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ÍNDICE
NEWSLETTER SISTEMA FINANCEIRO E MERCADO DE CAPITAIS I 4.º TRIMESTRE 2016
I DMIF II – ANTEPROJECTO DE TRANSPOSIÇÃO: ALTERAÇÕES AO CVM E AO RGICSF 2
II LEGISLAÇÃO
A. DIREITO BANCÁRIO INSTITUCIONAL E MATERIAL
B. DIREITO DOS SEGUROS INSTITUCIONAL E MATERIAL
C. VALORES MOBILIÁRIOS E MERCADO DE CAPITAIS
8
11
12
III JURISPRUDÊNCIA RELEVANTE 13
NEWSLETTER I SISTEMA FINANCEIRO E MERCADO DE CAPITAIS
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NEWSLETTER SISTEMA FINANCEIRO E MERCADO DE CAPITAIS
I DMIF II – ANTEPROJECTO DE TRANSPOSIÇÃO: ALTERAÇÕES AO CVM E AO
RGICSF
O Conselho Nacional de Supervisores Financeiros colocou à consulta pública, no passado
dia 29 de Dezembro, o anteprojecto de transposição da Directiva n.º 2014/65/UE do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de Maio de 2014 (DMIF II) e de execução na
ordem jurídica nacional do Regulamento (UE) n.º 600/2014 do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 15 de Maio de 2014 (RMIF), doravante o Anteprojecto.
A DMIF II e o RMIF preconizam uma profunda reforma da anterior Directiva 2004/39/CE
(DMIF I), introduzindo alterações substanciais na regulação dos mercados de instrumentos
financeiros, em resposta às deficiências no funcionamento e transparência dos mercados
experienciadas com a crise financeira.
A transposição da DMIF II e a execução do RMIF implicam, assim, uma série de alterações
ao Código dos Valores Mobiliários (CVM) e ao Regime Geral das Instituições de Crédito e
Sociedades Financeiras (RGICSF), previstas no Anteprojecto. Destacamos, de seguida e de
forma esquemática, aquelas que nos parecem ser as alterações mais relevantes previstas
no Anteprojecto.
I. Alterações ao CVM
1. Aspectos Gerais
(i) É alterado o elenco de instrumentos financeiros previsto no artigo 2.º do CVM,
com inclusão das licenças de emissão e exclusão de instrumentos derivados de
mercadorias que sejam produtos energéticos grossistas negociados em sistema de
negociação organizada com liquidação exclusivamente física;
(ii) São introduzidas diversas alterações às excepções ao princípio da exclusividade
do exercício das actividades de intermediação financeira (artigo 289.º, n.º 3
do CVM), de entre as quais destacamos:
(a) a autonomização de uma excepção (sujeita a certos requisitos) para as
pessoas que negoceiem por conta própria derivados de mercadorias e licenças
de emissão ou que prestem serviços de investimento nesses instrumentos;
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(b) a limitação do âmbito da excepção relativa às pessoas que tenham como única
actividade de investimento a negociação por conta própria;
(c) a introdução de novas excepções para os operadores sujeitos a obrigações de
conformidade no quadro do regime de comércio de licenças de emissão de
gases com efeito de estufa (Directiva n.º 2003/87/CE), para os operadores de
redes de transporte de energia e para as centrais de valores mobiliários.
2. Alterações ao regime da consultoria para investimento
(i) São impostos deveres de informação reforçados quanto aos serviços prestados;
(ii) Prevê-se um dever de entrega ao investidor de um documento que reflecte a
avaliação da adequação do investimento ou serviço recomendado;
(iii) É introduzido um regime específico (mais exigente) para a consultoria
independente, novo conceito introduzido pela DMIF II e acolhido no Anteprojecto,
que se caracteriza essencialmente pelos seguintes aspectos:
(a) Dever de o intermediário financeiro avaliar uma gama suficientemente
diversificada (quanto ao seu tipo e aos emitentes ou distribuidores) de
instrumentos financeiros disponíveis no mercado, que não deve estar limitada
aos instrumentos financeiros emitidos ou fornecidos pela própria empresa de
investimento ou por entidades com relações estreitas;
(b) Proibição de o intermediário financeiro aceitar ou receber remunerações,
comissões ou quaisquer prestações monetárias ou não monetárias, pagas ou
concedidas por qualquer terceiro ou pessoa que actue em nome de um terceiro
em relação à prestação do serviço aos clientes1;
(c) Segregação do exercício da actividade de consultoria independente de outros
serviços de consultoria prestados pelo intermediário financeiro;
(iv) O regime de registo de consultores para investimento sofre alguns
ajustamentos.
