noções de direito processual penal - pf: agente de polícia...
Post on 06-Nov-2018
218 Views
Preview:
TRANSCRIPT
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 1 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
Noções de Direito Processual Penal - PF: Agente de Polícia - 2014
Professor: Wisley Santos
Aulas 01 a 16
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 2 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Caros alunos,
Iniciamos nossa preparação para o concurso de Agente de Polícia Federal. É o
momento de preparação.
Este material é complementar as aulas disponibilizadas pelo Aprova
Concursos. Nesse material, há um pequeno resumo dos assuntos mais cobrados nas
provas da Polícia Federal.
É importante que vocês assistam as aulas, leiam este material, a legislação
seca e respondam exercícios. Vocês devem, também, fazer revisões constantes das
matérias já estudas.
Nosso objetivo é obter a sua aprovação. E para isso, toda a equipe do Aprova
Concursos está sua disposição.
Bons estudos!
Um abraço,
Prof. Wisley
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 3 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
PLANO DE AULAS
Aula Tema da aula
Aula 01 Inquérito Policial
Aula 02 Inquérito Policial
Aula 03 Inquérito Policial
Aula 04 Inquérito Policial
Aula 05 Inquérito Policial
Aula 06 Prova
Aula 07 Prova
Aula 08 Prova
Aula 09 Prova
Aula 10 Prova
Aula 11 Prova
Aula 12 Prisões
Aula 13 Prisões
Aula 14 Prisões
Aula 15 Prisões
Aula 16 Prisões
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 4 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
INQUÉRITO POLICIAL
1. CONCEITO
É o procedimento administrativo inquisitivo e preparatório, presidido pela autoridade
policial com o objetivo de colher elementos de informação quanto à autoria e
materialidade de infração penal, a fim de se permitir que o titular da ação penal possa
ingressar em juízo.
2. NATUREZA JURÍDICA
Procedimento administrativo, pois dele não resulta a imposição direta de nenhuma
sanção.
PERSECUÇÃO CRIMINAL: Atividade desenvolvida pelo Estado para impor
uma sanção a alguém.
Contempla a 1ª fase Investigativa e a 2ª fase Judicial.
Vícios do Inquérito contaminam o Processo? Eventuais vícios constantes no
Inquérito Policial não contaminam de nulidade o processo a que der origem,
salvo se trata de provas ilícitas, em eventual ilicitude por derivação.
Súmula 444 STJ: É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais
em curso para agravar a pena base.
Súmula 397 STF: O poder de polícia da câmara dos deputados e do senado
federal, em caso de crime cometido em suas dependências, compreende,
consoante seu regimento, a prisão em flagrante do acusado e a realização do
inquérito.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 5 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
Súmula 234 STJ: A participação de membro do Ministério Público na fase
investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o
oferecimento da denúncia.
3. FINALIDADE
Colheita de elementos de informação quanto à autoria e materialidade da infração
penal. E contribui, também, para decretação de medidas cautelares, como a prisão
preventiva.
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova
produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação,
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
* ELEMENTOS INFORMATIVOS:
É aquele colhido na fase investigativa
Não é obrigatória a observância do contraditório e da ampla defesa
O juiz só intervém quando necessário e desde que provocado
Objetivo: são úteis para a decretação de medidas cautelares e servem para a
formação da convicção do titular da ação penal (opinio delicti)
Art. 155 – “exclusivamente”: Elementos informativos, isoladamente
considerados, não podem fundamentar uma sentença. Porém, tais elementos
não devem ser desprezados durante a fase judicial, podendo somar-se a prova
judicial produzida para auxiliar a convicção do juízo (STF, HC 83.348, Rel.
Joaquim Barbosa).
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 6 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
*PROVA:
Via de regra, é produzida na fase judicial, mediante o contraditório e ampla
defesa.
A prova é produzida na presença do juiz: vigora o princípio da identifica física
do juiz (art. 399, §2º, CPP)
A finalidade é auxiliar na formação da convicção do juízo
Durante o curso do processo o juiz é dotado de iniciativa probatória exercida de
maneira residual
Provas Cautelares, Não Repetíveis e Antecipadas são provas e podem ser
produzidas no curso do inquérito policial, uma vez que o contraditório é
exercido de modo postergado/diferido ou até mesmo real (este, no caso da
prova antecipada), por meio do exame das referidas provas durante a
instrução.
COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS
1. JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PI. O membro do MP possui legitimidade para
proceder, diretamente, à colheita de elementos de convicção para subsidiar a
propositura de ação penal, incluindo-se a presidência do inquérito policial.
2. AGU – 2010/CESPE. Embora o inquérito policial tenha natureza de
procedimento informativo, e não de ato de jurisdição, os vícios nele existentes
podem contaminar a ação penal subsequente, com base na teoria norte-
americana dos frutos da árvore envenenada, ou “fruits of the poisonouss ter”.
1. Incorreta 2. Incorreta
4. PRESIDÊNCIA DO INQUÉRITO POLICIAL
O Inquérito Policial é presidido pela Autoridade Policial.
AUTORIDADE POLICIAL: Funções de Polícia Judiciária + Polícia Investigativa
Polícia Judiciária: É a que auxilia o Poder Judiciário no cumprimento de
mandados de busca a apreensão, prisão, etc.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 7 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
Polícia Investigativa: É a que atua na apuração das infrações penais e de sua
autoria.
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território
de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações
penais e da sua autoria.
Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de
autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.
Art. 107. Não se poderá opor suspeição às autoridades policiais nos atos
do inquérito, mas deverão elas declarar-se suspeitas, quando ocorrer
motivo legal.
5. LEI 12.830/2013
Essa Lei dispôs sobre a Investigação Criminal conduzida pelo Delegado de Polícia.
Disciplinou no art. 2º, §1º que o delegado de polícia é a autoridade policial e
que lhe cabe a condução da investigação criminal por meio do inquérito policial
ou outro procedimento previsto em Lei.
ADI 5043, com pedido de Liminar: - PGR – 12/09/2013
Relator Min. Luiz Fux
Segundo a PGR, o art. 2º, parágrafo §1º, da lei induz a interpretação de que a
condução de qualquer procedimento investigatório de natureza criminal será atribuição
exclusiva da autoridade policial. Essa norma e interpretação afrontam o art. 129, VI,
da CF .
- Amicus Curiae: Federação Nacional dos Policiais Federais - FENAPEF
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 8 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
6. TERMO CIRCUNSTANCIADO DE CONDUTA
Procedimento investigatório de infrações de menor potencial ofensivo.
“Previsto para os crimes de menor potencial ofensivo, é uma peça despida de
rigor formar, contendo breve e sucinta narrativa que descreve sumamente os
fatos e indica os envolvidos e eventuais testemunhas, devendo ser remetido,
incontinente aos Juizados Especiais Criminais” (TÁVORA, Nestor; ALENCAR,
Rosmar Rodrigues. Curso de Direito Processual Penal. 7 ed. Salvador:
JusPodivm, 2012, p. 145).
Infração de Menor Potencial Ofensivo: são as contravenções penais e
crimes com pena máxima não superior a dois anos, apenados ou não com
multa. E sob enfoque processual penal, são submetidos (ou não) a
procedimento especial, ressalvadas às hipóteses de violência doméstica e
familiar contra a mulher.
7. ATRIBUIÇÃO PARA O INQUÉRITO POLICIAL
- Depende do Crime Praticado
Crime Militar de Competência da Justiça Militar da União: - Forças Armadas:
Oficial encarregado IPM
Crime Militar de Competência da Justiça Militar Estadual: PM-Bombeiros:
Oficial encarregado IPM
Crime Eleitoral: Polícia Federal
Observação: O TSE, nas localidades em que não há Polícia Federal, permite que os
crimes eleitorais possam ser investigados pela Polícia Civil.
Crime Federal: Polícia Federal
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 9 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
- art. 109, CF
Hipóteses: SOMENTE CRIMES
a) Crimes Contra União, Autarquias Federais, Empresas Públicas Federais
(administração direta e indireta)
Ex.: Crime contra o Ministério da Justiça, INSS, Banco Central do Brasil (Bacen),
Ibama, Receita Federal (Crimes contra a ordem Tributária), Ordem Previdenciária,
Contrabando, Descaminho, CEF, ECT, BNDES, Casa da Moeda do Brasil
Observações:
I – Crime contra Sociedade de Economia Mista (Banco do Brasil, Petrobrás), a
competência é da Justiça Comum Estadual.
Ver. Súmula 42 STJ
II – SE o crime é praticado contra uma agência dos correios FRANQUEADA, a
competência é da Justiça Comum.
b) Tráfico Internacional/Exterior: STF, S. 522
c) Crime praticado CONTRA funcionário público federal; ou POR funcionário
Público Federal, todos no exercício das funções;
d) Crime à distância
e) Crime praticado a bordo de navio ou avião
f) Crime contra o sistema financeiro nacional
g) Crime de permanência de estrangeiro
h) Crime contra os Direitos Indígenas, assim considerados em sua coletividade
i) Crime contra a organização do trabalho (coletividade)
Crime Comum de Competência da Justiça Estadual: Polícia Civil
Observação:
A Polícia Federal investigará crime comum da Justiça Federal, desde que
tenha repercussão interestadual ou internacional que exija repercussão
uniforme;
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 10 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
Rol Exemplificativo: Ver Lei 10.446/02
Não impede que os órgãos estaduais continuem investigando os delitos.
Uma vez que o inquérito policial é procedimento administrativo, ainda que
presidido pela autoridade desprovida de atribuições, não impede o
oferecimento da peça acusatória.
COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS
3. DELEGADO DE POLÍCIA-PR/UEL/2013. A polícia judiciária será exercida
pelas autoridades policiais em todo território nacional, independente de
circunscrição, com o fim de apurar as infrações penais e sua autoria.
4. PROCURADOR BACEN/2009. Com relação ao inquérito policial, é
presidido pela autoridade policial, da chamada polícia judiciária, pois atua
em face do fato criminoso já ocorrido.
3. Incorreta 4. Correta
8. CARACTERÍSTICAS
ESCRITO: O inquérito, por determinação legal, deve ser escrito. Os atos orais
devem ser reduzidos a termo.
Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado,
reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela
autoridade.
DISPENSÁVEL: se o titular da ação penal contar com elementos informativos
obtidos a partir de procedimento investigatório diverso do inquérito, ele poderá
ser dispensado.
O inquérito não é imprescindível para o ajuizamento da ação penal.
Caso seja ajuizada a ação penal com base no IP, este deve acompanhar a
denúncia.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 11 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
PEÇAS DE INFORMAÇÃO: Todo e qualquer procedimento que contenha
elementos informativos diversos do Inquérito Policial.
Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Ministério
Público, nos casos em que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por escrito,
informações sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os
elementos de convicção.
Art. 39: § 5o O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a
representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação
penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias.
Ex. Sindicâncias administrativas
SIGILOSO
Em regra, é um procedimento sigiloso.
O sigilo e a conseqüente surpresa são indispensáveis para se assegurar a eficácia das
investigações.
Não se opõe o sigilo: Juiz
MP
Advogado
ADVOGADO:
-Art. 5º, LXIII, CF
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer
calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
-Art. 133, CF
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 12 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo
inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites
da lei.
-Art. 7º, XIV, Lei 8.906/94
XIV - examinar em qualquer repartição policial, mesmo sem procuração, autos
de flagrante e de inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclusos à
autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos;
- Súmula Vinculante 14
É DIREITO DO DEFENSOR, NO INTERESSE DO REPRESENTADO, TER
ACESSO AMPLO AOS ELEMENTOS DE PROVA QUE, JÁ DOCUMENTADOS
EM PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO REALIZADO POR ÓRGÃO COM
COMPETÊNCIA DE POLÍCIA JUDICIÁRIA, DIGAM RESPEITO AO
EXERCÍCIO DO DIREITO DE DEFESA.
PROCURAÇÃO: não há necessidade, salvo se houver informações relativas a vida
privada/intimidade do investigado
ACESSO: - Limitado as informações já documentas
- Não tem acesso as diligências em andamento
INQUISITIVO: as atividades de investigação são concentradas unicamente nas
mãos da autoridade policial. E não há oportunidade para o contraditório e
ampla defesa.
Corrente Majoritária: não é obrigatória a presença/observância do contraditório e da
ampla defesa
DISCRICIONÁRIO: a autoridade policial conduz o IP do modo que melhor lhe
aprouver, nos limites da Lei (legalidade)
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 13 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
Discricionariedade: Liberdade de atuação nos limites da lei.
Medidas Restritivas de Direitos: Somente o Juiz pode decretar
Art. 6º e 7º: rol exemplificativo de diligências que podem ser realizadas
Art. 14 + 184: essa discricionariedade não tem natureza absoluta, pois há diligências
cuja realização é obrigatória, como o exame de corpo de delito.
Leitura Rápida:
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade
policial deverá:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e
conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais;
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos
peritos criminais;
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas
circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no
Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado
por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a
quaisquer outras perícias;
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se
possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual,
familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes
e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que
contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de
determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 14 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem
pública.
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer
qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade
policial negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao
esclarecimento da verdade.
INDISPONÍVEL: uma vez iniciado o inquérito policial, não pode a autoridade
policial dispor dele.
A autoridade policial não pode mandar arquivar autos de Inquérito Policial
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
TEMPORÁRIO: o Inquérito Policial tem prazo para se findar.
Em se tratando de investigado solto, o prazo para conclusão do inquérito policial pode
ser prorrogado.
Art. 10, § 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto,
a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores
diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.
Observação: A garantia da razoável duração do processo é aplicável ao
processo judicial e ao Inquérito Policial (HC 96.666, STJ)
9. FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL
Crime de Ação Penal Privada: Depende de Requerimento da Vítima
- Dano, Crimes contra a hora
Crime Ação Penal Pública Condicionada à Representação: Representação da
Vítima
Ex.: Lesão Corporal Leve e Culposa,
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 15 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
Crimes de Ação Penal Pública Incondicionada:
a) DE OFÍCIO: ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento do crime e
determina sua investigação;
b) APF
c) REQUISIÇÃO DO MP/JUIZ
- A Requisição do Juiz viola a garantia da imparcialidade e o próprio sistema
acusatório.
Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os juízes ou
tribunais verificarem a existência de crime de ação pública, remeterão ao
Ministério Público as cópias e os documentos necessários ao oferecimento da
denúncia.
O delegado é obrigado a atender a requisição do MP? Não há hierarquia
entre o MP e a Polícia. O delegado deve instaurar o inquérito por força do
Princípio da Obrigatoriedade, salvo requisições ilegais;
d) REQUERIMENTO DA VÍTIMA/ REPRESENTANTE LEGAL
Indeferimento pela autoridade policial:
Requerimento ao MP
Recurso Inominado ao Chefe de Polícia (Delegado Geral ou Secretário de
Segurança Pública)
e) NOTÍCIA OFERECIDA POR QUALQUER DO POVO: Delatio Criminis
Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
I - de ofício;
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 16 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a
requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:
a narração do fato, com todas as circunstâncias;
a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de
convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de
impossibilidade de o fazer;
a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.
§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá
recurso para o chefe de Polícia.
§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de
infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito,
comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das
informações, mandará instaurar inquérito.
§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de
representação, não poderá sem ela ser iniciado.
§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá
proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS
1. POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2004. Verificando que o fato evidentemente não
constitui crime, o delegado poderá mandar arquivar o inquérito policial,
desde que o faça motivadamente.
2. POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2004. A reprodução simulada dos fatos ou
reconstituição do crime pode ser determinada durante o inquérito policial,
caso em que o indiciado é obrigado a comparecer e participar da
reconstituição, em prol do princípio da verdade real.
3. POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2009. No inquérito policial, o ofendido, ou seu
representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência,
que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
4. JUIZ SUBSTITUTO – TJ/RJ/VUNESP/2012. É irrecorrível o despacho da
autoridade policial que indefere o requerimento de abertura de inquérito.
5. PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/FCC/2012. Nos crimes processados
mediante ação penal de iniciativa pública condicionada à representação,
é necessária a formulação desta para que o inquérito seja instaurado.
1. Incorreto 2. Errado 3.Correto 4.Incorreto 5.Certo
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 17 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
10. NOTICIA CRIMINIS
É a ciência pela autoridade policial da ocorrência de um fato criminoso (NUCCI, 2008,
p. 152);
É o conhecimento, espontâneo ou provado, de um suposto fato criminoso.
a) De cognição imediata/espontânea: a autoridade policial toma conhecimento do
crime através de suas atividades rotineiras;
b) De cognição mediata: a autoridade policial toma conhecimento do crime
através de um expediente escrito (requisição do MP, notícia de qualquer um
do povo; requerimento da vítima)
c) De cognição coercitiva: a autoridade toma conhecimento do fato através da
apresentação do indivíduo (APF)
Noticia Criminis Inqualificada ou Denúncia Anônima: Por si só não serve
para fundamentar a instauração de um inquérito policial. Porém, a partir dela
deve a autoridade policial realizar diligência preliminares para verificar a
procedência das informações e, após, então, instaurar o inquérito policial.
STF: EMENTA: HABEAS CORPUS. “DENÚNCIA ANÔNIMA” SEGUIDA DE
INVESTIGAÇÕES EM INQUÉRITO POLICIAL. INTERCEPTAÇÕES
TELEFÔNICAS E AÇÕES PENAIS NÃO DECORRENTES DE “DENÚNCIA
ANÔNIMA”. LICITUDE DA PROVA COLHIDA E DAS AÇÕES PENAIS
INICIADAS. ORDEM DENEGADA. Segundo precedentes do Supremo
Tribunal Federal, nada impede a deflagração da persecução penal pela
chamada “denúncia anônima”, desde que esta seja seguida de diligências
realizadas para averiguar os fatos nela noticiados (86.082, rel. min. Ellen
Gracie, DJe de 22.08.2008; 90.178, rel. min. Cezar Peluso, DJe de 26.03.2010;
e HC 95.244, rel. min. Dias Toffoli, DJe de 30.04.2010). No caso, tanto as
interceptações telefônicas, quanto as ações penais que se pretende
trancar decorreram não da alegada “notícia anônima”, mas de
investigações levadas a efeito pela autoridade policial. A alegação de que
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 18 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
o deferimento da interceptação telefônica teria violado o disposto no art. 2º, I e
II, da Lei 9.296/1996 não se sustenta, uma vez que a decisão da magistrada de
primeiro grau refere-se à existência de indícios razoáveis de autoria e à
imprescindibilidade do monitoramento telefônico. Ordem denegada. (HC
99490, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em
23/11/2010, DJe-020 DIVULG 31-01-2011 PUBLIC 01-02-2011 EMENT VOL-
02454-02 PP-00459)
11. IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL
Com a CF/1988, a identificação criminal passou a ser exceção, pois “o civilmente
identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas
em lei” (art. 5º, LVIII, CF).
HIPÓTESES
- Se o indivíduo não se identificar civilmente, poderá ser sujeito a identificação
criminal;
- O Civilmente Identificado não será submetido à identificação criminal, salvo
nas hipóteses previstas em lei.
Observação: A Súmula 568/STF, segundo o qual “a identificação criminal não
constitui constrangimento ilegal, ainda que identificado civilmente”, foi
superada pelo art. 5º, LVII, da CF.
IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL: abrange
- Identificação Fotográfica
- Identificação Datiloscópica
- Identificação do Perfil Genético
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 19 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
LEI: - Lei 12.037/09: art. 3º1
* Quando a identificação for essencial as investigações policiais, poderá
abranger a identificação do perfil genético, mediante prévia autorização judicial.
12. INCOMUNICABILIDADE
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho
nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a
conveniência da investigação o exigir.
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será
decretada por despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade
policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o
disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil
(Lei n. 4.215, de 27 de abril de 1963).
Previsão de incomunicabilidade por até 3 dias, por despacho fundamentado do juiz.
Este dispositivo não foi recepcionado pela CF/88, uma vez que a Constituição não
autoriza a incomunicabilidade sequer no Estado de Defesa (art. 136, §3º, IV, da CF).
13. INDICIAMENTO
É atribuir a alguém a autoria de determinada infração penal na fase do inquérito
policial;
1 Art. 3º Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal
quando: I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação; II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado; III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si; IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa; V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações; VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais. Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas aos autos do inquérito, ou outra forma de investigação, ainda que consideradas insuficientes para identificar o indiciado.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 20 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
Indiciar é um juízo de certeza de autoria maior do que suspeito ou investigado.
Não é cabível no TCC
MOMENTO:
Realizado durante as investigações, pois é um ato próprio do IP;
STJ: após o início do processo (recebimento da denúncia) não é possível o
indiciamento;
ESPÉCIES:
Indiciamento Direto: Na presença do investigado (regra)
Indiciamento Indireto: ocorre quando se trata de investigado ausente
PRESSUPOSTOS:
Elementos informativos quanto a autoria e materialidade
O indiciamento deve ser fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do
fato, indicando autoria, materialidade e suas circunstâncias
ATRIBUIÇÃO: Ato Privativo da Autoridade Policial
Art. 2º, §6º, Lei 12.830/2013: O indiciamento, privativo do delegado de polícia,
dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que
deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias.
DESINDICIAMENTO: desconstituição de anterior indiciamento.
Realizado pela própria polícia ou pelo Poder Judiciário
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 21 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
SUJEITO PASSIVO: Em regra, qualquer pessoa pode ser indiciada
* Não podem ser indiciados: Membros do MP, e Magistrados
**Os titulares de Foro por Prerrogativa de Função (Deputados, Senadores, etc) não
podem ser investigados nem indiciados sem previa autorização do Tribunal
competente (STF, Questão de ordem, Inq. 2411)
14. PRAZO
CPP IP Federal
Réu Preso 10 Dias 15 + 15 dias
Réu Solto 30 dias 30 dias
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver
sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o
prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão,
ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
Em se tratando de investigado solto, é possível a prorrogação do prazo: art. 10, §3º.
Economia Popular Drogas
Réu Preso 10 dias 30 + 30 dias
Réu Solto 10 Dias 90 + 90 dias
Prisão Temporária em crimes hediondos e equiparados
(T/T/T)
Réu Preso 30 dias + 30 Dias
Réu Solto Não se aplica
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 22 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS
1. JUIZ SUBSTITUTO – TJ/BA/CESPE/2012. Segundo entendimento dos
tribunais superiores, em hipótese nenhuma, é admitida a persecução
penal iniciada com base em denúncia anônima.
2. DEFENSOR PÚBLICO – AC/2012. Estando o investigado preso, o inquérito
policial deve ser encerrado impreterivelmente no prazo de quinze dias.
1. Incorreto 2. Incorreto
15. CONCLUSÃO: Relatório
Art. 10, §1º:
- meramente descritivo: relata as providências tomadas no IP; indicar testemunhas que
não foram inquiridas
O delegado deve se abster de realizar juízos de valores quanto o mérito do caderno
investigativo, pois o titular da ação penal é o Ministério Público.
16. DESTINATÁRIO DOS AUTOS DE IP
São encaminhados ao Poder Judiciário.
É cada vez mais comum a expedição de portarias e resoluções dos Tribunais
determinado a tramitação direta entre Polícia e Ministério Público, salvo se houver
medidas urgentes que dependem de autorização judicial (reserva de jurisdição), como
pedido de prisão preventiva.
Ação Penal Privada: Permanência dos autos em cartório para que o ofendido
tome iniciativa.
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito
serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido
ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir,
mediante traslado.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 23 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
Ação Penal Pública: encaminha-se ao MP
17. PROVIDENCIAS DO MP
Ação Penal Pública:
Oferecer Denúncia
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que
servir de base a uma ou outra.
Requisição de Diligências, desde que indispensáveis a formação da
opinio delicti
Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à
autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao
oferecimento da denúncia.
Promoção do Arquivamento:
18. ARQUIVAMENTO
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
NATUREZA JURÍDICA: Decisão Judicial que resulta do consenso entre MP e a
autoridade judiciária.
O arquivamento é um procedimento complexo, porque depende de
manifestação do MP e do Juiz.
FUNDAMENTOS:
1. Ausência dos pressupostos essências ou das condições da ação
2. Ausência de lastro probatório (justa causa) para o oferecimento da denúncia
3. Manifesta atipicidade formal/material
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 24 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
4. Causa Excludente da Ilicitude: legitima defesa, estado de necessidade,
exercício regular de um direito, estrito cumprimento do dever legal,
consentimento da vítima
5. Causa Excludente da Culpabilidade, salvo inimputabilidade
6. Causa Extintiva da Punibilidade
PROCEDIMENTO:
- MPF pede o arquivamento ao Juiz: Se concorda, homologa o arquivamento.
- MPF pede o arquivamento ao Juiz: Se discorda, aplica o art. 28 CPP
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia,
requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de
informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas,
fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este
oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para
oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o
juiz obrigado a atender.
Juiz: Exerce a função anômala de fiscal do Princípio da Obrigatoriedade
PGJ: Justiça Estadual
Câmara de Coordenação e Revisão do MPF [2ª]: Justiça Federal
- Oferecimento da Denúncia
- Designar outro membro do MP para oferecer a denúncia
- Insistir no arquivamento
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 25 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
RECURSOS CABÍVEIS NO ARQUIVAMENTO
Via de regra, o arquivamento é uma decisão irrecorrível, não sendo possível
ação penal privada subsidiária da pública.
19. DESARQUIVAMENTO
O Desarquivamento do IP é a reabertura das investigações.
E para o desarquivamento é necessário a existência de PROVAS NOVAS.
PRESSUPOSTO: Notícia de Provas Novas (aquela substancialmente inovadora,
capaz de produzir uma alteração no contexto probatório)
O desarquivamento é realizado pela Autoridade Policial.
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade
judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá
proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
STF Súmula nº 524 - Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a
requerimento do Promotor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem
novas provas.
20. TRACAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL
O arquivamento do IP resultada do consenso entre MP e o Juiz.
Já o Trancamento é uma medida de força que acarreta a extinção prematura dos atos
de investigações quanto a mera tramitação do IP, pois configura constrangimento
ilegal.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 26 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
Obs.: O Trancamento é medida excepcional.
CASOS:
- Manifesta Atipicidade Formal ou Material da Conduta Delituosa
- Quando já estiver Extinta a Punibilidade (Prescrição ou Decadência)
COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS
1. POLÍCIA FEDERA/CESPE/2009. Depois de ordenado o arquivamento do
inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a
autoridade policial não poderá proceder a novas pesquisas se de outras provas
tiver notifica, salvo com expressão autorização judicial.
2. POLICIAL FEDERAL/CESPE/2009. O término do inquérito policial é
caracterizado pela elaboração de um relatório e por sua juntada pela autoridade
policial responsável, que não pode nesse relatório, indicar testemunhas que não
tiveram sido inquiridas.
3. AGENTE DE POLÍCIA – GO/UEG/2013. Quanto ao inquérito policial, segundo o
Código de Processo Penal: será arquivado pela autoridade policial, desde que
seja verificada a atipicidade do fato ou esteja presente causa de extinção da
punibilidade.
4. INVESTIGADOR DE POLÍCIA/SP/VUNESP/2013. Caso vislumbre notória
atipicidade da conduta investigada, a autoridade policial poderá determinar o
arquivamento dos autos de Inquérito Policial.
1. Incorreto 2. Incorreto 3. Incorreto 4. Incorreto
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 27 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
PROVA
1. CONCEITO
Tudo aquilo que será utilizado para influenciar na contribuição do
convencimento do órgão julgador
“É tudo aquilo que contribui para a formação do convencimento do magistrado,
demonstrando os fatos, atos, ou até mesmo o próprio direito discutido no
litígio”. (Nestor Tavora e Rosmar Alencar. Curso de Direito Processual Penal. 7
ed. JusPodivm. Salvador, 2012, p. 376).
