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Edição I - Ano X
setembro . outubro
2013
O 100 Comentários
tem o apoio de:
100comentarios@esla.edu.pt
Coordenadora:
Iolanda Antunes
Equipa:
Fátima Joaquim, Inês Aguiar, Manuel Carlos Ribeiro,
Stella Ferreira.
Capa: Fátima Joaquim e Iolanda Antunes
Arranjo Gráfico: Manuel Carlos Ribeiro
100 comentários
02
O grupo de Filosofia vem convidar todos
os alunos do Ensino Secundário a participar no
Programa “Parlamento dos Jovens”, com o seguin-
te tema em debate:
"Crise demográfica
(emigração, natali-
dade, envelhecimen-
to)”
Vai haver na
tua Escola um Pro-
fessor coordenador
(Professora Inês
Aguiar), em colabo-
ração com a profes-
sora Iolanda Antunes,
que te vão ajudar a
estudar o tema, orga-
nizando debates, por
exemplo, e que vão
estar atentas às regras do programa e supervisionar
o processo eleitoral. É aquela Professora que vai
constituir uma Comissão Eleitoral Escolar para
gerir essa fase na Escola e que vai orientar o grupo
dos participantes até à Sessão Distrital, ou à Naci-
onal se a tua Escola for eleita.
Para seres deputado à Sessão Escolar
tens de te organizar com outros colegas numa lista
de 10 e esta pode ser integrada por alunos de
várias turmas, contendo o nome, ano e turmas.
Em conjunto, têm de propor 3 medidas sobre o
tema e cada medida deve ser apresentada de
um argumento que a fundamente. Isto é: o que
acham que a Assembleia da República, o Governo,
os órgãos locais (ou outras entidades) ou até o que
os próprios jovens devem fazer para resolver
uma questão, relacionada com o tema, que vo-
cês considerem importante (será o vosso
“programa eleitoral”). O ideal é que outros co-
legas façam outras listas para o debate eleitoral
ser animado. Depois da fase da campanha elei-
toral, haverá a eleição em Janeiro e poderás vir
a ser um dos eleitos à Sessão Escolar!
Para mais informações, contacta os
professores do grupo de Filosofia. Contamos
com a tua participação ativa, uma vez que o
objetivo é promover a educação para a cidada-
nia, incentivando o teu interesse pela participa-
ção cívica e política e respetiva capacidade de
argumentação na defesa de ideias.
Assunto: Divulgação do Programa “Parlamento dos Jovens”
Inês Aguiar
Calendarização das Atividades:
Novembro/dezembro: Realização de 1 debate,
com a participação de um deputado da Assem-
bleia da República
De 11 a 16 de dezembro: Apresentação das
listas à Comissão Eleitoral
De 9 a 13 de janeiro: Campanha Eleitoral
15 de janeiro: Eleição das listas
21 de janeiro: Sessão Escolar
Ao pensar sobre o que iria escrever neste
editorial, estava convicta de que o certo seria apre-
sentar-vos sumariamente o conteúdo das nossas
rubricas, contudo, ao refletir mais aturadamente,
ocorreu-me que o certo
nem sempre é o mais fe-
cundo, que o óbvio e o
linear nem sempre são o
mais profícuo e, então,
lembrei-me das palavras
de Hegel “para fazer Filo-
sofia deveremos lançar-
nos à corps perdu”. Tal-
vez Hegel tivesse razão,
talvez as coisas importan-
tes da vida, e não apenas a
Filosofia, mereçam de nós
o desafio de jogar sem
rede, por isso optei por
falar-vos, não do jornal
que têm perante vós, mas
daquilo que ele poderá
tornar-se, se todos coope-
rarem na sua feitura.
Assim, se atribuí-
mos o nome de Os Argo-
nautas da Esla ao magazi-
ne das artes, ciência e cul-
tura, que criamos este ano
para o 100comentários, tal
significa justamente a in-
completude de uma busca.
Os Argonautas, aqueles
que viajaram no navio
Argo à procura do velo de
ouro, emprestam-nos a
simbologia dessa deman-
da de um tesouro espiritual que ainda não se lo-
grou, mas que incessantemente se almeja alcançar.
