não temas o mal
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1
NO TEMAS O MAL
O mtodo Pathwork para a Transformao
do Eu Inferior
Compilado e organizado por Donovan Thesenga a
partir de material canalizado por Eva Pierrakos
Traduo
Srgio Luiz dos Reis Lasserre
Editora Cultruix
So Paulo
2
Sumrio
Introduo .......................................................................................................................... 05
I. Eu, voc e o mal ...................................................................................................... 05
II. Eva, o Guia, o Pathwork ......................................................................................... 07
III. Como usar este livro ................................................................................................ 08
Parte 1. Autoconhecim ento .............................................................................................. 10
Captulo 1. Conhea-se a si mesmo ................................................................................... 12
Captulo 2. Eu Superior, Eu Inferior e Mscara ................................................................. 15
Deixando de enganar a si mesmo
Captulo 3. Realize uma verdadeira mudana de sentimentos ........................................... 19
Encare a vida; Uma busca completa leva tempo; O preo do crescimento espiritual alto;
Trs tipos de trabalho
Captulo 4. Descubra os seus defeitos ................................................................................ 26
A lei da fraternidade; Os trs principais defeitos; Reviso diria
Captulo 5. Imagens ........................................................................................................... 32
Ser que eu tenho uma imagem?; Como procurar imagens; Os benefcios da dissoluo das
imagens; Vergonha
Captulo 6. O crculo vicioso do amor imaturo .................................................................. 40
A criana que quer amor exclusivo; Medo do castigo, medo da felicidade; Duas
conscincias; Perpetuao da inadequao e da inferioridade; A dissoluo do crculo
Captulo 7. A compulso de recriar e superar feridas infantis ........................................... 47
A falta de amor maduro; Tentativas de remediar a ferida infantil na idade adulta; A falcia
dessa estratgia; Como reexperimentar a ferida infantil; Como deixar de recriar
Captulo 8. A auto-imagem idealizada ............................................................................... 55
O medo da dor e da punio; A mscara moral do eu idealizado; Auto-aceitao; O tirano
interior; Afastamento do eu verdadeiro; O abandono do eu idealizado; A volta para casa
Captulo 9. Amor, poder e serenidade ................................................................................ 62
Amor/submisso; Poder/agressividade; Serenidade/retraimento; A necessidade do
desenvolvimento emocional
Captulo 10. Como enfrentar a dor dos padres destrutivos .............................................. 71
A dor das falsas solues; A dor da mudana; A dor da insatisfao; A mudana da evaso
para a realidade
3
Parte 2. Apego negatividade ............................................................................................ 78
Captulo 11. Como descobrir o no inconsciente ........................................................... 80
Mudana atravs da deteco da corrente de negao; Observe os pensamentos
semiconscientes
Captulo 12. Transio da corrente de negao para a corrente afirmativa ....................... 84
voc quem diz no; Compare o positivo com o negativo; Fale sobre o problema
Captulo 13. A funo do ego em relao ao Eu Verdadeiro ............................................. 89
A necessidade de um ego forte; V alm do ego
Captulo 14. O que o mal? ............................................................................................... 93
O mal como entorpecimento; Crueldade; Ligao da fora vital com situaes negativas; A
persistncia do mal: o prazer ligado crueldade
Captulo 15. O conflito entre as formas positiva e negativa do prazer como origem da dor ...... 100
Vida e antivida; o desejo pelo negativo; Ciclos autoperpetuadores; O prazer negativamente
orientado
Captulo 16. Positividade e negatividade: uma nica corrente de energia ....................... 106
A natureza da destrutividade; O prazer da negatividade; A energia sexual bloqueada
Captulo 17. Como vencer a negatividade ....................................................................... 111
Trs formas para encontrar a sada; Papis e jogos; o quarto passo
Parte 3. Transformao .................................................................................................... 116
Captulo 18. Meditao para trs vozes: Ego, Eu Inferior, Eu Superior .......................... 119
O ego como mediador; A atitude meditativa; As mudanas proporcionadas pela meditao
do Pathwork; A reeducao do eu destrutivo
Captulo 19. A auto-identificao e os estgios da conscincia ...................................... 126
voc quem integra; A mudana de identif icao; Os quatro estgios de percepo; O
terror desapar ece; A expanso da conscincia
Captulo 20. A dissoluo dos seus medos ...................................................................... 135
O mal como defesa contra o sofrimento; O problema da preguia; O medo de sentir todos
os sentimentos; O compromisso de entrar e ir at o fim
Captulo 21. A identificao com o Eu Espiritual para superar a negatividade ............... 143
A intencionalidade negativa; Uma nova esperana; Qual a parte de voc com a qual voc se
identifica?; Como abandonar a intencionalidade negativa; A sada
Captulo 22. A transio para a intencionalidade positiva ............................................... 151
Examine todos os pensamentos; V at o fim
4
Captulo 23. Um processo de visualizao para crescer rumo ao estado unificado ......... 155
Assuma um compromisso de todo o corao; Vida interior e vida exterior; A realizao da
vida divina
Captulo 24. Espao interior, vazio focalizado ................................................................ 163
A descoberta da realidade interior; Os estgios do vazio focalizado; O voc real que vive
no mundo real
Uma palavra final . .......................................................................................................... 169
O mal transformado; O mal transcendido; O estado unificado
5
Introduo
I. Eu, voc e o mal
A natureza humana capaz de um mal infinito. ...Hoje, como nunca dantes,
importante que os seres humanos no subestimem o perigo representado pelo ma; que
espreita dentro deles. Ele , infelizmente, bastante real, e por essa razo que a psicologia
deve insistir na realidade do mal e deve rejeitar qualquer definio que o considere
insignificante ou na verdade inexistente.
C. G. Jung1
Quando o mal compreendido como sendo intrinsecamente um fluxo de energia
divina momentaneamente distorcido devido a idias errneas, a conceitos e imperfeies
especficos, ento ele no mais rejeitado na sua essncia.
O significado do mal e a sua transcendncia.2
Voc no uma pessoa m. Eu no sou uma pessoa m. Contudo, o mal existe no
mundo. De onde ele vem?
As coisas ms que so feitas sobre a terra so praticadas por seres humanos. Ns
no podemos pr a culpa nas plantas ou nos animais, numa doena infecciosa ou em
influncias nefastas do espao sideral. Mas, se voc e eu no somos maus, quem o ? Ser
que o mal reside apenas em outros lugares tais como a Alemanha nazista ou o imprio
maligno da Unio Sovitica stalinista? Ou ser que ele habita somente os coraes dos
criminosos e dos bares das drogas, mas no os das pessoas que conhecemos?
Ser ainda possvel que ningum seja mau, mas apenas desorientado? Podemos
ns realmente retribuir o horror do Holocausto, ou o sadismo de Idi Amin, ou a tortura
sancionada pelo governo, que acontece exatamente agora em muitos pases do mundo, a
uma mer a desorientao?Essa palavra parece inconsistente e no basta como explicao.
Onde reside o mal? De onde ele surge?
O Pathwork ensina que o mal reside em cada um de ns e em toda alma humana.
Ou, em outras palavras: o mal que existe no mundo nada mais que a soma do mal que
existe em todos os seres humanos.
Mau um adjetivo muito forte. A maioria das pessoas quer reserv-lo para os
Hitlers e para os criminosos e se nega a aplic-lo a elas mesmas. Ser ele aplicvel a voc e
a mim?
A primeira definio de mau dada pelo meu dicionrio : moralmente
repreensvel, pecaminoso, malfico. Essa definio torna claro que no apropriado o uso
da palavra para falar dos males da doena e da morte. Doena e morte so aspectos
dolorosos da experincia humana, mas decerto no so moralmente repreensveis. Por
outro lado, correto usar tal adjetivo para falar da malfica instituio da escravido.
Eu j fiz coisas que so moralmente repreensveis e tenho fortes suspeitas de que
voc tambm fez. Todos ns temos falhas de carter, todos somos mais ou menos
egocntr icos, egostas e mesquinhos. E essas falhas de carter levar am-me, muitas vezes, a
ser antiptico, rancoroso, ciumento, e agir de formas que s contribuem para aumentar o
sofrimento no mundo. Mas isso faz de mim uma pessoa m?
1 C. G. Jung, Aion. In Psyche & Symbol, organizado por V.S. de Laszlo, Doubleday, 1958, pp.
2 Palestra do Pathwork n 184.
6
Voc e eu certamente no somos maus em nossa totalidade, ou em nossa essncia,
mas temos o mal dentro de ns. Portanto, a palavra mal pode descrever um contnuo de
comportamento que vai desde a simples mesquinhez e o egocentrismo, num extremo, at o
sadismo genocida do nazismo no outro. Aqueles de ns que habitam um extremo inferior
do espectro podem ter o desejo de dizer que nada tem em comum com os assassinos do
extremo oposto; contudo, ser que no temos nada em comum com eles? Para usar o
segundo daqueles sinnimos oferecidos pelo dicionrio, no somos todos ns pecadores?
H trinta ou quarenta anos atrs, a palavra pecado ainda era de uso comum, mas
hoje (a no ser entre os fundamentalistas) ela praticamente no mais empregada. Agora
preferimos usar a terminologia da Psicologia que fala antes dos defeitos e falhas humanos,
mas normalmente de uma maneira que pe a culpa alhures nos pais ou na sociedade por
fazerem de ns o que ns somos. A mudana pessoal ento ocorre quando compreendemos
a origem da programao negativa que os outros nos infligiram, vivenciamos todos os
sentimentos envolvidos (fundamentalmente raiva e pesar) e ento perdoamos a fonte
externa da nossa negatividade, da qual ainda sofremos. E isso uma parte crucial do
processo de transformao.
Contudo, na viso da Psicologia ns perdemos algo que a velha idia religiosa do
pecado nos deu. A saber, que somos responsveis pela nossa negatividade, pelos nossos
atos e omisses. Ser responsvel muito diferente de ser culpado. Significa simplesmente
reconhecermos-nos s vezes como a origem da dor, da injustia e do descaso para conosco
mesmos, para com os outros e para com o mundo.3
Se eu posso admitir esse grau de responsabilidade admitir que no sou apenas
uma vtima do mal que existe no mundo, mas que sou, da minha prpria pequena maneira,
um iniciador de negatividade ento, o que devo fazer a respeito? Como posso transformar
o mal que existe em mim?