1 Também aplicável à gestão de carteiras.
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3. Alterações ao nível dos deveres de conduta dos intermediários
financeiros
(i) São alteradas as regras de proibição de benefícios ilegítimos, reforçando-se os
deveres de informação a este respeito e especificando-se as condições em que se
deve considerar que um benefício é concedido para reforço da qualidade do serviço
(sendo, portanto, legítimo), assim como os benefícios permitidos relativamente a
recomendações de investimento;
(ii) Quanto à avaliação do carácter adequado da operação, o Anteprojecto prevê
(a) o seu reforço no caso de prestação de serviços de gestão de carteira e consultoria
para investimento, (b) a limitação do elenco de instrumentos considerados “não
complexos” para efeitos do regime de mera execução previsto no artigo 314.º-D do
CVM (em que se dispensa a referida avaliação) e (c) a aplicação do regime de mera
execução apenas quando não haja a prestação de um serviço auxiliar de concessão
de crédito para realização de operações sobre instrumentos financeiros;
(iii) No que respeita à categorização dos investidores, a terminologia “investidor
qualificado/investidor não qualificado” é substituída pela terminologia da DMIF –
“investidor profissional/investidor não profissional”;
(iv) São alteradas as normas relativas ao registo de ordens recebidas por telefone
ou meios electrónicos;
(v) São reforçados os deveres de informação do intermediário sobre a sua política de
execução de ordens, incluindo a divulgação anual das cinco estruturas de
negociação mais utilizadas e a qualidade de execução obtida;
(vi) É consagrada a proibição da celebração de contratos de garantia financeira com
transferência de titularidade com investidores não profissionais como forma de
garantir obrigações desses clientes.
4. Alterações ao nível dos deveres de organização dos intermediários
financeiros
(i) O Anteprojecto consagra o dever de os intermediários financeiros que prestem
serviços/actividades de investimento adoptarem políticas e procedimentos
internos de aprovação de produção ou distribuição de instrumentos
financeiros (product governance), tendo em conta o mercado a que se destinam;
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(ii) São introduzidas regras sobre remuneração dos colaboradores, incluindo a
obrigação de os intermediários financeiros adoptarem uma política de remuneração
e avaliação dos seus trabalhadores que assegure que estas não conflituam com o
dever de actuar no interesse dos clientes.
5. Alterações ao nível das formas organizadas de negociação
(i) É introduzida uma nova forma organizada de negociação2: o Sistema de
Negociação Organizada (OTF), que, entre outros aspectos, se caracteriza por (a)
nela apenas poderem ser negociados instrumentos não representativos de capital
(non-equity), (b) em regra, a entidade gestora não poder executar ordens de clientes
contra carteira própria ou de entidades pertencentes ao mesmo grupo e (c) a
execução de ordens poder ser efectuada numa base discricionária em determinadas
circunstâncias.
(ii) Nos sistemas de negociação multilateral, é introduzido um requisito de
composição mínima de 3 participantes com actividade relevante e passa a estar
expressamente prevista a proibição de execução de ordens contra a carteira própria
da entidade gestora;
(iii) Ao nível da internalização sistemática3, são consagrados, por remissão para a
regulamentação europeia4, limiares quantitativos para efeitos de qualificação de um
intermediário financeiro como internalizador sistemático (o que obriga a
comunicação à CMVM);
(iv) São reforçados os deveres de organização e requisitos técnicos aplicáveis às
plataformas de negociação;
(v) É introduzida a figura dos sistemas de negociação multilateral de PME em
crescimento;
(vi) É regulamentada a negociação algorítmica, passando as entidades que a
desenvolvam a estar sujeitas a certos requisitos de organização interna e prevendo-
2 Em linha com esta introdução, a gestão de sistema de negociação organizada passa a estar também incluída no
elenco de serviços e actividades de investimento do artigo 290.º do CVM.
