janeiro de 2007.
7 Resoluo n 14, de 2 de outubro de 2007.
8 A preferncia pelo 2 semestre justificada por duas razes: para, no caso de ser o primeiro ano do mandato do gestor, haver tempo de
ele se inteirar da situao deixada pelo governante anterior; e pela convenincia de a auditoria ser peridica (guardando um intervalo
regular entre duas atuaes).
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2. AuditORiA eM PROCediMentOS liCitAtRiOS
Ao selecionar um procedimento licitatrio para anlise, conforme critrios estabelecidos
no item 1.2, deste Manual, a equipe dever imediatamente propor ao Secretrio de Con-
trole Externo a atuao de Representao de Natureza Interna, devendo este solicitar ao
Conselheiro Relator em conformidade com os arts. 207 e 138, VII, do Regimento Interno
a abertura do processo (de carter urgente) no mbito do TCE-MT.
2.1. Solicitao de documentos
To logo seja solicitada a abertura do devido processo, a equipe deve providenciar
mediante ofcio, assinalando o prazo de 5 (cinco) dias teis a solicitao de cpias
dos documentos necessrios anlise do certame selecionado. Tal documentao dever
compreender o edital de licitao com todos os seus anexos disponveis aos licitantes,
inclusive o projeto bsico e/ou executivo9 em sua(s) completude(s)10, bem como ART(s)
do(s) responsvel(eis) tcnico(s) pelo(s) projeto(s) e oramento bsico.
Em virtude da escassez do prazo para a concluso do relatrio de auditoria, quando se
fizer necessrio, a equipe dever levar em mos o referido ofcio e, sempre que possvel,
proceder, nessa mesma visita, gravao de todos os documentos solicitados, em meio
eletrnico.
2.2. Anlise dos termos e exigncias do edital
Preliminarmente, deve-se observar se o edital contm os anexos mnimos necessrios,
quais sejam:
Minuta do contrato; Planilha oramentria; Projeto bsico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos, especificaes
e outros complementos.
Aps isso, a equipe deve averiguar, no edital, a regularidade de todas as exigncias
estabelecidas pela Lei no 8.666/93, especialmente o seguinte:
Art. 40. O edital dever conter, no prembulo: o nmero de ordem em srie anual; o nome da
repartio interessada e de seu setor; a modalidade, o regime de execuo e o tipo da licitao;
9 Devero ser solicitadas cpias dos projetos apenas em meio eletrnico.
10 Inclui oramento bsico, com composies de preos unitrios.
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a meno de que ser regido por esta Lei; e o local, dia e hora para o recebimento da docu-
mentao e proposta, bem como para o incio da abertura dos envelopes;
I. Verificar se a descrio do objeto suficientemente clara e objetiva, de modo a determinar
e fixar toda a sua extenso;
II. Verificar se h indicao do prazo e condies para a assinatura do contrato e a execuo
da obra. Verificar, ainda, se o prazo razovel para a execuo do objeto;
III. Verificar se h previso de sanes para o caso de inadimplemento, tanto do contratado
quanto do contratante;
IV. Verificar se h indicao do local onde poder ser examinado e adquirido o projeto bsico,
e constatar a veracidade dessa informao;
V. Caso haja projeto executivo disponvel na data da publicao do edital de licitao, verificar
se h indicao do local onde o mesmo pode ser examinado e adquirido;
VI. Verificar se o edital estabelece as condies para a participao na licitao, em conformi-
dade com os arts. de 27 a 31 desta Lei, bem como a forma de apresentao das propostas.
Deve-se dedicar especial ateno s exigncias, porventura inseridas, de qualificao
tcnica, observando-se os seguintes pontos:
Se h exigncia de demonstrao de capacidade tcnico-profissional (art. 30, II, 1, I), esta no pode especificar quantidades mnimas, nem prazos mximos. Deve-se
analisar ainda se os itens escolhidos tm valor significativo na planilha oramentria
e se h relevncia tcnica na sua execuo;
Se h exigncia de demonstrao de capacidade tcnico-operacional, deve-se ve-rificar o entendimento corrente no TCE-MT quanto sua aceitabilidade. Caso este
entenda como possvel a exigncia, os quantitativos, aqui, podero ser especificados,
no entanto devero ser restritos s parcelas de maior relevncia e valor significativo
do objeto da licitao analisar se os itens escolhidos tm valor significativo na
planilha oramentria e se h relevncia tcnica na sua execuo. Em todo caso,
no se pode tolerar que os quantitativos exigidos em certificados ultrapassem 50%
das quantidades estimadas na planilha oramentria, uma vez que esse era o limite
estabelecido na redao proposta pela alnea a do inciso II do 1 do art. 30, que
foi vetado (mensagem de veto n 335/1993) por ser considerado restritivo;
Em quaisquer dos casos acima, ser sempre admitida a comprovao de aptido atravs de certides ou atestados de obras ou servios similares de complexidade
tecnolgica e operacional equivalente ou superior (art. 30, 3), sendo vedada a
exigncia de comprovao de atividade ou de aptido com limitaes de tempo
ou de poca, ou ainda em locais especficos (art. 30, 5);
Caso haja exigncias relativas a instalaes de canteiros, mquinas, equipamentos e pessoal tcnico especializado, considerados essenciais para o cumprimento do
objeto da licitao, estas podero ser atendidas mediante a apresentao de rela-
o explcita e da declarao formal da sua disponibilidade, sob as penas cabveis,
sendo vedadas as exigncias de propriedade e de localizao prvia (art. 30, 6);
A equipe deve, sempre que o edital assim no dispuser, recomendar a exigncia de atestado de visita ao trecho, de modo a garantir que o proponente oferea preos
para as condies locais de realizao da obra e no apenas preos tericos ou
cpias de tabelas.
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Art. 40. [...]
VII. Verificar se foram inseridos critrios para julgamento, com disposies claras e parmetros
objetivos;
VIII. Checar se foram informados os dados para contato com a Comisso de Licitao; [...]
X. Verificar a existncia e a conformidade dos critrios de aceitabilidade, tanto dos preos
unitrios quanto do valor global;
XI. No caso de obras com prazo de execuo superior a um ano, verificar a existncia de critrios
de reajuste de preos.
Tal clusula deve ser aconselhada mesmo para contratos de durao inferior, uma vez
que paralisaes ou aditivos de prazo podem implicar a necessidade de reajustamento
dos preos pactuados.
Nesse sentido, verificar se h clusulas determinando:
os ndices setoriais especficos que sero utilizados para a correo dos preos; a data que servir de referncia para o Io (o edital deve definir se ser a da apre-
sentao das propostas ou a do oramento a que ela se refere);
que no poder haver reajustamento de preo antes de transcorrido um ano do contrato, bem como estabelecendo a periodicidade anual entre os reajustes;
Art. 40. [...]
XIV. Verificar se o edital determina o prazo exato de pagamento, que no poder ser superior
a 30 (trinta) dias.
O edital precisa tambm prever:
cronograma de desembolso mximo por perodo, em conformidade com a dispo-nibilidade dos recursos financeiros;
compensaes financeiras e penalizaes, por eventuais atrasos, e descontos, por eventuais antecipaes de pagamentos;
, ainda, de todo recomendvel que o edital discipline desde j como sero pactua-
dos (em aditivos de preos), se necessrios, itens de servios no constantes na planilha
oramentria licitada. Nesse caso, se no existir tal clusula, a equipe pode recomendar a
seguinte redao:
1. Caso ocorram servios extras, assim entendidos aqueles no constantes na pla-nilha original, esses devero ser objeto de termo aditivo ao contrato. O termo aditivo
somente poder ser firmado mediante prvia justificativa tcnica do engenheiro
fiscal da obra, devidamente acatada, a seu exclusivo critrio, pelo Gestor do rgo.