É o processo pelo qual se verifica a exatidão ou a verdade do fato alegado pela
parte do processo (Nucci, 2007, p. 351)
2. FINALIDADE DA PROVA
Convencimento do juiz acerca dos fatos
3. CARACTERÍSTICA DAS PROVAS
Prova é elemento de convicção produzido, em regra, durante o processo
judicial, com participação dialética das partes, sob o manto do contraditório e
da ampla defesa e mediante uma supervisão do órgão julgador.
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova
produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação,
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as
restrições estabelecidas na lei civil.
1. Via de regra, é produzida na fase judicial
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 28 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
2. É obrigatória a observância do contraditório e da ampla defesa, com
participação da defesa técnica;
3. A prova deve ser produzida na presença do juiz (Princípio da Identidade Física)
4. A finalidade da prova é auxiliar na formação da convicção judicial
Observação: Os elementos informativos, isoladamente considerados, não podem
fundamentar uma sentença penal condenatória. Porém, tais elementos não devem ser
desprezados durante a fase judicial, podendo se somar a prova produzida em juízo
para auxiliar na formação do convencimento do magistrado.
4. PROVAS CAUTELAR, NÃO REPETÍVEL E ANTECIPADA
Não são expressões sinônimas
PROVA CAUTELAR: São aquelas em que há um risco de desaparecimento do
objeto da prova em razão do lapso temporal. Podem ser produzidas tanto na
fase investigativa como na fase judicial, e para sua produção dependem de
autorização judicial.
O contraditório é postergado (diferido)
Ex. Intercepção telefônica
PROVA NÃO REPETÍVEL: É aquela que uma vez produzida não tem como ser
novamente coletada, em virtude do desaparecimento da fonte probatória.
Podem ser produzidas na fase investigatória e na fase judicial, e não
dependem de autorização judicial.
O contraditório é postergado (diferido).
Ex.: Exame pericial em relação as infrações que cujos vestígios
possam desaparecer, como exame de corpo de delito no crime de lesão corporal.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 29 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
PROVA ANTECIPADA: É aquela produzida com observância do contraditório
e da ampla defesa real, em momento processual distinto daquele previsto
processualmente, ou até mesmo antes do início do processo, em virtude da
urgência e relevância.
Dependem de autorização judicial sendo que o contraditório será real
Art. 225 Depoimento Ad Perpetuam Rei Remorium
Art. 225. Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, por enfermidade
ou por velhice, inspirar receio de que ao tempo da instrução criminal já não
exista, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes,
tomar-lhe antecipadamente o depoimento.
5. CLASSIFICAÇÃO DAS PROVAS
PROVA NOMINADA x INOMINADA
NOMINADA: é aquela prova em que há previsão do nomen juris no CPP ou na
legislação extravagante. Ex: prova testemunhal, documental, reconhecimento de
pessoas
INOMINADA: é aquela prova em que o nomen juris não está previsto em lei.
PROVA TÍPICA x ATÍPICA
TÍPICA: é aquele meio cujo procedimento probatório está previsto em lei. Ex: art. 226
(reconhecimento de pessoas e coisas)
ATÍPICA: o procedimento de produção dessa prova não está disciplinado na lei. Ex:
Reconstituição de fatos (art. 7º, está previsto em lei mas não foi disciplinado)
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 30 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
6. SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA PROVA
Persuasão Racional ou Convencimento Racional ou Livre Convencimento
motivado: o juiz tem ampla liberdade na valoração das provas, as quais
possuem todas o mesmo valor. Assim, o juiz deve fundamentar sua decisão.
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova
produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação,
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as
restrições estabelecidas na lei civil
CONSEQUÊNCIAS:
- Não há prova de valor absoluto: todas as provas têm valor relativo
- Deve o magistrado valorar todas as provas produzidas no processo
- Somente são consideradas válidas as provas produzidas no processo
PROVAS QUANTO AO ESTADO DAS PESSOAS: parágrafo único do art. 155
No processo penal vigora a ampla liberdade probatória, podendo as partes
valerem-se das provas inominadas e nominadas;
Quanto ao Estado das Pessoas, a prova está submetida as restrições
estabelecidas na lei civil.
Prova da Morte do acusado: certidão de óbito
Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da
certidão de óbito, e depois de ouvido o Ministério Público, declarará
extinta a punibilidade.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 31 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
STJ Súmula nº 74: Para efeitos penais, o reconhecimento da
menoridade do réu requer prova por documento hábil.
7. DISPOSIÇÃO FINAL
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém,
facultado ao juiz de ofício:
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de
provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade,
adequação e proporcionalidade da medida;
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a
realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante;
COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS
1. DELEGADO DE POLÍCIA-PR/UEL/2013. O juiz formará sua convicção pela
apreciação da prova judicial, estando impedido de fundamentar sua
decisão nos elementos informativos colhidos na investigação.
2. DELEGADO DE POLÍCIA – RJ/FUNCAB/2012. Todos os elementos de
convicção (meios de prova) produzidos ou obtidos em sede policial
através de inquérito policial são valoráveis na sentença, sem a
necessidade de serem reproduzidos na fase de instrução criminal.
3. PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE/RR/CESPE. No sistema processual
brasileiro, é adotada a regra da liberdade probatória, admitindo-se todos
os meios de prova legais e moralmente legítimos, ainda que não
especificados no CPP, sendo a única restrição probatória o estado das
pessoas.
1. Incorreto 2. Incorreto 3. Correto
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 32 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
8. PRINCÍPIOS RELACIONADOS À PROVA
a) PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA
Art. 5º, LVII, CF: Ninguém será considerado culpado até o transito em julgado
da sentença penal condenatória;
Três Regras:
- Regra Probatória: ônus da prova recai a acusação
- Regra de Tratamento: Excepcionalidade das Prisões
O acusado deve ser tratado como inocento, sendo
excepcional as medidas restritivas de direitos
B) PRINCÍPIO DO NEMU TENETUR SE DETEGERE
Ninguém é obrigado a produzir (fazer/comportamento ativo) provas contra si mesmo.
É o princípio da não auto-incriminação.
Art. 5º, LXIII, CF: “O preso será informado de seus direitos, entre os quais o de
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de
advogados”.
Embora a CF fale em “preso”, a interpretação desse dispositivo é no sentido de
que esse direito pode ser exercido pelo suspeito (alguém abordado na rua),
pelo investigado (no inquérito), e pelo acusado (processo penal). Também
pode ser exercido pelos investigados em CPI’s.
DESDOBRAMENTOS:
1. Advertência quanto ao direito de não produzir provas contra si mesmo;
- O preso deve receber nota de ciência das garantias constitucionais
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 33 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
2. Direito ao Silêncio ou de Ficar Calado
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da
acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório,
do seu direito de permanecer calado e de não responder perguntas que lhe
forem formuladas.
Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser
interpretado em prejuízo da defesa.
3. Direito de Não ser Constrangido a Confessar a prática de um ilícito criminal
4. Inexigibilidade do sujeito dizer a verdade
5. Direito de Não Praticar Qualquer Comportamento Ativo que possa Incriminá-lo
Ex: Participação na Reconstituição de fato delituoso, Reprodução Simulada dos Fatos,
Fornecer material para Exame Grafotécnico; Exame de sangue
Obs. I: Renato Brasileiro entende que o Reconhecimento do Acusado é obrigatório;
Obs. II: Não se enquadraria essa garantia no caso de Provas Não Invasivas, em que
não há penetração do corpo humano ou extração de parte dele, como no exame do
lixo de alguém, exame de matérias fecais, fio de cabelo.
9. PROVAS ILÍCITAS
O Direito à prova não tem natureza absoluta, motivo pelo qual estão proibidas as
provas ilícitas.
Há regras processuais para a produção da prova.
Art. 5º, LVI: “São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios
ilícitos”
FUNDAMENTOS:
- Tutela e proteção dos direitos fundamentais
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 34 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
- Dissuadir as autoridades quanto às práticas probatórias ilegais
CONCEITO:
Prova ilegal: é aquela obtida por meio de violação de normas legais ou de
princípios gerais do ordenamento, de natureza material ou processual. É gênero que
contempla a Prova Ilícita e a Prova Ilegítima.
Prova Ilícita:
- É a prova obtida mediante violação as Regras de Direito Material
Ex. Confissão mediante tortura
- A prova ilícita é obtida fora do processo (extraprocessual)
- Gera o direito de exclusão do processo (desentranhamento)
Prova Ilegítima:
- É a prova obtida mediante violação as Regras de Direito Processual
Ex. Laudo assinado por apenas um perito não oficial
- A prova ilícita é obtida dentro do processo (endoprocessual)
- O tratamento da prova ilegítima sujeita-se a teoria das nulidades
Atenção para a nova redação do art. 157 CPP:
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as
provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas
constitucionais ou legais.
LFG: diante dessa redação, qualquer violação será prova ilícita
Ada Pelegrine Grinover: continua separando as provas ilícitas das ilegítimas
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 35 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
10. PROVA ILÍCITA POR DERIVAÇÃO: Teoria dos Frutos da Árvore Envenada
É o meio probatório que, não obstante produzido validamente, num momento
posterior, encontra-se afetado pelo vício da ilicitude originária que a eles se
transmite, contaminando-os por meio da repercussão causal.
§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo
quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou
quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das
primeiras.
LIMITAÇÃO DA PROVA ILÍCITA POR DERIVAÇÃO:
Quando não Evidenciado o Nexo de Causalidade
Obtidas por Fonte Indepentente
Admite-se a Prova Ilícita apenas em benefício do réu
COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS
1. POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2009. Com base no direito processual penal,
julgue os itens que se seguem: Como o sistema processual penal brasileiro
assegura ao investigado o direito de não produzir provas contra si mesmo, a ele
é conferida a faculdade de não participar de alguns atos investigativos, como,
por exemplo, da reprodução simulada dos fatos e do procedimento de
identificação datiloscópica e de reconhecimento, além do direito de não fornecer
material para comparação em exame pericial.
2. INVESTIGADOR DE POLÍCIA – SP/VUNESP/2013. São admissíveis no processo
penal as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de
causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas
por uma fonte independente das primeiras.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 36 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
3. INVESTIGADOR DE POLÍCIA – SP/VUNESP/2013. Para análise da
admissibilidade das provas derivadas das ilícitas, considera-se fonte
independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe,
próprios da investigação criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da
prova.
1. Incorreto 2. Incorreto 3. Correto
PROVAS EM ESPÉCIE
21. EXAMES PERICIAIS
“É o exame procedido por pessoa que tenha conhecimento técnico, científico
ou domínio específico em determinada área do conhecimento. Afinal, não
sendo o magistrado especialista em todas as áreas do saber, vale-se dos
peritos para auxiliá-lo” (TAVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar R.Curso de
Direito Processual Penal. 7 ed. Salvador: JusPodvim, 2012, p. 402)
Em regra, a autoridade policial pode determinar a realização de qualquer
perícia no curso do inquérito policial, com exceção do exame de sanidade
mental.
a) PERITO OFICIAL E NÃO-OFICIAL
O perito é um auxiliar do juízo, dotado de conhecimento técnico científico específico,
tendo como função examinar o corpo de delito.
PERITO OFICIAL:
- Deve ser portador de diploma de curso superior
- É investido na função por lei: é um funcionário público de carreira
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 37 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
- 1 único perito oficial por perícia
PERITO NÃO OFICIAL:
- Deve ser portador de diploma de curso superior, PREFERENCIALMENTE na
área específica;
- É pessoa nomeada pelo juízo ou pela autoridade policial para realizar
determinada perícia
- Deve prestar o compromisso de bem desempenhar a sua função
- 2 peritos não oficiais por perícia
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por
perito oficial, portador de diploma de curso superior.
§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas
idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área
específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a
natureza do exame.
§ 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente
desempenhar o encargo.
Quando a PERÍCIA FOR COMPLEXA, isto é, abranja mais de uma área de
conhecimento técnico, será possível a designação de mais de um perito
oficial.
Art. 157, § 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área
de conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um
perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 38 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
b) QUESITOS E ASSISTENTE TÉCNICO
QUESITOS: MP, assistente da acusação, ofendido, querelante e o réu poderão
formular quesitos ao perito.
ASSISTENTE TÉCNICO:
É um auxiliar das partes; e, por conseqüência, tem uma função evidentemente
parcial.
Não é considerado funcionário público
Não comente o crime de falsa perícia
Obs.I: O perito é um auxiliar do juízo e tem o dever de ser imparcial;
Tanto o perito oficial, como o perito não-oficial, são funcionários públicos,
mesmo que para fins penais, e podem cometer o crime falsa perícia.
MOMENTO DE INGRESSO: Será possível durante o curso do processo judicial;
após sua admissão pelo juiz; e, após, elaboração do laudo pelos peritos oficiais.
Art. 159
§ 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao
ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de
assistente técnico.
§ 4o O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a
conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as
partes intimadas desta decisão.
§ 5o Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à
perícia:
I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para
responderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 39 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados com antecedência
mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo
complementar;
II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a
ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência.
§ 6o Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de
base à perícia será disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá
sempre sua guarda, e na presença de perito oficial, para exame pelos
assistentes, salvo se for impossível a sua conservação.
Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular quesitos até o ato da
diligência.
c) REALIZAÇÃO DA PERÍCIA: Laudo
Com a realização da perícia, é produzido o laudo pericial, que deve englobar tudo o
que foi analisado pelo perito. O laudo é datilografado e subscrito pela autoridade que o
produziu.
d) PRAZO
10 dias, podendo ser prorrogado.
Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão
minuciosamente o que examinarem, e responderão aos quesitos formulados.
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10
dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a
requerimento dos peritos.
d) SISTEMA DE APRECIÇÃO DO LAUDO PERICIAL
Adota-se o sistema liberatório, isto é, o juiz pode aceitar ou rejeitar o laudo pericial,
uma vez que o ordenamento jurídico adotou o sistema do livre convencimento
motivado.
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no
todo ou em parte.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 40 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade
policial negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao
esclarecimento da verdade.
22. EXAME DE CORPO DE DELITO
CORPO DE DELITO é o conjunto de vestígios materiais deixados pela infração,
podendo ser a própria materialidade do delito.