3 Cujo regime é alargado no RMIF a instrumentos similares a acções e instrumentos não representativos de capital. 4 Limiares fixados no Regulamento Delegado da Comissão que completa a Diretiva 2014/65/EU.
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se requisitos específicos para a negociação algorítmica de alta frequência e para a
negociação algorítmica com estratégias de criação de mercado;
(vii) Por fim, o Anteprojecto consagra deveres específicos aplicáveis a intermediários
financeiros que disponibilizem acesso electrónico directo a uma plataforma de
negociação, bem como às plataformas de negociação que permitam esse tipo de
acesso.
6. Outras alterações a destacar
(i) É regulada a participação em leilões de licenças de emissão;
(ii) Ao nível dos derivados de mercadorias, são introduzidas regras sobre limites de
posições, controlos de gestão de posições e reporte de posições.
II. Alterações ao RGICSF
1. Alterações a nível prudencial
(i) Prevê-se a possibilidade de recurso a agentes vinculados pelas instituições de
crédito para a prestação de serviços de investimento, regulando-se o
estabelecimento e a prestação de serviços de investimento por instituições de
créditos através de agentes vinculados e estabelecendo-se regras de comunicação
entre autoridades de supervisão;
(ii) São alargadas as exigências de comunicação pelas empresas de investimento às
autoridades de supervisão quando recorram a agentes vinculados para o exercício
de actividades ou prestação de serviços de investimento;
(iii) Acolhe-se a possibilidade de constituição em Portugal de sucursais de
empresas de investimento com sede em países terceiros, regulando-se as
condições de estabelecimento e os requisitos de autorização, assim como a
respectiva revogação;
(iv) É consagrada uma excepção ao requisito de autorização quanto à prestação de
serviços de investimento por exclusiva iniciativa do cliente por parte de
empresas de investimento com sede em países terceiros;
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(v) Equiparam-se os requisitos a que está sujeito o estabelecimento de sucursais
de instituições de crédito com sede em país terceiro aos das sucursais de empresas
de investimento com sede em país terceiro;
(vi) No âmbito do processo de autorização para constituição de instituições de crédito e
empresas de investimento, passa a ser expressamente exigida a identificação dos
accionistas indirectos que detenham participações qualificadas (ou caso não
existam, dos vinte maiores accionistas) e do último beneficiário ou beneficiários
efectivos da participação.
2. Alterações a nível comportamental
(i) É consagrado o dever de avaliação da adequação do produto no âmbito da
comercialização dos produtos e serviços bancários de retalho;
(ii) São introduzidas regras sobre os procedimentos de governação e monitorização
a implementar pelas instituições de crédito no âmbito da criação e
comercialização de produtos e serviços bancários de retalho5;
(iii) São introduzidas algumas disposições de enquadramento ou complementares à
regulação dos depósitos estruturados, que é feita em diploma avulso, sendo de
destacar o acolhimento no RGICSF da prestação de serviços de consultoria
relativamente aos depósitos estruturados por parte de certas empresas de
investimento;
(iv) São desenvolvidas as regras em matéria de conflitos de interesse6 no contexto
da actuação das instituições de crédito nos mercados bancários de retalho;
(v) São introduzidas regras relativas à remuneração e avaliação dos
colaboradores7, assim como respectivos conhecimentos e competências;
(vi) São introduzidas regras relativas ao registo e arquivo das operações;
5/6/7Na verdade estas matérias estão previstos na DMIF II para os depósitos estruturados, regulados em diplomas
avulsos, mas opta-se no Anteprojecto por prever disposições análogas para criação e comercialização de todos
os produtos e serviços bancários de retalho.