2. Nas condies acima especificadas, o(s) preo(s) unitrio(s) dever(o) ser correspondente(s) ao(s) previsto(s) na tabela em vigor do rgo no ms de refern-
cia do oramento bsico, multiplicado pela constante de proporcionalidade K, que
consiste no quociente da diviso do valor de custo global da proposta vencedora pelo
valor do custo global do oramento estimado. Na ausncia desses preos na tabela do
rgo, utilizar-se-o, em sua substituio, os da tabela regionalizada do DNIT. Caso o(s)
item(ns) tambm no conste(m) nesta ltima, o rgo far a composio dos mesmos,
multiplicando os valores obtidos pela mesma constante de proporcionalidade K.
16
-
2.3. Anlise preliminar do projeto
elementos mnimos do projeto bsicoDeve-se observar se o projeto bsico disponvel contm todos os elementos neces-
srios para atender ao disposto na Lei de Licitaes, conforme especificaes constantes
na Orientao Tcnica do Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Pblicas (Ibraop, OT-
-IBR 001/200611).
Tal orientao tcnica visa uniformizar nacionalmente o entendimento acerca da
definio de projeto bsico trazida pela Lei n 8.666/93, de modo que a ausncia de
qualquer contedo l especificado deva ser entendida como insuficincia do projeto
disponvel, o que, nos termos do art. 7, 6, causa de nulidade do processo.
localizao das instalaes de usinas e ptios de pr-moldadosVisando economizar nos custos de transportes locais de materiais como brita, base
com mistura em usina, massa asfltica, concreto usinado e peas de concreto pr-mol-
dado, entre outros, o projeto deve prever a instalao de usinas e ptio de pr-moldados
em local o mais equidistante possvel das extremidades do trecho. Ressalva-se, apenas,
que nem sempre o conjunto de britagem pode obedecer a tal critrio, uma vez que deve
se situar prximo melhor pedreira disponvel na regio, e isso pode fazer com que haja
o deslocamento das demais usinas.
Sendo assim, a equipe deve verificar como o projeto em anlise dispe de tais ele-
mentos, agregando ao seu laudo as recomendaes cabveis, posto que a locao inade-
quada de tais itens pode levar a uma superavaliao do custo da obra.
Solues de terraplenagemDeve-se observar a distribuio dos emprstimos ao longo do trecho, atentando-se,
preliminarmente, para a qualidade dos materiais nele disponveis. Assim, devem-se ve-
rificar os ensaios realizados em cada emprstimo para constatar se seu solo atende aos
requisitos previstos no projeto e/ou na norma DNIT 107/2009-ES12 (item 5.1).
Aps isso, deve ser avaliada a quantidade de material existente em cada emprstimo
e sua adequada distribuio nos aterros previstos para a rodovia, de modo a proporcio-
nar as menores distncias de transporte possveis verificar o Quadro de Distribuio
dos Materiais.
Ainda quanto distribuio dos materiais de terraplenagem, necessrio averiguar
se solos provenientes de cortes, com qualidade suficiente para serem utilizados em ater-
ros (observar isso nos ensaios realizados no subleito dos respectivos trechos), esto sen-
do destinados a bota-fora, enquanto os aterros prximos esto sendo abastecidos por
materiais de emprstimos mais distantes.
Em suma, a regra geral proporcionar as menores distncias de transporte possveis,
seja utilizando os materiais de corte, seja utilizando materiais de emprstimo, observan-
do sempre a sua qualidade e o volume disponvel em cada local.
11 Texto disponvel no Anexo 1.
12 Manter-se atento a possveis atualizaes das diversas normas rodovirias, disponibilizadas no site do DNIT: .
17
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Observar se o projeto atende aos requisitos de controle de densidade e grau de com-
pactao estabelecidos pela norma DNIT 108/2009-ES, que preconiza que as camadas
inferiores de terraplenagem devem ser executadas com grau de compactao no-infe-
rior a 100% da densidade mxima obtida em laboratrio com o Prctor Normal; e as ca-
madas finais, assim entendidas como os ltimos 60 cm que antecedem a sub-base, com
grau de compactao no-inferior a 100% da densidade mxima obtida em laboratrio
com o Prctor Intermedirio.
Tambm deve ser verificado se o projeto exige a compactao dos materiais em bo-
ta-fora. Se isso ocorrer, observar:
se o projetista especificou adequadamente a execuo desse servio, prescrevendo espalhamento, umedecimento, homogeneizao e compactao em conformidade
com a composio de preo unitrio do DNIT, de cdigo 2 S 01 513 0113;
tambm se esse item consta na planilha oramentria. Caso contrrio, deve-se ques-tionar o rgo auditado quanto omisso, uma vez que a ausncia do item gera
a suposio de que tais custos devem ser diludos nos preos unitrios dos itens
de escavao, carga e transporte, uma vez que a norma no indica a necessidade
de remunerao apartada desse servio, por se tratar de mero manejo ambiental.
Solues de pavimentaoInicialmente, deve-se analisar se o projeto prev a execuo de regularizao de su-
bleito. Se isso ocorrer, o Auditor deve se certificar dos motivos que ensejaram o servio,
pois, se apenas se tratar de uma remunerao ordinria da camada final de terraplena-
gem, tal item no deve ser utilizado, posto que, conforme a Norma DNIT 137/2010-ES, a
regularizao de subleito pressupe a escarificao e a reexecuo da camada e no
uma mera compactao (que deve ser remunerada no item apropriado de compacta-
o).
Aps isso, deve-se passar a analisar a distribuio das jazidas ao longo do trecho,
observando-se os seguintes pontos:
Caso se preveja a utilizao de brita extrada, verificar, mediante experincia prpria da equipe, se no local da obra no existe outra pedreira que tambm atenda aos
volumes requeridos e proporcione menores custos de transporte;
Caso seja prevista a utilizao de brita comercial, analisar se a quantidade de brita a ser utilizada realmente no justifica a instalao de um conjunto de britagem14.
Para tanto, deve-se comparar o custo total previsto para a aquisio dos diversos
tipos de brita com aquele que seria resultante da substituio da brita comercial
pela brita produzida, acrescido, nesse caso, dos custos de instalao do conjunto
de britagem15;
Caso seja prevista a utilizao de brita comercial, verificar se, no local, existem ou-tras pedreiras, alm da(s) indicada(s), que possa(m) tambm ser utilizada(s), visando
13 As composies do DNIT esto disponveis no site: .
14 Ressalva-se a possibilidade de, no local, no existirem outras pedreiras disponveis para utilizao, alm das comerciais indicadas.
15 Como referncia, podem-se utilizar os custos do Departamento Autnomo de Estradas de Rodagem do Estado do Rio Grande do Sul
(Daer-RS), que podem ser consultados no site: . Uma das composies mais recentes
consta no anexo 4.
