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MINISTÉRIO DA AGRICULTURA
A N E X O I
P r i n c i p a i s c a r a c t e r í s t i c a s d a C A R N E D E B O V I N O B A R R O S Ã O
1 . D e - f i n i ç ã o
E n t e n d e - s e p o r C a r n e d e B o v i n o B a r r o s ã o a s carcaças, o u a s p e ç a s e m b a l a d a s e r e f r i g e r a d a s , o o t i d a s a p a r t i r d e a n i m a i s d a R a ç a B a r r o s ã , i n s c r i t o s n o R e g i s t o Z o o t é c n i c o o u n o L i v r o G e n e a l ó g i c o d a R a ç a B a r r o s ã , f i l h o s d e p a i e m ã e i n s c r i t o s n o R e g i s t o Z o o t é c n i c o o u n o L i v r o G e n e a l ó g i c o d a R a ç a B o v i n a B a r r o s ã .
2 . C a r a c t e r í s t i c a s d a s C a r c a ç a s
2 . 1 - P o d e m b e n e f i c i a r d o u s o d a D e n o m i n a ç ã o d e O r i g e m a s carcaças d e v i t e l a , n o v i l h o e v a c a . o u a s p e ç a s d e l a s p r o v e n i e n t e s , n a s s e g u i n t e s c o n d i ç õ e s :
V i t e l a - carcaças d e a n i m a i s a b a t i d o s e n t r e o s 5 e o s
9 m e s e s d e i d a . d e , com um p e s o c o m p r e e n d i d o e n t r e 70 e 1 3 0 k g
N o v i l h o - Carcaças d e a n i m a i s a b a t i d o s e n t r e o s 9 e o s 3 6 m e s e s de i d a d e , com um p e s o mínimo a e 1 3 0 k g
V a c a - carcaças d e a n i m a i s a b a t i d o s e n t r e o s 3 e o s 4 a n o s , c o m um p e s o m í n i m o de 130 kg "
2 . 2 - A s carcaças d e v e m o b t e r a c l a s s i f i c a ç ã o U . R . Q . P .
( v i t e l a ) , S . E . U . R . O . ( n o v i l h o ) . E . U . R . Q . P . ( v a c a ) , d e a c o r d o c o m a s N o r m a s d e C l a s s i f i c a ç ã o p r e v i s t a s n o R e g u l a m e n t o ( C E E ) n 2 1 0 2 6 / 9 1 . d e 2 2 d e A b r i l d e 1 9 9 1 .
2 . 3 - A g o r d u r a é d e c o l o r a ç ã o v a r i á v e l , s e n d o b r a n c a a b r a n c o s u j o ( v i t e l a ) , branca a c r e m o s a ( n o v i l h o ) e b r a n c o s u j o ( v a c a ) . A s c a r c a ç a s d e v e m o b t e r a c l a s s i f i c a ç ã o 1 , 2 o u 3 , d e a c o r d o c o m a s N o r m a s d e C l a s s i f i c a ç ã o j á r e f e r i d a s s ó
s e n d o p e r m i t i d a a c l a s s i f i c a ç ã o 4 em c a r c a ç a s " d e s t i n a d a s à d e s m a n c h a .
2 . 4 - C o r - A c o r é v a r i á v e l , s e n d o r o s a d o a v e r m e l h o c l a r o ( v i t e l a ) , v e r m e l h o c l a r o ( n o v i l h o ) e v e r m e l h o e s c u r o ( v a c a ) .
2 . 5 - C h e i r o e s a b o r - em t o d a s a s c l a s s e s , o c h e i r o e o s a b o r s ã o " s u i g e n e r i s "
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA
3 . O b t e n ç ã o d o p r o d u t o
A i d e n t i - f i c a ç ã o d o s a n i m a i s , o s a n e a m e n t o e a a s s i s t ê n c i a v e t e r i n á r i a , o s i s t e m a d e p r o d u ç ã o . a a l i m e n t a ç ã o , a s s u b s t â n c i a s d e u s o i n t e r d i t o e a s c o n d i ç õ e s a o b s e r v a r n o a b a t e e c o n s e r v a ç ã o d e carcaças, s ã o o s r e f e r i d o s n o r e s p e c t i v o C a d e r n o d e E s p e c i f i c a ç õ e s .
4 . A p r e s e n t a ç ã o c o m e r c i a l
A CARNE DE BOVINO BARROSÃO p o d e - s e a p r e s e n t a r c o m e r c i a l m e n t e em carcaças o u em p e ç a s a c o n d i c i o n a d a s em s a c o s o u em r e c i p i e n t e s p l á s t i c o s d o s q u a i s c o n s t e a m e n ç ã o " C a r n e d e B o v i n o B a r r o s ã o . D e n o m i n a ç ã o d e O r i g e m " , p a r a a l é m d a marca d e c e r t i - f i c a ç ã o a p o s t a p e l o r e s p e c t i v o O r g a n i s m o P r i v a d o d e C o n t r o l o e C e r t i f i c a ç ã o .
ANEXO I I
AREA G E O G R Á F I C A DE PRODUÇÃO
A á r e a g e o g r á f i c a d e p r o d u ç ã o ( n a s c i m e n t o , c r i a e a b a t e d o s a n i m a i s ) e s t á c i r c u n s c r i t a a o s c o n c e l h o s d e A m a r e s , B r a g a , C a b e c e i r a s d e B a s t o , C e l o r i c o d e B a s t o , F a f e , G u i m a r ã e s , P ó v o a d e L a n h o s o , T e r r a s d o B o u r o , V i e i r a d o M i n h o , V i l a V e r d e , F e l g u e i r a s , P a ç o s d e F e r r e i r a , A r c o s d e V a l d e v e z , M e l g a ç o , M o n ç ã o , P o n t e d a B a r c a , P o n t e d e L i m a , P a r e d e s d e C o u r a , V a l e n ç a , B o t i c a s e M o n t a l e g r e .