Ex: mancha de sangue no local do crime, lesões corporais, porta arrombada no caso
de furto.
Porém, nem toda infração deixa vestígios. Assim, a doutrina divide as infrações em:
Transeuntes: não deixam vestígios. Ex.: Injúria verbal
Não Transeuntes: deixam vestígios. Ex.: Homicídio.
Para as infrações Não-Transeuntes existem o Exame de Corpo de Delito.
EXAME DE CORPO DE DELITO: É a perícia que tem por objeto o próprio
corpo de delito.
Nas infrações que deixam vestígios, será indispensável o exame de corpo
de delito.
Pode ser determinado tanto pela autoridade policial como pelo juiz.
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de
corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do
acusado.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 41 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
a) ESPÉCIE:
Exame de Corpo de Delito DIRETO: é aquele em que os peritos dispõem do
próprio corpo de delito (materialidade) para analisar.
Ex.: A vítima que comparece ao IML após a agressão
Exame de Corpo de Delito INDIRETO:
Corrente Majoritária: quando não for possível a realização do exame direto em
virtude do desaparecimento dos vestígios, a prova testemunhal ou documental
poderá suprir sua essência.
- não há laudo pericial, mas tão somente prova documental ou testemunhal suprindo a
ausência do exame de corpo de delito.
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem
desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
Obs.I: O exame de corpo de delito por ser realizado em qualquer dia e qualquer
horário.
Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a
infração, a autoridade providenciará imediatamente para que não se altere o
estado das coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir seus laudos
com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos.
Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado
das coisas e discutirão, no relatório, as conseqüências dessas alterações na
dinâmica dos fatos.
Obs. II: Em regra, o laudo pericial não é obrigatório para ajuizamento da ação penal,
pois pode ser juntando ao longo do processo.
Há duas exceções:
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 42 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
- Laudo provisório de constatação da natureza da droga: laudo firmado por
perito ou pessoa idônea. O laudo definitivo deverá ser firmado por 2 peritos oficiais;
- Crimes contra a propriedade imaterial:
Obs.III:
- No delito previsto no art. 7, IX, da Lei 8.137/90 (crimes contra a ordem
tributária, econômica e contra as relações de consumo) – Mercadoria imprópria ao
consumo – é necessário o exame de corpo de delito.
- No caso de porte ilegal de munição ou arma de fogo, o STF entendeu por
desnecessária a realização de perícia para a configuração do crime.
COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS
1. POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2012. Com base no direito processual penal, julgue os
itens que se seguem. De acordo com inovações na legislação específica, a
perícia deverá ser realizada por apenas um perito oficial, portador de diploma de
curso superior; contudo, caso não haja, na localidade, perito oficial, o exame
poderá ser realizado por duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso
superior, preferencialmente na área específica. Nessa última hipótese, serão
facultadas a participação das partes, com a formulação de quesitos, e a
indicação de assistente técnico, que poderá apresentar pareceres, durante a
investigação policial, em prazo máximo a ser fixado pela autoridade policial.
2. DELEGADO DE POLÍCIA-PR/UEL/2013. Quando a infração deixar vestígios,
será indispensável o exame de corpo de delito, mediante a confissão do
acusado.
3. DELEGADO DE POLÍCIA-PR/UEL/2013. O laudo pericial será elaborado no
prazo máximo de dez dias, podendo ser prorrogado, em casos excepcionais, a
requerimento dos peritos.
1. Incorreto 2. Incorreto 3. Correto
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 43 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
23. EXAME NECROSCÓPICO
É o exame realizado no cadáver objetivando a indicação da causa mortes (análise
interna e externa do cadáver)
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se
os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita
antes daquele prazo, o que declararão no auto.
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame
externo do cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando
as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver
necessidade de exame interno para a verificação de alguma circunstância
relevante.
Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem
encontrados, bem como, na medida do possível, todas as lesões externas e
vestígios deixados no local do crime.
Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos,
quando possível, juntarão ao laudo do exame provas fotográficas, esquemas
ou desenhos, devidamente rubricados.
24. EXUMAÇÃO
Entende-se por exumar desenterrar o cadáver.
As vezes é necessário para identificar a real causa da morte, ou, as circunstâncias que
teria ocorrido, ou identificar a pessoa que se encontra sepultada.
Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade
providenciará para que, em dia e hora previamente marcados, se realize a
diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado.
Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou particular indicará o
lugar da sepultura, sob pena de desobediência. No caso de recusa ou de falta
de quem indique a sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em lugar não
destinado a inumações, a autoridade procederá às pesquisas necessárias, o
que tudo constará do auto.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 44 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, proceder-
se-á ao reconhecimento pelo Instituto de Identificação e Estatística ou
repartição congênere ou pela inquirição de testemunhas, lavrando-se auto de
reconhecimento e de identidade, no qual se descreverá o cadáver, com todos
os sinais e indicações.
Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados e autenticados todos
os objetos encontrados, que possam ser úteis para a identificação do cadáver.
25. EXAME GRAFOTÉCNICO
“O exame caligráfico ou grafotécnico se presta a identificar a autoria de
determinado documento, reconhecendo o responsável pelo escrito, o que se faz por
comparação das letras” (TAVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar R.Curso de Direito
Processual Penal. 7 ed. Salvador: JusPodvim, 2012, p. 412)
Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de
letra, observar-se-á o seguinte:
I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será intimada para
o ato, se for encontrada;
II - para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita
pessoa reconhecer ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de seu
punho, ou sobre cuja autenticidade não houver dúvida;
III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os
documentos que existirem em arquivos ou estabelecimentos públicos, ou
nestes realizará a diligência, se daí não puderem ser retirados;
IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes os
exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se
estiver ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência poderá ser
feita por precatória, em que se consignarão as palavras que a pessoa será
intimada a escrever.
26. EXAME DE LESÕES CORPORAIS
As lesões corporais são classificadas em leves, graves e gravíssimas.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 45 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
Se no primeiro exame pericial tiver sido incompleto ou insuficiente para precisar a real
gravidade da lesão, será realizado o exame complementar.
Ex.: Lesões corporais que resulta a incapacidade para as ocupações habituais por
mais de 30 dias.
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido
incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da
autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério
Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.
§ 1o No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo de
delito, a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo.
§ 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129, §
1o, I, do Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias,
contado da data do crime.
§ 3o A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova
testemunhal
27. PERÍCIA EM INCÊNDIO
Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar em que
houver começado, o perigo que dele tiver resultado para a vida ou para o
patrimônio alheio, a extensão do dano e o seu valor e as demais
circunstâncias que interessarem à elucidação do fato.
28. PERICIA LABORITORIAL
- Em razão da especificidade do assunto, é necessária a realização de perícia técnica
em laboratório.
Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente
para a eventualidade de nova perícia. Sempre que conveniente, os laudos
serão ilustrados com provas fotográficas, ou microfotográficas, desenhos ou
esquemas.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 46 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
29. EXAME DOS INSTRUMENTOS DA INFRAÇÃO
Os instrumentos utilizados para o cometimento do crime devem ser periciados para
identificar-se sua natureza (arma de fogo, arma branca) e eficiência (aptidão para
provar o resultado lesivo).
Se o meio empregado for ineficaz, estaremos diante de um crime impossível.
Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a prática
da infração, a fim de se Ihes verificar a natureza e a eficiência.
30. EXAME NA DESTRUIÇÃO ou ROMPIMENTO DE OBSTÁCULO OU
ESCALADA
Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo a
subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos, além de descrever os
vestígios, indicarão com que instrumentos, por que meios e em que época
presumem ter sido o fato praticado.
31. AVALIAÇÃO
As coisas destruídas, deterioradas ou que constituam produto do crime devem ser
avaliadas através de perícia.
Ex: Incidência do Princípio da Insignificância
Ex. Furto de Pequeno Valor ou Estelionato de Pequeno valor
Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação de coisas destruídas,
deterioradas ou que constituam produto do crime.
Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os peritos procederão à
avaliação por meio dos elementos existentes nos autos e dos que resultarem
de diligências.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 47 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
32. DEMAIS DISPOSIÇÕES NORMATIVAS
Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-se-á no juízo
deprecado. Havendo, porém, no caso de ação privada, acordo das partes, essa
nomeação poderá ser feita pelo juiz deprecante.
Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão transcritos na
precatória.
Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no auto
do exame as declarações e respostas de um e de outro, ou cada um redigirá
separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se este
divergir de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo exame por
outros peritos.
Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omissões,
obscuridades ou contradições, a autoridade judiciária mandará suprir a
formalidade, complementar ou esclarecer o laudo.
Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar que se proceda a novo
exame, por outros peritos, se julgar conveniente.
33. CONFISSÃO
Confessar é reconhecer a autoria da imputação ou dos fatos objeto da
investigação preliminar por aquele que está no polo passivo da persecução
penal. Como o réu defende-se dos fatos, estes é que podem ser objeto da
confissão. (TAVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar R.Curso de Direito
Processual Penal. 7 ed. Salvador: JusPodvim, 2012, p. 484)
NATUREZA JURÍDICA:
Meio de Prova
VALOR DA CONFISSÃO:
Não existe hierarquia entre as provas, sendo a confissão mais um meio
probatório (deve ser confrontado com as demais provas do processo)
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 48 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os
outros elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la
com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe
compatibilidade ou concordância.
Art. 198. O silêncio do acusado não importará confissão, mas poderá constituir
elemento para a formação do convencimento do juiz (tacitamente revogado)
CLASSIFICAÇÃO:
Confissão Simples: o acusado confessa a prática do delito sem invocar
qualquer tese de defesa.
Confissão Qualificada: o acusado confessa a prática do delito, mas alguém
algum fato modificativo, impeditivo e extintivo.
Confissão Extrajudicial: é aquela feita fora do processo e sem contraditório e
ampla defesa.
Confissão Judicial: é aquela realizada em juízo, com observância do
contraditório e ampla defesa
CARACTERÍSTICAS:
- Retratabilidade
- Divisibilidade
- Ato personalíssimo
Art. 200. A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre
convencimento do juiz, fundado no exame das provas em conjunto.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 49 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
34. OFENDIDO
O ofendido é titular do direito lesado ou posto em perigo, é a vítima, sendo que
suas declarações, indicando a versão que lhe cabe dos fatos, têm natureza
probatória (TAVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar R.Curso de Direito
Processual Penal. 7 ed. Salvador: JusPodvim, 2012, p. 485)
O ofendido não é testemunha; portanto, não presta o compromisso de dizer
a verdade.
É o primeiro a ser ouvido na audiência de instrução e julgamento
NATUREZA JURÍDICA
Meio de Prova, mas deve ser analisado com cautela
REPERCUSSÃO PROCESSUAL:
1. Deve ser comunicado dos autos processuais de ingresso e saída do acusado
da prisão, designação da data para audiência e à sentença e respectivos
acórdãos. As comunicações serão feitas no endereço indicado por ele,
podendo ser utilizado o meio eletrônico;
2. Lugar separado antes da audiência e durante sua realização;
3. Encaminhamento judicial a atendimento multidisciplinar;
4. Retirada do réu da sala para que o ofendido preste declarações;
Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qualificado e perguntado sobre
as circunstâncias da infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, as
provas que possa indicar, tomando-se por termo as suas declarações.
§ 1o Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo, o
ofendido poderá ser conduzido à presença da autoridade.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 50 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
§ 2o O ofendido será comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso e
à saída do acusado da prisão, à designação de data para audiência e à
sentença e respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem.
§ 3o As comunicações ao ofendido deverão ser feitas no endereço por ele
indicado, admitindo-se, por opção do ofendido, o uso de meio eletrônico.
§ 4o Antes do início da audiência e durante a sua realização, será reservado
espaço separado para o ofendido.
§ 5o Se o juiz entender necessário, poderá encaminhar o ofendido para
atendimento multidisciplinar, especialmente nas áreas psicossocial, de
assistência jurídica e de saúde, a expensas do ofensor ou do Estado.
§ 6o O juiz tomará as providências necessárias à preservação da intimidade,
vida privada, honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, determinar o
segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras informações
constantes dos autos a seu respeito para evitar sua exposição aos meios de
comunicação.
COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS
1. POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2009. Com base no direito processual penal, julgue os
itens que se seguem. O sistema processual vigente prevê tratamento especial ao
ofendido, especialmente no que se refere ao direito de ser ouvido em juízo e de
ser comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso e à saída do
acusado da prisão, à designação de data para audiência e à sentença e
respectivos acórdãos. Além disso, ao ofendido é conferido o direito da
preservação da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem, o que,
entretanto, não obsta a acareação entre ele e o acusado.
2. JUIZ SUBSTITUTO-TJ/GO/2012. Em relação à prova no processo penal, é
correto afirmar que a confissão é divisível e retratável;
1. Correto 2. Correto
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 51 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
35. INTERROGATÓRIO
O interrogatório é o ato pelo qual o juiz ouve o acusado sobre a imputação que lhe é
feita pela acusação. Nesse ato, o acusado é ouvido sobre sua pessoa e sobre os
fatos.
“O interrogatório é a fase da persecução penal que permite ao suposto autor da
infração esboçar a sua versão dos fatos, exercendo, se desejar, a autodefesa.
Terá o imputado contato com a autoridade, o que lhe permite indicar provas,
confessar a infração, delatar outros autores, apresentar teses defensivas que
entenda pertinente, ou valer-se, se lhe for conveniente, do direito de silêncio”.
(TAVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar R.Curso de Direito Processual Penal. 7
ed. Salvador: JusPodvim, 2012, p. 417)
a) NATUREZA JURÍDICA
Meio de defesa, sendo exercício da ampla defesa (Autodefesa: direito de audiência e
direito de presença – art. 5º, LV, CF)
b) MOMENTO DE REALIZAÇÃO
Último ato da instrução processual, via de regra
Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no curso
do processo penal, será qualificado e interrogado na presença de seu
defensor, constituído ou nomeado.
Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a novo interrogatório de ofício ou
a pedido fundamentado de qualquer das partes
c) CARACTERÍSTICAS
- Trata de um ato personalíssimo
- É presidido pelo juiz
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 52 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
- Sujeito ao Contraditório
Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou
algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se
o entender pertinente e relevante.
