mendonca de barros
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A internacionalização da economia brasileira
Setembro 2012
Condições para uma economia se internacionalizar
1.Estabilidade macro econômica.
2.Confiança na taxa de cambio.
3.Dimensão de seus mercados.
4.Competitividade.
5.Legislação.
A construção da internacionalização da economia brasileira
1.Estabilização da moeda (1994/1996)
2.Estabilidade macro econômica (1997/2000)
3.Fortalecimento das contas externas; fator China (2003/2006)
4.Credibilidade de longo prazo na taxa de cambio (2003/2006)
5.Construção das cadeias de importações (2005/2007)
6.Competitividade; agro negocio e industria.
7.Legislação.
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1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012
Taxa Real de Câmbio Real (BRL-USD)*Base Média de 2007
(*) Deflatores: IPCA e IPC-FGV.Fonte: BCB, IPEA, FGV e IBGE.Elaboração: Quest Investimentos.
Média 1947/2009R$ 2.1 a preços de 2007
O grande ajusteFonte foi externa – Termos de Troca
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20032004
20052006
20072008
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20112012
Termos de Troca e Média 1991/2011Base 2006=100 - Ajustado Sazonalmente
Fonte: Funcex e Quest Investimentos.
Média
Balança Comercial
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2012
SaldoExportações (direita)Importações (direita)
Fonte: MDIC e Quest Investimentos.
Balanço ComercialSaldo Acum. 12m - Em US$ bi
Dívida Pública Total (Líquida)
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30%
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70%
1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012
Dívida Pública Total (Líquida)% PIB (Externa + Interna)
Fonte: BCB e Quest Investimentos.
Reservas Internacionais Líquidas - %PIB
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Reservas Internacionais Líquidas - %PIB
Source: BCB and Quest Investimentos.
Spread sobre 10y US-Bonds
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20042005
20062007
20082009
20102011
2012
Spread sobre 10y US-BondsBenchmarks do Governo Brasileiro (pp)
Fonte: Reuters, BCB, Fed e Quest Investimentos.
O que esperar da próxima década no Brasil
Na economia
Na sociedade
No mercado financeiro
Na agricultura
O que esperar da próxima década no Brasil
Hipóteses assumidas para a construção do cenário a seguir:
• A zona do euro consegue construir uma saída da crise atual, sem crise financeira aguda embora com um longo período de estagnação econômica e social.
• USA consegue sair das eleições de novembro com um programa de ajuste fiscal de longo prazo, criando as condições para uma recuperação lenta do crescimento econômico histórico ( 2 a 3% ao ano) .
• A China continua em sua rota de crescimento econômico, embora a taxas mais modestas ( 7 a 8% ao ano).
O que esperar da próxima década no BrasilNa economia:
• continuidade do crescimento a uma taxa anual entre 3 e 3,5% aa.
• a renda per capita deve crescer ao longo da década chegando a U$17.000 por volta de 2010.
• na região sudeste a renda per capita pode chegar a US$ 24.000.
• mais de 70% dos brasileiros estarão incorporados ao que se chama economia de mercado.
• o desnível econômico entre as diversas regiões do país vão se reduzir continuadamente.
• O setor de serviços deve crescer mais rápido do que a industria, que deve terminar a década representando 10% do PIB.
Brasil: O que esperar para os próximos 10 anos?(2012 – 2020)
Fonte: Quest Investimentos.
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Emergentes x Desenvolvidos:Participações no PIB Mundial (% PPP)
EUA, Euro e Japão
China, India, Brasil, México, Russia e Turquia
Fonte: FMI (1980/2017) e Quest Investimentos (2018/2024)
Projeções FMIe Quest Investimentos.
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2024
EUA e China: Participações no PIB Mundial (% PPP)
Estados Unidos
China
Fonte: FMI (1980/2017) e Quest Investimentos (2018/2024)
Projeções FMIe Quest Investimentos.
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Fonte: Reuters e Quest Investimentos.
CRB em US$ - Índice base 100 = 2007
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GrãosMetaisEnergia
Fonte: Reuters e Quest Investimentos.
CRB em US$ - Índice base 100 = 2007
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GrãosMetaisEnergia
CRB em BRL - Índice base 100 = 2007
Fonte: Reuters e Quest Investimentos.
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GrãosMetaisEnergia
CRB em BRL - Índice base 100 = 2007
Fonte: Reuters e Quest Investimentos.
