o jornalismo em ‘tempo internet’ mudanças nas rotinas dos jornalistas da rtp
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Escola Superior de Comunicação SocialDissertação de Mestrado
Jornalismo
Discente Alexandre Manuel de Oliveira Pereira N.º 5908
OrientadoraDaniela Santiago
Século XX Século XXI Mundo industrial Espaço tecnológico
Meios de comunicação tradicionais Internet – Instrumento imprescindível
Tema - Estudado desde o final da última década do século XX por investigadores internacionais - Em Portugal, poucos estudos sobre a complementaridade da internet nos media nacionais, nomeadamente na RTP
Objetivo do estudo - Perceber o impacto da aceleração do uso das ferramentas digitais e da vulgarização das redes sociais no quotidiano dos jornalistas da RTP
RTP - Distingue-se, a nível histórico, de qualquer outro meio de comunicação - Mais antigo do país
- Único canal público nacional
- Primeiro órgão de comunicação social português a possuir um sítio online
Século XX – Sociedade industrial
Meios tradicionais de extrema importância para os consumidores de notícia• - Televisão proporcionava momentos de informação em casa• - Rádio era escolhida, frequentemente, para viagens de carro• - Imprensa era escolhida, frequentemente, para viagens de transportes públicos
A rádio informava, a televisão mostrava e a imprensa escrita explicava
- Complementaridade dos media
Desde o aparecimento da televisão, nenhum meio de comunicação social conseguiu abalar a
estrutura organizacional e empresarial do setor jornalístico
Até o aparecimento da internet
A sociedade industrial transitou, devido às inovações tecnológicas, para uma sociedade de informação, sedenta por uma procura constante, rápida e atualizada de informação
ALDEIA GLOBAL – Marshall McLuhan – Década de 1960
A informação transmitida através da rede iria contribuir para abolir virtualmente as fronteiras geográficas entre os centros de decisão, de produção e de distribuição à escala global, permitindo que os acontecimentos tenham reflexos em qualquer ponto geográfico
Teoria relevante a partir dos anos 90, depois de a revista norte-americana Wired, ícone da revolução digital, ter escolhido McLuhan como principal defensor
das ideias contemporâneas
Cerca de 50 anos depois, a aldeia global é, mais do que nunca, uma questão da atualidade
“Esperámos cerca de 50 anos para ver surgir uma nova tecnologia de comunicação que viesse colocar em causa a importância da televisão na nossa sociedade” (Cardoso & Lamy, 2011:74)
“A web oferece um grau de interatidade que nos era desconhecido. Trata-se de um meio ativo, que requer uma constante interação com os seus usuários, contrastando com a relativa passividade que marca a relação do telespetador, ouvinte ou leitor com os meios tradicionais” (Alves, 2006:95)“O facto de vivermos numa aldeia global, dentro de uma cabana local, com um link
mundial” (Padilha, 2009), o jornalista passou a construir uma notícia internacionalmente
divulgada, disponível sem barreiras geográficas ou temporais
- NOTÍCIA GLOCAL (Castells, 2004)
Jornalismo convergente - A internet é interiorizada como uma ferramenta de trabalho complementar que facilita e enriquece a atividade jornalística
Segundo Rui Miguel Gomes (2009) - Jornalismo televisivo, radiofónico e escrito efetuado se produzidos de forma diferente
- Alteração na forma de contactar fontes de informação
- Contacto presencial, telefónico e por carta menos importantes na procura de informação
- Jornalista mais rico
- Processo de recolha de informação mais abrangente, mais rico e mais vasto para a produção de informação
- Aumento das ferramentas