- O acusado é assistido tecnicamente pelo defensor
Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no curso
do processo penal, será qualificado e interrogado na presença de seu
defensor, constituído ou nomeado.
- O acusado, antes do interrogatório, tem direito a entrevista prévia e reservada com o
defensor
- Ato Público
- Ato Oral e Individual
Observações
- : Em relação ao menor de 21 anos não é necessário nomear curador.
- : Havendo mais de um acusado serão interrogados separadamente
d) REALIZAÇÃO DO ATO
O interrogatório é composto de duas partes: Pessoa do Acusado e Fatos
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da
acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o
interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de não responder
perguntas que lhe forem formuladas.
Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser
interpretado em prejuízo da defesa.
Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a pessoa do
acusado e sobre os fatos.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 53 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
§ 1o Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre a residência,
meios de vida ou profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua
atividade, vida pregressa, notadamente se foi preso ou processado alguma vez
e, em caso afirmativo, qual o juízo do processo, se houve suspensão
condicional ou condenação, qual a pena imposta, se a cumpriu e outros dados
familiares e sociais.
§ 2o Na segunda parte será perguntado sobre:
I - ser verdadeira a acusação que lhe é feita;
II - não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo particular a que
atribuí-la, se conhece a pessoa ou pessoas a quem deva ser imputada a
prática do crime, e quais sejam, e se com elas esteve antes da prática da
infração ou depois dela;
III - onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notícia
desta;
IV - as provas já apuradas;
V - se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou por inquirir, e desde
quando, e se tem o que alegar contra elas;
VI - se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou qualquer
objeto que com esta se relacione e tenha sido apreendido;
VII - todos os demais fatos e pormenores que conduzam à elucidação dos
antecedentes e circunstâncias da infração;
VIII - se tem algo mais a alegar em sua defesa.
Art. 189. Se o interrogando negar a acusação, no todo ou em parte, poderá
prestar esclarecimentos e indicar provas.
Art. 190. Se confessar a autoria, será perguntado sobre os motivos e
circunstâncias do fato e se outras pessoas concorreram para a infração, e
quais sejam.
d) ESPÉCIE DE INTERROGATÓRIO
Réu solto: interrogado na presença do juiz
Réu Preso:
1ª: Pessoalmente, dentro do presídio
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 54 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
2ª: Pessoalmente, no fórum
3ª: Por Videoconferência (de ofício, ou requerimento das partes)
Pessoalmente, dentro do presídio:
Art. 185, §1º:
Ter sala própria
Garantir a segurança do juiz, MP e do defensor
Presença do defensor
Publicidade
Direito de entrevista prévia e reservada com o defensor
Pessoalmente, no fórum
Por videoconferência
- Tem caráter excepcional
- Decisão fundamentada
- Finalidade:
Prevenir risco a segurança pública
Para viabilizar a participação do acusado no ato processual
Impedir a influência do acuado no ânimo das testemunhas ou da vítima
Para responder a grave questão de ordem pública
- Presença do advogado no fórum e no Presídio
Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no curso
do processo penal, será qualificado e interrogado na presença de seu
defensor, constituído ou nomeado.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 55 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
§ 1o O interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no
estabelecimento em que estiver recolhido, desde que estejam garantidas a
segurança do juiz, do membro do Ministério Público e dos auxiliares bem como
a presença do defensor e a publicidade do ato.
§ 2o Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a
requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por
sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de
sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária para
atender a uma das seguintes finalidades: I - prevenir risco à segurança pública,
quando exista fundada suspeita de que o preso integre organização criminosa
ou de que, por outra razão, possa fugir durante o deslocamento;
II - viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja
relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou
outra circunstância pessoal;
III - impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde
que não seja possível colher o depoimento destas por videoconferência, nos
termos do art. 217 deste Código;
IV - responder à gravíssima questão de ordem pública.
§ 3o Da decisão que determinar a realização de interrogatório por
videoconferência, as partes serão intimadas com 10 (dez) dias de
antecedência.
§ 4o Antes do interrogatório por videoconferência, o preso poderá acompanhar,
pelo mesmo sistema tecnológico, a realização de todos os atos da audiência
única de instrução e julgamento de que tratam os arts. 400, 411 e 531 deste
Código.
§ 5o Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz garantirá ao réu o direito
de entrevista prévia e reservada com o seu defensor; se realizado por
videoconferência, fica também garantido o acesso a canais telefônicos
reservados para comunicação entre o defensor que esteja no presídio e o
advogado presente na sala de audiência do Fórum, e entre este e o preso.
§ 6o A sala reservada no estabelecimento prisional para a realização de atos
processuais por sistema de videoconferência será fiscalizada pelos
corregedores e pelo juiz de cada causa, como também pelo Ministério Público
e pela Ordem dos Advogados do Brasil.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 56 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
§ 7o Será requisitada a apresentação do réu preso em juízo nas hipóteses em
que o interrogatório não se realizar na forma prevista nos §§ 1o e 2o deste
artigo.
§ 8o Aplica-se o disposto nos §§ 2o, 3o, 4o e 5o deste artigo, no que couber, à
realização de outros atos processuais que dependam da participação de
pessoa que esteja presa, como acareação, reconhecimento de pessoas e
coisas, e inquirição de testemunha ou tomada de declarações do ofendido.
§ 9o Na hipótese do § 8o deste artigo, fica garantido o acompanhamento do ato
processual pelo acusado e seu defensor.
36. PROVA TESTEMUNHAL
Testemunha é toda pessoa estranha ao processo que declara a respeito dos fatos
percebidos por seu sentido.
“Testemunha é a pessoa desinteressada que declara em juízo o que sabe
sobre os fatos, em face das percepções colhidas sensorialmente. Ganham
relevo a visão e audição, porém, nada impede que a testemunha amealhe suas
impressões através do tato e do olfato” (TAVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar
R.Curso de Direito Processual Penal. 7 ed. Salvador: JusPodvim, 2012, p. 442)
a) QUEM PODE SER TESTEMUNHA NO PROCESSO PENAL:
Qualquer pessoa, independentemente da idade. Cabe, no entanto, ao juiz examinar a
pertinência e a idoneidade de cada testemunho.
Art. 202. Toda pessoa poderá ser testemunha.
b) CARACTERÍSTICAS
Judicialidade ou imediação judicial: prova testemunhal é colhida em juízo e na
presença das partes;
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 57 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
Oralidade:
Art. 204. O depoimento será prestado oralmente, não sendo permitido à
testemunha trazê-lo por escrito.
Parágrafo único. Não será vedada à testemunha, entretanto, breve consulta a
apontamentos.
Exceção:
Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da República, os senadores e
deputados federais, os ministros de Estado, os governadores de Estados e
Territórios, os secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos
Municípios, os deputados das Assembléias Legislativas Estaduais, os
membros do Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da
União, dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal Marítimo
serão inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz.
§ 1o O Presidente e o Vice-Presidente da República, os presidentes do
Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal
poderão optar pela prestação de depoimento por escrito, caso em que as
perguntas, formuladas pelas partes e deferidas pelo juiz, Ihes serão
transmitidas por ofício.
Individualidade: cada testemunha é ouvida separadamente uma da outra,
devendo ter no recinto espaços reservados para manter a incomunicabilidade
das testemunhas.
Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de per si, de modo que
umas não saibam nem ouçam os depoimentos das outras, devendo o juiz
adverti-las das penas cominadas ao falso testemunho.
Parágrafo único. Antes do início da audiência e durante a sua realização, serão
reservados espaços separados para a garantia da incomunicabilidade das
testemunhas.
Objetividade: a testemunha depõe sobre fatos e não pode emitir opiniões
pessoais.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 58 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
Art. 213. O juiz não permitirá que a testemunha manifeste suas apreciações
pessoais, salvo quando inseparáveis da narrativa do fato.
Contraditoriedade: a prova testemunhal é submetida ao contraditório
Direct Examination: a parte que arrolou a testemunha pergunta em primeiro lugar e
diretamente a ela
Cross Examination: depois a parte contrária efetuará as perguntas
Juiz: ao final, poderá complementar a inquirição sobre pontos não esclarecidos.
Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à
testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não
tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já
respondida.
Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá
complementar a inquirição.
c) CLASSIFICAÇÃO
Testemunhas Numerárias: são aquelas arroladas pela parte e são
contabilizadas no número máximo de testemunhas.
Testemunhas Extranumerárias: não são computadas no número máximo de
testemunhas. São aquelas ouvidas por iniciativa do juiz, as testemunhas que
não prestam o compromisso de dizer a verdade ou que nada sabem sobre os
fatos.
Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas,
além das indicadas pelas partes.
§ 1o Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as pessoas a que as
testemunhas se referirem.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 59 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
§ 2o Não será computada como testemunha a pessoa que nada souber que
interesse à decisão da causa.
Informantes: são aquelas testemunhas que não prestam o compromisso legal
Testemunha referida: são aquelas mencionadas por outras testemunhas já
ouvidas, não entrando no número permitido.
d) DEVERES DA TESTEMUNHA
Dever de Depor
Exceção:
Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão,
entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha
reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo
do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou
integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.
Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função,
ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas
pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho.
Dever de comparecimento
A testemunha regularmente intimada deve comparecer, sob pena de condução
coercitiva e crime de desobediência.
Art. 218. Se, regularmente intimada, a testemunha deixar de comparecer sem
motivo justificado, o juiz poderá requisitar à autoridade policial a sua
apresentação ou determinar seja conduzida por oficial de justiça, que poderá
solicitar o auxílio da força pública.
Art. 219. O juiz poderá aplicar à testemunha faltosa a multa prevista no art.
453, sem prejuízo do processo penal por crime de desobediência, e condená-la
ao pagamento das custas da diligência.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 60 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
Exceções:
Art. 220. As pessoas impossibilitadas, por enfermidade ou por velhice, de
comparecer para depor, serão inquiridas onde estiverem.
Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da República, os senadores e
deputados federais, os ministros de Estado, os governadores de Estados e
Territórios, os secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos
Municípios, os deputados às Assembléias Legislativas Estaduais, os membros
do Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União,
dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal Marítimo serão
inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz.
Dever de prestar o compromisso legal
Toda testemunha tem que prestar o compromisso de dizer a verdade.
Exceções:
- parentes próximos do réu
- menor de 14 anos
- deficientes mentais
Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer a
verdade do que souber e Ihe for perguntado, devendo declarar seu nome, sua
idade, seu estado e sua residência, sua profissão, lugar onde exerce sua
atividade, se é parente, e em que grau, de alguma das partes, ou quais suas
relações com qualquer delas, e relatar o que souber, explicando sempre as
razões de sua ciência ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua
credibilidade.
Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão,
entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha
reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo
do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou
integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 61 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude o art. 203 aos doentes e
deficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem às pessoas a
que se refere o art. 206.
a) Dever de Dizer a verdade
b) Dever de comunicar alteração no endereço
Art. 224. As testemunhas comunicarão ao juiz, dentro de um ano, qualquer
mudança de residência, sujeitando-se, pela simples omissão, às penas do não-
comparecimento.
e) CONTRADITA
Contraditar significa impugnar a testemunha, a fim de que não seja ouvida elo juiz.
Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as partes poderão contraditar a
testemunha ou argüir circunstâncias ou defeitos, que a tornem suspeita de
parcialidade, ou indigna de fé. O juiz fará consignar a contradita ou argüição e
a resposta da testemunha, mas só excluirá a testemunha ou não Ihe deferirá
compromisso nos casos previstos nos arts. 207 e 208.
e) RETIRADA DO ACUSADO DA SALA DE AUDIÊNCIA
Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilhação,
temor, ou sério constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo que
prejudique a verdade do depoimento, fará a inquirição por videoconferência e,
somente na impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do réu,
prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 62 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
f) ETAPAS
1º Qualificação
Art. 205. Se ocorrer dúvida sobre a identidade da testemunha, o juiz procederá
à verificação pelos meios ao seu alcance, podendo, entretanto, tomar-lhe o
depoimento desde logo.
2º Advertência
3º Perguntas sobre o fato delituoso
g) DISPOSIÇÕES NORMATIVAS
Art. 211. Se o juiz, ao pronunciar sentença final, reconhecer que alguma
testemunha fez afirmação falsa, calou ou negou a verdade, remeterá cópia do
depoimento à autoridade policial para a instauração de inquérito.
Parágrafo único. Tendo o depoimento sido prestado em plenário de
julgamento, o juiz, no caso de proferir decisão na audiência (art. 538, § 2o), o
tribunal (art. 561), ou o conselho de sentença, após a votação dos quesitos,
poderão fazer apresentar imediatamente a testemunha à autoridade policial.
Art. 215. Na redação do depoimento, o juiz deverá cingir-se, tanto quanto
possível, às expressões usadas pelas testemunhas, reproduzindo fielmente as
suas frases.
Art. 216. O depoimento da testemunha será reduzido a termo, assinado por
ela, pelo juiz e pelas partes. Se a testemunha não souber assinar, ou não
puder fazê-lo, pedirá a alguém que o faça por ela, depois de lido na presença
de ambos.
Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da República, os senadores e
deputados federais, os ministros de Estado, os governadores de Estados e
Territórios, os secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos
Municípios, os deputados às Assembléias Legislativas Estaduais, os membros
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 63 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
do Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União,
dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal Marítimo serão
inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz.
§ 1o O Presidente e o Vice-Presidente da República, os presidentes do Senado
Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal poderão
optar pela prestação de depoimento por escrito, caso em que as perguntas,
formuladas pelas partes e deferidas pelo juiz, Ihes serão transmitidas por
ofício.
§ 2o Os militares deverão ser requisitados à autoridade superior.
§ 3o Aos funcionários públicos aplicar-se-á o disposto no art. 218, devendo,
porém, a expedição do mandado ser imediatamente comunicada ao chefe da
repartição em que servirem, com indicação do dia e da hora marcados.
Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será inquirida pelo
juiz do lugar de sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta precatória,
com prazo razoável, intimadas as partes.
§ 1o A expedição da precatória não suspenderá a instrução criminal.