PIB per Capita
O que esperar da próxima década no Brasil
No mercado financeiro:
• o longo período de estabilidade macro econômica e financeira que prevejo para os próximos anos vai trazer alterações profundas no mercado em função de uma maior confiança e da redução da volatilidade dos acontecimentos, inclusive na política;
• um dos elementos mais importantes deste processo será a redução da divida liquida do governo para níveis abaixo das existentes no mundo desenvolvido – 20% do PIB em 2020 – o que deve levar as agencias de risco a classificar a divida brasileira entre AA e A;
• neste cenário os juros reais nos mercados locais vão convergir para níveis internacionais;
• a busca por investimentos em equities e outros instrumentos ligados a investimentos diretos aumentará de forma importante;
Cenário de queda de juros
Fonte: Tesouro Nacional
Obs.: As NTN-B’s são títulos públicos com rentabilidade vinculada à variação do IPCA, acrescida de juros definidos no momento da compra (cupom). As taxas de cupons apresentadas são referentes aos últimos dias úteis no semestre correspondente.
Redução da relação Divida Publica/ PIB e estabilidade macro econômica vão levar a uma melhora do rating do Brasil
• Até 2015, em função das métricas atuais, o rating do Brasil deve chegar a A• Não há mais razões para os juros no Brasil serem superiores aos de outros paises;
Source: rating agencies and Brazilian Treasury
PIB* População***
Área Agriculturável**
*PIB maior do que US$ 1 tri/ano
** Área Agriculturável maior do que 140 mm ha
*** População maior do que 100 mm
Fonte: FMI, ONU, FAO e Quest Investimentos.
BRAZIL
INDIA
MEXICO
JAPAN
INDONESIA
BANGLADESH
NIGERIA
RUSSIA
EUA
CHINA
SOUTH KOREA
SPAIN
GERMANY
FRANCE
ITALY
CANADA
UK
AUSTRALIA
ARGENTINA SAUDI ARABIA
KAZAKHSTAN
PAKISTAN
PIB, Pop & Área Agriculturável
Alavancas do crescimento no período Lula estão perdendo força e reduzindo o crescimento
econômico:
1. Crédito bancário aos consumidores está chegando a seus limites saudáveis;
2. Os membros da nova classe media, criada nos ultimos anos, estão atingindo limites a seu
endividamento e começando a ter dificuldades para honrar seus compromissos;
3. Maiores taxas de desemprego até 2007 criavam alguma folga no mercado de trabalho permitindo a
expansão do emprego sem e forçar os salários;
4. Pequeno déficit em Transações Correntes abria espaço para o crescimento das importações;
5. Fortalecimento do real acima da sua taxa natural de equilibrio, associado ao aumento de custos
internos de produção, está reduzindo fortemente a competitividade de nossa industria;
6. Existência de alguma folga na infraestrutura do país (portos, estradas e geração de energia) chegou
ao fim e está pressionado os custos internos;
Brasil: Desafios à frente
Baixo nível de desemprego (menor que a NAIRU) e a escassez de mão-de-obra
qualificada elevam os salários acima da produtividade (Curva de Phillips).
O recente ganho real nos salários, tanto do setor público quanto do privado, é
reflexo de um mercado de trabalho apertado e do poder dos sindicatos.
Pontos de estrangulamentos na infra-estrutura criando pressões de custos e
perda de eficiência na logística do país. Um dos setores mais críticos é o da
geração de energia elétrica (fontes mais caras).
Os custos de produção das empresas brasileiras, ao crescer em ritmo acima
dos ganhos de produtividade, reduzem a competitividade local e favorecem as
importações (mesmo no setor agricola como o do etanol e do açúcar).
Brasil: Desafios à frente
1. Estimular apenas o consumo não pode ser a mais prioridade da política econômica pois
não temos mais os excessos de capacidade ociosas ocupadas nos anos Lula.
2. O nome do jogo daqui para a frente será Suply Side Economics.
3. Os principais itens desta nova agenda são:
• Expansão do investimento privado na infra estrutura econômica;
• alivio tributário nos principais imputs do setor industrial;
• Redução da velocidade dos aumentos dos gastos de custeio;
• Política de treinamento profissional em conjunto com o setor privado;
• Aumento da eficiência da gestão de órgãos públicos responsáveis pela regulação do
setor privado;
• simplificação tributaria e redução dos impostos em setores mais expostos à concorrência
internacional;
Agenda para a manutenção do crescimento
Brasil 2020: cenário externo nos próximos anos• O crescimento econômico do Brasil depende também do ambiente externo nos próximos anos;
• O cenário mais provável que acredito contempla as seguintes hipóteses:
• A Europa vai continuar em crise pelos próximos anos e só voltará a crescer com algum vigor por
volta de 2016;
• Mas não contemplo uma saída traumática do euro que poderia ocasionar uma depressão
mundial;
• Os USA vão encontrar após as eleições um caminho de ajuste fiscal de longo prazo que
preserve a credibilidade do dólar;
• Mas mesmo neste cenário, o crescimento econômico será baixo nos anos de 2013 e 2015;
• Mas na segunda metade da década a maior economia do mundo vai reencontrar um novo e mais
estável vigor;
• A China vai continuar crescendo, embora a taxas mais modestas ( 7 a 8 % ao ano) por toda a
década;
• Medido pelo critério de PPP a economia chinesa vai ultrapassar a americana ainda nesta
década;
• O mesmo vai ocorrer com o conjunto dos países emergentes em relação ao chamado G7;
Mundo emergente será o novo polo de crescimento na próxima década.
