o livro enquanto projeto voltado para...
Post on 08-Nov-2018
221 Views
Preview:
TRANSCRIPT
O LIVRO ENQUANTO PROJETO VOLTADO PARA
CRIANÇA
Jean Henrique de Oliveira Menezes UFSC, Departamento de Expressão Gráfica
jottamenezes@gmail.com
Resumo
O presente artigo ancorou-se no campo temático da produção gráfica infantil. Aborda-se o campo da linguagem, observando sua característica semiótica. Se tangem pontos dentro da legibilidade da imagem, e características baseadas na Gestalt para fazer uma avaliação da imagem como Forma. São abordados meios para se elaborar produtos para crianças, tendo em vista qualidade editorial. E ainda, busca-se elucidar quais materiais se mostram interessantes para cada faixa etária do desenvolvimento infantil. Palavras-chave: Linguagem; Semiótica; Elaboração de conteúdo para livros infantis; Etapas do desenvolvimento infantil.
Abstract / resumen
This article was anchored in the subject field of children's graphic production. It approaches the language field, analyzing its semiothical characteristics. Some points around the readability of the image are traced, and Gestalt based method is presented to formulate an avaliation of the image as form. Ways to develop children content are tackled, regarding its editorial quality. It also, aims to show interesting approaches in development according to each age group. Keywords: Language; Semiothics; Development stages; Preparation for
children`s book content.
1 Introdução
Quando se trata de livro infantil, logo vêm à cabeça livros repletos de imagens, nos
quais algumas vezes nem texto há, e noutras muitas o próprio texto atua com função
imagética. Oliveira (2010) constata que as imagens podem ter diversas funções:
religiosas, políticas, informativas, estéticas, persuasivas, ou até comerciais. E afirma
que reside na função simbólica sua característica inerente.
Neste artigo aborda-se tanto os elementos que envolvem a dinâmica da
comunicação na linguagem visual, assim como aspectos da elaboração de conteúdo
para as crianças. São apresentadas as leis da Gestalt, que permeiam e direcionam
diversos métodos de construção de conteúdo. E avaliam os materiais para que haja
uma leitura mais eficiente e clara do que se deseja transmitir.
Pretende-se, de modo sucinto, avaliar como se dá a interpretação das formas
pelo ser humano, focando o público infantil. Enunciando passos no processo de
elaboração do material para crianças, observando características consideradas
importantes para o publico infantil, com ênfase na linguagem direcionada ao publico e
em elementos indispensáveis na sua concepção.
Visa mostrar também as similaridades entre a imagem e a linguagem voltada ao
público infantil e a produzida para os adultos, tentando pontuar, também, suas
peculiaridades. São trazidas, ainda, maneiras para se chegar, mais eficientemente, a
produtos interessantes às crianças, a ponto de instigá-las a conhecer e se interessar
por livros.
1.1 O livro como formação
O livro no Brasil ainda é considerado um produto de elite sendo que para crianças de
classes socialmente desfavorecidas o acesso à literatura se dá no ambiente didático,
onde sua interpretação e significado atendem a uma dimensão, basicamente,
educativa.
Oliveira (2010) defende que “é necessário que as pessoas conheçam e usem um
referencial mínimo, para poder decodificar o universo de imagens que invade seu
cotidiano”, (2010, p.17). Principalmente, o profissional encarregado de transmitir
visualmente um conteúdo, agregando uma significação coerente ao que se deseja
informar.
Para Danna (2007), no âmbito escolar, o aluno sabe que necessita dar respostas
“certas” ao professor, para evitar medidas coercitivas do mesmo (como notas baixas,
por ex.). Portanto sua leitura é influenciada pelo olhar do professor, e pelo
direcionamento que o mesmo dá ao contar uma história.
A autora atenta para os efeitos indesejados dessa prática ao tornar a leitura uma
obrigação escolar. Ela sugere que se deva avaliar o contexto da época em que o livro
foi escrito, enfatizando datas e acontecimentos sociais, com o intuito de desvendar a
linha de raciocínio vigente na época da concepção do livro; pois para a autora todo o
livro “reflete um aspecto do real, [...] e devemos entender seu significado a partir do
culturalmente construído” (DANNA, 2007, p.28)
Bellei (2002) considera a leitura importante “não só porque nos transmite uma
mensagem ou um sentido, mas porque produz um estado de espírito no qual o ser se
percebe como tal e constitui sua identidade.” (p. 22) Uma visão coerente
principalmente quando se trata da literatura infantil, época em que diversos conceitos
são apresentados e constituídos na personalidade do indivíduo.