M I N I S T É R I O D A A G R I C U L T U R A
I M A I A A — INSTITUTO DOS MERCADOS AGRÍCOLAS
E INDÚSTRIA AGRO - ALIMENTAR
A V I S O
R E C O N H E C I M E N T O D E O R G A N I S M O P R I V A D O D E
C O N T R O L O E C E R T I F I C A Ç Ã O
D e a c o r d o c o m o d i s p o s t o n o D e s p a c h o N o r m a t i v o n ° 2 9 3 / 9 3 , d e 1 d e O u t u b r o . o a g r u p a m e n t o " C A P O L I B C O O P E R A T I V A A G R Í C O L A D E B O T I C A S , C R L " p r o p S s , c o m o O r g a n i s m o P r i v a d o d e C o n t r o l o e C e r t i f i c a ç ã o d o s p r o d u t o s b e n e - f i c i á r i o s d a D e n o m i n a ç ã o d e O r i g e m " C A R N E D E B O V I N O B A R R O S Ã O " . a " A s s o c i a ç ã o N O R T E E Q U A L I D A D E - I N S T I T U T O D E C E R T I F I C A Ç Ã O D E P R O D U T O S A G R O - A L I M E N T A R E S " .
V e r i f i c a d a a c o n f o r m i d a d e d a c a n d i d a t u r a c o m o d i s p o s t o n o s n ° s 1 , 2 e 3 d o A n e x o I V d o c i t a d o D e s p a c h o N o r m a t i v o n Ç 2 9 3 / 9 3 . e d e a c o r d o c o m o p r o c e d i m e n t o p r e v i s t o n o s e u n 2 5 , t o r n o p ú b l i c o o s e g u i n t e :
1 - A A s s o c i a ç ã o N O R T E E Q U A L I D A D E - I N S T I T U T O D E C E R T I F I C A Ç Ã O D E P R O D U T O S A G R O - A L I M E N T A R E S é r e c o n h e c i d a c o m o o r g a n i s m o p r i v a d o d e c o n t r o l o e c e r t i f i c a ç ã o d o s p r o d u t o s b e n e f i c i á r i o s d a D e n o m i n a ç ã o d e O r i g e m " C A R N E D E B O V I N O B A R R O S Ã O " .
2 - A m a n u t e n ç ã o d e s t e r e c o n h e c i m e n t o o b r i g a a o
c u m p r i m e n t o d o d i s p o s t o n o n £ 8 d o A n e x o I V d o c i t a d o D e s p a c h o N o r m a t i v o nfi 2 9 3 / 9 3 e , n o m e a d a m e n t e , a o e n v i o , p a r a o I M A I A A , a t é 3 1 d e J a n e i r o d e c a d a a n o . d a l i s t a d e p r o d u t o r e s e t r a n s f o r m a d o r e s s u j e i t o s a o r e g i m e d o c o n t r o l o e c e r t i f i c a ç ã o , b e m c o m o d o r e l a t ó r i o d e a c t i v i d a d e s d e s e n v o l v i d a s n o a n o a n t e r i o r .
I n s t i t u t o d o s M e r c a d o s A g r í c o l a s e I n d ú s t r i a A g r o - A l i m e n t a r ,
( J o s é A r m i n d o * í s i d o r o C a b r i t a )
Rua Padre Amónio Vieira, l-8.« - Apartado 1887 - 1018 LISBOA Codex
Caderno de Especificações da Denominação de Origem " C A R N E DE BOVINO B A R R O S Ã O
C A D E R N O D E E S P E C I F I C A Ç Õ E S D A
D E N O M I N A Ç Ã O D E O R I G E M
" C A R N E D E B O V I N O B A R R O S Ã O '
1. Introdução:
A carne de Bovino da Raça Barrosã, dada a sua elevada qualidade, é referida desde à
longa data em diversas obras, literárias e científicas.
Manuel Garcia, no seu trabalho "Raça Bovina Barrosã", publicado no Boletim
Pecuário Número 1 de 1964, afirmava:
"(•••) Em consequência do incremento comercial dos bois cevados para exportação
(...) a raça barrosã mais cevatriz. ocupou todo o território até ao rio Minho (...).
A criação barrosã apurou-se então extremamente com o fim de produzir almalhos que.
recriados e cevados, atingiam conformações e pesos excelentes.
Esíe penodo aúreo da raça ocupou a segunda metade do século passado, no fim do
qual deve íer alcançado o seu apogeu."
Mais adiante afirmava:
"Parece tocar o inverosímil que raça tão bem dotada, contando por quase 200.000
os seus representantes, o que a deve colocar no segundo lugar dos nossos efectivos bovinos,
perfeitamente adaptada à região de grande densidade pecuária que povoa, tendo tantos e
tão grandes apreciadores (...)."
A finalizar, em considerações finais, apresentava como sétimo ponto básico
indispensável para conseguir o melhoramento do gado da Raça Barrosã:
Caderno de Especificações da Denominação de Origem "CARNE D E BOVINO B A R R O S Ã O 3
"7 - Estabelecimento de tabelas oficiais de compra de gado com cotação superior
para os bois barrosões em relação a outras raças e preferência da sua carne para "talhos
extra".