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sempre reduo dos custos de transporte. Isso pode ser feito consultando-se o
Anurio Mineral Brasileiro, publicado no site do Departamento Nacional de Pesquisa
Mineral (DNPM)16;
Verificar, mediante experincia prpria da equipe, se no local da obra existe outra jazida para extrao/aquisio de areia que tambm atenda aos volumes requeridos
e proporcione menores custos de transporte;
Adequar as DMT projetadas aos itens de servio (bases, lastros de areia, etc.) utili-zados na planilha oramentria. Aqui, analisa-se se h necessidade de previso do
item referente a momento extraordinrio de transporte ou, por outro lado, se tais
distncias so muito menores que as previstas nos itens planilhados.
A equipe precisa tambm analisar as solues concebidas para as camadas de sub-
-base e base, devendo necessariamente observar os seguintes pontos:
Os materiais previstos so adequados microrregio em que se pretende executar a obra? Nesse sentido, observar se o solo da regio tem suporte e demais caracte-
rsticas fsicas suficientes para ser utilizado em camadas sem adio de brita, areia
ou outra mistura. Para tanto, devem-se confrontar os ensaios realizados nas jazidas
e emprstimos com os requisitos previstos na Norma DNIT 139/2010-ES e DNIT
141/2010-ES (item 5.1 de ambas);
Note-se ainda que, em situaes limtrofes, pode-se recomendar a substituio do mtodo de ensaio utilizado na tentativa de eliminar a necessidade de mistura ao
solo. Por exemplo, caso a granulometria e os ndices de liquidez e plasticidade do
solo existente atendam s especificaes tcnicas, deve-se melhorar a preciso da
determinao do ISC, passando-se do mtodo A para o B ou C (discriminados na
Norma DNER-ME 129/94), de modo a elevar a energia de compactao para verificar
se, assim, se torna possvel atingir o ndice de suporte necessrio;
Os materiais porventura especificados para serem adicionados ao solo, ou em subs-tituio total deste, so os mais adequados regio? Se for o caso, a equipe deve
confrontar o custo de utilizao do insumo especificado com o de outra soluo
que entenda ser melhor aplicvel obra. Por exemplo, em uma regio onde no
haja pedreiras prximas, pode ser mais vantajoso economicamente utilizar-se solo-
-cimento ao invs de solo-brita ou brita graduada.
Quanto ao tipo de revestimento projetado, a equipe deve permanecer atenta s se-
guintes questes:
A soluo projetada usualmente executada pelo rgo auditado na regio? Em outras palavras, vislumbra-se risco de alterao, durante o contrato, da soluo indi-
cada? Havendo qualquer dvida, deve-se solicitar, mediante ofcio, uma confirmao
de que esta ser a soluo executada. Tal ofcio dever alertar para um possvel
desequilbrio na equao econmico-financeira da proposta, em caso de mudana
da soluo especificada;
16 Disponvel no site: . Pode-se tambm consultar a publicao
Universo da Minerao Brasileira, que traz a relao com a localizao de todas as mineradoras do pas, divulgada no site: .
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A soluo indicada capaz de suportar o trfego existente e a ser gerado pela pa-vimentao ou melhoria da rodovia? Preliminarmente, deve-se comparar a soluo
projetada com o quadro abaixo17.
Quadro 1. espessura do Revestimento em funo no nmero n.
n espessura Mnima de Revestimento Betuminoso
N < 106 Tratamentos superficiais betuminosos
106 < N < 5 x 106 Revestimento betuminoso com 5,0 cm de espessura
5 x 106 < N < 107 Concreto betuminoso com 7,5 cm de espessura
107 < N < 5 x 107 Concreto betuminoso com 10,0 cm de espessura
N > 5 x 107 Concreto betuminoso com 12,5 cm de espessura
Fonte: DNER, 1996, p. 209.
Em situaes excepcionais, a equipe poder proceder aos clculos de dimensiona-mento da rodovia18 para verificar a correo da estrutura projetada;
Caso a soluo indicada para revestimento consista em Concreto Betuminoso Usi-nado a Quente (CBUQ), verificar se o projeto indica a temperatura de amassamento
da mistura asfltica;
Caso a soluo indicada para revestimento consista em CBUQ produzido em usina pr-instalada, deve-se verificar se a distncia de transporte entre o local da usina e o
da execuo da obra, bem como as condies das rodovias utilizadas, permite que a
massa quente seja lanada na pista em temperatura que atenda s recomendaes
constantes no projeto e na Norma DNIT 031/2004ES19;
A espessura determinada para cada camada de massa asfltica superior ao mnimo estabelecido pela Norma DNIT 031/2004ES, item 5.2?
Caso seja especificada a execuo de massa asfltica sobre pavimento existente em paraleleppedos ou outro de greide irregular, deve-se verificar se houve a previso
de uma camada de regularizao. Caso contrrio, deve-se, mediante ofcio, alertar
o rgo auditado para o risco de se executar, em diversos pontos, espessuras infe-
riores s projetadas;
Caso seja especificado o uso de Tratamento Superficial Duplo (TSD) na pista de rolamento e Tratamento Superficial Simples (TSS) nos acostamentos, deve-se, por
intermdio de ofcio, questionar a viabilidade de se executar tambm TSD nos acos-
tamentos, ao menos nos trechos internos das curvas;
Verificar ainda se houve previso de execuo de meios-fios rebaixados nos acessos rodovia. Tal ausncia poder vir a danificar o revestimento da pista, em funo da
17 DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM. Manual de pavimentao. Rio de Janeiro: [s.n.], 1996. p. 209.
18 Deve-se seguir o roteiro retratado no Manual de Pavimentao, do DNER (op. cit., p. 204-220). Em anexo, segue a planilha de clculo
Dimensionamento do Pavimento Memria.xls, que auxilia a equipe na anlise do dimensionamento proposto.
19 Salvo expressa disposio em projeto, no se deve acatar temperatura de massa asfltica inferior a 120 C no momento da compactao.
Assim, caso o tempo de transporte ultrapasse 2 horas, pode-se fazer necessria a perda de uma certa quantidade de asfalto que esteja
na parte superior do caminho (em contato com a lona), de modo a garantir que todo o material lanado esteja na temperatura
adequada. Tal situao deve ser alertada em edital para que os proponentes adicionem esse desperdcio a seus custos. Em situaes
extremas, caso o tempo de transporte ultrapasse 12 horas, o carregamento poder estar comprometido, ou seja, toda a carga poder
estar em temperatura abaixo de 120 C.
20
-
trao dos pneus dos veculos que ingressam na rodovia;
Por fim, deve-se verificar se houve previso de reforos estruturais nas pontes j existentes no trecho, em funo do aumento esperado para as cargas e volume de
trfego. Caso contrrio, e se no houve nada expresso que justifique tal ausncia, a
equipe dever, mediante ofcio, solicitar esclarecimento a esse respeito, sob pena de
se manter subestimado o oramento da obra ou em risco os seus futuros usurios.