“O jornalista não deve ser o profissional de um só meio de comunicação; deve adiantar-se às necessidades da audiência, explorando os fóruns de discussão, o chat e a possibilidade de correio eletrónico para satisfazer esta procura; será um especialista no uso das novas tecnologias; deverá contar com suficientes critérios para apurar a veracidade das informações que obtenha na rede; a interatividade do jornalista será outra fonte de informação; deverá ter uma grande habilidade, inteligência e capacidade de seleção para procurar e encontrar a informação que necessita; terá que fortalecer os princípios éticos e deontológicos, conforme os factos vão ocorrendo; resumirá à audiência o mais importante do momento; deverá ter uma maior preparação, tanto em Ciências da Informação como em cultura geral” (Zamora, 2001, apud Aroso, 2005)
Homem de 7 instrumentos - Domínio na programação básica de HTML - Domínio na produção digital de áudio e vídeo e técnicas de programação - Domínio das ferramentas como o hipertexto, o correio eletrónico e os motores de busca
Ser “jornalista é não só saber elaborar a notícia: é ter perspicácia profissional, possuir uma perspicácia noticiosa” (Traquina, 2004:83)
CRIADA EM 2004, por Mark Zuckerberg
A MAIOR REDE SOCIAL DO MUNDO
Uma das empresas mais valiosa do panorama internacional
Permite a partilha de informações sobre os seus gostos e hábitos diários e adicionar ‘amigos virtuais’ nos seus contactos
Incorpora vários serviços e aplicações, tais como a distribuição de vídeo, música, fotos e chat
Mais de 845 milhões de utilizadores - Publicam-se mais de dois milhões de fotos e 14 milhões de vídeos por mês - Fazem-se mais de 45 milhões de atualizações de estado por dia - Criam-se mais de três milhões de eventos por mês - Existem mais de 45 milhões de grupos ativos
Entre 2010 e 2012, o Facebook quase que dobrou o seu número de internautas inscritos
Segundo Mark Zuckerberg, “se o Facebook fosse um país estaria entre os cinco mais populosos do mundo à frente do Japão, da Rússia, do Brasil e da Nigéria” (Faerman, 2011:18)
TWITTER – CRIADO EM 2006, por Evan Williams, Jack Dorsey e Biz Stone
- 500 milhões de utilizadores
- É, juntamente com o Facebook, a rede social mais utilizada
- Por segundo são criadas, em média, 14 novas contas
- Permite a publicação de mensagens instantâneas de textos até 140 carateres
•Em 2008, um em cada três portugueses (25%) estavam registados numa rede social
•Segundo o último estudo realizado pelo Observatório de Comunicação, em 2012, 56,4% dos internautas portugueses possuíam, pelo menos, uma conta em redes sociais
Ao longo destes últimos anos, a confiança dos profissionais de comunicação em relação às redes sociais tem aumentado significativamente
NOVO ALIADO NA PESQUISA DE INFORMAÇÃO
Cada vez mais relevantes para procurar e difundir informações - Quantidade de notícias divulgadas pelo sítio online e telejornais da RTP sobre comentários colocados nas redes sociais de figuras públicas cada vez mais notória
Carta aos Ativistas e ao Povo do Bloco, escrita por Francisco Louçã, a 17 de agosto, no Facebook abria o noticiário do Jornal da Tarde do dia seguinte
O mesmo aconteceu, a 9 de setembro, depois de Pedro Passos Coelho ter colocado, no dia anterior, na sua página pessoal do Facebook, uma mensagem de apoio aos portugueses depois de ter presentado as primeiras medidas para 2013
JORNALISMO CIDADÃO – Prática que se generalizou devido à vulgarização das redes sociais
- Permite mostrar fenómenos em tempo real, ainda quando as câmaras da RTP não estão no
local
- Informação instantânea e continuada
- Complementa o trabalho jornalístico
- Ponto de viragem: Atentados do 11 de setembro de 2001, no World Trade Center, Nova Iorque
