o adolescente resiliente

Post on 19-Dec-2014

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Health & Medicine

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Palestra sobre a resiliência na adolescência

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Reginaldo Branco da SilvaPsicólogo

Programa Municipal de DST/Aids e Hepatites Virais de

Diadema

- Conceito recente – sec. XIX/XX- Período entre a criança e o adulto- E antes, o que era?- Surge relacionado a fatores como aumento do tempo de vida, expansão do período escolar, cultura individualista, nova categoria de consumo no capitalismo

Ritual de passagem em algumas culturas

Cultura ocidental, de modo geral, não existe um marco definido para o início (puberdade?) ou fim (independência financeira?) da adolescência (idade?)

Parece que há concordância de que nesse período

ocorrem inúmeras transformações físicas e psicossociais importantes para toda a vida

Transição deve ser diferenciada de eventos de vida, pois requer reorganização nos níveis funcional (dinâmico) e estrutural

As mudanças da adolescência são inerentemente definidas pelo contexto social de um indivíduo e pelos papéis e expectativas de comportamento com base na participação em um grupo social

Condições da transição: desenvolvimento anterior, timing individual, como o sujeito entende essa transição e o contexto onde ela ocorre

Identidade: fortalecer e aplicar a autonomia (gerenciar os próprios projetos de modo responsável e diligente)

Períodos de transição tem o potencial de alterar o comportamento, o afeto, o cognitivo ou o contexto, causando mudanças que podem ter efeito a vida toda (ex.: mudança corporal, divórcio dos pais, morte de pessoas queridas, etc)

Muitos adolescentes enfrentam dificuldades que desafiam sua habilidade para crescer e se desenvolver de uma maneira que promova bem-estar emocional e cognitivo (são sobrecarregados na sua capacidade de lidar com a situação)

Essas condições indicam risco e resiliência (ex: baixa auto-estima, isolamento social, ideação suicida, transtornos alimentares, bullying, etc)

CONDIÇÃO ESSENCIAL DA TRANSIÇÃO: Acesso a pessoas de confiança e laços

afetivos (os jovens mais resilientes sentem tranqüilidade e sentimento de alívio com o apoio recebido...)

Família na infância: leis e normas que dão segurança e proteção (é preciso pensar em como as famílias vão mudando a constituição com o passar do tempo...)

CONDIÇÃO ESSENCIAL DA TRANSIÇÃO: Acesso a pessoas de confiança e laços afetivos

Amizade na adolescência: suporte emocional e identificatório que dão segurança e proteção

Escola: êxito acadêmico e relação com os professores

- Visão romântica da adolescência...- Como viver a adolescência, usufruir dos

processos de desenvolvimento que ocorremnessa fase da vida, conviver com adultos quelhe dão apoio e construir sua rede de relaçõescom seus pares se é preciso assumir responsabilidades de adulto aos 12, 14, 16 anos?

Uma de muitas definições:

"Resiliência é a capacidade do ser humano de fazer frente às adversidades da vida, aprender com elas, superá-las e inclusive ser transformado por elas"

(Grotberg, 2003)

A resiliência tenta entender como crianças, adolescentes e adultos são capazes de superar adversidades e se sair bem, apesar de viverem em condições de pobreza, falta de recursos sociais, violência intra-familiar e na comunidade, doença mental dos pais, etc.

Desenvolver resiliência não é evitar a adversidade, mas lidar com suas consequências negativas de uma forma saudável

NOVIDADE DA RESILIÊNCIA: Abandona um modelo de risco, baseado nas

necessidades e na doença e se foca em um modelo de prevenção e promoção, baseado nas potencialidades e nos recursos que o ser humano tem em si mesmo e ao seu redor

Questiona as formas em que os problemas e a população são pensados pelas instituições, enfatizando as carências ou as potencialidades (eleição do grupo de risco...)