No "Estudo de Fomento Pecuário para a Sub-Região Norte Interior (Trás-os-Montes)"
publicado em 1978 pela Secretaria de Estado do Fomento Agrário (por Despacho de
12/5/1972), acerca da Raça Barrosã era afirmado:
"De pequeno tamanho, rústica e enérgica, pelo trabalho mais avantajada no terço
anterior, «culpou» sempre a penúria alimentar do Inverno pela precocidade que nunca teve mas
foi buscar à consanguinidade do isolamento, a tenrura e finura da carne que fez aguar os
súbditos de sua magestade britânica, os quais, aos barcos cheios e por bom dinheiro,
levaram para a velha Albion, por meados do século XIX, a mais saborosa alcatra da
Europa (só de Janeiro a Julho de 1882, Portugal exportou para Inglaterra, 16.708
cabeças, a maioria das quais de raça barrosã)".
2. Definição do Produto.
2.1. Denominação:
"CARNE DE BOVINO BARROSÃO".
2.2, Descrição do Produto
Descrição do Produto: só poderá beneficiar da denominação de origem "CARNE DE
BOVINO BARROSÃO" a carne de animais que respeitem os processos de produção e
certificação estabelecidos neste caderno de normas de produção.
* classes de produto:
a) Vitela: carne proveniente de um animal destinado ao abate, inscrito no Registo
Zootécnico ou Livro Genealógico da Raça Barrosã, produzido na zona de produção de carne da
raça bovina barrosã, conforme definida no ponto 1.5. deste caderno de normas de produção,
explorado em regime extensivo, com idade compreendida entre os cinco e os nove meses, do
sexo feminino ou masculino e permanecendo com a mãe durante esse período.
b) Novilho: carne proveniente de um animal destinado ao abate, inscrito no Registo
Zootécnico ou Livro Genealógico da Raça Barrosã, produzido na zona de produção de came da
raça bovina barrosã, conforme definida no ponto 1.5. deste caderno de normas de produção,
Caderno de Especificações da Denominação de Origem "CARME DE BOVINO BARROSÃO " 4
• vitela: classes U, R, O e P.
• novlho: classes S, E, U, R e O.
• vaca: classes E, U, R, O e P.
explorado em regime extensivo, com idade compreendida entre os nove meses e os três anos,
do sexo feminino ou masculino.
c) Vaca: carne de um animal destinado ao abate, inscrito no Registo Zootécnico e/ou
no Livro Genealógico, produzido na zona de produção de carne da raça bovina barrosã,
conforme definida no ponto 1.5. deste caderno de normas de produção, explorados em regime
extensivo, com uma idade mínima de três anos e máxima de quatro, do sexo feminino ou
masculino.
2.3. Caracerísticas da Carcaça:
a) de Vitela:
Carcaça de animais da classe definida na alínea correspondente do ponto anterior,
com um peso mínimo de 70 kg e máximo de 130 kg e idade compreendida entre os cinco e os
nove meses, cuja cor do músculo varia entre o tom rosado e o vermelho claro e a da gordura
entre o branco e o branco sujo. Quando provada a carne é tenra, suculenta e saborosa a muita
saborosa.
b) de Vaca:
Carcaça de animais da classe definida na alínea correspondente do ponto anterior,
com idade compreendida entre os três e os quatro anos e com um peso mínimo de 130 kg. cujo
músculo tem cor vermelha escura e a gordura branco sujo. Quando provada a carne
demonstra-se não tão tenra mas igualmente suculenta e saborosa.
c) de Novilho:
As características da cracaça dos animais integrados na classe novilhos variam dentro
dos limites definidos para as outras duas classes.
2.4. Classificação de carcaças admitida:
A classificação das carcaças será feita de acordo com a grelha comunitária constante
no regulamento (CEE) 1026/91. Consoante as classes definidas no ponto 2.3., as carcaças
classificar-se-ão da seguinte forma:
Caderno de Especificações da Denominação de Origem "CARNE DE BOVINO B A R R O S Ã O 5
Quanto ao estado de gordura, as carcaças com classificação 4 só poderão ser alvo de
certificação quando se destinerem a ser desmanchadas. Excluem-se as carcaças com
classificação 5.
2.5. Peças e categorias:
Para todas as classes anteriormente referidas, será adoptada a seguinte
classificação das peças açougueiras:
Extra: Lombo; Vazio.
I a Categoria: Acém-redondo; Aeém-comprido: Alcatra: Pojadouro; Rabadilha: Chã de
Fora: Pá (agulha, cheio. sete. espelho).
2 a Categoria: Restos de Pá; Aba Grossa; Maçã do peito: Cachaço; Coberta do acém:
Chambão da pá e chambào da perna.
3 a Categoria: Aba delgada; Aba das costelas; Prego do peito; Rabo.
2.6. Forma de Apresentação
As peças ou suas porções serão apresentadas embaladas com as etiquetas
identificativas da denominação de origem e da entidade certificadora devidamente apostas.
Caso a venda seja feita a retalho, a carne deverá ser vendida em separado, devidamente
identificada, sempre que possível através do carimbo identificativo da denominação de origem.
Nas carcaças, meias carcaças e respectivos quartos, quando vendidos por inteiro,
deverá ser aposto o carimbo corrido identificativo da denominação de origem.