2 Linguagem e comunicação visual
Ao falar em linguagem remete-se à semiótica, visto que na definição de Oliveira (2010,
p.38) ela “é a ciência geral dos signos, ciência que estuda todas as linguagens”.
Santaella (2003) havia abordado essa visão, ao definir semiótica como:
a ciência que tem por objeto de investigação todas as linguagens possíveis, ou seja, que tem por objetivo o exame de todos os modos de constituição e de todo e qualquer fenômeno de produção de significação e sentido.
A linguagem mais perceptível é, certamente, a linguagem falada. É o tipo de
manifestação dominada por um grande contingente de pessoas o que torna sua
apreensão e significação mais eficaz.
Bringhurst (2006) aponta: “a linguagem é um meio para expressão de ideias. para
expressar e interagir uns com os outros, com outras espécies e com objetos.“ (2006,
p.27) A linguagem, para ele, seria enfim, uma função exclusivamente humana que
constitui o conjunto das condições que tornam possível a construção da língua.
No entanto, Santaella (2003) assinala o fato de que a língua não é exclusiva ou
definitiva no que tange formas de linguagem. A autora dá uma definição mais completa
de linguagem referindo-se a ela como uma: “gama intrincada de formas sociais de
significação que inclui [...] todos os sistemas de produção de sentido aos quais o
desenvolvimento dos meios de reprodução de linguagem propiciam enorme difusão”
(SANTAELLA, 2003, p.2).
Lopes (2007, p.48) afirma que a atenção sobre a linguagem nos processos
comunicacionais tende a cair sobre a linguagem verbal: escrita ou falada. A autora
subdivide as linguagens apreendidas em gráficas e não gráficas. Ela detalha: “o grupo
gráfico se refere tanto aos grafismos feitos manualmente quanto aos criados com o
auxílio de máquinas”. Já a área não gráfica inclui as demais manifestações, como as
paralinguísticas (como gestos e expressões faciais).
Lopes (2007) continua, afirmando que a parte da linguagem referente,
predominantemente, ao uso de designers é a linguagem gráfica, para tanto, ela
subdivide a linguagem em visual e auditiva. Na linguagem auditiva preocupa-se,
apenas, em dividi-la em verbal e não verbal: sendo a linguagem verbal compreende a
escrita e também os numerais e outros caracteres convencionados. A linguagem não
verbal abarca os outros sentidos que não se encaixam na definição do verbal.
Para a linguagem visual a segregação se dá em pictórica (figura 1), esquemática
(figura2) e verbal (figura3). Sendo que a pictórica se refere a representações de
imagens que aparente ou estruturalmente remetam a algo real ou imaginário. A
representação esquemática envolve todos os grafismos com algum propósito definido
e que não sejam verbais. As verbais tem a mesma definição da linguagem auditiva,
representada pela escrita, por números e outros caracteres relacionados.
Figura 1: Linguagem visual pictórica Fonte: http://montakhab.iteg.ir/topic-6531.html
Figura 2: Linguagem visual esquemática Fonte: SILVEIRA, (2011)
Figura 3: Linguagem visual verbal Fonte: http://www.smashingmagazine.com/2006/11/29/district-thin-free-font-of-the-week/
2.1 Leitura e interpretação do objeto
Para se desenvolver um trabalho significativo para o público a que se destina a
mensagem, é necessário uma educação visual do produtor desse conteúdo. Para que
a cognição, no que tange o conhecimento visual, seja positiva, há um grande arsenal à
disposição desse profissional no intuito de tornar a comunicação clara e eficiente.
A própria semiótica tem muito a oferecer no sentido de compreensão das
imagens:
Para penetrar na complexidade da imagem, com vistas para uma leitura que complete o seu todo, ou para que se perceba integralmente seu plano de expressão, é necessário ler o texto buscando entender e definir a linha ou as linhas que determinam a macroestrutura da imagem visual. (OLIVEIRA, 2010, p.49)
Oliveira (2010) afirma residir em cada texto visual uma gama de significados
intencionados pelo autor deste texto. E complementa “em cada texto está registrado
um discurso, evidenciando uma visão específica de seu criador, o modo como esse
autor vive e vê o mundo também é mostrado nessa obra” (OLIVEIRA, 2010, p.52).
Porém, a autora indica que o leitor fica dispensado de saber a história e contexto
do autor na obra, pois eles já estão expressos na obra. “A imagem passa a falar por si
mesma, independentemente do que seu autor tenha desejado dizer.” (OLIVEIRA,
2010, p.53). Cabe ao leitor analisar os elementos mínimos contidos, passando pelos
procedimentos aplicados, em busca de uma significação completa e simplificada da
peça analisada.