Os Argonautas da Esla somos todos nós, todos
aqueles que acreditam na partilha dos diferentes
saberes, todos aqueles que contribuem com os seus
artigos ou dos alunos ou outros para o desenvolvi-
mento de competências cognitivas, sociais ou de
cidadania de toda a comunidade escolar, crentes de
que uma identidade, a identidade da Esla, se cons-
trói narrativamente, persuadidos de que um jornal
escolar pode ser não ape-
nas um barómetro da vida
da escola e do seu pulsar,
mas ainda, e sobretudo,
um instrumento de auto-
conhecimento e auto-
aperfeiçoamento.
Não gostaria, todavia, de
dar este texto por termina-
do sem antes vos dar a
conhecer as razões pelas
quais a capa do 100co-
mentários está intimamen-
te ligada ao que acabei de
escrever: a Liberdade, a
Conduzir a Revolução na
pintura do Delacroix, foi
desenraizada do seu solo e
da sua pátria, para vir até
nós, porque não há de-
manda espiritual, nem hu-
manidade sem liberdade.
Porque ser homem é, co-
mo o disse Kant*,
Estimar-se a si mesmo e
considerar o homem como
uma criatura digna de
respeito. Não tolerar ne-
nhuma submissão abjeta e
respirar liberdade no seu
nobre peito. Abominar
todas as cadeias, quer
sejam elas os colares de ouro que se usam nos
palácios ou as pesadas grilhetas de ferro dos
escravos das galeras.
*Considerações acerca do Belo e do Sublime
EDITORIAL
Iolanda Antunes
comentários
03
100
Ele aí está! O novo ano letivo!
Atravessamos tempos de mudança: no-
vidades na colocação de professores, novidades
nos dirigentes escolares, novidades na constituição
de turmas, estas compostas por gente nova e outra
já conhecida. Até novidades geológicas, com a
nova ilha que nasceu ao largo do Paquistão. De
facto, a novidade está na moda!
E a escola é o local privi-
legiado para prepararmos
os novos cidadãos para
essas mudanças. Compete
-nos fornecer-lhes as fer-
ramentas para descobri-
rem o mundo à sua medi-
da; compete-lhes ter a
vontade e desenvolver a
capacidade de as utiliza-
rem.
No que toca às Bibliotecas
do agrupamento, também
farão a sua quota-parte.
Em articulação com os
vários departamentos, as
bibliotecas organizaram o
seu plano anual de ativi-
dades no sentido de irem
ao encontro das necessidades pedagógicas dos vá-
rios docentes. As bibliotecas servem para vos auxi-
liar. Usem e abusem delas…
Apesar da estreita colaboração que se começa a
desenhar com as outras estruturas escolares, temos
a nossa própria programação. Em Setembro ini-
ciámos a nossa ronda de reuniões com os coorde-
nadores de departamento para se conhecer as suas
necessidades e os seus projetos. Numa primeira
medida, iniciámos já a conversão de fundo docu-
mental para formatos mais modernos (inteiramente
digital e portátil) a pedido de alguns docentes.
Ainda como atividades próprias, na ESLA tivemos
o início do projeto “Livros que deram filmes”,
com recomendações do prof. Pedro Félix, o nosso
especialista em Cinema!
Da leitura, retiramos a
nossa interpretação indivi-
dual dos desafios que o
autor nos expõe. Mas tam-
bém nos é possível assistir
ao prisma de um realiza-
dor que connosco quer
partilhar o seu sentido da
obra. Quais as diferenças?
Cabe-nos descobrir. Em
outubro: As vinhas da
Ira. O livro de John Stein-
beck, vencedor de um Pu-
litzer em 1939, deu azo a
que John Ford realizasse o
filme homónimo, pelo
qual recebeu o óscar de
Melhor Realizador em
1940 e Jane Darwell o de Melhor Atriz Secundá-
ria. No dia 24 de outubro, pelas 10h15, na Sala de
Professores da ESLA, tivemos a apresentação do
livro da Carla Dias, “Poder Mudar”. A autora este-
ve presente e, depois de falar brevemente sobre a
obra, concedeu uma sessão de autógrafos que se
prolongou até perto do meio dia e meia.