- Filmagens amadoras do embate do avião contra a primeira Torre Gémea
Objetivo: mostrar e captar momentos da realidade dificilmente alcançados pelos jornalistas
Catástrofes naturaisImagens captadas no momento em que a maré negra atinge a cidade costeira de Miyako, no norte do Japão, a 11 de março de 2011
Enxurrada da Madeira de 20 de fevereiro de 2010
AcidentesIncêndio em Massamá que destruiu quatro carros na madrugada de 23 fevereiro 2012TragédiasClima sentido, por cerca de quatro mil pessoas, no interior do navio cruzeiro que naufragou junto à ilha de Giglio, na região italiana da Toscânia, a 13 de janeiro de 2012
Confrontos vividos na Síria durante estes últimos meses
Acontecimentos históricosVídeo captado por um telemóvel, de baixa qualidade, que mostra as cenas violentas que levaram o ditador Muammar Khadafi à morte
A interatividade adquiriu um novo sentido com as redes sociais
- Mensagens instantâneas
- Partilha de informação, fotografias e/ou vídeos
- Interação com ‘amigos virtuais’ (colegas de trabalho,
camaradas de faculdade, amigos de infância, desconhecidos)
Utilização inapropriada das redes sociais pelos jornalistas da
RTP
Conjunto de medidas recomendadas por José Alberto Carvalho
- Influenciadas pelo New York Times, o Washington Post, a
agência Reuters e a cadeia televisiva BBC
- Nove regras relacionadas com a imparcialidade dos
jornalistas e com a credibilidade da sua prática profissional
Internet - Simples - Fácil aceso - Excelente meio de comunicação - Útil para identificar potenciais histórias
“A rede provocou alterações substanciais na forma como os jornalista dos media tradicionais […] procedem na pesquisa de conteúdos e de informações […], tendo em vista a elaboração de noticiários para os suportes tradicionais” (Bastos, 2000, apud Gomes, 2009:58-59)
Jornalismo mais sedentário – mais tempo à frente do computador - Grande quantidade de dados/notícias disponibilizadas - Aparecimento de notícias falsas ou conteúdo errado
Problemas relacionados com a veracidade dos factos e o rigor jornalístico
“É obrigação dos jornalistas não publicar o primeiro boato que encontram na net. Os boatos só são boatos se continuarmos a propagá-los. Portanto, quando há uma notícia de que desconfiamos, não a publicamos. E enquanto não a conseguirmos confirmar, não a publicamos. Esse é o trabalho do jornalista. Já o era antes da internet” (António Granado, 24 de julho de 2012, Sede da RTP, Lisboa)
Competências do jornalista - Tecnológicas - Profissionais
- Procura de informações significativas- Organização eficiente das notícias- Apresentação das notícias de forma convincente- Espírito pragmático na pesquisa de informação
- Pensamento crítico - Manuseamento das técnicas jornalísticas
- Boa prática de entrevista- Capacidade sólida de pesquisa- Escrita atrativa- Rigor- Objetividade- Imparcialidade
A tecnologia tem permitido que o jornalista se organize
em torno de uma premissa básica: a transmissão rápida
e percetível de informação
Mensagem enviada que pode conter texto, fotografias, vídeos, hiperligações, entre
outros, através de um endereço eletrónico, para a caixa de correio de um internauta
destinatário
- Ferramenta atrativa
- Melhor ferramenta da internet
- Opções que permitem realizar diversas necessidades através de uma só aplicação
Hoje em dia, é mais fácil mandar um correio eletrónico do que enviar uma carta ou
realizar uma chamada
“Representa mais de 85% da utilização da internet, e a maior parte deste volume de
correio eletrónico está relacionado com o trabalho, com tarefas específicas e com
relações familiares e amigos na vida real” (Howard et al., 2001; Tracey & Anderson,
