minha história, minha vida - por fernanda barbosa

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Apresentação do painel "Permanência no Campo", realizado na V Jornada Nacional do Jovem Rural e apresentado por Fernanda Barbosa, sócia-fundadora e ex-aluna da EFA Paulo Freire, da Amefa. Saiba mais sobre a V Jornada: http://www.redejovemrural.com.br

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MINHA HISTÓRIA

MINHA VIDA

Sou Fernanda Fortunato Barbosa

nascida em 19 de agosto de 1986

em Mariana – MG.

Sou filha de pais agricultores moradores

da comunidade de Venda Nova - Pinheiros

Altos Piranga - MG.

Aos nove meses de vida tive uma

doença muito grave não morri por

milagre, minha mãe conta que o

médico falou que era meningite.

Saiu um “broto” na minha perna

esquerda que se tornou uma ferida e

logo causou o apodrecimento da

carne no local.

Meus pais não tinham condições

financeiras de bancar um carro

para me levar ao médico. Na

época contaram com a ajuda de

um tio do meu pai que me levou

para a cidade mais próxima, Diogo

de Vasconcelos, ao chegar o

médico examinou-me e viu que

não poderia fazer nada,

então encaminhou- me para a

cidade de Mariana onde permaneci

em tratamento por alguns dias, não

havendo mais recursos fui

encaminhada para Belo Horizonte

onde fiquei internada por 45 dias

em local isolado. Minha mãe ia me

visitar de 15 em 15 dias, pois tinha

mais dois filhos pequenos.

Um dia quando meus Pais

trabalhavam, um parente chegou

e disse que tinha uma notícia

ruim, logo minha mãe imaginou

que eu estivesse morrido, só

que, para sua surpresa, o tio do

meu pai que estava ajudando-o

havia falecido.

Hoje já não se sabe se a

doença que tive foi mesmo

meningite. As seqüelas da

doença nunca me impediram de

fazer nada, jogava bola,

estudava, trabalhava como

todos.

Quando criança minha mãe e

minha avó paterna fazia parte da

coordenação da igreja de Nossa

Senhora de Lourdes de Venda

Nova, eu e minhas irmãs

coroávamos a santa todo mês

de Maria e no mês de fevereiro

durante a festa de Nossa

Senhora de Lourdes.

Quando me tornei adolescente

cantava no coral da

igreja, participava de grupo de

jovens, grupo de crisma, de

todas as atividades da igreja e

culturais da comunidade como

festas juninas, folia de

reis, encomendação das almas e

futebol.

Para estudar de 1ª a 4ª série

tinham uma escola municipal

perto da minha casa, nesta

época meus pais foram para São

Paulo trabalharem, pois a

situação não estava

fácil, estavam endividados,

um pouco ainda por causa da

minha doença e por causa da

construção da casa, e eu e meus

irmãos ficamos com os avôs

maternos.

Quando formei a 4ª série em

1997 minha mãe voltou de São

Paulo e meu pai continuava indo

e vindo. Para estudar de 5ª a 8ª

era mais difícil, pois a escola

ficava a 18 KM de

distância, tinha ônibus da

prefeitura, mais quando

chovia, ou ia a pé ou

faltava, cheguei a ir a pé alguns

vezes,

confesso que era mais para não

trabalhar em casa, apesar de

sempre gostar muito de estudar.

Ao concluir o ensino

fundamental em 2001 fiquei sem

opção de estudar, pois a escola

ficava a 36 KM de distância e a

aula era a noite. Então fiquei

sem estudar.

Em 2002 quando colhia feijão

apareceu em minha casa um

moço chamado Gilmar que

falava de uma escola diferente

chamada EFA com curso técnico

em agropecuária, trazia consigo

a ficha de inscrição para o curso

e pedia sugestão para a escolha

do nome do curso.

Foi quando me inseri na criação

da Escola Família Agrícola Paulo

Freire, participei de todo trabalho

de base, reuniões, criação da

Associação e em 2004 iniciei os

estudos na EFA Paulo Freire.

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