2.7. Área Geográfica de Produção:
A Área Geográfica de Produção de came da raça bovina barrosã é limitada aos
Concelhos de Amares, Braga, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Fafe, Guimarães,
Póvoa de Lanhoso, Terras de Bouro, Vieira do Minho e Vila Verde do Distrito de Braga; aos
Concelhos de Felgueiras e Paços de Ferreira do Distrito do Porto; aos Concelhos de Arcos de
Valdevez, Melgaço, Monção, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Paredes de Coura e Valença do
Distrito de Viana do Castelo; e ainda aos Concelhos de Boticas e Montalegre do Distrito de
Vila Real.
Caderno de E specif icações da D enominacão de Origem "CARNE DE BOVINO BAR R O SÃO '' 6
3. Condições de Produção.
3.1. Elementos que Justificam a Relação do Produto com o Meio:
A criação de bovinos da Raça Barrosã ocorre em algumas regiões bastante deprimidas
do Norte de Portugal, o Barroso e as áreas de montanha do Entre Douro e Minho. Estas são
zonas se enquadram na descrição feita pela definição dos segundo e terceiro problemas tipo de
desenvolvimento, apresentada pela comunicação da Comissão das Comunidades Europeias em
29 de Julho de 1988, "O Futuro do Mundo Rural": zonas com desvantagens naturais, infra
estruturais e estruturais, de acesso geralmente difícil onde se regista um despovoamento
resultante do abandono das terras por parte das populações autóctones.
Nestas situações as estratégias de desenvohimento passarão pela prática cie uma
agricultura extensiva de qualidade, com o objectivo de fixar as populações cujos rendimentos
auferidos pela realização da actividade agrícola não são .suficientes, e apostando no potencial
endógeno regional, preservando o ambiente e o património cultural.
Característicos daquele tipo de regiões agrícolas, os sistemas de produção orientam-se
sobretudo para o auto-consumo familiar. Neste contexto, o Bovino Barrosão assume assim uma
importância determinante quer para a auto-reprodução desses sistemas, quer para a economia
familiar das pequenas explorações.
De facto, os animais desta Raça não só constituem, muitas vezes, praticamente a única
fonte de receitas monetárias da família-exploração como garantem a viabilização da maioria das
produções agrícolas aí praticadas, quer pela reciclagem e introdução de maiores quantidades de
nutrientes nos ciclos energéticos, quer, simuitanemaente, pela manutenção dos elevados teores
de matéria orgânica nos solos dessas zonas. Acresce ainda que o Bovino Barrosão é alimentado
à base de sub-produtos de culturas vegetais, que não lhe são dirigidas, e pelo pastoreio em
pastagens naturais das áreas baldias, sólida base de sustentação de uma agricultura
marcadamente extensiva, as quais de outra forma não seriam tão pouco integradas nos sistemas
de aproveitamento dos recursos naturais.
É a conjugação de todos estes factores, a forma de maneio, a alimentação do gado, e
raça e o clima que conferem à carne dos animais da Raça Bovina Barrosã as características
sensoriais que lhe são próprias e que a tornam diferente de todas as outras carnes de bovino.
Assim, os sistemas de produção em que o gado barrosão se enquadra, caracíerizam-se
particularmente pela sua grande susceptibilidade quer às condições naturais, quer ao
enquadramento estrutural em relação aos quais se processa a actividade agrícola. No entanto, a
sua facilidade de adaptação é bastante elevada.
Caderno de Especificações da Denominação de Origem "CARNE D E B O V I N O B A R R O S Ã O " 7
Assentes na exploração dos recursos naturais disponíveis, extremamente expostos às
dificuldades resultantes da inexistência de um quadro de aplicação de mecanismos de mercado
que garantam a estabilidade dos seus rendimentos e a inexistência de um processo de
desenvolvimento orientado que garanta a melhoria das condições de vida dos agricultores destas
zonas, são as principais características destes sistemas de produção. Nesta perspectiva, a
promoção e valorização da carne dos bovinos da raça Barrosã, torna-se um meio indispensável
e efectivo para a prossecução dos objectivos apontados.
3.2. Descrição do Sistema de Produção:
Os sistemas de produção que enquadram a criação de bovinos da Raça Barrosã
earacterizam-se essencialmente pelo pastoreio livre das pastagens naturais das áreas baldias
durante grande parte do ano, por vezes em vezeira, e pelo fornecimento de sub-produtos
naturais de algumas culturas, como, por exemplo, a batata, o milho, o centeio, as couves, etc. e
ainda focagens produzidas na exploração. A estabulação permanente do gado apenas se
verifica em alguns dias durante o Inverno, quando o mau tempo impede a sua saída para o
monte.
A primeira cobrição das novilhas ocorre entre os 18 e os 24 meses de idade. A
cobrição é quer naturalmente, pelos touros existentes nos postos de cobrição. quer pelo recurso
à mseminaçào artificial.
Na alimentação dos animais utilizam-se exclusivamente produtos naturais. Em caso
algum é permitido o emprego de produtos que possam interferir no ritmo normal de
crescimento e desenvolvimento dos animais, tais como concentrados comerciais, hormonas,
antibióticos e sulfamidas.
3.3. Identificação dos animais:
Apenas a carne dos animais inscritos no Registo Zootécnico / Livro Genealógico da
Raça Barrosã poderá beneficiar da denominação de origem. Apenas poderão beneficiar da
certificação pela denominação de origem os animais submetidos a controlo pela entidade
certificadora desde a sua nascença.