2001, apud Castells, 2004:147)
Mudança na forma como o jornalista interage com os colegas de redação/departamento, fontes de informação e público - Ferramenta mais utilizada pelos jornalistas - Poupança de tempo e custos - Trabalho dos jornalistas facilitado
“[…] O e-mail expande o alcance dos jornalistas permitindo-lhes obter informação passível de ser citada a partir de qualquer ponto do mundo, eficientemente e a baixo custo. Além disso, o e-mail torna o trabalho em conjunto mais fácil. Jornalistas situados em diferentes cidades podem trabalhar tão juntos como se estivessem na mesma redação” (Gomes, 2009:60)
Década de 1950
Década de 1960 – Primeiras emissões em direto
Década de 1970
7 de março de 1980
Década de 1990
23 de dezembro de 1998 - Despacho do Gabinete de Estudos da RTP“O Conselho de Administração considerou, efetivamente, ser do maior interesse a RTP estudar as possibilidades, em articulação com a Direção Técnica e após parecer desta, estar presente no concurso público que irá ser aberto para atribuição da titularidade e operação das infraestruturas relativas à rede digital terrestre. O grupo de trabalho elaborará um estudo preliminar no sentido de serem definidos os pressupostos do eventual projeto a apresentar pela RTP no citado concurso, indicando-se nomeadamente as vantagens e inconvenientes dessa participação, as alianças necessárias, as implicações financeiras e os recursos humanos a envolver” (Teves, 2007)
Década de 2000
Dezembro de 2006
“Os paradigmas de consumo estão a mudar constantemente. […] A portabilidade das comunicações mudou quase por completo os nossos hábitos. E outros irão mudar, com os modernos smartphones a assemelharem-se a mini-rádio-televisores […], verdadeiros micro-portáteis com múltiplas capacidades web. Disponíveis no carro, nos transportes públicos, na rua, no campo ou na praia. No país ou no estrangeiro. Virtualmente, em qualquer canto do mundo onde exista rede móvel 3G. […] O mobile TV carece de algum tempo para se afirmar e vencer o chamado ‘tempo da descoberta’” (Carlos Vargas, então diretor do mobile TV)
“Na atualidade, os conteúdos televisivos são difundidos, para além das formas convencionais (hertziana, cabo e satélite), através de multiplataformas digitais, como sejam a TDT (Televisão Digital Terrestre); a IPTV (Internet Protocol Television); a Web TV ou o Mobile TV. Assim, a televisão encontra-se disseminada por diversos espaços e aparelhos (televisores [televisor convencional; LCD; Plasma; LED], computadores, telemóveis, smartphones, consolas de jogos, entre outros equipamentos fixos e portáteis), podendo ser visionada pelos telespetadores, a qualquer hora, em qualquer lugar e a partir de diversas plataformas” (Jenkins, 2006; García Avilés, 2007)
CASO DA RTP
1.ª fase – Pesquisa exploratória
Problema inicial do estudo caracterizado, classificado e definido
Leituras - Livros - Teses de mestrado e de doutoramento - Jornais e edições online
Familiarização com a problemática em questão
“A pesquisa exploratória é vista como o primeiro passo da pesquisa científica e tem como principal objetivo o aprimoramento de ideias e/ou a descoberta de intuições. Esse tipo de pesquisa tem por finalidade proporcionar maiores informações sobre o assunto, facilitar a delimitação da temática de estudo, definir os objetivos de uma pesquisa […]. A pesquisa exploratória envolve o levantamento bibliográfico e documental, […] e análise de exemplos que estimulem a compreensão do assunto estudado” (Gil, 1996)
2.ª Fase – Investigação quantitativa
Estudo de caso
- Fenómeno atual (internet)
- Contexto da RTP
- Tenciona responder à questão ‘como a rede modificou as rotinas dos jornalistas?’