2.4. Anlise da planilha oramentria
Compatibilidade de quantitativos
Passando-se anlise do oramento bsico propriamente dito, a equipe deve proceder
anlise da planilha oramentria, investigando, quanto aos seus quantitativos, necessa-
riamente, os seguintes itens:
Checar se h compatibilidade entre a somatria dos volumes previstos para os di-versos itens de escavao, carga e transporte de material de 1 categoria e a dos
volumes previstos para os itens referentes compactao a 95% do P.N. (parmetro
no mais admissvel aps agosto de 2009), 100% do P.N. e 100% do P.I. Em regra,
o volume escavado, subtrado o volume previsto de bota-fora, dever ser igual ao
volume previsto para aterro. Nessa equao, deve-se considerar um empolamento
mdio entre 15% e 20%20 qualquer variao significativa nesse percentual deve
ser formalmente questionada ao rgo auditado;
Averiguar a compatibilidade entre os volumes previstos para cada distncia de transporte, nos itens referentes s escavaes, e aqueles indicados no Quadro de
Distribuio de Materiais (elemento necessrio do projeto);
Averiguar se a planilha oramentria est prevendo item de regularizao de su-bleito, com quantitativos inerentes remunerao da execuo da ltima camada
de terraplenagem, posto que tal procedimento no admissvel;
Nas memrias de clculo do levantamento dos quantitativos, checar se o rgo auditado est prevendo o pagamento de material sobressalente de sub-base e
base, no intuito de garantir a perfeita compactao dos bordos. Tal procedimento
incompatvel com o disposto no item 8, c, das Normas DNIT 139/2010-ES e DNIT
141/2010-ES, respectivamente;
Verificar a existncia de item referente a momento extraordinrio de transporte. Em caso positivo, analisar se seu quantitativo est compatvel com os volumes ne-
cessrios e distncias das jazidas definidas no projeto. Em caso negativo, partindo-
-se desses mesmos dados, checar a necessidade de sua incluso. Por fim, deve-se
dedicar especial ateno ao preo unitrio desse item, uma vez que inconsistncias
no mesmo podem desencadear relevantes prejuzos ao longo da execuo da obra;
Partindo-se das memrias de clculos dos levantamentos dos quantitativos, checar a consistncia dos itens referentes imprimao e revestimento;
20 Relao entre as densidades do solo compactado na pista e o encontrado em terreno natural em emprstimos. O percentual entre
15% e 20% meramente um valor de referncia, uma vez que o empolamento varia de acordo com a composio granulomtrica
de cada solo.
21
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Checar a coerncia dos quantitativos previstos para aquisio de cada ligante betu-minoso. Para isso, deve-se multiplicar a quantidade de cada servio de pavimentao
envolvido (imprimao, pintura de ligao, TSS, TSD, CBUQ, etc.) pelo consumo21
do respectivo ligante betuminoso envolvido, comparando-se esse produto com o
quantitativo previsto para a aquisio do ligante;
Averiguar a correo da distncia prevista em planilha para o transporte do ligante betuminoso.
Compatibilidade de Preos
Analisados todos os dados inerentes ao projeto, bem como os quantitativos da planilha
oramentria, a equipe dever confrontar os preos unitrios de cada item de servio com
sua tabela de referncia em regra, deve ser utilizada a tabela de preos do prprio rgo
auditado e, subsidiariamente, a tabela do DNIT (SICRO 2).
Verificar se os preos unitrios estimados para a aquisio de ligantes betuminosos esto
de acordo com o Acrdo no 1.077/2008 Plenrio, do TCU, ou seja, se esto limitados
aos preos de custo divulgados pela Agncia Nacional de Petrleo (ANP), acrescidos de
um BDI mximo de 15%.
Note-se que os custos referentes a transportes podem, nas tabelas de referncia, se
apresentar com preo igual a zero. Isso significa que cabe ao engenheiro responsvel a
fixao das distncias necessrias, em cada obra especfica.
De modo anlogo, tambm possvel que o oramentista adque outros fatores s
composies de referncia, tais como: coeficientes de produtividade, incluso ou excluso
de insumos, cotao local de insumos, etc., tudo isso visando mais perfeita correlao
possvel entre as tabelas de referncia e o caso concreto (obra a ser licitada).
Cabe, portanto, equipe utilizar-se das tabelas de referncias sem deixar de considerar
as nuanas de cada obra, as quais, por sua vez, devero se mostrar expressamente justifi-
cadas. Em caso contrrio, as solicitaes de esclarecimentos devero ser emitidas.
Injustificadas e significativas variaes, em relao a cada preo unitrio ou ao preo
total da obra, devem ser relatadas como irregularidades graves, uma vez que, caso haja
alteraes de quantitativos no decorrer da obra, corre-se o risco de se ter por desequili-
brada a equao econmico-financeira do contrato.
21 Tal consumo poder ser verificado por intermdio das composies de preo do DNIT. Por exemplo, as de cdigo: 2 S 02 300 00; 2 S
02 400 00; 2 S 02 500 01, entre outras.
22
-
3. AuditORiA eM OBRAS eM AndAMentO
Selecionada uma obra para acompanhamento, segundo os critrios estabelecidos no
item 1.2, deste Manual, caso esta no tenha sido objeto de auditoria especfica de procedi-
mento licitatrio, dever a equipe, preliminarmente, analisar a legalidade do certame licita-
trio, observando cada um dos tpicos discriminados nos itens 2.222, 2.3 e 2.4 deste Manual.
Neste momento, se no mais possvel evitar-se que a licitao seja concluda sem
as devidas correes, cabe equipe a anlise e a quantificao das repercusses dessas
falhas na execuo do contrato.
Note-se entretanto que, ainda no encerrada a obra, diversas medidas podem ser to-
madas pela Administrao Pblica para evitar ou minimizar os danos provocados ao Errio,
tais como: alteraes de solues de projeto; repactuao de preos unitrios; estornos de
pagamentos indevidos; correo de servios mal executados; alteraes de procedimentos
de execuo ou apropriao de servios; entre outros.
3.1. Solicitao de documentos
Para cada obra selecionada, deve-se solicitar, mediante ofcio23 que assinalar o prazo
de 5 (cinco) dias teis, cpia da seguinte documentao:
Edital de licitao, com todos os seus anexos disponveis aos licitantes, inclusive o projeto bsico e/ou executivo24 em sua completude25, bem como ART do(s)
responsvel(eis) tcnico(s) pelo(s) projeto(s) e oramento bsico (em meio eletrnico);
Atas de reunio, julgamento e relatrio final da CPL; Homologao do procedimento licitatrio e adjudicao do objeto; Termo de contrato; ART dos responsveis pelo contrato; Responsveis do rgo auditado pelo contrato (nome, CPF, registro profissional,
endereo, estado civil);
Responsveis pelo procedimento licitatrio (nome, CPF, registro profissional, ende-reo, estado civil);
Ordem de servio; Termo de recebimento, ou resciso contratual, ou justificativa para sua falta; Proposta vencedora, inclusive composio analtica dos preos unitrios (em meio
eletrnico);
22 Acrescendo-se as consideraes acerca dos aspectos procedimentais do certame, tais como: julgamentos e anlise de eventuais
recursos, formalidades de publicao, etc.
23 Vide modelo constante no anexo 3.
24 Devero ser solicitadas cpias dos projetos apenas em meio eletrnico.
25 Inclui oramento bsico, com composies de preos unitrios.
23
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Proposta alterada ou atualizada (em meio eletrnico); Clculo explicativo e justificativa legal da alterao ou atualizao de preo da pro-
posta vencedora;
Todos os Boletins de Medio j emitidos (em meio eletrnico), acompanhados de suas respectivas memrias de clculo;
Todos os Termos Aditivos do contrato, inclusive justificativa, e Planilha Oramentria, ainda que no tenham ocorrido impactos financeiros (em meio eletrnico).
Note-se que diversos itens acima devero ser encaminhados ao TCE-MT to logo
sejam produzidos (boletins de medio, comprovantes de pagamentos, aditivos de pre-
os, etc.), ou seja, o cumprimento desse ofcio no ser obtido com apenas um envio de
documentos. Assim, dever a equipe se manter atenta regularidade das informaes
recebidas, devendo reiterar o citado ofcio sempre que houver mora na entrega de qual-
quer dos documentos.