A religio tradicional nos d preceitos a serem seguidos, tais como: Faa aos
outros o que desejaria que eles fizessem a ti e Ama a teu prximo como a ti mesmo.
Certamente ns podemos concordar que, se todos pautassem a sua existncia por essas
regras ureas, o mundo seria um lugar mais agradvel de se viver. Eu no o fao e voc no
o faz. Se aceitamos o princpio como vlido, porque to difcil segu-lo? Como posso
mudar o meu comportamento? O que preciso fazer para tornar-me mais amoroso? Com
demasiada freqncia a resposta da religio tradicional parece ser apenas: esforce-se mais.
Na religio tradicional, segundo as palavras de Carl Jung: Todos os esforos so
feitos para ensinar crenas ou condutas idealistas s quais as pessoas sabem em seus
coraes que jamais podero corresponder, e esses ideais so pregados por pessoas que
sabem que eles mesmos nunca corresponderam, e nunca correspondero a esses elevados
padres. E mais: ningum jamais questiona o valor desse tipo de ensinamento.4
As respostas da religio tradicional tm sido to decepcionantes que muitas
pessoas que antes teriam consultado um clrigo agora consultam um psicoterapeuta. A
moderna Psicologia tem sido bem sucedida ao tratar com o problema do mal?
Um recente artigo sobre Abraham Maslow, o pai da psicologia humanista, afirma:
Ao final da sua vida, Maslow estava lidando com a natureza da maldade humana. ... [Ele]
expressou apreenso quanto incapacidade da Psicologia humanista e transpessoal em
assimilar o nosso lado escuro(aquilo que Jung denominou sombra) em uma teoria
3 Susan Thesenga, The Undefended Self, Sevenoaks, 1988, p. 19.
4 C. G. Jung, Memories, Dreams, Reflections, Pantheon Books, a973, p. 330.
7
abrangente da natureza humana. O prprio Maslow considerava esse tema preocupante e,
na ocasio da sua morte, no havia chegado a qualquer concluso final sobre ele. 5
Aqueles dentre ns que estudaram e praticaram o Pathwork descobriram, com um
sentimento de alvio, que esses ensinamentos fornecem o elo perdido crucial que tem at
aqui escapado religio e psicologia.
A vasta maioria das transmisses espirituais da atualidade, ou material canalizado,
concentr a-se na bondade essencial dos seres humanos, na nossa natureza divina final. E
essa uma mensagem valiosa para nosso tempo. Mas o que faremos com o nosso lado
Escuro? de onde ele vem, porque to intratvel e como devemos lidar com ele?
nas respostas a essas questes que repousa o valor nico do Pathwork. A
transmisso que veio atravs de Eva Pierrakos ensina-nos que o mal pode ser encontrado de
alguma forma no corao de cada ser humano, mas que ele no precisa ser temido e
negado. Um mtodo oferecido para que possamos ver claramente o nosso lado escuro,
compreender suas razes e causas e, o que mais importante, transform-lo. O resultado
dessa transformao ser paz no corao humano, e s depois que esta for alcanada haver
paz na terra.
II. Eva, o Guia, o Pathwork
O material que se encontra reunido aqui foi originalmente transmitido por via oral
e no por escrito. Eva Pierrakos no sua autora; ela apenas o canal atravs do qual ele
foi enviado. O verdadeiro autor um ser desencarnado, que falava atravs de Eva quando
ela entrava em um estado alterado de conscincia. Esse ser nada nos diz dele mesmo
nenhum trao de personalidade, nenhuma histria, nenhum glamour. Ele nem ao menos deu
a si mesmo um nome, mas veio a ser conhecido como O Guia. O material que foi
transmitido ficou conhecido como as Palestras do Guia, e o processo de transformao
pessoal exposto nos ensinamentos conhecido como O Pathwork.
O Guia colocou toda a nfase no material exposto e nenhuma sobre a sua fonte.
Ele disse, em uma de suas ltimas transmisses: no se preocupe com o fenmeno desta
comunicao em si. A nica coisa que importa compreender no incio de uma aventura
como esta que existem nveis de realidade que vocs ainda no exploraram e
experimentar am e sobre os quais podem, no mximo, teorizar. A Teoria no o mesmo
que a experincia, e deixar as coisas como esto no momento ser bem melhor que tentar
forar uma concluso definitiva. Lembrem-se de que esta voz no exprime a mente
consciente do instrumento humano atravs do qual eu falo. Alm do mais, levem em
considerao que cada personalidade tem uma profundidade da qual ela mesma pode ainda
no ter conscincia. Nessa profundidade, todos possuem os meios para transcender os
estreitos limites da sua personalidade e receber acesso a outros reinos e entidades dotadas
de um conhecimento mais amplo e mais profundo.6
De 1957 a 1979, o Guia proferiu, atravs de Eva, 258 palestras sobre a natureza da
realidade psicolgica e espiritual, e sobre o processo de desenvolvimento espiritual pessoal.
Uma amostragem de dezessete dessas palestras foi publicada em um volume anterior
intitulado The Pathwork of Self-Transformatiom.*7 O presente volume vai concentrar-se no
5 Edward Hoffman, Ph.D., Abraham Maslow and Transpersonal Psychology, in the Common Boundary,
Maio/Junho de 1988, p. 5.
6 Palestra do Pathwork n 204.
7 Eva Pierrakos, The Pathwork of Self-Transformation, Bantam Books, 1990.
8
mtodo de autotransformao que o Guia apresentou. No um mtodo simples, mas ele
promete, caso seja seguido fiel e corajosamente, resultados de enorme alcance.
Este caminho exige de um indivduo aquilo que a maioria das pessoas est menos
disposta a dar: verdade para consigo mesmo, exposio daquilo que existe agora,
eliminao de mscaras e fingimentos e a experincia da sua vulnerabilidade nua. Isso
muito, e contudo o nico caminho que conduz verdadeira paz e integridade8.
No decorrer dos dez primeiros anos das transmisses do Guia, um grupo de
pessoas reuniu-se em torno de Eva, aprendendo os princpios que o Guia expunha e
tentando coloc-los em prtica. Em 1967 Eva conheceu o Dr. John Pierrakos, psiquiatria e
co-criador de uma escola de terapia conhecida como Bioenergtica. Eles se casaram alguns
anos depois e a fuso dos seus trabalhos individuais conduziu a uma grande expanso da
comunidade Pathwork.
A rede de pessoas que praticam e ensinam o Pathwork inclui agora duas escolas
que ensinam o Pathwork (em Phoenicia, Nova York e Madison, Virgnia) e grupos de
estudos em muitas reas urbanas nos EUA e Europa.
Durante a vida de Eva (ela morreu em 1979), a comunidade Pathwork reunia-se
todos os meses em um local da cidade de Nova York. Eva entrava num estado que descrevia
como um leve transe e o Guia falava atravs dela por cerca de 45 minutos. As palestras
eram gravadas, transcritas e ento distribudas aos membros da comunidade.
A apresentao verbal do material levou a um certo grau de repetio em cada
palestra. Ao longo dos 22 anos da sua transmisso, muitos temas tambm foram repetidos e
elaborados. Na preparao deste livro algumas das repeties do Guia foram retiradas,
porm, dado o nosso desejo de manter o sabor original, algo delas foi mantido. Ao final de
cada palestra havia uma srie de perguntas e respostas. Omitimos a maior parte desse
mater ial, mas optamos por manter vrios exemplos desse intercmbio entre os membros e o
Guia.
III. Como usar este livro
Recomendamos com insistncia que voc no tente sentar-se e ler este volume de
uma s vez. O material nele contido foi originalmente apresentado com a expectativa de
que cada palestra fosse lida e ento discutida por um me inteiro antes que a prxima
palestra fosse profer ida. Muito desse material demasiado denso e requer releitura e
profundas tentativas de aplic-lo sua vida. Caso existam outras pessoas com as quais voc
possa compartilhar este livro, considerando-o juntos e discutindo-o medida que avanam,
esse seria o ideal. Caso contrrio, recomendamos que voc leia cada palestra uma vez,
aguarde alguns dias e ento a leia novamente, reservando algum tempo para a melhor
aplicao dos princpios em si mesmo e na sua prpria vida antes de passar leitura da
prxima palestra.
A seleo das palestras e partes de palestr as que aparecem aqui constituem uma
amostra das 258 que foram proferidas. Elas so apresentadas cronologicamente e do
melhor resultado se forem lidas nessa ordem. Contudo, se voc achar alguma seo deste
livro muito difcil, recomendamos que, em vez de deix-lo de lado, salte adiante para outra
palestra com um ttulo que o interesse.
8 Palestra do Pathwork n 204.
9
Estas palestras apresentam um mtodo de auto-observao e uma estrutura terica
que voc pode usar para organizar e compreender aquilo que observa. O Trabalho ento
requer diligentes esforos para remover as suas mscaras e defesas e para entrar em contato
e reconhecer os verdadeiros sentimentos que voc reprimiu e negou. Uma parte desse
trabalho pode ser feita individualmente, mas, para a maioria das pessoas que atingiu esse
estgio de Pathwork, fica muito difcil continuar o trabalho sozinho. Voc precisar de
amigos e conselheiros, companheiros de viagem, para ajud-lo a ver certos aspectos de si
mesmo que voc prefere manter na sombra.
Uma vez que tenha aprendido a verdadeira auto-observao e ento tenha tido a
coragem de trazer a sua sombra, o seu Eu Inferior, para a luz -, voc estar pronto e apto a
iniciar a prtica da verdadeira autotransformao. O trabalho no rpido nem fcil, mas
ele vai realmente mudar a sua vida.
D.T.
PARTE 1
10
AUTOCONHECIMENTO
Um homem tem muitas peles, cobrindo as profundezas do seu corao. O homem
conhece muitas, muitas coisas; ele no conhece a si mesmo. Ora, trinta ou
quarenta peles ou couros, como que de boi ou urso, muito espessas e duras,
cobrem a alma. Entre no seu prprio territrio e aprenda a conhecer-se l.
Meiter Eckhart
com freqncia trgica ver o quo evidentemente um homem estraga a prpria
vida e a vida de outros e, ainda assim, permanece totalmente incapaz de ver que
toda a tragdia tem origem nele mesmo e como ele continuamente a alimenta e a
mantm em curso. No conscientemente, claro pois conscientemente ele est
engajado em lamentar um mundo prfido que se perde cada vez mais na
distncia. Antes um fator inconsciente que tece as iluses que vela o seu mundo.