§ 2o Findo o prazo marcado, poderá realizar-se o julgamento, mas, a todo
tempo, a precatória, uma vez devolvida, será junta aos autos.
§ 3o Na hipótese prevista no caput deste artigo, a oitiva de testemunha poderá
ser realizada por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de
transmissão de sons e imagens em tempo real, permitida a presença do
defensor e podendo ser realizada, inclusive, durante a realização da audiência
de instrução e julgamento.
Art. 222-A. As cartas rogatórias só serão expedidas se demonstrada
previamente a sua imprescindibilidade, arcando a parte requerente com os
custos de envio.
Parágrafo único. Aplica-se às cartas rogatórias o disposto nos §§ 1o e 2o do
art. 222 deste Código.
Art. 223. Quando a testemunha não conhecer a língua nacional, será
nomeado intérprete para traduzir as perguntas e respostas.
Parágrafo único. Tratando-se de mudo, surdo ou surdo-mudo, proceder-se-á
na conformidade do art. 192.
Art. 224. As testemunhas comunicarão ao juiz, dentro de um ano, qualquer
mudança de residência, sujeitando-se, pela simples omissão, às penas do não-
comparecimento.
Art. 225. Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, por enfermidade
ou por velhice, inspirar receio de que ao tempo da instrução criminal já não
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 64 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
exista, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes,
tomar-lhe antecipadamente o depoimento.
COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS
1. POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2009. Considerando o estabelecido no Código de
Processo Penal, julgue o item abaixo, a respeito da prova. Excepcionalmente, o juiz,
por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, poderá
realizar o interrogatório do réu preso por meio de sistema de videoconferência.
2. POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2009. Ainda com base no direito processual penal,
julgue os itens a seguir. De acordo com o sistema processual penal brasileiro,
qualquer pessoa poderá ser testemunha e a ninguém que tenha conhecimento dos
fatos será dado o direito de se eximir da obrigação de depor, com exceção das
pessoas proibidas de depor porque, em razão de função, ministério, ofício ou
profissão, devam guardar segredo, salvo se desobrigadas pela parte interessada, e
dos doentes e deficientes mentais e menores de quatorze anos de idade.
1. Correto 2. Incorreto
37. RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS
“Eventualmente pode ser fundamental para o deslinde da causa que algum
objeto, ou alguém vinculado direta ou indiretamente ao evento delitivo, seja
reconhecido” (TAVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar R.Curso de Direito
Processual Penal. 7 ed. Salvador: JusPodvim, 2012, p. 489)
NATUREZA JURÍDICA: Meio de Prova
Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de
pessoa, proceder-se-á pela seguinte forma:
I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever a
pessoa que deva ser reconhecida;
Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possível, ao
lado de outras que com ela tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem
tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la;
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 65 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
III - se houver razão para recear que a pessoa chamada para o
reconhecimento, por efeito de intimidação ou outra influência, não diga a
verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade
providenciará para que esta não veja aquela;
IV - do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito pela
autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e por duas
testemunhas presenciais.
Parágrafo único. O disposto no no III deste artigo não terá aplicação na fase da
instrução criminal ou em plenário de julgamento.
Art. 227. No reconhecimento de objeto, proceder-se-á com as cautelas
estabelecidas no artigo anterior, no que for aplicável.
Art. 228. Se várias forem as pessoas chamadas a efetuar o reconhecimento
de pessoa ou de objeto, cada uma fará a prova em separado, evitando-se
qualquer comunicação entre elas.
38. RECONHECIMENTO FOTOGRÁFICO E FONOGRÁFICO
É prova inominada. Pode ser utilizado desde que corroborado por outros elementos de
prova.
EMENTA: HABEAS CORPUS. PROVA. RECONHECIMENTO
FOTOGRÁFICO. O reconhecimento fotográfico tem valor probante pleno
quando acompanhado e reforçado por outros elementos de convicção.
Habeas corpus indeferido. (HC 74267, Relator(a): Min. FRANCISCO REZEK,
Segunda Turma, julgado em 26/11/1996, DJ 28-02-1997 PP-04064 EMENT
VOL-01859-01 PP-00196)
“Já o RETRATO FALADO, que é construído pelas informações prestadas
ao expert por pessoa que tenha visto o infrator, em razão de sua evidente
fragilidade, não é meio de prova, servindo apenas para auxiliar as
investigações”. (TAVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar R.Curso de Direito
Processual Penal. 7 ed. Salvador: JusPodvim, 2012, p. 458)
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 66 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
39. ACAREAÇÃO
Acarear é colocar as pessoas em presença uma da outra, uma vez que suas
declarações são divergentes.
É admitida durante a persecução criminal, podendo ser determinada de ofício.
PARTICIPANTES:
- testemunhas, acusados e ofendidos.;
OBJETIVO: esclarecer a verdade, com o objetivo de eliminar contradições
PRESSUPOSTOS:
- As pessoas já devem ter prestado depoimentos
- deve ocorrer divergência entre os depoimentos
Art. 229. A acareação será admitida entre acusados, entre acusado e
testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa
ofendida, e entre as pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas
declarações, sobre fatos ou circunstâncias relevantes.
Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados, para que expliquem os
pontos de divergências, reduzindo-se a termo o ato de acareação.
Art. 230. Se ausente alguma testemunha, cujas declarações divirjam das de
outra, que esteja presente, a esta se darão a conhecer os pontos da
divergência, consignando-se no auto o que explicar ou observar. Se subsistir a
discordância, expedir-se-á precatória à autoridade do lugar onde resida a
testemunha ausente, transcrevendo-se as declarações desta e as da
testemunha presente, nos pontos em que divergirem, bem como o texto do
referido auto, a fim de que se complete a diligência, ouvindo-se a testemunha
ausente, pela mesma forma estabelecida para a testemunha presente. Esta
diligência só se realizará quando não importe demora prejudicial ao processo e
o juiz a entenda conveniente.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 67 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
40. DOCUMENTO
A concepção restrita vem estampada no art. 232 do Código de Processo Penal,
segundo o qual “considera-se documentos quaisquer escritos, instrumentos ou papéis,
públicos ou particulares”.
Já na concepção ampla, documento é qualquer objeto representativo de um fato
relevante.
PRODUÇÃO: os documentos podem ser apresentados em qualquer fase do processo,
de forma espontânea ou provada.
Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar
documentos em qualquer fase do processo.
Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos ou
papéis, públicos ou particulares.
Parágrafo único. À fotografia do documento, devidamente autenticada, se dará
o mesmo valor do original.
Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meios
criminosos, não serão admitidas em juízo.
Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas em juízo pelo respectivo
destinatário, para a defesa de seu direito, ainda que não haja consentimento do
signatário.
Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de documento relativo a ponto
relevante da acusação ou da defesa, providenciará, independentemente de
requerimento de qualquer das partes, para sua juntada aos autos, se possível.
Art. 235. A letra e firma dos documentos particulares serão submetidas a
exame pericial, quando contestada a sua autenticidade.
Art. 236. Os documentos em língua estrangeira, sem prejuízo de sua juntada
imediata, serão, se necessário, traduzidos por tradutor público, ou, na falta, por
pessoa idônea nomeada pela autoridade.
Art. 237. As públicas-formas só terão valor quando conferidas com o original,
em presença da autoridade.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 68 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
Art. 238. Os documentos originais, juntos a processo findo, quando não exista
motivo relevante que justifique a sua conservação nos autos, poderão,
mediante requerimento, e ouvido o Ministério Público, ser entregues à parte
que os produziu, ficando traslado nos autos.
41. INDÍCIOS
É um meio de prova indireto, pois para provar determinado fato, prova-se na
verdade, a existência de outro, que com ele tenha relação de existência.
NATUREZA JURÍDICA:
Prova semi-plena, pois tem menor valor persuasivo, apto a formar um juízo de
probabilidade.
Obs.: Indícios isolados não autorizam uma condenação. Mas se forem plurais,
relacionados e coesos entre si, é possível um decreto condenatório (STF, HC 70344).
EMENTA: "HABEAS-CORPUS". Trafico de entorpecente. Indícios. Inexistência
de causa para condenação. Arts. 157 e 239 do CPP. Os indícios, dado ao livre
convencimento do Juiz, são equivalentes a qualquer outro meio de prova, pois
a certeza pode provir deles. Entretanto, seu uso requer cautela e exige que o
nexo com o fato a ser provado seja lógico e próximo. O crime de trafico ilícito
de entorpecente não exige o dolo especifico, contentando-se, entre outras, com
a conduta típica de "ter em deposito, sem autorização". O rito especial e
sumario do "habeas-corpus" não o habilita para simples reexame de provas.
"Habeas-corpus" conhecido, mas indeferido.(HC 70344, Relator(a): Min.
PAULO BROSSARD, Segunda Turma, julgado em 14/09/1993, DJ 22-10-1993
PP-22253 EMENT VOL-01722-02 PP-00300)
42. BUSCA E APREENSÃO
O Código de Processo Penal disciplina a busca e apreensão como provas. Porém, na
verdade, se trata de um meio de obtenção de prova, de natureza cautelar, que visa
impedir o desaparecimento de coisas ou pessoas.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 69 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
- Primeiro se realiza a busca domiciliar ou pessoal; uma vez encontrada, realiza-se a
apreensão.
- Realizada de ofício ou a requerimento das partes
Art. 242. A busca poderá ser determinada de ofício ou a requerimento de
qualquer das partes.
“A busca é a prova, a diligência que objetiva encontrar o que se deseja, ao
passo que a apreensão é medida de constrição, para acautelar, por sob
custódia determinado objeto ou pessoa. Nada impede que exista busca sem
apreensão, e vice-versa. Quanto a natureza jurídica, os institutos são tratados
pela legislação como meio de prova, embora haja entendimento no sentido de
que se trata de medida cautelar”. (TAVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar
R.Curso de Direito Processual Penal. 7 ed. Salvador: JusPodvim, 2012, p. 417)
42.1 Espécies
Busca Domiciliar ou Pessoal
Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.
43. BUSCA DOMICILIAR
- Busca na residência
- A casa é asilo inviolável do indivíduo. Protege-se a casa para proteger o direito a
intimidade (direito da personalidade)
CASA, para fins penais, é todo compartimento habitado, aposento ocupado de
habitação coletiva, ainda que se destine a permanência por poucas horas, e
compartimento não aberto ao público, onde alguém exerça profissão ou
atividade.
Ex.: Casa, quarto de motel, hotel, escritório de advocacia, trailer, iate, gabinete.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 70 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
7.1 PREVISÃO CONSTITUCIONAL
Art. 5º, XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
Casa Inviolável:
- Consentimento do Morador
- Entrar sem o consentimento:
.Flagrante Delito, Desastre ou para Prestar Socorro
. Durante dia: por determinação judicial
Dia: período compreendido entre às 06 e 18 horas
Aurora (nascer do sol) e o crepúsculo (por do sol)
7.2 HIPÓTESES
- adstrita a cláusula da reserva de jurisdição
Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.
§ 1o Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a autorizarem,
para:
a) prender criminosos;
b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos;
c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados
ou contrafeitos;
d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou
destinados a fim delituoso;
f) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu;
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 71 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
g) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder,
quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à
elucidação do fato;
h) apreender pessoas vítimas de crimes;
i) colher qualquer elemento de convicção.
7.3 PROCEDIMENTO
Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o
morador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os
executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represente,
intimando-o, em seguida, a abrir a porta.
§ 1o Se a própria autoridade der a busca, declarará previamente sua qualidade
e o objeto da diligência.
§ 2o Em caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada a entrada.
§ 3o Recalcitrando o morador, será permitido o emprego de força contra coisas
existentes no interior da casa, para o descobrimento do que se procura.
§ 4o Observar-se-á o disposto nos §§ 2o e 3o, quando ausentes os moradores,
devendo, neste caso, ser intimado a assistir à diligência qualquer vizinho, se
houver e estiver presente.
§ 5o Se é determinada a pessoa ou coisa que se vai procurar, o morador será
intimado a mostrá-la.
§ 6o Descoberta a pessoa ou coisa que se procura, será imediatamente
apreendida e posta sob custódia da autoridade ou de seus agentes.
§ 7o Finda a diligência, os executores lavrarão auto circunstanciado,
assinando-o com duas testemunhas presenciais, sem prejuízo do disposto no
§ 4o.
Art. 246. Aplicar-se-á também o disposto no artigo anterior, quando se tiver de
proceder a busca em compartimento habitado ou em aposento ocupado de
habitação coletiva ou em compartimento não aberto ao público, onde alguém
exercer profissão ou atividade.
- Depende de autorização do Juiz
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 72 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
- Cumprida durante o dia (06 às 18 Horas). Porém, é possível o cumprimento do
mandado de busca e apreensão em período noturno, desde que a diligência tenha se
iniciado durante o dia.
- Necessita de mandado judicial de busca e apreensão: deve ser individualizado
- Ao final, deve ser lavrado auto circunstanciado
Art.. 243. O mandado de busca deverá:
I - indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada a
diligência e o nome do respectivo proprietário ou morador; ou, no caso de
busca pessoal, o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais que a
identifiquem;
II - mencionar o motivo e os fins da diligência;
III - ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o fizer expedir.
§ 1o Se houver ordem de prisão, constará do próprio texto do mandado de
busca.
§ 2o Não será permitida a apreensão de documento em poder do defensor do
acusado, salvo quando constituir elemento do corpo de delito.
44. BUSCA PESSOAL
- Via de regra, a busca pessoal não depende de autorização judicial.
- É a busca realizado na roupa e pertences do revistado, como mochilas, automóveis,
etc.
Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou
quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma
proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando a
medida for determinada no curso de busca domiciliar.
Art. 249. A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar
retardamento ou prejuízo da diligência.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 73 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
HIPÓTESE: Deve existir FUNDADA SUSPEITA.
Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.
§ 2o Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada suspeita de que
alguém oculte consigo arma proibida ou objetos mencionados nas letras b a f e letra h
do parágrafo anterior.
A fundada suspeita não pode estar amparada em elementos subjetivos,
exigindo-se, para tanto, elementos concretos que indiquem a necessidade da
revista.