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(vii) Por fim, são também introduzidas alterações ao regime sancionatório.
III. Notas finais
A título final, cabe referir que o Anteprojecto prevê um conjunto de alterações a outros
diplomas legais (designadamente ao Decreto-Lei n.º 357-C/2007, de 31 de Outubro, ao
Decreto-Lei n.º 357-C/2007, de 31 de Outubro, ao Decreto-Lei n.º 163/94 de 4 de Junho
e ao Decreto-Lei n.º 162/2001, de 28 de Setembro), assim como a adopção de um novo
diploma que aprova o regime jurídico da criação, comercialização e prestação de
serviços de consultoria relativamente a depósitos estruturados, que não temos
oportunidade de desenvolver nesta sede.
Por outro lado, há que recordar que as alterações ao CVM e ao RGICSF para transposição
da DMIF devem ser consideradas em articulação com o RMIF, que é directamente
aplicável no nosso ordenamento jurídico (não carecendo, portanto, de transposição) e que
introduz também inúmeras inovações na regulação dos mercados financeiros, assim como
a respectiva legislação de nível 2 (actos delegados e normas técnicas). Refira-se, aliás,
que essa aplicação do RMIF e das normas de nível 2 implicou uma série de alterações ao
CVM e a revogação de algumas das suas disposições.
A consulta pública termina no próximo dia 9 de Fevereiro, devendo a transposição da DMIF
II ter lugar até 3 de Julho de 2017. As disposições de transposição (com algumas
excepções) deverão entrar em vigor a 1 de Janeiro de 2018, data em que entra também
em vigor o RMIF e uma série de actos de nível 2.
II LEGISLAÇÃO
A. Direito bancário: institucional e material
Regulamento de Execução (UE) 2016/2070 da Comissão, de 14 de Setembro 2016, publicado
no Jornal Oficial em 2 de Dezembro de 2016
Estabelece normas técnicas de execução no que respeita aos modelos, às definições e às
soluções informáticas a utilizar pelas instituições quando comunicam informações à Autoridade
Bancária Europeia e às autoridades competentes em conformidade com o artigo 78.º, n.º 2,
da Directiva 2013/36/UE do Parlamento Europeu e do Conselho.
Decisão de Execução (UE) 2016/2358 da Comissão, de 20 de Dezembro de 2016
Altera a Decisão de Execução 2014/908/EU no que respeita às listas de territórios e países
terceiros cujos requisitos de supervisão e regulamentação são considerados equivalentes para
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efeitos do tratamento das posições em risco nos termos do Regulamento (EU) n.º 575/2013
do Parlamento Europeu e do Conselho.
Banco Central Europeu
Parecer do Banco Central Europeu, de 12 de Outubro de 2016, sobre uma proposta de directiva
do Parlamento Europeu e do Conselho que altera a Directiva (UE) 2015/849 relativa à
prevenção da utilização do sistema financeiro para efeitos de branqueamento de capitais ou
de financiamento do terrorismo e que altera a Directiva 2009/101/CE.
Decisão (UE) 2016/2248 do Banco Central Europeu, de 3 de Novembro de 2016
Relativa à repartição dos proveitos monetários dos bancos centrais nacionais dos Estados-
Membros cuja moeda é o euro.
Orientação (UE) 2016/1993 do Banco Central Europeu, de 4 de Novembro de 2016
Estabelece os princípios aplicáveis à coordenação da avaliação prevista no Regulamento (UE)
n.º 575/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho e à monitorização dos sistemas de
protecção institucional integrados por instituições significativas e menos significativas.
Orientação (UE) 2016/1994 do Banco Central Europeu, de 4 de Novembro de 2016
Relativa à abordagem ao reconhecimento dos sistemas de protecção institucional para fins
prudenciais pelas autoridades nacionais competentes nos termos do Regulamento (UE) n.º
575/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho.
Orientação (UE) 2016/2298 do Banco Central Europeu, de 2 de Novembro de 2016
Altera a Orientação (UE) 2015/510 relativa ao enquadramento para a implementação da
política monetária do Eurosistema.