Demanda por alimentos e eficiência da agricultura brasileira como forças a
serem exploradas.
Clima favoravel, setor privado eficiente e disponibilidade de agua vão fazer a
diferença nos proximos anos.
Endividamento do governo em relação ao PIB no Brasil estará entre os
menores do mundo.
Se mantida a politica fiscal dos ultimos o rating do Brasil poderá chegar a AA
em um mundo pressionado pelo nivel das dividas publicas soberanas.
Brasil 2020: forças de longo prazo a serem aproveitadas
Termos de Troca
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Termos de Troca e Média 1991/2011Base 2006=100 - Ajustado Sazonalmente
Fonte: Funcex e Quest Investimentos.
Média
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IBC-Br (yoy)CRB (yoy) - RHS
Brasil - Ciclo de Crescimento - CRB x IBC-Br*Taxas de Crescimento (% yoy)
(*) Índice de Atividade Mensal do Banco Central (tendência).Fonte: Reuters, BCB e Quest Investimentos.
Ciclo de Crescimento
Crédito – Estoque e Concessão
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Concessão Total média diária (var.% 12m)Estoque Total (yoy%)Concessão Total Média Diária (yoy%)
Crédito - Estoque e Concessão
Fonte: BCB e Quest Investimentos.
Massa Real de Salários
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% yoyTendência
Massa Real de SaláriosVar. yoy
Fonte: IBGE e Quest Investimentos.
Taxa de Desemprego
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DessazonalizadoTrend
Taxa de Desemprego MetropolitanoAjustes Quest Investimentos
Fonte: IBGE e Quest Investimentos (www.questinvest.com.br).
5.5%
Emprego formal - CAGED
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CAGED - Total - Em milharesAjustado Sazonalmente
Fonte: Min. Trabalho e Quest Investimentos.
Produção Industrial
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% yoyTendência
Produção IndustrialEvolução Anual (% yoy)
Fonte: IBGE e Quest Investimentos.
Varejo
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% yoyTendência
Varejo - Crescimento Anual Real (% yoy)(Ex-Autos/Construção)
Fonte: IBGE e Quest Investimentos.
GAP industria e comercio
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jun/04 jun/06 jun/08 jun/10 jun/12
Indústria
Comércio varejista
Fonte: IBGE. Elaboração: MB Associados.
Índice - Base Jan/00=100
Salário Industrial
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2012
US$ (DSZ)MM12m
Salário Médio Industrial BrutoEm US$/mês*
(*) Corrigido pela inflação (PPI) e pelo diferencial deprodutividade industrial (Brasil-EUA).Fonte: IBGE (PIM/PIMES/PIA), BLS e Quest Investimentos.
Endividamento da Pessoa Física
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2007 2008 2009 2010 2011 2012
Amortização (Principal)Juros
Comprometimento da Renda Familiar com Dívidas (%)(mai/12: 14% amortização e 8% juros; serviço total 22%)
Fonte: BCB e Quest Investimentos.
Crédito ao Consumo / PIB
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EUABrasil
Crédito ao Consumo / PIB*EUA x Brasil
(*) Não inclui crédito imobiliário.Fonte: Fed, BEA, BCB e Quest Investimentos.
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Crédito Pessoas Físicas - Novas Concessões Core(Cred. Pessoal e Aquis. Bens) - R$ bi (a preços do último mês)
Fonte: BCB e Quest Investimentos.
Crédito Pessoa Física
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Nível Dez/10em Dez/12
Inclinação: 10% aabase 2000-2012
Crédito Pessoas Físicas - Novas Concessões Core*(Cred. Pessoal e Aquis. Bens) - R$ bi (a preços do último mês)
*Ex-Crédito Rotativo e Cheque EspecialFonte: BCB e Quest Investimentos.
