noções de administração orçamentária e financeira
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA
Profa. Adm. Mara Luiza Gonçalves Freitas
Sumário
Orçamento público Técnicas orçamentárias Orçamentos anuais Princípios Orçamentários Programação e detalhamento de créditos
orçamentários Créditos adicionais Descentralização Orçamentária Programação Financeira
Conceito
ORÇAMENTO
Receitas (FONTES)
Despesas (APLICAÇÕES)
•Valores a receberSalárioAluguelJurosEmpréstimos
• Valores a pagarCondomínioEnergia ElétricaTelefoneColégio
Orçamento Público
É o ato administrativo revestido de força legal que estabelece um conjunto de ações a serem realizadas, durante um período de tempo determinado, estimando o montante das fontes de recursos a serem arrecadados pelos órgãos e entidades públicas e fixando o montante de recursos a serem aplicados pelos mesmos na execução dos seus programas de trabalho, a fim de manter ou ampliar os serviços públicos, bem como realizar obras que atendam as necessidades da população.
Aparato legal
Constituição Federal/88
Art. 165 a 169
PEC 22A-2000
Relação da Autorização Orçamentária com os recursos financeiros
Lei Orçamentária
Receitas
Tributos Serviços
Despesas
Pessoal Serviços
Técnicas orçamentárias
•Orçamento Clássico ou Tradicional•Orçamento de
realizações ou de desempenho
•Orçamento-programa•Orçamento base zero ou por estratégia
Orçamento tradicional ou Clássico Técnica orçamentária caracterizada por
produzir um documento de previsão de receita e despesa, onde a preocupação principal é com a classificação das despesas por objeto de gasto.
Características: Ênfase ao objeto do gasto: as compras Não leva em consideração as necessidades
da coletividade e da administração. Deixa de considerar objetivos econômicos e
sociais.
Orçamento de realizações ou de desempenho
Técnica caracterizada por verificar o que o governo realiza e não apenas o que compra, buscando interligar os objetos de gasto aos objetivos específicos das ações de governo.
Características: Não é vinculado ao processo de
planejamento Não apresenta um linha norteadora para a
realização de despesas
Orçamento-programa
Consiste na interligação do planejamento com o orçamento por meio de programas de governo. Estes são os instrumentos de que se utiliza o governo para consecução de seus fins.
É o modelo orçamentário utilizado atualmente pelo país. Introduzido pela Lei 4.320/64
Orçamento-programa
Vantagens: Melhor planejamento das ações que o governo
pretende realizar; Maior precisão na elaboração dos orçamentos e
consequentemente, mais condições para obtenção da redução dos custos em razão da facilidade para a identificação de duplicação de funções.
Maior controle da execução dos programas, pois é possível identificar os gastos e as realizações por programa e sua comparação e termos absolutos e relativos.
Apresentação dos objetivos e dos recursos da instituição e do inter-relacionamento entre custos e programação.
Orçamento base zero ou por estratégia
Consiste num processo operacional, de planejamento e orçamento que exige de cada administrador a justificativa detalhada dos recursos solicitados.
Características: Aplicado à despesas discricionárias Cada período de planejamento, o ponto de partida do
orçamento é zero Exige dos gerentes justificativas de todos os gastos
orçamentários. Permite tomada de decisões sobre cortes com maior
precisão e segurança.
Estrutura orçamentária do Brasil
I – plano plurianual
II – Diretrizes orçament
árias
III – Orçame
ntos anuais
Fator facilitado
rPPA LDO LOA
Objetivos principais
Estabelecer diretrizes, objetivos e metas da Administração Federal (diretrizes de governo
Estabelecer as metas e prioridades da administração federal e orientar a elaboração da LOA
Estimar receitas e fixar despesa.
Tempo de vigência
4 anos (definido em função do mandato d chefe do executivo, com um ano de lapso temporal)
18 meses(seis meses, orientando a elaboração e doze meses orientando a execução e alteração da LOA)
1 ano (exercício financeiro
Período de elaboração
1º de janeiro a 31 de agosto do 1º ano do mandato presidencial anual
1º de janeiro a 15 de abril de cada ano
18 de julho a 31 de agosto de cada ano.