Orientação (UE) 2016/2299 do Banco Central Europeu, de 2 de Novembro de 2016
Altera a Orientação (UE) 2016/65 relativa às margens de avaliação a aplicar na implementação
da política monetária do Eurosistema.
Orientação (UE) 2016/2300 do Banco Central Europeu, de 2 de Novembro de 2016
Altera a Orientação BCE/2014/31 relativa a medidas adicionais temporárias respeitantes às
operações de refinanciamento do Eurosistema e à elegibilidade dos activos de garantia.
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Orientação (UE) 2016/2249 do Banco Central Europeu, de 3 de Novembro de 2016
Relativa ao enquadramento jurídico dos processos contabilísticos e da prestação de informação
financeira no âmbito do Sistema Europeu de Bancos Centrais.
Avisos do Banco de Portugal
O Aviso do Banco de Portugal n.º 8/2016, que entrou em vigor no dia 1 de Dezembro de
2016, regula os deveres de registo e de comunicação ao Banco de Portugal previstos nos n.os
3 e 5 do artigo 118.º-A do RGICSF e no artigo 9.º-A do RJSPME, bem como as condições,
mecanismos e procedimentos necessários ao seu cumprimento.
Instruções do Banco de Portugal
A Instrução n.º 14/2016, que entrou em vigor no dia 31 de Outubro de 2016, altera a
Instrução n.º 7/2012, 15 de Março de 2012.
A Instrução n.º 15/2016, que entrou em vigor no dia 3 de Setembro de 2016, altera a
Instrução n.º 3/2015, de 15 de Maio de 2015 (Implementação da política monetária do
Eurosistema).
A Instrução n.º 16/2016, que entrou em vigor no dia 1 de Janeiro de 2017, divulga, para o
1.º trimestre de 2017, as taxas máximas a praticar nos contratos de crédito aos consumidores
no âmbito do Decreto-Lei n.º 133/2009, 2 de Junho.
A Instrução n.º 17/2016, que entrou em vigor no dia 1 de Janeiro de 2017, altera a
Instrução n.º 7/2012, de 15 de Março de 2012.
A Instrução n.º 18/2016, que entrou em vigor no dia 1 de Janeiro de 2017, altera a
Instrução n.º 3/2015, de 15 de Maio de 2015.
A Instrução n.º 19/2016, que entrou em vigor no dia 24 de Dezembro de 2016, solicita às
instituições de crédito informação sobre os contratos de crédito à habitação e de crédito
conexo, tal como definidos nos n.os 1 e 2 do artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 51/2007, de 7 de
Março, bem como sobre os colaterais e rendimentos dos mutuatários, reembolsos antecipados
e renegociações.
A Instrução n.º 21/2016, que entrou em vigor no dia 1 de Janeiro de 2017, fixa em 0,0291%
a taxa base para a determinação das contribuições periódicas para o Fundo de Resolução no
ano de 2017.
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A Instrução n.º 22/2016, que entrou em vigor no dia 1 de Janeiro de 2017, fixa em
0,00014% a taxa contributiva de base para determinação da taxa de cada instituição, bem
como o valor da contribuição mínima para o Fundo de Garantia de Depósitos a realizar pelas
instituições participantes (110,00 euros) no ano 2017 e determina que as instituições de
crédito participantes não podem substituir a sua contribuição anual por compromissos
irrevogáveis de pagamento.
A Instrução n.º 23/2016, que entrou em vigor no dia 1 de Janeiro de 2017, fixa em 0,0017%
a taxa contributiva de base para determinação de taxa de cada instituição participante para o
Fundo de Garantia do Crédito Agrícola Mútuo no ano 2017 e em 50% a percentagem de
elegibilidade de empréstimos subordinados das Caixas de Crédito Agrícola Mútuo assistidas
financeiramente pelo Fundo.