Todos os animais da raça bovina barrosã pertencentes a uma exploração inscrita nos
registos da denominação de origem, serão identificados individualmente pela aplicação de dois
brincos, um do Sistema de Identificação Animal e outro aplicado pelo Registo Zootécnico /
Livro Genealógico.
A marcação dos animais deverá ser feita nos seus três primeiros meses de vida.
Caderno de Especificações da Denominação de Origem " C A R N E D E BOVINO B A R R O S Ã O 8
3.4. Condições de Elegibilidade das Explorações:
Apenas podem ser inscritas no registo de explorações da denominação de origem as
unidades de produção que:
-na unidade de produção que inscrevem não detenham outros bovinas que não sejam
da Raça Barrosã tal como definido no ponto anterior;
-inscrevam todo o efectivo bovino;
-se comprometam a cumprir as normas de maneio, reprodução e sanidade indicadas
neste caderno bem como todas as outras que venham a ser adoptadas;
-requeiram, voluntariamente, esse estatuto ao agrupamento de produtores.
3.5. Exclushidade da Produção:
Apenas poderão produzir animais para beneficiação-pela denominação de origem as
explorações inscritas no registo de explorações detido pelas Associações de Criadores e que se
comprometam a cumprir simultaneamente cada uma das condições apresentadas no ponto
anterior.
3.6. Garantia sobre a Origem Geográfica do Produto:
Apenas poderá beneficiar da Denominação de Origem "CARNE DE BOVINO
BARROSÃO" a carne de animais produzidos em explorações elegíveis, como definido no
ponto 3.4. deste caderno de especificações, abrangidas pela área geográfica de produção, como
definido no ponto 2.5. do mesmo caderno, e que simultaneamente cumpram o disposto relativo
à identificação dos animais, como definido no ponto 3.3. deste caderno de especificações e que
beneficiem das condições de transporte, repouso e transformação referidas nos pontos 4 e 5
deste caderno de especificações.
3.7. Registos:
1. Em cada exploração deverão existir os seguintes registos:
-cartão de identidade, indicando a ascendência do animal, e ficha de sanidade de cada
animal;
-ficha de estábulo, a qual deverá comportar nomeadamente: a lista dos animais
presentes por categoria com o respectivo número auricular de identificação, a data das diversas
intervenções sanitárias, as compras e as vendas, as mortalidades e as substituições.
Caderno de Especificações da Denominação de Origem " C A R N E DE BOVINO B A R R O S Ã O 9
2. Em cada matadouro deverão existir registos:
-dos números de abate dos animais e sua correspondência com os números auriculares
de identificação;
3. Em cada sala de desmancha e embalagem deverão existir registos:
-de recepção e expedição de produto;
-da correspondência entre os números das marcas de certificação recebidas e emitidas.
4. Cada ponto de venda deverá deter registos, diariamente actualizados:
-das entradas e vendas de carne certificada;
-das marcas de certificação detidas e entregues ao consumidor;
5. Na entidade certificadora deverão existir os seguintes registos e documentos:
-registo de explorações:
-comprovativo da adesão do produtor à denominação de origem;
-registo de matadouros;
-registo de salas de desmancha e embalagem; "
-registo de pontos de venda;
-lista das marcas de certificação emitidas (indicando a data de emissão, o número da
marca de certificação e a entidade que beneficiou);
-das entregas dos cadernos de expedição pré-numerados emitidos (os quais deverão
garantir a reconstituição da carcaça) onde deverá ser registada a correspondência das
expedições com as marcas de certificação emitidas que acompanharão e identificarão as
carcaças, meias-carcaças ou os seus quartos do matadouro até à sala de desmancha e
embalagem ou talhante. Os registos contidos nestes cadernos serào centralizados mensalmente.
-listas de abate enviadas mensalmente pelo agente habilitado pela entidade
certificadora (indicando os números de identificação dos animais e os respectivos números de
ordem no matadouro);
-correspondência entre as marcas de certificação utilizadas e por cada uma das
entidades da fileira de produção.
-relativamente a cada matadouro, dos códigos, nomes dos criadores, endereços e
números das explorações de proveniência dos animais abatidos;
3.8. Sanidade:
Os criadores deverão seguir o plano de profilaxia determinado pelos serviços oficiais,
de acordo com a legislação em vigor, e permitir a realização de todos os tratamentos e/ou
vacinações considerados necessários.
Caderno de Especificações da Denominação de Origem "CARNE DE BOVINO BARROSÃO " 10
Todos os tratamentos veterinários deverão ser prescriptos por um médico veterinário,
sendo tal facto registado na ficha sanitária do animal.
O abate deverá respeitar o intervalo de segurança mínimo determinado pelo médico
veterinário.
4. Condições de Transporte e Repouso antes do Abate.
Em qualquer circunstância, a sobrecarga de animais será evitada.
O percurso será o mais curto possível, desde a exploração ao matadouro auiorizado
mais próximo.
O embarque e desembarque e a transposição de qualquer outro percurso que os
animais tenham que percorrer far-se-ào calmamente devendo existir em cada matadouro os
meios necessários para que sejam evitados traumatismos nos animais.
Nos locais de espera que possam existir os animais serão mantidos separado? em
"boxes". Nesses locais as camas serão de palha e ser-lhes-?. fornecida água à descrição.
5. Transformação.
5.1. Condições de Abate.
Só poderão ser abatidos os animais que cumpra::: as regras definidas pela legislação
em vigor relativas ao abate.