“Considera-se que o estudo de caso é uma abordagem metodológica que permite analisar com intensidade e profundidade diversos aspetos de um fenómeno, de um problema, de uma situação real: o caso” (Craveiro, 2007:206)
3.ª Fase – Pergunta de partida
Delimita e enuncia, de forma específica, o problema a estudarExplicita os objetivos a conhecer
“Deve poder ser tratada. Deve-se poder trabalhar eficazmente a partir dela e, em particular, deve ser possível fornecer elementos para lhe responder” (Quivy & Campenhoudt, 1992:7)
Qual o impacto das ferramentas digitais e das redes sociais
nas rotinas dos jornalistas redatores da RTP?
4.ª Fase – Universo concetual
Local Totalidade de jornalistas
Sede (Lisboa) 214
Monte da Virgem (Porto) 89
Castelo branco 7
Coimbra 7
Bragança 6
Évora 4
Faro 3
Viana do castelo 2
Guarda 2
Vila real 1
Viseu 1
São Tomé e Príncipe 1
Brasil 1
Espanha 1
Guiné Bissau 1
Suíça 1
Cabo Verde 1
França 1
Angola 1
Moçambique 1
Bruxelas 1
Estados Unidos 1
TOTALIDADE – 347
Total de indivíduos com características comuns que entram na investigação
Jornalistas pertencentes aos quadros da RTP, divididos pelas diversas editorias e delegações nacionais e internacionais
Listagem da totalidade dos jornalistas por delegações
Parcela conveniente selecionada do universo; subconjunto do universo concetual
Jornalistas redatores que contribuem diariamente para a realização e difusão do telejornal
Excluiu-se: - 30 Minutos - Antenas Internacionais - Bom Dia Portugal - Linha da Frente - Portugal em Direto - Sexta às 9 - Pivôs - Membros da estrutura da Direção de Informação - Repórteres e editores de imagem
227 profissionais excluídos
5.ª Fase – Amostra
Local Totalidade de jornalistas redatores
Sede (Lisboa) 49
Monte da Virgem (Porto) 43
Castelo branco 3
Coimbra 3
Bragança 3
Faro 2
Viana do castelo 2
Évora 1
Guarda 1
Vila real 1
Viseu 1
São Tomé e Príncipe 1
Brasil 1
Espanha 1
Guiné Bissau 1
Suíça 1
Cabo Verde 1
França 1
Angola 1
Moçambique 1
Bruxelas 1
Estados Unidos 1
Listagem da amostra por delegações
Conjunto de perguntas colocadas aos jornalistas redatores da RTP relativas à sua opinião sobre o impacto que a internet teve no seu quotidiano profissional
Linguagem do inquérito - Clara - Objetiva - De fácil compreensão
6 temáticas - Dados sobre o jornalista - A internet na atividade jornalística - A procura de conteúdo noticioso - O correio eletrónico e o telefone - O contacto com as fontes e o público - O jornalista e as redes sociais
6.ª Fase – Inquérito por questionário
Questões - Listadas por categorias - Sequência lógica - Maioritariamente perguntas fechadas
- Centrar a escolha do inquirido a um número reduzido de respostas possíveis- Apresentadas sob a forma de escalas de importância, de concordância, de
frequência e de escolha única - 4 perguntas abertas
- Desenvolver o seu ponto de vista sobre a importância do jornalismo digital no seu quotidiano
Questionário alojado no Google Docs, portal que permite elaborar e colocar inquéritos online - Pré-teste - Partilhado e enviado para os 120 jornalistas redatores, no dia 7 de junho de 2012 - 34 dias de tempo de resposta - 71 inquéritos respondidos – 59.2% de taxa de resposta
Características da amostra - Idades compreendidas entre os 31 e os 54 anos - Idade média: 41 anos - Sexo: 35 homens (49%) e 36 mulheres (51%) - 50 com formação académica em Comunicação Social/Jornalismo (70%) - 9 já receberam uma formação sobre jornalismo digital pela RTP (13%)
A recolha de dados qualifica-se por ser “a execução propriamente dita da observação. Os dados obtidos devem ter sido previstos no momento da conceção da observação. Devem dar a informação e o grau de precisão necessário para as fases posteriores” (Quivy & Campenhoudt, 1992:20)
Inquéritos recolhidos a 10 de julho de 2012