3.2. Anlise preliminar
Avaliao do certame licitatrio
Conforme comentado, a equipe dever inicialmente verificar os termos do processo de
licitao, atendo-se a todos os pontos citados nos itens 2.2, 2.3 e 2.4 deste Manual.
Alm disso, deve-se analisar a regularidade formal dos procedimentos licitatrios pro-
priamente ditos, tais como: recebimento das propostas, comunicaes com os licitantes,
julgamento das propostas, recursos, homologao e adjudicao. Nesse sentido, devem
ser observados, dentre outros, os seguintes procedimentos:
Verificar se a Comisso Permanente de Licitao (CPL) julgou (apresentando a de-vida motivao) eventuais impugnaes ao Edital, desde que estas tenham sido
interpostas nos prazos legais26. Assim, deve-se analisar se a deciso foi motivada e
se o julgamento (mrito) teve amparo legal;
Caso tenha havido alteraes no Edital que afetaram a formulao das propostas dos licitantes, a equipe deve verificar, em conformidade com o 4 do art. 21 da Lei
de Licitaes, se os prazos para o recebimento das propostas27 foram renovados;
Checar se, aps cada ato da CPL (habilitao ou inabilitao de licitante, julgamento das propostas, anulao ou revogao da licitao etc.), foi guardado o prazo recursal
de 5 dias teis, previsto no art. 109, I, da Lei n 8.666/93 a menos que tenha havido
desistncia expressa dos licitantes;
Analisar a proposta de preo vencedora do certame, seguindo os procedimentos mencionados no tpico referente Compatibilidade de preos no item 2.4, deste
Manual;
Ainda quanto proposta de preo vencedora, avaliar os seguintes pontos: O valor global encontra-se abaixo do limite estabelecido em Edital?
26 Se apresentadas por cidado, at 5 dias teis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitao (art. 41, 1, da Lei de
Licitaes). Se interpostas por licitantes, at 2 dias teis antes da data fixada para a abertura dos envelopes (art. 41, 2).
27 Art. 21, 2, da Lei n 8.666/93.
24
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A proposta apresenta preo inexequvel28?
A proposta apresenta preos global ou unitrios simblicos, irrisrios ou de valor
zero29?
Caso tenha havido a desclassificao de algum licitante, observar se, na motivao do julgamento, ficou evidente que, caso o licitante fosse classificado, ter-se-ia realmente
agredido algum outro princpio da administrao pblica alm do da vinculao
ao instrumento convocatrio30;
Checar se a inabilitao ou desclassificao de algum licitante foi consequncia de clusulas irregulares do Edital31;
Checar se houve a devida publicao da homologao e adjudicao; Checar se houve a publicao resumida do instrumento de contrato32;
Caso a obra tenha sido iniciada, deve-se averiguar se j podem ser verificados os im-
pactos de cada uma das possveis irregularidades do certame na execuo do contrato.
As irregularidades meramente formais assim entendidas como aquelas incapazes,
por sua prpria essncia, de proporcionar danos ao Errio, bem como as que impunham,
ao tempo da licitao, risco de dano no confirmado ao cabo da etapa correspondente
devem ser listadas em papel de trabalho para serem relatadas, em campo prprio, por
ocasio da emisso dos Relatrios de Auditoria.
demais documentao
Deve-se inspecionar a regularidade dos demais atos inerentes obra at a data atua-
lizada, mediante anlise dos outros documentos elencados no item 3.1.
Deve-se ainda averiguar a existncia e a regularidade das licenas ambientais.
Quanto aos demais documentos j existentes, deve-se proceder anlise luz do dis-
posto no item 3.4 deste Manual de Procedimentos.
Ressalte-se que, at esse momento, a atuao da equipe prescinde de inspees a campo,
de modo que os indcios somente apurveis in loco devero ser anotados em papis de
trabalho, para futura investigao, por ocasio das inspees obra.
28 Nos termos do 2 do art. 48 da Lei de Licitaes, consideram-se manifestamente inexequveis, no caso de licitaes de menor preo
para obras e servios de engenharia, as propostas cujos valores sejam inferiores a 70% (setenta por cento) do menor dos seguintes
valores: a) mdia aritmtica dos valores das propostas superiores a 50% (cinquenta por cento) do valor orado pela administrao;
ou b) valor orado pela administrao.
29 O art. 44, 3, da Lei n 8.666/93 orienta que no se admitir proposta que apresente preos global ou unitrios simblicos, irrisrios
ou de valor zero, incompatveis com os preos dos insumos e salrios de mercado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o ato
convocatrio da licitao no tenha estabelecido limites mnimos, exceto quando se referirem a materiais e instalaes de propriedade
do prprio licitante, para os quais ele renuncie parcela ou totalidade da remunerao.
30 A equipe deve ter sempre em mente que a Licitao Pblica (com todas as suas regras) apenas meio para a perseguio do fim
desejado, qual seja, a seleo da proposta mais vantajosa para a Administrao. Assim, constatada a boa-f do proponente e resguardados
os demais princpios da administrao (legalidade, impessoalidade, moralidade, isonomia entre os licitantes, transparncia dos atos
pblicos, entre outros), os lapsos formais irrelevantes devem ser menosprezados, de modo a no impedir que a finalidade da prpria
existncia do processo licitatrio seja alcanada.
31 Vide comentrios tecidos no item 2.2 deste Manual.
32 Exigncia contida no pargrafo nico do art. 61 da Lei n 8.666/93.
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Cabimento de medidas cautelares
Realizados todos os procedimentos acima elencados, a equipe dever listar as irregulari-
dades j existentes e verificar se alguma(s) delas (so) relevante(s) o suficiente para sugerir
a tomada de alguma medida cautelar. Em caso afirmativo, dever propor ao Secretrio
de Controle Externo a atuao de Representao de Natureza Interna, devendo este, de
posse do instrumento, se reportar ao Conselheiro Relator do processo, o qual, nos termos
dos arts. 82 e 83 da Lei Orgnica do TCE-MT33, e dos arts. 297 e 298 de seu Regimento
Interno34, decidir liminarmente acerca da convenincia de sua adoo.
3.3. inspees em campo
Agendamento das inspees
Realizadas as anlises preliminares, a equipe dever tomar as seguintes providncias:
Agrupar as obras selecionadas por microrregies do Estado; Calcular o tempo de inspeo de cada uma delas. Para isso, deve levar em conta
os tempos de deslocamentos, a extenso da obra e os indcios de irregularidades
previamente assinalados para observao;
Com antecedncia mnima de uma semana35, comunicar as inspees ao represen-tante do rgo auditado, solicitando tambm a presena dos engenheiros fiscais
que respondem pelos contratos.
equipamentos necessrios
Para as inspees em campo, a equipe dever se munir dos seguintes equipamentos:
Veculo oficial equipado com sinalizadores, visando garantir a segurana da equipe, uma vez que os trabalhos demandaro a conduo em baixssimas velocidades e
com constantes paradas ao longo do trecho;
Notebook com, no mnimo, os seguintes arquivos: modelo de Termo de Inspeo; conjunto de arquivos auxiliares para inspees em campo36; projetos das obras a
serem visitadas; planilha oramentria das propostas das empreiteiras, boletins de
medio e memrias de clculo; tabelas e composies de preo do rgo auditado
e do DNIT, conjunto de normas tcnicas e publicaes do DNIT e outras correlatas
(como as normas de sinalizao do DER-MG);
Aparelho de GPS37; Cmera fotogrfica digital; Trenas de fibra e metlica;
33 Lei Complementar n 269, de 22 de janeiro de 2007.
34 Resoluo n 14, de 2 de outubro de 2007.
35 Trata-se de prazo ordinrio, no impedindo que inspees de urgncia ou aleatrias sejam realizadas, at mesmo na ausncia do
representante do rgo.