Os: animai* «erão abatidos em Matadouros específicos credenciados pela entid?de
certificadora e autorizados pelo agrupamento detentor do uso da Denominação de Origem,
devendo a calendarização do abate ser estabelecida previamente de forma a garantir a presença
da entidade certificadora.
Xos locais de estabulação dos matadouros inscritos no registo da denominação de
origem existirá, durante o período de repouso anterior ao abate, uma perfeita separação entre
as reses que estão inscritas e as que não estão.
Os matadouros deverão garantir boas condições tecnico-sanitárias, nomeadamente no
que diz respeito às condições de estabulação, de limpeza e higiene, formação técnica do pessoal
responsável pelo abate e preparação da carcaça e às condições de frio (quer para a maturação
da carne das carcaças abatidas quer para a sua armazenagem).
Caderno de Especificações da Denominação de Origem "CARNE DE BOVINO BARROSÃO 11
Os animais candidatos à certificação serão abatidos em série completa e ininterrupta no
mesmo dia.
S ó poderão ser expedidas, com certificação pela denominação de origem, carcaças,
meias carcaças e os seus quartos para salas de desmancha e distribuição e pontos de venda
inscritas.
Um agente a designar pela entidade certificadora deverá deslocar-se a todos os
matadouros para acompanhar os abates e efectuar os controlos indicados neste caderno de
normas de produção e outros que a entidade certificadora considerar necessários.
5.2. Condições de Desmancha e Kmbalasem.
Só será autorizada a desmancha e embalagem em saias controladas peia entidade
certificadora e autorizadas pelo agrupamento detentor do uso da Denominação de Origem.
Apenas esias poderão desmanchar as carcaças e peças destas e expedi-las para o mercado com
marcas de certificação.
As salas de desmancha e embalagem deverão responder às condições higienico-
sanitárias exigidas pela legislação em vigor.
5.3. Condições de Venda.
Quaisquer dos pontos de venda ao público (talhos, "boutiques", grandes superfícies ou
restaurantes) deverá ser controlado pela entidade certificadora e autorizado pelo agrupamento
detentor do uso da Denominação de Origem. A autorização só poderá ser concedida àqueles
cujas condições higienico-sanitárias esteiam em cottformidade com a legislação em vigor.
Nos casos em que a carne seja vendida a retalho, não embalada, deverá ser exposta
separadamente e/ou deverá haver exclusividade de vendas em determinados dias. Em todos os
casos a entidade certificadora garantirá a identificação e procedência das peças e/ou das suas
porções e zelará para que sejam evitadas quaisquer confusões ao nível do consumidor. No
ponto de venda deverão estar disponíveis para o consumidor folhetos de divulgação onde
constem as mesmas indicações constantes na etiqueta da denominação de origem aposta nas
embalagens.
Em qualquer ponto de venda deverá ser exibida a "Placa Identificativa" de autorização
de venda em lugar bem visível para o consumidor, devendo aquela ser retirada se for retirada a
autorização de venda ao estabelecimento.
Caderno de Especificações da Denominação cie Origem ''CARNE DE BOVINO BARROSÃO 12
6.Aposição da Marca.
O registo da Denominação de Origem "CARNE DE BOVINO BARROSÃO" será
requerido pela Cooperativa Agrícola de Boticas.
A entidade detentora do uso da denominção de origem é responsável pela sua aposição
nas carcaças e nas embalagens. A tarefa da certificação será adjudicada pela entidade detentora
da denominação de origem a uma entidade competente, a entidade certificadora.
O agrupamento de produtores adoptará e registará um emblema como símbolo gráfico
da denominação de origem, informando as entidades competentes da sua adopção. Este
emblema deverá figurar nos carimbos e selos apostos nas carcaças, meias-carcaças e seus
quartos expedidos pelos matadouros e nas etiquetas apostas nas embalagens das peças eou suas
porções expedidas pelas salas de desmancha c embalagem.
Nas salas de desmancha e embalagem, quando a came for expedida embalada apor-
se-á, sobre a embalagem a etiqueta identificativa do produto. Esta etiqueta não poderá ser re
utilizada e deverá ser aposta sobre uma embalagem transparente.
7. Rótulo.
Em todas as porções de came certificada será aposto o respectivo rotulo
identificativo, do qual se anexa o respectivo projecto (ANEXO I).
8. Condições Gerais de uso da Denominação de Origem " C A R N E DE BOVINO BARROSÃO".
O uso da Denominação de Origem "CARNE DE BOVINO BARROSÃO" fica
reservado aos Produtores que cumulativamente:
a) estejam expressamente autorizados para o efeito pela entidade detentora da
Denominação de Origem.
b) tenham a sua exploração localizada no interior da área geográfica de produção.
c) respeitem todas as regras de produção constantes neste caderno de especificçações.
d) se comprometam, por escrito, a não comercializar como "CARNE DE BOVINO
BARROSÃO", carne com outras origens e/ou características.
e) se submetem ao regime de controlo que vier a ser estabelecido pela entidade de
controlo e certificação.
Caderno de Especificações da Denominação de Origem "CARNE DE BOVINO BARROSÃO 13
9. Certificação.
A entidade de controlo e certificação da carne com a denominação de origem
"CARNE DE BOVINO BARROSÃO" será o instituto "NORTE E QUALIDADE -
INSTITUTO DE CERTIFICAÇÃO DE PRODUTOS AGRO-ALIMENTARES".
O instituto de certificação emite as marcas de certificação. A marca de certificação
será acompanhada por um documento o qual será preenchido por um agente habilitado pela
entidade certificadora desde que o circuito seja conhecido.