Considera o sujeito como agente de sua própria ecologia e adaptação - não um sujeito que apenas "carece" e "adoece"

Resiliência não é um atributo pessoal, mas um processo dinâmico entre múltiplos fatores de risco e fatores de proteção, sendo uma tarefa não somente da criança, mas também da família, da comunidade e das políticas públicas

Nesse sentido, é preciso reforçar três domínios de fatores de proteção para crianças que vivem em ambientes de alto risco:

1)características da criança2)características familiares3)Características da comunidade

Edith Grotberg EU TENHO Pessoas ao meu lado em quem eu confio e que me

amam, não importa o que aconteça;- Pessoas que me colocam limites, assim eu sei quando parar antes do perigo ou do problema;- Pessoas que me mostram como fazer as coisas direito pela maneira como elas fazem as coisas;- Pessoas que querem me ensinar como fazer as coisas do meu jeito;- Pessoas que me auxiliam quando estou doente, em perigo ou precisando aprender

Edith Grotberg EU SOU / EU ESTOU

- Uma pessoa querida e amada pelos outros;- Satisfeito por fazer coisas boas para os outros e mostrar minha preocupação;- Respeitoso comigo mesmo e com os outros;

- Determinado por ser responsável por aquilo que faço;- Tenho certeza de que as coisas vão dar certo.

Edith Grotberg EU POSSO

- Conversar com as pessoas sobre coisas que me amedrontam e me incomodam;- Encontrar formas de resolver os problemas que me aparecem;- Controlar-me quando eu me sinto fazendo coisas que não acho certas ou considero perigosas;- Reconhecer quando é uma boa hora para falar com alguém ou agir;- Encontrar alguém que me auxilie quando eu preciso.

A forma como o adolescente será atingido pelas variáveis externas depende de suas características internas (elaboração e percepção de risco)

Foco nas fortalezas - recursos internos combinados com os externos para superar a adversidade

Permitir que o adolescente reconheça suas fortalezas e se torne cada vez mais consciente de suas habilidades e recursos para aumentar sua auto-confiança e auto-estima

Se o ambiente, a família e a comunidade seguem apoiando a criança na superação da adversidade, existe uma grande probabilidade de que o sujeito continue se adaptando positivamente através do tempo (resiliência como uma capacidade estável durante a vida) – adolescência, adultícia e velhice

TUTORES DE RESILIÊNCIA

ALERTAS Ideologia no conceito de ajuste e de

adaptação... Rebeldia como não conformação e sinal de

resiliência (adolescente integrado para qual comunidade, em que tempo, em qual cultura, e qual área do desenvolvimento {cognitivo, emocional, social}?)

Estudos sobre resiliência tendem a utilizar mais população WASP em suas coortes

Promoção de resiliência Propiciar ao adolescente estabelecimento de vínculos

saudáveis para diminuir a repetição de comportamentos mortificantes

Gerar possibilidades de empoderamento, cidadania e saúde para adolescentes?

Redução dos fatores de risco com promoção dos fatores de proteção

Promoção de relações familiares não-agressivas

Desenvolver no adolescente sensibilidade para as necessidades da comunidade, dando a ele a oportunidade para o ativismo social

Promoção de resiliência Empoderar o adolescente para trabalhar pela

mudança na sociedade como um todo através do envolvimento social (promoção de cidadania)

Responsabilidade política e social na construção do processo de resiliência

Estratégias mais eficazes são as que promovem resiliência individual, familiar, comunitária, institucional e política

Promoção de resiliência Promoção de resiliência como

reconhecimento dos direitos dos adolescentes: direito à autonomia, à sociabilidade, à saúde e educação, moradia, etc

O extraordinário poder social da idéia de resiliência não deriva apenas do seu potencial imaginado para mudar trajetórias de vida individuais, mas da possibilidade que ela tem de transformar o futuro das gerações subseqüentes e das famílias e comunidades inteiras.

Contatosbranco.reginaldo@gmail.com

Programa DST/Aids e Hepatites Virais DiademaFone: 4051-3792

Blog: www.porumbrasilresiliente.blogspot.com

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