C. G. Jung9
Iniciamos a Parte 1 com um trecho de uma das primeiras palestra do Guia. Esta
trata da felicidade, notando que ela algo pelo qual todos ns ansiamos, ao mesmo tempo
em que tendemos a culpar circunstncias externas por quaisquer sentimentos de
infelicidade que possamos ter.10
O Guia imediatamente enuncia a doutrina da responsabilidade prpria: O
indivduo espiritualmente imaturo pensa que a felicidade tem de ser criada primeiro no
nvel exterior, pois as circunstncias exteriores, que no so necessariamente produzidas
por ele, devem atender os seus desejos e quando isso for alcanado, a felicidade se
evidenciar. Os que esto amadurecidos espiritualmente sabem que se d exatamente o
contrrio. E tambm: a felicidade no depende de circunstncias exteriores ou de outras
pessoas, no importa quo esteja a pessoa espiritualmente imatura dessa falcia. A pessoa
espiritualmente madura sabe disso. Sabe que ela mesma a nica responsvel por sua
felicidade ou infelicidade. Ela sabe que capaz de criar uma vida feliz, primeiro dentro de
si mesma, mas ento, inevitavelmente, tambm na sua vida externa.
Essa doutrina a primeira pedra fundamental sobre a qual est baseado mtodo
Pathwork de autotransformao. O Guia afirma que no se exige que uma pessoa acredite
nisso para que comece o trabalho. Mas preciso que pelo menos se tenha a mente aberta
9 C. G. Jung, Aion, Como aparece em Psyche & Symbol, organizado por V.S. de Laszlo, Doubleday, p.8.
1 0 Palestra do Pathwork, n 204.
11
para a possibilidade de que isso possa ser verdade. Em relao a essa idia, bem como em
relao a muitas outras que se seguiro, ns somos instados a pr de lado velhas certezas e
a abrir nossas mentes para novas possibilidades.
Este caminho, o Pathwork, no requer que acreditemos em quaisquer dogmas
especficos ou que sejamos adeptos de algum credo. Antes, so nos dadas idias e mtodos
para que experimentemos, trabalhemos com eles e os ponhamos em prtica. Caso os
mtodos funcionem, ns o sabemos pelos resultados. Se as idias derem frutos, se nos
auxiliarem a compreender melhor a ns mesmos e a viver de for ma mais feliz e produtiva,
ento elas se tornaro verdadeiramente nossas; elas sero conhecidas e no apenas artigos
de crena.
A primeira chave para a felicidade, dia o Guia, o autoconhecimento. Esta seria
uma afir mao incontroversa; certamente, todas as pessoas cultas concordariam que o
autoconhecimento de inestimvel valor. Ento, por que ele to difcil de alcanar?
Talvez porque ningum goste de ouvir verdades desagradveis e pouco lisonjeiras a seu
respeito, verdades que so no entanto, as mais importantes que possamos conhecer. As
palestras contidas na Parte 1 mostram como importante para ns conhecer todas aquelas
partes de ns mesmos que insistimos em negligenciar e esquecer.
Na psicologia junguiana o termo sombra empregado para descrever aquela
parte de ns preferimos no carregar em nossa mente consciente, que empurramos para a
escurido e esperamos esquecer. No sistema do Pathwork esse complexo de falhas de
carter e negatividade denominado o Eu Inferior. Ocultando o Eu Inferior existe uma
Mscar a, uma autoimagem idealizada, uma representao glorificada de quem achamos que
devramos ser, e que tentamos fingir que somos.
Os estgios iniciais do Pathwork concentram-se basicamente no aprendizado de
como penetrar na Mscar a e ento em como tornar-se consciente do Eu Inferior que se
oculta sob ela; isso porque so essas duas camadas da personalidade que escondem o Eu
Superior aquela centelha de divindade interior que se encontra no mago de cada um de
ns. As primeiras palestras instam-nos a sondar destemidamente aquelas partes de ns
mesmos que mais desejamos esconder e fornecem-nos ferramentas prticas para a
realizao desse trabalho. Primeiro aprendemos a enxergar e avaliar as nossas atividades e
emoes cotidianas material que totalmente consciente e que apenas aguarda que
voltemos para ele a nossa ateno integral. Ento aprendemos como detectar os nossos
pensamentos, sentimentos e atitudes subconscientes. Coisas impressionantes sero
descobertas; prepare- se para ficar surpreso.`
CAPTULO 1
12
CONHEA-SE A SI MESMO
Bem no fundo do corao de cada ser humano existe o anseio por felicidade. Mas
o que felicidade? Se voc perguntar a pessoas diferentes, receber diferentes respostas.
Os espiritualmente imaturos, aps pensar por algum tempo, diro, talvez, que se
obtivessem esta ou aquela satisfao ou tivessem uma preocupao eliminada, seria, felizes.
Em outras palavras, para eles felicidade significa que certos desejos sejam satisfeitos.
Mesmo que esses desejos se tornassem realidade, porm, tais pessoas no seriam
felizes. Elas ainda sentiriam l no fundo uma certa inquietude. Por qu? Porque a felicidade
no depende de circunstncias exteriores ou de outras pessoas, no importa quo
convencida esteja a pessoa espiritualmente imatura dessa falcia.
A pessoa espiritualmente madura sabe disso. Sabe que ela mesma a nica
responsvel por sua felicidade ou infelicidade. Ela sabe que capaz de criar uma vida feliz,
primeiro dentro de si mesma, e ento, inevitavelmente, tambm na sua vida exterior. O
indivduo espiritualmente imaturo pensa que a felicidade tem que ser criada primeiro no
nvel exterior, pois as circunstncias externas, que no so necessariamente produzidas por
ele, devem atender plenamente os seus desejos e, que quando isso for alcanado, a
felicidade se seguir. Os que se encontram amadurecidos espiritualmente sabem que se d
exatamente o contrrio.
Muitas pessoas no querem reconhecer essa verdade. mais fcil culpar o
destino, a injustia do destino ou das foras superiores, ou ainda as circunstncias causadas
por outras pessoas, do que ser responsvel por si mesmo. mais fcil sentir-se vtima.
Dessa forma, no preciso examinar, por vezes muito profundamente e com mximo de
honestidade, o prprio interior.
Ainda assim a grande verdade : a felicidade est em nossas prprias mos. Est
em seu poder encontrar a felicidade. Voc pode perguntar, o que devo fazer? Mas
vejamos primeiro o que significa felicidade no sentido espiritualmente maduro. Ela
significa simplesmente: Deus.
Muitas pessoas, com toda a sinceridade, esforam-se para encontrar Deus.
Contudo, caso lhes perguntassem o que exatamente querem dizer com isso, como imaginam
que acontea, seria difcil para elas dar uma resposta significativa. Porm, naturalmente,
existe esse desejo de encontrar a Deus. Na verdade um processo bastante concreto, no
existindo nada nebuloso, irr eal ou ilusrio a respeito dele.
Encontrar Deus quer dizer realmente encontrar o Eu Verdadeiro. Se encontrar a si
mesmo em algum grau, voc est em relativa harmonia, percebendo e compreendendo as
leis do Universo. Voc capaz de relacionar-se, de amar e de experimentar alegr ia.
realmente responsvel por si mesmo. Voc tem a integridade e a coragem para ser voc
mesmo, mesmo ao preo de abrir mo da aprovao dos outros. Tudo isso significa que
13
voc encontrou Deus no importa o nome pelo qual esse processo possa ser designado.
Ele tambm pode ser denominado de retorno da auto-alienao.
O nico modo de achar a felicidade encontrando Deus, e ela pode ser achada
aqui e agora mesmo. Como?, voc poderia perguntar. Meus amigos, com muita
freqncia s pessoas imaginam que Deus est incomensuravelmente distante no Universo,
e impossvel de se alcanar. Isso est longe de ser verdade. O Universo inteiro est no
interior de cada pessoa; cada criatura viva tem uma parte de Deus dentro de si. O nico
modo de alcanar essa parte divina l dentro pelo caminho ngreme e estreito do
autodesenvolvimento. O objetivo a perfeio. A base para isso conhecer-se a si mesmo!
Conhecer-se a si mesmo realmente difcil, pois significa encarar muitas
caractersticas pouco lisonjeiras. Significa uma busca contnua, infinita: que eu sou? O
que realmente significam as minhas reaes e no apenas os meus atos e pensamentos?
Ser que as minhas aes so apoiadas pelos meus sentimentos, ou ser que eu tenho
motivos por trs dessas aes que no correspondem ao que eu gosto que as outras pessoas
acreditem? Tenho sido honesto para comigo mesmo at aqui? Quais so os meus erros?
Embora alguns de vocs possam conhecer suas fraquezas, a maioria das pessoas
ignora uma boa parte delas, e isso um grande obstculo, mesmo para aqueles que
atingiram uma certa altura neste caminho ascendente. Voc no pode superar aquilo que
no conhece. Cada defeito no nada mais e nada menos que uma corrente que o prende.
Pelo abandono de cada imperfeio voc rompe uma cadeia e assim torna-se mais livre e
mais prximo da felicidade. A felicidade o destino de cada indivduo, mas ela
impossvel de obter sem que sejam eliminadas as causas da sua infelicidade, que so os
seus defeitos bem como qualquer tendncia que viole uma lei espiritual.
Voc pode descobrir o quanto avanou nesse caminho pela reviso da sua vida e
dos seus problemas. Voc feliz? O que est faltando na sua vida? Na medida em que a
infelicidade ou descontentamento exista na sua vida, nessa mesma medida voc no ter
preenchido o seu potencial.
Para aqueles que realmente se realizam haver um contentamento profundo e
cheio de paz, segurana e uma sensao de plenitude. Caso isso esteja faltando na sua vida,
voc no est completamente no caminho certo, ou ainda no alcanou a libertao que
necessariamente se experimenta depois que as dificuldades iniciais deste Pathwork so
superadas.