Tratamento de inquérito – Análise estatística - Resultados apresentados em percentagem - Perguntas agrupas por temas
- Facilitar a análise dos dados- Evitar erros na recolha de informação para garantir a fiabilidade e a validade da
investigação
Os resultados obtidos refletem o quotidiano dos jornalistas redatores da RTP, direcionados para a era digital e para todas as ferramentas existentes na internet
7.ª Fase – Recolha de dados
A rede passou a ocupar um espaço fundamental na forma de informar - Notícias apenas à distância de alguns cliques - Disponibiliza conteúdo permanentemente atualizado, com textos objetivos, de
pequena dimensão, e próxima da oralidade, acompanhados de suportes áudio e vídeo
Internet - Único meio de comunicação capaz de fornecer informação sem quaisquer barreiras de tempo e de espaço, com rigor e profissionalismo - Divulgação de conteúdo noticioso universal/global - Possibilidade de se manter informado minuto a minuto
O jornalismo tem vindo a ganhar sede de rapidez de produção e de disseminação de conteúdo noticioso
A internet assume uma função fundamental para o desempenho da atividade jornalística - Facilita a consulta de notícias online e de possíveis estórias - Simplifica a comunicação com as fontes de informação, o público e os colegas de outros departamentos, através do correio eletrónico - Facilita a pesquisa de conteúdo noticioso
A internet alterou e facilitou o quotidiano dos jornalistas redatores - Características funcionais - Rapidez de comunicação - Atualização constante da grande quantidade de informação disponibilizada - Flexibilidade de tempo - Comodidade de utilização - Ferramentas de trabalho - Correio eletrónico - Motores de busca - Redes sociais - Portais informativos - Chats/fóruns de discussão
Internet - Ferramenta de excelência para pesquisar conteúdos informativos, em detrimento do contacto profissional e pessoal e dos órgãos de comunicação social nacionais e internacionais (imprensa, rádio, canais de televisão, agências noticiosas)
- Motores de busca- IntraNet- Portais informativos- Portais de instituições governamentais- Portais não-governamentais- Redes sociais
Redes sociais - Procura de notícias ainda realizada com resguardo - 81% dos inquiridos caracterizaram-nas como fontes de informação pouco ou nada credíveis, contrariando a opinião do diretor multimédia da RTP - No entanto, mais confiança nas contas oficiais de figuras públicas ou nos vídeos amadores colocados - Aproveitamento das redes sociais para divulgar notícias
“As redes sociais, ao contrário do que alguns dizem, não trouxeram apenas boatos. Temos um papel muito bem delineado enquanto profissional de comunicação: confirmar a informação. Portanto, quando há uma notícia de que eu desconfio, não a publico. E enquanto não conseguir confirmar os factos, não publico nada. Por exemplo, alguém telefona para cá e diz que morreu tal pessoa, ou temos a certeza absoluta que é verdade ou não publicamos essa informação. Com o conteúdo que encontramos na internet é a mesma coisa. Só publicamos aquilo que está confirmado” (António Granado, 24 de julho de 2012, Sede da RTP, Lisboa)
Mudanças nas rotinas dos jornalistas - Forma de consumir informação
- Consulta de conteúdos em sítios online, em detrimento da visualização do telejornal e da leitura de jornais/revistas em papel - Correio eletrónico tornou-se parte integrante do quotidiano dos jornalistas
- Ferramenta de comunicação que facilita o contacto com o público, colegas de outra redação/departamento e fontes de informação
- Usado para enviar e receber documentação sobre determinado acontecimento
Uso do telefone vs Uso do correio eletrónico - Uso crescente do correio eletrónico - Uso do telefone continua significativo
Relação com as fontes
Feita quer por correio eletrónico, quer