36 Tal conjunto compreende os seguintes arquivos: Ficha para levantamento fsico.xls; Clculo de centro de massa.xls; Ficha de controle
de densidade in situ.xls; Ensaios de laboratrio.xls.
37 Deve-se munir de um aparelho de GPS que tenha, preferencialmente, as seguintes caractersticas: possibilidade de utilizao de fonte
de energia veicular, possibilidade de colocao de antena (externa ao veculo) e conectividade com notebooks.
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Paqumetro de, no mnimo, 30 cm; Caixa dosadora de Larsen; Balana digital; e Linha de pedreiro.
Alm desses, poder se fazer necessria a solicitao de equipamentos especficos do
prprio rgo auditado como, por exemplo, o retrorrefletmetro (caso as obras a serem
auditadas estejam em fase de sinalizao horizontal) , bem como a utilizao de equipa-
mentos de topografia e laboratrio existentes na obra.
Avaliaes gerais
O primeiro procedimento a ser realizado o levantamento fsico da obra. Para isso, a
equipe dever percorrer o trecho e, com o auxlio do equipamento de GPS, registrar os locais
onde j foram concludos os servios referentes a terraplenagem, sub-base, base, imprima-
o, revestimento e sinalizao horizontal. Tal registro dever ser construdo com o auxlio
da planilha de clculo prpria, que gerar um grfico, como o exemplificado no anexo 5.
Como passo seguinte, deve-se verificar se o auditado corrigiu todas as irregularidades
registradas em Termos de Inspeo anteriores. Tantos os itens regularizados como os ainda
pendentes devero ser anotados no novo Termo de Inspeo.
Caso tenha havido alteraes de projeto, deve-se analisar a adequabilidade e a eco-
nomicidade das mudanas, ou seja, deve-se verificar se as alteraes foram necessrias
ou vantajosas para o Estado e, ainda, se no houve desequilbrio na equao econmico-
-financeira da proposta inicial, verificada ao tempo do contrato. importante requerer o
encaminhamento de todas as justificativas das adaptaes que implicaram na elevao
do custo da obra, acompanhadas das respectivas memrias de clculo. De acordo com a
relevncia dos dados solicitados, essa requisio poder ser feita diretamente no Termo
de Inspeo, ou mediante encaminhamento de ofcio especfico.
Realizados esses procedimentos iniciais, a equipe deve analisar a regularidade da apro-
priao dos itens que, conjuntamente, respondam por, no mnimo, 75% do total faturado
at o ms da vistoria. Caso no seja possvel avaliar o referido montante, a equipe dever
justificar a situao em papel de trabalho prprio, que tramitar apartado dos relatrios
sintticos quadrimestrais, apenas para conhecimento do secretrio da Secex-Obras.
Avaliao da terraplenagem
Numa inspeo em obra rodoviria, a equipe deve sempre estar atenta a indcios de
irregularidades. Para isso, fundamental sua experincia profissional no ramo, que se re-
flete numa maior perspiccia para detectar situaes de inconformidade, seja no que
tange aos aspectos de economicidade, seja quanto ao atendimento s normas tcnicas
que disciplinam a execuo dos servios.
Uma vez detectado algum indcio de irregularidade, deve-se apur-lo com a preciso
possvel e suficiente para ser relatado no Relatrio de Auditoria. No processo de busca e
posterior apurao, durante a execuo da etapa de terraplenagem, poder lanar-se mo
dos seguintes procedimentos:
Ir at a sala tcnica e vistoriar todas as cadernetas de campo referentes ao nive-lamento primitivo (aps o desmatamento). Cada caderneta dever ser registrada
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com, no mnimo, trs fotos, sendo uma da capa e, pelo menos, duas de pginas
internas escolhidas aleatoriamente. Em seguida, dever-se- solicitar cpia de todas
essas cadernetas38. Ao receber o material, o Auditor deve constatar sua fidelidade,
confrontando as fotos tiradas na obra com as respectivas folhas copiadas;
Verificar os emprstimos utilizados. A equipe dever levantar a relao dos emprsti-mos que efetivamente esto sendo utilizados na obra e confront-la com a listagem
dos previstos em projeto39. Dever-se-, ento, solicitar as justificativas (devidamente
acompanhadas das memrias de clculo, se for o caso) para todas as alteraes que
provocaram impacto financeiro, sobretudo se houve diminuio da quantidade pre-
vista de emprstimos. Tal solicitao, de acordo com a relevncia do caso concreto,
poder ser feita diretamente no Termo de Inspeo ou em ofcio especfico para
esse fim. Algumas das possveis justificativas40 devem ser, desde ento, averiguadas;
Selecionar, aleatoriamente, alguns emprstimos e bota-foras para checar as estacas de entrada e distncias fixas consideradas para efeito de determinao das Distncias
Mdias de Transporte (DMT);
Analisar as quantidades acumuladas de todos os itens referentes a escavaes, carga e transporte de materiais, confrontando os percentuais de distribuio das DMT
executadas com a distribuio verificada na planilha oramentria da obra, a qual,
por sua vez, reflete o planejado no Quadro de Distribuio dos Materiais. Devero
ser solicitadas as devidas justificativas sobre quaisquer alteraes relevantes41;
Solicitar os desenhos das sees transversais medidas, em meio eletrnico e em formato compatvel com softwares Cad, e analisar, por amostragem, a correo dos
volumes efetivamente apropriados de determinados trechos;
Verificar o empolamento mdio utilizado na obra. Para isso, de posse do ltimo boletim de medio disponvel, deve-se dividir o quantitativo acumulado dos itens
de compactao de aterros pela soma dos quantitativos acumulados de todos os
itens referentes a escavaes em material de 1 categoria, diminuda dos volumes
que foram destinados a bota-foras42. Assim, tem-se: E = Vc (Ve1 Vbf)43. Caso o
empolamento calculado seja superior a 20%, o Auditor deve selecionar os emprs-
timos mais relevantes (quanto aos quantitativos apropriados) e destes apanhar, no
38 Esse procedimento assegurar ao Auditor a possibilidade de realizar, a qualquer tempo, o clculo dos volumes de terraplenagem
executados em qualquer trecho da obra.
39 Os emprstimos previstos inicialmente em projeto constam no Quadro de Distribuio de Materiais.
40 Algumas das justificativas possveis devem ser analisadas em campo. o caso, por exemplo: o solo existente no emprstimo de baixa
qualidade ou em quantidade insuficiente para utilizao; o emprstimo estava localizado em uma regio de explorao comercial e,
por isso, j foi totalmente esgotado. Outras dependem apenas de anlise de documentos e memrias de clculo, como, por exemplo: o
proprietrio no permite a retirada do material de suas terras; a cota de greide foi alterada para permitir um melhor aproveitamento
dos emprstimos e/ou cortes; os emprstimos foram eliminados devido ao aumento do material oriundo de cortes note-se, nesse
ltimo caso, que poderia ser mais vivel economicamente aumentar o volume de bota-foras e manter os emprstimos, caso esses
estejam bem mais prximos, ou seja, deve-se analisar a memria de clculo da justificativa.