Crédito Pessoa Física
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PIBConcessões PF* (t+6m, RHS)
Concessões:+10% aa
PIB +3.5/4% aa
Crédito Pessoas Físicas e PIBTaxas yoy (%)
*Ex-Crédito Rotativo e Cheque Especial. Fonte: BCB e Quest Investimentos.
O que esperar da economia no ultimo trimestre de 2012
Setembro 2012
Primeira varredura dos últimos quatro meses do ano
Acredito que terminaremos o ano de 2012 com um ambiente de investimentos - no Brasil e no mundo - completamente diverso dos últimos meses.
Será uma transição para 2013 com a volta das analises macro mais estruturais e construtivas em vários mercados.
Nesta passagem poderemos ter correções fortes nos preços de vários ativos, principalmente os ligados a juros.
As moedas emergentes também terão correções fortes em relação ao dólar americano.
Primeira varredura dos últimos quatro meses do ano
Os mercados refletem hoje dois grandes medos: crise de natureza política na Europa e nos USA e, em função da insegurança associada a elas, a possibilidade de um novo mergulho recessivo de dimensão mundial.
Como os investidores não conseguem ter um mínimo de segurança para apostar em uma das duas alternativas possíveis – mergulho recessivo ou recuperação lenta do crescimento – eles se posicionam já há algum tempo na segurança dos títulos de renda fixa e do dólar americano.
Mas existem sinais de que nos últimos meses, principalmente depois que o BCE se posicionou de maneira clara a favor da intervenção – dentro de certos parâmetros – nos mercados de bônus soberanos os riscos associados a uma crise mais seria na zona do euro diminuíram.
Primeira varredura dos últimos quatro meses do ano
Mais do que isto, nos últimos dias parece haver uma posição mais homogênea entre os países do norte da Europa em relação á necessidade de uma nova rodada de ajuda aos países mais endividados, principalmente Espanha e Itália: hoje, sexta feira 17 de agosto, isto ficou bem claro com declarações da chanceler alemã sancionado o programa do BCE no Canadá e de lideres da Holanda e Finlândia sobre uma possível saída do euro.
Mas temos uma agenda importante de eventos relacionados com a zona do euro no inicio de setembro e em outubro que precisará ser vencida para que uma distensão mais clara e duradoura possa ocorrer nos mercados m relação á Europa.
Mas nos USA vai continuar a incerteza em relação ao chamado fiscal Cliff .
Primeira varredura dos últimos quatro meses do ano
Portanto, apenas no último trimestre do ano é que poderemos ter os mercados voltados de forma mais clara para questões econômicas. Neste sentido temos que ficar atento pois se as coisas no nível político acontecerem como espero, teremos um período no final do ano marcado por uma correção muito forte nos mercados de equities, renda fixa e moedas.
Continuo com o call de recuperação da economia no Brasil e na China na virada do ano. Brasil crescendo entre 4 e 55 e china entre 7,5% e 8,0%.
No caso da China os sinais desta recuperação só devem aparecer de maneira clara depois de setembro ou mesmo outubro.
Mas temos que estar atento por que alguns formadores de opinião do mercado podem mudar de posição antes de termos os dados sancionados; mas é preciso ter calma e não queimar a largada.
Acredito na recuperação do crescimento no Brasil no ultimo trimestre
Massa de salários continua a crescer em termos reais ( mais de 6% ao ano).
Com isto a taxa de desemprego deve continuar muito baixa, criando com isto
as condições para que o consumidor se sinta seguro e confiante no futuro.
massa de salários crescendo vai permitir que o ajuste na inadimplência
bancaria continue a ocorrer nos próximos meses de modo que, no ultimo
trimestre do ano, o credito ao consumidor deva voltar a crescer.
toda esta retomada que prevejo deve ocorrer com taxas menores do que a
retomada em 2010 e 2011.
outro fator a se considerar é que na retomada do consumo na virada do
ano os juros reais bem mais baixos nos empréstimos bancários devem
começar a fazer efeito.
da mesma forma, na virada do ano os investidores em aplicações de juros
de curto prazo também começarão a sentir os efeitos de um juros real entre
2 e 3% ao ano.
Acredito na recuperação do crescimento no Brasil no ultimo trimestre
Acredito na recuperação do crescimento na China no ultimo trimestre ou virada do ano
O consumo das famílias continua a crescer a taxas elevadas.
O investimento publico em infra estrutura foi o grande responsável, junto com as exportações de manufaturados, pela desaceleração da economia nos últimos 18 meses.