por telefone ou telemóvel, dependendo
das circunstâncias e da importância da
comunicação
- Rapidez na ligação
- Envio de suporte multimédia
- Aspetos geográficos
Contacto pessoal perdeu interesse
Redes sociais não utilizadas pela
maioria dos inquiridos para contactar
fontes
Relação com o público
Feedback recebido por correio eletrónico, em
detrimento do contacto pessoal e do uso do
telefone/telemóvel
Mudança progressiva na forma de acesso à rede - Internet fixa ainda a mais utilizada - Acesso por wireless/Bluetooth a ganhar uma importância considerável
- Necessidade de estar em permanente ligação com a caixa de correio eletrónico e os sítios informativos
Aparecimento de plataformas de acesso mais cómodas- Smartphone/iPhone- Tablet/iPad
Computadores portáteis (notebook/netbook pessoal e/ou profissional) a conceder, pouco a pouco, o papel principal a estas novas plataformas
Sítio online
Mais de 6 milhões de visitas
Notícias no
Disponibilização de conteúdos
no Youtube
Aplicativo digital para iPhone
Internet@TV
Crescimento da internet está a colocar em causa a viabilidade da televisão tradicional - Forma de ver televisão mudada - Forma de adquirir e consumir informação modificada - Uso da televisão ainda prevalece, apesar de estar a perder terreno face ao sucesso das funcionalidades interativas da internet
Estudo realizado pela empresa de medição Nielsen Wire, em 2009 - 60% dos americanos vêem televisão enquanto acedem à internet - 76% dos adultos que utilizam a internet navegam enquanto assistem à televisão - Dessa percentagem, 54% escrevem online mensagens no Twitter, Facebook e outras redes sociais
Co-fundador da empresa norte-americana Netflix, Reed Hastings“O que acontece agora com as smarts TV já aconteceu com os smartphones. Elas são o futuro. Mas inicialmente nem todos se interessam pelos modelos com novas funções, como o acesso à internet e todo o conjunto de aplicativos que se pode usar no dia-a-dia. E é claro que nem todos podem pagar um televisor deste género. Mas esses custos vão baixar ao longo do tempo, tornando o produto acessível. […] Pense nas televisões como iPads gigantes. Elas terão aplicações, serão flexíveis para o utilizador. Será algo conveniente para ter em casa. Alguns modelos poderão ter um ecrã sensível ao toque, exatamente como os tablets, e formas diferentes de controlo, como o acionamento por voz e gesto” (Entrevista à revista brasileira Veja, 30 de agosto de 2012)
“A televisão está condenada, como já estiveram os jornais em papel […]. A televisão ainda não sofreu grande impacto. Está a sofrer aos poucos. […] A televisão, tal como a conhecíamos, tem grandes problemas de sobrevivência […] porque o seu consumo está a mudar e vai claramente continuar a mudar nos próximos anos” (24 de julho de 2012, Sede da RTP, Lisboa)
Feira de Tecnologia de Berlim - Setembro de 2012 - Apresentação da televisão OLED
- Ecrã sensível ao toque- Permite visualizar dois programas distintos, em simultâneo- Definição ainda inexistente no mercado: a definição 4k (quatro vezes mais do que
o atual televisor com alta definição)
A internet não para de crescer - Meio que informa - Meio que mudou o quotidiano dos jornalistas - Meio que pôs em causa órgãos de comunicação como a imprensa e a rádio, e que está, neste momento, a mudar o panorama televisivo nacional e internacional
FUTURO DA INTERNET E DO ‘JORNALISMO INTERNET’ SÃO UMA INCÓGNITA
Michael Zoeller, diretor de marketing para televisores e produtos audiovisuais da Samsung europeia, em declarações à RTP (3 de setembro de 2012)“Em comparação com as televisões tradicionais, é absolutamente extraordinário. Acreditamos que, no espaço de uma década, a televisão OLED tornar-se-á o padrão da indústria de televisão”
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