É necessário que o observador tenha um referencial mínimo para a leitura da
imagem, seja ele um conhecimento já assimilado ou um que venha a ser inspirado e
instigado a buscar a partir do texto estético em questão. “Tudo isso é necessário para
que se chegue aos incontáveis sentidos de um texto, ao que quer dizer a imagem, ao
plano de conteúdo (OLIVEIRA, 2010, p.54).”
Munari (2006) tem visão semelhante a que fora abordada por Oliveira (2010), ele
diz que a imagem para ter maiores possibilidades de comunicação, deve ser objetiva.
Ele constata, ainda, que o bloco pessoal de imagem e sensações subjetivas é quem
irá determinar a interpretação objetiva da mesma. “Conhecer as imagens que nos
circundam significa também alargar as possibilidades de contato com a realidade:
significa ver e perceber mais” (MUNARI, 2006. p.11).
Gomes Filho (2000) já havia explorado a visão dos autores anteriores em relação
às suas contribuições ao campo da comunicação visual. Ele indica que a apreensão
rápida de um sistema de leitura visual, vai depender da sua sensibilidade, e
principalmente, de seu repertório cultural, técnico e profissional.
Um dos elementos básicos na constituição da figura é a forma. Para Gomes Filho
(2000, p. 41) forma pode ser definida como “a figura ou imagem visível do conteúdo.
De um modo mais prático, ela nos informa sobre a natureza da aparência externa de
alguma coisa.” Ele afirma que tudo o que constitui e estimula uma resposta visual,
possui forma.
Gomes Filho (2000) salienta que para que essa forma seja capaz de instigar uma
resposta visual é necessário que existam variações no campo visual, essas variações
tornam-se estímulos visuais a partir do contraste dos elementos que configuram um
determinado objeto ou coisa. A forma, por sua vez, é constituída e pode ser observada
quanto a diversos fatores em ordem crescente de simplicidade, seriam eles: Ponto;
Linha; Plano; Volume; Configuração real; Configuração esquemática.
Gomes Filho (2000) apresenta a Psicologia da Gestalt, que teve grande influência
no estudo de processos práticos no que tange a produção e observação de peças
gráficas. E propõe um método de leitura, inspirado nas leis da Gestalt, o qual consiste
no conhecimento das leis da Gestalt, apresentadas a seguir:
Unidade – Pode ser entendida como um conjunto de mais de um elemento
configurando um todo, percebido através de relações entre elementos que o
constituem. Como visto na figura 4.
Figura 4: Unidade Fonte: MUNARI, (2006)
Segregação – Refere-se à capacidade perceptiva de separar, identificar,
evidenciar ou destacar unidades formais (figura5). Podendo segrega-las em
diferentes níveis dependendo da desigualdade dos estímulos produzidos pelo
campo visual.
Figura 5: Segregação Fonte: MUNARI, (2006)
• Unificação – Consiste na igualdade ou semelhança de estímulos causados pelo
objeto observado (figura 6). A unificação se manifesta em graus de qualidade, ou seja,
varia em função de uma melhor ou pior organização formal.
Figura 6: Unificação Fonte: MUNARI, (2006)
• Fechamento – É um importante fator para a formação de unidades (figura 7).
Obtém-se fechamento visual quando elementos são agrupados de maneira a constituir
uma figura total mais fechada.
Figura 7: Fechamento Fonte: MUNARI, (2006)
• Continuidade – É um importante fator para a formação de unidades (figura 8).
Obtém-se fechamento visual quando elementos são agrupados de maneira a constituir
uma figura total mais fechada.
Figura 8: Continuidade Fonte: MUNARI, (2006)
• Semelhança e/ou Proximidade – Caracteriza-se por agrupar visualmente
elementos ópticos semelhantes, próximos um aos outros (figura 9). Proximidade e
semelhança são fatores que se reforçam mutuamente e agem na constituição de
unidades e unificando a forma.
Figura 9: Semelhança e/ou proximidade Fonte: MUNARI, (2006)
• Pregnância da forma– É definida como: “Qualquer padrão de estímulos tende a
ser visto de tal modo que a estrutura resultante é tão simples quanto permitam as
condições dadas”, Gomes Filho (2000). Seria, basicamente, quando os elementos
constitutivos da imagem trabalham em harmonia caminhando para o equilíbrio visual.
10: Pregnância da Forma Fonte: MUNARI, (2006)
Essa abordagem para avaliação de imagens é importante para discernir produtos
interessantes de outros e/ou para entender as diferenças que há entre eles. Assim
como avalia Munari (2006, p.68), no excerto apresentado:
Na grande massa de informações visuais que nos assediam de toda a parte, a comunicação visual procura definir, com base nos dados objetivos, qual a relação mais exata possível entre informação e suporte.