Cartas Circulares do Banco de Portugal
A Carta Circular n.º 5/2016/DMR, de 15 de Novembro de 2016, informa sobre as datas-
limite de notificação do montante de reservas mínimas (reporte mensal), bem como o
calendário dos períodos de manutenção para os anos de 2017 e 2018.
A Carta Circular n.º 6/2016/DMR, de 15 de Novembro de 2016, informa sobre as datas-
limite de notificação do montante de reservas mínimas (reporte trimestral), bem como o
calendário dos períodos de manutenção para os anos de 2017 e 2018.
A Carta Circular n.º 91/2016/DET, de 23 de Dezembro de 2016, informa de que, no âmbito
da divulgação de informação qualificada sobre numerário, o Banco de Portugal decidiu
descontinuar o acesso àquela informação na “Área de Empresa” do seu sítio oficial, passando
a mesma a estar acessível através do canal BPnet. Revoga a Carta-Circular n.º 1/2013/DET,
de 4 de Fevereiro.
A Carta Circular n.º 94/2016/DET, de 27 de Dezembro de 2016, comunica que, a partir de
2 de Janeiro de 2017, ficará disponível para todos os utilizadores da aplicação GOLD que
tenham subscrito o serviço “Consultas on-line de operações de tesouraria”, uma nova
funcionalidade denominada “Módulo de Registo de Excedentes de Moeda Metálica”, para
reporte e partilha de informação.
B. Direito dos Seguros: institucional e material
Norma regulamentar da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões n.º
11/2016-R - D.R. n.º 215/2016, Série II de 9 de Novembro de 2016
A Norma Regulamentar que tem por objecto a regulamentação dos procedimentos de recolha
dos dados indispensáveis ao cumprimento das obrigações da Autoridade de Supervisão de
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Seguros e Fundos de Pensões relativas à informação para a regularização de sinistros
automóvel e ao controlo do cumprimento da obrigação de seguro de responsabilidade civil
automóvel.
Norma regulamentar da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões n.º
12/2016-R - Diário da República n.º 230/2016, Série II 30 de Novembro de 2016
Aprova as condições gerais uniformes do seguro de colheitas de frutas e produtos hortícolas
para a Região Autónoma da Madeira.
Norma regulamentar da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões n.º
13/2016-R - Diário da República n.º 241/2016, Série II 19 de Dezembro de 2016
Estabelece os índices trimestrais de actualização de capitais para as apólices do ramo
«Incêndio e elementos da natureza» com início ou vencimento no primeiro trimestre de 2017.
Regulamento de Execução (UE) 2016/1976 da Comissão, de 10 de Novembro de 2016
Que estabelece as informações técnicas para o cálculo das provisões técnicas e dos fundos
próprios de base para efeitos do relato com uma data de referência compreendida entre 30 de
Setembro e 30 de Dezembro de 2016, em conformidade com a Directiva 2009/138/CE do
Parlamento Europeu e do Conselho relativa ao acesso à actividade de seguros e resseguros e
ao seu exercício.
C. Valores mobiliários e mercado de capitais
Regulamento de Execução (UE) 2016/1800 da Comissão, de 11 de Outubro de 2016
Estabelece normas técnicas de execução sobre a classificação das notações de crédito das
agências de notação externas segundo uma escala objectiva de níveis de qualidade de crédito
em conformidade com a Directiva 2009/138/CE do Parlamento Europeu e do Conselho.
Regulamento de Execução (UE) 2016/1801 da Comissão, de 11 de Outubro de 2016
Estabelece normas técnicas de execução no que respeita ao mapeamento das avaliações de
crédito de instituições externas de avaliação de crédito para as titularizações, em conformidade
com o Regulamento (UE) n.º 575/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho.
Regulamento de Execução (UE) 2016/1868 da Comissão, de 20 de Outubro de 2016
Altera e rectifica o Regulamento de Execução (UE) 2015/2450 que estabelece normas técnicas
de execução no respeitante aos modelos para a apresentação de informações às autoridades
de supervisão em conformidade com a Directiva 2009/138/CE do Parlamento Europeu e do
Conselho.
