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A Vontade dos Cometas – Luiz Antonio AguiarPR
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Luiz Antonio Aguiar, carioca e aquariano, nasceu em 1955. É es-critor dedicado espe-cialmente à literatura infantojuvenil, mestre em literatura brasileira pela PUC-RJ, resenhista em cadernos literários, tradutor, redator, sócio da Veio Libri – Consultoria Editorial e animador de ofi cinas de redação e de criação literária. Trabalhou du-rante muito tempo como roteirista de histórias em quadrinhos e atuou na área de publicidade e marketing. Possui mais de setenta títulos pu-blicados e ganhou diversos prêmios com seus livros, inclusive o Jabuti de Melhor Título Infantil e Juvenil, em 1994, com Confi dências de um Pai Pedindo Arrego. O autor é fascinado por astros, fe-nômenos da natureza, mistérios metafísicos, bem como por músi-ca, pintura, romances e gente em geral.Visite o site do autor: www.luizantonioaguiar.com.br
O autorGraça Lima é carioca, formada em Comunicação Visual pela Es-cola de Belas Artes da UFRJ, com mestrado pela PUC-RJ. Ganhou vários prêmios, entre eles os da FNLIJ, como “Altamente Recomen-dável”. Foi agraciada em 1982, 1984 e 2003 com o Prêmio Jabuti na ca-tegoria ilustração, além de receber a Menção White Ravens da Biblioteca de Munique, Alemanha, por quatro vezes. Seu trabalho é reconhecido através de catálogos de ilustrado-res para feiras internacionais, como a de Barcelona, Frankfurt e Bratsla-va, bem como pelo catálogo Brazil – Bright Blend of Colours, feito pela FNLIJ na divulgação de ilustradores brasileiros. Atualmente é professora de Metodologia Visual na Escola de Belas Artes da UFRJ.
A ilustradoraAutor: Luiz Antonio Aguiar
Título: A Vontade dos Cometas
Ilustradora: Graça Lima
Formato: 13,5 x 20,5 cm
N.° de páginas: 64Elaborador: Luiz Antonio Aguiar
Ficha
Gênero: literário
Palavras-chave: relacionamento, família, vida e morte
Temas transversais: saúde e éticaInterdisciplinaridade: Português, Geografi a e História
Quadro sinóptico
12anos
INDICAÇÃO:
Leitorcríticoa partir dos
ensinofundamental
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“Minha vontade não é u m sol ofuscante.
Nem um cometa passageiro. Difícil defi nir. Comparar. Ou talvez seja um cometa que só
é passageiro para os que o veem. Para os que
o esperam brilhar, sem às vezes sequer querer saber,
sem adivinhar, todo o esforço, a determinação
que lhe permitiu viajar através da solidão e do frio por
anos, séculos, pela vontade de alcançar aquela
estrela que o incendeia. Lá, então, é tão fácil. Não precisa mais confi ar que vai
chegar; já está. E tão brevemente, se comparado
ao todo do caminho. Minha vontade é o trajeto, é o
fogo latente e tácito, pronta para incandescer. Explodir. Tanto quanto para apagar-se ou-
tra vez.
Para enfrentar outra longa jorna-da de silêncio
sem que ninguém testemunhe, conforte,
nem admire, nem incentive sua tenacidade em prosseguir.
Sei lá eu dos cometas, mas, curioso! A escuridão do cometa, suas dé-
cadas de quietude, seu abandono a si mesmo, são sua força, sua vontade! e não o seu brilho.”
através da solidão e do frio por
pela vontade de alcançar aquela
Não precisa mais confi ar que vai
E tão brevemente, se comparado
Minha vontade é o trajeto, é o
Tanto quanto para apagar-se ou-
seu abandono a si mesmo, são sua força, sua vontade! e não o seu brilho.”
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A Vontade dos Cometas conta o difí-cil diálogo entre um homem e seu neto de oito anos. Há algo que o avô quer dizer ao menino, Giggio, algo que vai interromper a forte ligação de amizade que há entre os dois. O avô não sabe como vai dizer isso, e o menino, muito esperto, fi ca o tempo todo ora evitando o que ele já adivinha que o avô quer lhe contar, ora cercando-o para que diga de vez, sem mais rodeios – e nesses mo-mentos parece faltar coragem ao avô.Construída em diálogos emoldurados por um poema que Giggio escreveria anos depois, a narrativa de A Vontade dos Cometas compõe com originalida-de esse drama impregnado de ternura e de beleza literária. Cada argumento utilizado pelo avô para fugir da questão principal é uma imagem feita de pala-vras e de sugestões; cada resposta de Giggio é um momento do confronto da espontaneidade com a vivência longa, rica, do avô. Enfi m, este suplemento foi elaborado com vistas a ampliar algumas questões e principalmente aguçar a lei-tura dessa novela singular.