BIBLIOTECAS ESCOLARES Adriano Aires, Almiro Lemos, João Lopes
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança:
Todo o mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades, Diferentes em tudo da esperança:
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem (se algum houve) as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto, Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto,
Que não se muda já como soía.
Luís Vaz de Camões, in "Sonetos"
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100 comentários
Em outubro comemorou-se o Mês
Internacional das Bibliotecas Es-
colares (MIBE). Este ano o mote
foi “Uma porta aberta para a vi-
da!”. As BE do 1.º ciclo organiza-
ram o Concurso “Biblioteca Esco-
lar: uma porta para...” e desenvol-
veram atividades de formação de
utilizadores para todos os meninos
da educação pré-escolar (Jardins-
de-infância n.º3 e da Abelheira) e
para todos os alunos do 1.º ciclo
das 3 escolas! Viram também, nas
maçanetas da ESLA, alguns avisos
de porta com as nossas sugestões
de leitura pertencentes à listagem
do Contrato de Leitura para o En-
sino Secundário. Neste mês come-
çou também, a nível nacional, a
preparação para o Concurso Naci-
onal de Leitura. Assim, a escola
EB23 e a ESLA tratarão de organi-
zar o método de seleção interna
dos três melhores leitores do ensi-
no básico e do ensino secundário.
Os vencedores por escola irão dis-
cutir a final regional e, se ultrapas-
sarem esta prova, ir a Lisboa dis-
putar a final nacional! Ainda no
que toca a concursos, há alunos
(nomeadamente do 8ºA) a partici-
parem já no II Concurso Internaci-
onal de Escritores Lusófonos in-
fanto-juvenis " La Atrevida", pu-
blicitado junto dos docentes atra-
vés de correio eletrónico. Já o 6ºA
irá participar no Concurso
“Pequeno Grande C”, promovido
pela Fundação Calouste Gulbenki-
an.
No âmbito do domínio “Projetos,
parcerias e atividades livres e de
abertura à comunidade”, as BE do
1.º ciclo continuarão a desenvolver o projeto “Pequenos Bibliotecá-
rios” que incide sobre a área da
animação responsabilizante da Bi-blioteca Escolar. Desta forma, os
alunos têm sido responsáveis por
algumas tarefas inerentes ao servi-ço de empréstimo domiciliário e à
gestão dos espaços das Bibliotecas
Escolares.
Outro projeto que tem sido desen-
volvido pelas Bibliotecas Escola-
res do 1.º Ciclo, com as crianças
que frequentam a educação pré-
escolar, insere-se na proposta
“Ler+ em família” e chama-se
“Leitura vai e vem”. Os meninos
dos Jardins-de-Infância levam se-
manalmente livros para casa para
serem lidos e, posteriormente, co-
mentados pelos familiares.
Em destaque, coloca-se ainda um
projeto de articulação entre as Bi-
bliotecas Escolares dos 1.º e 2.º
ciclos em estreita colaboração com
os professores titulares de turmas
do 1.º ciclo e os professores de
Português do 5.º ano, intitulado
«Oficina das Palavras». Esta ativi-
dade visa a planificação e desen-
volvimento de atividades semanais
com todas as turmas dos 3.º, 4.º e
5.º anos nas BEs, em regime tuto-
rial, abordando a diversidade da
tipologia textual para que os alu-
nos se apropriem de mecanismos
processuais que lhes permitam ler/
compreender e escrever textos de
diferentes tipos, no 1.º ciclo, inse-
ridas na área do Português da com-
ponente letiva e no 2.º ciclo.
Fazemos votos de um Bom ano
letivo e… Boas Leituras!