A cada marca de certificação corresponderá um documento no qual deverão constar
as seguintes indicações: número da marca, código da exploração de origem do animal.
/ identificação do matadouro, número de ordem da carcaça dentro do matadouro, peso da
carcaça e data de abate, identificação da saia de desmancha e embalagem, número de ordem
das carcaças, meias carcaças, quartos ou suas peças dentro da sala de desmancha e embalagem,
identificação dos receptores das peças embaladas ou a retalho e do agente certificador. data de
emissão da marca de certificação e de recepção e expedição do produto em cada um dos elos
da fileira de produção.
Nos documentos que acompanham as marcas de certificação correspondentes a peças
e suas porções expedidas pelas salas de desmancha deverá ser indicada a origem da peça.
10. Controlo.
De um modo geral, todos os dispositivos de controlo deverão estar delineados por
forma a que em cada estádio da fileira de produção se possa facilmente determinar a origem do
produto permitindo chegar facilmente a todos os elos da cadeia de produção situados a
montante.
A desclassificação dos animais, peças e suas porções poderá ser realizada pelo
Instituto de Certificação em qualquer fase da sua produção, segundo o estabelecido neste
caderno de normas de produção e em concordância com o derterminado por aquele Instituto.
É expressamente proibida a congelação das carcaças e das suas peças ou porções, em
qualquer fase do processo de transformação, salvo nas situações definidas pelo Instituto de
Certificação.
Caderno de Especificações da Denominação de Origem "CARNE DE BOVINO BARROSÃO 14
10.1. Controlo da Produção:
Cada exploração deverá ser visitada o número de vezes julgadas necessárias. O
momento das visitas deverá ser determinado pelo Instituto de Certificação e deverão ser
realizadas sem pré-aviso. As visitas deverão adaptar-se ao funcionamento dos sistemas de
exploração existentes.
Em cada visita, o agente mandatado pelo Instituto de Certificação deverá anotar nas
fichas de identificação de cada animal as observações efectuadas, assinalando eventuais
infracções ao estabelecido por este caderno de normas e por aquele Instituto,
O controlo realizado pelo Instituto de Certificação deverá incidir sobre,
nomeadamente, alimentação e identificação dos animais e outros pontos que a mesma
considere de interesse. Será ainda efectuado o controlo dos animais, e em particular da sua
alimentação, através da realização de análises, feitas por amostragem e com periodicidade
anual, às feses. urina e sangue. -
10.2. Controlo das Entidades Comerciais:
1. Matadouros.
O abate de animais candidatos à beneficiação da denominação de origem "CARNE
DE BOVINO BARROSÃO" será acompanhado por um representante do Instituto de
Certificação o qual. relativamente a cada animal deverá controlar a identificação dos animais
(existência dos brincos auricolares de identificação) a classificação, a identificação e a
marcação das carcaças, a exactidão das informações constantes na marca de certificação, a
correspondência entre o número do abate e o número de identificação, a conformidade do
manuseamento e a tecnologia a que é submetida a carcaça com as normas estabelecidas pelo
Instituto de Certificação, as causas de eventuais desclassificações.
O agente responsável pelo acompanhamento do abate encarregar-se-á também de
conferir mensalmente os cadernos de expedição pré-numerados (os quais se destinam a
contabilizar as partes ou peças de carcaças distribuídas a cada agente autorizado) entregues
pelo Instituto de Certificação.
No matadouro deverão ainda ser controlados, nomeadamente, os seguintes
parâmetros: o respeito pelo regulamento interno relativo às condições de abate, o cumprimento
do disposto na legislação em vigor relativamente às condições tecnico-sanitárias de abate e o
respeito por outras normas que o Instituto de Certificação entenda pôr em prática.
Caderno de Especificações da Denominação de Origem "CARME DE BOVINO B A R R O S Ã O " 15
2. Salas de Desmancha e Embalagem.
As salas de desmancha e embalagem poderão expedir carne em peças completas ou em
porções destas. Apenas poderão ser expedidas peças identificadas pelo carimbo corrido ou
devidamente embaladas e etiquetadas. No caso de ser feita a expedição de partes daquelas o
produto deverá estar também devidamente embalado e etiquetado.
O controlo das salas de desmancha e embalagem será efectuado pela realização de
visitas com periodicidade determinada pelo Instituto de Certificação. O controlo será feito pela
verificação, nomeadamente,, das condições higienico-sanitárias, da identificação da carne
presente (identificação e procedência das peças e/ou das suas porções recebidas e para
expedição, zelando no sentido de , posteriormente, serem evitadas quaisquer confusões ao nível
dí) consumidor), do cumprimento das normas de desmancha e cone estabelecidas pelo Instituto
de Certificação.
3. Pontos de Venda ao Público:
O controlo visará a detecção de possíveis fraudes ao nível da apresentação do produto
ao consumidor. O Instituto de Certificação deverá garantir que sejam respeitadas as condições
estabelecidas em termos de identificação das peças e suas porções e garantirá que será evitada
qualquer confusão ao nível do consumidor.
O respeito pelas clausulas contratuais será verificado pelo Instituto de Certificação,
durante visitas aos locais de venda, sendo a periodicidade deteiminada por aquele Insiituto. O
controlo será feito pela verificação, nomeadamente, dos registos obrigatórios detidos por estas
entidades, pela confrontação desses registos com as maracas de certificação detidas, pelo
controlo dos intervalos de maturação e pela inspecção das carcaças armazenadas em frio.