EMENTA: HABEAS CORPUS. TERMO CIRCUNSTANCIADO DE
OCORRÊNCIA LAVRADO CONTRA O PACIENTE. RECUSA A SER
SUBMETIDO À BUSCA PESSOAL. JUSTA CAUSA PARA A AÇÃO PENAL
RECONHECIDA POR TURMA RECURSAL DE JUIZADO ESPECIAL.
Competência do STF para o feito já reconhecida por esta Turma no HC n.º
78.317. Termo que, sob pena de excesso de formalismo, não se pode ter por
nulo por não registrar as declarações do paciente, nem conter sua assinatura,
requisitos não exigidos em lei. A "fundada suspeita", prevista no art. 244 do
CPP, não pode fundar-se em parâmetros unicamente subjetivos, exigindo
elementos concretos que indiquem a necessidade da revista, em face do
constrangimento que causa. Ausência, no caso, de elementos dessa
natureza, que não se pode ter por configurados na alegação de que
trajava, o paciente, um "blusão" suscetível de esconder uma arma, sob
risco de referendo a condutas arbitrárias ofensivas a direitos e garantias
individuais e caracterizadoras de abuso de poder. Habeas corpus deferido
para determinar-se o arquivamento do Termo. (HC 81305, Relator(a): Min.
ILMAR GALVÃO, Primeira Turma, julgado em 13/11/2001, DJ 22-02-2002 PP-
00035 EMENT VOL-02058-02 PP-00306 RTJ VOL-00182-01 PP-00284)
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 74 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
45. DISPOSIÇÕES NORMATIVAS
Art. 241. Quando a própria autoridade policial ou judiciária não a realizar
pessoalmente, a busca domiciliar deverá ser precedida da expedição de
mandado.
Art. 247. Não sendo encontrada a pessoa ou coisa procurada, os motivos da
diligência serão comunicados a quem tiver sofrido a busca, se o requerer.
Art. 248. Em casa habitada, a busca será feita de modo que não moleste os
moradores mais do que o indispensável para o êxito da diligência.
COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS
1. POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2009. Não se admite a acareação entre o acusado e
a pessoa ofendida, considerando que o acusado tem o direito constitucional ao
silêncio, e o ofendido não será compromissado.
2. POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2004. A reprodução simulada dos fatos ou
reconstituição do crime pode ser determinada durante o inquérito policial, caso
em que o indiciado é obrigado a comparecer e participar da reconstituição, em
prol do princípio da verdade real.
1-Incorreto 2-Incorreto
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 75 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
PRISÕES
1. INTRODUÇÃO
Prisão é a privação da liberdade de locomoção em virtude do recolhimento da pessoa
ao cárcere por força de flagrante delito, ordem judicial ou transgressão militar/crime
propriamente militar.
Art. 5º, LXI, CF - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem
escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos
de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
Estamos falando de prisão penal; e não de PRISÃO CIVIL, como no caso do
devedor de alimentos.
Não se admite mais a prisão civil do depositário infiel
2. PRISÃO PENA E PRISÃO PROCESSUAL
PRISÃO PENA: é aquela que resulta de uma sentença penal condenatória com
trânsito em julgado. É a própria pena.
PRISÃO PROCESSUAL: Também chamada de Prisão Cautelar ou Prisão Provisória
É a prisão decretada antes do trânsito em julgado da sentença
penal condenatória, motivo pelo qual tem natureza excepcional. Seu objetivo é
assegurar a eficácia das investigações ou do processo criminal.
- Deverá ser PROPORCIONAL, isto é, não pode trazer para o acusado conseqüências
mais graves que o provimento final buscado na ação penal (Ex. Prisão Processual no
caso de Delito Culposo)
- O tempo da prisão cautelar será descontado da prisão penal (detração penal)
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 76 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das que
já estiverem definitivamente condenadas, nos termos da lei de execução
penal.
Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito, após a lavratura dos
procedimentos legais, será recolhido a quartel da instituição a que
pertencer, onde ficará preso à disposição das autoridades competentes.
3. PRESSUPOSTOS DA PRISÃO CAUTELAR
a) Fummus Comissi Delicti: fumaça da prática do crime
- Prova da Materialidade (Existência do crime)
- Indícios de Autoria
b) Periculum Libertatis: é o perigo que a permanência do acusado em liberdade
representa para as investigações ou para o processo penal.
4. ESPÉCIES
Prisão TEMPORÁRIA
Prisão em FLAGRANTE
Prisão PREVENTIVA
Hoje a Prisão Decorrente da Pronúncia e a Prisão decorrente de Sentença
Condenatória recorrível foram extintas.
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem
escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência
de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação
ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva.
§ 1o As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infração a
que não for isolada, cumulativa ou alternativamente cominada pena privativa
de liberdade.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 77 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
§ 2o A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora,
respeitadas as restrições relativas à inviolabilidade do domicílio.
5. MANDADO DE PRISÃO
Prisão em Flagrante Delito: dispensa o mandado de prisão
Prisão Temporária ou Preventiva: É necessário o Mandado de Prisão
MANDADO DE PRISÃO: É o título que permite a realização da prisão.
REQUISITOS DO MANDADO DE PRISÃO:
Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o respectivo
mandado.
Parágrafo único. O mandado de prisão:
a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade;
b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu nome, alcunha ou
sinais característicos;
c) mencionará a infração penal que motivar a prisão;
d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a infração;
e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execução.
O mandado será passado em duas vias, sendo uma entregue ao preso
(informando o dia, hora e o local da prisão), ficando a outra com a autoridade.
Art. 286. O mandado será passado em duplicata, e o executor entregará ao
preso, logo depois da prisão, um dos exemplares com declaração do dia, hora
e lugar da diligência. Da entrega deverá o preso passar recibo no outro
exemplar; se recusar, não souber ou não puder escrever, o fato será
mencionado em declaração, assinada por duas testemunhas.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 78 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
Considera-se realizado a prisão por mandado quando o executor,
identificando-se, apresenta o mandado e intima a pessoa a acompanhá-lo.
Art. 291. A prisão em virtude de mandado entender-se-á feita desde que o
executor, fazendo-se conhecer do réu, Ihe apresente o mandado e o intime a
acompanhá-lo.
6. MOMENTO DA PRISÃO
A prisão pode ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, respeitas as restrições
a inviolabilidade do domicílio.
Art. 5º, XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
Casa Inviolável:
Entrada somente com o Consentimento do Morador
Entrar sem o consentimento:
- Flagrante Delito
- As demais prisões devem ser realizadas por determinação judicial e durante o
dia.
Dia: período compreendido entre às 06 e 18 horas
Aurora (nascer do sol) e o crepúsculo (por do sol)
Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu
entrou ou se encontra em alguma casa, o morador será intimado a entregá-lo,
à vista da ordem de prisão. Se não for obedecido imediatamente, o executor
convocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa,
arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o executor, depois da intimação
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 79 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
ao morador, se não for atendido, fará guardar todas as saídas, tornando a casa
incomunicável, e, logo que amanheça, arrombará as portas e efetuará a prisão.
Parágrafo único. O morador que se recusar a entregar o réu oculto em sua
casa será levado à presença da autoridade, para que se proceda contra ele
como for de direito.
COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS
1. DELEGADO DE POLÍCIA - PR/UEL/2013. A prisão poderá ser efetuada em
qualquer dia e qualquer hora, impondo-se prioritariamente sobre qualquer
restrição relativa a inviolabilidade do domicílio.
2. DELEGADO DE POLÍCIA - PR/UEL/2013. Será admissível a prisão mediante
ordem escrita da autoridade competente, com devida fundamentação, sem
exceção.
3. DELEGADO DE POLÍCIA - PR/UEL/2013. A prisão em virtude de mandado
entender-se-á feita desde que o executor fazendo-a conhecer do réu lhe
apresente o mandado e o intime a acompanha-lo.
1-Errado 2- Errado 3-Certo
7. EMPREGO DE FORÇA
- O uso da força somente em caso de RESISTÊNCIA, TENTATIVA DE FUGA do preso
ou PERIGO A INTEGRIDADE FÍSICA própria ou alheia.
Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no
caso de resistência ou de tentativa de fuga do preso.
STF Súmula Vinculante nº 11
Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de
fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou
de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de
nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 80 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
8. DEVERES CONSTITUCIONAIS
O preso tem direito a ser informado de seus direitos constitucionais;
A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão imediatamente
comunicados ao Juiz, MP e a família do preso ou a pessoa por ele indicada;
caso não indique advogado, comunica-se também a Defensoria;
O preso deve ser informado sobre os seus direitos, dentre os quais o de
permanecer calado.
O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão
Art.5º, CF
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à
pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer
calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou
por seu interrogatório policial;
9. PRISÃO TEMPORÁRIA
A prisão temporária caracteriza-se por sua natureza cautelar (necessidade e
urgência), tendo prazo certo. Ademais, só pode ser decretada na fase de inquérito
policial ou procedimento investigativo, pois visa assegurar a eficácia das
investigações.
“A temporária é a prisão de natureza cautelar, com prazo preestabelecido de
duração, cabível exclusivamente na fase do inquérito policial ou procedimento
investigativo equivalente, objetivando o encarceramento em razão das
infrações seletamente indicadas na legislação” (TAVORA, Nestor; ALENCAR,
Rosmar R.Curso de Direito Processual Penal. 7 ed. Salvador: JusPodvim,
2012, p. 618)
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 81 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
a. CARACTERÍSTICAS
Natureza Cautelar
Prazo Certo:
- 5 dias, prorrogáveis por mais 5 em caso de comprovada e extrema
necessidade
- 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias, em caso de comprova e
extrema necessidade ( CRIMES HEDIONDOS E EQUIPARADOS:T,T,T)
A prorrogação pressupõe requerimento fundamentado.
Possível na fase de Inquérito Policial ou Procedimento Investigativo
Equivalente
Deve ser Requerida pela Autoridade Policial ou MP: não pode ser decretada de
ofício
Quando representada pela autoridade policial, deve-se ouvir o MP
Decisão fundamentada, no prazo de 24 horas.
b. CABIMENTO
Quando imprescindíveis para as Investigações do Inquérito Policial (periculum
libertatis)
Ou
Quando o Indiciado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos ao
esclarecimento de sua identidade (periculum libertatis)
+
Quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na
legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes: (Fumus
Commissi delicti)
- homicídio doloso
- seqüestro ou cárcere privado
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 82 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
- roubo
- extorsão
- extorsão mediante seqüestro
- estupro
- epidemia com resultado morte
- envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal
qualificada pela morte
- quadrilha ou bando
- genocídio
- trafico de drogas
- crimes contra o sistema financeiro.
- todos os crimes hediondos
COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS
1.Delegado de Polícia-RJ/FUNCAB/2012. Um dos efeitos da Súmula Vinculante nº.
11 do STJ é a nulidade da prisão. No entanto, esta consequência deve ser vista
com cautela. Não gera ilegalidade da prisão em flagrante o fato de o condutor
aplicar abusivamente a algema, restando ao caso as responsabilidades civil,
penal e administrativa. Não obstante, a nulidade da prisão pode advir, por
exemplo, do emprego abusivo de algema pelo Delegado de Polícia, durante o
reconhecimento.
2. POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2004. Na prisão temporária, decorrido o prazo de 5
dias de detenção, o preso deverá ser posto imediatamente em liberdade, salvo
se já tiver sido decretada sua prisão preventiva.
1 – Certo 2- Certo
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 83 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
PRISÃO EM FLAGRANTE
10. PRISÃO EM FLAGRANTE
Prisão em flagrante é aquela que ocorre no momento em que o crime está sendo
realizado. É uma medida restritiva de liberdade de natureza pré-cautelar, que não se
exige ordem escrita do juiz.
Flagrante, que significa queimar, arder.
FUNÇÕES DO FLAGRANTE:
a) Evitar a fuga do infrator
b) Auxiliar na colheita de elementos informativos
c) Impede a consumação ou exaurimento do crime.
FASES DA PRISÃO EM FLAGRANTE
1º: Captura do Agente
Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes
deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.
2º Condução Coercitiva à autoridade policial
3º Lavratura do APFD
4º Recolhimento a Prisão (caso não beneficiado com Fiança ou Livrar-se Solto)
5º Comunicação da Prisão ao Juiz, MP, e família do preso ou pessoa por ele indicada
6º Em até 24 horas, remessa do APFD ao Juiz e à Defensoria Pública, caso não
informe o nome do advogado + Nota de Culpa (mediante recibo, motivo da prisão,
nome do condutor e das testemunhas)
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 84 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à
família do preso ou à pessoa por ele indicada.
§ 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será
encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o
autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a
Defensoria Pública.
§ 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de
culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e
os das testemunhas.
11. NATUREZA JURÍDICA DO FLAGRANTE
Pré-cautelar
12. ESPÉCIES DE FLAGRANTE
PRÓPRIO/Perfeito/Real: O agente é surpreendido cometendo a infração penal
ou acaba de cometê-la (art. 302, I e II)
IMPRÓPRIO/Imperfeito ou Quase Flagrante: O agente é perseguido, logo
após a infração, em situação que faça presumir ser o autor do fato (art. 302, III,
CPP)
PRESUMIDO/Fico: O agente é preso, logo depois de cometer a infração, com
instrumentos, armas, objetos ou papéis que presumam ser ele o autor da
infração penal (art. 302, IV, CPP)
Obrigatório: Os policiais civil, militar, rodoviário, ferroviário, federal, desde que
em serviço, têm o dever de efetuar a prisão em flagrante (deverão efetuar)
Facultativo: Qualquer do povo pode efetuar a prisão em flagrante (poderá
efetuar)
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 85 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
ESPERADO: A autoridade policial toma conhecimento de que um delito será
praticado e antecipa-se ao criminoso, montando tocaia. Realiza-se a prisão
quando se tem início os atos executórios.
PREPARADO OU PROVADO: O agente é induzido ou instigado a a cometer o
delito; e, nesse momento, acaba sendo preso em flagrante (ilícito)
Súmula 145, STF: “Não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia
torna impossível a sua consumação”
PRORROGADO: Retardamento da ação policial, consistente em aguardar o
melhor momento para efetuar a prisão em flagrante delito;
FORJADO: Conduta ilícita; trata-se de armação.