41 Note-se que, de acordo com o plano de execuo da obra, uma determinada etapa poder apresentar distribuies percentuais
diferentes da que ser atingida com a concluso dos servios. No entanto, caso solicitado, tal justificativa precisa ser devidamente
demonstrada.
42 Os volumes destinados a bota-foras so demonstrados no Quadro de Distribuio de Materiais, que deve ser parte integrante de toda
memria de clculo.
43 Onde e o empolamento, Vc o volume compactado, Ve1 o volume escavado em material de 1 categoria e V
bf o volume destinado
a bota-foras.
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laboratrio da obra, cpia das fichas dos ensaios de compactao (que determinam
a densidade mxima do material). Em seguida, acompanhado da equipe de labora-
trio da obra, dever dirigir-se a cada um dos emprstimos selecionados e realizar
furos de densidade in situ. A diviso da densidade mxima pela densidade no em-
prstimo indica o empolamento real do solo. Se julgar conveniente e oportuno, o
Auditor deve, do mesmo local onde foi realizado o furo de densidade in situ, coletar
uma amostra para realizao, em laboratrio, do ensaio de compactao. Note-se
que cada emprstimo poder apresentar um empolamento distinto, de modo que,
caso no seja possvel ou conveniente realizarem-se os ensaios em todos os locais,
o Auditor dever registrar os resultados obtidos em Termo de Inspeo e solicitar
do rgo fiscalizado, ante a irregularidade constatada, que estenda o procedimento
acima a todos os locais de corte, recalculando, por conseguinte, todos os volumes
de escavao, carga e transporte em material de 1 categoria. O Auditor deve ainda
requerer cpia de todos os ensaios a serem realizados e registrar que os mesmos
sero conferidos, por amostragem, em inspeo posterior;
Acompanhar, aleatoriamente, os furos de densidade in situ. Utilizando a planilha de clculo apropriada44, a equipe poder acompanhar e conferir todos os procedimentos
de verificao do grau de compactao das camadas de aterro;
Inspecionar os arquivos de laboratrio. Durante a vistoria da obra, a equipe dever tomar nota de trechos especficos, para verificar a conformidade do controle tecno-
lgico. Assim, na visita ao laboratrio, devero ser solicitados os arquivos referentes
aos ensaios dos trechos selecionados, de modo a avaliar-se a qualidade dos materiais
empregados e a quantidade dos ensaios realizados45;
Verificar as larguras das plataformas. Deve-se, aleatoriamente, medir-se as larguras das plataformas em execuo e, de acordo com as marcaes dos off-sets e as
inclinaes projetadas para os taludes de corte e aterro, conferir-se a regularidade
da execuo, sempre com ateno aos parmetros de aceitabilidade estabelecidos
no item 7.3 das normas DNIT 106/2009-ES e DNIT 108/2009-ES. A quantidade de
medies variar em funo da constatao de erros;
Drenar e proteger o corpo estradal. Verificar se os diversos dispositivos esto sendo construdos em tempo razovel, de modo a se evitar possveis eroses sobretudo
nas proximidades dos perodos chuvosos. A ateno quanto a este item deve ser
redobrada caso o rgo auditado pretenda emitir Ordem de Paralisao de servios.
Caso o rgo paralise a obra sem prvia execuo da devida proteo aos servios
concludos, a equipe dever emitir um ofcio ao mesmo, alertando o fato e solicitando
esclarecimentos a respeito das providncias que sero tomadas.
Avaliao da pavimentao
To logo a obra alcance a etapa de pavimentao, a equipe dever verificar os reflexos,
na execuo obra, de todas as inconsistncias observadas quando da anlise preliminar
do projeto (item 2.3) e, de um modo geral, se durante a execuo dos servios esto
44 A planilha citada, disponvel em arquivo anexo, gera o papel de trabalho disposto no Anexo 6. Deve-se permanecer atento a todos os
procedimentos de escavao, pesagem e aferio da umidade.
45 Verificar o cumprimento do item 7.1 da norma DNIT 108/2009-ES.
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sendo cumpridas as diversas normas tcnicas e especificaes particulares do projetista,
observando especialmente os seguintes procedimentos:
Analisar se as solues concebidas em projeto para sub-base e base so adequadas e economicamente compatveis com a disponibilidade de materiais da regio. Caso,
por exemplo, esteja sendo executada base de brita graduada numa regio em que
a brita esteja sendo transportada a uma distncia tal que a soluo de solo-cimento
seja mais vivel economicamente, esta ltima precisa ser avaliada sob o prisma tc-
nico de adequabilidade aos requisitos de projeto46. Se for o caso, deve-se solicitar
um estudo que demonstre a viabilidade tcnico-econmica da soluo adotada;
Tambm conforme j comentado no tpico 2.3, possvel que se constate que uma soluo de sub-base ou base com mistura esteja sendo executada em funo
apenas da capacidade de suporte do solo, que no atenderia s exigncias das
normas ou projeto. Nesse caso, e em situaes limtrofes, deve-se solicitar a subs-
tituio do mtodo de ensaio utilizado na tentativa de eliminar a necessidade de
mistura ao solo. Ex. caso a granulometria e os ndices de liquidez e plasticidade do
solo existente atendam s especificaes tcnicas, deve-se melhorar a preciso da
determinao do ISC, passando-se do mtodo A para o B ou C (discriminados na
Norma DNER-ME 129/94), de modo a elevar a energia de compactao para verificar
se, assim, se torna possvel atingir o CBR necessrio. Em caso afirmativo, a diferena
entre os valores pagos pelos servios j executados e aquele que seria obtido pela
mudana de soluo deve ser relatada como passvel de devoluo47;
Caso o projeto/oramento bsico tenha especificado a utilizao de brita comercial e a anlise de economicidade, j comentada no tpico 2.3, conclua no mesmo sentido,
ainda assim resta a possibilidade de os preos praticados no mercado serem, em
virtude de economia de escala, bem inferiores aos cotados pelo DNIT. Se a equipe
tiver indcios da configurao dessa situao, dever, durante a inspeo obra,
levantar quais pedreiras esto fornecendo brita para a obra e, de posse desses da-
dos, reportar o fato ao Conselheiro Relator do processo para que este decida sobre
a convenincia de solicitar-se Secretaria de Estado da Fazenda que designe um
servidor para providenciar cpias de todas as notas fiscais emitidas por essas pe-
dreiras com destino obra em anlise. Caso a diferena entre o valor constante na
proposta da empreiteira48 e aquele explicitado nas notas fiscais seja significativa, ela
deve ser relatada como valor passvel de devoluo caso os servios no tenham
ainda sido concludos, essa situao pode tambm ensejar uma repactuao do
preo contratado49;
Nos caso de planilhas oramentrias que contenham itens de transporte de brita,
46 Note-se que, mesmo eventualmente mais econmica, uma soluo de solo-cimento, por exemplo, poder no ser adequada tecnicamente
obra especfica, caso seja imprescindvel uma base mais drenante, como o caso do macadame ou at mesmo da brita graduada.
47 Note-se que a mudana de soluo aqui referida seria inexoravelmente consequncia do estudo acima descrito, se realizado pelo
rgo em tempo hbil. Ressalte-se, ento, que no existe soluo melhor que perfeita. O cumprimento s exigncias das normas e do
projeto tudo o que deve ser buscado, de modo que o que ultrapassa esse patamar seria o equivalente a um superdimensionamento
de projeto.