S voc saber a resposta, s voc saber em que ponto se encontra. Ningum
mais pode ou poderia responder a essa pergunta para voc. Se voc estiver no caminho
certo, contudo, e tiver aquele profundo sentimento de satisfao e realizao, e ainda assim
existirem problemas exteriores na sua vida, isso no deve desencoraj-lo. A razo que a
forma externa do conflito interior no qual voc est trabalhando agora no pode ser
dissolvida to rapidamente.
Quanto mais voc dirige as correntes internas da alma para os canais corretos,
mais as for mas exteriores correspondentes mudaro, de forma gradual porm segura. At
que esse processo seja completamente efetuado, o problema externo no pode dissolver-se
automaticamente. A impacincia s pode atrapalhar. Se estiver no caminho certo, voc
viver e sentir a grande realidade do Mundo de Deus na sua vida diria. Ele se tornar to
real, se no mais, quanto o seu ambiente humano; no ser mais uma teoria, um mero
conhecimento intelectual. Voc viver nesse mundo e sentir o seu efeito.
14
Vou retira- me agora, dizendo a cada um de vocs; nenhum de vocs deve jamais
sentir-se s. O amor de Deus est com todos. Fiquem em paz, sigam este Pathwork. Ele
lhes trar felicidade.
CAPTULO 2
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EU SUPERIOR, EU INFERIOR
E MSCARA
Abenoada esta hora em que me permitido falar-lhes, meus amigos.
Todos aqui sabem que possuem no apenas um corpo fsico, mas tambm vrios
corpos sutis, cada um representando algo diferente, os seus pensamentos tm formas
espirituais definidas e tais formas so criadas no apenas por pensamentos, mas tambm
por sentimento, uma vez que um sentimento na verdade um pensamento no pensado,
no tornado ainda consciente. Embora o pensamento crie uma forma diferente daquela de
um sentimento, no obstante ambos criam formas muito definidas e substanciais. Cada
corpo sutil, de modo idntico ao corpo fsico, tem uma aura: a vibrao e emanao daquele
corpo. Tais formas realmente existem no esprito. Todas elas lutam e se modificam, uma
vez que tudo no esprito est em perptuo movimento.
A aura do corpo fsico mostra sade ou doena fsica e todas as demais condies
do ser fsico. As reaes emocionais, intelectuais ou espirituais aparecem na aura dos
respectivos corpos sutis.
Cada ser humano tem um Eu Superior ou centelha divina. E ele o mais refinado e
mais radiante dos corpos sutis, com a alta freqncia de vibrao, pois, quanto mais
elevado o desenvolvimento espiritual, mais rpida e a vibrao. O Eu Superior cercou-se
lenta e gradualmente de varias camadas de matria mais densa quanto o corpo fsico, porm
infinitamente mais densa que ele mesmo. Assim passou a existir o Eu inferior.
O objetivo do desenvolvimento espir itual e eliminar o Eu Inferior de forma que o
Eu Superior fique novamente livre de todas as camadas externas que adquiriu. Voc ser
capaz de sentir em sua prpria vida com muita facilidade, em si mesmo e nos outros, que
certas partes do Eu Superior j se encontram livres, enquanto outras partes continuam
ocultas. O quanto esta livre ou encoberto e o quo escondido est depende do
desenvolvimento geral da pessoa. O Eu Inferior consiste no apenas nas falhas comuns e
nas fraquezas individuais que variam de pessoa para pessoa, mas tambm na ignorncia e
na violncia. Ele odeia mudar e dominar-se a si mesmo; ele tem uma vontade muito forte
que nem sempre pode manifestar-se externamente e quer conseguir o que quer sem pagar o
preo. muito orgulhoso e egosta e sempre tem muita vaidade pessoal. Todas essas
caractersticas so geralmente parte do Eu Inferior, independentemente de outros defeitos
individuais.
Ns podemos determinar muito bem quais as formas-pensamento que provm do
Eu Superior e quais tem origens de Eu Inferior. Podemos tambm determinar quais tem
tendncias, desejos e esforos do Eu Superior podem estar mesclados com tendncias do Eu
Inferior.
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Quando mensagens do Eu Superior so contaminadas por motivos do Eu Inferior
cria-se uma desordem na alma que torna o seu possuidor emocionalmente enfermo. Por
exemplo, uma pessoa pode querer algo egosta, mas por no querer admitir interior mente
que isso e egosmo, ela comea a racionalizar tal desejo e a enganar- se a si mesma.
Podemos ver esse tipo comum de engano nos seres humanos porque a forma de Eu
Superior tem um carter totalmente diferente daquela do Eu Inferior.
Existe outra camada que, infelizmente, ainda no e suficientemente reconhecida
entre os seres humanos em todo o seu significado, a qual eu poderia denominar a Mscara.
Essa Mscara criada da seguinte maneira: voc reconhece que pode entrar em conflito
com o seu ambiente cedendo aos desejos do Eu Inferior; no obstante, voc pode no estar
pronto para pagar o preo de eliminar o Eu Inferior. Isso significaria, antes de tudo, ter que
encar- lo como ele realmente , com todos os seus motivos e impulsos, uma vez que voc
s pode vencer aquilo de que tem total conscincia. Isso significa tomar o caminho estreito,
o caminho espiritual. Muitas pessoas no querem pensar nisso profundamente; em lugar
disso elas reagem emocionalmente sem pensarem como os seus Eus Inferiores podem estar
envolvidos na suas reaes. A mente subconsciente sente que e necessrio apresentar um
quadro diferente de personalidade para o mundo com o fim de evitar certas dificuldades,
coisas desagradveis ou desvantagens de todos os tipos. Assim as pessoas criam uma nova
camada do eu que no tem nada a ver com realidade, nem com a do Eu Superior nem com a
realidade temporria do Eu Inferior. Essa Mscara superposta o que se poderia chamar de
uma farsa; ela irreal.
Voltarei ao exemplo acima. O Eu Inferior ordena pessoa que seja impiedosa em
relao a um desejo egosta. No e difcil para ningum, mesmo da mais limitada
inteligncia, perceber que cedendo a esse desejo ela ser rejeitada ou perdera a afeio dos
outros, um resultado que ningum deseja. Em lugar de superar o egosmo pelo lento
processo de desenvolvimento, tal pessoa freqentemente age como se j no fosse egosta.
Mas ela o , na verdade, e sente o seu egosmo. A sua concesso opinio publica e a sua
generosidade so apenas uma farsa, no correspondendo absolutamente aos seus reais
sentimentos. Em outras palavras, a ao correta, neste caso, carece inteiramente do suporte
dos sentimentos inferiores, que no foram purificados, e portanto essa pessoa enfrenta uma
guerra interior. A ao adequada torna-se um ato de compulso necessria, e no uma livre
escolha. Uma bondade imposta como essa no tem valor. Ao mesmo tempo em que a
pessoa da algo, ela pode odiar a idia de faz-lo. Tal pessoa no apenas egosta no seu
intimo, por uma convico interior, mas e tambm falsa para com sua natureza, violando a
sua realidade e vivendo uma mentira.
Eu no estou de modo algum sugerindo que aconselhvel que se ceda natureza
inferior; deve-se antes lutar por esclarecimento e fazer-se um esforo de desenvolvimento
para purificar os sentimentos e os desejos. Mas se isso no foi ainda obtido, pelo menos no
se deva enganar a si mesmo. A pessoa deve ter, quando nada, uma viso clara e verdadeira
da discrepncia existente entre seus sentimentos e suas aes. Desse modo, Mscara
alguma pode formar-se.
Deixando de enganar a si mesmo
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Contudo, o mais freqente que essa pessoa tente crer no seu prprio altrusmo e,
desse modo, iluda-se a si mesma em relao aos seus verdadeiros sentimentos e motivos,
ocultando- os e se recusando a v-los. Aps algum tempo a raiz mals aprofunda-se no
subconsciente, onde vai fermentar e criar formas que provocaro seus efeitos e que no
podem ser eliminadas, posto que a pessoa no tem conscincia delas. O exemplo do
egosmo apenas um caso; existem muitos outros traos e tendncias que sofrem o mesmo
processo, meus amigos.
Quando as pessoas se encontram emocionalmente enfermas isso sempre um
sinal de que, de um modo ou de outro, foi criada uma Mscara. Elas no percebem que
esto vivendo uma mentira, tendo construdo uma camada de irrealidade que nada tem a ver
com o seu verdadeiro ser. Como conseqncia, elas no esto sendo fiis sua
personalidade real. Como eu j disse, ser verdadeiro para consigo mesmo no quer dizer
que voc deva ceder ao seu Eu Inferior, mas sim que deve ter conscincia dele. No se iluda
caso ainda aja segundo a necessidade de proteger-se e no em razo de uma viso
esclarecida e de uma convico ntima. Tenha conscincia de que seus sentimentos ainda
no foram purificados neste ou naquele aspecto. Assim voc tem uma boa base para
comear. Ser mais fcil para voc encarar-se dessa maneira quando perceber que sob as
camadas do Eu Inferior vive o seu Eu Superior, a sua realidade ltima e absoluta, que voc,
no devido tempo, vai alcanar. E para alcan-lo preciso, em primeiro lugar, pr-se face a
face com o Eu Inferior, a sua realidade temporria, em lugar de encobr i-lo, pois isso coloca
uma distncia ainda maior entre o voc e a realidade absoluta, ou seja, o seu prprio Eu
Superior. Para encarar o Eu Inferior voc deve, a todo custo, demolir a Mscara. Voc pode
vir a faz-lo quando visualizar os trs eus que discuto aqui.
Mentir para si mesmo e no pensar sequer as prprias emoes e verdadeiros
motivos, mas apenas permitir, sem pensar, que as emoes o dominem pode s vezes
parecer adequado, mas no . A pessoa que quer ter felicidade, sade e paz interior, para
que realmente viva em plenitude esta vida presente e esteja em harmonia com Deus e,
assim, com o seu Eu interior, precisa achar a resposta, de uma vez por todas, para as
seguintes questes: Qual o meu verdadeiro Eu? O que meu Eu Inferior? Onde pode
existir uma Mscara, uma falsidade?
importante que todos vocs treinem o seu olho interior para ver a si mesmos e
aos outros seres humanos desse ponto de vista. Quanto mais se tornarem espiritualmente
despertos, mais fcil ser para vocs perceberem a si mesmos e aos outros com exatido.