BIBLIOTECAS ESCOLARES (Continuação…)
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Ao passar pela sala de aulas de uma turma
Self, poderás ficar baralhado ao ouvir: « Alors,
lisez le problème, s’il vous plaît. » … « On jette
une pièce de monnaie. Quelle est la probabilité
d'amener face? C’est facile, n’est-ce pas ? »,
« Oui… alors allez au tableau résoudre l’exer-
cice… », « Attention, regardez la figure ! C’est un
triangle rectangle et non pas isocèle! »
Estará a professora de matemática
« baralhada » ou « confusa »? Os alunos estarão
a perceber a matéria? Estas serão as perguntas
mais prováveis, mas é fácil confirmar que os
“élèves” da aula de matemática estão a fazer os
exercícios, tiram dúvidas... É uma aula normal, ou
quase… porque os números são “les nombres”, os
algarismos são “ les chiffres”, as potências são “les
puissances” … e quando chamam a professora, os
alunos dizem “Mademoiselle”.
Na realidade, trata-se de um projeto, com
uma longa tradição na Europa, mas que chegou a
Portugal em 2006. A EB2,3 do nosso agrupamento
foi pioneira ao abrir uma secção em 2006! Atual-
mente, temos uma no oitavo ano e outra no nono
ano. Ambas têm como disciplina não linguística a
matemática e, uma vez por semana, tenta-se falar,
escrever e pensar em francês numa aula de mate-
mática. Ao princípio, os nossos alunos estranha-
ram, mas rapidamente tornou-se um hábito e neste
momento, o estranho seria não ouvir a professora
de matemática falar francês nas aulas! É de facto
uma forma diferente de aprender uma língua es-
trangeira…
Découvre les codes utilisés.
Chaque symbole représente un
chiffre de 0 à 9. Pour t’aider,
tu as les sommes par ligne et par
colonne.
Σ + Σ + Ω =
1
6
+ +
Ω + φ + φ = 8
+ +
Ω + ψ + Σ = 1
8
= = =
1
4
1
6 12
Vê se consegues resolver este enigma …
E já agora, pensa em francês!
Solution: Σ = 6 Ω = 4 Φ = 2 Ψ = 8
Manuela Encarnação e Sandra Coelho
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U m livro de emoções, uma leitura
fácil e agradável, mas que nos faz
pensar...
Ella, recém-divorciada, tentou engravidar sem su-
cesso durante anos…
Joe, um pai divorciado a braços com dois filhos
pequenos: Annie e Zack, abandonados pela mãe de
ambos quando Zack tinha apenas 4 meses…
Quando Ella decide dar um novo rumo à sua exis-
tência e viaja até Elbow não sonha que a sua vida
vai mesmo mudar. Conhece Joe e a paixão entre
ambos nasce. Pouco tempo depois Ella e Joe deci-
dem morar juntos. Ella passa a ter a família que
nunca teve mas sempre sonhou: um marido cari-
nhoso e dois filhos adoráveis. Sim, apesar de ser
sua madrasta, Ella ama, ensina e cuida das crianças
como se fossem suas. É a sua mãezinha!
Vivem cerca de três anos de felicidade pautados
por alguns desentendimentos, afinal não há casa-
mentos perfeitos, até que um dia um vagalhão
inesperado apanha Joe distraído e atira-o ao mar e
contra as rochas da falésia que fotografava cessan-
do a sua vida.
Mas algo de terrível está ainda para acontecer...
Paige, a mãe biológica das crianças, volta no dia
do funeral de Joe. Com o passar dos dias recon-
quista a confiança de Annie, mas Zack continua a
vê-la como uma estranha. Ella sente-se um barco à
deriva com a presença de Paige.
Paige quer a guarda das crianças, Ella quer a guar-
da das crianças. O tribunal tem de decidir qual das
duas tem esse direito e, quando parece que vai tu-
do correr bem para Ella, esta decide confiar nas
justiça e revelar algo que irá mudar as suas vidas e
deixá-la com a sensação de naufrágio eminente.
Paige vai afastar as crianças de si e de todas as
pessoas que as conhecem.
Será que perdeu as suas crianças para sempre? Se-
rá que Paige irá reconsiderar? Nada como ler esta
bela história de amor para saber o seu desfecho.
Qual destas duas mães tem razão? Qual das duas
deverá ficar com a guarda dos irmãos? A nossa
consciência diz uma coisa, o nosso coração diz
outra. Qualquer mãe, qualquer madrasta ficará na
dúvida, o coração a bater mais forte, as lágrimas à
espreita. Ninguém ficará indiferente a esta luta de
amor.