48 Isso pode ser verificado nas composies de preo apresentadas.
49 Atente-se sempre para a possibilidade de medida cautelar, nos termos dos arts. 82 e 83 da Lei Orgnica do TCE-MT, e dos arts. 297 e
298 de seu Regimento Interno.
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verificar se existem, em funcionamento, pedreiras mais prximas das obras que aten-
dam s especificaes de qualidade do agregado e com capacidade de produo
suficiente. Caso o rgo auditado questione a qualidade da brita da pedreira alter-
nativa, uma amostra das mesmas deve ser coletada pelo Auditor, para a realizao
dos ensaios devidos50. Quanto capacidade de produo, necessrio, tambm,
considerar a viabilidade de se acumular previamente, na obra, um estoque de brita
que garanta a execuo dos servios;
Avaliar se a distncia mxima para o transporte dos materiais de sub-base e base est compatvel com a discriminada no correspondente item planilhado. Em caso
negativo, deve-se questionar se o rgo auditado contemplar, em termo aditivo
de preo, a substituio do item pelo mais adequado (caso a distncia verificada
seja menor que a prevista), ou incluir o item referente a momento extraordinrio
de transporte (se a distncia verificada for maior que a prevista). Cuidado especial
deve ser tomado, neste ltimo caso, se o item referente a momento extraordinrio de
transporte j existir em planilha situao que poder exigir sua repactuao, caso
os novos quantitativos ensejem o desequilbrio econmico-financeiro da proposta;
Verificar as larguras das plataformas. Deve-se, aleatoriamente, medir as larguras das plataformas em execuo e conferir a regularidade da execuo, sempre com ateno
aos parmetros de aceitabilidade estabelecidos nas normas referentes a cada tipo
de servio51. A quantidade de medies variar em funo da constatao de erros;
Iniciados os servios de imprimao, deve-se verificar se a quantidade de ligante adquirida52 compatvel com o volume dos servios efetivamente executados. A
taxa mxima de ligante a ser considerada deve ser a determinada por ensaios em-
pricos anteriores execuo dos servios. Na sua ausncia, a constante no projeto
ou, caso este tambm no contenha a informao, a disposta na composio 2 S
02 300 00, do DNIT;
Caso o servio de imprimao esteja sendo executado no momento da inspeo obra, a equipe dever conferir os procedimentos de controle da taxa de ligante
espargida pelo caminho, bem como o de correo de eventuais falhas de bico;
Alm disso, durante a fase de imprimao, a equipe deve realizar, na prpria pista e para cada tipo de base utilizada na obra, o ensaio emprico de determinao do
teor de ligante mais adequado53. Os resultados colhidos nesse ensaio sero tambm
limitadores da quantidade de ligante apropriada nas medies. Por fim, as quanti-
50 Tais ensaios devem ser contratados com empresas idneas, preferencialmente pblicas, como universidades, institutos tecnolgicos, etc.
51 Entretanto, no se deve confundir os parmetros de aceitabilidade com os critrios de medio (tambm disciplinados nas normas).
Assim, as tolerncias admitidas dizem respeito apenas aceitao do servio, no tendo o condo de autorizar medies de larguras
ou espessuras alm das projetadas, posto que: tal excesso dispensvel (clculos de dimensionamentos); no foi requisitado pela
Administrao Pblica; e de responsabilidade da empreiteira a execuo da camada nas larguras e espessuras exigidas em projeto.
Por outro lado, larguras ou espessuras inferiores s especificadas em projeto podem at ser, nos termos das normas, toleradas, no
entanto deve-se apropriar to-somente as executadas, pois, caso contrrio, a Administrao estaria remunerando a maior o contratado
por um servio prestado com qualidade inferior ao requisitado.
52 Explicitada em boletim de medio, nos itens referentes ao fornecimento e transporte dos ligantes betuminosos.
53 Para realizar esse ensaio, a equipe dever marcar na pista, sobre a base executada e devidamente varrida, nove quadrados de 1,00
m x 1,00 m e, em cada um, com o auxlio de uma proveta, adicionar uma quantidade de ligante variando de 0,8 l a 1,6 l o ligante
deve ser espalhado, na medida em que for sendo despejado, com o auxlio de um vassouro. Aps 24 horas desse procedimento, a
equipe dever voltar ao trecho para observar em qual quadrado houve a melhor penetrao, sem a sobra superficial do ligante a
quantidade de ligante espalhada nesse quadrado indicar, ento, a taxa ideal de consumo para a respectiva base.
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dades auferidas pelo controle tecnolgico da prpria obra, constantes nas fichas de
laboratrio, tambm sero limitadoras do volume de ligante adquirido.
Uma vez iniciados os servios de revestimento da rodovia, caso este seja do tipo TSD, a equipe dever procurar conferir o fiel cumprimento dos dispositivos da norma
DNIT 147/2010-ES, realizando, entre outras, as seguintes verificaes:
H corrugaes ou afundamentos? Observe-se que a tolerncia admitida pelo
item 7.3.1 da norma de apenas 0,5 cm. Para a avaliao do pavimento (em n-
vel de auditoria), recomenda-se que o veculo seja guiado a uma velocidade de
aproximadamente 30 km/h. Percebendo qualquer indcio dos problemas, a equipe
dever esticar uma linha de pedreiro54 no local, a fim de medir eventuais falhas;
H pontos de exsudao? O excesso de ligante diminui a aderncia dos pneus
pista, fato preocupante, sobretudo em trechos de curvas (horizontais ou verti-
cais). Em situaes extremas, a exsudao pode ser corrigida com o lanamento
de uma fina camada de areia sobre o pavimento;
O trecho apresenta soltura exagerada55 de brita? Trata-se de um problema
inverso ao anterior, ou seja, a carncia de ligante que faz com que o agregado
se desprenda da pista. Todas as ocorrncias deste defeito, bem como dos ante-
riores, devem ser registradas em um Termo de Inspeo, fazendo-se constar sua
exata localizao, seja relacionado-a ao estaqueamento do trecho (se este estiver
marcado e visvel ao tempo da visita), ou com o apoio de equipamento de GPS.
Caso seja executado TSD com terceiro banho, ou seja, quando a taxa do ligante for diluda para possibilitar uma aplicao sobre a segunda camada de brita, conferir o
procedimento para verificar a taxa efetiva que est sendo aplicada nos acostamentos
(que, normalmente, so do tipo TSS);
Recomenda-se sugerir que os trechos de acostamento situados internamente nas curvas horizontais sejam revestidos em TSD ao invs de TSS, uma vez que, visando
vencer a fora centrfuga, os motoristas costumam utilizar o acostamento nas to-
madas das curvas56;
O Auditor deve recolher, no depsito de brita da obra, uma amostra de cada pedra utilizada no TSD. Deve, ento, atravs de uma Caixa Dosadora57, averiguar qual o
consumo ideal de brita para a realizao dos servios. Em seguida, deve averiguar
o volume ocupado pela brita na caixa e multiplic-lo por 10%58, obtendo, assim, a
taxa de ligante (CAP) que deve ser utilizada na obra. Note-se que, quase sempre,
o TSD executado com emulso asfltica, tipo RR-2C, cuja composio apresenta
54 Trata-se de uma alternativa de procedimento de auditoria, uma vez que a norma indica a utilizao de
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