3 Elaboração de conteúdo
Quando o produto final do trabalho verifica-se na elaboração de objeto voltado ao
público infantil a atenção deve ser redobrada, pois “com as crianças é preciso ser
muito simples, mas extremamente claro, caso contrário elas não entenderão nada
mesmo” (MUNARI, 2006, p.57).
Danna (2007) registra que a construção de uma relação objeto livro, no sentido de
torná-lo mais próximo das crianças, é um ponto-crucial, pois só assim iremos formar
crianças que gostam de ler e encontram na leitura um espaço para o divertimento.
Nessa linha de pensamento Debus (2000 apud DANNA, 2007) contribui afirmando
que apesar da criança pequena não poder ser considerada “alfabetizada” no sentido
de não dominar os códigos da palavra escrita e da leitura, ela está inserida no mundo
do letramento através do convívio e do envolvimento com as práticas sociais de leitura
escrita, e portanto não deve ser menosprezada.
Mochnacz (2005) complementa ao contemplar produtos para crianças deve-se
procurar eliminar os excessos, sem permitir que a obra fique artificial. Segundo ela:
Muitos pressupõe que, se a criança não utiliza certas construções e expressões no seu dia-a-dia, são incapazes de compreende-las, menosprezando assim, a capacidade da criança de vencer obstáculos de uma linguagem diferente (MOCHNACZ, 2005, p.29).
O contrário, excesso de palavras muito elaboradas, também viria a ser prejudicial.
Assim dificultaria a fluidez da leitura e a participação da criança seria mais distante,
dispersando sua atenção e, consequentemente, tornando a compreensão do texto
mais penosa.
Boselli (2001 apud NASCIMENTO, 2007) afirma que a aprendizagem motiva o
desenvolvimento da percepção, da memória e da imaginação. Quando esse processo
ocorre a criança passa a analisar ângulos antes ignorados de um objeto/tema e esse
apuramento visual é proporcional ao número de situações que ela vivenciar, sendo
que as ideias e experiências se juntam e aumentam seu poder cognitivo.
Contribuindo nesse sentido, observa-se Nascimento (2007), a qual assinala que à
medida que essa evolução acontece, a criança adquire outras habilidades e suas
estruturas de pensamento e lógica, as quais lhe permitem amadurecer, vão
transformando a criança num ser cultural, passando a ter maior participação e
inserção no contexto social.
Portanto é importante frisar que o conteúdo deve ser elaborado tendo em mente a
faixa etária do público destinado. Para que essa tarefa tenha maior probabilidade de
sucesso são apresentados, a seguir, alguns conceitos orientadores tendo em vista o
adequações para cada etapa de vida da criança.
O quadro a seguir foi elaborado por Silveira (2011, p.128) a partir de uma
abordagem da psicologia do desenvolvimento; este aborda a evolução do ser humano
em diversas etapas:
Tabela 1: Aspectos do desenvolvimento segundo a faixa etária Fonte: SILVEIRA, (2011).
3.1 Leitura e interpretação do objeto
Diversos autores trazem propostas e técnicas para contribuir na elaboração de
conteúdo para as crianças, e também, para a adequação do mesmo.
Villardi (1997 apud MOCHNACZ, 2005) estabelece uma série de etapas para
certificar de que o livro seja adequado ao público infantil. São três etapas sequenciais
e eliminatórias, ou seja, se o livro é aprovado na primeira etapa parte para segunda e
só se aprovado vai para a terceira. As etapas são elucidadas a seguir:
• Primeira etapa – avalia a qualidade do texto, nos termos de literiariedade,
correção da linguagem, atualidade do tema, atualidade da linguagem, título.
Literariedade – capacidade de um texto de oferecer múltiplas leituras, deverá
ser identificado aqui se o livro terá caráter didático ou literário;
Correção da linguagem – o livro não deve apresentar desvios da norma culta, a
não ser por licença poética ou caráter estilístico;
Atualidade do tema – evitar que o livro apresente valores que não condizem
com a vida contemporânea, buscando um livro que passe valores atuais;
Atualidade da linguagem – diz-se das gírias e expressões que aproximam o
autor da criança, o processo de “infantilização da linguagem”. Deve se tomar
cuidado para que o texto não torne o livro ultrapassado;
Título – por ser um ponto de contato inicial entre o jovem leitor e o livro, deve
ser adequado quanto à sua abrangência e a capacidade de instigar à leitura;
• Segunda etapa – é avaliada a adequação do livro à faixa etária que se destina,
nessa etapa são avaliadas a linguagem, o tema e a relação fonte x ilustração.