Todos os pontos de venda de carne (confeccionada ou não) deverão estar
devidamente identificados.
11. Divulgação do Caderno de Normas.
Este caderno de normas será suficientemente divulgado por forma a garantir que todos
os interessados, quer produtores, quer entidades comerciais, tomem conhecimento da
obrigatorie de cumprimento das normas estabelecidas por este caderno de normas de produção
para que possam produzir ou comercializar carne para beneficiação pela denominação de
origem "CARNE DE BOVINO BARROSÃO".
Será também garantida a informação ao nível dos consumidores por forma a que estes
sejam informados das características do produto e dos seus direitos de reclamação.
Caderno de Especificações da Denominação de Origem "CARNE DE BOVINO B A R R O S Ã O 16
12. Sanções. >
As infracções cometidas pelas pessoas inscritas nos registos da denominação de origem
classificam-se, para efeitos da respectiva sanção, da seguinte maneira:
a) faltas administrativas;
b) infracções ao que está estabelecido no caderno de normas de produção em
assuntos da produção e elaboração.
c) infracções por uso indevido da denominação de origem, ou por actos que
possam causar-lhe prejuízo ou desprestígio.
a) Consideram-se faltas adrninistrativas todas aquelas que forem originadas oor
mexatidão. omissão ou falsidade na elaboração de pareceres, deeiarações. livros e outros
documentos, bem como o não cumprimento dos prazos que e s t a b e l e c e este regulamento.
Será também considerada falta adniinistratKus o desrespeito por todas as decisões da
entidade detentora do uso da denominação de origem e/ou da-entidade certificadora.
Estas falias serão punidas com multas com um valor compreendido entre 1 e 10% do
valor das mercadorias ou do preço base no caso de animais vivos. Se a falta for de carácter leve
resolver-se-á com uma repreensão.
b) Consideram-se infracções ao estabelecido em matéria de produção e elaboração,
todas aquelas que afectem os sistemas de exploração, o emprego de suplementos alimentares
não autorizados, não respeitem as idades de desmame e de abate, o maneio do animal e a
manipulação da carcaça no matadouro e a desmancha da carcaça na sala de desmancha e
embalagem.
Será também incluído neste tipo de faltas o desrespeito pelas decisões da entidade
detentora do uso da denominação de origem e'ou da corni??^ sobre estes assuntos.
Estas faltas serão punidas com multas com um valor compreendido entre 2 e 2 0 % do
valor das mercadorias ou do preço base dos animais vivos. A sanção será acompanhada da
perda do direito ao. uso da denominação de origem, por parte cias explorações de onde provêm
os animais, no caso de animais. ^
c) Consideram-se infracções por uso indevido da denominação de origem ou por actos
que possam causar-lhe prejuízo ou desprestígio, as seguintes:
1. As infracções ao estabelecido nos pontos "controlo de matadouros" e
"controlo de salas de desmancha e embalagem" do ponto 10 deste caderno de normas de
produção.
2. A indevida negociação na utilização dos documentos, sinais, selos, carimbos,
etiquetas ou qualquer outro elemento de identificação próprio da denominação de origem, bem
como a sua falsificação.
Caderno de Especificações da Denominação de Origem "CARNE DE BOVINO B A R R O S Ã O 17
3. A expedição de carne que não possua as características mencionadas nos
locais de comercialização.
4. A expedição de peças e porções destas, provenientes de salas de desmancha e
embalagem que não cumpram o estipulado no ponto "controlo de salas de desmancha e
embalagem".
5. O incumpiimento do que está estabelecido neste regulamento, suas
disposições complementares e as decisões da comissão nas matérias a que se refere este ponto.
Estas faltas sancionar-se-ão com multas cujo valor será compreendido entre o valor da
mercadoia ou dos animais vivos e o seu dobro. A sanção será acompanhada da perda do direito
ao uso da denominação de origem.
O conhecimento por parte do Instituto cie Certificação de uma infracção ao disposto
no presente caderno de normas de produção deverá ser comunicado imediatamente à empresa
em causa por carta registada com aviso de recepção. Todos os avisos darão lugar a um controlo
suplementar devendo o seu custo ser suportado pela empresa.
Sem prejuízo do disposto no número anterior, as infracções cometidas tanto por
incritos como por não inscritos nos livros de registo da denominação de origem, sancionam-se
pela Lei do Código Penal vigente.
No caso de infracções graves, para além das estabelecidas na presente alínea, poder-se-
ão aplicar ao infractor a suspensão temporária do uso da denominação de origem ou a baixa nos
seus registos.
A suspensão temporária do direito ao uso da denominação de origem implicará a
suspensão do direito à obtenção de certificados, etiquetas ou sinais, selos, carimbos, e demais
documentos e elementos de identificação próprios da denominação de origern»
A baixa suporá a exclusão do infractor cios registos da denominação de origem e.
como consequência, a perda de todos os direitos inerentes a denominação de origem.
Quando as infracções aconteçam com produtos destinados à exportação as sanções
serão acrescidas de 50% às sanções máximas assinaladas neste regulamento.
No caso de reincidência a sanção económica será acrescida de 50% das sanções
máximas assinaladas neste regulamento, e será elevada para o triplo se acontecer novamente.
Considera-se reincidente o infractor sancionado por infringir qualquer preceito deste
regulamento nos cinco últimos anos.
CARNE BARROSÃ
Escala aprox. 1 : 2 . 3 0 0 . 0 0 0
Escala c p - o x . 1:750.000
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