Uma das histórias que mais me emocionou nos
últimos tempos e que, sem sombra de dúvida, vale
a pena ler...
Milene Martins
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DR. FAUSTO de THOMAS MANN Laura Rocha, 11ºB, nº14
Ao dar início a esta crítica literária ocorreu-me a
questão: por que motivo escolhi este livro e não outro qual-
quer, mas a resposta nem sequer é difícil. Aqui para nós, que
somos alunos, os professores estão sempre a dizer-nos
“Leiam, leiam”, a bombardear-nos com nomes de escritores
que desconhecemos, quero com isto dizer que, muitas vezes,
elegemos os autores e os livros que nos foram aconselhados.
Foi este o caso do livro que irei apresentar-vos.
O Dr. Fausto de Thomas Mann é um livro que foi
escrito na década de 40, do séc. XX, por um autor alemão
que foi Prémio Nobel da Literatura e cuja história se pode
contar em poucas palavras.
Adrian Leverkühn é um compositor desalentado com o seu
talento que não é superlativo, no entanto, a sua ambição é a
de se tornar um músico capaz de tocar o âmago, a essência
dos seres humanos. Neste sentido, estabelece um pacto com o
demónio, oferecendo-lhe a sua alma em troca desse dom.
Com o avançar da narrativa, damo-nos conta que as implica-
ções de tal pacto são, no mínimo, trágicas, Adrian isola-se
cada vez mais do resto da humanidade, perde aqueles que lhe
são mais queridos e uma sombra de dor avança na sua vida.
Todavia, se a história não é demasiado intrincada, a
verdade é que a sua complexidade radica na sua polissemia:
este livro é, tão somente, mais uma versão do mito de Fausto.
De Marlow a Goete, o Fausto é o alquimista que vende a al-
ma ao Diabo em troca do conhecimento, transação cujas con-
sequências são a dor e a morte e, portanto, ele aproxima-se de
outros mitos ocidentais recorrentes como o mito de Prome-
teu, a história de Ícaro ou a da árvore do conhecimento de
Adão e Eva. Encontramos neles sempre a mesma obsessão
pelo conhecimento, a ideia de que o saber é mais importante
do que a própria vida, de que a essência da humanidade é
transcender os seus limites.
Contudo, a marca verdadeiramente original deste
Fausto de Thomas Mann é o facto do autor alemão atribuir ao
povo alemão a encarnação dessa personagem trágica: o povo
alemão sofre porque vendeu a alma aos nazis e essa foi a sua
tragédia:
Nessa altura a Alemanha […]no apogeu de selva-
gens triunfos, cambaleava, ébria, a ponto de conquistar o
mundo, graças a um pacto ao qual tencionava manter-se fiel
e que assinara com o seu sangue.
Thomas Mann, Dr. Fausto, p.692
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100 comentários
Os alunos do 10º ano fizeram um trabalho de me-mória sobre o peixe. Criaram uma composição so-bre o mesmo tema através da colagem e
do pastel a óleo.
Os alunos do 11º ano fizeram um trabalho de desenho cego com a figura humana sobre o tema “a dança”. Este processo consistiu no
corte e colagem das figuras e utilização do pastel a óleo.
10
100 comentários
Os alunos do 12º ano fizeram
um trabalho de observação em
que registaram as orelhas,
usando a técnica da grafite.
Criaram uma composição abs-
trata sobre o tema de paisagem
através das linhas obtidas no
desenho de observação, usan-
do a técnica mista da colagem e
do pastel a óleo.
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100 comentários
Há já muitos anos que conseguimos passar
um dia completo sem “tropeçarmos” no Latim,
visto que ele morreu e já não é possível estudá-lo
nem encontrá-lo no quotidiano.