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Regulamento Delegado (UE) 2016/2020 da Comissão, de 26 de Maio de 2016, publicado no
Jornal Oficial em 19 de Novembro
Que complementa o Regulamento (UE) n.º 600/2014 do Parlamento Europeu e do Conselho,
relativo aos mercados de instrumentos financeiros, no que respeita a normas técnicas de
regulamentação sobre os critérios aplicáveis para determinar se os derivados sujeitos à
obrigação de compensação devem ser igualmente sujeitos à obrigação de negociação.
Regulamento Delegado (UE) 2016/2021 da Comissão, de 2 de Junho de 2016, publicado no
Jornal Oficial em 19 de Novembro
Que complementa o Regulamento (UE) n.º 600/2014 do Parlamento Europeu e do Conselho,
relativo aos mercados de instrumentos financeiros, no que respeita às normas técnicas de
regulamentação sobre o acesso aos índices de referência.
Regulamento Delegado (UE) 2016/2022 da Comissão, de 14 de Julho de 2016, publicado no
Jornal Oficial em 19 de Novembro
Complementa o Regulamento (UE) n.º 600/2014 do Parlamento Europeu e do Conselho no
que respeita às normas técnicas de regulamentação sobre as informações necessárias para o
registo das empresas de países terceiros e o formato das informações a prestar aos clientes.
Regulamento Delegado (UE) 2016/2251 da Comissão, de 4 de Outubro de 2016.
Completa o Regulamento (UE) n.º 648/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho relativo
aos derivados do mercado de balcão, às contrapartes centrais e aos repositórios de
transacções, às contrapartes centrais e aos repositórios de transacções, no que diz respeito às
normas técnicas de regulamentação relativas às técnicas de atenuação do risco para os
contratos de derivados do mercado de balcão não compensados através de uma contraparte
central.
Banco Central Europeu
Parecer do Banco Central Europeu, de 12 de Setembro de 2016, sobre uma proposta de
Regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho que altera o Regulamento (UE) n.º
345/2013 relativo aos fundos europeus de capital de risco e o Regulamento (UE) n.º 346/2013
relativo aos fundos europeus de empreendedorismo social.
III JURISPRUDÊNCIA RELEVANTE
Supremo Tribunal de Justiça, Acórdão de 22 de Novembro de 2016, Processo n.º 454/14.8
No contexto dum contrato de mútuo celebrado com um Banco, este concedeu aos Autores um
empréstimo, no montante de €5,400.000,00, para garantia do qual os Autores celebraram
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com o Banco três contratos de penhor, sendo que, de acordo com o clausulado pelas partes,
estaria em causa um penhor das carteiras de títulos compostas pelas importâncias e/ou activos
financeiros existentes nas suas contas de investimento. Ficou ainda acordado que o Banco se
obrigava a comunicar aos Autores sempre que qualquer das prestações do contrato de mútuo
se encontrasse em mora e que os penhores se tornavam imediatamente exigíveis logo que
notificados os Autores dessa circunstância. Tendo existido um incumprimento por parte dos
Autores, mas sem que os mesmos tivessem sido notificados pelo Banco de tal circunstância,
procedeu a entidade bancária à transferência de quantias presentes nas contas dos Autores
para a sua titularidade exclusiva.
Entendeu o Tribunal que, aquando das transferências das quantias das contas dos Autores
pelo Banco, já se encontrava vencida a prestação mensal do contrato mútuo, ainda que não
se mostrasse vencida a obrigação da garantia do penhor assumida pelos Autores que dependia
da notificação pelo Banco àqueles do início da mora no pagamento de qualquer das prestações
do contrato de mútuo celebrado.
Assim, concluiu o Tribunal que não se tendo tornado exigíveis as prestações dos devedores da
obrigação de garantia dos penhores, haviam sido intempestivas as transferências das referidas
quantias das contas dos Autores, sem fundamento legal e, portanto, ilícitas e,
presumivelmente, culposas, ocasionando os correspondentes danos da falta de disponibilidade
imediata desses montantes nos patrimónios dos Autores, com a inerente privação do
rendimento do dinheiro e consequente responsabilidade civil contratual do Banco para com os
Autores.