Quando entrarem em contato com o Eu Superior, uma vez que a sua intuio tenha
despertado por meio do seu desenvolvimento espiritual pessoal, vocs sentiro uma clara
diferena entre a Mscara e o Eu Superior; sentiro a desagradvel manifestao da
Mscar a, principalmente das suas prprias, no importa o quo agradvel elas possam
parecer.
O que resta ento para ser feito penetrar tambm as camadas inconscientes da
personalidade com essas verdades, de forma que toda a resistncia seja superada.
Se voc quer trilhar esse caminho e obter a cura das suas enfermidades
emocionais, importante que compreenda tudo isso. Voc tem que encarar o Eu Inferior
que existe em cada ser humano, mas tambm saber que esse Eu Inferior no o Eu final
ou verdadeiro. O Eu Superior, que perfeio, esperando para crescer e ultrapassar essas
camadas de imperfeio, o verdadeiro EU.
Alguma pergunta sobre este tema, meus amigos?
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PERGUNTA: Como possvel desfazer o que o seu Eu Inferior manifestou sob a
forma de enfermidade fsica?
RESPOSTA: Para comear, voc no deve tentar eliminar as conseqncias
primeiro. Se o seu Eu Inferior criou uma doena, ela tem que ser aceita antes de tudo. Voc
deve descobrir as razes ou a parte do seu Eu Inferior que criou a enfermidade. O Eu
Inferior tem que ser confrontado e completamente explorado. Seu objetivo tem que ser
purificao e a perfeio por si mesmas. Voc o faz pelo amor ao Deus que existe em voc
e no para evitar um mal-estar. verdade que preciso muita determinao e fora interior
para purificar suficientemente os motivos em primeiro lugar, mas esse o fundamento
necessrio. Enquanto faz isso, voc est ao mesmo tempo aprendendo muitas outras coisas.
A fora espiritual cresce medida que voc aprende a ser absolutamente honesto consigo
mesmo . Uma vez que os seus motivos sejam puros, a doena no ter importncia do
estado da sua alma. Na medida em que o ego e o conforto de tudo o que lhe diz respeito
perdem importncia, voc ter seguido uma lei espiritual muito importante. A sua sade
espiritual ser gradualmente restaur ada. Essa lei tem a ver com o abandono do ego que
Jesus ensinou. S ao faz-lo voc ganhar a sua vida. Portanto, comece por enfrentar o seu
Eu Inferior com coragem, otimismo, humildade e com esprito de descoberta. Uma vez que
descubra o seu Eu Inferior e abandone todas as mscaras e todas as camadas superpostas,
voc comeara a trabalhar com esse seus diferentes aspectos. Isso se faz atravs da
atividade diria de auto-observao, testando-se a si mesmo, observando uma e outra vez o
quanto as suas correntes internas ainda se desviam daquilo que voc quer que elas sejam.
Enquanto realiza tudo isso, e obtm domnio sobre o seu Eu Inferior, voc aprende a
verdadeir a honestidade para consigo mesmo e os motivos que o levaram ao
desenvolvimento tornam-se cada vez mais puros. A sua viso vai ampliar-se, voc receber
esclarecimento e os seus sintomas e problemas vo gradualmente desaparecer. Assim, voc
no deve sequer pensar em sua enfermidade primeiro, mas nas razes do problema. Isso ser
o nico sucesso permanente. Se voc realmente deseja purificar-se e no simplesmente ver-
se livre de conseqncias desagradveis que lhe so mais visveis ou notveis, voc
receber ajuda e orientao para a luta contra o Eu Inferior, uma vez que ningum pode
faz-lo sozinho.
E com isso, meus amigos, eu os deixar ei. Vo em paz; saibam que Deus est
presente dentro de todos vocs.
CAPTULO 3
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REALIZE UMA VERDADEIRA
MUDANA DE SENTIMENTOS
Trago bnos para todos vocs, meus amigos a essa altura vocs j tero
entendido uma coisa claramente: a necessidade de autodesenvolvimento neste plano
terrestre, o qual existe para esse mesmo propsito. No importa quo difcil a vida possa ser
s vezes; apenas aquele que tem esse propsito pode encontrar paz na sua alma.
Prometi iniciar esse curso para cada um de vocs possa encontrar o seu caminho
aprendendo como segui-lo, onde comear e o que est na realizao desse trabalho. Tratem
as minhas palavras como uma meditao. Vocs devem reter estas palavras e no apenas l-
las uma vez, pois isso pode no ser o bastante. Vocs devem meditar sobre estes
ensinamentos de forma que este conhecimento possa um dia crescer do nvel superficial e
intelectual para atingir as mais profundas regies do seu ser. S ento eles sero
verdadeir amente benficos para vocs.
Todos sabem que importante ser uma pessoa boa, no cometer os assim
chamados pecados, dar amor, ter f e ser gentil para com os outros. Isso, porm, no o
suficiente. Para comear, saber tudo isso e ser capaz de agir de acordo so duas coisas bem
diferentes. Voc pode ser capaz de, voluntariamente, impedir-se de cometer um crime, mas
no pode de maneira alguma obrigar-se a nunca sentir vontade de ferir algum. Voc pode
agir de forma gentil para com uma ou outra pessoa, mas no pode obrigar-se a ter
sentimentos gentis. Tampouco voc capaz de forar-se a ter amor no corao ou a ter
verdadeir a f em Deus. O que quer que diga respeito s emoes no depende das suas
aes diretas ou mesmo dos seus pensamentos. Modificar os seus sentimentos exige o lento
processo de autodesenvolvimento e auto-conhecimento.
Voc pode constatar que no tem bastante f, mas aperceber-se disso e tentar
obrigar-se a t-la, dizendo a si mesmo Eu tenho f, no vai lev-lo nem um passo mais
perto dela; muito pelo contrrio. Superficialmente, voc pode ser capaz de se convencer
disso. Mas isso no quer dizer que a sua f e a sua capacidade de amar sejam reais e
disso que trata o Pathwork: da mudana de sentimentos.
Agora, como proceder para mudar os seus sentimentos mais profundos? Eis a
questo! por a que devemos comear, a que eu tenho de mostrar-lhe o caminho. Em
primeiro lugar, meus amigos, vocs no podero mudar nada enquanto no souberem o que
verdadeir amente existe em vocs. A maior dificuldade neste Pathwork que as pessoas
tendem a enganar-se a si mesmas acerca de quem realmente so. Eu no falo apenas da
mente subconsciente, que todos vocs sabem que existe. Entre a mente consciente e a
subconsciente existe outra camada que est muito prxima da mente consciente; no entanto,
vocs continuam alheios sua existncia porque querem continuar assim. Vocs fogem
dela, embora os seus sintomas e sinais estejam bem debaixo do nariz de vocs.
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As pessoas fogem dessa conscincia porque pensam, de maneira equivocada, que
aquilo que no conhecem no existe. Pode ser que vocs no pensem nisso exatamente
nesses termos, mas sentimentos desse tipo se passam dentro de vocs sem que sejam
percebidos. Contudo, mesmo desviem o olhar da sua prpria realidade interior, ela existe.
Ela pode ser a realidade de suas vidas e um estgio do seu desenvolvimento. a sua
realidade agora.
Relembrem a palestra que proferi sobre o Eu Superior, o Eu Inferior e a Mscara.
O que acabei de expor parte da Mscara. Todos vocs sabem que errado fazer ou pensar
ou sentir certas coisas. Se essas coisas ainda existem no seu Eu Inferior vocs se voltam
para o outro lado, pensando que assim eliminam o que reconhecem ser errado. Mas a fuga
ou a negao o maior engano que um ser humano pode cometer, pois causa infinitamente
mais problemas, mais perturbaes e mais conflitos interno e externos que qualquer coisa
que vocs conheam em suas mentes conscientes.
Encare a vida
Mencionei as vrias leis espirituais que esto sendo constantemente violadas por
seres humanos. O processo que acabei de descrever viola uma dessas leis: a lei do
enfretamento da vida. Encarar a realidade da vida significa ser capaz de encarar a si mesmo
assim como voc , com todas as suas imperfeies. Se voc no encarar a vida em
primeiro lugar, nunca poder evoluir. Nenhum sistema que tente ensinar meios de saltar por
sobre esse obstculo pode jamais ser bem-sucedido, pois a busca de tais atalhos tambm
viola uma lei espiritual.
Todos vocs esto inconscientemente envolvidos nesse processo danoso o tempo
todo, embora alguns dentre vocs possam ter obtido uma certa dose de autoconhecimento.
No h nem um entre vocs que no tenha tido pelo menos uma percepo acerca de uma
tendncia inter ior, tornando-se consciente da realidade. No obstante, em muitas outras
reas e sua mente consciente ainda foge do enfrentamento da verdade interior. Voc pode
at conhecer as suas deficincias, mas com certeza no conhece todos os seus verdadeiros
motivos. Voc no compreende por que tem certas opinies, gostos ou idiossincrasias;
mesmo as suas boas qualidades podem ser parcialmente influenciadas por um defeito
inconsciente ou por uma corrente interna errada. As tendncias sobre as quais voc tem at
aqui enganado a si mesmo tm que ser compreendidas levando-se em conta as influncias e
conexes que possuem.
No h nada na alma humana que provenha apenas do Eu Superior ou do Eu
Inferior, porque tudo constantemente se mistura, purificar quer dizer separar, compreender
e reorganizar em entendimento consciente todas essas vrias tendncias, purificando assim
as boas tendncias bsicas de todas as mscaras destinadas a enganar a si mesmo e de
influncias bsicas de todas as mscaras destinadas a enganar a si mesmo e de influncias
causadas por fraquezas de carter.
O Eu Superior em voc diz, Eu quero ser perfeito. Eu sei que essa a vontade de
Deus. Mas a ignorncia do Eu Inferior que faz com que voc pense que a perfeio pode
ser atingida desviando o olhar das suas imperfeies e desconsiderando-as. tambm o Eu
Inferior que sempre quer tido to confortvel.
O Eu Inferior quer estar em uma alta posio tambm, mas por outras razes que
no so as mesmas que as do Eu Superior. O seu Eu Superior busca avanar por amor a
Deus, por meio do reconhecimento e da iluminao, e est consciente de que somente
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quando for perfeito que voc poder ser realmente capaz de amar as outras criaturas
humanas. Mas o seu Eu Inferior quer ser perfeito para obter mais satisfao do Ego e para
se sentir por cima, para se admirado. Todos vocs, sem exceo, sentem isso.