À noite adormeço e sonho que estou nova-
mente in illo tempore, quando os jardins eram flo-
ridos: acordo numa villae, ou num duplex que
comprei fora da urbe para
descansar no ager publicus. O
meu dia começa com um ba-
nho relaxante guarnecido de
lux, sanex ou nivea; depois da
roupa, calço umas sapatilhas
ASICS [Anima sana in corpo-
re sanum – Alma sã num cor-
po são]; é condição sina qua
non tomar um pequeno-
almoço frugal acompanhado por lácteos agros;
saio de casa e passo num quiosque para comprar a
última edição fac-simile [faz semelhante= cópia]
da “Mensagem” [Mens agit molem] de Fernando
Pessoa; aproveito ainda para tomar um café ex-
presso [espremido]; entretanto chego atrasado ao
trabalho e o meu patrão diz-me que tem andado a
“gastar o seu Latim” quando me fala da necessida-
de de pontualidade; almoço no Forum e regresso
ao meu posto de trabalho, a Vobis [para vocês];
mesmo ao chegar à porta contribuo para a Caritas
[caridade]; na loja ao lado, na Imaginarium, vejo
sorrisos de crianças; do outro lado, na Boticário,
vejo alguém que pensa que Carpe diem é apenas o
nome dum filme ou o nome dum perfume; de re-
gresso a casa passo pelo mecânico para compor o
turbo do meu Focus; à noite, depois de jantar, aju-
do os meus filhos com trabalhos sobre o mapa
mundi e sobre o nosso sistema solar.
Este não teria sido propriamente um dia
muito feliz, pois não frequentei nenhum SPA
[Sanum per aquam], mas poderia ter sido bastante
pior: se tivesse ido responder ao tribunal [Domus
Iustitiae], visto que Dura lex, sed lex; se não con-
seguisse acabar as palavras
cruzadas do jornal enquanto
estava numa sala de espera,
por não saber as abreviaturas
dalguns elementos da tabela
periódica; se tivesse sido as-
saltado ou atingido por uma
magnum [claro que não falo
de gelados]; se ficasse sem
saldo no meu telemóvel da
Optimus; se o meu esquentador Vulcano resolvesse
entrar em erupção…
Luís Reis
Não quero ser uma persona
non grata nem maçar alguém com
o meu modus vivendi. Quero ape-
nas concluir, em jeito de despertar,
que terminaria esse dia com a ida
para a cama e arriscaria, incautus,
um coitus interruptus ou talvez
usasse um preventivo durex.
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100 comentários
Quando a Terra tinha já 5 mil milhões de anos,
surgiu um grupo de mamíferos, os Primatas. As
características que distinguiam (e ainda distin-
guem) dos restantes mamíferos incluem terem cin-
co dedos em cada membro; terem unhas (!) em vez
de garras; terem os olhos virados para a frente
(visão binocular) e verem a cores; terem polegares
oponíveis (esta última característica não é exclusi-
va dos primatas). Nestes há dois grupos principais,
osPlatirrínios (do grego «platos»+«rhis» que signi-
fica nariz largo), representados apenas pelos Ma-
cacos do Novo Mundo
(ou seja, do Continente
Americano). Como o seu
nome indica, têm narizes
largos com as narinas
viradas para fora. O filó-
sofo Platão recebeu o seu
nome devido às suas cos-
tas largas, «platos» em
grego. Tendo em conta
que esta é uma caracte-
rística física que apenas
surge na adolescência, a
teoria de que devia o seu
nome às suas costas lar-
gas remete para a hipóte-
se de que se trataria de
uma alcunha. Não haven-
do qualquer evidência de
que tivesse outro nome
além de Platão, este parece ser um nome de batis-
mo, sem ligação a características físicas, tal como
alguém chamado Filipe (do grego
«philos»+«hippos», amigo de cavalos) não o é
necessariamente. Os Catarrínios (do grego
«catos»+«rhis» que significa nariz estreito). Como
o nome indica, têm narizes estreitos e as narinas
viradas para baixo. A maioria vive em grupos soci-
ais (como nós).