• O fato de o livro ser construído principalmente com diálogos difi -culta a leitura de A Vontade dos
Cometas ou o autor escolheu o re-curso correto para contar a histó-ria desse momento de Giggio com o avô?
• Existe uma ironia na forma da nar-rativa? Afi nal, é um diálogo em que o ponto principal é a difi cul-dade do diálogo ou de dizer algo difícil de ser explicitado? Ou have-ria um plano mais sugerido do que explícito no texto, no qual o en-tendimento entre os dois persona-gens se dá nas entrelinhas, no sen-timento que se manifesta por meio do que é dito e do que não é dito?
• Você acha essas interpretações aci-ma válidas, ou seria complicar de-mais a questão? O que lhe diz, ou faz sentir, a maneira como foi cons-truída a história?
• Aparentemente, o avô é genioso, uma pessoa difícil de lidar, com pro-blemas de relacionamento com o fi lho e com a ex-esposa. Será que a história transmitiu a você uma im-pressão real da relação do avô com o neto? Quais as peculiaridades desse relacionamento?
Sob a vontade dos cometas...
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• Os cometas são, além de objetos espaciais interessantíssimos, um ca-pítulo importante na história da as-tronomia. Antigamente, eram vis-tos como sinal de catástrofes, de terremotos, de queda de reis, de pestes e revoluções. Mas, quando Edmund Halley previu a data certa em que passaria o cometa que re-cebeu seu nome, toda essa crendi-ce se desfez, já que foi provado que os cometas desenvolvem órbitas re-gulares, independentemente dos eventos terrestres. Pesquisar a his-tória das descobertas astronômicas e como foi se modifi cando a con-cepção do Universo e das leis que o regem pode servir de aprofunda-mento dessa história.
• A ciência substitui as superstições e as crenças que os cientistas ge-ralmente consideram tolas? Ou nem tudo cabe à ciência explicar? Como você lida com a oposição entre o científi co e o sobrenatural?
• O pai de Giggio acusa o próprio pai de ser comunista. Nos tempos da ditadura, essa acusação levaria uma pessoa à prisão, ou pelo me-nos à perda do emprego ou a so-
frer discriminações. Depois da que-da do Muro de Berlim, ser comu-nista tornou-se algo anacrônico, ou seja, antiquado para a maior parte das pessoas. Você conhece os epi-sódios históricos citados aqui? Que signifi cado tem para você ser comunista?
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O ideal comunista é atrelado à re-fl exão teórica de Marx e Engels, cien-tistas sociais e fi lósofos do século XIX, que preconizavam uma nova ordenação cultural, social, política e econômica. As desigualdades seriam sistematicamente abolidas; o controle da propriedade seria prerrogativa do Estado, controlado por organismos de democracia direta for-mados por representações de operários, camponeses e outros trabalhadores. Os preceitos do marxismo foram lapidados por Wladimir Ilitch Lenin, líder da Revo-lução Russa de novembro de 1917.
No Brasil, o Partido Comunista foi fundado em 1922, e dele nasceram di-versos outros, por conta de divergências e rachas, defendendo compreensões di-
ferentes do comunismo e do socialismo (uma etapa preparatória para o comu-nismo, segundo Marx e Lenin). Esses partidos atuaram fortemente na opo-sição à ditadura do Estado Novo, na década de 1930, e à ditadura militar, período que vai de 1.º de abril de 1964 às eleições diretas de 1989.
A doutrina e os conceitos políticos e econômicos do marxismo foram bas-tante questionados em vários momen-tos, principalmente a partir do fi m da União Soviética, em 1991.
Umas palavras sobre o comunismo
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O fi lme Adeus, Lenin!, de Wolfgang Becker, é uma abordagem de grande originalidade sobre a queda do Muro de Berlim e seus refl exos nas questões eco-nômicas e sociais, mesclando informa-ção histórica sobre a Alemanha Oriental e a Ocidental e os detalhes do processo de reunifi cação das duas nações.