Linguagem – a linguagem deve ser compatível à faixa etária, procurando não
ser demasiado complexa para não enfadar ou desmotivar a criança, mas
buscar apresentar palavras desconhecidas, aumentando seu vocabulário;
Tema – um livro que tenha uma linguagem complexa é preferível a um que
seja simplificado demais, porque o último tende a desinteressar a criança;
Fonte x ilustração – quão mais jovem e mais introdutórios forem os passos do
leitor, maior deverá ser o tamanho da fonte utilizada;
• Terceira etapa – avalia o aspecto gráfico do livro e quão interessante ele está,
em termos visuais. Aqui eles são divididos em dois itens principais: ilustração e
qualidade editorial.
Ilustração – quanto mais jovem for a criança mais valorizada deve ser a
ilustração, pois a mesma é uma linguagem que não requer conhecimento
prévio de outros códigos. Deve instigar novos significados e seguir o ritmo do
texto. Evitar sobrepor ilustração e texto, pois a leitura de ambos é prejudicada;
Qualidade editorial – o livro deve favorecer o manuseio de acordo com a idade
e provável tamanho da criança, atentando para um tamanho pequeno o
bastante para que ela seja capaz de carregar sozinha e grande o suficiente
para atrai-la;
O papel/material utilizado deve ter a resistência inversamente proporcional à
faixa etária do leitor.
4 Conclusão
Este trabalho se dedica a todos que tem interesse pela elaboração de conteúdo para o
publico infantil. Nele, se aborda a temática e os desafios impostos por produzir
materiais embasados, pensados e diferenciados para atrair o olhar da criança e
convidá-la a adentrar o universo mágico da leitura.
No período da infância, as imagens são o ponto de partida para o interesse das
crianças e o discurso predominante nesse tipo de publicação deve ser o imagético,
mostrando as ideias num plano tangível. Dessa forma, como avalia Nascimento
(2007), a aprendizagem deve ser considerada um processo ininterrupto e a criança
tem participação ativa nele.
Entender como se dá o processo de absorção e interpretação dos materiais de
linguagem visual é imprescindível ao produtor de conteúdo. A análise das imagens de
acordo com esses aspectos possibilita uma avaliação em termos de qualidade formal
do objeto.
Percebe-se, ainda, que determinados tipos de conteúdo são mais indicados para
cada etapa do desenvolvimento infantil, a partir daí é possível oportunizar diferentes
maneiras de atrair o interlocutor da mensagem.
Por fim, cabe afirmar que o desenvolvimento de um projeto com base no público
infantil, pode ser considerado muito desafiador e prazeroso a quem se propõe a
executá-lo. Uma volta a um tempo considerado puro e caracterizado por mudanças
que nos marcam, de maneira singular, para o resto da vida.
Referências
BELLEI, Sérgio Luiz Prado. O livro, a literatura e o computador. lorianópolis:
UFSC, 2002
BRINGHURST, Robert. Elementos do Estilo Tipográfico. Rio de Janeiro: Cosac Naify, 2006.
DANNA, Taís. Literatura e imaginação: realidade e possibilidades em um contexto de educação infantil. Santa Catarina, UFSC, dissertação de mestrado,
2007.
GOMES FILHO, João. Gestalt do Objeto: Sistema de Leitura Visual da Forma. 4
ed. São Paulo: Escrituras Editora, 2000.
LOPES, Priscilla Gonçalves. O livro e a tipografia: a mancha gráfica como paisagem. Trabalho de conclusão de curso em design – UFSC, 2007.
MOCHNACZ, Juliane Paula. Aprendendo mais sobre cores: Projeto editorial para um livro infantil. Trabalho de conclusão de curso em Design – UFSC, 2005.
MUNARI, Bruno. Design e Comunicação Visual. São Paulo: São Paulo: Martins Fontes, 2006.
NASCIMENTO, Clarrisa Oliveira do. Design de personagem como ferramenta para o despertar da consciência ambiental infantile. Trabalho de conclusão de curso em design – UFSC, 2007.
OLIVEIRA, S. R. Imagem também se lê. São Paulo: Edições Rosari, 2010.
SANTAELLA, Lucia. -humano cibercultura. ão aulo: Paulus, 2a. ed. 2004.
SILVEIRA, Nicia Luiza Duarte da. Psicologia Educacional: Divertimentos e Aprendizagens. 2 ed Florianópolis: Florianópolis: UFSC/EaD/CED/ CFM, 2011
top related