O governo já começou a, principalmente via os governos locais, a acelerar os investimentos em infraestrutura, que deve começar a impactar a atividade mais na virada do ano, isto é , a partir de outubro ou novembro.
As exportações continuarão fracas pois dependem muito da demanda no mundo desenvolvido que deve continuar frágil ao longo de 2013.
LUIZ GUILHERME PIVA TENDÊNCIAS/DEBATES
O investidor institucional terá de ir à economia real. É ótimo. Aqui, os fundos de pensão alocam 60% em renda fixa. Nos EUA, 62% vão à renda variável
Em termos reais (ou seja, descontando-se a inflação), a taxa de juros básica (Selic) caiu de pouco mais de 6% ao ano em 2010 para cerca de 3% em 2012. Tal redução, num quadro de inflação sob controle, traz uma série de benefícios para a economia brasileira.
Além da desvalorização cambial, positiva para as contas externas e para a atividade produtiva, e do menor custo de financiamento da dívida pública, chamo a atenção para os efeitos produzidos nos investidores e financiadores da atividade produtiva.
À medida que cai o retorno assegurado pelas aplicações em papeis que rendem juros, aumenta a atratividade -e a necessidade- de se alocar recursos na economia real.
Isso impacta, destacadamente, os bancos, cuja oferta de crédito deverá crescer -ampliando o mercado de dívida no Brasil, ainda pequeno- e os investidores institucionais (fundos de pensão), cujo papel como sócios e financiadores do investimento é de extrema importância.
Os investidores institucionais deverão passar a ter maior participação no investimento produtivo, a exemplo do que ocorre em muitos outros países.
Para tal, eles têm o desafio de redirecionar sua carteira, hoje predominantemente voltada à renda fixa (principalmente títulos da dívida pública), para a economia real, mantendo a solvência e a sustentabilidade de seus planos de aposentadoria.
Os fundos fechados de pensão têm hoje ativos de cerca de R$ 600 bilhões, perto de 15% do PIB. Seus investimentos estão alocados da seguinte forma: 60,5% em renda fixa; 30,5% em renda variável (participação direta ou indireta em empreendimentos e empresas); e menos de 10% em outros.
renda fixa (principalmente títulos da dívida pública), para a economia real, mantendo a solvência e a sustentabilidade de seus planos de aposentadoria.
Os fundos fechados de pensão têm hoje ativos de cerca de R$ 600 bilhões, perto de 15% do PIB. Seus investimentos estão alocados da seguinte forma: 60,5% em renda fixa; 30,5% em renda variável (participação direta ou indireta em empreendimentos e empresas); e menos de 10% em outros.
Para assegurar o cumprimento de suas obrigações (passivos), os fundos buscam um patamar mínimo de remuneração. Em geral, ele é de IPCA mais 6% ao ano. Até 2009 (exceto na crise de 2008), os fundos obtiveram retornos, no agregado, de quase o dobro desse patamar. Mas desde então têm tido muito mais dificuldade -que, diante dos juros baixos, só aumentará se a carteira seguir mais orientada à renda fixa.
A comparação com outros países mostra aspectos importantes. Quanto à relação entre ativos dos fundos e PIB, estudo da OCDE, de 2009, mostra percentuais, em dez
economias consideradas maduras (Dinamarca, Irlanda, Canadá, Chile, EUA, Reino Unido, Finlândia, Austrália, Islândia e Holanda), que vão de 45% na Dinamarca a 130% na Holanda, com média de 67%.
Já a alocação de ativos em renda variável (equities), relativa a 2005, é de 43% do total de ativos dos fundos na Holanda, 53% na Austrália, 44% no Japão, 37% na Suécia, 67% no Reino Unido e 62% nos EUA. Chile, Finlândia e Canadá (anos distintos) estão por volta de 40%.
se dediquem à busca de liquidez acima da sustentabilidade e da rentabilidade de longo prazo.
Além de juros e questões regulatórias, alguns estudos comprovam ainda que a alocação tem relação com a idade média da população: quanto mais velha, maior a participação da renda fixa, de retorno mais rápido. Nos países citados, mais de 20% têm 65 anos ou mais. No Brasil somente 7,4% (dados de 2010).
Isso significa que os fundos brasileiros dispõem de bastante espaço para o redirecionamento de seus ativos. Não é necessário que eles
Todo o cenário, portanto, indica maior participação dos investidores institucionais como funding dos investimentos produtivos, com repercussões positivas no mercado de capitais e no crescimento econômico.
LUIZ GUILHERME PIVA, 50, economista, mestre e doutor pela USP em ciência política, é diretor da LCA Consultores. Publicou "A Miséria da Economia e da Política" (Manole)
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