A ideia de que «o Homem descende do Macaco»
nunca foi defendida por Darwin. A vasta família
direta do Ser Humano é a ordem biológica
«Primatas» (do latim «primas» que significa exce-
lente, nobre, o primeiro). Dentro da ordem primata
há duas subordens e numa delas estão incluídos os
macacos, os gibões e os símios superiores. São três
infraordens bem diferentes, cada uma com as suas
características e descendem todos de um mesmo
primata (que não era obviamente um macaco, que
surgiram depois). Há 25 milhões de anos, separa-
ram-se os símios dos grandes símios, que incluem
seres humanos, chimpanzés, gorilas e orangotan-
gos. Há uma característica visual permite distin-
guir os Hominídeos (os grandes símios) dos res-
tantes primatas (apesar de haver algumas poucas
exceções): a ausência de cauda. A maioria dos pri-
matas possui caudas. Geralmente só os hominídeos
(os grandes símios, como nós) não têm cauda, pos-
suindo o Osso do Cóccix, no fundo da coluna ver-
tebral. Longe de sermos descendentes dos maca-
cos, somos seus primosgenéticos. Aliás, de entre
todos os grandes símios, não há nenhum mais pró-
ximo dos chimpanzés do que os humanos. Forma-
mos uma tribo aparte (no sentido biológico do ter-
mo), os Homininos. Os demais grandes símios per-
tencem a tribos diferentes. Há ainda incorretas tra-
duções do inglês «ape» (que se refere à superfamí-
lia Hominoidea, que inclui Gibões, Orangotangos,
Gorilas, Chimpanzés e Humanos) para «macaco»,
que pertencem a famílias diferentes e incluem os
Macacos do Novo Mundo e os Macacos do Velho
Mundo. O filme «Planetofthe Apes» não podia ter
pior tradução do que «Planeta dos Macacos».
Neste pequeno planeta, girando à volta de um nor-
mal sol, de uma normal galáxia, recusamos esten-
der a mão a quem nos é mais próximo, tanto outras
pessoas como os nossos irmãos e primos genéti-
cos. Somos ainda uma espécie infantil, que surgiu
há apenas 150 mil anos, comparados com os 4 mi-
lhões de anos que a Vida tem neste planeta. E o
ritmo a que destruímos o nosso quarto de dormir e
atiramos papa para o chão é assustador…
A GUERRA DOS PRIMOS Mauro Maia
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100 comentários
Doce brisa
Quem, Doce brisa, és tu que vens tão leve,
de onde chegas tão forte e generosa,
para onde vais tão lesta e tão fogosa,
que infinito motor te move breve?
Não tens corpo, nem tronco, nem tens membros.
Tens um intuito, sonho, tens amor?
Tens o orvalho das folhas da ampla flor,
tens em ti todo o Sol dos meus Dezembros,
tens o suspiro do que nunca dura,
tens os beijos contidos com o olhar,
tens a impossível meta tão futura.
Não te toco, não te quero afastar.
Oh! Doce brisa, terna queimadura,
tu só me beijas quando estou a sonhar.
Mauro Maia
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100 comentários
Mãe
Mãe!
Uma palavra linda
de imaginação infinda.
Forte, corajosa e amável
são as palavras que me veem à cabeça
quando penso na minha mãe!
Mãe!
A palavra da vida
com uma história nunca antes lida.
Seni Sepol
Matemática
Haverá coisa mais emblemática do que a matemática?!
Contas de somar e subtrair, quem consegue resistir!
Contas de multiplicar e dividir, porque teimam em insistir ?!
Sinais de menos e de mais, isto já não é demais?
Frações e reduções que nem sequer têm as soluções...
Teste, aí vou eu....
Seni Sepol
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100 comentários
A psefologia da hybris da razão
revela-se inelutável nos tem-
pos da contemporaneidade. O desvelamento
da agathusia, ressumbrante de paganismo
mundano e epicurista, deslumbra-se numa de-
mocracia individualista silente de monstros
ctónicos metamorfoseados, num eterno retor-
no, em Erínias, Hécate e Medusa.
Na nossa anatomia da sepultura, o
idílio de Rousseau, metamorfoseou-se num
rubor héctico e numa pseudoliberdade filan-
trópica burguesa putrescível, em ascetismos
absolutistas e esclarecidos do eu.
Títeres de ideologemas sacralizados,
os nossos ademanes féretros, verdadeiramente
omniimpotentes, face ao niilismo que carateri-
za a politização egótica do espírito transubs-
tanciado na idolatria do estado, revelam-se em
aporias revolucionárias conservadoras ou em
conservadorismos revolucionários.