Supremo Tribunal de Justiça, Acórdão de 3 de Novembro de 2016, Processo n.º 73/14.9
Nestes autos estava em causa um acidente entre dois veículos ligeiros, sendo que o seguro do
veículo que originou o acidente estava viciado por falsas declarações. A questão que se colocou
perante o Tribunal foi a de saber se a anulabilidade do contrato de seguro, viciado por falsas
declarações, seria oponível ao lesado ou a quem a ele se sub-rogue.
Considerou o Tribunal que, não obstante o contrato de seguro ser anulável, tal anulabilidade
não seria oponível ao lesado, porquanto o Decreto-Lei n.º 291/2007, de 21 de Agosto, prevê
um regime restritivo de oponibilidade de excepções aos lesados. Não seria óbice a este
entendimento o disposto no art. 147.º do Regime Jurídico do Contrato de Seguro, na medida
em que o disposto nesse preceito não se aplicaria aos seguros obrigatórios de responsabilidade
civil, sendo inadmissíveis disposições legais ou contratuais que excluam, em determinadas
circunstâncias, a prestação do segurador.
Supremo Tribunal de Justiça, Acórdão de 22 de Novembro de 2016, Processo n.º 38/12.5
Neste acórdão, o Tribunal clarificou que a letra e a livrança podem ser validamente
transmitidas a terceiros, quer através do endosso, quer mediante cessão ordinária de créditos
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(arts. 77.º e 11.º da LULL), sendo esta a única forma de transmissão caso tenham inscritas as
palavras “não à ordem” ou expressão equivalente.
Por outro lado, o Tribunal realçou que a cessão de créditos está regulamentada nos arts. 577.º
e seguintes do CC e tem efeitos distintos do endosso, nomeadamente, o cedente não é
responsável perante o cessionário pela satisfação do crédito pelo devedor, a não ser que a
cessão preencha a figura da “datio pro solvendo” (art. 840.º do CC), o devedor pode opor ao
cessionário, ainda que este os ignorasse, todos os meios de defesa que lhe seria lícito invocar
contra o cedente (art. 585.º do CC) e, por fim, frisou o Tribunal que, na falta de convenção
em contrário, a cessão de créditos importa a transmissão para o cessionário das garantias e
outros acessórios do direito transmitido.
Assim, determinou o Tribunal que, na medida em que cedido o crédito resultante do negócio
subjacente à subscrição da livrança (mútuo oneroso), igualmente se transmite a livrança como
acessório de garantia do pagamento do mesmo crédito e atendendo à legitimação material
conferida pela escritura pública de cessão de créditos, a exequente é portadora legítima da
livrança, podendo, com base nela, executar os seus subscritores pela falta do pagamento.
Tribunal da Relação do Porto, Acórdão de 13 de Outubro de 2016, Processo n.º 2513/14.8
No contexto de um depósito junto de um Banco, foram efectuadas transferências bancárias
fraudulentas por meio da utilização do sistema home banking.
Considerou-se que no que concerne às fraudes bancárias via sistemas informáticos
disponibilizados pelos Bancos, recai sobre estes o ónus de que a falta de cumprimento ou o
cumprimento defeituoso da obrigação correspondente à transferência ou pagamento abusivo
de valores em conta de depósito através do home banking não procede de culpa sua, mas do
cliente, pois que os perigos de falha do sistema informático utilizado não podem ser, sem mais,
imputados ao cliente e têm de correr por conta do Banco. Pelo que, não se provando qualquer
culpa do ordenante na efectivação da operação, o Banco deve assumir a responsabilidade pelo
reembolso das quantias objecto de transferências não autorizadas.
Concluiu o Tribunal que o cliente actuou com culpa leve ou levíssima, motivo pelo qual deve o
Banco responder pelos danos patrimoniais causados em tudo quanto esteja para além de
€150,00, recaindo os valores abaixo deste montante sobre o cliente, devido à quebra da
confidencialidade.
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