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer
pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que
façam presumir ser ele autor da infração.
13. INFRAÇÕES PERMANENTES
Infrações permanentes são aquelas que a consumação se protrai no tempo, como o
sequestro e o tráfico.
Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito
enquanto não cessar a permanência.
Diferenciam-se das crimes habituais, em que se exige a reiteração de condutas para
que a consumação venha se caracterizar, como ocorre com o curandeirismo.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 86 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
14. OBSERVAÇÕES
- Crimes de Ação Privada: A prisão é possível, mas o auto só pode ser
lavrado se o ofendido requerer.
- Crimes de Ação Penal Pública Condicionada à Representação: A prisão é
possível, mas a lavratura do auto de prisão depende de representação da vítima
- Infrações de Menor Potencial Ofensivo: TCC – Termo Circunstanciado de
Conduta
- Homicídio e Lesão Corporal Culposa na direção de veículo automotor: é
vedada a prisão em flagrante daquele que presta imediato e integral socorro a vítima.
COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS
1. POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2004. Considere que, no curso da investigação
policial para apurar a prática de crime de extorsão mediante sequestro contra
um gerente do Banco X, agentes da Polícia Federal tenham perseguido os
suspeitos, que fugiram com a vítima por dois dias consecutivos. Nessa situação,
enquanto mantiverem a privação da liberdade da vítima, os suspeitos poderão
ser presos em flagrante, por se tratar de infração permanente.
2. POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2009. Não há crime quando a preparação do
flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.
3. POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2009.Por completa falta de amparo legal, não se
admite o flagrante forjado, que constitui, em tese, crime de abuso de poder,
podendo ser penalmente responsabilizado o agente que forjou o flagrante.
1- Certo 2-Certo 3-Certo
15. SUJEITOS DO FLAGRANTE
Sujeito Ativo: é aquele que efetua a prisão, podendo ser qualquer pessoa.
Condutor: é a pessoa que apresenta o preso à autoridade policial
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 87 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
Sujeito Passivo: é aquele detido em situação de flagrância
Em regra, pode ser qualquer pessoa.
Exceções:
- Presidente da República somente poderá ser preso com advento da
sentença penal condenatória transitada em julgada
- Os diplomatas estrangeiros, conforme tratados internacionais
- Membros do Congresso Nacional só podem ser presos em flagrante
de crime inafiançável
- Magistrados só podem ser presos em flagrante de crime inafiançável,
devendo fazer a imediata comunicação e apresentação ao Presidente do
Tribunal
- Membros do MP só podem ser presos em flagrante de crime
inafiançável, devendo fazer a imediata comunicação e apresentação ao
Procurador Geral
- Advogados somente poderão ser presos em flagrante, por motivo de
exercício da profissão, em caso de crime inafiançável, sendo necessária a
presença de um representante da OAB, para a lavratura do auto, sob pena de
nulidade.
Autoridade Competente: em regra, é a autoridade policial da circunscrição onde
foi efetuada a prisão. Após a lavratura, não sendo competente, remete para a
autoridade competente.
16. PRISÃO EM FLAGRANTE: PROCEDIMENTO
1º. Apresentação do Preso
2º. Oitiva do Condutor + Recibo de entrega do preso
3º. Oitiva das testemunhas
4º. Oitiva da Vítima
5º. Interrogatório do Preso
6º Recolhimento a prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou fiança
7º. Entrega da Nota de culpa em 24 horas
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 88 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
8º. Remessa de Cópia do Flagrante ao Juiz e a Defensoria Pública, caso o
preso não indique o nome do advogado (24 horas)
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor
e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo e
recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas
que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que
lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a
autoridade, afinal, o auto.
§ 1o Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a
autoridade mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de
prestar fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, se para isso for
competente; se não o for, enviará os autos à autoridade que o seja.
§ 2o A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em
flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos
duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à autoridade.
§ 3o Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo,
o auto de prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas, que
tenham ouvido sua leitura na presença deste.
17. PROVIDÊNCIAS DO JUIZ
Com o APFD, o juiz pode tomar as seguintes providências:
-Relaxamento da Prisão Preventiva
Falta de formalidade no auto de prisão em flagrante
Inexistência de situação flagrancial
Atipicidade do Fato
Excesso de Prazo
Aplica medida cautelar, concede Liberdade Provisória com ou Sem Fiança
Conversão do Flagrante em Prisão Preventiva
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 89 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá
fundamentadamente:
I - relaxar a prisão ilegal; ou
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os
requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou
insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o
agente praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do
art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal,
poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória,
mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de
revogação.
COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS
1. AGENTE DE POLÍCIA-GO/UEG/2013. A prisão em flagrante, segundo o Código
de Processo Penal, deve ser relaxada quando o juiz, fundamentadamente,
considera-la ilegal.
2. AGENTE DE POLÍCIA-GO/UEG/2013. A prisão em flagrante, segundo o Código
de Processo Penal, terá prazo de 10 dias, quando, então, o juiz deverá convertê-
la em prisão temporária.
3. JUIZ SUBSTITUTO-TJ/SC/2013. O juiz, ao receber o auto de prisão em
flagrante, poderá, sem a ouvida do Ministério Público, conceder liberdade
provisória sem fiança ao agente preso em flagrante delito.
4. PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SC/2012. Se o juiz verificar, pelo auto de
prisão em flagrante, que o agente praticou o fato nas condições constantes dos
incisos I a III do caput do art. 23 do Código Penal, poderá, fundamentadamente,
relaxar a prisão, mediante termo de comparecimento a todos os atos
processuais, sob pena de revogação.
5. DEFENSOR PÚBLICO – DPE/MA/FCC/2013. A falta de testemunhas presenciais
da infração impedirá o auto de prisão em flagrante.
6. INVESTIGADOR DE POLÍCIA-BA/CESPE/2013. A assistência de advogado
durante a prisão é requisito de validade do flagrante; por essa razão, se o
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 90 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
autuado não nomear um profissional de sua confiança, o delegado deverá
indicar um defensor dativo para acompanhar o caso.
1-Certo 2-Errado 3- Certo 4- Errado 5-Errado 6-Errado
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 91 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
PRISÃO PREVENTIVA
1. PRISÃO PREVENTIVA
A prisão preventiva caracteriza-se por ser uma espécie de prisão cautelar decretada
pela autoridade judiciária, durante a realização da fase investigatória ou do processo
criminal, uma vez presentes as circunstâncias do art. 312 e 313 do CPP.
- Medida extrema e excepcional. Só é aplicada quando não for possível aplicar uma
medida alternativa diversa da prisão (art. 282, §6º)
- Ela pode ser decretada no Inquérito Policial ou no curso do Processo Penal
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal,
caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação
penal, ou a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente,
ou por representação da autoridade policial.
2. NATUREZA DA PRISÃO
Cautelar
3. INICIATIVA DA DECRETAÇÃO
- Decretada de ofício pelo juiz no curso do processo penal
Juiz não pode decretar a preventiva de ofício no curso do inquérito policial.
4. LEGITIMADOS A PEDIR A PRISÃO PREVENTIVA
MP/ Querelante
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 92 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
Assistente da Acusação
Autoridade Policial, por meio de representação
5. PRESSUPOSTOS
Fumus Commissi Delicti: fumaça da prática do crime
- Existência do Crime
- Indícios de Autoria
Periculum libertatis:- É o perigo que a permanência do acusado em liberdade
representa para a investigação criminal ou para o processo
a) Garantia da Ordem Pública
b) Garantia da Ordem Econômica
c) Garantia da Aplicação da Lei Penal
d) Conveniência da Instrução Criminal
e) Descumprimento de Medidas Cautelares Impostas
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem
pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para
assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do
crime e indício suficiente de autoria.
Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso
de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras
medidas cautelares (art. 282, § 4o).
GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA:
- risco concreto da reiteração criminosa
- modo de execução grave do delito praticado
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 93 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
Obs.: Clamor Público, Credibilidade do Judiciário, Risco de Linchamento não
autorizam a decretação da prisão preventiva.
GARANTIA DA ORDEM ECONÔMICA:
- risco de reiteração delituosa nos crimes contra a ordem econômica
GARANTIA DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL
- Dados concretos que indiquem que o acusado pretende fugir, inviabilizando
futura execução penal.
CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO CRIMINAL
- Visa impedir que o agente perturbe a livre produção probatória.
Uma vez encerrada a instrução processual, a prisão preventiva decretada com
base nessa hipótese deve ser revogada.
DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS CAUTELARES IMPOSTAS
6. ADMISSIBILIDADE DA PRISÃO PREVENTIVA
a) Crime Dolosos punidos com Pena superior a 4 anos
b) Quando o réu é REINCIDENTE ESPECÍFICO em CRIME DOLOSO
c) Crime envolvendo VIOLÊNCIA DOMÉSTICA OU FAMILIAR CONTRA a
MULHER, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência,
d) Dúvida sobre a identidade civil da pessoa
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da
prisão preventiva:
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 94 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima
superior a 4 (quatro) anos;
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em
julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no
2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal;
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança,
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a
execução das medidas protetivas de urgência
IV - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver
dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer
elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado
imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese
recomendar a manutenção da medida.
Não será decreta se o juiz verificar pelas provas que o agente praticou o fato
amparado por uma excludente de ilicitude.
6. DECISÃO
- Fundamentada
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva
será sempre motivada.
7. PRAZO
Não comporta prazo definido, devendo ser revogada quando ausentes os motivos que
a determinaram.
Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do processo,
verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se
sobrevierem razões que a justifiquem.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 95 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS
1. POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2009. Assemelham-se as prisões preventiva e
temporária porque ambas podem ser decretadas em qualquer fase da
investigação policial ou da ação penal. No entanto, a prisão preventiva
pressupõe requerimento das partes, ao passo que a prisão temporária pode ser
decretada de ofício pelo juiz.
2. POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2012. A prisão preventiva, admitida nos casos de
crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a
quatro anos, pode ser decretada em qualquer ase da persecução penal, desde
que haja prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.
3. POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2014. A prisão preventiva poderá ser decretada
como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da
instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver
prova da existência do crime e indício suficiente de autoria, em caso de crime
doloso ou culposo, punidos com detenção quando se apurar que o indiciado é
vadio ou, havendo dúvida sobre a sua identidade, não fornecer ou não indicar
elementos para esclarecê-la.
1-Incorreto 2- Certo 3-Incorreto
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 96 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
ANEXOS
LEITURA OBRIGATÓRIA:
LEI Nº 10.446, DE 8 DE MAIO DE 2002.
Conversão da MPv nº 27, de 2002
Dispõe sobre infrações penais de
repercussão interestadual ou internacional
que exigem repressão uniforme, para os
fins do disposto no inciso I do § 1o do art.
144 da Constituição.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta
e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o Na forma do inciso I do § 1o do art. 144 da Constituição, quando houver
repercussão interestadual ou internacional que exija repressão uniforme, poderá o
Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça, sem prejuízo da
responsabilidade dos órgãos de segurança pública arrolados no art. 144 da
Constituição Federal, em especial das Polícias Militares e Civis dos Estados, proceder
à investigação, dentre outras, das seguintes infrações penais:
I – seqüestro, cárcere privado e extorsão mediante seqüestro (arts. 148 e 159 do
Código Penal), se o agente foi impelido por motivação política ou quando praticado em
razão da função pública exercida pela vítima;
II – formação de cartel (incisos I, a, II, III e VII do art. 4º da Lei nº 8.137, de 27 de
dezembro de 1990); e
III – relativas à violação a direitos humanos, que a República Federativa do Brasil
se comprometeu a reprimir em decorrência de tratados internacionais de que seja
parte; e
IV – furto, roubo ou receptação de cargas, inclusive bens e valores, transportadas
em operação interestadual ou internacional, quando houver indícios da atuação de
quadrilha ou bando em mais de um Estado da Federação.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 97 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
V - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins
terapêuticos ou medicinais e venda, inclusive pela internet, depósito ou distribuição do
produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado (art. 273 do Decreto-Lei nº
2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal).
Parágrafo único. Atendidos os pressupostos do caput, o Departamento de Polícia
Federal procederá à apuração de outros casos, desde que tal providência seja
autorizada ou determinada pelo Ministro de Estado da Justiça. (Incluído pela Lei nº
12.894, de 2013)
Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 8 de maio de 2002; 181o da Independência e 114o da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Miguel Reale Júnior
LEI Nº 12.830, DE 20 DE JUNHO DE 2013.
Mensagem de veto
Dispõe sobre a investigação criminal
conduzida pelo delegado de polícia.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o Esta Lei dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado
de polícia.
Art. 2o As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais
exercidas pelo delegado de polícia são de natureza jurídica, essenciais e exclusivas
de Estado.
§ 1o Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a
condução da investigação criminal por meio de inquérito policial ou outro procedimento
previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das circunstâncias, da
materialidade e da autoria das infrações penais.
Prof. Wisley Santos www.aprovaconcursos.com.br Página 98 de 98
Professor Wisley Santos Noções de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polícia 2014
Aulas 01 a 16
§ 2o Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de polícia a requisição
de perícia, informações, documentos e dados que interessem à apuração dos fatos.
§ 3o (VETADO).
§ 4o O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso
somente poderá ser avocado ou redistribuído por superior hierárquico, mediante
despacho fundamentado, por motivo de interesse público ou nas hipóteses de
inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da corporação que
prejudique a eficácia da investigação.
§ 5o A remoção do delegado de polícia dar-se-á somente por ato
fundamentado.
§ 6o O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato
fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria,
materialidade e suas circunstâncias.
Art. 3o O cargo de delegado de polícia é privativo de bacharel em Direito,
devendo-lhe ser dispensado o mesmo tratamento protocolar que recebem os
magistrados, os membros da Defensoria Pública e do Ministério Público e os
advogados.
Art. 4o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 20 de junho de 2013; 192o da Independência e 125o da República.
top related