Como nos diz Goethe “A civilização é
um exercício constante de respeito. Respeito
pelo divino, pela terra, pelo nosso semelhante
e, portanto, pela nossa própria dignidade.”
Não somos civilizados, queremos ser
apenas como o flautista de Hamelin e mefiti-
camente conduzir a humanidade alienada à
apoptose.
*Imagem da Internet
Inês Aguiar
Susana Fernandes
Mónica Simões
Olá!
Bem-vindos a mais um ano letivo, 2013/2014!
Nós, Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família (GAAF), estaremos mais um ano convos-
co. À semelhança do ano letivo anterior, encontramo-nos diariamente na sala 4 do bloco C,
disponíveis para esclarecer qualquer dúvida ou dificuldade que vos pareça pertinente.
Para quem não se lembra e para quem é novo no agrupamento, o nosso trabalho de-
senvolve-se em torno de toda a comunidade escolar, no sentido de promover um ambiente
mais humanizado e facilitador da integração escolar e social, contribuindo para o cresci-
mento harmonioso e global dos alunos. Assim, centramo-nos, fundamentalmente, no apoio
aos alunos e às famílias.
Pretendemos intervir nas seguintes problemáticas:
Assiduidade/Pontualidade;
Dificuldades de adaptação escolar;
Situações pessoais de violência familiar ou de namoro;
Sexualidade/gravidez na adolescência;
Anorexia, Bulimia, obesidade, entre outras;
Consumo de substâncias ilícitas e de comportamentos desviantes;
Conflitos entre alunos e restante comunidade escolar;
Problemas de caráter psicológico, social e emocional.
O nosso trabalho assenta nos princípios da imparcialidade, privacidade e confidenciali-
dade, por isso se sentes que precisas de ajuda, ou que podemos ajudar alguém que te é pró-
ximo, podes sempre contactar-nos, pessoalmente, no nosso gabinete ou através do email,
gaaf@esla.edu.pt, e facebook.
Obrigada!
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Hoje em dia, vivemos numa sociedade
dependente de muitos materiais ele-
trónicos que, com o passar do tempo, perdem as
suas funcionalidades e são, simplesmente, deitados
no lixo. Ora, a produção e a
utilização de tecnologias é tão
elevada que a acumulação de
lixo tornou-se num grave pro-
blema.
Em primeiro lugar, é con-
veniente saber que o lixo ele-
trónico é constituído por todo
o tipo de materiais eletrónicos, entre eles, os ele-
trodomésticos como os frigoríficos, fogões e os
instrumentos de comunicação e entretenimento,
como os telemóveis, os computadores, televisões e
outros. Estes materiais ou porque avariaram ou
porque estão desatualizados são facilmente substi-
tuídos.
Consequentemente, a acumulação deste lixo é cada
vez maior pondo em risco o ambiente e a saúde
dos cidadãos, uma vez que se
trata de elementos bastante
nocivos. Exemplos disso são o
lítio, presente nas baterias de
telemóveis e os gases CFC,
presentes nos frigoríficos, que
contaminam não só os solos,
mas também a água e o ar.
Concluindo, cada cidadão tem de assumir a sua
responsabilidade nesta matéria pois este é um pro-
blema de todos nós.
* Imagem da internet
Alina Mikhelyeva, nº 3, Dorin Gujuman, nº 6, 11º B
Portanto, é necessário diminuir o lixo eletrónico, o que se pode
concretizar de duas formas: uma delas é a reutilização do equipa-
mento, passando para uma segunda mão; outra é a sua recicla-
gem, pois estes aparelhos contêm metais raros.
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Eduardo Pires
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Descobre os símbolos e
efetua seguinte operação:
Estes dois carros cruzaram-se na estra-
da entre Lisboa e o Porto. Sabendo que
cada carro A saiu do Porto às 14h e que o
carro B saiu de Lisboa às 15h, que carro
está a menor distância de Lisboa?
Solução:
Estão à mesma distância
Solução:
3694
3.
Soluções:
1. 2. 3.
1.
2.
Sandra Coelho
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