Trata-se de uma crítica bem original ao comunismo e ao capitalismo por meio de um jovem que vive no lado oriental. A mãe, comunista, ao vê-lo preso, sofre um ataque cardíaco e entra em coma.
Os dias em que fi ca desacordada mar-caram o triunfo do regime capitalista. Quando desperta, em meados de 1990, a cidade de Berlim está completamente mudada. Seu fi lho, com medo de que as mudanças drásticas causem mais pre-juízos à saúde da mãe, resolve esconder dela todo o colapso de um sistema ao qual estava habituada e engajada.
O fi lme é uma forte crítica ao esta-linismo e à introdução do capitalismo na ex-Alemanha Oriental. Vale a pena conferir!
Para ilustrar o comunismo x capitalismo
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Mostre um mapa com a antiga União Soviética e com os países da Cortina de Ferro que se curvaram diante dos olhos ocidentais, devido às mudanças impostas pelo mundo capitalista, que
passaram a ter uma roupagem de glo-balização; informe o que as mudanças signifi caram, de forma a dar uma ideia ao aluno do que é antigo e do que é moderno.
Visualizando o antigo e o moderno no mapa
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sua órbita, tem importância na história? Em sua opinião, qual seria a articulação dessas duas instâncias?
• Grande parte da literatura tem como tema central a incompre-ensão, às vezes a difi culdade, a incapacidade ou o desconfor-to de lidar com a inevitabilida-de da morte. Você pode citar e comentar alguns exemplos de obras que contemplariam esse aspecto?
• No livro, em grande parte, a questão da morte é “desdra-matizada”, já que o afeto que movimenta o diálogo se sobre-põe (embora não anule nem dissimule) ao medo, à incom-preensão e à tristeza da per-da. Essa seria uma maneira de discutir a morte com a criança, por meio da associação com outros eventos similares na na-tureza? Ou você acha que o avô de Giggio subestimou o neto? Ou deixou-se enganar pela pró-pria sensação de perda (de se-paração)? Você faria considera-ções diferentes? Quais?
• O cometa, que passa pela Ter-ra num espetáculo de brilhos e parte para a escuridão do sis-tema solar, mas que retorna-rá um dia, depois de cumprida
Na cauda do cometaO mais famoso cometa do sis-
tema solar ganhou seu nome em homenagem ao astrônomo inglês Edmond Halley, que previu com exatidão o retorno dele para o ano de 1758. Foi daí que começaram a se desfazer as crendices a respeito do percurso dos cometas, já que a indicação de Halley provou que suas órbitas eram regulares e calculadas matematicamente, com a aplicação dos conhecimentos de astronomia. Edmond Halley não pôde testemu-nhar a comprovação de sua teoria, já que morreu em 1742, aos oitenta e cinco anos. A última passagem do Halley foi em 1986.
O mais famoso cometa do sis-tema solar ganhou seu nome em homenagem ao astrônomo inglês Edmond Halley, que previu com exatidão o retorno dele para o ano de 1758. Foi daí que começaram a se desfazer as crendices a respeito do percurso dos cometas, já que a indicação de Halley provou que suas órbitas eram regulares e calculadas matematicamente, com a aplicação dos conhecimentos de astronomia. Edmond Halley não pôde testemu-nhar a comprovação de sua teoria, já que morreu em 1742, aos oitenta e cinco anos. A última passagem do
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“Posso ser cometa,que brotou de uma explosão já
esquecidae se aprofunda na noite
sonhandocom um certo amanhecer;
posso ser cometa,que segue e segue correndoe que se importa apenas em
seguir e seguir...descobrindo histórias;
posso ser cometa,que desconhece paradas,que beija gentes e vai embora;
posso ser cometa,destino: passageiro(como tudo, não é?),mas rastro tocadopelas estrelas do meu caminho;
posso ser cometa,ser, precisamente,mas carregar para sempre a
lembrança da luz;
posso ser cometa,mas guardar constânciaa quem revolveu minha crostae me permitiu querer – tanto e
tanto! – existir.”
mas carregar para sempre a lembrança da luz;
posso ser cometa,mas guardar constânciaa quem revolveu minha crostae me permitiu querer – tanto e
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