Aqui est um exemplo em que ambos. O Eu Superior e o Inferior, querem a
mesma coisa, mas os seus motivos so completamente diferentes. de extrema importncia
para purificao da sua personalidade e em nome de uma alma sadia e harmoniosa que voc
separe esses motivos e reconhea as suas vozes. No se sinta como se eu o culpasse, nem
culpe a si mesmo quando comear a reconhecer essas tendncias em si. Eu estou
declar ando um fato, e uma das exigncias bsicas para o seu Pathwork que voc aceite a
realidade de muitas tendncias negativas que ainda existem em voc. Apenas a partir dessa
premissa que voc poder ir em frente e mudar a impureza dos seus motivos.
Voc tambm deve reconhecer razoes pelas quais o seu Eu Inferior o devia do
enfrentamento de si mesmo. Uma das razoes que reconhecer-se imperfeito
desagradvel. A outra que o Eu Inferior preguioso e nunca quer trabalhar. No entanto,
enfrentar o que esta em voc requer trabalho, especialmente no que se refere s coisas
incomodas. Assim o primeiro passo, meus amigos, na sua deciso de trilhar o Pathwork de
autodesenvolvimento e purificao ser claro a respeito disso. Se voc o perceber, no se
sentira desencorajado quando estiver entretido nesta primeira metade do trabalho, que e
indispensvel. Voc s pode atingir a perfeio atravessando as suas imperfeies, e no
contornando-as.
Uma busca com pleta leva tempo
Seguir este Pathwork no significa um constante e suave aperfeioamento de si
mesmo e de suas condies de vida. Isso tambm seria completamente irreal. preciso que
voc encare de que o caminho longo e que os tempos de provao no cessaro to rpido
quanto voc gostaria. Causa-se um grande mal quando se leva s pessoas pensar que,
seguindo certas regras de ensinamentos metafsicos, seus problemas cessaro por completo,
ou que, se eles parecem desaparecer por um tempo, isso ser um sinal de sucesso.
Imaginar que seguir Pathwork de purificao diminuir os seus problemas ou
perturbaes imaturo e infantil. Certamente os seus problemas exteriores e interiores
diminuiro e finalmente desaparecero, mas somente aps um longo tempo, depois que
voc tiver compreendido completamente a sua estrutura interna e reorganizando as suas
correntes interiores. Dessa maneira voc dissolvera imagens interiores que so diretamente
responsveis pelos seus conflitos.
Uma vez que tenha conseguido algumas vitrias sobre si mesmo voc percebera
integralmente essa verdade, mas isso exigira muito tempo e anos de trabalho. Ento, muito
gradualmente, os tempos de prova diminuiro em impacto e freqncia, medida que a
harmonia cresce na sua alma e voc realmente assume o controle de si mesmo e torna- se
consciente de quem . Quando eu digo consciente de si mesmo eu quero dizer ter
conhecimento completo e absoluto do seu Eu Inferior, o Que no significa que voc j o
tenha superado
Medite sobre o fato de que voc poder achar aspectos de si mesmo que talvez o
deixem chocado. Esteja pronto para enfrent-los no meio do caminho, em vez de esconder-
se e fugir deles. Procure aceitar o fato de que , assim como voc passou por testes antes
mesmo de comear neste Pathwork, eles continuaro a vir para voc durante muito tempo
ainda. A nica diferena que uma pessoa que est em um caminho como este ir, depois
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de algum trabalho bem-sucedido, compreender que cada teste e cada tempo de pesar
significam algo muito particular. Uma lio particular para aprender acerca de si mesmo
est contida em cada perodo difcil e em cada revs. Somente aps um tempo considervel
que a sua mente estar treinada neste sentido de forma que voc descobrir cada vez mais
rpido qual a lio. No momento em que voc tiver compreendido o significado desses
perodos, essa forma particular de testes terminara. Enquanto voc no o tiver entendido, os
testes continuaro. Eles podem parar aps algum tempo, mas voltaro da mesma forma, ou
de maneira semelhante, ate que voc tenha aprendido a lio. Aqueles que experimentam o
que significa compreender a mensagem de uma dificuldade especifica, entender
verdadeir amente o seu ncleo, percebero que beno isso !
O preo do crescimento espiritual alto
Outro pensamento para meditao: enquanto voc trilha este Pathwork, deve
tambm preparar-se para perseverar em outras das leis espirituais, que diz que existe um
preo a ser pago por tudo. Quem quer que tente evitar isso pagar no fim um preo muito
maior. Cada pessoa esta fazendo isso constantemente, de uma forma ou de outra; algumas
de maneira mais bvia; outras, de modo mais sutil e secreto. Muitas pessoas no o fazem de
maneir a perceptvel, mas psicologicamente todos vocs esto a faz-lo, particularmente
quando se aproxima deste Pathwork com olhos apenas semi-abertos.
Saiba que existe um preo, mas que ele vale a pena! Quando voc est para
comprar uma casa e quer uma linda manso, voc se conforma em pagar o preo adequado.
Voc no espera encontrar um palcio pelo preo de uma choupana. No nvel material voc
no tem nenhum conflito com essa verdade, mas no nvel emocional, psicolgico e
espiritual voc constantemente quer um palcio pelo preo de um barraco e, s vezes, at
de graa.
O preo que voc paga por este Pathwork de desenvolvimento sem dvida alto,
mas no existe absolutamente outro meio, na terra ou no cu, de obter harmonia, amor,
felicidade e completa segurana interior. O preo : nada de autopiedade, nada de iluses a
respeito de si mesmo, rompimento total em relao ao pequeno ego, tempo, esforo,
pacincia, perseverana e coragem. O que voc receber por esse preo na realidade cem
vezes mais valioso, mas no espere ver a recompensa assim que comear. Quando eu digo
comear eu me refiro a um perodo de pelo menos dois anos de trabalho, e falando
simbolicamente, primeiro voc ter de quitar a fatura.
Eu sei que as minhas palavras no so aquelas que uma pessoa auto-indulgente
gosta de ouvir. No existe um mtodo fcil nem uma frmula mgica pela qual possa obter
a felicidade que todos vocs buscam. Eu no posso prometer-lhes as preciosas ddivas dos
cus na terra se vocs simplesmente praticam alguns exerccios de prece. Se eu lhes
dissesse tais coisas vocs teriam boas razes para terem suspeitas e dvidas, mesmo que
inquestionavelmente preferissem ouv-las.
O que lhes ofereo real e verdadeiro. Cada um de vocs tem a oportunidade de
descobrir por si mesmo, experimentando e seguindo o meu conselho. E o conselho , para
comear, : medite sobre as palavras que lhes transmito aqui; considere qual deve ser o
preo e o que voc deve esperar. Ento decida-se.
Vocs est disposto a seguir este Pathwork? Oh!, voc pode dizer, eu estou muito
cansado. Eu s posso dizer que isso produto de uma viso curta; se voc est cansado ou
fraco porque suas foras internas se exaurem trabalhando nos canais errados, de tal forma
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que elas no conseguem renovar-se organicamente, como acontece numa alma em perfeito
estado. Se voc ao menos comeasse sem desanimar logo com os primeiros esforos, voc
finalmente conseguiria pr essa corrente interna no seu devido lugar. Ao faz-lo, voc
libertaria em si mesmo uma maravilhosa fora vital e uma centelha que transformaria por
completo sua vida.
No posso prometer que todos os seus problemas desaparecero, pois eles so
uma parte necessria do seu caminho, logo de incio, um desafio com o qual voc pode
aprender se o enfrentar como deve. Todavia, eu posso prometer que, depois que houver
preenchido certas condies fundamentais, voc no ficar mais deprimido com sua vida e
com suas dificuldades. Eu posso prometer que o seu cansao desaparecer e que voc ter a
fora para enfrentar as dificuldades e carregar a sua cruz de maneira certa, sabendo o
porqu e qual o sentido de tudo isso.
Sua maior dificuldade e a coisa que o mais enfraquece na sua vida, o fato de
voc no poder ver a razo de nada que lhe acontece. Apenas seguindo um caminho
dirigido para o seu interior que voc descobrir ; e somente isso lhe dar a fora de que
necessita. Alm disso, eu posso prometer que depois de um certo tempo no Pathwork voc
aproveitar a vida apesar das dificuldades, antes mesmo que elas tenham efetivamente
comeado a desapar ecer. Voc passar a saborear a vida de uma maneira que nunca foi
capaz. Eu posso prometer que voc estar vibrantemente vivo, primeiro a intervalos e
depois de modo mais consistente.
medida que voc compreende a si mesmo e comea a pr ordem na sua alma,
essa fora vibrante da vida comea a preench-lo. A vida ser bela para voc em toda sua
realidade. Portanto eu lhes digo em verdade, no adiem esse trabalho. No importa o quo
tarde voc imagine que seja, nunca tarde demais. O que quer que voc consiga nesta terra
ter um valor eterno. E quando falo em realizao, eu quero dizer a conquista do seu Eu
Inferior.
Trs tipos de trabalho
Eis aqui outro pensamento, meus amigos, para essa deciso inicial que voc tem
de abordar com olhos abertos: distinga os trs tipos de trabalho envolvidos na sua
purificao. Um o comportamento exterior, o reconhecimento das suas faltas e qualidades
aparentes, bem como qualquer ocorrncia que esteja na superfcie. A prxima fase e essas
fases freqentemente se alternam lidar com aquela camada em que voc no pertence
diretamente ao seu subconsciente, mas da qual voc no tem conscincia porque est
deliber adamente fugindo dela. Esta camada tem de ser tratada de maneira diferente, que eu
lhes mostrarei. A terceira camada, igualmente importante, a mente subconsciente. No
pense que aquilo que est no subconsciente to longnquo que no tem efeito sobre voc.
Sem que o saiba, voc constantemente dominado por seu subconsciente; possvel
descobrir, de modo lento mas seguro, o que nele est contido, pelo menos at certo ponto.
Distinga as tendncias que esto diretamente relacionadas sua vontade consciente e que
portanto so diretamente controladas atravs de um ato volitivo. Voc vai descobrir tambm
outras que esto ligadas s suas emoes e que no lhe podem ser diretamente foradas a
reagir aos seus desejos. O mundo da emoo s pode mudar atravs do crescimento
orgnico, no por presso e ao voluntria, exceto de forma indireta.