Período de aprovação no âmbito do Poder
Legislativo
1º de setembro a 22 de dezembro do primeiro ano do mandato presidencial atual
16 de abril a 17 de julho de cada ano
1º de setembro a 22 de dezembro de cada ano.
Fator facilitador
PPA LDO LOA
Período de execução/re
visão
1º de janeiro do 2º ano do mandato presidencial atual até 31 de dezembro do primeiro ano do mandato presidencial subsequente
•18 de julho a 31 de dezembro, no tocante à orientação para elaboração da LOA;
•1º de janeiro a 31 de dezembro do ano subsequente, quanto à orientação para execução e alteração da LOA.
1º de janeiro a 31 de dezembro.
Metas físicas e
financeiras
As metas físicas e financeiras abrangem o período de quatro anos.
As metas físicas alcançam apenas um ano.
Não estabelece metas financeiras
As metas físicas e financeiras alcançam o período de um ano.
Espécies de planejamen
to
Representa o planejamento estratégico
Representa o planejamento tático
Representa o planejamento operacional
Princípios orçamentários
Princípios orçament
ários
Unidade
Universalidade
AnualidadeExclusividadeEspecificação
PublicidadeNão afetação
da Receita
Equilíbrio
Princípio da unidade
Deve ser uno para possibilitar maior conhecimento do fluxo de recursos orçamentários que compõe as finanças de determinado ente público num único contexto.
Princípio da Universalidade
peça documental única como sendo aquela que engloba todas as receitas a serem arrecadadas e todas as despesas a serem realizadas em determinado período de tempo, de modo a evitar que a arrecadação de algum recurso financeiro, bem como a sua consequente aplicação, fuja à competente apreciação e aprovação do Poder Legislativo.
Princípio da anualidade
De acordo com o art. 34 da Lei 4.320/1964, o exercício financeiro coincidirá com o ano civil.
O Artigo 165-CF 88 também exalta o exercício, ao citar “Lei Orçamentária Anual...”
Princípio da Exclusividade
§ 8º do art. 165 – CF 88“A lei orçamentária anual não conterá dispositivo
estranho à previsão e receita e à fixação de despesa”.
Somente natureza orçamentária
Art 7º, Lei 4.320/64 – Exceções: Abertura de créditos suplementares e antecipar receitas, em razão de operações de crédito para suprir caixa.
Princípio da Especificação
Também denominado de princípio de discriminação ou especialização.
Art. 5º da Lei 4.320/64 : “A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras, ressalvado o disposto no art. 20 e seu parágrafo único”
Princípio da Especificação
Unidade orçamentária Categoria de Programação Dotações Esfera orçamentária Grupo de natureza da despesa Identificador de resultado primário Modalidade de aplicação Identificador de uso Fontes de recursos.
Princípio da publicidade
Convergente com o art. 37 da CF-88 Legalidade Impessoalidade Moralidade Publicidade Eficiência.
Os atos de publicidade do orçamento pode ocorrer através de Lei, Medida Provisória, Decreto ou Portaria.
Princípio da Não Afetação da Receita
A vinculação da receita deve estar subordinada ao levantamento das necessidades.
Assegura-se para alguns casos específicos, a vinculação de % mínimos da arrecadação, como no caso da Saúde: Emenda Constitucional 29 – 12% para
estados e 15% para Municípios.
Ponto de Equilíbrio
Estabelece que o total da despesa orçamentária não pode ultrapassar o da receita orçamentária prevista para cada exercício financeiro.