Suponhamos que voc descubra que bem no fundo voc no tem amor ou f. Voc
no pode se forar a ter f ou amor, no importa o quanto tentar diretamente. Porm o que
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voc pode fazer trilhar este Pathwork, seguir estes passos, superar talvez uma falta de
disciplina que torna to difcil para voc trabalhar com diligncia no seu Pathwork.
Ao fazer isso voc no trabalhar diretamente a sua falta de amor ou f, por
exemplo, mas vai simplesmente conseguir conhecer-se a si mesmo e descobrir que lhe
faltam esses atributos. Quando voc gradualmente compreende isso sem se forar a ter f
ou amor, com o tempo a fora vital comea a preench-lo e, automaticamente, vai gerar
esses sentimentos sem nenhum esforo direto da sua parte. Caso as sua emoes comecem
a mudar depois de alguns poucos anos, isso pode ser considerado um sucesso maravilhoso.
A mudana vai acontecer to naturalmente que, no incio, voc talvez nem tenha total
conscincia disso.
Estude estas palavras agora; pense profundamente sobre elas. Creiam-me, meus
amigos, isso tudo nem to difcil quanto possa parecer-lhes agora, nem este Pathwork
um milagre que vai produzir felicidade para vocs sem exigir toda sua honestidade, toda a
sua fora de vontade e esforo.
Quero dizer-lhe mais uma coisa sobre essa fase de preparao e deciso; esteja
preparado para uma luta consigo mesmo. Ser a luta entre o Eu Inferior e o Eu Superior, e
a vontade de seu ego consciente que vai decidir que lado vai vencer. Ser necessariamente
uma longa batalha, que a princpio vai manifestar-se impedindo- o simplesmente de seguir
este Pathwork. O Eu Inferior pode enviar mensagens tais como: Eu no acredito nisso, ou
pode no ser necessrio, afinal de contas, ou estou muito cansado, ou ainda eu no
tenho tempo. preciso que voc reconhea essas mensagens pelo que realmente so e
compreenda de onde vieram. Use-as como um ponto de partida para escavar mais fundo no
interior da sua alma. Tente ver claramente o que est realmente falando l dentro quando
ouvir esses pretextos e desculpas ocultos.
Se voc antecipar esse conflito, ser capaz de ver e escutar e obter uma primeira
vitria. Voc ter aprendido tambm at certo ponto o processo de descobrir as suas
mscaras e motivos errados, o que o por em boa posio mais tarde, quando o Eu Inferior
tentar obstruir o seu caminho por outros meios. Ele simplesmente tentar apegar-se a
correntes espirituais individuais. A essa altura voc j saber lidar com isso um pouco
melhor. No ponha apenas de lado as desculpas artif iciais. Teste-as, lide com elas, examine-
as.
Muitos de vocs tm medo do que possa vir do seu Eu Inferior. importante
aprender a interpretar a traduzir tais sentimentos vagos em pensamentos concisos. Esse
medo uma importante razo para que uma pessoa se afaste do encontro com o eu.
pueril imaginar que o que quer que voc no acalente em si mesmo no existe
caso voc evite encar-lo. O Eu Inferior imaturo e ignorante sua natureza de defeitos e
distores. Ento eu digo: No fuja do que existe em voc! Todos vocs sabem que o Eu
Inferior apenas uma camada temporria, e no constitui a sua personalidade por inteiro.
Ele est agora por ser trabalhado, mas no o seu verdadeiro eu.
O seu Eu Superior, que est parcialmente livre, j se manifesta atravs das suas
boas qualidades, sua generosidade, sua gentileza, ou o que quer que exista em voc que
pertena sua esfera. Porm mesmo onde ele no pode manifestar-se por estar
profundamente escondido por trs do Eu Inferior, o seu Eu Superior ainda assim existe em
sua radiante perfeio. Como voc pode alcan-lo a menos que penetre no Eu Inferior?
Assim, no tenha medo; no fique chocado quando encontrar o seu Eu Inferior
onde at hoje no esperava encontrar. Ele uma formao temporria necessria, mas
nunca, nunca representa sua verdade absoluta. De fato, atingir o estgio em que voc fica
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chocado com algumas de suas facetas, das quais no havia suspeitado antes, constitui um
sinal de avano. Essa uma forte indicao de progresso, pois em passar por esse estgio,
por mais doloroso que possa ser por algum tempo, voc no pode conseguir mais nenhum
sucesso ou vitr ia. Isso parte do Pathwork, meus amigos.
Se voc meditar sobre essas palavras e ao mesmo tempo tentar ficar consciente do
seu medo do Eu Inferior, da sua vergonha por ele, e se voc aprender a viver com essa
verdade e esse conhecimento, voc vai vencer. Ento, vai encarar o seu medo de forma
realista e no estar se escondendo dele como se esconde de algumas outras coisas em si
mesmo.
E agora eu me retiro, meus amigos. Bnos de Deus para todos; a paz esteja com
vocs. Fiquem com Deus.
CAPTULO 4
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DESCUBRA OS SEUS DEFEITOS
Eu lhes trago bnos, meus queridos amigos.
Em nosso ltimo encontro eu lhes falei sobre as dificuldades deste Pathwork e dos
perigos de aproximar-se dele com a iluso de que umas poucas meditaes e alguma
frmula milagrosa faro com que todos os seus problemas terrenos desapaream.
Um outro grande mal-entendido a idia equivocada de que os meios que eu
estou a indicar-lhes para seguir o Pathwork negligenciam a sua vida em outros sentidos.
Alguns dentre vocs talvez creiam que devotar uma certa quantidade de tempo e esforo
para o seu desenvolvimento espiritual v tomar muito tempo da sua luta diria pela
sobrevivncia; pensam que pode no restar foras suficientes para os seus esforos
profissionais e portanto temem que as suas finanas venham a ser prejudicadas. Outros
talvez acreditem que no lhes sobraria muito tempo para aproveitar a vida, e outras coisas
semelhantes.
Essa maneira de pensar, porm, est muito errada porque o desenvolvimento
espiritual em geral, e este Pathwork em particular, no uma atividade a mais que voc
acrescenta simplesmente s outras atividades, diminuindo assim a fora, o tempo, o esforo,
e o entusiasmo que de outro modo estariam disponveis para todos os outros deveres e
prazeres. Na realidade exatamente o contrrio, meus amigos.
A verdade que este Pathwork de purificao representa o fundamento da sua
vida. Ele o solo sobre o qual voc caminha. Quando voc decide segui-lo, simplesmente
redireciona rumos da sua vida para diferentes canais. Depois de algum tempo, muito
embora os seus principais problemas no desapareceram de um dia para o outro, essa
atitude tem o efeito de despertar em voc uma nova centelha de vida que propicia fora,
argcia, vitalidade e capacidade para gozar a vida como nunca antes, e que at agora lhe
eram desconhecidas.
Dessa forma voc ter um melhor desempenho na sua profisso; voc se
beneficiara mais dos seus momentos de lazer; em suma, tirara da vida mais prazer, ao passo
que ela ainda montona para a maioria. Esses so os resultados que eu posso prometer se
voc trabalhar espiritualmente do modo que eu estou lhe mostrando. Eles no vo se tornar
aparentes de imediato, mas s depois de um certo tempo, aps algumas vitrias interiores.
Ento voc Vera que este Pathwork vale a pena, mesmo considerado do seu ponto de vista
egosta e mesmo que os seus principais conflitos ainda no tenham desaparecido.
E isso se deve ao fato de que neste Pathwork, com o tempo, voc Vera onde em
seus sentimentos, reaes e pensamentos mais profundos, se no em seus atos, voc violou
muitas leis espirituais. Tal percepo vai torn-lo capaz de modificar gradualmente
correntes internas e reaes emocionais e isso libertara automaticamente um poder e uma
fora vital que antes estavam trancados ou bloqueados. Assim, eu no lhe prometo um
milagre que lhe ser dado como uma recompensa do cu, mas mostro a voc de forma
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simples e lgica que este Pathwork no pode deixar de funcionar, porque ele baseado na
lei de causa e efeito, que opera de maneira bastante natural e impessoal.
Portanto, eu lhe peo que no considere a deciso de trilhar este Pathwork como
alguma outra atividade da sua vida, como tomar aulas de alguma coisa, que poderiam
roubar-lhe tempo e esforo que por sua vez seriam dedicados a outras atividades
necessrias ou desejveis. Antes, considerem-no como o alicerce da sua vida. Ele a
transformar em um todo bem-integrado pois, caso possa resolver os seus problemas e erros
interiores, voc necessariamente, no devido tempo, resolvera tambm os seus problemas
exterior es.
Nesse momento diapaso, voc obter tanto mais de todas as boas coisas da vida
felicidade, alegria, prazer se a sua alma se tornar saudvel novamente, se as suas reaes
internas puderem conformar-se lei espiritual! S ento voc ser capaz de ser feliz. E
quantas pessoas so capazes de encontrar a felicidade? Muito poucas, meus amigos, pois s
aqueles que abraam a vida de todo o corao, sem medo, sem autopiedade, sem ter medo
de serem feridas, seguem uma lei espiritual muito importante. E s aqueles que podem
faz-lo so capazes de experimentar a verdadeira felicidade.
Assim, tudo o que voc fizer na vida ter mais sabor, mais conscincia e mais
centelha vital caso siga o Pathwork de autoconhecimento. Isso no tomara mais tempo que
o razovel, de acordo com as circunstncias da sua vida. Todos vocs sem exceo so
capazes, com um pouco de fora de vontade, determinao e uma organizao adequada da
sua vida dir ia, de dedicar em media meia hora por dia ao seu desenvolvimento espiritual.
Voc gasta tempo com o seu corpo fsico, alimenta-o, repousa-o e o limpa;
certamente voc no sente que isso tira alguma coisa dos seus outros deveres ou prazeres.
Voc tem como certo que uma parte necessria e bvia da sua vida. Contudo, quando
surge a questo de fazer ou no o mesmo pela sua alma, ento medos, duvidas e
questionamentos barram o seu caminho.
Mas eles no podem faz-lo se voc se der ao trabalho de pensar um pouco sobre
o tema do desenvolvimento espiritual, meus amigos. Contudo, voc no est pensando
razoavelmente sobre ele porque no avalia essas duvidas quanto ao seu prprio mrito.
Voc as tem porque inspirado pelo seu Eu Inferior. Enquanto no reconhecer como esse
Eu Inferior funciona, como ele manifesta, e de que maneiras ardilosas ele se esconde por
trs de desculpas fceis, voc no ser capaz de domin-lo.
No so apenas aquelas caractersticas comumente chamadas faltas ou defeitos
que so um obstculo para voc, e que portanto indiretamente fazem mal aos outros, mas
tambm os seus medos, que so geralmente considerados defeitos. Voc no se da conta de
que os seus medos causam um grande dano, no apenas na sua prpria vida, mas tambm
na vida dos outros. Eles tambm ocultam a sua luz de amor, compreenso e verdade. Por
conseguinte, adotar este Pathwork no apenas uma questo de superar as suas fraquezas
de carter. A superao do seu medo de igual importncia, pois enquanto houver medo no
seu corao, voc causa dano s outras pessoas.
Prometi que mostraria como voc deve se portar para verdadeiramente iniciar este
trabalho. Existem muitas maneiras e cada pessoa reage a elas de modo diferente. Porm, eu
darei algumas linhas mestras bsicas para serem seguidas enquanto voc traa os seus
prprios planos.
Todos vocs sabem que obter o autoconhecimento de suma importncia. Mas,
como isso pode ser feito? O primeiro passo ser pensar to objetivamente quanto lhe for
possvel acerca de si mesmo, sobre todas as suas qualidades e todos os seus defeitos.
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Escreva uma lista, como eu tenho freqentemente aconselhado, pois escrever ajuda a
concentr ar-se e condensar o que voc descobriu ate o momento. Isso ir evitar que perca de
vista esse conhecimento. As palavras ali, preto no branco, podem lanar uma nova luz de
compreenso e promover um pouco mais de desprendimento na sua considerao de si
mesmo.
Mais tarde, quanto tiver alcanando mais conhecimento a respeito de si mesmo e
das suas tendncias subconscientes, voc ser capaz de juntar certas peas do conhecimento
adquirido antes, contanto que estejam expressas de maneira clara e concisa.
A lei da fraternidade
Depois de fazer isso conscienciosamente, o prximo passo pedir a uma outra
pessoa, algum que o conhea muito bem, para dizer-lhe honestamente o que pensa a seu
respeito. Eu sei que isso exige um pouco de coragem. Considere-o como o primeiro passo
para superar um pouquinho o seu orgulho. Ao faz-lo, voc ter obtido uma vitria que j o
livrara de uma pequena cadeia interna.
E muito importante no realizar esse trabalho completamente sozinho. Abrir
realmente o seu corao a outra pessoa traz-lhe uma ajuda espiritual que no pode receber
enquanto estiver s. Isso se deve a lei da fraternidade. Pois pessoas que esto sempre
sozinhas, no o quanto trabalhem, o quanto leiam ou estudem, o quanto tentem ser honestas
consigo mesmas, ficam trancadas numa espcie de vcuo que impede uma compreenso e
avaliao de si mesmas, compreenso esta que flui automaticamente em seu interior
quando podem abrir-se para outra alma. Permanecendo s voc viola, de uma for ma sutil, a
lei da fraternidade.
No se isolar exige uma certa dose de humildade que no se instala facilmente no
principio, mas que, depois de algum tempo, se torna uma segunda natureza. Em breve voc
ser capaz de falar abertamente sobre as suas dificuldades, fraquezas e problemas, e de
receber criticas. Isso, naturalmente, e igualmente saudvel para sua alma. Cada um de
vocs que j tentou se abrir confirmara que o simples fato de discutir um problema que
guardou para si mesmo far com que ele perca as suas propores exageradas e alguns dos
seus aspectos assustadores.
Ser voc mesmo, como voc realmente, com pelo menos uma pessoa, com um
mnimo de mscaras e defesas, e um excelente remdio. Ao mesmo tempo voc oferece um
ato de amor outra pessoa, a quem voc ajuda mais ao mostrar as suas prprias fraquezas
humanas do que tentando parecer superior. O seu parceiro far o mesmo por voc.
Assim, tente organizar isso com um amigo. Voc Vera aps algum tempo como
ser til e produtivo. Vai lhe dar algo sobre o que pensar; vocs ajudaro um ao outro e
aprendero muito sobre fraternidade, humildade, e compreenso desprendida.
Eu aconselho a procurar as pessoas que o conhecem realmente bem. No importa
em que acreditem, eles vo respeit-lo pelo seu sincero esforo para melhorar, para
aprender sobre os seus defeitos e para escut-los. Voc pode pedir da maneira certa,
explicando-lhes que quatro olhos geralmente vem melhor que dois e que voc quer
melhorar e no ficara magoado ou aborrecido com eles, mesmo que lhe digam algo que lhe
parea injusto.
E quando os seus amigos ou seus familiares realmente lhe disserem os seus
defeitos, pense neles com calma. Algum pode dizer algo que primeira vista parecera
inteiramente injusto e doloroso para voc. Voc pode tambm, em todo caso, ficar ainda
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mais magoado se o que lhe disserem for verdade. Mesmo que voc tenha a sincera
convico de que critica e uma injustia, tente avali-la no o obstante. Pode haver n ela
pelo menos uma mnima partcula de verdade; a outra pessoa pode v-lo apenas um pouco
diferente ou v-lo apenas em um nvel superficial. Ele, ou ela, pode no compreender
totalmente o que jaz por sob o seu comportamento, o porque de voc reagir dessa maneira,
e todos os complicados mecanismos do funcionamento da alma. Ele ou ela pode no
escolheras palavras certas, mas a partcula de verdade no que dito pode abrir uma nova
porta de compreenso para voc. Pode ate ser algo inteiramente nova para voc, porm com
freqncia necessrio considerar a mesma falha ou trao a partir de novos ngulos, sob
uma luz diferente, de modo a compreender os vrios efeitos que o mesmo defeito, ou falhas
que comea a reconhecer cada vez mais claramente na sua meditao diria, e se o seu
desejo for verdadeiramente sincero, voc ter iniciado da melhor forma possvel.
Treine-se para observar as suas reaes interiores quando lidar com o que h de
desagradvel dentro de si mesmo. Isso de extrema importncia. Eu iniciei esta palestra
dizendo que o Eu Inferior resiste constantemente aos seus esforos. Aqui voc tem uma
maravilhosa oportunidade de observar o seu Eu Inferior enquanto ele age e reage. Observe-
o como faria com uma outra pessoa; mantenha-se um pouco menos envolvido com ele.
Ponha um pouco mais de distancia entre o seu poder de auto-observaao e a reao do seu
Eu Inferior, do seu Ego, da sua magoa, da sua vaidade, que se manifestam quando voc lida
com o lado desagradvel da sua personalidade.
Ao reconhecer assim as suas prprias reaes e compreenda-las, talvez encar- las
com um pouco mais de humor, no se levando to a serio nesse aspecto, voc avanara um
outro degrau na escada. Mas eu o advirto a no esperar que essa percepo nasa de um dia
para o outro. Ela significa trabalho constante e, depois de algum tempo de esforo dirio,
mesmo que seja por apenas meia hora, voc far progressos. Chegar o ponto em que
sentira com muita clareza a distancia entre o seu Eu Verdadeiro e o seu pequeno Ego
magoado, e voc poder lev-lo menos a serio, sem se envolver muito. Uma vez que voc o
tenha alcanado, abrir-se- uma porta para ainda mais autocompreensao.
Assim, comece por fazer o seu prprio inventario de falhas. Aps ter feito o seu
melhor nesse aspecto, aps ter perguntado tambm a algum que conhea realmente bem os
seus defeitos, compare as observaes dessa pessoa, ou pessoas, com as suas prprias
descobertas. Esses esforos so um maravilhoso comeo para todos. Eles no sero em
vo, eu prometo. Se voc fizer algum trabalho de auto-observaao todos os dias e meditar
sobre as palavras relativas ao tema que estou abordando agora, voc certamente ser bem-
sucedido muito antes que resultados concretos possam manifestar-se na sua vida. Um
sentimento de contentamento e paz profundos surgira em voc com uma freqncia muito
maior.
Os trs principais defeitos
Agora eu vou mencionar os trs principais defeitos do car ter humano. Esses trs
defeitos fundamentais, dos quais derivam direta ou indiretamente todas as vrias limitaes
individuais, so a obstinao, o orgulho e o medo. muito importante que voc os
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perceba. Voc pode no achar que o medo seja um defeito, mas eu estou lhe dizendo que o
; uma pessoa sem falhas no teria medo.
Todos vocs sabem que o oposto do medo o amor, porm esse conhecimento em
si mesmo no ser suficiente para que compreenda por que o medo um defeito. Primeiro
voc tem que entender que esses trs defeitos so interligados, dificilmente seria possvel
que voc tivesse um ou dois desses defeitos sem o terceiro. O que pode ser possvel, no
obstante, que, dos trs, um ou dois sejam inconscientes, enquanto o terceiro fortemente
aparente, at para voc mesmo.
Portanto, muito importante que voc escreva a sua reviso diria e confira as
suas reaes e tudo que tenha sentido durante o dia em resposta a incidentes que com
freqncia parecem irr elevantes. Se voc tentar formular concisamente uma das duas
reaes interiores desagradveis, sempre chegar concluso que na maior par te das vezes
existe um elemento de medo envolvido nela medo de que talvez outras pessoas no faam
o que voc quer ou no reajam de acordo com o seu desejo. Em outras palavras, se existe
uma forte obstinao, existe automaticamente o medo de que essa vontade no seja
satisfeita ou de que o seu orgulho possa ser ferido. Caso voc no tivesse uma vontade
obstinada, no teria que temer que ela no fosse satisfeita.
Se voc comear a verificar as suas impresses ao longo do dia e as suas reaes,
poder ver onde se insere o elemento medo e se ele est ligado com a obstinao e o
orgulho, e em que medida. Ento comece a observar essas suas reaes internas e a analis-
las nestes termos sem tentar modificar-se imediatamente, porque os sentimentos no podem
ser mudados por um simples ato de vontade, mas eles vo modificar-se se voc aprender
primeiro a observ-los.
Reviso diria
A pr
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