O art. 167 CF – 88 veda a realização de operações de crédito em montante superior às despesas de capital. “Regra de ouro”
Exemplo
Suponha que um ente público aprove seu orçamento do ano X1, incluindo operações e crédito como fontes de recursos para financiar a construção e imóveis:
RECEITAS DESPESAS
Tributos 200 Pessoal 210
Serviços 125 Serviços 40
Contribuições sociais 75 Transferências constitucionais
70
Operações de crédito
300 Investimentos 380
TOTAL 700 TOTAL 700
Exemplo
Se as receitas forem integralmente arrecadadas e as despesas pagas, o balanço patrimonial de 31/12/X1 se apresentaria assim, considerando a inexistência de saldos anteriores.
ATIVO PASSIVO
Bens Imóveis 380 Dívida Fundada 300
Patrimônio Líquido 80
TOTAL 380 TOTAL 380
Exemplo
Apesar do orçamento ter sido aprovado com equilíbrio,houve a incorporação da dívida no total de 300 no balanço patrimonial, em razão do uso de operações de crédito como fonte de financiamento da despesa orçamentária.
ATIVO PASSIVO
Bens Imóveis 380 Dívida Fundada 300
Patrimônio Líquido 80
TOTAL 380 TOTAL 380
Exemplo Suponha que no ano X2, tenha sido aprovado novo orçamento,
considerando tudo constante no tocante à previsão da receita e fixação da despesa, mas incluíndo duas novas variáveis da dívida fundada estocada no Balanço Patrimonial: 30 de refinanciamento e 10 de juros.
RECEITAS DESPESAS
Tributos 200 Pessoal 210
Serviços 125 Serviços 40
Contribuições sociais 75 Transferências constitucionais
70
Receitas de capital 340 Juros 10
Operações de crédito
310 Despesas de capital 410
Refinanciamento da dívida
30 Investimentos 380
Refinanciamento da dívida
30
TOTAL 740 TOTAL 740
Exemplo
Caso todas as receitas tenham sido arrecadadas e todas as despesas pagas, o balanço patrimonial de 31/12/X2 se apresentaria assim:ATIVO PASSIVO
Bens Imóveis 760 Dívida Fundada 610
Patrimônio Líquido 150
TOTAL 380 TOTAL 760
•Bens Imóveis – 380 + 380 = 760•Dívida Fundada – 300 – 340-30 = 610•Patrimônio Líquido – 80 + (410-340) = 150
Estoque da dívida
Lei de Responsabilidade Fiscal Estados – Limite de até 200% da Receita
Corrente Líquida. Municípios – 120% da Receita Corrente
Líquida
IV, art. 2º - “Receita corrente líquida: somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes”.
Dinâmica
Mini-seminários Grupos devem
preparar uma pequena exposição sobre o tema princípios orçamentários e realizarem uma apresentação em 02 minutos.
Um princípio por equipe.
• Universalidade• Anualidade• Exclusividade• Especificação• Publicidade• Não afetação
da Receita• EquilíbrioP
rincí
pio
s
Programação e detalhamento de créditos orçamentários
Programa Orçamentária
Desafio: conciliar interesses das mais variadas origens com o limite de previsão de receitas a serem arrecadados.
Receitas Despesas
Quadro de Cotas trimestrais
Art. 47 – Lei 4.320/1964 – Determina que após a promulgação da Lei de Orçamento e com Base nos Limites nela fixados, o Poder Executivo aprovará um quadro de Cotas trimestrais da despesa que cada unidade orçamentária fica autorizada a utilizar.
Quadro de Cotas Trimestrais
Mês Pessoal Custeio Total
JAN 500,00 400,00 900,00
FEV 500,00 400,00 900,00
MAR 500,00 400,00 900,00
ABR 500,00 400,00 900,00
MAI 500,00 400,00 900,00
JUN 500,00 400,00 900,00
JUL 500,00 400,00 900,00
AGO 500,00 400,00 900,00
SET 500,00 400,00 900,00
OUT 500,00 400,00 900,00
NOV 500,00 400,00 900,00
DEZ 1.000,00 400,00 1.400,00
Total 6.500,00 4.800,00 11.300,00
Contingenciamento do Orçamento
Cotas Trimestrais Contingenciamento
PERÍODO VALOR Fonte de Receita
Cálculo de Integralização
1º Trimestre 2.700,00 8.600,00 (11.300 – 2.700)
2º Trimestre 2.700,00 5.900,00 (8.600 – 2.700)
3º Trimestre 2.700,00 3.200,00 (5.900 – 2.700)
4º Trimestre 3.200,00 0,00 (3.200,00 – 3.200)
TOTAL 11.300,00
Programação Mensal e LRF
Art 8º, da Lei Complementar 101/2000
“Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias e observando o disposto na alínea “e” do inciso I do art. 4º, o Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução fiscal de desembolso”
Cronograma anual de desembolso - Exemplo
Mês FONTE 0100 FONTE 0156 Fonte 0169 Acumulado
JAN 70.000.000,00 3.691.342,38 5.439.966,50 79.131.308,92
FEV 36.752.817,09 3.691.342,38 5.439.966,50 125.015.434,93
MAR 36.752.817,09 3.691.342,38 5.439.966,50 170.899.560,94
ABR 36.752.817,09 3.691.342,38 5.439.966,50 216.763.686,95
MAI 36.752.817,09 3.691.342,38 5.439.966,50 262.667.812,96
JUN 36.752.817,09 3.691.342,38 5.439.966,50 308.551.938,97
JUL 36.752.817,09 3.691.342,38 5.439.966,50 354.436.064,98
AGO 36.752.817,09 3.691.342,38 5.439.966,50 400.320.190,99
SET 36.752.817,09 3.691.342,38 5.439.966,50 446.204.317,00
OUT 36.752.817,09 3.691.342,38 5.439.966,50 492.088.443,01
NOV 36.752.817,09 3.691.342,38 5.439.966,50 537.972.569,02
DEZ 36.752.817,09 3.691.342,38 5.439.966,50 583.856.695,00
Total 474.280.988,00 44.269.109,00 65.279.598,00 583.856.695,00
Detalhamento de Créditos Orçamentários
A Lei de orçamento segue princípio da especificação.
A regra entretanto, gera dificuldades.
A LDO não exige que o orçamento apresente detalhamento e nível de objetos de gastos: material de consumo, serviços de terceiros, passagens aéreas, diárias, etc.
O órgão deve elaborar um quadro para apresentar esse detalhamento.
Créditos adicionais
Créditos adicionais
Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento.
Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em:I - suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária;II - especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica;III - extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública.
Créditos adicionais
Créditos adicionais
Suplementares
Reforço de Dotação
Especiais
Novas Dotações
Extraordinários(art. 167 – Cf-88)
Fontes de Recursos DisponíveisArt. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa.
§ 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que não comprometidos:
I - o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior;
II - os provenientes de excesso de arrecadação;
III - os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei;
IV - o produto de operações de credito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao poder executivo realizá-las.
Fontes de Recursos Disponíveis
§ 2º Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de credito a eles vinculadas.
§ 3º Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins deste artigo, o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício.
§ 4° Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de excesso de arrecadação, deduzir-se-á a importância dos créditos extraordinários abertos no exercício.
Fontes de Recursos Disponíveis
Importante: Somente poderão ser transferidos para o exercício seguinte os créditos especiais e extraordinários cuja lei de autorização tenha sido promulgada nos últimos quatro meses do exercício.
Fontes de Recursos Disponíveis
SUPERÁVIT FINANCEIRO
EXCESSO DE ARRECADAÇÃO
OPERAÇÕES DE CRÉDITO
RECURSOS SEM DESPESAS
RECURSOS DISPONÍVEIS
RESERVAS DE CONTINGÊNCIAS
ANULAÇÃO DA DOTAÇÃO
Exercícios
Leia com atenção o primeiro capítulo e responda aos exercícios indicados das páginas 58 a 64.
Grife os principais pontos e anote suas dúvidas, que deverão ser compartilhadas com todos via o AVA.
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